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Introdução

No presente trabalho irá se abordar sobre a Origem do IVA em Moçambique e do


Principio de Neutralidade, o qual é pertencente à cadeira de Fiscalidade. Dentro do tema
sobre a origem do IVA em Moçambique ira tratar também sobre as características do
Imposto sobre o Valor Acrescentado em Moçambique. Importa salientar que o Imposto
sobre o Valor Acrescentado trata se de um imposto indirecto que recai sobre as
transmissões de bens ou prestações de serviços realizadas no território nacional, em toas
as fases do circuito económico, desde a produção, importação ou aquisição ate a venda
pelo retalhista sem efeitos cumulativos. O presente trabalho tem como objectivo explicar
sobre a origem, ou seja, como é que surgiu o IVA em Moçambique.

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A origem do IVA em Moçambique

Em 1998, vésperas de adopção do IVA em Moçambique, vigoravam o Imposto de


Circulação, um imposto geral sobre a venda de bens e prestação de serviços, do tipo
acumulativo, o Imposto de Consumo, incidente sobre um conjunto alargado de produtos
constantes de tabela própria, o Imposto de Turismo, incidente sobre os bens e serviços
prestados no âmbito da hotelaria e turismo e Imposto sobre Combustíveis, incidente sobre
os produtos derivados do petróleo. Com a reforma da tributação do consumo foi
introduzido o IVA e revogado o Imposto de Circulação, foi reduzido o âmbito de
incidência do Imposto de Selo, o Imposto de Consumo foi transformado em Imposto
Especial de Consumo, o Imposto de Turismo foi eliminado e incluí-se o sector de
transportes no IVA.

Os motivos subjacentes à introdução do IVA consistiram essencialmente no facto de já


ser o modelo de tributação utilizado num grande número de países, de permitir integração
internacional das economias, garantir receitas fiscais adequadas, acolher a desoneração
fiscal total dos produtos nacionais destinados à exportação e basicamente, apresentar três
grandes virtudes: produtividade, neutralidade e eficiência.

O principal imposto existente sobre o consumo existente a data, i Imposto de Circulação,


era igualmente um imposto geral, incidindo sobre todos os bens e serviços com taxas de
5% na produção e de 10% nos estádios grossista e retalhista.

Ora, não obstante este produto gerar muita receita para o Estado, o certo é que
incentivava o mercado informal e produzia efeitos inflacionistas nos preços dos bens quer
a nível interno quer dos bens para exportação. Por sua vez, o Imposto de Consumo era
um tributo monofásico que incentivava a evasão e o contrabando. Neste contexto, a
adopção do IVA em Moçambique surge como uma consequência natural das suas
virtudes face aos seus antecessores e ai contexto do país, nomeadamente aos seus
parceiros comerciais.

Em suma, tal como sucedeu em Portugal, e em geral, na grande maioria dos países que
adoptaram o imposto, também em Moçambique, o IVA foi adoptado essencialmente
devido as suas virtudes.

O Código do IVA foi aprovado através do Decreto nº 5198 de 29 de Setembro e o


imposto entrou em vigor em 1 de Junho de 1999, tendo sido revogados, a partir desta

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data, os Códigos do imposto de Circulação e do Imposto de Consumo, bem como a
legislação complementar respectiva.

A introdução deste imposto em Moçambique consubstancializou uma relevante reforma


no sentido da modernização do seu sistema fiscal, tendo ainda sido introduzido na
reforma de 1999, o Imposto sobre Consumos Específicos, que tributa selectivamente
determinados bens anexas na tabela do respectivo Código, aprovado por Decreto nº
52/98, de 29 de Setembro.

O Código do IVA foi posteriormente objecto de alterações através da Lei nº15/2002, de


26 de Junho e da Lei nº 32/2007 de 31 de Dezembro, que veio revogar o Decreto nº 52/98
de 29 de Setembro e suas alterações, os Decretos nº78/98 e 79/98, ambos de 29 de
Dezembro, os Decretos nºs 34/99, 35/99 e 36/99, todos de 1 de Junho bem como toda a
legislação complementar contraria à Lei nº15/2000.

Características do IVA em Moçambique


Em suma, podemos resumir as seguintes características do IVA em Moçambique:

 Similar ao IVA de União Europeia, mas adaptado à realidade moçambicana;


 Relativamente simples;
 Modelo de IVA tipo consumo;
 Imposto geral sobre bens e serviços;
 Incide em todas as fases do circuito económico;
 Limitação do universo de contribuintes do regime normal e criação de regimes
especiais para pequenas e medias empresas;
 Economicamente neutro;
 Administrativamente eficiente;
 Liquidação e cobrança – método de crédito de impostos;
 Imposto de taxa única e taxa zero para exportações;
 Adopção dos métodos do reporte de imposto como regra geral;
 Tributação no destino para as operações internacionais;
 Existência de três níveis de enquadramento dos sujeitos passivos: regime geral,
regime de pequenos contribuintes e regimes específicos.

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O princípio de Neutralidade
Este princípio diz que o IVA não é um factor de decisão económica, ou seja, não
influencia as decisões do empresário, é neutral, pois este quando suporta o IVA sabe que
não poderá deduzi-lo. Quem suporta o IVA é o consumidor final. Outrossim, neutral é, o
bem que vem de fora terá as mesmas condições do bem que é produzido no território
nacional vice-versa, ou seja, neutral porque favorece a concorrência, competição
produtiva e a criatividade. Deste modo o imposto, não afecta as opções do agente
económico e é não discriminatório, isto é, não discrimina produtos nacionais ou
estrangeiros. Consequentemente aplica-se aos produtos independentemente da sua origem
a mesma taxa.

Portanto, por esta ordem de razoes, por ser neutral e não discriminatórias diz-se que é um
imposto que favorece a concorrência. Efectivamente, o IVA ao não favorecer o agente
económico obriga-o a competir em condições de igualdade com os outros agentes
económicos.

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Conclusão
Depois da elaboração do presente trabalho conclui se que o IVA foi adoptado em
Moçambique em 1999, o que culminou com a revogação dos impostos que vigoravam
antes da sua adopção que são o Imposto de Consumo e o Imposto de Circulação. O Iva de
Moçambique tem uma grande proximidade nas suas características com o sistema do IVA
da União Europeia, mas com características peculiares que resultaram na sua natural
adaptação à realidade nacional.

O princípio de Neutralidade afirma que o IVA é um factor de decisão económica.


Defende que existe neutralidade ao consumo quando o imposto não influi escolhas dos
diversos bens ou serviços por parte dos consumidores.

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Referências Bibliográficas
AGIGI, Ibraim Abu. Parecer sobre a nova disciplina do IVA na locação – Maputo, 18 de
Junho de 2008.

Ministério das Finanças – Autoridade tributária de Moçambique – DGI – perguntas mais


frequentes em sede do IVA – Maputo.

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