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RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
Aspectos Organizacionais
Segundo Charles et al. (2004), estações pequenas fazem com que os usuários desses
espaços fiquem, por exemplo, mais próximos às fontes de ruído como impressoras, fax e a
própria emissão do ruído proveniente das comunicações entre os funcionários, além de terem
menos superfície de trabalho, o que dificulta diretamente a execução de suas tarefas. Grandes
estações acabam por resultar em distâncias longas para recursos compartilhados podendo, ainda,
aumentar o isolamento social.
Diversos fatores devem ser considerados no dimensionamento e posicionamento do posto
de trabalho, como a antropometria dos ocupantes, as necessidades de iluminação e ventilação,
interação com outros postos de trabalho e o ambiente externo, dentre outros.
Porém, não é possível ter uma área que seja dimensionalmente satisfatória a todas as
situações; diante disso, devem-se escolher os critérios mais relevantes para cada caso específico.
Leiaute
Para Rocha (1995), é necessário que todos os espaços obedeçam aos princípios do leiaute
para uma melhor distribuição das estações de trabalho dentro de uma organização. Destaca
III Workshop de Análise Ergonômica do Trabalho na UFV, 18 de outubro de 2007.
Aspectos Ambientais
do ar dentro destes ambientes, como também reduz gastos de energia; a segunda permite o
controle das taxas de remoção e/ou circulação do ar, porém acarreta gastos e necessita
manutenção constante dos equipamentos.
Ao se projetar ambientes de escritórios, deve-se conscientizar sobre fatores como a
disposição dos postos de trabalho e equipamentos, a distância relativa entre eles, a altura e
abertura das divisórias e janelas, o número de estações e quantidade de pessoas que as ocupam,
além das cargas térmicas próprias a cada ambiente. Esses fatores repercutem diretamente na
qualidade do ar e, conseqüentemente, no conforto térmico dos ocupantes dos recintos de
trabalho.
Como na maioria das vezes, tende-se a minimizar as áreas desses espaços, constata-se
que o aumento da densidade de ocupantes numa mesma estação de trabalho, faz com que o
espaço físico não comporte todo mobiliário e equipamentos. Com isso, acaba por acarretar o
crescimento da carga térmica e de contaminantes (emitido por equipamentos e materiais
liberados lentamente por mobiliário, pinturas, produtos de higiene pessoal e de limpeza,
impurezas acumuladas no sistema de climatização e, ainda, através de computadores e
impressoras a laser que emitem gases tóxicos como ozônio [O3], dióxido de enxofre [SO2] e
monóxido de carbono [CO]).
Especialista da área, segundo Charles et al. (2004), recomenda-se 10
litros/segundo/pessoa (10L/s/p), a fim de promover um ambiente saudável e satisfatório.
Diante disso, uma boa ventilação natural previne sintomas como dor de cabeça,
sonolência e irritação nos olhos, nariz e garganta, provenientes da emissão desses gases e de
outras impurezas, que repercutem diretamente no rendimento do trabalho, na saúde dos
funcionários e na qualidade produtiva.
A NR-17 estabelece temperaturas no interior de escritórios na faixa de 20° a 23°C (no
verão esta variação muda de 23° a 25°C e no inverno de 20° a 22°C), considerada adequada para
proporcionar bem-estar térmico, bom desempenho das atividades, além de interferir no bom
humor dos funcionários. A respeito da qualidade do ar dentro desses recintos, a legislação
brasileira estabelece 3 a 6 trocas/hora de renovação de ar ambiente em escritórios, velocidade do
ar menor que 0,75m/s, além de UR (umidade relativa) menor que 40% (diferente do verão que
pode variar de 40 a 60% e no inverno de 35 a 65%).
A manutenção dos ambientes de escritórios como nos recursos de ventilação mecânica,
auxiliam na busca pela qualidade do ar. Uma das medidas seria manter regularmente o espaço de
trabalho limpo, preferencialmente fazendo a limpeza na ausência dos funcionários que ocupam
esses espaços, evitando que tenham contato direto com contaminantes. Também é importante
assegurar que os sistemas de ventilação mecânica estejam limpos, para que não se torne uma
fonte de contaminantes (NBR 10080 – Instalações de ar condicionado para salas de
computadores).
Portanto, o desconforto térmico no ambiente de trabalho não afeta somente a
produtividade, mas também a saúde dos trabalhadores. Um ambiente superaquecido gera
cansaço, sonolência além de reduzir o desempenho físico e aumentar os erros na execução das
tarefas. Ao contrário, o resfriamento gera superatividade, o que conseqüentemente, reduz o
estado de alerta e a concentração, principalmente, nas atividades mentais.
Iluminação
Os escritórios constituem espaços que são compartilhados por diversos usuários de idades
variadas, exigências diferentes quanto às atividades, além de possuírem espaços físicos distintos
quanto ao posicionamento dos postos de trabalho e seu mobiliário. Diante disso, quanto ao
projeto luminotécnico, devem-se levar em conta todas essas diferenças para que produza o
melhor em termos de bem-estar, informação visual e segurança por meio da iluminação.
III Workshop de Análise Ergonômica do Trabalho na UFV, 18 de outubro de 2007.
▪ janelas altas são mais eficientes do que as largas, já que a luz natural alcança maior
profundidade no recinto;
▪ o peitoril da janela deve ser da altura da mesa que compõe o espaço de trabalho. Se a janela
for mais baixa que a mesa é possível gerar ofuscamento;
▪ a distância da janela até o posto de trabalho não deve ser maior do que duas vezes a altura da
janela;
▪ geralmente para áreas de trabalho como escritórios, a área da janela deve ser 1/5 da área do
piso;
▪ o vidro da janela deve, em grande parte das situações, permitir a passagem de luz;
▪ proteções efetivas contra o excesso de luz incidente nas janelas, são necessárias para assegurar
boa visibilidade no caso de reflexos, também de adequá-las quanto ao calor radiante,
transferida da janela e para a janela, na garantia de conforto no interior do ambiente de
trabalho. O método mais eficiente é o uso de venezianas ajustáveis no lado externo dos
recintos ou de películas instaladas nos vidros das janelas.
Cores
Enfim, assim como a iluminação, o adequado uso das cores é uma recomendação
ergonômica fundamental para tornar ambientes de trabalho mais prazerosos e produtivos.
Acústica
inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto, enquanto que o valor superior significa
o nível sonoro aceitável para a finalidade daquele espaço de trabalho.
trabalho, cujas conseqüências garantem aos ocupantes de cada posto, conforto, saúde, bem-estar,
e também, conferir produtividade à empresa.
Análise do trabalho
▪ objetivo: para quê servirá as tarefas, o que será executado; em que quantidade e com que
qualidade;
▪ operador: que tipo de pessoa trabalhará no posto, qual é o predomínio, se é de homens ou de
mulheres; grau de instrução, experiência, habilidades, faixa etária e dados antropométricos;
▪ características técnicas e aplicações: quais serão os elementos integrados ao posto de trabalho
e como serão utilizados;
▪ condições ambientais: como será o ambiente físico em torno do posto de trabalho;
▪ condições organizacionais: horários, turnos, grupos, dentre outros.
Figura 3 - Arcos para o posto de trabalho em mesa ou bancada. Amostra levantada por Iida.
Arco a (35-45): medidas para o trabalho rotineiro. Arco b (55-65): quando se tem que buscar
algum objeto.
Fonte: IIDA (1990).
A concepção de assentos para escritórios exige estudos profundos, que se enquadram nos
princípios ergonômicos. Ou seja, estabelece-se a compreensão das principais exigências
III Workshop de Análise Ergonômica do Trabalho na UFV, 18 de outubro de 2007.
atribuídas aos assentos, do ponto de vista anatômico, fisiológico e clínico dos movimentos de
postura sentados.
Em princípio é preciso determinar qual será a função do assento, pois não existe um
assento padrão para todas as situações, mas sim aquele mais adequado para cada tipo de tarefa.
As cadeiras de escritórios devem ser adaptadas para o trabalho com equipamentos modernos de
tecnologia de informações.
As dimensões dos assentos devem ser adequadas às medidas antropométricas do usuário,
especialmente, para os trabalhos com computadores, ou ter a medida requerida pela amostra feita
para a ocupação de determinado posto de trabalho.
A cadeira deve permitir variações de postura, inclinada para frente e reclinada para trás,
faixa de 104° a 120° (KROEMER; GRANDJEAN, 2005), com o propósito de aliviar as pressões
sobre os discos vertebrais e as tensões dos músculos dorsais de sustentação, reduzindo-se a
fadiga.
O encosto da cadeira deve ter uma inclinação ajustável, para qualquer ângulo desejado, a
fim de permitir o relaxamento da coluna. É preciso ser almofadado na parte lombar, a uma altura
de 10 a 20 cm acima do ponto mais baixo da superfície do assento, e funcionar como suporte à
coluna entre a terceira vértebra e o sacro, de forma a permitir maior liberdade de movimento do
tronco. Deve ter uma altura de no mínimo 50 cm acima do plano do assento.
O revestimento, tanto do assento como do encosto, não deve ser duro nem muito macio,
pois provoca dores e fadiga. O ideal é uma situação intermediária que não prejudique a postura.
Seria um estofado antiderrapante, com capacidade de dissipar calor e umidade gerados pelo
corpo, pouco espesso, colocado sobre uma base rígida, que não se afunde com o peso do corpo,
ajude a distribuir a pressão e proporcionar maior estabilidade ao corpo, reduzindo assim, a fadiga
e o desconforto.
Enfim, a cadeira de escritório deve preencher todos os requisitos de um assento moderno
e ergonômico: altura ajustável, assento giratório, bordas arredondadas, rodízios em uma base de
cinco pés reguláveis, apoio para os braços, cotovelos, pés, dentre outros.
▪ baixa altura do teclado em relação ao piso, mas alta em relação à mesa, além do seu
posicionamento inadequado;
▪ ausência de apoio para os antebraços, punhos, cotovelos, pés, dentre outros;
▪ inadequada inclinação de monitores, permitindo excessivas inclinações da cabeça, dos olhos,
ou de ambos;
▪ deficiências nas cadeiras;
▪ falta ou insuficiência de espaço lateral e debaixo da mesa para a movimentação das pernas e
da cadeira;
▪ má concepção do espaço de trabalho devido à inadequada compreensão dos aspectos
organizacionais e ambientais (iluminação, climatização, ruído).
posição inclinada, ou seja, mais relaxada sobre a cadeira, e não em uma postura ereta; por isso a
importância de um encosto regulável, que permita variação e movimentação do tronco. É bom
lembrar que a posição relaxada sobre a cadeira também não é adequada quanto adotada
constantemente.
Pelos estudos de Grandjean (1987), reavaliados por Luerder e Noro (1995), foram
identificadas algumas questões fundamentais no projeto de estações computadorizadas:
▪ o mobiliário deve ser o mais flexível possível (ajustável e adaptável a diferentes posições), de
material com excelente qualidade, durabilidade e não toxidade;
▪ os controles das dimensões, principalmente, para ajustes de mesas e cadeiras, devem ser fáceis
de operar;
▪ em estações com computadores, mesas e cadeiras devem ser reguláveis para evitar situações
como, por exemplo, um posto com uma mesa de tampo baixo em conflito com a altura mínima
para os joelhos sob a mesa, principalmente, quando se trata de um usuário alto.
Evidente, que tais ajustes de medidas são determinados pela variação das medidas
antropométricas de cada pessoa, ou de cada amostra, além das características do próprio
computador, já que este vem evoluindo tecnologicamente de maneira muito rápida.
Cada medida antropométrica levantada na amostra, ajudará na etapa de definições de
ferramentas de trabalho, dimensões de mobiliários, alcances de objetos e o dimensionamento da
estação de trabalho como um todo. Com o método direto, é possível conseguir com mais
precisão as medidas necessárias e o comprimento conciso das principais articulações.
Com o indivíduo em pé, por exemplo, a medida do ombro em relação ao piso, somada ao
comprimento do antebraço, braço e mão, é possível dimensionar a altura de mobiliários como
armários, prateleiras, comandos como botão para ligar ar condicionado, acionar alavancas de
basculantes, dentre outros. Com o comprimento dos três últimos, independentemente da posição
do indivíduo, se em pé ou sentado, é possível determinar os alcances máximos em diferentes
superfícies (mesas, prateleiras, gavetas, dentre outros), e para diferentes tarefas como pegar um
objeto sobre a sua mesa, porém distante, ou guardar algo nos fundos de uma prateleira.
Com o indivíduo sentado, através da altura poplítea determina-se a altura do assento.
Ainda nesta posição, a largura do quadril ajuda a definir a largura do assento de uma cadeira.
Com a altura do cotovelo, tem-se a altura do tampo da mesa de trabalho em estações para
computadores na posição sentada. Já na posição em pé a altura do cotovelo determina também a
altura do tampo da mesa, porém para usuários que executam tarefas na posição de pé.
Na posição sentada, a partir da dimensão da fossa poplítea nádega, é possível determinar
o comprimento do assento de uma cadeira. Em trabalhos desenvolvidos em pé, com a altura dos
olhos nessa posição, pode-se dispor adequadamente o monitor para pessoas que executam
atividades em computadores. Enfim, de acordo com a posição do indivíduo, em pé ou sentado,
cada medida do seu corpo terá uma relação direta com o espaço em que ele está inserido. Todos
estes dados antropométricos são fundamentais no dimensionamento dos postos de trabalho e dos
objetos e equipamentos que configuram seu ambiente.
Enfim, as estações de trabalho com computadores devem facilitar a movimentação do
corpo, evitando que este fique praticamente estático, entretanto, movimentos excessivos também
devem ser evitados.
aumentar a qualidade de trabalho, mas também por fazer crescer a produtividade dentro da
empresa. Todos os benefícios dele são bem-vindos em qualquer organização, entretanto, o
computador vem sendo a causa de várias queixas de dores músculo-esqueléticas, estresse e tédio.
A coluna vertebral e os músculos das costas são os locais do corpo mais vulneráveis a
problemas durante o trabalho sentado com computadores.
Problemas nos assentos e a má postura são os principais causadores de sobrecarga na
coluna e pressões nos discos intervertebrais.
Além do desgaste pela idade e pelo uso, os discos intervertebrais podem perder sua força.
O processo degenerativo interfere na mecânica da coluna vertebral, fazendo com que tecidos e
nervos sejam comprimidos, levando a vários problemas como lombalgia (dores musculares) e
problemas ciáticos (no quadril), ou até a paralisia das pernas.
Quanto à má postura dos funcionários nos postos de trabalho, estas podem causar fadiga,
dores lombares e câimbras que, se não forem corrigidas, podem provocar anormalidades
permanentes na coluna.
A inadequação dos mobiliários também facilita a ocorrência de dores no corpo. Por
exemplo:
▪ dores na nuca e nos ombros são comuns em funcionários que ocupam estações onde a mesa de
trabalho é muito alta;
▪ dores nos joelhos e pés são comuns em funcionários de estatura pequena que trabalham em
mobiliários sem apoio para as pés;
▪ dores nas pernas são identificadas em funcionários de estatura alta e que trabalham sobre uma
cadeira baixa e/ou não regulável;
▪ dores nas costas são caracterizadas, na maioria das vezes, na má concepção dos encostos das
cadeiras, além da inadequada postura do operador;
▪ dores nos braços e cotovelos devem-se a ausência ou à má concepção de apoio, seja no
revestimento quanto no dimensionamento.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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