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ÉRICO

VERÍSSIMO

LITERATURA

PROFESSORA
ADRIANA
Erico Lopes Verissimo é um renomado
escritor brasileiro da segunda geração
modernista e autor de “O tempo e o Vento”,
“Olhai os Lírios do Campo”, entre outras.

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Erico Lopes Verissimo nasceu em Cruz
Alta, no Rio Grande do Sul, no dia 17 de
dezembro de 1905. Filho de Sebastião
Verissimo da Fonseca e de Abegahy
Lopes, Erico Verissimo estudou no Colégio
Venâncio Alves e, desde a adolescência,
apreciava boas leituras de romances dos
escritores Aluízio Azevedo, Joaquim Manuel
de Macedo, Coelho Neto, Dostoiévski e
Walter Scott.

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Antes de se tornar escritor, atuou
como bancário, sócio de uma farmácia e
professor de literatura e de inglês.
Sua carreira como escritor iniciou-se em
1929 com a publicação de contos em
revistas e jornais gaúchos.

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Aos 26 anos, Erico Verissimo casou-se
com Mafalda Halfem Volpe, com quem
teve dois filhos, Clarissa Verissimo e o
escritor Luis Fernando Verissimo. Ainda
em 1931, ocupou o cargo de Secretário de
Redação da 'Revista do Globo', em Porto
Alegre. No ano seguinte, atuou como diretor
de edição da 'Revista do Globo' e da
livraria da mesma instituição.

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As primeiras obras de Erico Verissimo estavam
relacionadas com o projeto literário da segunda
geração modernista, entre os anos de 1930
e 1945, o qual direcionava a produção artística à
reflexão quanto aos problemas sociais no Brasil
advindos de sua intensa modernização.

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Algum tempo depois, Erico Lopes
Verissimo direcionou sua obra literária à
investigação sobre a história e a cultura do
estado do Rio Grande do Sul. Foi durante
esse período que o autor publicou o

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romance "O Tempo e o Vento", no qual
contextualizou o patriarcalismo arraigado
na sociedade gaúcha do século XX. A
referida obra é composta por três
romances épicos e é considerada uma das
obras mais conhecidas do autor pelo
público.
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Podemos dizer que a produção literária de
Erico Verissimo passou ainda por uma
terceira fase, em que abordou temas de
cunho político referentes às guerras e
ao preconceito étnico.

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Em razão do reconhecimento de suas
obras, Erico Verissimo foi para os Estados
Unidos a convite do Departamento de
Estado Americano para lecionar Literatura
brasileira na Universidade de Berkeley,
na Califórnia, entre 1941 e 1953, quando
assumiu o cargo de Diretor do
Departamento de Assuntos Culturais da
União Pan-Americana.

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Em 1969, Erico Verissimo recebeu o Prêmio
Machado de Assis com a publicação da
obra "Música ao Longe" e também
o Prêmio Graça Aranha, com a publicação
da obra "Caminhos Cruzados".
No dia 28 de novembro de 1975, Erico Lopes

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Verissimo faleceu vítima de um infarto, em
Porto Alegre.

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Escrito em 1938, a obra Olhai os lírios do
campo torna-se um marco na obra de Érico
Veríssimo.

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É um romance urbano e narra a história de
Eugênio, um rapaz de origem humilde que
sente vergonha de sua família por ser
pobre, mas mesmo com muito esforço dá ao
rapaz a oportunidade de estudar em ótimos
colégios, levando o jovem a formar-se em
Medicina.

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Estive pensando muito na fúria com que os
homens se atiram à caça do dinheiro. É
essa a causa principal dos dramas, das
injustiças, da incompreensão da nossa
época. Eles esquecem o que têm de mais
humano e sacrificam o que a vida lhes
oferece de melhor: as relações de criatura
para criatura. De que serve construir
arranha-céus se não há mais almas
humanas para morar neles?
Quero que abras os olhos, Eugênio, que
acordes enquanto é tempo. Peço-te que
pegues a minha Bíblia que está na estante
de livros, perto do rádio, leias apenas o
Sermão da Montanha. Não te será difícil
achar, pois a página está marcada com urna
tira de papel. Os homens deviam ler e
meditar esse trecho, principalmente no
ponto em que Jesus nos fala dos lírios do
campo, que não trabalham nem fiam, e no
entanto nem Salomão em toda a sua glória
jamais se vestiu como um deles.
Está claro que não devemos tomar as
parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar
deitados à espera de que tudo nos caia do
céu. É indispensável trabalhar, pois um
mundo de criaturas passivas seria também
triste e sem beleza. Precisamos, entretanto,
dar um sentido humano às nossas
construções. E quando o amor ao dinheiro,
ao sucesso, nos estiver deixando cegos,
saibamos fazer pausas para olhar os lírios
do campo e as aves do céu.
Não penses que estou fazendo o elogio do
puro espírito contemplativo e da renúncia,
ou de que o povo deva viver narcotizado
pela esperança da felicidade na "outra vida".
Há na terra um grande trabalho a realizar. É
tarefa para seres fortes, para corações
corajosos. Não podemos cruzar os braços
enquanto os aproveitadores sem escrúpulos
engendram os monopólios ambiciosos, as
guerras e as intrigas cruéis.
Temos que fazer-lhes frente. É indispensável
que conquistemos este mundo, não com as
armas do ódio e da violência e sim com as
armas do amor e da persuasão. Considere
a vida de Jesus. Ele foi antes de tudo um
homem de ação e não um puro
contemplativo.
1) Na sua opinião qual é o principal
motivo de tantas injustiças entre os
homens?

2) O que Érico Veríssimo quis afirmar


com a frase: “É indispensável
trabalhar, pois um mundo de
criaturas passivas seria também
triste e sem beleza?

3) Humanizar o mundo e os homens


é um trabalho para quem?

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