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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO


SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia


Superintendência de Planejamento e Gestão Territorial
Diretoria de Planejamento Territorial

CENÁRIO ATUAL DO LITORAL SUL:


DESENVOLVIMENTO URBANO REGIONAL
Diagnóstico Técnico

Setembro/2014

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Foto: Serra Grande – Uruçuca
Crédito: SEDUR/SGT/DPLANT (2014)
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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

Jaques Wagner

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR

Manuel Ribeiro Filho

SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL - SGT

Lívia Maria Gabrielli de Azevêdo

DIRETORIA DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL - DPLANT

Mara Rosana Castagno

COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO REGIONAL - CPR

Homero Mazottini Saes

EQUIPE TÉCNICA

Gabriel Oliveira – Urbanista


Isadora Aragão – Urbanista
João Pena – Urbanista
Luciana Caribe – Arquiteta/Urbanista
Maria Dulce Lavigne L. Mota – Arquiteta/Urbanista
Natássia Gavazza – Arquiteta/Urbanista
Sara Cavalcante – Arquiteta/Urbanista

CONSULTOR

Wolfgang Reiber – Arquiteto/Urbanista

APOIO EQUIPE TÉCNICA (ESTAGIÁRIOS)

André Santos – Urbanismo


Diana Mattos – Urbanismo
Joana Falcão – Urbanismo

Setembro/2014

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Sumário
1 Apresentação ..................................................................................................... 9

2 Introdução ........................................................................................................ 10

3 Metodologia ..................................................................................................... 11

3.1 Área de Abrangência Física do Diagnóstico 14

4 Caracterização do Litoral Sul ............................................................................. 17

4.1 Aspectos da Configuração Urbana 24

4.1.1 Rede Urbana da Bahia: Região de Influência Ilhéus-Itabuna 24

4.1.2 Municípios das AID e AII do Porto Sul 28

4.1.3 Comunidades Tradicionais: Indígenas e Quilombolas 37

4.2 Aspectos da Infraestrutura Física 51

4.2.1 Energia e Gás Natural 51

4.2.2 Água, Esgoto e Resíduos Sólidos 59

4.2.3 Sistema Viário Regional 68

4.2.4 Rede Banda Larga 75

4.3 Aspectos Ambientais 76

4.3.1 Restrições Ambientais 76

4.3.2 Zoneamento Ecológico Econômico da Bahia 84

4.4 Aspectos Econômicos 97

4.4.1 Cadeias Produtivas 98

4.4.2 Turismo 121

4.5 Aspectos Demográficos e Sociais 128

4.5.1 Educação 129

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4.5.2 Saúde 135

4.5.3 Habitação 148

5 Espaços de Gestão Pública, Participação Social e Articulação Regional ............. 150

6 Instrumentos de Planejamento e Política Urbana ............................................ 167

7 Estratégias de Desenvolvimento Regional ....................................................... 180

7.1 Síntese das Ações do PAC e do Caderno de Investimentos do Porto Sul


180

7.2 Porto Sul e FIOL 188

7.3 Zona de Processamento de Exportação (ZPE Bahia) 191

7.4 Gasoduto da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) 193

7.5 Duplicação da BR 415 195

7.6 Universidade Federal do Sul da Bahia 196

7.7 Novo Aeroporto Internacional 198

7.8 Hospital Regional da Costa do Cacau 199

7.9 Nova Ponte Ilhéus – Pontal 200

7.10 Rede Banda Larga e Cidades Digitais 202

8 Litoral Sul: Principais Acontecimentos e Conseqüências .................................. 206

9 Desenvolvimento Urbano Sustentável do Litoral Sul:


Diretrizes/Encaminhamentos Preliminares ........................................................... 213

10 Conclusões...................................................................................................... 220

11 Referências ..................................................................................................... 227

ANEXOS

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Siglas
AEE – Área do Entorno do Empreendimento

AID – Área de Influência Direta

AII – Área de Influência Indireta

ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações

APA – Área de Proteção Ambiental

ATEFFA – Associação dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária do Estado da


Bahia

AU – Aglomeração Urbana

BAHIAGÁS – Companhia de Gás da Bahia

BAHIATURSA - Empresa de Turismo da Bahia

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CEPLAC - Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira

CET - Coordenação Estadual dos Territórios de Identidade da Bahia

CHESF - Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

CODES - Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia

CODETER - Colegiados Territoriais

COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

CONCIDADES - Conselhos Nacional das Cidades

DERBA - Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia

DIBIP - Diretoria de Bibliotecas Públicas do Estado

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DPLANT – Diretoria de Planejamento

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

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EMBASA – Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A.

FCP – Fundação Cultural Palmares

FICC – Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania

FIOL – Ferrovia de Integração Oeste - Leste

FUNAI – Fundação Nacional do Índio

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

GASENE - Gasoduto Sudeste-Nordeste

GNV - Gás Natural Veicular

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBEM – Estatísticas dos Municípios Baianos

ICMBIO - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IFDM – Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal

INEMA - Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

IPHAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

ITR - Isenção do Imposto Territorial Rural

MUNIC – Pesquisa de Informações Básicas Municipais

NOC - Núcleo de Operação e Controle

PAC – Plano de Aceleração de Crescimento

PDDU – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

PDITS – Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável

PEA – População Economicamente Ativa

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PGIRS - Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos

PGLU - Plano de Gestão de Limpeza Urbana

PIA – População em Idade Ativa

PIB – Produto Interno Bruto

PL – Projeto de Lei

PLANEHAB - Plano Estadual de Habitação de Interesse Social e Regularização Fundiária

PLHIS - Planos Locais de Habitação de Interesse Social

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNBL – Plano Nacional de Banda Larga

POP - Pontos de Presença

PPA - Plano Plurianual Participativo

PRODEB – Processamento de Dados do Estado da Bahia

PRODETUR - Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste

PTDS – Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável

RI – Região de Influência

RIMA – Relatório de Impacto ao Meio Ambiente

RM – Região Metropolitana

RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural

RTDI - Relatório Técnico de Identificação e Delimitação

SECTI – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia

SECULT - Secretaria de Cultura do Estado da Bahia

SEDUR - Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia

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SEPLAN - Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia

SEMA – Secretaria do Meio Ambiente da Bahia

SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

SEINFRA – Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia

SGT – Superintendência de Gestão Territorial

SICM - Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração

SNHIS - Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

SVO – Sistema Viário Oeste

TI – Território de Identidade

UC – Unidade de Conservação

UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz

UFSB – Universidade Federal do Sul da Bahia

ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico

ZPE - Zona de Processamento de Exportação

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1 Apresentação

Este trabalho de produção de informação e conhecimento, idealizado e priorizado


no âmbito da Superintendência de Planejamento e Gestão Territorial (SGT) da
Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (SEDUR/BA), consiste em projeto
pioneiro de elaboração de diagnóstico técnico da realidade territorial urbana do
Estado da Bahia. O recorte espacial do trabalho é o Território de Identidade Litoral Sul
da Bahia, a Região de Influência das cidades de Ilhéus Itabuna, definida no Estudo da
Rede Urbana da Bahia, com aprofundamento na escala geográfica das Áreas de
Influência Direta e Indireta do Porto Sul, definidas pelo seu EIA/RIMA.

O trabalho procurou identificar e caracterizar os aspectos mais relevantes da


realidade urbana do território, na medida do possível, transformando-as em
informações geoespacializadas, sempre tendo por referência os novos elementos
estruturantes e indutores da nova estratégia de desenvolvimento sustentável,
proposta pelo governo nacional e estadual para a região, sendo os principais a
implantação do Porto Sul no litoral do Município de Ilhéus, a Ferrovia de Integração
Oeste Leste – FIOL que será interligada ao Porto Sul, a duplicação da BR 101 e da BR
415 e a construção do Aeroporto Internacional, além da implantação da Universidade
Federal do Sul da Bahia, do Hospital Regional da Costa do Cacau e da construção da
nova ponte Ilhéus – Pontal.

Nessa perspectiva, o Diagnóstico Técnico do Litoral Sul ora elaborado se constitui


em subsídio técnico ao processo de definição de estratégias de desenvolvimento
regional urbano sustentável da região do Litoral Sul da Bahia. Para sua validação, bem
como para a promoção do diálogo interinstitucional, o Diagnóstico foi apresentado no
I Seminário de Planejamento de Cidades, promovido pela Universidade Estadual de
Santa Cruz (UESC) em agosto de 2014, como primeiro exercício de discussão com o
setor acadêmico e gestores municipais da região. Este evento evidenciou a
importância de sua divulgação para que o mesmo cumpra a sua função de referência

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de cenário atual para a elaboração de futuros cenários de desenvolvimento urbano


sustentável.

2 Introdução

Entre os fundamentos motivadores da elaboração do Diagnóstico Técnico do


Litoral Sul da Bahia, o principal é o que a região irá passar por significativas
transformações urbanas nos próximos anos com a implantação de empreendimentos
industriais, logísticos e de infraestrutura viária, de transporte e social que, quase
sempre, causam impactos ambientais, econômicos, sociais e também urbanos. Em
última instância, e de modo geral, são determinantes de transformações nos
municípios, cidades e regiões que passam a apresentar significativas taxas de
crescimento demográfico e maior utilização e pressão sobre a rede pública básica:
saúde, educação, assistência social e segurança pública, bem como sobre a
infraestrutura urbana: rede elétrica, água e esgoto, drenagem, resíduos sólidos,
sistema viário, de circulação, mobilidade e habitação, além da formação de número
significativo de áreas de expansão urbana.

Os impactos urbanos que muito provavelmente serão causados pelo novo ciclo de
investimentos econômicos e sociais no Litoral Sul da Bahia acontecerão sobre passivo
herdado pelo processo de urbanização do país e da Bahia, um dos mais rápidos e
intensos da história mundial. Além de territorialmente concentrado, o processo de
urbanização gerou segregação sócio-espacial, manifestada na condição de ilegalidade
e precariedade do espaço urbano em boa parte dos municípios baianos. Segundo o
Censo 2010 do IBGE, no Estado da Bahia, 25% dos domicílios urbanos localizavam-se
em “aglomerados subnormais”, 45% não estavam ligados à rede geral de esgoto ou
pluvial, 23% não tinham lixo coletado, 76% estavam localizados em vias sem drenagem
e 28% em vias sem pavimentação, assim como 35% não possuíam calçada e meio-fio e
97% estavam localizados em vias sem rampa para cadeirantes.

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Além do passivo urbano, a crise da lavoura de cacau acelerou o continuo e


persistente processo de urbanização regional, tanto alimentado pela migração rural
como pelo esvaziamento demográfico de significativo número de pequenos municípios
da região, caracterizando o Litoral Sul pela redução da população total e crescimento
da população urbana no período de 2000 a 2010, o que revelou o significativo
processo de migração interna da população rural para as cidades da região.

O novo ciclo de investimentos econômicos e sociais também poderá causar


transformações na rede de cidades da região, agravando uma de suas principais
características: rede urbana com grandes desníveis entre os seus níveis hierárquicos e
baixa relação entre o número de municípios e a existência de centros urbanos sub-
regionais, pois há falta de cidades em posições hierárquicas intermediárias capazes de
atender as demandas da população sem necessidade de longos deslocamentos.

Neste contexto de impactos urbanos associados à nova estratégia de


desenvolvimento econômico e social proposta pelo governo nacional e estadual para a
região é que se insere a elaboração deste trabalho de produção de informação e
conhecimento sobre a realidade territorial urbana da região, mas principalmente com
o sentido de que possa servir de subsídio técnico ao processo público e participativo
de definição de estratégias de desenvolvimento regional urbano sustentável da região
do Litoral Sul da Bahia.

3 Metodologia

Para a elaboração deste diagnóstico técnico, partiu-se de três premissas


fundamentais: a primeira é que ocorrerão significativos impactos urbanos no Litoral
Sul da Bahia com a implantação da nova estratégia de desenvolvimento econômico e
social proposta pelo governo nacional e estadual para a região, materializada
principalmente na construção do Porto Sul no litoral do município de Ilhéus, da
Ferrovia de Integração Oeste Leste – FIOL que será interligada ao Porto Sul, da

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duplicação da BR 101 e da BR 415 e da construção do Aeroporto Internacional.


Procurou-se obter dados atualizados junto aos responsáveis pela implantação dos
referidos empreendimentos, complementados quando factível por mapas e outras
peças gráficas.

A segunda premissa é a de que é possível compatibilizar o projeto de


desenvolvimento econômico e social proposto com a sustentabilidade ambiental, bem
como com o desenvolvimento das potencialidades presentes e existentes na economia
e sociedade regional. Compatibilidade que poderá ser alcançada através da adoção dos
princípios do desenvolvimento sustentável: compreendido como a possibilidade de
atendimento às necessidades básicas, num processo continuado de mudanças
harmônicas na relação sociedade-natureza e cuja pauta de investimentos reflitam a
consciência das necessidades atuais e futuras.

E a terceira premissa de partida assumida é a de que: “Nenhuma escala espacial


per si é boa ou ruim. É preciso discutir a espacialidade dos problemas e realizar
políticas levando em consideração a escala específica destes” 1. Assim, considerando a
realidade, principalmente urbana da região, foram adotadas diferentes escalas
espaciais para o seu conhecimento: O Território de Identidade Litoral Sul da Bahia,
unidade oficial de gestão e planejamento adotada pelo Governo da Bahia, a Região de
Influência das cidades de Ilhéus Itabuna, definida no Estudo da Rede Urbana da Bahia,
com aprofundamento na escala geográfica das Áreas de Influência Direta e Indireta do
Porto Sul, definidas pelo seu EIA/RIMA.

Por fim, foi adotada a escala geográfica conjunta dos Territórios de Identidade do
Litoral Sul e do Baixo Sul do Estado da Bahia, dada a relativa semelhança ambiental,

1
Brandão, Carlos Rodrigues. O Processo de Subdesenvolvimento, As Desigualdades
Espaciais e o “Jogo das Escalas” in Desigualdades Regionais. Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Salvador, 2004.

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econômica e social existente entre as duas regiões, além de partilharem o mesmo


processo histórico de formação e, o mais importante, de muito provavelmente
compartilharem o mesmo destino histórico, pois, de um lado, a implantação do
Sistema Viário Oeste, principalmente a construção da ponte Salvador Itaparica, e de
outro lado a instalação do Porto Sul, elevarão muito o nível de interdependência entre
a Região Metropolitana de Salvador, Recôncavo Baiano, Baixo Sul e Litoral Sul, criando
muito provavelmente o mais vetor territorial de desenvolvimento econômico e social
da Bahia nas duas próximas décadas.

As três premissas (impactos urbanos, desenvolvimento urbano sustentável e


multiplicidade de escalas) foram utilizadas como critério de corte, de seleção das
variáveis e aspectos da realidade regional urbana que compõem o Diagnóstico Técnico
do Litoral Sul, como exemplos: a identificação e caracterização das principais cadeias
produtivas agrárias florestais e a identificação da hierarquia de cidades existentes na
região. De modo que o trabalho procurou revelar e caracterizar os aspectos mais
relevantes da realidade urbana do território, selecionando-os segundo as três
premissas adotadas, e na medida do possível transformando-os em informações
geoespacializadas. Sempre que possível se utilizou de recursos de geoprocessamento e
cartografia de modo a permitir uma visão espacial dos dados no território.

No processo de pesquisa foram levantadas informações sobre os principais


instrumentos de política urbana vigente ou utilizados pelos municípios do Litoral Sul,
como Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano, Planos Locais de Habitação de
Interesse Social, Planos Municipais de Saneamento Básico e Planos de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos. Também foram levantadas informações sobre a
existência e a efetividades dos Conselhos Municipais de Cidade ou de outros
relacionados ao desenvolvimento urbano, como Habitação, Saneamento etc.

Quanto à questão da participação social nas políticas públicas, considerou-se de


suma importância conhecer e relacionar o que denominamos e classificamos como:
“espaços municipais e regionais de gestão pública”, “espaços municipais e regionais de

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gestão participativa” e “espaços de articulação regional”. Para tanto, se fez um


levantamento prévio seguido de visitas e entrevistas com diversos representantes da
sociedade civil organizada e dos poderes públicos instituídos da região, de modo a
produzir um quadro, ainda que preliminar, das principais lideranças, interlocutores e
mediadores do território do Litoral Sul da Bahia.

3.1 Área de Abrangência Física do Diagnóstico

O recorte alvo compreende a íntegra do Território de Identidade do Litoral Sul com


foco nas áreas de influência direta (AID) e indireta (AII) do Porto Sul. Além disso, é
considerado a Região de Influência de Ilhéus-Itabuna, definida no Estudo da Rede
Urbana da Bahia. Dentro deste contorno, destacam-se os municípios de Ilhéus, Itabuna
e Uruçuca, como pertencentes a AID, e os municípios de Coaraci, Barro Preto, Itajuípe
e Itacaré, como pertencentes à AII.

O recorte permite um aprofundamento necessário para a orientação em relação ao


desenvolvimento regional urbano nesta parte do território baiano. Além deste recorte
territorial, para o planejamento urbanístico são definidos os vetores de expansão
urbana de Ilhéus: BA 001 (trecho Porto de Ilhéus até - Ponta da Tulha inclusive
comunidades da AEE), e também para BA 262 (Ilhéus – Uruçuca).

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Mapa da Abrangência Física do Diagnóstico

Fonte: EIA-RIMA do Porto Sul – 2011


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2013

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Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2013

Área de Abrangência dos Planos Urbanísticos

Fonte: EIA/RIMA Porto Sul – 2011

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4 Caracterização do Litoral Sul

O Governo do Estado da Bahia estabeleceu uma divisão física do seu território a


partir da correlação, em relação aos municípios, de elementos sociais, econômicos,
ambientais e políticos para auxiliar, diante da realidade local e das especificidades de
cada região, no planejamento e desenvolvimento territorial e sustentável. Para tal,
estabeleceu uma divisão de 27 (vinte e sete) Territórios de Identidade como unidades
de planejamento e gestão.

Segundo a SEPLAN, “território é conceituado como um espaço físico,


geograficamente definido, geralmente contínuo, caracterizado por critérios
multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política
e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se
relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode
distinguir um ou mais elementos que indicam identidade, coesão social, cultural e
territorial”.

A territorialização do Estado foi construída com a participação efetiva da sociedade


civil e do poder público, dos governos federal e estadual, e de organizações sociais e
não governamentais.

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Mapa dos Territórios de Identidade da Bahia

Fonte: CET (Coordenação Estadual dos Territórios de Identidade da Bahia)

O Território de Identidade Litoral Sul apresenta uma área total equivalente a


15.153,75km², de acordo com a CET (Coordenação Estadual dos Territórios de
Identidade da Bahia), e faz divisa com outros 4 (quatro) territórios: Baixo Sul, Médio
Rio de Contas, Médio Sudoeste da Bahia e Costa do Descobrimento. Além disso, é
composto por 27 (vinte e sete) municípios, sendo eles:

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 Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Barro Preto, Buerarema, Camacan,


Canavieiras, Coaraci, Floresta Azul, Ibicaraí, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Itaju do
Colônia, Itajuípe, Itapé, Itapitanga, Jussari, Maraú, Mascote, Pau Brasil,
Santa Luzia, São José da Vitória, Ubaitaba, Una e Uruçuca.

Mapa do Território de Identidade Litoral Sul – Bahia

Fonte: CET (Coordenação Estadual dos Territórios de Identidade da Bahia)

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Aspectos Gerais do TI Litoral Sul – Bahia, 2012

Fonte: IBEM – Estatísticas dos Municípios Baianos. Salvador. Vl 4. N 1. 2012.

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Dados Gerais do TI Litoral Sul

POPULAÇÃO - MUNICÍPIOS TERRITÓRIO LITORAL SUL (IBGE, 2000/2010)


Área Taxa de Grau de PIB em R$ PIB Per IDHM
Área CENSO 2010 CENSO 2000
MUNICÍPIOS Urbanizada Crescimento Urbanização 1000,00 Capita em 2010
(km²)
(km²) POP. TOTAL POP. TOTAL anual (%) (%) (2004) R$ (2004)
ALMADINA 247,8 0,27 6.357 7.862 -2,36 68,9 29.543 4.368 0,563
ARATACA 397,5 2,7 10.392 11.218 -1,36 48,9 29.288 2.929 0,559
AURELINO LEAL 448 1,52 13.595 17.149 -2,60 81,3 46.670 2.611 0,568
BARRO PRETO 121 1,13 6.453 8.602 -3,33 60 15.214 2.008 0,602
BUERAREMA 210,3 1,62 18.605 19.118 -0,57 85 60.324 3.308 0,613
CAMACÃ 635,2 1,99 31.472 31.055 -0,29 78,2 73.395 2.621 0,581
CANAVIEIRAS 1380,5 2,08 32.336 35.322 -0,96 74,6 99.239 2.718 0,59
COARACI 297,9 1,94 20.964 27.852 -3,23 83,5 71.741 2.737 0,613
FLORESTA AZUL 352,9 1,23 10.660 11.614 -0,89 65 31.994 3.070 0,557
IBICARAI 218,7 1,77 24.272 28.861 -2,02 67 59.735 2.134 0,625
ILHÉUS 1847,7 6,66 184.236 222.127 -2,55 28,7 1.853.021 8.373 0,69
ITABUNA 444,8 9 204.667 196.675 0,28 73 1.078.178 5.323 0,712
ITACARÉ 732,9 1,26 24.318 18.120 2,34 97,2 52.522 2.924 0,583
ITAJÚ DO COLÔNIA 1221,8 1,19 7.309 8.580 -1,82 43,9 36.267 4.551 0,592
ITAJUÍPE 297 1,62 21.081 22.511 -0,77 75,1 138.844 6.528 0,599
ITAPÉ 444,8 1,29 10.995 14.639 -3,49 71,6 33.950 2.403 0,599
ITAPITANGA 412 1,22 10.207 10.382 -0,17 59,2 33.566 4.307 0,571
JUSSARI 358 1,13 6.474 7.556 -1,80 68,3 30.527 4.307 0,567

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MARAÚ 777,3 0,37 19.101 18.366 0,37 67,8 51.681 2.747 0,593
MASCOTE 711,7 1,43 14.640 16.093 -1,26 15,5 36.575 2.613 0,581
PAU BRASIL 611,7 0,36 10.852 13.048 -2,32 73,7 32.756 2.862 0,583
SANTA LUZIA 788,1 1,27 13.344 15.503 -2,30 67 35.950 2.383 0,556
SÃO JOSÉ DA VITÓRIA 53,6 1,13 5.715 6.210 -0,87 53,7 16.738 3.417 0,546
UBAITABA 222,6 1,73 20.691 23.854 1,57 83 60.824 2.405 0,611
UNA 1163,5 1,58 24.110 31.261 2,91 77,9 91.404 2.603 0,56
URUÇUCA 338,9 1,53 19.837 20.323 0,26 68,9 46.675 3.118 0,616
TOTAL 14736,2 49,02 772.683 843.901 66,80 4.146.621
Fonte: IBGE – 2010.
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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4.1 Aspectos da Configuração Urbana

Um dos principais objetivos do planejamento é orientar a estruturação do


território para que, além de habitat humano acolhedor, funcional e sustentável, seja
ele próprio uma base produtiva includente, geradora de riquezas efetivamente
apropriadas por sua população. Para tal, torna-se necessário uma rede urbana
estruturante que se comunique e imprima ao território uma potencialidade urbana de
apoio entre os municípios e, conseqüentemente, que induza uma expansão de
crescimento ordenada e capaz de suprir as necessidades da sociedade.

4.1.1 Rede Urbana da Bahia: Região de Influência Ilhéus-Itabuna

O Estudo da Rede Urbana da Bahia (2011), realizado pela SEDUR como imperativo
de balizamento à formulação de uma política urbana integrada para todo o Estado,
identifica e caracteriza as nucleações que exercem centralidade em relação a uma
determinada região de influência e classifica o nível dessa polarização que pode ser
estadual, regional, sub-regional ou local, decodificando o desenho das conexões e
dinâmicas que precisam ser compreendidas como primeiro embasamento do
planejamento regional urbano.

O TI Litoral Sul se insere em uma das quatro Regiões de Influência nucleadas por
cidades polo de magnitude regional, compondo neste conjunto uma faixa territorial
adjacente às divisas do Estado que, ao lado dos Territórios de Identidade da RMS e
Feira de Santana, estrutura o recorte mais significativo da Bahia em termos de
população, economia e funcionalidades urbanas.

Segundo o Estudo, a Região de Influência de Ilhéus – Itabuna constitui um


subsistema urbano complexo que, em seu conjunto, é diretamente polarizado por
Salvador. Formada por 32 municípios, possui 927 mil habitantes, sendo a quarta maior
população dentre as Regiões de Influência da Bahia e taxa de urbanização de 66%,
também entre as maiores do Estado.

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Mapa destacando a Região de Influência de Ilhéus – Itabuna

Fonte: Estudo da Rede Urbana da Bahia (2011)

Em relação à sua configuração urbana regional, três características lhe são


distintivas:

 A primeira diz respeito à existência de grande número de cidades em pequena


extensão territorial, repetindo um padrão urbano que predomina em quase

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toda costa marítima baiana e brasileira, contrapondo-se à rarefeita rede de


cidades do interior da Bahia e também de boa parte do interior continental do
Brasil.

 A segunda refere-se à existência de aglomeração urbana constituída pelas


cidades de Ilhéus e Itabuna, distantes apenas 31,1 quilômetros uma da outra.
São cidades de porte médio, capitais regionais que apresentam relativa divisão
e complementaridade de funções e atividades, além de participarem com
46,5% da população e 68,7% do PIB total da Região de Influência.

 A terceira característica urbana distintiva da formação urbana regional é a


existência de dois “anéis urbanos”, subsistemas urbanos gradativamente
menos complexos, configurados segundo a distância de Itabuna/Ilhéus. No
primeiro “anel urbano”, no raio de até 50 km, estão localizadas onze cidades,
destacando-se Ibicarai como a centralidade urbana mais importante do anel.
No segundo “anel urbano”, no raio de até 100 km de Itabuna/Ilhéus, situam-se
16 cidades, destacando-se Camacan e Canavieiras como as centralidades
urbanas mais importantes do anel.

Demograficamente, na sua totalidade, apesar da ocorrência de dinâmicas


populacionais diferenciadas entre seus municípios, a Região de Influência de Ilhéus –
Itabuna é caracterizada pelo esvaziamento populacional, com taxas negativas de
crescimento demográfico e saldo migratório negativo de 2002 a 2007 (IBGE), com
exceção de apenas quatro municípios dentre os 32 que a constituem: Iguaí, Itacaré,
Uruçuca e Firmino Alves, que tiveram saldos migratórios e taxas positivas de
crescimento populacional no período. Os municípios de Ubaitaba e Itacaré estão entre
os municípios com as maiores taxas de crescimento urbano da Bahia, respectivamente
de 8% e 12% para o mesmo período, no entanto são dinâmicas demográficas distintas:
no caso de Itacaré houve saldo migratório positivo, com crescimento tanto da
população urbana quanto da rural, no caso de Ubaitaba houve saldo migratório

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negativo, com significativo crescimento da população urbana, porém com redução


ainda maior da população rural.

Entre as vinte Regiões de Influência do Estado da Bahia, o 3º PIB é o da Região de


Influência de Ilhéus – Itabuna, que representou 4,7% do PIB estadual em 2007,
destacando-se as atividades relacionadas ao turismo e as funções urbanas de Ilhéus e
Itabuna, com escalas relativamente expressivas e diversificadas de comércio e serviços.
A atividade manufatureira concentra-se nos distritos industriais de Ilhéus e Itabuna,
com destaque para a fabricação de equipamentos de informática e telecomunicações,
alimentos, produtos químicos, cacau e seus derivados, beneficiamento de mármore e
granito. Apesar do declínio do setor agropecuário, a borracha vem ocupando o lugar
do cacau, principalmente nos municípios de Una, Maraú, Barro Preto e Ilhéus. O PIB
per capita é menor do que o estadual e a sua taxa média anual de crescimento entre
2002 e 2007 foi inferior à da Bahia, resultado da crise da economia cacaueira associada
ao lento e difícil processo de reconversão e diversificação da economia regional.

Possui apenas um indicador em boa situação em relação à infraestrutura urbana


básica, que é de energia elétrica. Os demais (abastecimento de água, esgotamento
sanitário e coleta de lixo) não chegam a atingir 75% dos domicílios.

Os aspectos econômicos foram elaborados tomando como base teórica o Índice


Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) da Região de Influência de Ilhéus-Itabuna,
os quais apontam para a heterogeneidade das condições sociais regionais, com
destaque negativo para dimensão de emprego e renda, refletindo os problemas de
estrutura e dinamismo da economia regional. Nessa dimensão, o índice Firjan é, em
geral, de baixo desenvolvimento, exceto nos casos dos municípios de Ilhéus
(desenvolvimento moderado) e Itabuna, Itacaré e Ubaitaba (desenvolvimento regular).
Na dimensão saúde, os municípios apresentam índices de desenvolvimento de regular
para moderado e na dimensão educação, o índice é de baixo desenvolvimento nos
municípios de Maraú, Mascote, Santa Luzia e Una.

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A RI Ilhéus-Itabuna é um dos mais importantes nós da rede urbana da Bahia e os


projetos Porto Sul e Ferrovia Oeste – Leste (um dos principais vetores de
investimentos na infraestrutura econômica regional) tenderão a ampliar a centralidade
e influência de Ilhéus na rede urbana regional e estadual, com reflexos diretos sobre
Itabuna, acelerando o processo em curso de migração rural, urbanização e de
formação da aglomeração urbana Ilhéus – Itabuna.

4.1.2 Municípios das AID e AII do Porto Sul

Para o Porto Sul, principal estratégia de desenvolvimento do território, a análise e


diagnóstico dos municípios que compõem as áreas de influência direta e indireta do
Porto são de crucial importância. Toda a dinâmica destes centros urbanos sofrerá
impactos significativos e que alterarão a sua atual estrutura física, social, ambiental e
econômica.

Para esta síntese sobre os municípios da AID e AII do Porto sul, foi feito um
levantamento de imagens aéreas (satélite) para a análise dos seguintes aspectos: área
territorial e urbanizada, manchas urbanas, vias estruturantes, entorno imediato e
paisagem natural. Estes fatores permitem compreender a configuração destes
municípios e sua relação com o território.

Além disso, para uma análise mais direta sobre a infraestrutura urbana das sedes
em questão, foi utilizada a pesquisa sobre as “Características Urbanísticas do Entorno
dos Domicílios do Brasil”, desenvolvida pelo IBGE com base nos levantamentos do
Censo Demográfico 2010. O detalhamento apresentado cobriu aspectos importantes
da infraestrutura urbana, com destaque para duas importantes dimensões: a
circulação e o meio ambiente.

Ao cobrir as características urbanísticas do entorno dos domicílios urbanos, o IBGE


disponibilizou informações que propiciam aferir as condições de moradia da

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população, subsidiar o planejamento interurbano e apoiar as atividades dos gestores


municipais.

A mais significativa configuração urbana do território é do município de Ilhéus.


Com área de 1.760,11km² e população total de 184.236 habitantes (IBGE, 2010),
possui densidade demográfica de 104,67hab./km². Deste total de área, 6,66km² é de
área urbanizada. A malha urbana esta locada numa região litorânea, irregular e
seguindo a configuração da paisagem natural, expandindo-se para o centro baiano a
partir da BR 415. A BA 001 faz a ligação de Ilhéus com o norte/sul do Estado, se
definindo como uma possível área de expansão urbana para o município. A BA 262 é
outra via estadual que faz ligação direta com o município de Uruçuca, área já
identificada para a elaboração de um plano urbanístico.

O tecido urbano de Ilhéus é envolto por APAs e unidades de conservação e,


conseqüentemente, existem políticas de proteção para estes espaços, limitando a
malha urbana. Além disso, possui extensa faixa litorânea, atraindo investimentos
ligados ao turismo e atividades portuárias. Em relação ao uso da terra, 44% do
território de Ilhéus é utilizado para a agricultura, 49% para a cobertura vegetal e 5% de
pecuária.

Sobre a infraestrutura urbana do entorno dos domicílios, Ilhéus apresenta uma alta
cobertura de iluminação pública (93%) e taxa de 75% de oferta de pavimentação, mas
esses valores diminuem em relação ao esgotamento sanitário (10%), inferior às médias
estadual e nacional, e lixo acumulado nos logradouros, com 6%. Sobre a taxa de
arborização, Ilhéus apresenta 49% do entorno dos domicílios em relação a esta
variável.

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Imagem aérea do município de Ilhéus

Fonte: Dados Cartográficos, Google Imagens, Cnes/Spot Image, Digital Globe (2014)

Ainda na área de influência direta do Porto Sul, Itabuna possui importância


relevante para o território, pois configura com Ilhéus um dos principais bipolos
regionais do Estado. Possui uma área territorial de 432,24km² e população total (2010)
de 204.667 habitantes. O município apresenta como principais vias estruturantes a BR
415 e BR 101. A BR 415 faz ligação direta com o município de Ilhéus, configurando um
traçado urbano com características de aglomeração urbana. A malha urbana se
apresenta de forma densa e concêntrica, devido à grande densidade demográfica
(473,50hab./km²) existente. Além disso, 9,00km² desta área são urbanizadas, maior
que do município de Ilhéus, intensificando sua relevância urbana no território. Em
relação ao uso da terra, 59% do território de Itabuna é utilizado para a agricultura, 31%
para a cobertura vegetal e 4% de pecuária.

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Sobre a infraestrutura urbana do entorno dos domicílios, Itabuna apresenta uma


alta cobertura de iluminação pública (96%) e taxa de 60% de oferta de pavimentação
das vias, mas esses valores diminuem em relação ao esgotamento sanitário (18%),
inferior às médias estadual e nacional, e lixo acumulado nos logradouros, com 7%.
Sobre a taxa de arborização, Itabuna apresenta 50% do entorno dos domicílios em
relação a esta variável.

Imagem aérea do município de Itabuna

Fonte: Dados Cartográficos, Google Imagens, Cnes/Spot Image, Digital Globe (2014)

Territorialmente, Uruçuca possui uma área de 391,9km² e 1,53km² de área


urbanizada. Em 2010, de acordo com o IBGE, sua população total chegava a 19.837
habitantes e densidade demográfica de 50,61km²/hab. As principais vias estruturantes
que interliga o tecido urbano com os demais municípios são as BA 262 e BA 655.
Apresenta um traçado urbano irregular, expandido a partir de um centro e ao longo da
BA 262. O município de Uruçuca está todo rodeado por APAs e/ou unidades de

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conservação. Esta paisagem natural preservada torna-se um grande contraponto em


relação à expansão urbana. Em relação ao uso da terra, 62% do território de Uruçuca é
utilizado para a agricultura, 35% para a cobertura vegetal e 3% de pecuária.

Sobre a infraestrutura urbana do entorno dos domicílios, Uruçuca apresenta uma


alta cobertura de iluminação pública (97%) e taxa de 75% de oferta de pavimentação
das vias, mas esses valores diminuem em relação ao esgotamento sanitário (17%),
inferior às médias estadual e nacional, e lixo acumulado nos logradouros, com 2%.
Sobre a taxa de arborização, Uruçuca apresenta 42% do entorno dos domicílios em
relação a esta variável.

Imagem aérea do município de Uruçuca

Fonte: Dados Cartográficos, Google Imagens, Cnes/Spot Image, Digital Globe (2014)

De acordo com os dados levantados, sabe-se que Itacaré será o município com o
maior número de investimentos na área turística. Com uma área territorial de
737,86km², 1,25km² de área urbanizada, população total de 24.318 habitantes e

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densidade demográfica de 32,96km²/hab, a sua malha urbana se configura num


aglomerado não concêntrico, litorâneo e adensado numa paisagem natural
privilegiada. A principal via estruturante de ligação com o território é a BA 654. Além
disso, possui sua área de expansão atrelada à paisagem e configuração natural,
também rodeado por APAs e unidades de conservação, pois assim como Ilhéus, é uma
cidade litorânea e de grande atrativo de investimento internacional. Em relação ao uso
da terra, 50% do território de Itacaré é utilizado para a agricultura, 43% para a
cobertura vegetal e 5% de pecuária.

Sobre a infraestrutura urbana do entorno dos domicílios, Itacaré apresenta uma


alta cobertura de iluminação pública (80%) e taxa de 75% de oferta de pavimentação,
mas esses valores diminuem em relação ao esgotamento sanitário (10%), inferior às
médias estadual e nacional, e lixo acumulado nos logradouros, com 1%. Sobre a taxa
de arborização, Itacaré apresenta 15% do entorno dos domicílios em relação a esta
variável.

Imagem aérea do município de Itacaré

Fonte: Dados Cartográficos, Google Imagens, Cnes/Spot Image, Digital Globe (2014)

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Coaraci é um dos municípios que compõem a AII do Porto Sul. Apresenta uma área
territorial de 282,66km², área urbanizada de 1,94km², população estimada, em 2010,
de 20.964 habitantes e densidade demográfica de 74,17 hab./km². Apresenta uma
malha urbana irregular, não concêntrica e estruturada viariamente pelas BAs 262 e
651. A expansão do tecido urbano segue este traçado viário. Em relação ao uso da
terra, 56% do território de Coaraci é utilizado para a agricultura, 33% para a cobertura
vegetal e 10% de pecuária.

Sobre a infraestrutura urbana do entorno dos domicílios, Coaraci apresenta uma


alta cobertura de iluminação pública (98%) e taxa de 80% de oferta de pavimentação
das vias, mas esses valores diminuem em relação ao esgotamento sanitário (3%),
inferior às médias estadual e nacional, e lixo acumulado nos logradouros, com 1%.
Sobre a taxa de arborização, Coaraci apresenta 18% do entorno dos domicílios em
relação a esta variável.

Imagem aérea do município de Coaraci

Fonte: Dados Cartográficos, Google Imagens, Cnes/Spot Image, Digital Globe (2014)

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Itajuípe, juntamente com Coaraci, é o município que apresenta a maior densidade


demográfica (74,10hab./km²) da AII do Porto Sul, pois apresentava, em 2010, uma
população de 21.081 habitantes distribuídos em 284,49km² de área territorial e
1,62km² de área urbanizada. Apresenta uma malha urbana irregular e se expandindo
seguindo o traçado viário. Em relação ao uso da terra, 61% do território de Itajuípe é
utilizado para a agricultura, 38% para a cobertura vegetal e 0,08% de pecuária.

Sobre a infraestrutura urbana do entorno dos domicílios, Itajuípe apresenta uma


alta cobertura de iluminação pública (98%) e taxa de 80% de oferta de pavimentação,
mas esses valores diminuem em relação ao esgotamento sanitário (9%), inferior às
médias estadual e nacional, e lixo acumulado nos logradouros, com 3%. Sobre a taxa
de arborização, Itajuípe apresenta 18% do entorno dos domicílios em relação a esta
variável.

Imagem aérea do município de Itajuípe

Fonte: Dados Cartográficos, Google Imagens, Cnes/Spot Image, Digital Globe (2014)

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Barro Preto, na AII, se apresenta como o município de menor área territorial


(128,3km²) e a menor área urbanizada dos municípios da AID e AII, com 1,13km². Com
uma população estimada em 6.453 habitantes, possuía em 2010 uma densidade
demográfica de 50,26hab./km², praticamente igual à de Uruçuca. Possui uma malha
urbana concêntrica, com vias regulares e em quadras, e possui ligação com o território
a partir das BAs 120 e 659, vias estaduais estruturantes. Em relação ao uso da terra,
82% do território de Barro Preto é utilizado para a agricultura, 18% para a cobertura
vegetal e 0,3% de pecuária.

Sobre a infraestrutura urbana do entorno dos domicílios, Barro Preto apresenta


uma alta cobertura de iluminação pública (96%) e taxa de 80% de oferta de
pavimentação, mas esses valores diminuem em relação ao esgotamento sanitário
(15%), inferior às médias estadual e nacional, e lixo acumulado nos logradouros, com
3%. Sobre a taxa de arborização, Barro Preto apresenta 19% do entorno dos domicílios
em relação a esta variável.

Imagem aérea do município de Barro Preto

Fonte: Dados Cartográficos, Google Imagens, Cnes/Spot Image, Digital Globe (2014)

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Quadro síntese das Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios


Lixo
Bueiro Rampa Esgot acumu
Identific Ilumi
Pavime Meio- /Boca para Arbori o a lado
ação do nação Calça
MUNICIPIOS ntação fio/Gu de cadeira zação céu nos
logrado públic da (%)
(%) ia (%) lobo ntes (%) abert lograd
uro (%) a (%)
(%) (%) o (%) ouros
(%)
Barro Preto
Coaraci 36 97 80 78 79 36 3 17 2 0
Ilhéus 36 93 75 61 64 28 2 49 10 6
Itabuna 24 96 60 62 50 27 1 50 18 7
Itacaré 31 80 70 51 64 8 0 14 10 1
Itajuípe 28 95 82 63 81 57 1 18 9 2
Uruçuca 60 97 74 65 80 43 1 42 17 2
Território de
Identidade 28 94 68 62 63 32 1 45 12 5
Litoral Sul
Região de
Influência 28 94 69 64 64 32 1 45 12 6
Ilhéus-Itabuna
Bahia 43 94 70 61 63 22 1 54 13 6
Brasil 61 96 82 69 77 42 5 68 11 5
Fonte: IBGE – 2010

4.1.3 Comunidades Tradicionais: Indígenas e Quilombolas

Existe um número expressivo de comunidades tradicionais indígenas e


quilombolas do Litoral Sul, entretanto, devido à ausência de estudos deste gênero por
muito tempo se tratou esses territórios como “invisíveis”, o que também por décadas
não os incluíram no planejamento territorial. A identificação e delimitação destes
territórios tornam-se essenciais para o planejamento. Em aspectos gerais, pode-se
inferir que há uma necessidade de reconhecimento dessas comunidades e de seus
territórios para que seja institucionalizado e compreendido o seu tamanho e, então,
direcionada políticas especificas para essas comunidades.

De acordo com o EIA/RIMA do Porto Sul, a garantia legal dos direitos dos povos
indígenas e quilombolas, e comunidades tradicionais, estão na Constituição de 1988,

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no Estatuto do Índio (Lei nº 6001/73), na Lei nº 1042 do Novo Código Civil e no Decreto
nº 4887/03, que, nos critérios já relacionados, tenta definir as formas de identificação
e reconhecimento destas populações tradicionais.

Pode-se inferir que um dos maiores problemas enfrentados pelas comunidades


indígenas na Bahia e no Brasil é a disputa pela posse da terra marcada por conflitos
armados. De acordo com estudo do IBGE, existem 18 comunidades indígenas na Bahia,
porém algumas pesquisas apontam que o número de comunidades tradicionais
indígenas é bastante superior.

As comunidades estão localizadas em diversos municípios baianos com maior


concentração espacial e populacional nos territórios de identidade do Litoral Sul e
Baixo Sul da Bahia. De acordo com o IBGE, é possível perceber que essas comunidades
estão localizadas tanto em áreas urbanas como rurais.

Terras indígenas nos municípios da Bahia

Pessoas residentes em terras indígenas

Condição de indígena
Unidades da Federação e terras
indígenas
Total (1)

Não se Não se declararam e


Declararam-se declararam, mas nem se
indígenas se consideravam consideravam
indígenas indígenas

Bahia 18 516 13 078 3 739 828

Águas Belas 232 195 33 4

Aldeia Velha 928 651 240 20

Barra 139 139 - -

Barra Velha 3 064 2 402 587 48

Brejo do Burgo 570 234 290 42

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Caramuru / Paraguassu 4 678 2 241 1 719 648

Coroa Vermelha 3 541 2 999 463 29

Fazenda Bahiana 72 68 3 -

Fazenda Remanso (3) - - - -

Fazenda Sítio 17 - - -

Ibotirama 430 261 167 2

Imbiriba 397 343 52 -

Kantaruré 289 288 1 -

Kiriri 2 309 2 158 119 29

Massacara 768 701 65 2

Mata Medonha 874 194 - -

Pankararé 167 163 - 4

Vargem Alegre 41 - - -

Fonte: IBGE - 2010

Municípios com as maiores populações indígenas do País, por situação do domicilio


Bahia -2010

Fonte: IBGE - 2010

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Fonte: Plano das Comunidades Tradicionais da Bahia - 2005

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Concentração População Indígena no TI Litoral Sul

Fonte: IBGE - 2010

Pode-se afirmar que no Litoral Sul existem 31 comunidades indígenas, estando


localizada principalmente nos municípios de Ilhéus, Itaju do Colônia, Pau Brasil e Una.
De acordo com o IBGE (2010), Ilhéus se apresenta como um dos municípios com maior
população indígena do território. Devido a isso, é importante salientar que estas
comunidades estão locadas na área de influência direta do Porto Sul e, portanto, é
indispensável um olhar e estudo crítico acerca desta população e seu futuro nesta área
do litoral.

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POPULAÇÃO ÍNDIGENA DO TERRITÓRIO

POVO
TERRA ÍNDIGENA/COMUNIDADE POPULAÇÃO IBGE MUNICÍPIO
ÍNDIGENA

ComunidadeTupinambá de Olivença 2.831

Comunidade Cururupe 1.293

Comunidade Olivença 47

Comunidade Campo de São Pedro -

Comunidade Curupitanga -

Comunidade Cururutinga 83

Comunidade Gravatá -

Comunidade Mamão -

Comunidade Pixixica 390

Comunidade Sapucaieira 196


TUPINAMBÁ DE
Comunidade Santana - 2913606 ILHÉUS
OLIVENÇA
Comunidade Santaninha 117

Comunidade Águas de Olivença -

Comunidade Serra Negra -

Comunidade Serra das Trempes -

Comunidade Serra do Padeiro -

Comunidade Serra do Ronca -

Comunidade Serra do Serrote 251

Comunidade Acuípe de Baixo 83

Comunidade Acuípe do Meio -

Comunidade Acuípe de Cima -

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ComunidadeCaramuru- 78
PATAXÓ HÂ HÂ ITAJU DO
Paraguaçu 78
HÂE COLÔNIA
Comunidade Bahetá - 2915403

Caramuru-Paraguaçu 1.135
PATAXÓ HÂ HÂ
Comunidade Caramuru Mundo Novo 1.135 PAU BRASIL
HÂE
Comunidade Água Vermelha 46 2923902

Comunidade Tupinambá de Olivença -

Comunidade Acuípe de Baixo -

Comunidade Acuípe do Meio -


TUPINAMBÁ DE
UNA
OLIVENÇA
Comunidade Acuípe de Cima -

Comunidade Maruim -

Comunidade Maruinzinho - 2932507

Fonte: IBGE - 2010

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Territórios indígenas demarcados pelo INCRA

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2013

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Segundo informações, de todas as comunidades, a FUNAI e a FUNASA são os


únicos órgãos que dão apoio aos indígenas. Alguns atestam que a relação com a FUNAI
piorou muito em 2005, quando quiseram fechar o posto na região. No Litoral Sul o
povo indígena Tupinambá de Olivença, que tradicionalmente ocupa o território, possui
intrínseca relação com a ocupação na produção e processos econômicos, como por
exemplo, na produção do cacau e outros produtos agrícolas.

Há uma relação ambígua entre os índios e o meio ambiente, pois ao mesmo tempo
em que eles utilizam da terra para a subsistência, há um impacto ambiental a partir do
momento que a infraestrutura básica é desfavorável. Todas as comunidades queimam
o lixo gerado. Existe pouco cuidado com esse tipo de resíduo, o que não chega a gerar
um grande impacto por causa da pouca densidade da população, porém se houver
crescimento desta, há de se pensar em outra forma para resolver este problema antes
que isto cause algum impacto considerável.

O acesso das comunidades a outros tipos de infraestrutura, como a rede de


comunicação (telefone, celular, Internet e correio), luz elétrica e unidades de saúde,
também não cobre toda a população. O acesso à comunicação demonstra ser precário,
só existe rede de telefonia fixa e agência de correio no centro de Olivença.

Até o ano de 2010, de acordo com a FCP (Fundação Cultural Palmares), foram
certificadas 14 comunidades quilombolas no Litoral Sul. Algumas comunidades
encontram-se na fase de elaboração do Relatório Técnico de Identificação e
Delimitação (RTDI), o que facilita a demarcação dessas áreas para a inclusão no
planejamento territorial.

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POPULAÇÃO QUILOMBOLA DO TERRITÓRIO

COMUNIDADE QUILOMBOLA IBGE MUNICIPIO

SERRA DA RONCA 2904704 BUERAREMA

ITAMARACA 2914802 ITABUNA

AGUA VERMELHA

AMANO-GUIDO

ACARIS

CAMPODOAMOCO

CUIÚDOS

FOJO

FORMIGA

ITAMARACA

JOAORODRIGUES
2914901 ITACARE
KM5

OITIZEIRO

PINHEIRO

PORTODETRAS

PORTODOOITIZEIRO

SANTOAMARO

SAOGONCALO

SERRADEAGUA

SOCÓ

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TABOQUINHAS

BARROVERMELHO

BARROVERMELHO

BOITE

EMPATAVIAGEM

JOÃO RODRIGUES

MARAU

MINERIO

PORTO DO OITIZEIRO
2920700 MARAU
PIRACANGA

QUITUNGO

SANTO AMARO

SÃO RAIMUNDO

TERRASECA

TERRAVERDE E MINÉRIO

QUITUNGO

TORRINHA

PEDRADEUMA

PEDRANUA 2932507 UNA

RIODAINDEPENDENCIA

Fonte: IBGE - 2010

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Comunidades Quilombolas no TI Litoral Sul

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2013

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As comunidades quilombolas possuem maior concentração espacial nos municípios


de Maraú e Itacaré. Destaca-se a relevância do quilombo Oitizeiro que simboliza uma
espécie de origem comum das comunidades ao longo do Rio de Contas, em especial
em Itacaré. Em Itacaré, encontra-se o quilombo urbano Porto de Traz, que é
identificado como um bairro e, segundo o EIA/RIMA do Porto Sul, este quilombo
possui associação de moradores e mantém contato com organizações internacionais,
desenvolvendo programas sociais locais.

Ainda de acordo com EIA/RIMA, a maior parte dessas comunidades é atendida por
estradas precárias e desenvolve uma agricultura de subsistência com pouco ou
nenhum excedente, praticando a pesca artesanal como forma de suplementação da
dieta alimentar. A grande maioria delas está localizada em locais afastados e de difícil
acesso, mas de qualquer forma algumas delas estão localizadas na AII do Porto Sul.

As comunidades quilombolas do Litoral Sul possuem numero expressivo. De acordo


com o PTDS (2010), as pesquisas históricas sobre a escravidão no Sul da Bahia reúnem
acervo muito limitado de estudos e ainda não se sabe a origem e quantidade dos
escravos que vieram pra essa região.

Pontua-se que há um aspecto a ser considerado sobre ausência dos grupos


tradicionais no planejamento do território, pois com a expansão do tecido urbano há o
distanciamento do cotidiano e a aproximação da dinâmica das grandes cidades, que os
afastam das suas tradições. Este fator interfere nas características culturais e
ambientais e até mesmo inibi uma possível construção e expansão do setor turístico
no território pautado nestas áreas, que, alem de possuir boa preservação ambiental,
conta com a tradição.

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Comunidades Tradicionais no Litoral Sul

Fonte: PTDS Litoral Sul - 2010

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Outro produto do afastamento dos quilombolas e indígenas do seu território é a


imposição de um modelo de urbanização que se preocupa com a expansão do tecido
urbano homogeneamente, não priorizando as especificidades destes territórios e a
sustentabilidades das comunidades. Deste modo, afastando-se da terra, logo sem a
produção de subsistência (na qual é pautada a economia das comunidades, pois é da
terra que são produzidos os alimentos que são consumidos) e sem terras para cultivar,
os índios e quilombolas são obrigados a trabalhar em outros locais para obter renda e
sustentar as suas famílias.

4.2 Aspectos da Infraestrutura Física

De acordo com o Estudo da Rede Urbana da Bahia, a RI de Ilhéus-Itabuna possui


apenas um indicador em boa situação em relação à infraestrutura física, que seria a
distribuição da energia elétrica. Os demais (abastecimento de água, esgotamento
sanitário e coleta de lixo) não atingiram 75% de domicílios atendidos. Para efeito deste
diagnóstico, foi feito um levantamento de dados sobre os principais aspectos da
infraestrutura: energia e gás natural, água, esgoto e resíduos sólidos, sistema viário e
rede banda larga.

4.2.1 Energia e Gás Natural

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), existem 17 linhas


de transmissão de energia elétrica no Litoral Sul. Desse total, 07 são de
responsabilidade da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e 10 da
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA). Todas as linhas de
transmissão são do tipo aérea, sendo que a tensão é de 230 KV em 2 delas e de 138 KV
nas demais.

As linhas de transmissão partem de 9 municípios: Ubaitaba (1), Sapeaçú (1),


Ibirataia (2), Dário Meira (1), Firmino Alves (3), Ibirapitanga (2), Ilhéus (2), Itabuna (3) e

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Camacan (1). Os destinos finais dessas linhas são: Itapebi (2), Ubaitaba (1), Ipiaú (1),
Dário Meira (1), Firmino Alves (1), Itapetinga (2), Itabuna (3), Ilhéus (3), Maraú (1) e
Camacan (1). Contudo, além da origem e do destino, essas linhas atravessam diversos
outros municípios, das quais 5 passam por Ilhéus e Itabuna.

Linhas de Transmissão – Litoral Sul

Município Município Agente Agente Tensão


Município Atravessado (LS) Tipo Nome
Origem Destino Origem Destino (kV)

Arataca
Aurelino Leal
Barro Preto
Belmonte FNLITAU1
Camacan
Gongogi
Ibicaraí
Ubaitaba Itapebi Ilhéus CHESF CHESF AEREA 230
Itabuna
Itajuípe
Itapé
FNLITAU2
Itapebi
Jussari
Mascote
Ubaitaba
Barra do Rocha
Conceição do Almeida
Cruz das Almas
Gandu
Ibirataia
Ipiaú
Jaguaripe
Sapeaçú Ubaitaba CHESF CHESF AEREA 230 SPUFNLU2
Laje
Nova Ibiá
Presidente Tancredo Neves
Santo Antônio de Jesus
Sapeaçu
Teolândia
Ubaitaba

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Ubatã
Valença
Wenceslau Guimarães
Barra do Rocha
Gongogi
Ibirataia Ipiaú Ibirapitanga CHESF COELBA AEREA 138 FNL/IPU
Ipiaú
Ubaitaba
Aurelino Leal
Dário Meira
Gongogi
Ibirataia Dário Meira Ibicuí CHESF COELBA AEREA 138 FNL/DAM
Ibirapitanga
Itapitanga
Ubaitaba
Dário Meira
Dário Meira Firmino Alves Firmino Alves COELBA COELBA AEREA 138 DAM/PAS
Ibicuí
Firmino Alves Itapetinga Itapetinga COELBA COELBA AEREA 138 EZA/AZA
Firmino Alves
Firmino Alves Itapetinga Itapetinga COELBA COELBA AEREA 138 PAS/ITG
Itororó
Aurelino Leal
Ibirapitanga
Ilhéus
Itabuna
Ibirapitanga Itabuna CHESF COELBA AEREA 138 FNL/ITN
Itajuípe
Maraú
Ubaitaba
Uruçuca
Itabuna Itabuna Itabuna COELBA COELBA AEREA 138 ITN/ITD
Ilhéus Ilhéus Ilhéus COELBA COELBA AEREA 138 EIL/DII
Itabuna
Itabuna Ilhéus COELBA COELBA AEREA 138 ITN/ILH
Ilhéus
Ibirapitanga
Ibirapitanga Maraú Maraú CHESF COELBA AEREA 138 FNL/MAU
Ubaitaba
Camacan
Firmino Alves Camacan COELBA COELBA AEREA 138 PAS/CMC
Firmino Alves

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Itaju do Colônia
Pau Brasil
Camacan
Camacan Itapebi Itapebi COELBA COELBA AEREA 138 CMC/IAE
Potiraguá
Itabuna Itabuna Itabuna COELBA COELBA AEREA 138 ITD/TRF
Ilhéus Ilhéus Ilhéus COELBA COELBA AEREA 138 DII/CGL
Fonte: ANEEL - 2014

Com relação às subestações de energia, existem 5 no Litoral Sul. Todas são


destinadas a realizar a distribuição de energia, cuja tensão é de 138 KV e são operadas
pela COELBA. Diferentemente das linhas de transmissão, é possível perceber que as
subestações existentes no Litoral Sul estão concentradas em Ilhéus e Itabuna, onde há
3 delas, havendo apenas outras duas localizadas em outros municípios: Maraú e
Camacan.

Subestações - Litoral Sul


Nome da
Munícipio Empresa/ Agente Tipo Tensão
Subestação
Camacan Camacan COELBA Distribuição 138kV
Ilhéus Ilhéus COELBA Distribuição 138kV
Itabuna II COELBA Distribuição 138kV
Itabuna
Itabuna COELBA Distribuição 138kV
Maraú Maraú COELBA Distribuição 138kV
Fonte: ANEEL - 2014

De acordo com o mapeamento abaixo, das linhas de transmissão e subestações de


energia do Litoral Sul, é notável a desigualdade em relação a esta distribuição. Dos
municípios que fazem parte das AID e AII, somente Coaraci e Itacaré não possuem
linhas de transmissão administradas pela CHESF ou COELBA. Além disso, cerca de 33%
dos municípios pertencentes a região possuem energia elétrica oriundas de outras
fontes, como é o caso de: Floresta Azul, Canavieiras, Una, Santa Luzia, São José da
Vitória, Buerarema e Almadina. Pode-se concluir, ainda, que as áreas do entrono do

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Porto Sul, principalmente no Litoral Norte de Ilhéus até a Ponta da Tulha, estão
descoberta de linhas e transmissão e subestação da CHESF ou COELBA, permitindo
assim um estudo mais aprofundado sobre tais questões.

Espacialmente, a disposição das linhas de transmissão constitui uma espécie de


eixo estruturante no sentido norte e sul do território, havendo também algumas linhas
no sentido oeste e leste. Mesmo não sendo origem ou destino das linhas de
transmissão, a maioria dos municípios tem seu território cortado por elas.

Infraestrutura de Energia Elétrica da RI Ilhéus-Itabuna

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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De acordo com o documento “Gás Natural – Benefícios Ambientais no Estado da


Bahia”, idealizado pela Bahiagás em 2005, a Bahia se apresenta entre os estados
pioneiros na utilização de gás natural. A partir da descoberta do campo (gás não-
associado) de Itaparica, em 1942, registros históricos comprovam os primeiros
esquemas de fornecimento de gás natural para fábricas localizadas próximo aos
campos de produção, na região do Recôncavo. O Estado tem grande tradição na
utilização desse combustível, que se intensificou de forma significativa a partir de
1994, com início das operações da Bahiagás, cujo propósito é prestar serviços
relacionados à distribuição do gás canalizado no Estado.

Produção Nacional de Gás Natural (2011-2012) – Em milhões m³

Fonte: ANP - 2005


Elaboração: FIEB/SOL

Em decorrência do aumento de consumo do gás natural a partir de 2006, a Bahia


terá aumentado ainda mais a participação desse insumo na sua matriz energética,
consolidando a posição de liderança no mercado nacional.

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Produção Baiana de Gás Natural (2011-2012) – Em milhões m³

Fonte: ANP - 2005


Elaboração: FIEB/SOL

De acordo com a Bahiagás, “o Gás Natural é um combustível fóssil que se encontra


na natureza, normalmente em reservatórios profundos no subsolo, associado ou não
ao petróleo. Assim como o petróleo, ele resulta da degradação da matéria orgânica,
fósseis de animais e plantas pré-históricas, sendo retirado da terra através de
perfurações.” O Brasil, com sua imensa extensão territorial, é detentor de grandes
reservas de Gás Natural. A Bahia possui 32 bilhões de m³, correspondendo a 63% das
reservas do nordeste e 9% das reservas do Brasil.

A expectativa de retomar a expansão da economia da região do Litoral Sul da


Bahia, a partir de uma nova fonte de energia, o gás natural, tornou-se possível a partir
da instalação do Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene), em Itabuna, no
ano de 2010.

O Gasene tem 1.387 quilômetros de extensão e capacidade para transportar 20


milhões de metros cúbicos de gás natural. A obra é do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). Num traçado que liga a Bahia ao Rio de Janeiro, o gasoduto
cumpre a função estratégica de integrar as malhas de transporte de gás natural das

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regiões Sudeste e Nordeste do país, garantindo uma nova configuração à rede de


gasodutos brasileiros.

O gás natural pode ser considerado o primeiro passo rumo à redenção econômica
de um território que já foi responsável por 60% da arrecadação do Estado. A
inauguração do Gasene foi acompanhada pelo início do funcionamento da primeira
central de distribuição, implantada pela Bahiagás, na cidade, para comercialização do
Gás Natural Veicular (GNV).

Gasoduto de Transporte no Brasil

Fonte: ATEFFA-BA (Disponível em: http://www.ateffaba.org.br/?p=2679)

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Distribuição de Gás Natural canalizado nas regiões sul e extremo sul

Fonte: BahiaGás (Disponível em: http://www.bahiagas.com.br/)

4.2.2 Água, Esgoto e Resíduos Sólidos

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), no ano de


2007, 82% dos domicílios baianos tinham algum tipo de canalização interna de água.
De modo geral, a execução, a fiscalização, a operação e a manutenção dos sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário são realizadas pela EMBASA, contudo
alguns municípios possuem um órgão em sua estrutura administrativa responsável por
esse serviço, como é o caso da Empresa Municipal de Águas e Saneamento S.A., em
Itabuna.

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De acordo com dados do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo


Sustentável (PDITS-2003), no Litoral Sul o abastecimento de água era fornecido a
52,9% dos municípios no ano 2000, abaixo da média do Estado da Bahia, 69,5%.

Evolução Índice de Cobertura do Abastecimento de Água (Domicílios)

Fonte: PDITS - 2003

A partir de dados atualizados da Embasa (2014), foi possível fazer um


levantamento e mapeamento dos pontos de captação de água, das estações de
tratamento de água e das estações de tratamento de esgoto do Litoral Sul.

De acordo com a análise, praticamente todos os municípios do território possuem


pontos de captação de água. Vale destacar que na AID e AII do Porto Sul somente
Itabuna, Barro Preto e Itajuípe não possuem estes pontos de captação. Alguns, ainda,
contam com mais de um ponto, como é o caso Ilhéus (3), Itacaré (2), Una (2), Maraú
(2), Aurelino Leal (3), Mascote (3), Arataca (3) e Camacan (2).

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Em relação às estações de tratamento de água, os dados da Embasa apontam que


85% do território possuem estações, coincidindo com os pontos de captação de água.
Da área de influência direta e indireta do Porto Sul, Ilhéus possui a maior quantidade
de estações de tratamento (4) e Uruçuca (1). Existe uma homogeneidade em relação a
estes fatores na infraestrutura física do território, permitindo o acesso da população a
água tratada e de qualidade.

A grande irregularidade esta por conta das estações de tratamento de esgoto. Há


uma má distribuição destas estações no território e Ilhéus, mais uma vez, concentra a
maior quantidade de estações para o esgoto (8). Em seguida, Uruçuca e Itacaré
também apresentam mais de uma estação. Os outros municípios da AID e AII não
possuem estes pontos de tratamento. Esta péssima estrutura de distribuição permite
concluir que as questões de saneamento básico devem ser revistas de forma
emergencial, antes da implantação dos empreendimentos previstos para o território,
pois ocorrerá um atrativo populacional, aumentado à busca por este serviço.

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Pontos de Captação de Água do TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Fonte: Embasa
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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Estações de Tratamento de Água do TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Fonte: Embasa
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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Estações de Tratamento de Esgoto do TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Fonte: Embasa
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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Ainda de acordo com o PDITS, a situação dos resíduos sólidos já era uma
preocupação. A coleta, realizada pelas prefeituras municipais, ainda não é suficiente,
especialmente em áreas mais isoladas. O maior problema, no entanto, está na
destinação final dos resíduos sólidos, pois geralmente se dá nos chamados lixões
(vazadouro a céu aberto), áreas onde se verifica a inexistência de qualquer cuidado em
termos de conservação ambiental e controle da saúde pública.

A dispersão geográfica de alguns municípios, aliada às dificuldades de acesso, faz


com que a disposição final dos resíduos afete a qualidade de vida dos residentes e a
atividade turística. Os projetos de aterros sanitários são de responsabilidade da
CONDER e é também sua atribuição gerenciar e acompanhar o funcionamento desses
aterros.

O serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos é atividade descrita pela


Lei Nacional de Saneamento Básico (LSB), como passível de ser prestado, a priori, pelo
próprio poder público – mais especificamente pelo município. Apenas 10% dos
municípios do país terminaram ou estão finalizando seus planos para cumprimento da
LRS. Os prefeitos que assumiram seus mandatos em 2013 terão grandes desafios para
cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10), que, entre outras
coisas, torna obrigatório o fim dos lixões até 2014. Este prazo terminou em agosto de
2014 e a maioria dos municípios não eliminaram os lixões.

A destinação final adequada dos resíduos sólidos é de fundamental importância


para a salubridade ambiental e mostra-se como um dos itens de maior deficiência
estrutural no Litoral Sul atualmente, gerando pressões ambientais que podem se
tornar insustentáveis com o crescimento do fluxo populacional e turístico.

Para mitigar a situação, o Governo do Estado vem desenvolvendo, desde 1991,


programas e ações na área de resíduos sólidos no sentido de melhorar os aspectos
sanitários ambientais e conseqüentemente, promover a saúde pública. Dentre os
programas e projetos pode-se citar o Programa de Desenvolvimento Turístico –
PRODETUR, onde os municípios de Ilhéus, Itacaré e Uruçuca foram contemplados

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(1998), e o Programa de Administração Municipal e Desenvolvimento de Infraestrutura


Urbana – PRODUR, onde o município de Itabuna foi contemplado (2004).

Abaixo, segue tabela elaborada com base no Estudo de Regionalização da Gestão


Integrada de Resíduos Sólidos do Estado da Bahia (2012), com o demonstrativo dos
principais órgãos responsáveis pela gestão e operação dos resíduos sólidos e sua
destinação final dos municípios que compõem a AID e AII do Porto Sul.

Município Órgão Destinação final dos resíduos sólidos Número de


responsável pela trabalhadores
gestão e alocados
operação do
serviço

Ilhéus Secretaria de Aterro Sanitário de Itariri, localizado na -


Infraestrutura zona rural do município, em uma área ao
norte de Ilhéus, a uma distância de 20,5
quilômetros da cidade. O acesso ao local é
feito por meio da rodovia BA-262 (Ilhéus-
Uruçuca), atendendo aos municípios de
Ilhéus e Uruçuca, e atualmente enfrenta
sérios problemas ambientais de operação.
O aterro atende a uma população de
176.435 habitantes dos dois municípios.

Itabuna Secretaria de Vazadouro a céu aberto, sem as devidas -


Desenvolvimento proteções sanitárias e ambientais, não
Urbano atendendo aos critérios de disposição final
ambientalmente adequada.

Uruçuca Secretaria de Aterro Sanitário de Itariri, localizado no 227


Infraestrutura município de Ilhéus.

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Barro Secretaria de Vazadouro a céu aberto sem as devidas -


Preto Administração proteções sanitárias e ambientais, não
atendendo aos critérios de disposição final
ambientalmente adequada.

Itacaré Secretaria de Vazadouro a céu aberto, sem as devidas 61


Desenvolvimento proteções sanitárias e ambientais, não
Urbano atendendo aos critérios de disposição final
ambientalmente adequada. Existe
problema da área de disposição final, junto
ao Ministério Público, referente a uma obra
de aterro sanitário, embargada devido ao
local de implantação deste.

Itajuípe Secretaria de Vazadouro a céu aberto sem as devidas -


Desenvolvimento proteções sanitárias e ambientais, não
Urbano atendendo aos critérios de disposição final
ambientalmente adequada.

Coaraci Secretaria de Vazadouro a céu aberto, localizado em área 53


Obras e Viação de expansão urbana, a cerca de 200m do
Ribeirão Carniça, sem as devidas proteções
sanitárias e ambientais e não atendendo
aos critérios de disposição final
ambientalmente adequada.

Fonte: UFC, Governo do Estado da Bahia e Ministério do Meio Ambiente - 2012

Vale destacar ainda que, a população total do município de Coaraci em 2010 era de
20.964 habitantes, produzindo aproximadamente 14,67 toneladas por dia de resíduos
sólidos. Já o município de Ilhéus não dispõe de um programa oficial de coleta seletiva,
porém uma cooperativa com apoio da Prefeitura faz a coleta em alguns postos de

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entrega voluntária e dispersos no município. A gestão inadequada do aterro levou a


deteriorização do local, além de ter facilitado a ação de catadores, que se instalaram
em barracos improvisados, nas proximidades do aparelho, onde suas famílias
passaram a viver de maneira precária.

A Prefeitura de Itacaré desenvolveu ações e/ou campanhas de sensibilização e


mobilização da sociedade quanto à minimização da geração de resíduos sólidos. Entre
os anos de 2006/2007 foi realizada uma campanha com objetivo de reduzir, reutilizar e
reciclar os resíduos. Além disso, existe fiscalização sistematizada da qualidade dos
serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, todavia não existe o serviço
organizado de atendimento ao público.

4.2.3 Sistema Viário Regional

Segundo a Secretaria da Indústria, Comercio e Mineração (SICM), o sistema


rodoviário da Bahia tem uma extensão de 124.545km entre rodovias federais,
estaduais e municipais e é estruturado sobre quatro eixos principais, que permitem a
integração total do Estado com todas as regiões do Brasil e com o MERCOSUL.

O sistema rodoviário federal, de acordo com o ZEE-BA, que estruturou o território


baiano foi praticamente construído no final da década de 50 e início da de 60.
Compunha-se da BR-324 (que ligava Minas Gerais a Bahia pelo interior e de Salvador a
Sergipe) e da BR-101 que tinha praticamente o mesmo destino, mas cujo trajeto se
aproximava mais do litoral. Com tal estrutura viária, a Bahia ficava bem servida em
toda a faixa litorânea, facilitando a exploração da Mata Atlântica, permitindo o acesso
fácil às zonas de produção de cacau no Sul, e as zonas de produção de frutas, no Norte,
assim como a todas as zonas de produção de cana-de-açúcar do Recôncavo.

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Fonte: SICM (Disponível em: http://www.sicm.ba.gov.br/pagina.aspx?pagina=rodovias)

Entre as principais rodovias que passam pelo território do Litoral Sul, pode-se
destacar a BR 101, que corta toda a Bahia pelo litoral, fazendo a ligação com o
Nordeste (Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) e o Sudeste
(até o Espírito Santo) do Brasil, passando pelo Litoral Sul e a BR 415 que liga o Litoral
Sul ao Oeste da Bahia.

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Sistema Viário no Litoral Sul da Bahia

Fonte: DERBA (Disponível em: http://www.derba.ba.gov.br/portal/servmapas)

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É consenso entre gestores e empresários que o caminho para o desenvolvimento


do Estado passa pelo aperfeiçoamento da infraestrutura logística, sobretudo pela
construção de ferrovias e melhoria dos portos.

Nos anos 1910, do século XX, foi construído o primeiro porto para escoar a
produção de cacau para o exterior, localizado na foz do rio Cachoeira que ficou
durante meio século sob a administração da Companhia Industrial de Ilhéus S/A.
Posteriormente, nos anos 1970, foi construído um porto localizado na Ponta do
Malhado, considerado o primeiro porto a ser construído em mar aberto no Brasil.

Hoje, a utilização das ferrovias para o escoamento da produção industrial e


agropecuária na Bahia é praticamente nula. O escoamento da produção acaba sendo
praticamente todo por meio das dutovias e portos privados do próprio polo, ou pelas
rodovias do sistema BA 093, que inclui as vias ligando o polo ao Porto de Aratu e a
Salvador. Para a distribuição dos produtos pelo país, as empresas usam as BRs 324, 116
e 101. A Ferrovia Centro-Atlântica, que passa por Alagoinhas, liga o município ao
Sudeste do país, ao Norte baiano e a outros estados do Nordeste. Já os empresários do
agronegócio, do Oeste do estado, dependem, sobretudo da rodovia BR-242, que faz a
ligação com a BR-324 (Feira de Santana) e, depois, com o litoral. No Litoral Sul, não há
registros de ferrovias em funcionamento.

No Estado, o Plano Nacional de Logística Integrada, anunciado pelo governo


federal, prevê a construção de dez mil quilômetros de ferrovias por meio de um novo
regime de concessões à iniciativa privada. Estão incluídos dois trechos: Belo Horizonte-
Salvador e Salvador-Recife. Para escoar os grãos e minérios das regiões Oeste e
Centro-Sul do Estado, o governo prevê a construção da FIOL. O primeiro trecho, que
ligará Ilhéus a Caetité está em obras. O segundo trecho, de Caetité a Barreiras, tem
esbarrado nos licenciamentos ambientais.

No caso das rodovias, o grande desafio é universalizar a pavimentação das vias


estaduais. A malha do Estado tem quase 19 mil quilômetros, sendo 11 mil

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pavimentadas. A SEINFRA pretende adaptar os aeroportos do estado para o


transporte de cargas, com recursos do governo federal da ordem de R$ 150 milhões.

Dados das rodovias estaduais e federais que interceptam Itabuna e Ilhéus


Origem/Desti Extensão
Paviment Sinalizaçã Geomet
Rodovia no na Bahia Analisada Geral
o o ria
(km)
BA V. da 44 Ruim Regular Ruim Ruim
415/BR Conquista -
415 Ilhéus
BR 101 Ilhéus – V. da 976 Regular Bom Regular Regular
Conquista
BR 251 Iléus - 61 Regular Bom Ruim Péssimo
Buerarema
BA 262 Ilhéus - 80 Bom Ótimo Ótimo Regular
Aritaguá
Fonte: Adaptado de Pesquisa de Rodovias (CNT) - 2012

No final de 2009, foi inaugurada a ponte sobre o Rio de Contas, obra que permitiu
o acesso pela rodovia BA 001 entre os municípios de Camamu e Maraú ao município
de Itacaré, diminuindo a distância entre Salvador e a região sul do Estado, fato de
fundamental importância para o desenvolvimento da região. Assim, a Zona Turística
Costa do Cacau está ligada a Zona Turística Costa do Dendê, estreitando a ligação
rodoviária entre os pólos do Litoral Sul, Ilhéus e Itabuna, com Salvador/RMS e o
Recôncavo através da Baía de Todos os Santos.

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Atuais e novas rotas do escoamento na Bahia

Fonte: Ibahia (Disponível em: http://glo.bo/1kdqOsg)

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Fonte: Ibahia (Disponível em: http://glo.bo/1kdqOsg)

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4.2.4 Rede Banda Larga

A Bahia se prepara, através da SECTI, para lançar uma rede pública de banda larga,
que atenderá 287 dos 417 municípios baianos, mas ao alcance de 11,9 milhões dos 14
milhões de habitantes do Estado, ou seja, cerca de 85% da população. O custo
projetado da empreitada é de R$ 407 milhões. O projeto nasceu do entendimento do
governo de que a dificuldade de comunicação trava o desenvolvimento
socioeconômico e científico. Além disso, a rede proporcionará a independência dos
órgãos públicos das conexões fornecidas pelas empresas privadas de
telecomunicações.

De acordo com os dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a


Bahia ocupa a 22° posição entre os 27 estados brasileiros em número de casas com
assinatura de acesso a banda larga fixa. São 14,1 por 100 domicílios, acima apenas da
quantidade de conexões contratadas em Alagoas, Piauí, Pará, Maranhão e Amapá.

A densidade de acesso de banda larga na Bahia é menos da metade da média


nacional (33,3 por 100 domicílios) e menor que os resultados alcançados pelos estados
com maior número de conexões: Distrito Federal, com 59,5 e São Paulo, com 58,3.

Ainda de acordo com o balanço da Anatel, em 2011, a Bahia detinha 11,2 acessos
por 100 domicílios, o que demonstra a pouca evolução dos acessos, mesmo após o
lançamento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e da oferta de conexões a preço
popular feita pelas operadoras privadas.

O foco da rede estadual baiana será criar as condições necessárias para o


crescimento das atividades econômicas em todas as regiões do Estado e incentivar a
pesquisa científica nas universidades baianas.

A Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb) deu apoio


técnico ao projeto e vai fiscalizar se o que está sendo construído é o que foi pedido
durante a implementação da rede. Depois, ficará responsável pelo Núcleo de Operação

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e Controle (NOC) da rede, ou seja, pela operação e gestão da infovia. A empresa terá
painéis de controle para identificar, em tempo real, qualquer problema na rede.

Para o Litoral Sul, dois projetos, idealizados pela SECTI, irão beneficiar a região:
Rede de Banda Larga e Cidades Digitais.

4.3 Aspectos Ambientais

De acordo com o PLANEHAB (2013), o Litoral Sul possui como bioma predominante
a Mata Atlântica e diversas unidades de conservação que moldam o território. A
principal característica que une os municípios pertencentes à região é sua
característica histórica de produção cacaueira, por ser um espaço vocacionado para
um modelo promissor de desenvolvimento e pela vantagem de formar a região
costeira.

4.3.1 Restrições Ambientais

O Litoral Sul concentra significativos remanescentes da Mata Atlântica, sobretudo


na sua região litorânea, onde os municípios de Maraú, Itacaré, Ilhéus e Santa Luzia
possuem extensas áreas preservadas segundo dados da Organização SOS Mata
Atlântica (2014). Vale salientar que essa região encontra-se entre as cinco regiões do
planeta com maior prioridade para a conservação da biodiversidade, o que por si só
indica a necessidade de conciliar os novos cenários de desenvolvimento econômico
com as composições ambientais existentes.

Da mesma forma, o Zoneamento Ecológico Econômico do Estado da Bahia


apresenta altos índices de qualidade ambiental da biodiversidade para a região,
apontando para a presença do ecoturismo como potencialidade econômica e
sustentável, mas também indicando a sua vulnerabilidade ambiental.

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Remanescentes da Mata Atlântica no TI/RI Litoral Sul

Dados Cartográficos: IBGE, SEI, SOS Mata Atlântica


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

Neste sentido, o ZEE/BA realizou o mapeamento das áreas ambientalmente


vulneráveis, onde pode ser visualizado mais uma vez a fragilidade ambiental da faixa
litorânea na região. A qualidade ambiental da região tem sido explorada pelo turismo,
principalmente nos municípios de Itacaré e Maraú, mas ao mesmo tempo a atividade

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desenvolvida de forma não orientada pode trazer prejuízos ambientais através da


construção de grandes empreendimentos hoteleiros e também pela expansão urbana,
além do conflito entre os interesses do setor turístico e comunidades tradicionais da
região.

Áreas Ambientalmente Vulneráveis no TI/RI Litoral Sul

Dados Cartográficos: IBGE, SEI, SOS Mata Atlântica


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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Um importante instrumento de planejamento ambiental são as Unidades de


Conservação (UC) e, nesse quesito, a região apresenta um total de 36 UC’s distribuídas
em uma área de aproximadamente 442 mil hectares, sendo 04 UC’s federais, 06
estaduais, 06 municipais e 21 reservas particulares. O elevado número de Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), maioria proveniente de fazendas de cacau,
tem sido exploradas pelo turismo rural e demonstra o aumento de iniciativas
econômicas sustentáveis na região.

Territorialmente, 25% da área total da região é ocupada por Unidades de


Conservação, abrangendo 16 municípios. Em destaque, o município de Maraú tem 95%
do seu território coberto por unidades de conservação, seguido de Itajuípe (81%),
Uruçuca (80%), Coaraci (72%), Itacaré (69%), Almadina (66%), Iguaí (60%), Ilhéus (46%)
e Una (43%). Nesse sentido os dados demonstram o interesse público pela
conservação ambiental da região, mas também indicam uma alta possibilidade de
conflitos, onde algumas sedes municipais estão inseridas em UC’s, e apontam para a
necessidade do planejamento territorial na região.

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Unidades de Conservação do Litoral Sul

Dados Cartográficos: IBGE, SEI, INEMA, ICMBIO


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2013

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Municípios do Litoral Sul com Unidades de Conservação

Área Total do Número Área Ocupada por Área Ocupada por


Município
Município (ha) de UC’s UC's (ha) UC's (%)

Almadina 25.094 01 16.551 65,95

Arataca 37.493 01 6.055 16,15

Canavieiras 133.391 01 13.033 9,77

Coaraci 28.245 01 20.433 72,34

Ibicaraí 23.178 01 95 0,41

Ibirapitanga 44.693 01 9.720 21,75

Iguaí 82.744 01 50.125 60,58

Ilhéus 175.893 14 81.739 46,47

Itacaré 73.727 07 51.037 69,22

Itajuípe 28.426 01 23.126 81,36

Jussari 35.659 02 3.531 9,90

Maraú 83.750 04 79.572 95,01

Pau Brasil 60.616 01 5.880 9,70

Santa Luzia 90.395 01 4.662 5,16

Una 103.890 05 44.967 43,28

Uruçuca 39.167 06 31.470 80,35

Fonte: INEMA, ICMBIO

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Unidades de Conservação Litoral Sul

Área
Jurisdição Nome UC Categoria Grupo Municípios
(ha)

Parque Nacional da Serra Proteção Arataca e


Federal Parque Nacional 11.344
das Lontras Integral Una

Refugio da Vida Silvestre Refúgio da Vida Proteção


Federal 23.423 Una e Ilhéus
de Una Silvestre Integral

Proteção
Federal Reserva Biológica de Una Reserva Biológica 18.515 Una
Integral

Reserva Extrativista de Reserva Uso


Federal 100.726 Canavieiras
Canavieiras Extrativista Sustentável

Jurisdição Nome UC Categoria Grupo Área (ha) Municípios

Área de
Uso Camamu, Maraú,
Estadual Baía de Camamu Proteção 122.593
Sustentável Itacaré e Igrapiúna
Ambiental

Área de
Costa de Itacaré/ Uso Ilhéus, Itacaré e
Estadual Proteção 62.559
Serra Grande Sustentável Uruçuca
Ambiental

Área de Ilhéus, Uruçuca,


Lagoa Encantada e Uso
Estadual Proteção 158.282 Itajuípe, Coaraci e
Rio Almada Sustentável
Ambiental Almadina

Área de Ituberá ,Igrapiúna, Nilo


Uso
Estadual Pratigi Proteção 93.372 Peçanha, Piraí do Norte
Sustentável
Ambiental e Ibirapitanga

Proteção Itacaré, Uruçuca e


Estadual Serra do Conduru Parque 9.357
Integral Ilhéus

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Área de
Uso
Estadual Serra do Ouro Proteção 50.667 Iguaí
Sustentável
Ambiental

Jurisdição Nome UC Categoria Grupo Área (ha) Municípios

Parque Municipal Parque Uso


Municipal 437 Ilhéus
da Boa Esperança Municipal Sustentável

Parque Municipal Parque Uso


Municipal 5 Ilhéus
Marinho de Ilhéus Municipal Sustentável

Área de
Península de Uso
Municipal Proteção 21.200 Maraú
Maraú Sustentável
Ambiental

Área de
Uso
Municipal APA do Lapão Proteção 4.300 Santa Luzia
Sustentável
Ambiental

Área de
Uso
Municipal Serra das Candeias Proteção 3.051 Jussari
Sustentável
Ambiental

Área de
Uso
Municipal Vale das Cascatas Proteção 5.880 Pau Brasil
Sustentável
Ambiental

Jurisdição Nome UC Grupo Área (ha) Municípios

Particular RPPN Juerana Uso Sustentável 27 Maraú

Particular RPPN Sapucaia Uso Sustentável 19 Maraú

Particular RPPN Rio Capitão Uso Sustentável 385 Itacaré

Particular RPPN Boa União Uso Sustentável 113 Ilhéus

Particular RPPN Reserva São José Uso Sustentável 77 Ilhéus

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Particular RPPN Helico Uso Sustentável 65 Ilhéus

Particular RPPN Mãe da Mata Uso Sustentável 13 Ilhéus

Particular RPPN Fazenda São João Uso Sustentável 25 Ilhéus

Particular RPPN Fazenda Sossego Uso Sustentável 5 Uruçuca

Particular RPPN Fazenda Arte Verde Uso Sustentável 10 Ilhéus

Particular RPPN Fazenda Ararauna Uso Sustentável 39 Una

RPPN Reserva Natural da


Particular Uso Sustentável 200 Jussari
Serra do Teimoso

Particular RPPN Ecoparque de Una Uso Sustentável 83 Una

Particular RPPN Reserva Capitão Uso Sustentável 660 Itacaré

Particular RPN Salto Apepique Uso Sustentável 118 Ilhéus

Particular RPPN Pedra do Sabiá Uso Sustentável 22 Itacaré

Particular RPPN Estância Manacá Uso Sustentável 95 Ibicaraí

Particular RPPN Fazenda Paraíso Uso Sustentável 26 Uruçuca

Particular RPPN Araçari Uso Sustentável 110 Itacaré

Particular RPPN Canto do Senhor Uso Sustentável 8 Uruçuca

Particular RPPN Guanandi Uso Sustentável 15 Ilhéus

Fonte: INEMA, ICMBIO

4.3.2 Zoneamento Ecológico Econômico da Bahia

O zoneamento ambiental é um dos instrumentos previstos na Política Nacional do


Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) que visa orientar o planejamento, a gestão e as
decisões do poder público, do setor privado e da sociedade em geral, considerando as
potencialidades e limitações ambientais e socioeconômicas, tendo por objetivo maior

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o desenvolvimento sustentável. Além disso, consiste em integrar as dimensões


ecológicas, sociais e econômicas, considerando as potencialidades e limitações do
meio físico, biótico e socioeconômico.

O ZEE é um instrumento de planejamento territorial, definido pelo Código Florestal


(Lei nº 12.651/12), e estabelece critérios orientadores para atividades produtivas em
cada porção do território (zona), indicando prioridades para conservação da
biodiversidade e disponibilizando um banco de dados georreferenciados para a gestão
territorial.

Na Bahia, a proposta do ZEE, elaborada pelo Governo através da SEPLAN, SEMA e


SEI, foi apresentada no segundo semestre de 2013 e realizou audiências públicas em
diversos municípios baianos para a consolidação do zoneamento, inclusive aconteceu
uma audiência pública no TI Litoral Sul, em Ilhéus, no dia 12 de março de 2014. Este
instrumento dará suporte às diversas ações regionais no âmbito da gestão e
planejamento.

Para a definição do zoneamento, o território baiano foi dividido em 36 (trinta e


seis) zonas que reúnem características físicas, ambientais e socioeconômicas similares.
São propostas diretrizes gerais e específicas visando à conservação da biodiversidade e
dos recursos naturais, com orientações relacionadas ao uso e ocupação do solo em
cada zona. Para tal, é regido por alguns objetivos específicos:

 Definir zonas no território baiano a partir da convergência de características


sociais, econômicas e geoambientais.
 Indicar prioridades para conservação e uso sustentável da biodiversidade.
 Estabelecer diretrizes gerais e específicas, e critérios orientadores para o
uso e a ocupação do solo e dos recursos naturais, em cada porção do
território (Zona).
 Disponibilizar um banco de dados georreferenciados para apoiar a gestão
territorial.

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Todos os territórios de identidade, e com base também no Estudo da Rede Urbana


e suas regiões de influência, foram incorporados às zonas estabelecidas pelo ZEE.
Alguns territórios possuem mais de uma zona na sua área delimitada. O estudo do ZEE
compôs uma síntese de cada zona estabelecida com características e diretrizes gerais e
específicas. Isto permite uma melhor percepção da dinâmica e estrutura ecológico-
econômica do território baiano e sua relação com o espaço urbano. Dentro do TI
Litoral Sul/Rede de Cidades de Ilhéus-Itabuna, por sua vez, podem ser encontradas 6
(seis) zonas, sendo elas:

 Patamar e Depressão dos rios Colônia e Pardo.


 Planalto Pré-Litorâneo Baixo Sul.
 Planalto de Jequié.
 Planaltos e Serras Pré-Litorâneas.
 Tabuleiro Costeiro do Litoral Sul.
 Planícies Fluviomarinhas.

A seguir, um mapa destacando as zonas que compõem a região, um quadro síntese


com algumas características das mesmas e uma síntese das diretrizes gerais
determinadas pelo ZEE para cada zona.

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Zonas Litoral Sul (ZEE, 2013)

Dados Cartográficos: IBGE, SEDUR, SEI, ZEE BahiA


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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Área Total de Total de Unidades Unidades


Territórios de Municípios Pertencentes ao Unidades de
Zona Total Comunidades Família de Geoambie de
Identidade TI Litoral Sul Conservação
(km²) Quilombolas Pescadores ntais Paisagem
Estadual Federal

Litoral Sul, Médio Buerarema, Floresta Azul,


Patamar e
Sudoeste da Bahia, Ibicaraí, Itabuna, Itaju do
Depressão dos
14.484,31 Vitória da Conquista, Colônia, Itapé, Jussari, 21 1.100 - - 5 7
rios Colônia e
Costa do Mascote, Pau Brasil, São José
Pardo
Descobrimento da Vitória
Litoral Sul, Baixo Sul,
Planalto Pré-
Médio Sudoeste da
Litorâneo 4.467,43 Ilhéus, Itacaré, Uruçuca 62 7.415 8 1 2 9
Bahia, Vale do
Baixo Sul
Jequiriçá, Recôncavo
Almadina, Arataca, Aurelino
Leal, Barro Preto, Buerarema,
Camacã, Canavieiras, Coaraci,
Litoral Sul, Baixo Sul,
Floresta Azul, Ibicaraí,
Médio Sudoeste da
Planaltos e Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna,
Bahia, Vale do
Serras Pré- 17.202,27 Itacaré, Itajuípe, Itaju do 49 5.620 6 4 5 9
Jequiriçá, Médio Rio
Litorâneas Colônia, Itapé, Itapitanga,
de Contas, Costa do
Jussari, Maraú, Mascote, Pau
Descobrimento
Brasil, Santa Luzia, São José da
Vitória, Ubaitaba, Una,
Uruçuca
Tabuleiro Litoral Sul, Extremo Canavieiras, Ilhéus, Mascote,
19.857,67 8 8.017 3 8 6 30
Costeiro do Sul, Costa do Santa Luzia, Una

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Litoral Sul Descobrimento

Litoral Sul, Baixo Sul,


Extremo Sul, Litoral
Norte e Agreste Canavieiras, Ilhéus, Itacaré,
Planícies
5.633,69 Baiano, Recôncavo, Maraú, Santa Luzia, Una, 73 37.067 18 8 - 22
Fluviomarinhas
Metropolitana de Uruçuca
Salvador, Costa do
Descobrimento
Fonte: ZEE/BA - 2013

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Tabela Síntese Zonas x Diretrizes Gerais

Zona Diretrizes Gerais


Implantar programas e práticas para a seca
Compatibilizar as atividades produtivas à preservação da biodiversidade e das terras
Patamar e Depressão dos rios Colônia e Pardo de povos e comunidades tradicionais
Promover políticas para evitar os efeitos negativos da expansão urbana desordenada
e do adensamento populacional no entorno dos centros urbanos

Compatibilizar as atividades produtivas e a expansão das áreas urbanas, à preservação


da biodiversidade e manutenção dos serviços ambientais, as áreas protegidas, as
áreas de relevo acidentado, as terras de povos e comunidades tradicionais e à inclusão
Planalto Pré-Litorâneo Baixo Sul
social
Conservar áreas importantes para a biodiversidade e manutenção dos serviços
ambientais

Promover o desenvolvimento socioeconômico diversificado e desconcentrado,


compatibilizando as atividades agropecuárias à conservação da biodiversidade e
manutenção dos serviços ambientais
Fortalecer e adensar, em bases sustentáveis, a cadeia produtiva do cacau, agregando
valor à produção local
Planaltos e Serras Pré-Litorâneas
Conservar áreas importantes para a biodiversidade e para a manutenção dos serviços
ambientais nos remanescentes de caatinga intercalados por áreas antropizadas e
distribuídos por toda a zona, com vistas principalmente à estabilidade dos
componentes naturais provedores de interação etnobiológica com valor reconhecido
aos povos e comunidades tradicionais

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Promover ações de inclusão socioprodutiva e combate à pobreza com prioridade para


a população em situação de alta vunerabilidade social
Compatibilizar as atividades produtivas e a expansão das áreas urbanas, à preservação
da biodiversidade e manutenção dos serviços ambientais, as áreas protegidas (em
especial a Reserva Biológica de Una, Estação Ecológica Wenceslau Guimarães e APA
Lagoa Encantada), as terras de povos e comunidades tradicionais e à inclusão social

Promover políticas de desenvolvimento urbano para compatibilizar o uso e a


ocupação do solo e a dinâmica socioeconômica com a preservação dos ecossistemas
Conservar áreas importantes para a biodiversidade e manutenção dos serviços
Tabuleiro Costeiro do Litoral Sul ambientais
Compatibilizar as atividades produtivas e a expansão das áreas urbanas, à preservação
da biodiversidade e manutenção dos serviços ambientais, as áreas protegidas as terras
de povos e comunidades tradicionais e à inclusão social

Conservar áreas importantes para a biodiversidade e manutenção dos serviços


ambientais, especialmente dos remanescentes de floresta ombrófila densa, com
vegetação secundária em diferentes estágios de regeneração, dunas, restingas, zonas
úmidas e manguezais, provedores de interação etnobiológica e de valor reconhecido
Planícies Fluviomarinhas
aos povos e comunidades tradicionais
Compatibilizar as atividades produtivas à preservação da biodiversidade e
manutenção dos serviços ambientais, as áreas
protegidas, as terras de povos e comunidades tradicionais e à inclusão social
Fonte: ZEE/BA - 2013

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Zona Características

Zona com Baixa cobertura vegetal remanescente (18,2%); 15% da zona


possui Elevada vulnerabilidade da biodiversidade; 66% da zona possui
prioridade Extremamente Alta para conservação; Ocorrência de 10
fitofisionomias (predomínio de Mata Atlântica) na zona, considerando um
total de 21 mapeadas no Estado (escala 1:100.000); Zona com ocorrência
de 21 feições de geodiversidade, considerando um total de 64 mapeadas
Patamar e Depressão no Estado (escala 1:2.500.000); Muito baixa proporção (0 %) da zona em
Unidades de Conservação, sendo 2,1% sob Proteção Integral e/ou Uso
dos rios Colônia e
Restrito, considerando uma Terra Indígena (Muito Baixa); A zona esta
Pardo inserida nas Bacias dos Rios Pardo, Jequitinhonha, Leste e Contas; Alta
proporção (67,3%) de microbacias com 0% ou menos de 20% de
cobertura vegetal; 86,6% da zona com Alta vulnerabilidade à erosão;
43,9% da zona com vulnerabilidade hídrica Muito Alta; Presença de
cavernas em Itapebi e Potiraguá e de Sítios Arqueológicos em Itapebi;
Presença de Quilombolas e Pescadores; Predomínio de uso do solo por
pastagens.

Zona com Média cobertura vegetal remanescente (27,3%); 23,4% da zona


possui Elevada vulnerabilidade da biodiversidade; 54% da zona possui
prioridade extremamente alta para conservação; Ocorrência de 8
fitofisionomias (predomínio de Mata Atlântica) na zona, considerando um
total de 21 mapeadas no Estado (escala 1:100.000); Zona com ocorrência
de 17 feições de geodiversidade, considerando um total de 64 mapeadas
no Estado (escala 1:2.500.000); Muito Alta proporção (47,35%) da zona
em Unidades de Conservação, sendo 0,29% sob Proteção Integral e/ou
Planalto Pré-Litorâneo
Uso Restrito, considerando uma Terra Indígena (Muito Baixa); A zona esta
Baixo Sul inserida nas Bacias do Recôncavo Sul, Contas e Paraguaçu; Alta proporção
(51,1%) de microbacias com 0% ou menos de 20% de cobertura vegetal;
100% da zona com Muito Alta vulnerabilidade à erosão; Apenas 7,3% da
zona possui vulnerabilidade hídrica Alta; Significativa presença de sítios
arqueológicos em Camamu, Igrapiúna, Jaguaripe e Maraú; Presença
significativa de Pescadores, como também de Quilombolas; Predomínio
do uso do solo por pastagens com presença de cultivos de coco, cacau e
citros.

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Zona com Alta cobertura vegetal remanescente (34,8%); 11,4% da zona


possui Elevada vulnerabilidade da biodiversidade; 31,8% da zona possui
prioridade Extremamente Alta para conservação; Ocorrência de 8
fitofisionomias (predomínio de Caatinga e Mata Atlântica) na zona,
considerando um total de 21 mapeadas no Estado (escala 1:100.000);
Zona com ocorrência de 15 feições de geodiversidade, considerando um
total de 64 mapeadas no Estado (escala 1:2.500.000); Baixa proporção
Planalto de Jequié (7,3%) da zona em Unidades de Conservação, sendo 1,8% sob Proteção
Integral e/ou Uso Restrito (Muito Baixa); A zona esta inserida nas Bacias
dos Rios de Contas, Recôncavo Sul, Paraguaçu e Pardo; Média proporção
(39,6%) de microbacias com 0% ou menos de 20% de cobertura vegetal;
100% da zona com Alta vulnerabilidade à erosão; Mais de 85% da zona
com vulnerabilidade hídrica Alta (51,4%) ou Muito Alta (34,7%); Presença
de Quilombolas e alguns Pescadores; Predomínio de uso do solo por
pastagens.

Zona com Alta cobertura vegetal remanescente (30,3%); 20,6% da zona


possui Elevada vulnerabilidade da biodiversidade; 34,3% da zona possui
prioridade extremamente alta para conservação; Ocorrência de 8
fitofisionomias (predomínio de Mata Atlântica) na zona, considerando um
total de 21 mapeadas no Estado (escala 1:100.000); Zona com ocorrência
de 20 feições de geodiversidade, considerando um total de 64 mapeadas
no Estado (escala 1:2.500.000); Média proporção (15,6%) da zona em
Planaltos e Serras Pré- Unidades de Conservação, sendo 3,7% sob Proteção Integral e/ou Uso
Litorâneas Restrito, considerando 3 Terras Indígenas (Baixo); A zona esta inserida nas
Bacias dos Rios de Contas, Leste, Pardo e Recôncavo Sul; Média
proporção (37,3%) de microbacias com 0% ou menos de 20% de
cobertura vegetal; 77,1% da zona com Alta vulnerabilidade à erosão; 26%
da zona com vulnerabilidade hídrica Alta; Sítios arqueológicos em
Itabuna, Itajuípe e Igrapiúna; Presença significativa de Pescadores, como
também de algumas comunidades Quilombolas; Predomínio de uso do
solo por sistemas agroflorestais, cacau e pastagens.

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Zona com Baixa cobertura vegetal remanescente (17,1%); 20,6% da zona


possui Elevada vulnerabilidade da biodiversidade; com 34% da zona
possui prioridade extremamente alta para conservação; Ocorrência de 10
fitofisionomias (predomínio de Mata Atlântica) na zona, considerando um
total de 21 mapeadas no Estado (escala 1:100.000); Zona com ocorrência
de 17 feições de geodiversidade, considerando um total de 64 mapeadas
no Estado (escala 1:2.500.000); Baixa proporção (6%) da zona em
Unidades de Conservação, sendo 7,8% sob Proteção Integral e/ou de Uso
Tabuleiro Costeiro do
Restrito, considerando 9 Terras Indígenas (Média); A zona esta inserida
Litoral Sul nas Bacias do Extremo Sul, Leste, Jequitinhonha e Pardo; Alta proporção
(67,1%) de microbacias com 0% ou menos de 20% de cobertura vegetal;
98,6% da zona com Baixa a Moderada vulnerabilidade à erosão; 39,3% da
zona com vulnerabilidade hídrica Moderada; Presença significativa de
sítios arqueológicos em diversos municípios da zona; Presença
significativa de Pescadores, como também de algumas comunidades
Quilombolas; Predomínio de uso do solo por silvicultura de eucalipto e
presença significativa de pastagens e cana-de-açúcar.

Zona com Muito Alta cobertura vegetal remanescente (51,1%); 37,7% da


zona possui Elevada vulnerabilidade da biodiversidade; com 77,7% da
zona possui prioridade extremamente alta para conservação; Ocorrência
de 12 fitofisionomias (predomínio de Mata Atlântica) na zona,
considerando um total de 21 mapeadas no Estado (escala 1:100.000);
Zona com ocorrência de 20 feições de geodiversidade, considerando um
total de 64 mapeadas no Estado (escala 1:2.500.000); Alta proporção
(48,01%) da área em Unidades de Conservação, sendo 11,04 % sob
Proteção Integral e/ou Uso Restrito, considerando 7 Terras Indígenas
Planícies (Muito Baixa); A zona esta inserida nas Bacias dos Bacias dos Rios
Fluviomarinhas Recôncavo Sul, Extremo Sul, Jequitinhonha, Pardo, Leste, Itapicuru,
Recôncavo Norte, Real, Inhambupe e Contas; Pequena proporção (25,1%)
de microbacias com 0% ou menos de 20% de cobertura vegetal; 83% da
zona com vulnerabilidade à erosão Muito Alta; 4% da zona com
vulnerabilidade hídrica Muito Alta; Grande ocorrência de sítios
arqueológicos em Camamu, Igrapiúna, Jaguaripe e Santa Cruz de Cabrália;
Presença significativa de Pescadores, como também de comunidades
Quilombolas; Na porção desprovida de vegetação remanescente
ocorrem, predominantemente, usos diversificados com presença de
cultivo de coco, policultura e áreas urbanizadas.

Fonte: ZEE/BA - 2013

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Além disso, os cenários ambientais previstos pelo ZEE já levam em consideração as


possibilidades de pressões ambientais, sobretudo pelos grandes empreendimentos
previstos, destacando o Porto Sul, e sua respectiva retroárea, FIOL e ZPE. Esses
empreendimentos, associados a outros investimentos, se configuram um modelo de
desenvolvimento portuário industrial para a região e apontam para a possibilidade de
conflitos ambientais que vão desde a etapa de construção até o momento de
operação. Da mesma forma, estes investimentos irão contribuir para a expansão
urbana, principalmente nas cidades de Ilhéus, Itabuna e Uruçuca.

ZEE: Cenários Ambientais Previstos para o Litoral Sul

O rápido processo de urbanização e polarização urbana pode levar a um crescimento desordenado das
cidades causando problemas, especialmente relacionados com a insuficiência de saneamento básico e
com a própria expansão urbana e turística, que causa redução da cobertura vegetal. Esse contexto
deve gerar pressão sobre a biodiversidade e poluição das águas.

No caso da biodiversidade, as áreas mais vulneráveis estão situadas justamente na faixa costeira, onde
se dá essa expansão, principalmente nas planícies marinhas e áreas de relevo acidentado.

O histórico de ocupação do solo gerou pequenos e médios fragmentos de remanescentes de florestas


nativas de Mata Atlântica que encontram-se, em sua maioria, com baixa qualidade. A distribuição
espacial das plantações de eucalipto contribui para o isolamento desses fragmentos remanescentes.
Há indícios de redução da biodiversidade nos remanescentes florestais, o que é agravado pelo fato da
silvicultura e outras atividades produtivas, como a pecuária, terem se tornado uma barreira para os
corredores de biodiversidade, podendo se agravar.

Os rios da macrorregião Litoral Sul apresentam condições aceitáveis de qualidade das águas para
diversos usos, embora em muitos pontos haja intenso processo de eutrofização, o que gera impactos
na biodiversidade.

Já as áreas mais vulneráveis à contaminação das águas subterrâneas estão situadas principalmente nas
planícies marinhas e colinas próximas, onde estão localizadas as maiores aglomerações urbanas e
registram-se alta disponibilidade desse recurso.

As maiores cidades da macrorregião Litoral Sul, localizadas principalmente na faixa costeira ou em suas
proximidades, como Ilhéus e Itabuna, estão sobre áreas com vulnerabilidade dos solos à erosão
variando entre moderada e muito alta. A expansão urbana dessas cidades eleva a tendência de
ocupação de áreas de risco de inundações e desabamento de encostas e, conseqüentemente, de
intensificação na ocorrência de tragédias.

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A demanda por água para atendimento tende a crescer, podendo gerar dificuldade de abastecimento
de água, principalmente em áreas mais periféricas, mesmo numa região com significativos índices
pluviométricos. Isso ocorre devido a sobrecarga no uso dos recursos hídricos disponíveis, a uma gestão
ainda insuficiente para permitir um controle mais adequado e à localização das nascentes dos
principais cursos d´água em regiões de clima Semiárido. Nesse contexto, destacam-se os rios:
Itapicuru, Jequiriçá e Colônia.

De maneira geral, todos os grandes projetos de investimento podem causar impactos permanentes
sobre a qualidade ambiental do território, caso não sejam rigorosamente cumpridas as devidas
condicionantes da licença, ou não se dê o efetivo acompanhamento por parte da sociedade. Desses
grandes projetos, a expansão da silvicultura, embora seja uma cadeia produtiva organizada e com
elevado nível tecnológico, possui um dos maiores potenciais de geração de impactos ambientais,
devido à rápida e massiva ocupação de terras e conversão da vegetação num sistema de monocultura
arbórea.

Considerando a projeção da área ocupada por silvicultura em 2025, equivalente a 21,6% do total da
macrorregião, além dos cerca de 12% de cacau e demais cultivos, fica clara a tendência de aumento da
pressão sobre áreas consideradas como uma das mais vulneráveis e importantes para a biodiversidade
em todo o bioma Mata Atlântica, mesmo com a projeção de estabilização no balanço da cobertura
florestal.

A expansão projetada para o conjunto de atividades agropecuárias tende a ocasionar, além da perda
de biodiversidade, outros impactos ambientais que merecem destaque, como: redução da qualidade
das águas, especialmente em caso de uso excessivo de agrotóxicos, e esgotamento dos solos em áreas
com monoculturas prolongadas e manejo inadequado.

A implantação de atividades agropecuárias sobre áreas de relevo mais dissecado e fortemente


ondulado, tende a causar desestabilização de solos com alta vulnerabilidade a erosão, especialmente
no Maciço do Jucuruçu e nos planaltos e serras interioranas da macrorregião Litoral Sul, caso não
sejam adotados manejos apropriados às condições locais.

O uso de agrotóxicos sem o adequado manejo nas áreas mais vulneráveis à contaminação das águas
subterrâneas, especialmente nos planaltos, serras e maciços do interior da macrorregião Litoral Sul, e
nas planícies fluviais, flúvio-marinhas e marinhas, potencializam a degradação desse recurso.

O complexo Porto Sul–FIOL, criado a princípio para viabilizar o escoamento de minérios e grãos do
interior do estado, por ferrovia e porto a ser construído em Ilhéus, tende a gerar impactos
significativos, especialmente sobre a biodiversidade e na qualidade das águas.

Os impactos decorrentes do complexo Porto Sul–FIOL ocorrem desde a etapa de construção, devido a
supressão de vegetação e remodelagem do relevo, que ocasionam redução de habitats,
seccionamento de corredores de fauna, pressão sobre a biodiversidade e assoreamento das águas; até
a fase de operação, devido às emissões de particulados oriundos do transporte de minérios e de
poluentes das indústrias que serão atraídas para a região, especialmente as de celulose, no extremos
sul, e as de transformação, a se implantarem na ZPE (Zona de Processamento para Exportação) da
retro-área do Porto Sul.

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Grande parte desse complexo de construções erguido sobre solos altamente vulneráveis à erosão,
demandarão controle rigoroso, principalmente na fase de implantação do empreendimento.

A demanda hídrica do complexo, em virtude da ampliação das demandas industriais e crescimento


urbano, ampliará significativamente a vulnerabilidade das águas superficiais. Mesmo com a construção
de barragem de regularização no Rio Colônia, em Itapé, no município de Itabuna, haverá uma
tendência de pressão sobre outros mananciais, a exemplo do Rio das Contas, para atendimento às
futuras demandas.

Por sua vez, as atividades relacionadas com o setor de petróleo e gás, não deverão ocasionar impactos
ambientais mais expressivos do que os atuais na região, tendo em vista a manutenção da exploração
de gás natural do campo de Manati, nas proximidades do município de Cairu, no baixo sul, onde os
principais impactos decorrem do fluxo de embarcações.

Fonte: ZEE/BA - 2013

Uma das grandes questões do ZEE/BA é relativa à espacialidade e escala de


representação (1:250.000). Nesta escala, torna-se possível, em relação a aspectos da
configuração urbana, a captura da malha urbana, dificultando assim uma leitura mais
aprofundada sobre as questões relacionadas ao desenvolvimento urbano
(saneamento, habitação, mobilidade), infraestrutura e vulnerabilidade social. É
importante fazer um cruzamento das informações do ZEE/BA com o Estudo da Rede
Urbana da Bahia, pois desta forma é possível identificar como a configuração urbana
da região se comporta em relação aos aspectos identificados no zoneamento.

4.4 Aspectos Econômicos

O Litoral Sul, tradicionalmente, foi marcado pela monocultura cacaueira e com


resistências às inovações tecnológicas, no passado, onde Ilhéus-Itabuna era a principal
região de atividade agropecuária no Estado. Apesar do declínio do cacau, a RI de
Ilhéus-Itabuna, atualmente, ainda possui o 3º maior PIB da Bahia (4,7% do PIB total do
Estado), respondendo por 3,9% do PIB dessa atividade na Bahia.

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Para o entendimento desta dinâmica econômica foi feito um levantamento das


principais cadeias produtivas da região, mapeando sua evolução em relação à área
plantada, quantidade produzida e valor produzido, do período de 1990 a 2012. Além
da potencialidade destas cadeias, outro fator levando em consideração neste
diagnóstico para a análise econômica foi em relação aos investimentos turísticos para
o território.

4.4.1 Cadeias Produtivas

Na formação histórica da região do Litoral Sul da Bahia distinguem-se algumas


dinâmicas econômicas que moldaram sua ocupação territorial: a primeira foi à
atividade extrativista e de produção artesanal praticadas por comunidades tradicionais
e de agricultura familiar. A ela se acrescentou uma produção rural exportadora de
cacau, assentada em latifúndios com modo de produção tradicional e que atualmente
apresenta processo inicial de modernização.

Neste contexto de geração de excedentes econômicos, surgiu à pecuária,


avicultura e a suinocultura, todas voltadas ao mercado regional, como também surgiu
uma próspera atividade de comércio e serviços que se desenvolveu em
interdependência com as dinâmicas econômicas citadas anteriormente e viabilizada
pela expansão do transporte rodoviário, atividade econômica especialmente
concentrada no bipolo urbano de Ilhéus e Itabuna, destacando-se as atividades
relacionadas ao turismo e as funções urbanas exercidas pelas duas cidades, com
escalas relativamente expressivas e diversificadas de comércio e serviços.

Recentemente houve a constituição de um setor de turismo voltado aos grupos


sociais de alta renda, concentrado em Itacaré, e também de setor imobiliário voltado
ao mesmo segmento social. Finalmente, formou-se incipiente setor industrial, no inicio
coligado à produção de cacau, e posteriormente um pouco mais diversificado, inclusive
com a incorporação de montadoras de produtos de informática, contudo pouco

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integradas à economia regional. A atividade manufatureira concentra-se nos distritos


industriais de Ilhéus e Itabuna, com destaque para a fabricação de equipamentos de
informática e telecomunicações, alimentos, produtos químicos, cacau e seus
derivados, beneficiamento de mármore e granito.

De forma sintética, pode ser afirmado que até a metade do séc. XIX, o Litoral Sul
era um espaço sem atividade econômica relevante, socialmente desarticulada e
conseqüentemente sem identidade própria. Foi o desenvolvimento da cultura do
cacau a responsável pela formação econômica, social e cultural do espaço regional,
comandado pelo eixo Ilhéus-Itabuna, em torno do qual se estruturou a cultura
cacaueira.

Expansão da Lavoura Cacaueira no Estado da Bahia (séc. XVIII – XXI)

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Contudo, a produção do cacau, base da formação e do desenvolvimento da região,


entrou em crise no final da década de 1980, gerando falências, desemprego,
empobrecimento, migração rural, esvaziamento demográfico e crise fiscal nos
municípios da região. De 2002 a 2011 a taxa média anual de crescimento do PIB per
capita foi inferior à da Bahia e atualmente a antiga e próspera região do Litoral Sul é a
segunda com o alto mais índice de pobreza do Estado, segundo o Mapa da Pobreza
elaborado pela SEI.

A reconversão da economia cacaueira e de suas estruturas social, política e


logística, a ser obtida pela ampliação e diversificação da economia regional são uma
questão estratégica que permeia o futuro da região, constituindo grande desafio para
as políticas públicas de desenvolvimento regional urbano do Estado da Bahia. Cabe
ressaltar que o caráter de um modelo de desenvolvimento local endógeno não
corresponde a uma visão limitada ao território, que contraria a lógica regente da
economia globalizada. O desenvolvimento endógeno reconhece o circuito local como o
alcance primeiro da produção da riqueza e depende da viabilidade de qualificação da
produção a partir de arranjos econômicos que fortaleçam as cadeias produtivas locais,
para que, sucessivamente, seja viabilizada a inserção ao circuito global.

No caso do Litoral Sul, além da cadeia do cacau, destaca-se a cadeia econômica de


produção de látex natural (seringueira), que vem ocupando o lugar do cacau
principalmente nos municípios de Una, Maraú, Barro Preto e Ilhéus e já representa
aproximadamente e respectivamente 35 e 7,5% do total da produção estadual e
nacional.

Também se destaca a silvicultura, a produção de especiarias, fibras naturais,


produtos madeireiros, frutas tropicais, essências florestais entre outros, ainda sem
grande relevância, mas que são potencias endógenos que, mesmo sob a crise do
cacau, floresceram e cresceram no período, explicitando uma base real de
potencialidades, principalmente por que estão assentadas em ofícios e tradições de
culturas agrícolas e florestais locais, em diferentes iniciativas empresariais que, na

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realidade, e em sua maior parte, ainda constituem ações isoladas sem acesso a crédito,
tecnologia, assistência técnica e aos mercados nacionais e internacionais.

Para tal, as culturas de produções agrícolas e florestais demonstram que, mesmo


com a crise do cacau, houve lento processo de diversificação econômica da região do
Litoral Sul, revelando dinâmica de adaptação e reconversão endógena da economia
regional, sem maiores apoios externos, fossem eles públicos ou privados.

De forma geral, com necessárias e compreensíveis exceções, como do carvão


vegetal e da lenha, dada a maior fiscalização florestal, e da banana, dada que boa
parte da produção estava associada à do cacau, houve aumento da área plantada e da
quantidade produzida da maioria dos produtos regionais agrícolas, florestais e de
criação animal de 1990 a 2012. A elevação do valor produzido no mesmo período
ocorreu para todos os produtos regionais e se deve a fatores externos, como a
elevação do consumo mundial de alimentos, desequilíbrios ambientais e especulações
financeiras.

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Evolução da Cultura de Cacau (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Evolução da Cultura da Borracha (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Evolução da Cultura da Banana (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Evolução da Cultura do Café (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Evolução da Cultura do Coco (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura do Dendê (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura do Guaraná (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Evolução da Cultura de Palmito (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Evolução da Cultura da Pimenta do Reino (1990 – 2012) – Área Plantada, Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Evolução da Cultura do Leite (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura de Lenha (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura de Madeira (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura do Mel (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura do Ovo de Codorna (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura do Ovo de Galinha (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura de Piaçava (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Cultura do Carvão (1990 – 2012) – Quantidade Produzida e Valor Produzido

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Evolução da Pecuária, Avicultura e Suinocultura (1990 – 2012)

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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O PIB Industrial e Renda Per Capita Industrial dos municípios do Litoral Sul da Bahia
mostram significativo crescimento da produção industrial no período de 2000 a 2011,
bem como considerável elevação da renda per capita industrial no mesmo período em
todos os municípios da região, especialmente nos municípios de Itajuipe e Camacan.

O relativo elevado crescimento do PIB industrial e da renda per capita industrial


dos municípios do Litoral Sul ocorreu justamente no período de crise da economia
cacaueira, demonstrando o potencial industrial endógeno da região, cujos lastros são
as iniciativas empresariais locais que demandam acesso ao crédito, tecnologia,
assistência técnica e aos mercados nacionais e internacionais. Faz-se importante
realçar que tanto a renda per capita industrial dos municípios de Ilhéus e Itabuna,
como da região do Litoral Sul, são maiores do que a do Estado da Bahia.

Mesmo considerando o contexto de redução demográfica ocorrida nas últimas


décadas na região, bem como o significativo aquecimento da demanda via elevação e
transferência de renda, o alto crescimento da renda per capita industrial parece indicar
dinâmica industrial local própria e autônoma que relativamente independe de macro
contextos econômicos.

Fonte: IBGE - 2010


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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Fonte: IBGE - 2010


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

A crise do cacau, em 1989, permitiu uma nova visão acerca das cadeias produtivas
locais que eram produzidas e cultivadas de forma artesanal e sem grande
representação. A borracha vem ganhando importância, a agropecuária continua sendo
uma atividade representativa na região. O aperfeiçoamento da produção e cultivo das
amêndoas de cacau, por exemplo, colocou o Brasil no mapa dos países produtores de
cacau fino e cria um novo roteiro de turismo gastronômico.

4.4.2 Turismo

De acordo com o Estudo da Rede, na Bahia, as primeiras tentativas formais de


desenvolvimento turístico podem ser observadas desde 1953 e restritas ao município
de Salvador. Em 1968, com a criação da Bahiatursa – Empresa de Turismo da Bahia –,
elabora-se o primeiro Plano de Turismo do Recôncavo. Na sequência, são
desenvolvidos os planos da Baía de Todos os Santos, da orla de Salvador (estendendo-
se até a Praia do Forte), de Ilhéus e de Porto Seguro e iniciam-se estudos para a
implantação de um Centro de Convenções e Feiras em Salvador. O programa Caminhos
da Bahia já previa, naquela época, a ampliação da rede hoteleira e de pousadas, ações

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de marketing e capacitação de recursos humanos nos municípios de Camamu, Cipó,


Cachoeira, Ibotirama, Ilhéus, Itaparica, Jacobina, Juazeiro, Lençóis, Paulo Afonso, Porto
Seguro, Tucano e Valença.

No início dos anos 1990, observa-se assim, o desenvolvimento de novas regiões


turísticas que se formaram, incorporando municípios em direção ao Oeste do Estado,
com outros potenciais que se agregaram às praias:

 Costa dos Coqueiros: municípios de Jandaíra, Conde, Esplanada, Entre Rios,


Mata de São João, Camaçari e Lauro de Freitas.

 Baía de Todos os Santos: municípios de Jaguaripe, Itaparica, Vera Cruz,


Salinas da Margarida, Maragojipe, São Félix, Cachoeira, Saubara, Santo
Amaro, São Francisco do Conde, Madre de Deus e Salvador.

 Costa do Dendê: municípios de Valença, Taperoá, Cairu, Nilo Peçanha,


Ituberá, Igrapiúna, Camamu e Maraú.

 Costa do Cacau: municípios de Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una, Canavieiras.

 Costa do Descobrimento: municípios de Belmonte, Santa Cruz, Cabrália e


Porto Seguro.

 Costa das Baleias: municípios de Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e


Mucuri.

 Chapada Diamantina: subdividida nos Circuitos do Diamante (municípios de


Mucugê, Itaetê, Andaraí, Lençóis, Iraquara, Palmeiras e Seabra) e do Ouro
(municípios de Rio de Contas, Piatã, Rio do Pires, Érico Cardoso, Livramento
de Nossa Senhora e Abaíra).

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Fonte: Secretaria de Estado da Cultura e Turismo, de 2005. Livro do Século XXI, Consolidação do
Turismo: estratégia turística da Bahia, 2003-2020

A Zona Turística da Costa do Cacau é produtora do fruto que dá origem ao


chocolate e se tornou famosa pelos romances de Jorge Amado ambientados na região.
A atividade turística na região está relacionada à natureza e pela herança do modelo
adotado no cultivo do cacau que utiliza a vegetação nativa para sombrear os cacauais
e, dessa forma, contribui também para a preservação de remanescentes de Mata
Atlântica. Esses remanescentes estão inseridos em unidades de conservação.

A cidade de Ilhéus, ainda segundo o Estudo da Rede Urbana da Bahia, é o terceiro


destino turístico do Estado, atrás apenas de Salvador e Porto Seguro. O quarto destino
turístico é Lençóis, na Chapada Diamantina. A modalidade de turismo histórico-cultural

123
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e do turismo de negócios, congressos e eventos foram indicados para o eixo Ilhéus-


Itabuna.

Além do turismo ligado à natureza, existem os atrativos do chamado turismo de


“sol e mar” relacionados ao extenso litoral de praias, cenário complementado por rios,
lagoas, cachoeiras e cavernas, bem como por tradições culturais e um rico patrimônio
arquitetônico dos tempos áureos da lavoura cacaueira do início do século XX.

Segundo o PDITS, foram realizadas intervenções em infraestrutura turística para a


implementação e caracterização do Pólo Litoral Sul, composto pelas Zonas Turísticas
da Costa do Cacau e da Costa do Dendê. Entre essas intervenções destaca-se a rodovia
BA-001, ligando Ilhéus a Itacaré, conhecida como Estrada Parque e, posteriormente,
foi realizada a complementação dessa rodovia entre Itacaré e Camamu, com a
construção da ponte sobre o rio de Contas. Essas obras viárias conectaram a Costa do
Cacau à Costa do Dendê, e essa conectividade aproxima também a região litoral sul à
Salvador e RMS através da BA-001 que corta os municípios de Vera Cruz e Itaparica, na
Ilha de Itaparica.

Segundo informações da Diretoria de Projetos, da Secretaria de Turismo do Estado


(SETUR), atualmente estão sendo desenvolvidos projetos de melhoria da infraestrutura
turística na região. Podem-se citar os seguintes projetos para o município de Ilhéus:

 Implantação de infraestrutura urbana na localidade de Banco da Vitória e


ampliação do Centro de Convenções de Ilhéus com o Pavilhão de Feiras.

 Finalização dos Portões de Entrada, previsto para outros municípios


turísticos, e que tem grande importância para a região sul na qual Ilhéus
desenvolve papel de receptivo turístico.

 Adequação de acesso aos Atrativos Turísticos para Ilhéus e Itacaré. O


Projeto de Sinalização Turística, previsto para a região litoral sul em
rodovias, cidades e povoados, teve sua execução concluída em 2013,
enquanto os demais estão em fase de elaboração de projetos.

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Fonte: Secretaria de Estado da Cultura e Turismo, de 2005. Livro do Século XXI, Consolidação do
Turismo: estratégia turística da Bahia, 2003-2020

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Na atual proposta para o desenvolvimento turístico no Estado, com metas até o


ano de 2020, a regionalização passa a ser integradora de quase todo o território
estadual, pois hoje a Bahia já conta com onze zonas turísticas, sendo sete consolidadas
e quatro em formação.

Fonte: Correio da Bahia (Disponível em: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/litoral-


norte-atrai-r-4-bilhoes-em-projetos-turisticos/)

Na Bahia, há similaridades entre o investimento internacional no setor imobiliário-


turístico e o internacional no imobiliário-turístico voltado para a segunda moradia no
exterior. A justificativa para se adotar esse tipo de informação que permite uma
compreensão de nosso objeto é também a dificuldade em se obter as informações
desejadas minimamente na escala municipal. Além disso, é sabido que muitos desses
processos têm sua nacionalização falseada.

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Concentração de investimentos estrangeiros no setor-turístico, 2006-2012,


Municípios da Bahia

Nº de investimentos
Município
implantados e previstos
Salvador 21
Camaçari, Porto Seguro / Trancoso 7
Mata de São João, Belmonte 5
Itacaré, Porto Seguro 3
Costa Azul / Jandaíra, Canavieiras 2
Maraú, São Francisco do Conde / Ilha de Cajaíba, Ilhéus,
1
Salinas de Margarida, Vitória da Conquista
Fonte: BSH Travel Research - 2008

Nesta síntese, tem-se uma clara expansão territorial do investimento estrangeiro


em ativos imobiliários turísticos, que inicia em apenas três municípios (Salvador,
Camaçari e Porto Seguro) em 2006 e avança para quatorze outros em 2012. A despeito
desse crescimento, mantém-se a concentração desse tipo de investimento ao longo da
costa baiana, em consonância com os principais fluxos de turistas estrangeiros. Ou
seja, esses investimentos se justificam mais pelas possibilidades reais de retorno
financeiro que pela consolidação da Bahia como pólo turístico em toda sua extensão
ou em todo seu potencial.

Reitera-se aqui a configuração de uma regionalização no âmbito internacional e


seus reflexos no interior do Estado da Bahia. Tais regiões devem ser consideradas de
forma especial na construção de políticas públicas setoriais e diferenciadas
regionalmente. Deve haver uma prioridade no trato de municípios da costa baiana,
sobretudo os destacados nesta análise em planos de uso do solo, planos de
desenvolvimento sustentável e políticas de acesso a terra, como também deve haver
uma política estratégica de aproximação e marketing nos principais mercados
emissores internacionais de investimento, na área imobiliária - turística. O
reconhecimento de tais realidades podem ainda contribuir na ação fiscalizadora e de
monitoramento do processo de ocupação do solo, fundamentalmente em áreas de
maior pressão para mudanças.

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A análise das redes conformadas com base na origem de turistas e de


empreendimentos imobiliários permite verificar/reafirmar que a interface
internacional da rede baiana encontra-se principalmente na faixa litorânea. Essa área
recebe os principais fluxos de turistas e, consequentemente, os grandes investimentos
imobiliários, seja pela construção de pousadas, hotéis e resorts, seja pela segunda
residência.

O aumento da quantidade de estabelecimentos voltados ao turismo em uma única


área do Estado acentua o processo de concentração e, consequentemente, a
desigualdade da rede urbana. As cidades que já demonstravam importância
regional/nacional são as mais beneficiadas pelo turismo.

Nesse sentido, verifica-se o desenvolvimento de um círculo vicioso no qual as


cidades mais equipadas recebem mais investimentos, que irão gerar mais riquezas, no
mesmo local. Não há um espraiamento territorial significativo que possa irradiar as
benesses dessa atividade. Assim, é fundamental a ação do Estado como disciplinador e
promotor do fortalecimento de outras áreas turísticas.

4.5 Aspectos Demográficos e Sociais

O Litoral Sul, segundo dados do IBGE 2010, apresentava uma população de 796.691
habitantes, sendo que Ilhéus e Itabuna concentravam, juntas, 388.903 habitantes. Com
isso, conclui-se que há uma concentração populacional no bi-polo e uma não
homogeneidade no território, pois cerca de 60% dos municípios apresentam
população abaixo de 20 mil habitantes.

Para efetivo deste diagnóstico e conhecimento mais aprofundado sobre a


população deste território, foram levantados os dados sobre a saúde, educação, déficit
habitacional e comunidades indígenas e quilombolas.

128
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4.5.1 Educação

As taxas de alfabetização são muito semelhantes entre os municípios do Litoral Sul,


não havendo grandes disparidades internas. Destaque ao município de Ilhéus, que
conta com mais de 80% de alfabetizados na população. Ressalta-se que mesmo em
Ilhéus o índice é baixo se comparado à média nacional (87,2%).

Em relação ao nível educacional do Litoral Sul, dados do IBGE de 2000 indicam que
35% dos chefes de família não são instruídos ou possuem até um ano de instrução.
Apenas 11% desses chefes possuem mais de dez anos de instrução. Apesar de
preocupantes, esses números vêm apresentando sensível melhoria nos últimos anos.
Como exemplo, tem-se a taxa de alfabetização, que passou de 50% em 1990 para 72%
em 2000. O processo de aprimoramento educacional está em curso, sendo que,
atualmente, 82% da população estudantil do Litoral Sul está matriculada no nível
fundamental.

Nos municípios de Ilhéus e Itabuna, por possuírem rede escolar que atendem a
demanda de matrículas para as últimas séries do segundo grau e para a universidade,
os deslocamentos entre os moradores da faixa dos 15 anos 24 anos não se destacam.

Taxa de Cobertura do Serviço de Educação


Distribuição Percentual da População por Município e Faixa Etária 2010
Ed.Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio
1ª a 4ª Series 5ª a 8ª Series
Creche (pop. 0- Pré-Escola POP POP 15-17
POP 7- POP
3 anos) 4-6 anos anos
MUNICIPIOS 9 anos 10-14 anos
Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de
taxa taxa taxa taxa taxa
cobertur cobertur cobertur cobertur cobertur
% % % % %
a a a a a

28,8 100,0 19,4


Total 0,09 8,89 0,29 1,00 0,95 95,42 0,19
8 0 5

25,5 24,2 100,0 100,0 12,5


ALMADINA 0,26 0,24 1,00 1,00 0,13
4 1 0 0 7
46,3 100,0 27,7
ARATACA 0,00 0,00 0,46 1,00 0,64 64,50 0,28
6 0 4
AURELINO 68,3 100,0 14,3
0,00 0,00 0,68 1,00 0,66 66,07 0,14
LEAL 7 0 1

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GOVERNAD
OR
LOMANTO 40,8 79,4 100,0 42,6
0,41 0,79 1,00 0,77 77,12 0,43
JUNIOR - 6 4 0 3
BARRO
PRETO
63,6 100,0 22,2
BUERAREMA 0,06 6,27 0,64 1,00 0,77 77,15 0,22
9 0 8
12,2 40,9 100,0 16,7
CAMACAN 0,12 0,41 1,00 0,67 66,56 0,17
5 8 0 2
CANAVIEIRA 11,7 34,7 100,0 100,0 15,4
0,12 0,35 1,00 1,00 0,15
S 0 1 0 0 1
17,0 38,4 100,0 100,0 22,2
COARACI 0,17 0,38 1,00 1,00 0,22
2 7 0 0 6
FLORESTA 20,7 31,2 100,0 100,0 13,7
0,21 0,31 1,00 1,00 0,14
AZUL 5 7 0 0 6
21,0 32,4 100,0 100,0 20,0
IBICARAI 0,21 0,32 1,00 1,00 0,20
0 1 0 0 5
26,2 100,0 100,0 22,7
ILHEUS 0,07 6,63 0,26 1,00 1,00 0,23
2 0 0 6
10,0 57,8 100,0 33,5
ITABUNA 0,10 0,58 1,00 0,89 88,88 0,34
9 0 0 9
100,0
ITACARE 0,03 2,59 0,10 9,72 1,00 0,16 16,49 0,02 2,29
0
ITAJU DO 15,1 33,2 100,0 100,0 16,8
0,15 0,33 1,00 1,00 0,17
COLONIA 1 1 0 0 4
38,7 100,0 100,0 15,9
ITAJUIPE 0,01 0,57 0,39 1,00 1,00 0,16
3 0 0 4
17,3 33,9 100,0 100,0 22,4
ITAPE 0,17 0,34 1,00 1,00 0,22
6 8 0 0 9
39,3 34,6 100,0 100,0 26,7
JUSSARI 0,39 0,35 1,00 1,00 0,27
3 6 0 0 2
29,6 100,0 100,0 15,1
MARAU 0,05 4,80 0,30 1,00 1,00 0,15
6 0 0 2
22,7 19,9 100,0 100,0 22,3
MASCOTE 0,23 0,20 1,00 1,00 0,22
6 3 0 0 0
29,8 100,0 100,0 29,7
PAU BRASIL 0,00 0,00 0,30 1,00 1,00 0,30
9 0 0 6
SANTA 11,3 24,0 100,0 100,0 20,5
0,11 0,24 1,00 1,00 0,21
LUZIA 4 6 0 0 1
SAO JOSE 40,9 100,0 100,0 27,3
0,00 0,00 0,41 1,00 1,00 0,27
DA VITORIA 9 0 0 1
13,8 31,0 100,0 100,0 18,1
UBAITABA 0,14 0,31 1,00 1,00 0,18
5 5 0 0 5
11,8 28,8 100,0 100,0 25,9
UNA 0,12 0,29 1,00 1,00 0,26
5 7 0 0 4
10,8 35,0 100,0 100,0 30,7
URUCUCA 0,11 0,35 1,00 1,00 0,31
6 4 0 0 6
Fonte: IBGE (2010) e Secretaria de Educação do Estado da Bahia.

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Taxa de Cobertura de Creche (2010)

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Taxa de Cobertura do Ensino Infantil/Fundamental (2010)

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Taxa de Cobertura do Ensino Médio (2010)

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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Em relação ao ensino superior, existe uma predominância dos campis na AID do


Porto Sul, especialmente no município de Itabuna. Recentemente, foi decretada a
instalação da UFSB também em Itabuna. Há um equilíbrio em relação à administração
destas instituições, pois podem ser encontradas tanto públicas quanto privadas. Estes
dados demonstram a centralidade que esta região possui em relação a todo o
território.

O atrativo por cursos profissionalizantes e ensino superior ampliou-se devido aos


programas do Governo Federal e, conseqüentemente, a demanda por este ensino irá
aumentar com toda a nova dinâmica proporcionada pelos grandes empreendimentos
na região, pois será necessária a mão-de-obra qualificada e especializada. A UESC,
hoje, é o grande centro educacional de ensino superior da região e ganhará um grande
apoio a partir da efetivação da UFSB.

Lista de algumas das Instituições de Ensino Superior com sede/campi no TI Litoral Sul
Sigla Nome Administração Natureza Campi TI Litoral
Sul

UESC Universidade Estadual Estadual Universidade Ilhéus


de Santa Cruz

IF Baiano Instituto Federal Federal IFET Uruçuca


Baiano

UFSB Universidade Federal Federal Universidade Itabuna


do Sul da Bahia

IFBA Instituto Federal de Federal Instituto Ilhéus


Educação, Ciência e Federal
Tecnologia

EEEMBA Escola de Engenharia Particular Escola Técnica Itabuna


Eletro-Mecânica da
Bahia

FTC Faculdade de Particular Faculdade Itabuna


Tecnologia e Ciência

134
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UNIME União Metropolitana Particular Faculdade Itabuna


de Educação e Cultura

Fonte: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

4.5.2 Saúde

A análise sobre os Indicadores de saúde no Litoral Sul da Bahia tomou como base
três indicadores: mortalidade infantil, rede assistencial e leitos de internação. Os
indicadores de saúde ajudam a mensurar a qualidade de vida dos habitantes de um
determinado local/região. Quanto ao território, apesar dos indicadores se
assemelharem aos do Estado da Bahia, não é parâmetro para definir “qualidade”, uma
vez que o Estado é heterogêneo, tanto economicamente quanto socialmente,
possuindo uma alta desigualdade em relação também a esses indicadores.

Taxa de Mortalidade infantil por 1.000 nascido-vivos

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Brasil 28,4 27,5 26,6 25,8 25 24,1 23,3

Bahia
22,8 23,0 22,0 21,7 21,7 19,8 18,1

Litoral Sul
24,3 31,9 28,3 28,4 27,2 22,6 24,0

Almadina - 40,0 - 18,3 44,9 - 26,0

Arataca 19,4 22,5 20,9 27,2 10,1 10,5 37,4

Aurelino Leal 25,9 32,4 35,4 25,8 51,3 20,3 17,2

Barro Preto - 36,7 11,5 12,0 31,6 21,1 44,9

Buerarema 28,8 25,8 25,8 19,8 21,4 23,1 19,8

Camacan 56,0 30,3 36,7 40,7 19,6 27,6 11,6

Canavieiras 11,9 43,9 25,8 22,4 18,2 22,0 6,1

135
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Coaraci 25,4 16,8 30,3 21,7 39,7 44,0 27,2

Floresta Azul 15,4 26,0 48,5 35,7 27,6 20,2 11,8

Ibicaraí 24,5 25,5 19,0 24,9 27,1 18,7 27,2

Ibirapitanga 6,9 18,9 24,0 18,0 23,3 37,3 10,7

Ilhéus 23,1 26,8 31,2 31,4 26,0 17,5 20,0

Itabuna 27,4 29,8 26,1 26,9 24,9 22,9 24,5

Itacaré 15,3 15,4 23,6 34,5 31,1 25,1 25,9

Itaju do Colônia 11,0 44,3 12,7 26,3 15,4 8,3 35,1

Itajuípe 41,5 28,1 25,7 29,9 10,0 33,4 38,5

Itapé 33,3 23,7 16,4 17,9 20,7 11,8 29,4

Itapitanga 20,0 12,9 40,8 35,4 13,2 45,2 18,9

Jussari 24,6 25,9 14,6 22,7 7,4 9,6 26,5

Maraú 24,4 31,4 13,2 17,7 19,0 48,3 4,7

Mascote 29,6 48,9 7,6 23,7 26,9 3,7 17,5

Pau Brasil 28,8 43,5 33,7 14,0 40,2 18,7 30,5

Santa Luzia 21,6 35,7 56,8 55,0 54,8 17,7 37,9

São José da Vitória 33,6 19,4 50,3 57,7 31,5 7,8 7,9

Ubaitaba 39,4 44,9 32,0 28,2 21,9 33,6 24,7

Uma 22,0 49,1 35,5 18,0 15,1 20,2 23,6

Uruçuca 22,7 30,4 42,3 31,7 35,6 19,4 18,8

Fonte: CNES/MS
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014
Nota: Os dados relacionados ao Brasil possuem como fonte o IBGE/2014

A taxa de mortalidade é um indicador que ajuda a investigar as condições de saúde


da população, uma vez que analisa os óbitos de crianças com idade inferior a 1 ano de

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idade. O Litoral Sul possui uma taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos,
que veio oscilando com o passar dos anos de 2002 a 2008, estando no último ano com
uma taxa de 24,0, menor taxa registrada até então. O Estado da Bahia possui uma taxa
de 18,1 (menor taxa registrada), quando analisado o período, significando que a taxa
do território possui um valor abusivo em relação ao valor do Estado, evidenciando que
o TI possui condições inferiores de qualidade de vida.

Fonte: CNES (IBGE/2009)


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

Quanto aos municípios, destacam-se os municípios de Camacan (11,6), Canavieiras


(6,1), Floresta Azul (11,8), Mascote (4,7) e São José da Vitória (7,9) com as menores
taxas de mortalidade infantil por 1000 nascidos vivos, no ano de 2008,
correspondendo a uma melhoria na qualidade de vida destes habitantes com relação à
média do Estado. E, no mesmo período, os municípios de Arataca (37,4), Barro Preto
(44,9), Itaju do Colônia (35,1) apresentaram as piores taxas se comparadas à do TI
(24,0) e ao Estado (18,0) no mesmo período.

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Fonte: CNES/MS
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

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O município de Barro Preto possui a maior taxa registrada, em 2008, dentre os


municípios da região, possuindo um salto de 21,1 (em 2007) para 44,9 (em 2008). Já o
município de Canavieiras possui a menor taxa registrada, em 2008, registrando um
salto de 22,0 (em 2007) para 6,1 (em 2008).

Assim, nota-se que apesar de alguns municípios possuírem altas taxas de


mortalidade em comparação ao TI e em comparação ao Estado, alguns tiverem um
decréscimo e, desta forma, fica evidenciado uma melhora na qualidade de vida destes.
De acordo com a tabela analisada, 50% dos municípios tiveram decréscimos.

Quanto à Rede de Assistência à Saúde, foram utilizados como objetos de análise a


quantidade de Centros de Saúde/Unidade Básica de Saúde e Postos de Saúde no
Estado da Bahia e no Litoral Sul, analisando seus atributos (Público, Filantrópico,
Privado e Sindicato). Desta forma, verificou-se que no Estado existe um total de 2.779
Centros de Saúde/Unidade Básica de Saúde, sendo 2755 públicos, 2 Filantrópicos, 19
privados e 3 de sindicatos, o que equivale a cerca de 6 Centros de Saúde/Unidade
Básica de Saúde por município baiano e 1187 Postos de Saúde, sendo 1185 públicos e
2 privados - não havendo dados para os demais atributos – ou seja, aproximadamente
3 Postos de Saúde por município baiano, no ano de 2009.

Apesar do resultado obtido, nem todos os centros de saúde estão devidamente


preparados para atender à população e, muitas vezes, passa a ser mais uma atividade
ambulatorial. Além do mais, deve ser analisado também o tamanho do município e a
demanda de pacientes/dia para se ter uma ideia se o município é ou não carente
quanto à Assistência Básica de Saúde. O que geralmente ocorre nos municípios de
menor porte é que, havendo situações mais graves, o paciente se dirige a um pólo
urbano com um maior suporte hospitalar, ou seja, àquele que na hierarquia está à
frente deste deficitário. Além disso, deve ser analisada a quantidade de profissionais
de saúde e leitos disponíveis para internação no local, uma vez que um equipamento
não se faz sozinho.

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Fonte: CNES/MS
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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Quanto ao Litoral Sul, no mesmo período, existe um total de 207 Centros de


Saúde/Unidade Básica de Saúde (todos públicos, não havendo dados para os demais
atributos), ou seja, em média cerca de 7 Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde por
munípio no território e 42 Postos de Saúde (todos públicos, não havendo dados para
os demais atributos), ou seja, em média 1,6 Postos de Saúde por munícipio do TI, no
ano de 2009.

No Litoral Sul, os que mais se destacaram foram Ilhéus (37 Centros de


Saúde/Unidade Básica de Saúde e 22 Postos de Saúde), Itabuna (32 Centros de
Saúde/Unidade Básica de Saúde), Canavieiras (13 Centros de Saúde/Unidade Básica de
Saúde), Camacan (11 Centros de Saúde/Unidade Básica de Saúde) e Ibicaraí (11
Centros de Saúde/Unidade Básica de Saúde).

O número de Centros de Saúde destes municípios é maior que a média do


território (7) e foram as mais expressivas entre os municípios, totalizando,
aproximadamente, 50% do total de Centros de Saúde/Unidade Básica de Saúde do TI.
De outro modo, quanto aos municípios que menos se beneficiaram com a Rede de
Assistência à Saúde foram Pau Brasil (1), São José da Vitória (1), Almadina (2), Barro
Preto e Itaju do Colônia (2). Deste modo, fica evidenciado que a desigualdade quanto à
Assistência à Saúde não ocorre somente na região como também no Estado da Bahia
como um todo, demonstrando um desequilíbrio regional.

Quanto aos Leitos de Interação por 1000 habitantes, segundo o quadro abaixo,
verificou-se que o Estado da Bahia possui uma taxa de 2,1 Leitos de Internação por
1.000 habitantes no ano de 2009 e Leitos SUS por 1.000 habitantes de 1,8. Esses
mesmos indicadores para o Litoral Sul possuem valor 2 e 2, respectivamente. Apesar
de o território possuir um valor semelhante ao do Estado da Bahia, a distribuição é
totalmente desigual, havendo municípios que não possuem a ocorrência desta variável
ou onde, por arredondamento, os totais não atingem a unidade de medida (Almadina,
Arataca, Itapé, Maraú, Mascote, Santa Luzia e São José da Vitória e Uruçuca).

141
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Estabelecimentos de internação hospitalar por município (abril/2009)

Fonte: CNES/MS

Leitos de internação por Leitos SUS por 1.000


1.000 habitantes (2009) habitantes (2009)

Bahia 2,1 1,8

Litoral Sul 2 2

Almadina - -

Arataca - -

Aurelino Leal 3,2 3,2

Barro Preto 5,1 5,1

Buerarema 2,3 2,3

Camacan 4,2 4,1

Canavieiras 2,6 2,3

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Coaraci 1,6 1,6

Floresta Azul 2,0 2,0

Ibicaraí 1,1 1,1

Ibirapitanga 1,3 1,3

Ilhéus 2,9 2,4

Itabuna 4,5 3,6

Itacaré 1,4 1,4

Itaju do Colônia 1,6 1,6

Itajuípe 2,9 2,9

Itapé - -

Itapitanga 1,5 1,5

Jussari 5,3 5,3

Maraú - -

Mascote - -

Pau Brasil 1,4 1,4

Santa Luzia - -

São José da Vitória - -

Ubaitaba 4,9 4,9

Una 1,9 1,9

Uruçuca - -

Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010.


Nota: Os dados relacionados ao Brasil possuem como fonte o IBGE/2009
Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

Quanto aos municípios do TI, de acordo com o gráfico abaixo, 38,5% dos
municípios possuem leitos acima da média do Estado, enquanto que 34,6% estão
abaixo da média (2 leitos por 1000 habitantes). O que remete ao questionamento

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sobre as condições de uso destes leitos, uma vez que apesar da existência, nem todos
os leitos estão em situação adequada para internação, havendo a necessidade de
ampliar os investimentos do Estado para esse setor.

Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010


Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

As pirâmides etárias das populações dos municípios que compõem as AID e AII
retratam as taxas de mortalidade infantil e de fecundidade. Nos últimos anos, houve
uma queda nessas taxas persistindo aspectos predominantes em sociedades
subdesenvolvidas: base da pirâmide larga e topo estreito, evidenciando uma
população predominantemente jovem e uma baixa expectativa de vida. Nos
municípios pequenos, a população é predominantemente masculina, enquanto que,
em Coaraci, Itabuna e Ilhéus, predomina a população feminina.

O município de Barro Preto, em 2010, possuía uma concentração de população


entre as faixas 0 a 24 anos e predomínio do sexo feminino. Entre os anos de 1991 a
2000, a mortalidade infantil reduziu em 32,54%, passando de 96,40‰ para 65,00‰,
enquanto a expectativa de vida aumentou em 4,25 anos passando de 55,0 para 59,2
anos.

144
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Itacaré apresentou características semelhantes a uma sociedade subdesenvolvida:


possui uma distribuição etária concentrada na base da pirâmide, com redução da
população a partir dos 20 anos, para os homens, e dos 15, para as mulheres. Possui
também uma base mais larga com redução acentuada das faixas mais elevadas. No ano
de 1991, o município apresentou os piores indicadores de mortalidade infantil,
fecundidade e esperança de vida ao nascer de toda a AID e AII. Entre 1991 e 2000,
conseguiu reduzir a mortalidade em 33,01%, passando de 97,03‰ para 65,00‰
nascidos vivos. Mesmo com avanços na expectativa de vida (aumento de 4,36 anos,
passando de 54,84 anos para 59,20) e fecundidade total (passou de 5,7 filhos por
mulher, em 1991, para 3,5 em 2000) o município, em 2000, ainda apresentou péssimos
resultados.

Ilhéus apresenta sinais de envelhecimento pela base, apesar de apresentar uma


pirâmide etária típica de uma sociedade subdesenvolvida com topo de pirâmide
estreito, demonstra uma característica de uma sociedade em desenvolvimento. Entre
1991 e 2000, o município reduziu a sua taxa de mortalidade infantil em 19,79%,
passando de 48,01% para 38,51%. A esperança de vida ao nascer, em 1991, foi
ampliada em 1,54 anos, passando dos 64,59 anos para 66,13 anos em 2000. A taxa de
fecundidade também reduziu passando de 3,7 filhos para 2,2, no mesmo período.

A pirâmide etária do município de Itabuna de 2010, dentre os municípios


analisados, é a que mais se aproxima das pirâmides de sociedades desenvolvidas. A
pirâmide possui um estreitamento na base e tende a se alargar em seu corpo,
demonstrando uma redução das taxas de fecundidade e aumento da expectativa de
vida da população, neste período. A esperança de vida ao nascer aumentou em 7,56
anos, passando de 61,39 anos para 68,95. A mortalidade infantil, que alcançava 61,9%
em 1991, foi reduzida para 29,8%, em 2000. A taxa de fecundidade reduziu de 3,0 para
2,2 filhos por mulher, no mesmo período.

No município de Uruçuca, em 2010, nota-se a perda significativa da população a


partir da faixa de 20 a 24 anos e, novamente a faixa dos 25 anos. Porém, nas quatro

145
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faixas posteriores, a população permanece estável. Sua pirâmide etária possui uma
base larga, com uma redução acentuada de população na faixa etária de 20 anos em
diante. Como a base territorial manteve-se inalterada nas últimas décadas, Pode-se
destacar a perda de contingente populacional, por conta de alteração da área
municipal. Uma possível explicação para essa distorção seria o aumento na taxa de
natalidade e a redução na mortalidade infantil, a partir dos últimos 20 anos.

Uruçuca apresentou, no censo de 2000, uma redução nesse índice, reduzido em


46,23%, fazendo a taxa cair para 29,27%, o menor em toda a AID e AII. A fecundidade
por mulher caiu de 4,3 filhos para 2,5, em 2000. A esperança de vida sofreu um
acréscimo de 6,10 anos, saltando de 63,05 aos para 69,15. Assim, este município, em
relação à expectativa de vida, ostenta, entre os municípios, a melhor posição.

No período de 2010, em Coaraci, percebe-se na estrutura da sua pirâmide etária,


uma predominância do sexo feminino. Nota-se também a redução da população
masculina (classes ocas), nas faixas e idade de 35 a 39 anos e de 55 a 59 anos,
sugerindo perdas atípicas da população masculina, nos quadriênios de 1953-57 e 1968-
72, seja por redução abrupta de natalidade ou por fluxos migratórios. A taxa de
mortalidade foi reduzida em 30,58%, passando e 54,44% para 37,79; a esperança de
vida saltou de 63,05 para 66,35 anos, e a fecundidade foi reduzida de 3,2 filhos por
mulher para 2,4, em 2000.

No mesmo período, o município de Itajuípe apresentou uma predominância de


população jovem em sua pirâmide etária (10-19 anos), com redução acentuada de
população na faixa dos 25 anos em diante e base estreita. A perda elevada dessa faixa
a pirâmide, muitas vezes, indica migração relacionada à busca de emprego ou
continuidade e estudos, evidentes em municípios carentes nesses setores, ou seja,
municípios mais pobres. Entre os anos 1991 e 2000, a taxa de mortalidade infantil foi
reduzida em 35,27% (passando de 68,45% para 44,31%). Expectativa de vida foi
aumentada em 4,40 anos, passando e 60,02 anos para 64,42. A fecundidade caiu 3,8
filhos por mulher para 2,5 anos, em 2000.

146
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A ilustração a seguir destaca as pirâmides etárias dos municípios das AID e AII do
Porto Sul, de acordo com os dados do IBGE, 2010.

Pirâmide Etária dos municípios da AID e AII do Porto Sul

Fonte: IBGE - 2010

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4.5.3 Habitação

O Estudo da Rede de Cidades da Bahia mostra concentração dos maiores déficits


habitacionais ao longo do rio São Francisco e no litoral - a área mais consolidada do
Estado. No caso da região do Litoral Sul, o maior déficit habitacional é o do município
de Coroaci, que apresenta índice superior a 30%.

Fonte: Fundação João Pinheiro (2007) e Ministério das Cidades (2007)

Num primeiro olhar, parece não haver relação entre o déficit habitacional e as
tipologias da rede urbana no Estado da Bahia, ou seja, não segue uma situação do
melhor para o pior ou vice versa, de Leste para o Oeste do Estado. Todavia, é

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compreensível que haja grandes déficits habitacionais nas RIs localizadas na área de
alta densidade de pólos. Nessas áreas, a consolidação dos centros urbanos e a
concentração de atividades tornam mais cara, ou muitas vezes inacessível, a moradia.

Em concomitância, a perspectiva de empregos e melhores condições de vida se


configuram como um atrativo para uma grande quantidade de imigrantes, que muitas
vezes incapazes de integrar o mercado de trabalho formal, não conseguem ter as suas
necessidades habitacionais atendidas.

A crise da economia cacaueira destruiu milhares de empregos rurais associada ao


lento e difícil processo de reconversão e diversificação da economia regional,
repercutindo no elevado crescimento da população urbana através do incremento
populacional decorrente da migração campo-cidade, sendo os destinos principais as
cidades de Ilhéus e Itabuna.

Distribuição do Déficit Habitacional no TI Litoral Sul

Fonte: SEDUR/PLANEHA - 2013

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Déficit Habitacional Básico por município do TI Litoral Sul

Fonte: SEDUR/PLANEHAB - 2013

5 Espaços de Gestão Pública, Participação Social e Articulação Regional

O processo de participação social nas políticas públicas tem crescido


gradativamente no país desde a instituição da Constituição Cidadã, em 1988, e dos
preceitos já reconhecidos pelo Estatuto das Cidades que abrem canais de diálogo e
estabelecem espaços institucionais para interlocução entre o Estado e a sociedade.

150
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Destacam-se, nesse processo, o Plano Plurianual Participativo (PPA), a criação dos


Territórios de Identidade e seus Diálogos Territoriais, os Colegiados Territoriais
(CODETER), Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia (CODES), as
Conferências das Cidades e os diversos Conselhos que se instituem nos âmbitos
municipal e estadual. As Conferências e os Conselhos das Cidades, por exemplo, se
apresentam como novos e importantes instrumentos que possibilitam o envolvimento
da comunidade organizada nas questões urbanas e na construção de uma cidade
melhor para todos.

No Litoral Sul da Bahia, percebe-se uma organização comunitária relevante e


reconhecida (conselhos, associações, sindicatos, ONGs, movimentos reivindicatórios,
fóruns locais, entidades de classe, organizações de populações tradicionais -
quilombolas, indígenas e caiçaras), com certa articulação com o poder público
municipal e estadual, porém sem a necessária integração dos diversos segmentos
representados/instituições para chegarem a resultados satisfatórios no processo de
reivindicações e proposições nas políticas públicas que englobem seus interesses
comuns. A atuação dos sindicatos e das associações, nas instancias locais, é
representativa e tem mobilizado seus adeptos, de forma sistemática, buscando sempre
defender os interesses coletivos, mesmo quando focalizam as propostas individuais
dos seus segmentos.

Foram identificadas, além de entidades/instituições de abrangência municipal,


instituições de abrangência regional que têm uma visão global das questões
ambientais, socioeconômicas e políticas. O seguimento de participação que se mostra
mais ativo neste território é o relacionado às questões ambientais. O ecoturismo e os
movimentos preservacionistas ganharam força, tornando-se, nos dias atuais, um dos
principais estímulos à participação popular considerando questões de caráter comum.

151
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APA Lagoa Encantada

Fonte: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

Este conjunto de fatores levou ao incremento e ao fortalecimento das organizações


sociais existentes na área, impulsionadas pela possibilidade de exercer alguma
influencia no destino das suas cidades e das suas mais valiosas riquezas naturais. Como
exemplo, pode-se citar o caso de Serra Grande, distrito único de Uruçuca, onde a
participação popular se manifesta de forma mais intensa que na própria sede, para
proteger seu rico ecossistema e as possibilidades de desenvolvimento econômico
ligadas ao turismo ecológico. A elaboração, de forma participativa, do Plano Diretor
Distrital de Serra Grande e a ação de ONGs ambientalistas, como o Instituto Floresta
Viva2 (que possui sede em Ilhéus e viveiro em Serra Grande) e o Instituto Cabruca3
(com sede em Ilhéus), expressam essa preocupação.

2
Instituição regional com a missão de promover o desenvolvimento humano aliado à
conservação da natureza.
3
Instituição que busca conservar e difundir o sistema Cabruca, além de contribuir para
o combate à pobreza associados à produção de cacau em comunidades vulneráveis.

152
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Viveiro do Instituto Floresta Viva, no Distrito de Serra Grande (Uruçuca)

Fonte: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

Outro exemplo da participação popular no território é observado com a elaboração


do Plano Diretor Urbano do Município de Itacaré, onde diversos segmentos sociais
(indígenas, ambientalistas, empresários locais, quilombolas) participaram
assiduamente de sua construção, das discussões e apresentação de propostas,
comprovando sua capacidade de intervir e lutar pelo seu patrimônio comum.

A existência de Conselhos Municipais das Cidades dentro do Litoral Sul ainda é


muito insipiente, havendo apenas três municípios (Itabuna, Ilhéus, Arataca) com
conselhos instituídos. No entanto, existem outros conselhos que têm se difundido mais
nos municípios, como o Conselho Tutelar, Conselho de Meio Ambiente, Conselho de
Saúde, entre outros. A instituição e o fortalecimento dos Conselhos vêm sendo
incentivada pela SEDUR, através de ações para orientar e capacitar grupos com
potencial para instituir os conselhos nos municípios que ainda não o possuem. A
existência de Conselheiros Estaduais da região no CONCIDADES-BA, mesmo não sendo
representantes locais, também é um dado relevante, que fortalece o potencial de
eficácia da participação social do território.

153
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É preciso considerar também que algumas iniciativas do governo, como a acima


citada, estimulam as discussões técnicas de forma mais ampla, possibilitando maior
participação social, como é o exemplo do Projeto Orla, formado por representantes
das esferas federal, estadual e municipal, que consiste numa ação dos Ministérios do
Planejamento e Meio Ambiente, com o objetivo de buscar o ordenamento dos espaços
litorâneos pertencentes à União, aproximando políticas ambiental e patrimonial, assim
como os Governos e a sociedade.

Em 2006, foram realizadas mine oficinas para capacitação de gestores locais,


quando foi utilizado o modelo de planejamento participativo para definir o Plano de
Gestão Integrada da Orla. Durante os sete anos subseqüentes questões apontadas no
projeto têm sido discutidas em alguns municípios, mas ainda não há uma posição
definida sobre o assunto em nenhum deles. O gradual fortalecimento dos conselhos e
colegiados territoriais aliados à possível integração das organizações comunitárias
poderá contribuir para a conclusão deste e de tantos outros Planos pretendidos para a
região.

A existência da UESC no território torna-se um elemento catalisador do processo


de participação na gestão pública, no que se refere às questões urbanas, na medida
em que oferece cursos específicos da área de planejamento urbano e gestão pública
que podem capacitar gestores e outros profissionais interessados.

A princípio, para sistematização das instituições/entidades levantadas, “[...] foram


identificados os setores considerados possíveis interlocutores estratégicos, sendo eles:
grupos organizados que integram ou influenciam em espaços institucionais de
participação e na formulação de políticas públicas; setores privados organizados e
atuantes em torno dos temas prioritários discutidos na região.” (Referência do Estudo
do Instituto Polis para a Baixada Santista e Litoral Norte de São Paulo, 2014).

Para melhor identificação e classificação das informações coletadas acerca das


entidades de participação social no território, foram identificados três tipos distintos
de espaços:

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 Espaços Municipais e Regionais de Gestão Pública – “[...] referem-se aos


instrumentos estatais de Gestão Regional com participação dos gestores
públicos municipais, estaduais e federais. O objetivo é identificar estes
espaços e verificar suas características e composição”.

 Espaços Municipais e Regionais de Gestão Participativa – “[...] referem-se


aos mecanismos públicos de gestão compartilhada pelos atores estatais
(municipais, estaduais e federais) e sociedade civil organizada, constituídos
formalmente, para gestão de determinadas temáticas ou equipamentos
públicos, de caráter regional”.

 Espaços de Articulação Regional – “[...] referem-se a instrumentos de


articulação regional integrados pela sociedade civil organizada, empresas
públicas e privadas, universidades, etc. Podem ser espaços constituídos
formalmente ou podem ser redes informais e horizontais de articulação em
torno à determinadas temáticas que envolvam os vários municípios do
litoral. Estes espaços podem ser integrados ou não por representantes de
órgãos públicos”.

Espaços Municipais e Regionais de Gestão Pública

NOME CONTATO REGIÃO DE ÓRGÃO / OBJETIVOS DA COMPOSIÇÃ


ATUAÇÃO ENTIDADE ATUAÇÃO O
VINCULADO
Comissão (61) 3966-3250 Seis estados do Ministério da Promover a Governo
Executiva do Brasil: Bahia, Agricultura, competitividad Federal,
Plano da Espírito Santo, Pecuária e e e Governos
Lavoura Pará, Abastecimento sustentabilidad Estaduais e
Cacaueira Amazonas, e dos Governos
(CEPLAC) Rondônia e segmentos Municipais
Mato Grosso agropecuário,
agroflorestal e
agroindustrial
para o
desenvolvimen
to das regiões
produtoras de
cacau, tendo o

155
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cliente como
parceiro
Associação dos (73) 3613-5114 Sul, Extremo Consórcio de Representar os Formado por
Municípios do Email: Sul e Sudoeste Desenvolvimen municípios representant
Sul, Extremo- amurcbahia@g Baiano to Sustentável produtores de es das
Sul e Sudoeste mail.com do Território cacau da prefeituras
da Bahia Litoral Sul região Sul da dos
(AMURC) (CDS) Bahia, visando municípios
defender seus envolvidos
interesses
diante do
Estado e da
União
Consórcio de (73) 3613-5114 Litoral Sul - Criar Poder
Desenvolvimen Email: mecanismos Público
to Sustentável cdslitoralsul@g regionais, em Estadual e
do Território mail.com que os entes Municipais
Litoral Sul federados
(CDS) cooperem na
execução de
políticas
públicas, tendo
em vista a
superação dos
desníveis
regionais e
promoção do
desenvolvimen
to municipal
Fonte: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

Espaços Municipais e Regionais de Gestão Participativa

NOME CONTATO REGIÃO ÓRGÃO / OBJETIVOS DA COMPOSIÇÃO


DE ENTIDADE ATUAÇÃO
ATUAÇÃO VINCULADO
Conselho Biblioteca Uruçuca - Orientar, fiscalizar, Poder Público
Municipal de Municipal coordenar e local e
Turismo e - Pç Pedro fomentar o sociedade civil
Meio Gomes desenvolvimento organizada
Ambiente de S/N, Serra social e promover a
Uruçuca Grande - conservação dos
(COMTUMA) Uruçuca recursos naturais e
ecossistemas no
município
Conselho de (73) 3634- Ilhéus - Resguardar os Tripartite
Meio 8200 patrimônios (membros
Ambiente de públicos; reduzir os representantes
Ilhéus impactos do poder

156
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(CONDEMA) ambientais público


municipal, setor
privado e
sociedade civil
organizada)
Conselho (73) 3234- Ilhéus - Propor diretrizes Poder Público
Municipal da 3500 para a formulação e local e
Cidade de implementação da sociedade civil
Ilhéus política nacional de organizada
desenvolvimento
urbano, das
políticas municipais
de desenvolvimento
urbano presentes
nas leis municipais,
bem como
acompanhar e
avaliar a execução
destas leis
Conselho (73) 3613- Litoral Sul Secretaria de Combate a pobreza Poder público e
Gestor do 6507 Desenvolvimento e a organização da sociedade civil
Território Territorial – SDT, sociedade por meio organizada
Litoral Sul da do Ministério do do desenvolvimento
Bahia Desenvolvimento sustentável dos
Agrário – MDA vários segmentos
comunitários nos
municípios que
formam o território
físico
Conselho Ilhéus, Secretaria de Meio Proteger a Poder púbico,
Gestor da Uruçuca, Ambiente e diversidade sociedade civil e
APA da Lagoa Itajuípe, Recursos Hídricos - biológica da região, empresários
Encantada e Coaraci e SEMARH, através disciplinando o locais
Rio Almada Almadina da processo de
Superintendência ocupação e
de assegurando o uso
Desenvolvimento sustentável dos
Florestal e recursos naturais
Unidades de
Conservação - SFC
Conselho Ilhéus / Secretaria de Meio Proteger os Poder púbico,
Gestor da Itacaré / Ambiente e remanescentes de sociedade civil e
APA da Costa Uruçuca Recursos Hídricos - Mata Atlântica e os empresários
de Itacaré / (Serra SEMARH, através ecossistemas locais
Serra Grande Grande) da associados no
Superintendência entorno do Parque
de Estadual da Serra do
Desenvolvimento Conduru, bem como
Florestal e ampliar a proteção
Unidades de dos afluentes do Rio
Conservação - SFC de Contas;

157
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Promover uma
busca constante
para a melhoria da
qualidade de vida
das comunidades
que usufruem da
área

Conselho Itacaré, Secretaria de Meio Contribuir para a Poder púbico,


Gestor do Uruçuca e Ambiente e preservação e a sociedade civil e
Parque da Ilhéus Recursos Hídricos, restauração da empresários
Serra do com o apoio da diversidade dos locais
Conduru Procuradoria Geral ecossistemas
do Estado naturais, além da
proteção de
recursos hídricos e
de paisagens
naturais de notável
beleza cênica no
bioma da Mata
Atlântica
Fonte: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

Outras instituições atuantes foram identificadas, mas não houve informações


suficientes para inseri-las no quadro. São elas:

 Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Ilhéus


(CMDRS).

 SINDICACAU – Ilhéus.

 Conselho de desenvolvimento Sustentável de Itabuna – Itabuna.

 Conselho Desenvolvimento Urbano de Itabuna – Itabuna.

 Conselho Tutelar de Itabuna – Itabuna.

 Conselho de Saúde de Itabuna – Itabuna.

 Coordenação Estadual dos Territórios de Identidade da Bahia (CET).

 Conselho Gestor do Parque Nacional da Serra das Lontras –PNSL.

 IMBIO – órgão Gestor do PNSL.

158
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Espaços de Articulação Regional

NOME CONTATO REGIÃO DE ÓRGÃO / OBJETIVOS DA COMPOSIÇÃO


ATUAÇÃO ENTIDADE ATUAÇÃO
VINCULADO
Associação Rua Ruy Itabuna Cooperbom Valorização do Artesãos
Itabunense Barbosa 171, Turismo artesanato grapiúna locais (mais de
de Artesãos Centro - 50 associados)
(AIART) Itabuna

Instituto de (73) 3251 - Costa do Planejamento Grupo de


Turismo de 3416 / 9974 Cacau estratégico turístico empresários
Itacaré – Iti 2080 - com locais (7
Email: sustentabilidade; empresas)
iti.itacare@uol. Responsabili
com.br dade social,
ambiental e cultural
Sindicato aplburucuca.bl Uruçuca Associação de Garantia de direitos Professores e
dos ogspot.com.br Professores da categoria outros
Professores Licenciados da funcionários
/ APLB de Bahia profissionais
Uruçuca da educação
Associação Uruçuca Assistência aos Formado por
Comunitári moradores por meio moradores
a do - de cursos de locais
Município capacitação, violão
de Uruçuca
(ACMUR)
Sindicato (73) 3043-8534 Itabuna Defesa dos interesses Formado por
dos Email: da categoria trabalhadores
Comerciário secita@hotmai comerciária, lutando de
s de Itabuna l.com e negociando junto estabelecimen
- ao segmento tos comerciais
patronal, melhores de Itabuna
salários e condições
de trabalho para as
comerciárias e os
comerciários
Associação Uruçuca Reivindicação dos Formado por
Brasil no direitos dos agricultores
Campo - agricultores e associados
garantia dos já
adquiridos;
Organização do
trabalho
Associação Ilhéus Defesa dos modos de Formado por
de vida dos pescadores pescadores e
Pescadores - artesanais marisqueiras
e do município

159
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Marisqueira de Ilhéus
s do São
Miguel
(ASPEMAR)
Nossa Uruçuca Fortalecer a Formado pela
Uruçuca cidadania, o sociedade civil
empreendedorismo e organizada
- a democracia
participativa, tendo
por base o
desenvolvimento
sustentável e o
controle social
Associação Ilhéus Defesa dos modos de Formado por
de vida dos pescadores pescadores e
Marisqueira - artesanais marisqueiras
s do Alto do do município
Mambape de Ilhéus
(AMMA)
Federação Ilhéus Fortalecer os Formado por
das moradores na busca moradores
Associações - de seus direitos e de locais
de melhorias
Moradores
de Ilhéus
(FAMI)
Associação Costa do Defesa do direito dos Formado por
de Cacau trabalhadores em professores e
Professores - educação por uma funcionários
Licenciados qualidade social na da educação
da Bahia educação
Associação Itabuna Reivindicar Formado por
de esgotamento moradores
Moradores - sanitário, locais
do Vale do saneamento básico,
Sol urbanização e outras
necessidades
Associação Uruçuca Garantia dos direitos Formada por
de - dos moradores; moradores
Moradores Melhorias para o locais
de Uruçuca bairro
Associação Uruçuca Garantia dos direitos Formada por
de - dos moradores; moradores
Moradores Melhorias para o
da Beira Rio bairro
Instituto (73) 3086-5018 Ilhéus Ministério Fortalecer a Formado pela
Nossa Público cidadania, o sociedade civil
Ilhéus Estadual empreendedorismo e organizada
a democracia
participativa, tendo
por base o

160
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

desenvolvimento
sustentável e o
controle social
Associação (73) 9942-6454 Itacaré Promove o destino Empresários
dos Email: em feiras do setor. do ramo
Comerciant acerti@ig.com. - Participa de ações turístico
es e br sociais, convênios e
Empresário representa o trade
s do Ramo turístico em vários
Turístico de segmentos
Itacaré
(ACERTI)
Sindicato (73) 3613-3232 Itabuna Sindicato dos Reivindicar por Formado por
dos Email: Bancários da melhores condições bancários
Bancários bancariositabu Bahia de trabalho e locais
de Itabuna na@bancariosi melhoria salarial da
tabuna.com categoria
Sindicato Bahia APLB Central Atua na garantia de Formado por
dos direitos da população professores e
Trabalhador e da categoria; funcionários
es em Organização dos da educação
Educação trabalhadores para do estado da
do Estado uma educação de Bahia
da Bahia qualidade
Instituto (73) 3634-3526 Sul da Bahia Promover o Formado por
Floresta / 3239-6115 desenvolvimento pesquisadores
Viva Email: humano aliado à e
florestaviva@fl conservação da ambientalistas
orestaviva.org. - natureza
br /
viveiro@florest
aviva.org.br
Sindicato Sul e Garantir boas Formado por
dos Trab. Extremo Sul condições de operários e
Têxtil e da Bahia - trabalho e melhoria trabalhadores
Calçadistas salarial para a do setor têxtil
do Sul e categoria e calçadista
Extremo Sul
da Bahia
(Sintratec)
Sindicato (73) 3212-7252 Sul da Bahia Defesa dos direitos e Formado por
dos Agentes / 3211-9965 interesses da servidores e
Comunitári categoria funcionários
os de Saúde da saúde
e Agentes -
de Combate
às
Endemias
do Sul da
Bahia
(SindiACS/A

161
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CE)
Instituto (73) 3633-6899 Localizado Associação Conciliar a produção Formado por
Cabruca Email: em Ilhéus e dos agroflorestal de profissionais
cabruca.cabruc com Produtores de cacau, o combate à especializadas
a.org.br projetos na Cacau, CARE pobreza e a no manejo e
Bahia, no do Brasil, conservação da na
Pará e no Conservação biodiversidade, conservação
Espírito Internacional minimizando os do sistema de
Santo do Brasil, efeitos das mudanças produção
Secretaria da climáticas globais cabruca e de
Agricultura, outros
Irrigação e sistemas
Reforma agroflorestais,
Agrária do em Mata
Estado da Atlântica e em
Bahia (Seagri), Qualidade de
Secretaria de Cacau
Desenvolvime
nto e
Integração
Regional do
Estado da
Bahia (SEDIR),
Companhia de
Ação Regional
- CAR,
Território
Litoral Sul,
Ministério da
Agricultura,
Pecuária e
Abasteciment
o, Conselho
Nacional de
Pesquisa e
Desenvolvime
nto - CNPQ e o
Ministério do
Desenvolvime
nto Agrário
Federação (71) 3328-1083 Amazônia, Poder público Contribuir para a Sociedade civil
de Órgãos Email: Bahia, federal, construção de uma organizada
para faseba@gmail. Espírito instituições sociedade
Assistência com.br Santo, Mato internacionais, democrática através
Social e Grosso, iniciativa de uma alternativa
Educacional Pernambuco privado de desenvolvimento
, Rio de sustentável
Janeiro
Cooperativa Sul da Bahia Associações Desenvolve Formado por
de de atividades agricultores
Agricultores Agricultores relacionadas ao familiares

162
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Familiares Familiares de fortalecimento do


do Sul da Ilhéus acesso ao crédito
Bahia agrícola, melhoria da
(COOFASUL produção e da
BA) produtividade,
assistência técnica e
extensão rural,
verticalização da
produção,
comercialização,
regularização
fundiária, Programa
Luz para Todos,
assessoria quanto a
aposentadoria rural,
auxílio doença e
auxílio maternidade
Cooperativa (71) 3460 – Bahia Organizações Desenvolvimento da Profissionais
de Trabalho 0859 da sociedade agropecuária no de nível
do Estado Email: civil, poder Estado da Bahia superior e
da Bahia cooteba@coot público e setor médio e
(COOTEBA) eba.coop.br privado Agricultores
Familiares
Cooperados
Instituto de (73) 3634-2179 Sul da Bahia Parceiros nos Discutir a questão Formado por
Estudos setores ambiental no Sul da ambientalistas
Socioambie governamenta Bahia; Conservação , estudantes e
ntais do Sul l, não da Mata Atlântica pesquisadores
da Bahia governamenta
(IESB) l e privado

Movimento webmail.mncr. Brasil Garantir a Formado por


Nacional org.br independência de catadores
dos classe em relação aos
Catadores - partidos políticos,
de governos e
Materiais empresários, mas
Recicláveis também lutando pela
gestão integrada dos
resíduos sólidos com
participação ativa dos
catadores
organizados
SEBRAE – (71) 3320-4301 Atua em Entid Atua em diversas Consultores e
programa todo o ade privad áreas inclusive instrutores
Namedida território sem fins associativismo, credenciados
nacional lucrativos empreendedorismo e especialistas
Planejamento em pequenos
estratégico negócios
Fonte: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014

163
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Outras instituições atuantes de articulação regional também foram identificadas,


mas não houve informações suficientes para inseri-las no quadro. São elas:

 ABRACCI – Associação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade.

 Associação dos Amigos do Bairro Sucupira e Adjascências – Una.

 Associação de Apicultores Ambientalistas de Ilhéus – Ilhéus.

 Associação do Assentamento Nova Vitoria – Ilhéus.

 Associação Beneficente dos Índios Tupinambá de Olivença – Aldeia do Santana.

 Associação Comercial de Ilhéus – Ilhéus.

 Associação Comercial de Itabuna – Itabuna.

 Associação Estrela do Sul / Assentamento Nova Galicia – Uma.

 Associação de Indústrias de Ilhéus – Ilhéus.

 Associação Indígena Tupinambá do Rio do Mamão – Ilhéus.

 Associação Indígena Tupinambá de Olivença da Aldeia Tukum – Ilhéus /


Olivença.

 Associação de Pescadores de Serra Grande - Serra Grande - Distrito de Uruçuca.

 Associação dos Pequenos Produtores Rurais dos Três Braços – Coaraci.

 Associação de Pequenos Produtores Rurais Corcovado/ São Domingos –


Coaraci.

 Associação dos Posseiros da Região do Bandeira – Una.

 Associação São João – Ibirapitanga.

 Associação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar /Assentamento Buri –


Una / Arataca.

 Associação dos Trabalhadores Rurais do Ribeirão dos Macacos – Coaraci.

164
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 Associação Dois Riachões – Ibirapitanga.

 Associação de Moradores de Pimenteira – Itajuípe.

 Associação Brasileira de Apoio aos Recursos Ambientais (ABARÁ).

 Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos (ARENA).

 Associação de Turismo de Ilhéus (ATIL) – Ilhéus.

 Colônia de Pescadores Z-34 – Ilhéus.

 Câmara de Dirigentes Lojistas de Ilhéus (CDL) – Ilhéus.

 Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabuna (CDL) – Itabuna.

 Companhia da Pastoral da Terra (CPT).

 Comunidade Tupinambá de Olivença – Ilhéus.

 Conselho Inter Territorial de Comunidades Quilombolas do Baixo Sul e Litoral


SUL DO ESTADO DA BAHIA (CICOQ).

 Cooperativa de Catadores Consciência Limpa - Itariri – Ilhéus.

 Cooperativa de Trabalhadores da Agricultura Familiar do Sul da Bahia


(COOTRAFS).

 COOPCETASUL – Santa Luzia.

 Cooperativa de Pequenos Produtores de Cacau, Mandioca e Banana da Região


Cacaueira do Centro Sul (COOPERCENTROSUL).

 Cooperativa de Assentados do Sul e Baixo Sul (COOPRASBA).

 Cooperativa Agrícola Gandu LTDA – COOPAG – Gandu.

 Cooperativa de Produção Agropecuária Construindo o Sul LTDA - COOPRASUL –


Arataca.

 Casa da Economia Solidária de Serra Grande – Uruçuca / Serra Grande.

165
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 Casa do Boneco de Itacaré – Itacaré.

 (ECOBAHIA).

 Fiscal Grapiúna – Itabuna.

 Ilhéus e Costa do Cacau Convention & Visitors Bureau – Ilhéus.

 Instituto Baiano de Desenvolvimento Ambiental e Socio Produtivo.

 Instituo Arapiaú.

 MOVIMENTO DE COMBATE À CORRUPÇÃO ELEITORAL.

 Movimento de Luta pela Terra.

 Movimento dos Sem Terra.

 Núcleo Sociocultural Taba Jayri dos Índios Tupinambá De Olivença – Ilhéus /


Una.

 OCA - Centro de Agroecologia e Educação da Mata Atlântica – Itabuna.

 Pólo Sindical dos Trabalhadores do Sul da Bahia (POLO SINTRASULBA).

 RED CIUDADES.

 Sindicato dos Estivadores de Ilhéus – Ilhéus.

 Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Ilhéus – Ilhéus.

 Sindicato Rural de Ilhéus (SRI) – Ilhéus.

 Sociedade Beneficente de Inema – Ilhéus.

 Sindicato da Construção Civil – Itabuna.

 Teatro Popular de Ilhéus.

 União das Associações de Bairro de Itabuna (UABI) – Itabuna.

 União de Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado


da Bahia (Unicafes).

166
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Considerando a percepção de uma vontade coletiva de participação e ao mesmo


tempo certa dificuldade na coesão para discutir os assuntos urbanos de interesse
comum, torna-se imperativa a necessidade de disponibilizar informações e apoio para
a mobilização e aplicação de métodos eficazes de gestão participativa nas áreas mais
nevrálgicas do território. O uso das redes sociais e outros recursos da tecnologia de
informática ajudam no processo da participação social. Vale citar, como exemplo, a
atuação do Instituto Nossa Ilhéus como uma das instituições de ampla abrangência da
região, que aponta como principal conquista em 2013, as transmissões em tempo real
das sessões da Câmara de Vereadores e disponibilização das sessões gravadas para
consulta, além do relatório de acompanhamento dos trabalhos legislativos referentes
ao primeiro semestre de 2013 (GT – “De Olho na Câmara de Vereadores de Ilhéus”).

6 Instrumentos de Planejamento e Política Urbana

A ambiência normativa brasileira, no âmbito do urbanismo, teve um avanço


significativo a partir da inserção de um capítulo sobre a Política Urbana (arts. 182 e
183) na Constituição Federal de 1988. Outros marcos importantes foram aprovados
após a Constituição. Em 2001, foi aprovado o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01)
que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição e ratifica o Plano Diretor como
instrumento básico planejamento urbano. Também foi aprovada a Lei nº 11.124/2005
que cria o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) e o Fundo
Nacional de Habitação de Interesse Social. Esta lei estabelece a necessidade de
elaboração de Planos Locais de Habitação de Interesse Social (PLHIS) como requisito
para que os municípios tenham acesso aos recursos do Fundo Nacional de Habitação
de Interesse Social.

Em 2006, o Decreto nº 5.790/2006 criou o Conselho Nacional das Cidades


(ConCidades), que é um importante instrumento de gestão democrática e controle
social, o qual também é necessário nos âmbitos estadual e municipal. Estes são,

167
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

juntamente com outros instrumentos já aprovados em lei, importantes para o


planejamento e gestão urbanos em seus diferentes aspectos.

Em 2007, foi aprovada a Lei nº 11.445 que estabelece diretrizes nacionais a


respeito do saneamento básico, indicando a necessidade de elaboração de planos de
saneamento básico em âmbito municipal. Já o marco regulatório dos resíduos sólidos
data de 2010, quando foi aprovada a Lei nº 12.305 que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos e estabelece a elaboração de planos municipais de gestão integrada
de resíduos sólidos.

A tabela abaixo mostra a situação do Litoral Sul em relação à existência desses


instrumentos de política urbana. Estão listados alguns dos instrumentos: plano diretor,
conselho das cidades, planos locais de habitação de interesse social, planos de
saneamento e planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos.

Instrumentos de Política Urbana no Litoral Sul

Plano de
Plano Diretor Gestão
Conselh Plano de
PLHI Integrad
Municipios o das Saneament
S a de
Cidades o Básico
Resíduos
Obrigatoriedad Existent Sólidos
e e
Almadina X X X
Arataca
Aurelino Leal X
Barro Preto X X
Buerarema X
Camacan X X X
Canavieiras X X
TI
Coaraci X X X X
Floresta Azul
Ibicaraí X X X
Ilhéus X X X
Itabuna X X X X
Itacaré X X
Itaju do Colônia

168
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Itajuípe X X
Itapé
Itapitanga X
Jussari X X
Maraú X X X
Mascote X X
Pau Brasil X X
Santa Luzia
São José da Vitória X
Ubaitaba X X
Una X X
Uruçuca X X
Ibicuí
Iguaí X X
Ibirapitanga X X
Firmino Alves
RI
Itororó X
Santa Cruz da
Vitória
Total 17 19 3 10 1 2
Fonte: Elaborado com base em pesquisa MUNIC (2012) e PLANEHAB (2012)

De uma forma geral, entre estes instrumentos, o plano diretor é o mais


significativo entre os municípios. De acordo com o Plano de Desenvolvimento
Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) para o Litoral Sul, em 2003, havia no âmbito
do PRODETUR II, a previsão de elaboração dos planos diretores de Maraú, Uruçuca,
Santa Luzia e a revisão do de Canavieiras. Contudo, segundo a pesquisa MUNIC (2012),
Uruçuca e Santa Luzia ainda não possuem plano diretor, ou seja, apenas os planos de
Maraú e Canavieiras foram elaborados.

Entre os 32 municípios pertencentes a RI de Ilhéus e Itabuna, 17 deles, ou seja,


53% têm obrigatoriedade de elaborar plano diretor, conforme o que estabelece o
Estatuto da Cidade. Dos 32 municípios em questão, 59% têm plano diretor elaborado.
Esse percentual é superior ao dos municípios obrigados a ter plano diretor, contudo
ainda é baixo se considerarmos a importância do planejamento urbano como

169
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

ferramenta de promoção do desenvolvimento urbano. Dos 7 municípios integrantes


das Áreas de Influência Direta e Indireta do Porto Sul (Barro Preto, Coaraci, Ilhéus,
Itabuna, Itacaré, Itajuípe e Uruçuca) apenas 2 não possuem plano diretor: Itacaré e
Uruçuca.

Vale ressaltar que o município de Itacaré está tendo seu plano diretor elaborado e
que, recentemente, a prefeitura de Itabuna estabeleceu um convênio com a União
Metropolitana para o Desenvolvimento da Educação e Cultura (UNIME) de Itabuna,
especificamente com a coordenação do curso de Arquitetura e Urbanismo, para a
realização da revisão de seu plano diretor.

Com relação à existência de Conselhos das Cidades a situação é diferente. Há


apenas 3 conselhos instituídos na região, o que corresponde a apenas 9% do total de
municípios. A não obrigatoriedade da existência de conselhos das cidades pode ser
uma das razões para esse quadro, pois a importância dos planos diretores ainda não é
um instrumento de conhecimento da sociedade e, conseqüentemente, não há uma
exigência da população para a sua revisão e/ou elaboração. Já foi dito que os novos e
grandes empreendimentos previstos, e/ou em execução, para o Litoral Sul baiano irá
alterar todo o uso e ocupação do solo dos municípios. É de suma importância que a
administração municipal elaborem e/ou revisem seus planos diretores levando em
consideração toda a nova estrutura que estas mudanças irão trazer, sendo que o
Estado da Bahia pode fornecer assistência técnica para os municípios.

170
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Municípios do Litoral Sul e seus Instrumentos de Gestão

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

171
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

A existência de PLHIS é um pouco mais significativa do que os Conselhos das


Cidades, mas ainda é baixa. Segundo o PLANEHAB (2012), o déficit habitacional urbano
no Litoral Sul é de 31.413 habitações, correspondendo a 79% do déficit total. Esse
déficit é bastante expressivo em Ilhéus e Itabuna, com a necessidade de 6.874
habitações e 9.319 habitações respectivamente.

Esses dados indicam a urgência de se pensar o problema habitacional no território


e isto requer a elaboração do PLHIS. Dos 32 municípios da RI, apenas 10 têm PLHIS, o
que corresponde a apenas 31%. Entre os municípios integrantes das AID e AII apenas 3
têm PLHIS.

Com relação à existência de planos de saneamento básico a conjuntura do


território é ainda pior, pois apenas Camacan teve seu plano elaborado, o que
corresponde a apenas 3% de do total de municípios.

Apesar de constar a existência de planos de resíduos sólidos em dois municípios do


Litoral Sul, é preciso ressaltar que ambos foram elaborados antes da aprovação da
Política Nacional de Resíduos Sólidos: Itabuna possui um Plano de Gestão de Limpeza
Urbana (PGLU) e Maraú tem um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
Urbanos (PGIRS) - este último elaborado entre 2009 e 2010. Nesse sentido, não há no
Litoral Sul Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos que atendam ao
que estabelece a lei em questão.

Apesar da existência desses instrumentos e considerando a complexidade que a


região apresenta, sobretudo pelos impactos decorrentes da implantação do Porto Sul,
é preciso avançar no sentido de que os outros municípios possam dispor desses
instrumentos para o planejamento e gestão de seus territórios. Ainda é preciso
investigar a compatibilidade desses planos com as realidades locais e também sua
implementação. Sabe-se que a implementação dos planos urbanos é um dos grandes
desafios que precisam ser enfrentados, de modo que o que se propõe para a cidade se
reflita, de fato, nas ações sobre o espaço urbano.

172
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

No Litoral Sul, historicamente, os núcleos urbanos de Itabuna e Ilhéus se


configuraram como pólos regionais de atendimento às funções de interesse comum,
apresentando-se com uma estrutura bipolar de atração, em que cada uma exerce sua
complementaridade de funções. As outras localidades da região, em muitos aspectos,
têm seus núcleos urbanos configurados de forma precária quanto ao atendimento
básico das funções de interesse comum, estabelecendo relação de forte dependência
daqueles dois centros regionais. Essa relação de dependência não significa,
necessariamente, uma incapacidade de esses núcleos complementarem as funções
urbanas de interesse comum exercidas pelos pólos se eles forem contemplados com
projetos urbanos de ordenamento do território e de interesse para o desenvolvimento
regional.

A tendência para todos os investimentos previstos é a ampliação da centralidade


de Ilhéus e Itabuna na rede urbana regional, estadual e nacional, com reflexos diretos
sobre Itabuna e outros municípios vizinhos, ampliando os impactos econômicos,
ambientais, sociais e urbanos na região.

O Estudo da Rede Urbana da Bahia definiu Ilhéus e Itabuna como uma


Aglomeração Urbana Semi-Contínua, pois compartilham funções urbanas de grande
importância caracterizadas pela complementaridade funcional. Esta dinâmica revela
uma forte interação pendular entre os dois pólos e demais municípios circunvizinhos,
sinalizando para a conformação de uma espacialidade de aglomeração ou região
metropolitana.

Destaca que embora tenha sido classificada como aglomeração urbana, apresenta
indicativos de grandes impulsos e investimentos tanto público como privado, que
devem levar ao desenvolvimento mais acelerado da região e, conseqüentemente,
poderão impactar no seu grau de relevância para o Estado da Bahia.

Existe, hoje, uma grande discussão sobre qual configuração de planejamento,


região metropolitana ou aglomeração urbana, seria mais viável para os municípios em

173
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

questão e que compõem o território. Existem interesses diversos e muitos estudos que
defendem teses, conceitos e linhas de pensamento para o desenvolvimento da área.

A definição de Região Metropolitana, segundo o Relatório Síntese do Estudo da


Rede Urbana da Bahia, é motivo de controvérsia, mesmo porque, após a Constituição
de 1988, os estados passaram a ter autonomia na criação, ampliação e extinção de
Regiões Metropolitanas, do que resultou uma variedade de possibilidades de
classificação, não prevalecendo uma visão nacional, tampouco critérios únicos. Assim,
as motivações para a criação e a implantação das regiões metropolitanas, variam de
acordo com os interesses estaduais.

Ressalta-se que a definição das Regiões Metropolitanas possui duas dimensões


igualmente importantes, mas que se relacionam a escalas espaciais distintas: uma é a
nacional e outra a estadual.

Desde a Constituição Federal de 1988 é a dimensão estadual que tem sido


priorizada, pois, ao delegar aos Estados Federados a responsabilidade pela
implantação de tais entes, o Governo Federal não estabeleceu parâmetros mínimos
que pudessem ser orientadores do processo em nível nacional. Ao agir dessa forma, os
Estados ganharam autonomia para estabelecer seus próprios critérios, resultando, em
grandes disparidades em sua definição. Por outro lado, a constituição das AUs, não
teve muita repercussão na política urbana nacional, pois as mesmas não foram objeto
de inserção efetiva no âmbito das políticas do Estado.

Disso resulta a fragilidade de implantação de AU e a predominância da implantação


das RMs em praticamente todos os Estados da federação. O próprio Governo Federal,
ao não inserir as AU como objeto de ações específicas, desestimulou sua implantação
por certa vacância de proposição de mecanismos e benefícios específicos (incentivos,
financiamentos, programas, etc.) para sua consideração.

Cabe ressaltar, contudo, que na perspectiva funcional, toda região metropolitana é


uma aglomeração urbana, mas o contrário não é verdadeiro.

174
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Propostas de Composição de Região Metropolitana para o Litoral Sul

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2012

175
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De acordo com o estudo “Regiões Metropolitanas e sua institucionalização no Sul


da Bahia”, por exemplo, o arquiteto/urbanista e especialista em Desenvolvimento
Urbano, Jório José Carneiro Barretto Cruz, esclarece que uma Região Metropolitana
não se cria, que se estabelece por meio de uma aglomeração urbana e então
reconhecida, ou seja, “é um agrupamento para executar funções públicas de interesse
comum”.

O Estudo da Rede Urbana, por exemplo, estabeleceu uma região metropolitana


com 13 municípios: Floresta Azul, Almadina, Coaraci, Ibicaraí, Itapé, Barro Preto,
Itajuípe, Uruçuca, Itacaré, Ilhéus, Itabuna, Buerarema e São José da Vitória.

Delimitação do Estudo da Rede Urbana

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2010

Não obstante, o Estudo não contemplou devidamente a possibilidade de


implantação da Ferrovia de Integração Oeste Leste e do Porto Sul como prioridades de

176
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Governo, projetos estratégicos e que deverão mudar as perspectivas de


desenvolvimento da região e da Bahia afetando regiões até fora do Estado.

Cabe ressaltar que em seu Art. 61º (Ato das Disposições Transitórias), a
Constituição Estadual determina a instituição da Região Metropolitana de Itabuna,
porém, sem qualquer referência das bases técnicas que foram utilizadas para a
instituição desta RM e da sua delimitação.

“Art. 61 - Será editada, dentro de trinta dias da


promulgação desta Constituição, lei complementar, que
determinará a criação da região Metropolitana de Itabuna,
composta pelos Municípios de Itabuna, Lomanto Júnior,
Itapé, Ibicaraí, Floresta Azul, Firmino Alves, Santa Cruz da
Vitória, Coaraci, Almadina, Itapitanga, Buerarema, Jussari,
Santa Luzia, Arataca, Pau Brasil, Camacã, Itaju do Colônia e
Itajuípe.”

Delimitação da RM de Itabuna

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2010

177
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SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

Existem, também, dois Projetos de Lei, cujo argumento principal é o de que a


região deve virar uma Região Metropolitana devido à necessidade de se assegurar
crescimento ordenado, com planejamento integrado, para superar os problemas que
serão gerados com a implantação da Zona de Processamento de Exportação e do
Complexo Porto Sul. Outro aspecto apresentado é a existência de problemas que
transcendem os limites municipais, como o transporte, expectativas de
desenvolvimento e investimento em setores como indústria, segurança e moradia. E
também destacam as vantagens políticas e econômicas da criação da RM, bem como,
pelo desenvolvimento de relações de parceria entre os municípios. Observa-se que os
PLs nº 102/2011 e nº 105/2011 apresentam argumentação e delimitação iguais,
mudando apenas o nome dado, que foi de, RM do Sul da Bahia e da RM de Itabuna,
respectivamente.

Mancha urbana existente entre Ilhéus-Itabuna

Fonte: SEI – AZIMUTE (2013)

178
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Delimitação do PL Nº Nº 102/2011 e Nº 105/2011

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2013

No contexto desses novos investimentos estruturantes para o Litoral Sul, ressurge


a discussão sobre a pertinência da Região Metropolitana do Sul da Bahia, ampliada em
dois seminários sobre o tema, realizados novembro/2013 e janeiro/2014. Os

179
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encaminhamentos e proposições dos referidos seminários, convergiram para a


necessidade da consolidação de uma política urbano—regional, indicando como
prioridade a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Regional para o Litoral Sul.

7 Estratégias de Desenvolvimento Regional

Considerando a relevância estratégica do território alvo para a política de


desenvolvimento do Estado e do País, estão sendo previstos e/ou em execução na
região grandes empreendimentos que irão alterar toda a dinâmica social, econômica,
ambiental e urbana do Litoral Sul. O bipolo Ilhéus-Itabuna é a região que apresenta
uma maior concentração da instalação destes grandes empreendimentos, entretanto
este fator não limita uma estruturação de políticas públicas para a garantia da
qualidade de vida de toda a população do território.

7.1 Síntese das Ações do PAC e do Caderno de Investimentos do Porto Sul

A fim de obter um panorama geral das ações de governo e de estabelecer uma


análise de distribuição desses investimentos no território em questão, foi feito um
levantamento das ações do PAC no período 2007-2014 (PAC 1 e PAC 2), com base nos
Relatórios Regionais periódicos publicados pelo Ministério do Planejamento e no
Caderno de Investimentos do Porto Sul. Estes documentos elencaram as ações por
eixos de desenvolvimento: Transporte, Energia, Cidade Melhor (saneamento,
drenagem, pavimentação, mobilidade urbana), Comunidade Cidadã (saúde, educação,
esporte e cultura) e Minha Casa Minha Vida.

Para efeito deste diagnóstico, foram consideradas e priorizadas as ações em


Mobilidade, Habitação, Saneamento e Água e Urbanização, elencadas na planilha em
anexo e demonstradas nos mapas que se seguem. Além disso, foi adotado como escala
de análise a RI de Ilhéus e Itabuna, de acordo com o Estudo de Rede Urbana.

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Se observarmos o volume total de investimentos nos eixos considerados


prioritários, da ordem de 1 bilhão para o território, depara-se claramente com um
modelo de desenvolvimento concentrado, onde 83,83% desses investimentos estão
aplicados em apenas 05 (cinco) municípios (Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Itapé e Ibicaraí em
menor proporção), de um universo de 32 (RI Ilhéus e Itabuna), dos quais, 64,44%
apenas em Itabuna e Ilhéus. Os 16,17% restantes estão distribuídos em outros 20
(vinte) municípios e 07 (sete) não possuem nenhum tipo de investimento.

Do total de investimentos em habitação, da ordem de 204 milhões, 90,87% destes


estão aplicados em apenas 02 (dois) municípios (Itabuna: 62,66% e Ilhéus: 28,21%). Os
9,13% restantes estão distribuídos em outros 20 municípios, e 10 não possuem esse
tipo de investimento.

Do total de investimentos em mobilidade, da ordem de 204 milhões, 96,66%


destes estão aplicados em apenas 03 municípios (Ilhéus: 46,99 %, Itabuna: 25,35% e
Itacaré: 24,32%). Os 3,34 % restantes estão distribuídos em outros 06 municípios, e 23
não possuem esse tipo de investimento.

Do total de investimentos em saneamento e água, da ordem de 381 milhões,


72,06% destes estão aplicados em apenas 05 municípios (Itapé: 22,88%, Itabuna:
7,16%, Ilhéus: 28,95%, Uruçuca: 8,6% e Itajuípe: 4,47%). Os 27,94% restantes estão
distribuídos em outros 16 municípios, e 13 não possuem esse tipo de investimento. O
município de Itapé se destaca nessa modalidade por sediar a construção da barragem
do rio Colônia, que beneficiará vários municípios da região.

O total de investimentos em urbanização, da ordem de 67 milhões, está aplicado


em apenas 02 municípios: Itabuna, com 84,98%, e Ilhéus, com 15,02%. Os 29
municípios restantes não possuem esse tipo de investimento.

Observa-se, portanto, nas quatro modalidades levantadas, uma concentração


relevante de investimentos naqueles municípios que compõem a área de influência
direta e indireta do Porto Sul, notadamente Ilhéus, Itabuna e Itacaré. No caso de

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Ilhéus e Itabuna, por se caracterizarem como capitais regionais, pólos urbanos de


referência para a região, e por ser alvo da concentração de projetos estratégicos de
grande porte, que justificam um maior aporte de recursos, notadamente em
mobilidade urbana, objetivando garantir um melhor funcionamento dos sistemas
urbanos, interurbanos e internacionais.

Tal cenário não inviabiliza, no entanto, um olhar para os demais municípios que
compõem a região objeto desse diagnóstico, no sentido de se prover uma melhor
distribuição de recursos de acordo com suas necessidades mais prementes,
objetivando um desenvolvimento regional mais equilibrado e, portanto, mais
funcional.

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Volume de investimentos no Território no TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014


Elaborado com base no PAC (2007-2014) e no Caderno de Investimentos do Porto Sul

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Volume de investimentos em Habitação no TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014


Elaborado com base no PAC (2007-2014) e no Caderno de Investimentos do Porto Sul

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Volume de investimentos em Mobilidade no TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014


Elaborado com base no PAC (2007-2014) e no Caderno de Investimentos do Porto Sul

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Volume de investimentos em Saneamento no TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014


Elaborado com base no PAC (2007-2014) e no Caderno de Investimentos do Porto Sul

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Volume de investimentos em Urbanização no TI Litoral Sul/RI Ilhéus-Itabuna

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT - 2014


Elaborado com base no PAC (2007-2014) e no Caderno de Investimentos do Porto Sul

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7.2 Porto Sul e FIOL

O Complexo Logístico intermodal Porto Sul constitui investimento estratégico de


magnitude nacional que quebra o paradigma de predominância de fluxos comerciais
paralelos ao litoral, trazendo para o Litoral Sul uma ligação direta entre centros
produtores e consumidores do oeste e o comércio internacional, com desdobramentos
importantes também nas cadeias do mercado interno.

É um empreendimento do Governo do Estado da Bahia que pretende criar um


novo horizonte para o desenvolvimento socioeconômico de todo o Estado. Com um
investimento de R$ 3,5 bilhões e a geração de 2,5 mil empregos diretos e indiretos, o
Porto Sul será construído em Ilhéus, no litoral sul baiano, com a seguinte estrutura:

 Porto Público (PP) – Constituído por terminais para armazenamento e


movimentação de cargas diversas, edificações administrativas e operacionais
(área de 179,75 ha).

 Zona de Apoio Logístico (ZAL) – Área onde estarão os pátios de armazenamento


de cargas e minério (área de 1.182,85 ha).

 Área de Proteção Ambiental (APA) – Região destinada à proteção da


diversidade biológica e à sustentabilidade do uso dos recursos naturais (área de
1.800 ha).

 Terminal de Uso Privativo (TUP) para exportação de minério – Destinado à


exportação de minério de ferro da Bahia Mineração (Bamin).

O Porto Sul será o ponto final da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), obra do
Governo Federal que ligará a cidade de Figueirópolis, no Tocantins, a Ilhéus, na Bahia.
Incluída entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a FIOL
terá 1.527 km de extensão, investimento estimado em R$ 7,43 bilhões, e passará por
32 municípios baianos. O Porto Sul será construído no litoral norte de Ilhéus, entre as
localidades de Aritaguá e Sambaituba. O sítio de Aritaguá está localizado próximo à

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margem esquerda do Rio Almada, a oeste da BA-001 (Rodovia Ilhéus/Itacaré), com a


localidade da Ponta da Tulha ao norte e o Porto do Malhado ao sul.

O complexo está previsto para operar com uma capacidade nominal de exportação
de 75 milhões de toneladas por ano e de importação de 5 milhões de toneladas.
Incluída nesta capacidade está à previsão de movimentação de produtos como minério
de ferro, clínquer, soja, etanol e fertilizantes, além de outros granéis sólidos.

Fonte: PROJETO PORTO SUL (Disponível em: http://www.portosul.ba.gov.br/o-projeto/)

A própria fase de implantação implicará em intensas transformações urbanas que


precisam ser planejadas e geridas com especial atenção, condição que permanece e se
acentua progressivamente a partir da operação. Sob todos os aspectos da estrutura e
do funcionamento urbano, a região precisa ser pensada de modo a absorver
harmonicamente em sua rede de cidades, notadamente em Ilhéus, Itabuna e Uruçuca,
as forças transformadoras trazidas por esse empreendimento.

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Fonte: FIOL. (Disponível em: http://www.valec.gov.br/FerroviasFiol.php)

Fonte: FIOL. (Disponível em: http://www.valec.gov.br/FerroviasFiol.php)

O trecho entre os municípios de Ilhéus e Figueirópolis pretende contemplar as


regiões produtoras de minério de ferro de Caetité e Tanhaçu, no Sul da Bahia, e as
produtoras de grãos no Oeste deste Estado e Sudeste do Tocantins.

A FIOL se constituirá num eixo ferroviário que dinamizará o escoamento da


produção do Estado da Bahia e servirá de elo para interligar aquela região aos outros

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pólos do país, através da conexão que terá com a Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis
(TO), e com a nova opção comercial que se agregará ao projeto com reestruturação do
sistema portuário de Ilhéus. A ferrovia formará um corredor de transporte que
otimizará a operação do Porto Sul e ainda abrirá nova alternativa de logística para
portos no norte do país atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás.

Para ratificar esta informação, é possível afirmar que a produção de grãos do


Centro – Oeste, principalmente do estado do Mato Grosso, será escoada pelo Porto
Sul, em Ilhéus, utilizando as Ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste. Com isso, atenua-se o
fluxo de caminhões sentido Porto de Paranaguá e reduz-se, significativamente, o custo
do frete (transporte) e, por conseqüência, o custo Brasil. Além de promover o
desenvolvimento dos estados da Bahia e Tocantins, a Ferrovia de Integração Oeste –
Leste, junto com a Ferrovia Norte-Sul, vai induzir o desenvolvimento de todo o país.

7.3 Zona de Processamento de Exportação (ZPE Bahia)

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as Zonas


de Processamento de Exportação (ZPE) são caracterizadas como áreas de livre
comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas para a
produção de bens a serem exportados, sendo consideradas zonas primárias para efeito
de controle aduaneiro. As empresas que se instalam em ZPEs têm acesso a
tratamentos tributário, cambiais e administrativos específicos e o principal requisito é
o seu caráter eminentemente exportador, ou seja, as empresas devem auferir e
manter receita bruta decorrente de exportação para o exterior de, no mínimo, 80% de
sua receita bruta total.

Ainda segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no


Brasil, o regime aduaneiro especial das ZPEs foi instituído pelo Decreto de Lei nº 2.452,
de 29 de julho de 1988. À época, esse instrumento legal autorizou ao Poder Executivo
a criação de ZPE, por meio de edição de decreto presidencial. Para traçar a orientação

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da política das ZPEs, estabelecer requisitos, analisar propostas, dentre outras


atividades, o normativo criou o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de
Exportação – CZPE.

Conforme estabelece a Resolução CZPE nº 02/2009, as propostas de criação de ZPE


deverão ser apresentadas pelos Governadores ou Prefeitos, em conjunto ou
isoladamente.

Até a metade de 2013, existiam 24 ZPEs criadas em diferentes fases pré-


operacionais, distribuídas em vinte estados brasileiros. Cinco delas estão em estágio
adiantado de implantação: Ceará, Acre, Piauí, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. As
duas primeiras já receberam a autorização da Receita Federal do Brasil para funcionar.

Na Bahia, será instalada uma ZPE no município de Ilhéus, devido principalmente ao


Porto Sul. Estará localizada na Rodovia Ilhéus – Uruçuca, KM 12 (BA 262), em um
terreno de 2.250 mil m², tendo seu projeto com 9.500m² de área construída, na qual já
foi aprovado o projeto arquitetônico, alvará de construção e licença ambiental. A ZPE
Ilhéus também contará com o fácil acesso ao Complexo Industrial de Ilhéus.

Mapa esquemático da ZPE Ilhéus - Bahia

Fonte: ZPE-BA (Disponível em: http://zpeilheus.com.br/projeto)

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7.4 Gasoduto da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás)

A Companhia de Gás da Bahia – Bahiagás, juntamente com a Azevedo & Travassos


Engenharia, está implantando um Gasoduto na região do Litoral Sul, especificamente
no bipolo Ilhéus e Itabuna. O projeto terá 36 km de extensão e deverá absorver um
investimento na ordem de R$ 50 milhões, com previsão de conclusão para 2016. O
novo Gasoduto permitirá o fornecimento do gás natural ao município de Ilhéus e aos
novos empreendimentos atraídos pelo Complexo do Porto Sul, garantindo a rede
estruturante de distribuição na região Sul da Bahia.

Uma das diretrizes estratégicas da Bahiagás é a interiorização, que tem como


conceito fundamental tornar o gás natural um produto que seja consumido não só na
capital, mas também nos principais municípios localizados no interior do Estado, que
tenham potencial econômico para sua utilização e desenvolvimento, por isso a região
sul do Estado é de grande importância, atende aos quesitos técnicos e econômicos
para a implantação e que possibilitam a rápida expansão.

A iniciativa dá sequencia ao Programa Gás no Eixo Sul, dentro da diretriz de


Interiorização do gás natural, que a partir dos City-Gates em Mucuri, Eunápolis e
Itabuna realiza a expansão da rede de gás natural para outros municípios da região,
criando também um modal rodoviário na BR – 101, para fornecimento de GNV (Gás
Natural Veicular), situados estrategicamente ao longo da rodovia.

Segundo informações da Bahiagás, a obra será dividida em 4 (quatro) trechos com


total segurança para a região, pois demandam a utilização de materiais, normas e
procedimentos seguros em todas as etapas, aprovados e certificados, seja no projeto,
na construção e na manutenção das redes, tubulações e dos equipamentos. Além
disso, existe um sistema, chamado “Comunicação de Obra”, que tem por objetivo
estabelecer uma relação positiva com as comunidades, os estabelecimentos, órgãos
públicos e futuros clientes, localizados onde passará o gasoduto.

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O gasoduto Ilhéus – Itabuna representa uma grande parte dos investimentos da


empresa no período e dá a dimensão do compromisso da Companhia com o
desenvolvimento do Estado. Grandes indústrias do sul e extremo sul da Bahia já estão
optando pelo gás natural como combustível, uma região que tinha dificuldade na área
energética. Além de entrar com energético mais barato, mais acessível e de oferta
ampla, o gasoduto possibilita a resolução do problema de geração de energia na
região.

Fonte: Bahiagás. (Disponível em: http://bit.ly/LHcTfI)

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7.5 Duplicação da BR 415

Segundo informações do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia


(DERBA), o projeto de duplicação da BR 415 está em análise no DNIT, a ser licitado com
recursos do PAC, pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC), com previsão de
início das obras em 2014. Consiste na implantação de um binário, cuja via existente
funcionará como eixo de ligação entre Ilhéus e Itabuna e a nova pista a ser implantada
na margem direita do Rio Cachoeira funcionará como retorno.

A nova pista terá extensão de 18 km, a ser executada no trecho compreendido


entre os anéis de contorno de Ilhéus e Itabuna, os quais estão em fase de elaboração
de projeto. Terão duas faixas de tráfego, acostamento e ciclovia, além de quatro novas
pontes de interligação com a pista atual localizadas respectivamente na saída de
Itabuna e nas proximidades da CEPLAC, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e
Banco da Vitória.

No que se refere aos “anéis de contorno”, as prioridades são para o trecho norte
do anel de contorno de Ilhéus e para o entroncamento do anel de contorno de Itabuna
com a BR101.

Além de melhorar o fluxo de veículos entre o bipolo Ilhéus-Itabuna, as obras terão


impacto na economia regional, com benefícios para o turismo e melhoria no
escoamento da produção. Entretanto, os representantes dos municípios de Ilhéus e
Itabuna ressaltam a necessidade de garantir a qualidade urbanística e ambiental do
entorno da rodovia conforme previsto no Estudo e Relatório de Impacto Ambiental
(EIA-RIMA), contemplando também as questões referentes ao acesso e transporte
urbano para os bairros de Salobrinho e Banco da Vitória, em Ilhéus, e à Universidade
Estadual de Santa Cruz (UESC).

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Fonte: DERBA – 2014

7.6 Universidade Federal do Sul da Bahia

A criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) foi sancionada pela


presidente, em junho de 2013. Na mesma ocasião, a presidente assinou a criação da
Universidade Federal do Oeste da Bahia. A UFSB atenderá à nova conjuntura
econômica e social do Sul da Bahia (Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo
Sul), com os investimentos estratégicos dos governos federal e estadual (Ferrovia
Oeste-Leste, Porto Sul, pólos industriais, aeroportos e Parque Tecnológico) que
implicam na necessidade de formação, em grande escala, de quadros profissionais e
tecnológicos.

A UFSB vai funcionar, em campus, distribuídos em três municípios do Sul e Extremo


Sul da Bahia:

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 Campus Jorge Amado, em Itabuna – Centros de Formação em Ciências,


Tecnologias e Inovação; em Comunicação e Artes; e Instituto de
Humanidades, Artes e Ciências de Itabuna.

 Campus Sosígenes Costa, em Porto Seguro – Centros de Formação em


Ciências Humanas e Sociais; em Ciências Ambientais; e Instituto de
Humanidades, Artes e Ciências de Porto Seguro.

 Campus Paulo Freire, em Teixeira de Freitas – Centro de Formação em


Ciências da Saúde e Instituto de Humanidades, Artes e Ciências de Teixeira
de Freitas.

A reitoria e o campus Jorge Amado serão implantados provisoriamente nas


instalações da antiga central de distribuição da rede de supermercados Messias, em
Ferradas. O prédio, alugado por cinco anos pela Prefeitura de Itabuna, fica na margem
esquerda do trecho Itabuna-Ibicaraí da BR-415. A plena implantação está prevista para
2020. As atividades começam no segundo semestre de 2014. No final do período de
implantação previsto, projeta-se um total geral de matrículas de quase 18 mil
estudantes regulares.

Fonte: Prédio da antiga central de distribuição da rede Messias – Nova instalação da UFSB. (Disponível
em: http://bit.ly/LHtNL2).

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A instalação da UFSB vai gerar 1.200 empregos diretos, sendo 617 docentes da
carreira de Magistério Superior, 242 servidores de nível superior e 381 funcionários
federais Técnico-Administrativos em Educação. A massa salarial total vinculada ao
orçamento da União será aproximadamente R$ 90 milhões/ano. O montante previsto
para custeio será aproximadamente R$ 30 milhões anuais. O impacto econômico pode
ser ainda acrescido dos investimentos previstos em construção civil, equipamentos e
instalações, estimados em R$ 200 milhões ao longo de cinco anos.

7.7 Novo Aeroporto Internacional

O novo aeroporto, no Litoral Sul, está previsto para ser construído em uma área de
979 hectares, entre a UESC e a CEPLAC, na margem direita da BR 415, e faz parte do
tripé de desenvolvimento do sul da Bahia, ao lado do Complexo Porto Sul, que integra
aeroporto, Ferrovia Oeste-Leste e Porto.

Recentemente, o ministro da Aviação Civil assinou a portaria contendo a delegação


que transfere, da União para o governo baiano, a administração do projeto e da obra
do novo Aeroporto Internacional de Ilhéus. O próximo passo é que a obra seja licitada
sob o modelo de Parceria Público-Privada (PPP) ainda em 2014. A concessão da gestão
é essencial para fortalecer a aviação civil e o turismo na região sul do Estado, ao
esclarecer que a delegação foi um pedido do governo baiano para agilizar a obra.

Com um investimento orçado em aproximadamente R$ 220 milhões, o aeroporto


internacional prevê a construção, inicialmente, de duas pistas de três mil metros cada,
pistas de táxi e um terminal de passageiros.

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Projeto do Novo Aeroporto

Fonte: Bahia Negócios (Disponível em: http://bit.ly/1eMMUKB)

7.8 Hospital Regional da Costa do Cacau

O Hospital Regional da Costa do Cacau surge como uma estratégia de


reestruturação da rede de urgência no Estado da Bahia. Será implantado no município
de Ilhéus, numa área de aproximadamente 100 mil metros quadrados, situado no
bairro do Banco da Vitória, no espaço onde funciona hoje o porto seco da Petrobrás.
Atualmente, Ilhéus possui pactuação para o atendimento hospitalar dos habitantes de
29 municípios regionais, além da sua própria população, intensificando a necessidade
de se construir um novo hospital regional.

O hospital ficará situado em uma área estratégica para garantir e facilitar o


atendimento de pacientes dos mais diversos municípios da região. Tudo isso sem
contar com a proximidade com a Universidade Estadual de Santa Cruz, o que vai
facilitar que os estudantes possam fazer residências e estágios nesse novo hospital,
melhorando ainda mais o atendimento para a população.

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7.9 Nova Ponte Ilhéus – Pontal

A nova ponte Ilhéus – Pontal, que será construída sobre o Rio Cachoeira ligando a
zona sul e o centro de Ilhéus, será a primeira no modelo estaiada do Estado da Bahia. A
obra tem previsão para ser concluída em 2015 e conta com investimento inicial de
cerca de R$ 165 milhões, incluindo outras intervenções urbanas, como a implantação
das vias de acessos.

Atualmente, Ilhéus possui apenas uma ligação, que é a ponte Lomanto Jr, com 330
metros, e alvo de constantes congestionamentos. Construída pela Odebrecht sob
fiscalização do DERBA, inaugurada no dia 15 de agosto de 1966.

Ponte Lomanto Jr. 1966

Fonte: (Disponível em: http://bit.ly/1fozMgm).

Também sob a responsabilidade do DERBA e com os recursos garantidos junto ao


BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a construção da
primeira ponte estaiada da Bahia atende a uma antiga demanda de moradores e
turistas, melhorando a mobilidade na cidade.

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Projeto Nova Ponte Ilhéus - Pontal

Fonte: (Disponível em: http://bit.ly/1fBd6vO).

Fonte: (Disponível em: http://bit.ly/1fBd6vO)

A ponte deve beneficiar 176 mil habitantes dos municípios de Itabuna, Una e
Itacaré, além de atividades como a agricultura e o turismo. Além da nova ponte, que
terá 497 metros de extensão, as obras também incluem a construção de 2,2
quilômetros de sistema viário no trecho da BA-001 e a implantação de vias de acesso e
outras intervenções urbanas. A previsão é de que aproximadamente 8.500 veículos por
dia vão trafegar pela Ponte Ilhéus - Pontal.

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Segundo o decreto publicado no diário Oficial da União de 13/03/2014, no tocante


das áreas de domínio desta, as obras ficam condicionadas ao cumprimento rigoroso
das recomendações técnicas, urbanísticas e ambientais emitidas pelos órgãos
competentes.

7.10 Rede Banda Larga e Cidades Digitais

De acordo com a SECTI, o projeto da Rede de Banda Larga vai significar um grande
avanço para a Bahia. O projeto prevê infraestrutura de rede de alta velocidade que
propicia um ambiente favorável ao desenvolvimento socioeconômico do Estado.
Consiste em um posicionamento frente aos desafios de estender, pelo vasto território
baiano, uma rede de fibras óticas, fornecendo aos governos estadual e municipais e a
sociedade, os meios para interconectar-se de forma eficiente com custos
progressivamente decrescentes.

Para dar agilidade ao programa, a Secretaria de Ciência e Tecnologia optou por


dividir a implementação da rede por etapas.

A primeira etapa da rede prevê a construção de anel óptico com 702 quilômetros
de extensão e com 26 estações de propagação, percorrendo 71 municípios onde vivem
5,5 milhões de pessoas, o que equivale a mais de um terço da população baiana. O
custo estimado dessa rede é de R$ 43,4 milhões, sendo que parte desses recursos deve
vir de empréstimo tomado no BNDES.

A segunda etapa da rede, com anel óptico de 611 quilômetros de extensão, vai
levar conexão para os municípios da região Sul do Estado, atendendo as cidades de
Ilhéus, Itabuna, Jequié, Vitória da Conquista e Ipiaú, além das localidades adjacentes.
Desse anel, partirá um enlace radial ligando os municípios no entorno de Guanambi,
no Centro-Sul e outro, ligando as cidades da região de Valença.

Para permitir a alta disponibilidade da rede, garantindo uma conectividade de


dados com qualidade, será necessária a construção de backbone óptico composto de

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dois anéis de fibras ópticas e dois segmentos radiais, com instalação de sistema de
rádio nos Pontos de Presença (POP) – estações onde serão abrigados os equipamentos
que permitirão a interligação de outras redes ao backbone (rede de transporte). A rede
contempla ainda o lançamento de fibras ópticas, prioritariamente aéreas, a aquisição e
a instalação de equipamentos rádios, ópticos e de dados.

Serão instaladas mais de 50 estações, com equipamentos de rádio com


abrangência de um raio de 50 quilômetros, que permitirão a interligação de outras
redes ao backbone estadual. Também está previsto o uso de 88 mil postes, em
convênio com a Companhia de Distribuição Elétrica do Estado, a Coelba, para suportar
as fibras ópticas. Quando totalmente construída, o número de Pontos de Presença
deve ultrapassar a casa de cinco dezenas.

O projeto prevê conexões com o backbone da Telebrás e a rede de alta capacidade


da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), por meio de três derivações ópticas
entroncadas. Serão construídos ainda dois enlaces ópticos radiais, ligando os anéis da
rede.

A rede óptica projetada possui a topologia em anel (anel 1 e 2) com o uso de


cabeamento óptico, aéreo, sustentado pelos postes existentes ou a serem implantados
em todo o seu trajeto de lançamento. A topologia em anel permite alta disponibilidade
da rede, garantindo, assim, uma conectividade de dados com qualidade. Haverá um
enlace óptico radial integrando o anel óptico 1 ao anel óptico 2, um outro enlace ótico
radial entroncado ao anel óptico 2 e três derivações ópticas entroncadas aos POPs da
Telebrás.

A rede óptica a ser construída será estruturada por cabos de 144 fibras, em
lançamento preferencialmente aéreo, utilizando a tecnologia de multiplexação DWDM
(multiplexação densa por divisão de comprimento de onda), a mesma prevista nos
projetos da Telebrás e que permite tráfego de dados a altas taxas em cada par de
fibras, superiores a 100 Gbps (Gigabits por segundo).

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Projeto Rede de Banda Larga – Tipologias da Etapa 1

Fonte: SECTI (Disponível em: http://www.secti.ba.gov.br/programas-projetos/rede-banda-larga-bahia)

Após a conclusão da rede de banda larga, o governo pretende investir na


implantação das cidades digitais. O Projeto de Cidades Digitais tem como principal
objetivo tornar disponível, em uma primeira etapa, a 42 cidades, infraestrutura de
rede de alta velocidade que atenda aos governos estadual e municipal com o propósito
de tornar mais eficientes os serviços oferecidos à população, além de criar condições
para o controle público das administrações, permitindo o acompanhamento das
atividades dos governos com a instalação de pontos de acesso público.

Considerando-se que a massificação da banda larga é o sistema da economia atual,


o amplo acesso à rede de comunicação de alta velocidade é visto, atualmente, como
essencial ao desenvolvimento econômico do País e de suas regiões. O acesso
universalizado, assim como a apropriação social do uso das novas tecnologias de

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informação e comunicação, tornaram-se tão importantes quanto à educação e a saúde


pública. Por isso, requerem políticas públicas integradas para sua plena realização.

Assim, ao promover este projeto, o Governo do Estado alinha-se ao PNBL e ao seu


objetivo de massificar a oferta de acessos banda larga fomentando o crescimento da
infraestrutura de telecomunicações do País. Concomitantemente, este projeto
complementa a iniciativa do Estado de construir um backbone óptico para prover a
Bahia com uma infraestrutura de dados de alta velocidade.

Enquanto não se confirmam os investimentos estaduais, nove cidades baianas


foram selecionadas pelo programa de cidades digitais do Ministério das Comunicações
e devem ter as redes concluídas ainda este ano. São elas: Guanambi, Itaberaba,
Juazeiro, Lauro de Freitas, Nilo Peçanha, Piraí do Norte, Uruçuca e Vitória da
Conquista. Todas com menos de 50 mil habitantes. O Litoral Sul baiano, neste sentido,
é representado pelo município de Uruçuca, composto por 19.837 habitantes e que
incorpora a AID do Porto Sul.

Fonte: SECTI (Disponível em: http://www.secti.ba.gov.br/programas-projetos/cidade-digital)

205
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A rede federal das Cidades Digitais é composta por um anel de fibra óptica que
interliga os órgãos públicos locais. Empresas integradoras, contratadas por meio de
pregão eletrônico, são as responsáveis pelo fornecimento de equipamentos, serviços
de instalação, suporte técnico e capacitação da administração municipal. As empresas
operarão a rede por seis meses e, por três anos, darão garantia de funcionamento da
infraestrutura implementada. A avaliação, aceitação e certificação da rede serão
realizadas pelo Inmetro. A infraestrutura básica e os aplicativos poderão ser
expandidos, posteriormente, inclusive com financiamento do BNDES.

Outras cidades baianas fazem parte da segunda etapa do programa do governo


federal, que foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ou seja, os
recursos garantidos de R$ 100 milhões no Orçamento da União não poderão ser
desviados para outras áreas.

8 Litoral Sul: Principais Acontecimentos e Conseqüências

Para efeito deste diagnóstico, foi elaborado um quadro síntese sobre os principais
acontecimentos ocorridos no território, numa escala temporal, e seus rebatimentos e
conseqüências na região. Esta linha do tempo permite entender toda a evolução
urbana, econômica e social do território e auxilia os diversos setores em relação ao
traçado do cenário futuro.

Como fontes de pesquisas, foram analisados muitos estudos e diagnósticos


históricos sobre a região do Litoral Sul, entre eles o livro de Lurdes Rocha, editado pela
UESC, “A região cacaueira da Bahia – dos coronéis à vassoura-de-bruxa: saga,
percepção, representação”.

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Litoral Sul: 1910 a 2014

Ano Principais Acontecimentos Conseqüências e Rebatimentos no Território

1910-1919 * Brasil liderava a produção de cacau mundial. * Trânsito mais livre do cacau na maior área de concentração da
produção.
* Início da modernização de Ilhéus (1910).

* Construção da ferrovia Ilhéus – Itabuna (1916).

* Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

1920-1929 * Construção do porto na Foz do Rio Cachoeira (1920). * Crise econômica mundial, culminando com a quebra da Bolsa de
Nova York.
* Quebra da Bolsa de Nova York (1929).
* Empobrecimento dos agricultores.

1930-1939 * Início da classificação do cacau (1930). * Escoamento da produção cacaueira. Classificação do produto a ser
exportado.
* Criação do Instituto do Cacau da Bahia – ICB – (1931).
* Com a criação do ICB: coordenação e execução da política de
* Implantação da linha ferroviária que interligava centros produtores
desenvolvimento da região, planejamento e desenvolvimento da área,
como Ilhéus, Itabuna, Uruçuca e Itajuípe e a construção das rodovias participação na comercialização, desenvolvimento de meios de
entre Itabuna e Buerarema (1930). transporte, construção de armazéns e depósitos para abrigar as
amêndoas por longo tempo.

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* Ilhéus não tinha ginásio e os jovens de posses iam estudar em


Salvador ou em outras capitais do país; os que não as tinham, iam
embora da região ou viam frustrados seus anseios de crescimento.

* Recrudescimento da crise com o advento da Segunda Guerra


Mundial: os países compradores de cacau envidam seus esforços na
guerra, os mercados se fecham, a exportação fica difícil.

1940-1949 * Consolidação da região como produtora de cacau, formando uma * Dependência do mercado externo, importação dos produtos de
economia monocultora. primeira necessidade, burguesia dominante, exploração da mão-de-
obra dos trabalhadores rurais e desníveis sociais.
* Período do Coronelismo na região (1940-1950).
* Carência de estradas, de hospitais, de água, de saneamento, de
* Segunda Guerra Mundial (1939-1945). energia elétrica.

* Com a Guerra Mundial e a constância da crise nos preços do cacau,


fazendeiros endividados perdem suas propriedades para pagar os
juros altos cobrados pelos bancos.

* O trabalhador rural fica desempregado.

* A lavoura de cacau, de maneira geral, fica abandonada, desassistida


e espoliada.

1950-1959 * Recrudescimento da crise da lavoura cacaueira (1950). * A criação da CEPLAC acumulou muitas conquistas: desenvolveu
atividades de pesquisa, extensão rural e ensino agrícola. Além disso,

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* Itajuípe, Coaraci e Uruçuca são elevadas a categoria de município elevou a produção nacional do cacau.
(1952).
* Alguns agricultores investem na seringueira, na pecuária e nos
* Criação da CEPLAC (1957). negócios imobiliários, pois acreditavam ter finalizado o ciclo do cacau.

* No final da década de 1950, muitos fazendeiros passaram a fazer


composição de dívidas, através da CEPLAC, a fim de salvar seu
patrimônio: os produtores de cacau reuniam seus débitos e os
repassavam para a CEPLAC que os pagavam, recebendo deles depois,
parceladamente, com prazos longos. Com isso, a lavoura cacaueira,
lentamente, começa a sair da crise.

1960-1969 * Criação do Fundo do Cacau (1961). * Expansão urbana do município de Ilhéus.

* Barro Preto é elevado à categoria de município (1962). * Em 1969, a lavoura cacaueira já dava sinais de recuperação. Havia
ainda resquícios da crise, mas a economia, paulatinamente, retomava
* Inauguração da Ponte Lomanto Jr. – Ilhéus/Pontal – (1966). seu crescimento.

1970-1979 * Implantação do Porto na Ponta do Malhado (1970). * Ampliação do leque de pesquisas e disseminação da extensão rural.

* Implantação da BR 101 (1971). * Reforço da educação agrícola com a criação de novas escolas, as
EMARCs e diversificação agropecuária.
* Instalação de novas indústrias no Distrito Industrial de Ilhéus
(1973). * Fortalecimento e modernização da infraestrutura regional.

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* Crescimento da lavoura cacaueira (1979). * Beneficiamento do cacau.

* Surgimento da Agroindústria Regional.

1980-1989 * Constituição Federal (1988). * Queda da produção do cacau.

* Crise da Vassoura de Bruxa (1989). * Migração rural e empobrecimento do campo.

* Crise da economia do Cacau. * Desestabilização econômica, êxodo rural, inchaço das cidades
regionais, procura de novas alternativas de solução, como a tecnologia
da clonagem do cacau, entre outros.

* Degradação dos recursos naturais renováveis e desvalorização


patrimonial.

* Substituição dos cacauais por pastagens e, por via de conseqüência,


a eliminação das espécies arbóreas nativas pela comercialização da
madeira.

1990-1999 * Novas regiões turísticas (Costa do Cacau). * A maior perda da cobertura vegetal da Mata Atlântica, quando áreas
de Floresta Ombrófila Densa são queimadas.
* Política de criação de Unidades de Conservação - APA da Costa de
Itacaré, Serra Grande e Parque Estadual da Serra do Conduru e APA * Redução populacional, principalmente nos municípios de Uruçuca e
da Lagoa Encantada e Rio Almada – (1990). Camacã.

* Início da produção do cacau orgânico (1990). * Itabuna e Ilhéus foram às cidades que mais receberam esse
contingente, expandindo a periferia num processo intenso de

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* Criação da APA Itacaré-Serra Grande (1993). favelização.

* Implantação da UESC (1995). * Crescimento urbano desordenado de Ilhéus.

* Criação do Pólo de Informática de Ilhéus (1995). * Em Itabuna, ficou mais evidente a ocupação das margens do anel
rodoviário construído para desviar o fluxo do tráfego pesado do centro
* Pavimentação da rodovia BA 001 (1998). da cidade com destino às BR-101 e BR-415 por casebres, dando
origem a uma grande favela.
* Início da clonagem do cacau para recompor a lavoura (1999).
* Itacaré torna-se destino turístico devido à melhoria da BA 001,
depois de um período de isolamento regional.

* O cacau orgânico é um produto cada vez mais procurado pelas


indústrias de chocolate, principalmente da Europa. Tendo em vista
esse novo mercado, agricultores do Sul da Bahia, principalmente de
Ilhéus e Itabuna, começam a investir nesse tipo de agricultura.

2000-2014 * Início do fortalecimento da produção do “cacau fino” (2000). * Esvaziamento populacional tanto na área rural quanto urbana.

* Estatuto da Cidade (2001). * Debates sobre o bipolo Ilhéus-Itabuna (Região Metropolitana ou


Aglomeração Urbana).
* Fundação da Cooperativa dos Produtores Orgânicos do Sul da Bahia
– CABRUCA – (2001). * Discussões, debates e audiências públicas sobre o Porto Sul.

* FUNAI reconhece o povo Tupinambá de Olivença (2002). * Valorização da cadeia produtiva do cacau.

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* Inauguração da Ponte sobre o Rio de Contas (2009).

* Implantação da Gasene em Itabuna (2010).

* Estratégias de desenvolvimento futuro para a região: Porto Sul,


FIOL, ZPE, Gasoduto da Bahiagás, Duplicação da BR 415, Aeroporto
Internacional, Universidade Federal do Sul da Bahia, Hospital Regional
da Costa do Cacau, Nova Ponte Ilhéus Pontal, Rede Banda Larga e
Cidades Digitais.

Elaboração: SEDUR/SGT/DPLANT – 2014

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9 Desenvolvimento Urbano Sustentável do Litoral Sul:


Diretrizes/Encaminhamentos Preliminares

Diante de todos os dados e informações levantadas, foi elaborada uma matriz


preliminar, para o Litoral Sul, com diretrizes preliminares a partir da relação entre os
aspectos deste diagnóstico (configuração e rede urbana, econômicos, sociais, saúde,
educação, ambiental, infraestrutura, instrumentos de planejamento e gestão, entre
outros) e do cenário atual. Com isto, tornou-se possível estabelecer, em nível de
perspectiva, qual seria o cenário futuro desejado para a região.

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Matriz Preliminar para o Litoral Sul

ASPECTO CENÁRIO ATUAL CENÁRIO DESEJADO DIRETRIZES/ENCAMINHAMENTOS


PRELIMINARES

Rede Urbana Baixa relação entre o número de municípios e a Existência de cidades em posições Reforço da centralidade de
existência de centros locais, pois há falta de hierárquicas intermediárias capazes de cidades nos níveis intermediários
cidades em posições hierárquicas intermediárias atender as demandas da população sem da rede urbana regional
capazes de atender as demandas da população necessidade de longos deslocamentos. (Camacam e Itajuípe)
sem necessidade de longos deslocamentos.

Rede Urbana e Esvaziamento e redução demográfica dos Estabilidade demográfica dos pequenos Promover políticas o
Demografia pequenos municípios, mas com crescimento da municípios, com população rural ficada ao fortalecimento da economia rural
população urbana, revelando significativa campo e baixa taxa de migração rural. para evitar a migração.
migração da população rural, principalmente
para as sedes municipais.

Rede Urbana e Grande concentração populacional no bipolo Expansão urbana ordenada e planejada do Promover políticas para evitar os
Demografia Ilhéus-Itabuna, em decorrência das melhores bipolo Ilhéus-Itabuna. efeitos negativos da expansão
ofertas de infraestrutura e serviços, urbana desordenada e do
desencadeando e intensificando o processo de adensamento populacional no
favelização nesta região. entorno dos centros urbanos e,
principalmente, na ligação entre
Ilhéus e Itabuna.

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Economia Regional Lento processo de reconversão da economia Economia regional diversificada com Criação de Agência de
regional que aponta para a diversificação aproveitamento do potencial endógeno, Desenvolvimento Econômico e
econômica, revelando potencial endógeno fortalecimento das cadeias produtivas locais, Tecnológico.
lastreado em iniciativas empresariais locais que principalmente daquelas advindas de
não contam com maior apoio externo, público iniciativas empresariais locais. Acesso ao
ou privado, com destaque para a atividade agro crédito, tecnologia, assistência técnica e aos
florestal: silvicultura, especiarias, fibras naturais, mercados nacionais e internacionais.
produtos madeireiros, frutas tropicais, essências
florestais etc.

Economia Regional Elevado crescimento do PIB industrial e da Economia regional industrial diversificada, Fortalecer a economia industrial
renda per capita industrial na última década, com fortalecimento a ampliação das cadeias regional para apoiar as diversas
demonstrando potencial industrial endógeno, industriais locais e industrialização do setor cadeias produtivas locais.
cujos lastros são as iniciativas empresariais agrícola florestal.
locais. Mesmo considerando o contexto de
redução demográfica e o significativo
aquecimento da demanda via elevação e
transferência de renda, o alto crescimento da
renda per capita industrial parece indicar
dinâmica industrial local própria e autônoma.

Economia Regional Lento processo de diversificação econômica na Intensificação da dinâmica de adaptação e Fortalecer outras cadeias
região e existência de outras cadeias produtivas reconversão endógena da economia regional produtivas a partir de políticas
locais (látex natural, silvicultura, pecuária, a partir de investimentos, públicos ou públicas de desenvolvimento

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atividade extrativista e produção artesanal, privados, para a viabilidade de qualificação da regional.


entre outros), sem maiores apoios externos produção com arranjos econômicos que
(públicos ou privados). fortaleçam as cadeias produtivas locais e
inserção no circuito global.

Economia Regional Zonas turísticas ainda limitadas ao turismo do Integração das zonas turísticas do sul da Regionalizar o desenvolvimento
“sol e mar”, devido à extensão do litoral baiano, Bahia (Baixo Sul, Litoral Sul e Extremo Sul) a turístico e fortalecer outras
e um crescimento lento de outros atrativos partir de melhorias na infraestrutura modal modalidades, como o ecoturismo.
turísticos, como o ecoturismo. regional.

Economia Regional Quebra da identidade regional em decorrência Reconhecimento da produção local do cacau. Fortalecer, em bases sustentáveis,
da herança da decadência da monocultura a cadeia produtiva do cacau,
cacaueira. agregando valor à produção local.

Ambiental Região com significativa extensão territorial Região com processos compatíveis e Promover políticas públicas de
formada por reservas e áreas de proteção equilibrados de crescimento econômico, regulamentação fundiária.
ambiental, reservas indígena e extrativista, urbanização, industrialização e
assentamento rurais, além de muitas áreas de sustentabilidade ambiental equilibrados entre
fragilidade ambiental. Constitui-se em crescimento econômico e de industrialização,
territórios interditados a expansão urbana e expansão urbana, preservação ambiental.
industrial.

Ambiental Grande quantidade de vazadouro a céu aberto Regularização da questão dos resíduos sólidos Promover políticas públicas para a
em áreas de remanescentes de Mata Atlântica e em aterros sanitários e eliminação dos extinção dos vazadouros a céu

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áreas de vulnerabilidade ambiental. “lixões”. aberto e regulamentação dos


aterros sanitários.

Educação Baixa taxa de cobertura do ensino médio, Acesso e inclusão da maioria dos jovens e Fortalecimento e incentivo
reveladora da alta taxa de reprovação (distorção adolescentes da região ao ensino médio. educacional do ensino médio e
idade-série) e da significativa taxa de abandono fundamental.
no ensino fundamental, além da
indisponibilidade e inacessibilidade de
significativa parte de adolescentes e jovens da
região ao ensino médio.

Educação Baixa taxa de cobertura entre o ensino Aprimoramento educacional e aumento do Ampliar a cobertura e melhoria da
fundamental e médio. índice de escolaridade do ensino fundamental qualidade das políticas de ensino
e médio, permitindo ao jovem ingressar no fundamental e médio e
ensino superior na própria região. qualificação profissional.

Urbanização Qualidade da urbanização é maior nas pequenas Estruturação urbana das áreas e bairros Investimento em infraestrutura no
cidades quando comparada à de Ilhéus e periféricos de Ilhéus e Itabuna, contribuindo bipolo Ilhéus e Itabuna e nas
Itabuna, que apresentam os piores indicadores assim para a redução da desigualdade e da periferias das respectivas cidades.
de urbanização da região (iluminação pública, exclusão sócio territorial urbana local.
pavimentação, meio fio, calçada, bueiro, água,
esgoto, coleta de lixo, arborização etc.). Após a
crise do cacau, no período de dez anos, as duas
cidades receberam aproximadamente 110 mil

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migrantes rurais, originando periferias urbanas


desestruturadas.

Urbanização Não ordenamento do solo, principalmente nos Ordenamento do solo e zoneamento baseado Promover políticas de
municípios da AID do Porto Sul. no Plano Diretor municipal para a monitoramento e fiscalização em
implantação do Plano Diretor. relação ao uso do solo.

Infraestrutura Falta de infraestrutura (saneamento e energia) Área de Influencia direta de Porto Sul dotada Identificar as precariedades em
na área de influência direta do Porto Sul, de infraestrutura básica. relação a infraestrutura do
condição necessária a sua industrialização e entorno dos municípios da AID e
urbanização. AII do Porto Sul e promover ações
de melhoria para atender a
população local.

Infraestrutura Apresenta uma rede de infraestrutura física Uma rede de infraestrutura física adequada Promover ações de melhoria da
(energia e gás natural, água, esgoto e resíduos para atender as demandas mínimas da infraestrutura física,
sólidos, sistema viário e rede banda larga) em população, principalmente nos municípios principalmente nos municípios
situação não homogênea, irregular e, em alguns considerados núcleos urbanos e centros que não são pólos regionais, para
municípios, precária. locais, definidos pela Rede Urbana. um melhor atendimento nos
domicílios.

Regularização Conflitos fundiários e não regularização em Regularização fundiária e demarcação das Promover políticas públicas para a
Fundiária relação às terras pertencentes aos povos e terras pertencentes aos povos e comunidades preservação da biodiversidade e
comunidades tradicionais. tradicionais. das terras de povos e

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comunidades tradicionais.

Instrumentos de Pouca efetivação dos Conselhos Municipais das Conselhos Municipais das Cidades atuantes e Fortalecer e institucionalizar os
Planejamento e Cidades no território. com participação popular. Conselhos para representação
Política Urbana local e regional dos interesses
comuns da sociedade.

Instrumentos de Existência de municípios que não possuem Planos Diretores elaborados e/ou revisados Promover assistência técnica aos
Planejamento e Planos Diretores e alguns estão em processo de nos prazos determinados, com o objetivo de municípios para a elaboração e/ou
Política Urbana elaboração e/ou revisão das suas leis. ser referência no planejamento urbano e revisão dos Planos Diretores.
gestão territorial.

Instrumentos de Existência de municípios que possuem seus Planos setoriais elaborados e/ou revisados Promover assistência técnica aos
Planejamento e planos setoriais (habitação, saneamento e nos prazos determinados, com o objetivo de municípios para a elaboração e/ou
Política Urbana resíduos sólidos) desatualizados e/ou não ser referência no planejamento urbano e revisão dos planos setoriais.
possuem. gestão territorial.

Instrumentos de Debates e discussões sobre as estratégias de Consolidação dos equipamentos Promover políticas de
Planejamento e desenvolvimento para o território, determinados pelas estratégias de desenvolvimento regional
Política Urbana principalmente o Porto Sul e FIOL, a partir das desenvolvimento e a promoção de novos sustentável para atender as
iniciativas a nível federal, governo estadual e vetores de expansão urbana no território, externalidades decorrentes deste
setor privado, e não concordância em relação à atrelado a oferta de infraestrutura básica e processo em relação à crescente
implantação dos mesmos por parte de outros desenvolvimento regional sustentável. potencialização da centralidade
setores da sociedade. desta região.

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10 Conclusões

As cinco conclusões finais do Diagnóstico Técnico do Litoral Sul, apresentadas a


seguir, foram articuladas as principais conclusões que constam do Estudo da Rede de
Cidades da Bahia, especialmente sobre a Região de Influência de Ilhéus/Itabuna, tanto
pelo fato de que há semelhanças entre os resultados obtidos pelos dois citados
estudos, como com o intuito de propiciar uma maior compreensão do sistema regional
de cidade no contexto de transformações urbanas que ocorreram na região nas
últimas décadas. Dada a sua natureza, o Estudo da Rede Urbana da Bahia apresentou
as suas conclusões na forma de “Indicações de Diretrizes para uma Política de
Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia”.

A primeira conclusão diz respeito à importância da estruturação urbana do bipolo


regional Ilhéus/Itabuna, pois, apesar de oferecer amplo leque de bens e serviços ao
espaço regional a ele ligado, além de manter interação constante e duradoura tanto
com seu espaço regional, inclusive rural, quanto com cidades de hierarquia superior, o
bipolo não está suficientemente estruturado para cumprir com suas funções urbanas
regionais e locais. Principalmente por que Ilhéus e Itabuna foram muito pressionadas
pelo intenso processo de urbanização ocorrido nos últimos cinquenta anos, mais
acentuado ainda após a crise da economia cacaueira, quando receberam número
significativo de população rural, como de urbana vinda das pequenas cidades da
região.

Ilhéus e Itabuna são cidades de porte médio, respectivamente 182 e 205 mil
habitantes, capitais regionais que apresentam relativa divisão e complementaridade
de funções e atividades, além de participarem com aproximadamente 47% da
população e 68% do PIB total regional, e que serão muito impactadas pela implantação
da nova estratégia de desenvolvimento econômico e social proposta pelo governo
nacional e estadual para a região, com tendência a conurbação, pois estão distantes
apenas 31,1 quilômetros uma da outra.

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A necessidade de estruturação do bipolo Ilhéus Itabuna foi demarcada pelo


Diagnóstico Técnico do Litoral Sul na medida em que mostrou que a condição ou
qualidade da urbanização é maior nas pequenas cidades da região quando comparada
à de Ilhéus e Itabuna, que apresentam os piores indicadores de urbanização da região
(iluminação pública, pavimentação, meio fio, calçada, bueiro, água, esgoto, coleta de
lixo, arborização etc.). Cabe reforçar que após a crise do cacau, as duas cidades
receberam aproximadamente 110 mil migrantes, principalmente rurais, no período de
dez anos, originando periferias urbanas desestruturadas.

A conclusão sobre a qualidade da urbanização da região foi obtida a partir da


sistematização de dados do anuário: Características Urbanísticas do Entorno dos
Domicílios, IBGE, Rio de Janeiro, 2011, que, entre outras variáveis, considera ligação ou
não a rede geral de esgoto ou, lixo coletado, drenagem e pavimentação das vias,
existência de calçada e meio-fio etc. O que é coerente com a concentração de
investimentos do PAC Habitação, Saneamento, Mobilidade e Urbanização no bipolo
Ilhéus e Itabuna, quando comparado aos investimentos realizados e previstos para os
outros municípios da região, outra revelação obtida através do Diagnóstico.

No entanto e em contraponto, de forma geral há em curso continuo e persistente


processo de urbanização, alimentado principalmente pela migração rural e pelo
esvaziamento demográfico de significativo número de pequenos municípios em
algumas regiões do Estado da Bahia, inclusive do Litoral Sul. Processo que poderá ser
intensificado com a estruturação urbana do bipolo Ilhéus/Itabuna conjugado à
realização de baixo investimento nos pequenos municípios do Litoral Sul, mostrando a
necessidade de assegurar investimentos equilibrados, especialmente em educação e
saúde, em toda a rede de cidades da região. Quanto à educação, o Diagnóstico Técnico
do Litoral Sul revelou baixa taxa de cobertura e alta taxa de abandono do ensino médio
em quase todos os municípios da região, além de alta taxa de reprovação e distorção
idade-série no ensino fundamental. Supõe-se a indisponibilidade de escolas e a

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inacessibilidade de significativa parte de adolescentes e jovens da região ao ensino


médio.

O esvaziamento demográfico dos pequenos municípios remete diretamente a


segunda conclusão final do Diagnóstico Técnico do Litoral Sul: A de que na rede de
cidades da região há baixa relação entre o número de municípios e a existência de
centros locais, pois há falta de cidades em posições hierárquicas intermediárias
capazes de atender as demandas da população sem necessidade de longos
deslocamentos, apontando para a criação de polos urbanos intermediários que
garantam rede urbana com mais hierarquias, reduzindo extensos fluxos para o
atendimento de infraestruturas e serviços. O que indica a necessidade de reforço da
centralidade de cidades nos níveis intermediários da rede urbana regional, como
Camacam e Itajuípe.

A terceira conclusão é a de que o Litoral Sul recebe intenso fluxo de turistas e de


investimentos imobiliários: construção de pousadas, hotéis, resorts e segunda
residência. Segundo o Diagnóstico, a zona turística da Costa do Cacau, quando
comparada às outras treze existentes no Estado da Bahia, possui o terceiro maior
número de hotéis e o quarto maior número de leitos e de apartamentos, crescendo
sua infraestrutura receptiva em aproximadamente 40% de 2002 a 2012. Assim, a
região é impactada pelos mercados emissores de turismo e da ação imobiliária
internacional na medida em que estes acentuam dois processos distintos, porém
interligados: O primeiro é o de concentração dos investimentos apenas na faixa
litorânea, pois o turismo regional ainda está quase todo limitado ao turismo de “sol e
mar”, o segundo processo é o de esvaziamento demográfico dos pequenos municípios
do interior da região.

Deste modo, o Estudo da Rede Urbana da Bahia indicou a necessidade de


capacitação dos municípios impactados pelo mercado turístico e imobiliário
internacional na consecução de planos, programas e projetos de controle e fiscalização
do uso e ocupação do solo, além da consecução de políticas de acesso a lotes

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urbanizados, regularização fundiária e de habitação de interesse social. Também


indicou a necessidade de elevação da autodeterminação e autonomia da região, a ser
obtida através da internalização de centros dinâmicos de decisão que possibilitem
mitigar os impactos territoriais urbanos causados pelos fluxos e movimentos rápidos e
voláteis de capitais especulativos, principalmente através da formação e estruturação
de Conselhos Municipais de Cidade.

Neste sentido, no capítulo sobre os espaços de gestão pública, participação social e


articulação regional, no Diagnóstico Técnico do Litoral Sul foram constatadas a baixa
existência e pouca efetivação e efetividade dos Conselhos Municipais das Cidades,
além da falta de Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano e de planos setoriais,
como de habitação e saneamento em boa parte dos municípios da região. O que
implica na ausência de ordenamento jurídico urbanístico do uso e ocupação do solo
em parte da região, especialmente importante na área de influência direta do Porto
Sul.

Outra constatação apresentada no Diagnóstico foi a da existência de muitos


conflitos fundiários na região, envolvendo assentamentos rurais e povos e
comunidades tradicionais, especialmente as indígenas, indicando a necessidade de
programas de regularização fundiária, reconhecimento e demarcação de terras, o que
remete diretamente à quarta consideração final: A que o Litoral Sul possui significativa
extensão territorial, aproximadamente 42%, formada por reservas e áreas de proteção
ambiental, reservas indígenas e extrativistas, assentamento rurais, além de muitas
áreas de fragilidade ambiental, impondo condicionantes territoriais à expansão urbana
e industrial. As outras duas ocupações predominantes do solo da região são a
agricultura (32%) e a pecuária (25%).

Em contraposição aos importantes ativos ambientais presentes na região, através


do Diagnóstico foram revelados significativo número de vazadouro a céu aberto em
áreas de remanescentes de Mata Atlântica e em áreas de vulnerabilidade ambiental,
além de inúmeros depósitos de lixo sem nenhum tipo de manejo. Apesar da existência

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de conflitos fundiários envolvendo povos e comunidades tradicionais na região, estas


são importantes ativos étnicos raciais na medida em que contribuem para a
constituição de identidade cultural própria que pode se aproveitada economicamente
em processo de construção de uma imagem e marca regional.

A quinta e última conclusão sobre o Diagnóstico Técnico do Litoral Sul aponta na


direção da existência de potencial econômico endógeno, descoberto através do
conhecimento da evolução, de 1990 a 2010, da área plantada, quantidade produzida e
valor econômico obtido produzido pelas cadeias produtivas regionais do cacau,
borracha, banana, dendê, guaraná, palmito, pimenta do reino, mel etc. Em resumo:
especialmente o conhecimento das atividades agro florestais, como da silvicultura,
especiarias, fibras naturais, produtos madeireiros, frutas tropicais e essências
florestais. No período citado e em quase todas as cadeias produtivas, com poucas
exceções, houve elevação substantiva da área plantada, quantidade produzida e valor
obtido. O desenvolvimento das cadeias econômicas da região foi lastreado em
iniciativas empresariais locais que, aparentemente, não contaram com maior apoio
externo, público ou privado, na forma de acesso ao crédito, tecnologia, assistência
técnica e maior acesso ao mercado nacional e internacional.

Outra descoberta feita através do Diagnóstico Técnico do Litoral Sul, relacionada


ao potencial econômico endógeno da região, foi a do fenômeno do elevado
crescimento do PIB industrial e da renda per capita industrial, verificada no período de
2000 a 2011, mesmo considerando o contexto de redução demográfica e o
significativo aquecimento da demanda via crescimento e transferência de renda. O alto
crescimento da renda per capita industrial parece indicar dinâmica industrial local
própria e autônoma, apesar da pequena dimensão do parque industrial regional, o que
indica a necessidade de ampliar e aprofundar o conhecimento sobre o setor industrial
e a dinâmica econômica da região.

Em resumo, das cinco conclusões finais do Diagnóstico Técnico do Litoral Sul, duas
são de natureza propriamente urbana, uma sócio ambiental e duas de natureza

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propriamente econômica. Evidentemente elas estão inter-relacionadas, no entanto,


para efeito de melhor compreensão, foram divididas segundo esferas do
conhecimento e podem ser resumidas e, pela ordem, apresentadas assim:

 Desestruturação urbana do bipolo Ilhéus/Itabuna, principalmente de suas


periferias que apresentam péssimas condições de urbanização. O bipolo
regional Ilhéus/Itabuna não está suficientemente estruturado para cumprir
com suas funções urbanas regionais e locais;

 Há processo de esvaziamento demográfico dos pequenos municípios da


região, especialmente do interior, conjugado a existência de rede de
cidades com baixa relação entre o número de municípios e a existência de
centros locais, pois há falta de cidades em posições hierárquicas
intermediárias capazes de atender as demandas da população sem
necessidade de longos deslocamentos;

 Substantiva extensão territorial, aproximadamente 42%, é formada por


reservas e áreas de proteção ambiental, reservas indígenas e extrativistas,
assentamento rurais, além de muitas áreas de fragilidade ambiental e
social, impondo condicionantes territoriais à expansão urbana e industrial;

 Impactos territoriais urbanos causados pelos mercados emissores de


turismo e da ação imobiliária internacional na medida em que estes
acentuam a concentração dos investimentos apenas na faixa litorânea e o
esvaziamento demográfico dos pequenos municípios do interior da região;

 Existência de potencial econômico endógeno na região, revelado através do


recente alto incremento das atividades agro florestais, como silvicultura,
especiarias, fibras naturais, produtos madeireiros, frutas tropicais e
essências florestais, bem como através do elevado crescimento do PIB
industrial e da renda per capita industrial.

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Por encerrar, o Diagnóstico Técnico do Litoral Sul foi concebido originalmente


como a primeira etapa de processo mais amplo de elaboração de um Plano Regional
de Desenvolvimento Urbano Sustentável de caráter participativo, considerado
necessário no muito provável futuro contexto de ocorrência de significativos impactos
urbanos associados à nova estratégia de desenvolvimento econômico e social proposta
pelo governo nacional e estadual para a região. Entretanto, diante da escassez de
recursos e de tempo, o Diagnóstico foi adaptado para subsidiar a elaboração de uma
Agenda Regional de Desenvolvimento Urbano Sustentável, cujo principal objetivo
previsto é o de servir como referencia para a elaboração ou revisão dos Planos
Diretores de Desenvolvimento Urbano dos municípios da região, ou mesmo para
outras formas ou escalas geográficas de planejamento urbano regional.

De todo modo, quaisquer que sejam os desdobramentos posteriores do


Diagnóstico Técnico do Litoral Sul, as sua cinco conclusões finais são extremamente
relevantes e devem ser consideradas em qualquer processo de planejamento
territorial urbano da região, principalmente por que a concepção e a definição de
inovadoras estratégias de desenvolvimento sustentável do Litoral Sul somente serão
possíveis a partir da produção de informação fidedigna e de conhecimento apurado
sobre a realidade territorial urbana da região.

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11 Referências

BAHIA. Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia. SEDUR.


(Disponível em: http://www.sedur.ba.gov.br/).

BAHIA. Secretaria da Cultura do Estado da Bahia. SECULT. (Disponível em:


http://www.cultura.ba.gov.br).

BAHIA. Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia. SECTI. (Disponível


em: http://www.secti.ba.gov.br/).

BAHIA. Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia. SICM.


(Disponível em: http://www.sicm.ba.gov.br/).

BAHIA. Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia. SEPLAN. (Disponível em:


http://www.seplan.ba.gov.br/).

BAHIA. Secretaria de Educação do Estado da Bahia. SEC. (Disponível em:


http://www.sec.ba.gov.br/).

BAHIA. Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia. SECOM. (Disponível


em: http://www.comunicacao.ba.gov.br).

BAHIA. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. (Disponível em:


http://www.saude.ba.gov.br/).

Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado da Bahia. ZEE/BA. (Disponível em:


http://www.zee.ba.gov.br).

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. SEI. (Disponível em:


http://www.sei.ba.gov.br/).

Sistema de Informação Multidimensional. AZIMUTE. (Disponível em:


http://azimute.sei.ba.gov.br/).

Companhia de Gás da Bahia. Bahiagás. (Disponível em:


http://www.bahiagas.com.br).

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Empresa Baiana de Águas e Saneamento. EMBASA. (Disponível em:


http://www.embasa.ba.gov.br/).

PNDU – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atlas do


Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. (Disponível em:
http://www.pnud.org.br/IDH/Atlas2013.aspx?indiceAccordion=1&li=li_Atlas2013).

Estatísticas dos Municípios Baianos (EMB). Salvador. V. 4. n. 1. 2012.

IBGE. Censo Demográfico 2010: Características urbanísticas do entorno dos


domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

IBGE. (Disponível em: http://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2).

IBGE. (Disponível em: http://indigenas.ibge.gov.br/mapas-indigenas-2).

IBGE. (Disponível em:


http://indigenas.ibge.gov.br/images/indigenas/estudos/indigena_censo2010.pdf).

Estudo da Rede Urbana da Bahia (SEDUR, 2011).

EIA RIMA Porto Sul.

Plano de Desenvolvimento Regional do Litoral de São Paulo (2013).

Plano desenvolvimento Territorial Sustentável do Litoral Sul Bahia (2010).

Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PDITS. 2003.


(Disponível em:
<http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/prodetur/downloads/gerados/pdits_ba.as
p>).

Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania. FICC. (Disponível em:


http://www.ficcitabuna.com.br/).

Ação Ilhéus – Apoio Social. (Disponível em: http://www.acaoilheus.org/simbolos).

Ilhéus com Amor. (Disponível em:


http://ilheuscomamor.wordpress.com/patrimonio-historico/palacete-misael-tavares/).

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Site Ilhéus Amado. (Disponível em: http://www.ilheusamado.com.br/).

Arte Popular do Brasil. (Disponível em: http://artepopularbrasil.blogspot.com.br/).

União dos Municípios da Bahia. (Disponível em: http://www.upb.org.br/uniao-dos-


municipios-da-bahia/informativos-e-noticias/index.php?id=12970&pag=2).

Infraero. (Disponível em: http://bit.ly/LHiBxV).

Site Terra. (Disponível em: http://vidaeestilo.terra.com.br/turismo).

Dias, D.M.S.D. Quilombo Urbano: a Luta pela Terra no Quilombo Rio dos Macacos
Simões Filho- Ba. Salvador-Ba, 2010.

MASCARÓ, Juan Luis; YOSHINAGA, Mário. Infra-estrutura urbana. Porto Alegre:


Masquatro Editora, L.J. Mascaró, 2005.

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ANEXOS

 Anexo 1: Mapas Litoral Sul.

 Anexo 2: Apresentação elaborada pela SEDUR/SGT/DPLANT para o 1º


Seminário de Planejamento de Cidades da UESC no dia 27 de agosto de
2014.

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