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A arte Medieval

1. Período histórico em que a Idade Média se situa


- desde a queda do império romano do Ocidente - séc. V/ VI
- até ao renascimento – séc. XIV/ XV

2. Arte Religiosa : reflexo de sociedade medieval marcada pela


religiosidade
 O Cristianismo
i. desenvolve-se nas regiões orientais do Império Romano que
se estendia desde o norte de África até à Europa, sendo
governado a partir de Roma. Apesar da unificação procurada
através da aplicação de leis e regras comuns para todos os
territórios do império, havia também uma grande tolerância
pelas culturas locais. Isso não impediu que se criassem
constantes conflitos entre as populações e o exército romano e
que fossem tornando o império ingovernável.
ii. O Cristianismo, com origem no judaísmo (desde cedo
coabitando com esta religião) e uma das três religiões
reveladas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo – todas com
aspetos comuns: a existência de um só Deus (monoteístas),
de um profeta e de um livro sagrado), entra em confronto com
a religião politeísta romana e o culto do imperador vivo
(imperador adorado como um Deus).
iii. O Cristianismo surge no seio do império, começando por ser
uma seita religiosa que tinha como figura central a figura de
Cristo. Por isso, as cerimónias cristãs começaram por ser
celebradas em casas particulares (domus ecclesia), não
havendo locais de culto à superfície.
iv. À arte produzida para culto do Cristianismo nos seus
primórdios dá-se o nome de arte paleocristã.
v. Com a crescente descrença no politeísmo, o início de
queda do Império Romano devido ao surgimento e instalação
de novos povos de origem germânica, o surgimento de uma
noção de Ocidente e a início da formação da Europa, o
Cristianismo encontra condições propícias para a sua
instalação.
vi. O crescente número de crentes cada vez mais conscientes
leva a que, em 313 d.C., com o imperador Constantino, o
Édito de Milão (Edictum Mediolanense) legalize a religião
cristã, permitindo o seu culto, terminando as perseguições e
declarando o Império Romano neutro em relação a crenças
religiosas. É a partir do momento em que o Cristianismo se
legaliza e se começa a enraizar que a arte cristã começa a ter
as primeiras representações à superfície.
vii. Durante as invasões árabes no século VIII o Cristianismo
facilita a união dos povos europeus para a defesa dos seus
territórios.
viii. Ainda no século VIII começam a surgir as primeiras relações
entre estado e religão. Carlos Magno, rei dos Francos no
século VIII e coroado imperador no início do século IX pelo
papa, havendo uma união do poder espiritual ao poder
profano. Durante o seu império procura restabelecer parte do
Antigo Império Romano do Ocidente. É durante o seu reinado
que se compreende uma época de prosperidade artística,
religiosa e cultural, conhecida por Renascença Carolíngia,
que é um dos principais marcos da arte medieval.

3. Sociedade e Economia
 Dividida em três grupos sociais: os Belatore, os Laboratore e os
Oratore que mantêm uma relação de dependência de troca de
serviços na qual cada um cumpre um papel específico
o Os belatore (os que combatem) são constituídos por nobres
detentores de terras oferecidas pelo rei em troca dos
serviços prestados na defesa e conquista de territórios
numa época de constantes invasões e conflitos. Esta terras,
denominadas de feudos, eram por eles administradas,
facilitando a gestão de todos os territórios do reino e
continuando a cumprir o papel que lhes cabia: a proteção da
terra e dos seus trabalhadores.
o Os Laboratore (os que trabalham) eram constituídos por
trabalhadores, artesãos, comerciantes ou camponeses. Os
camponeses trabalhavam ao serviço do seu senhor,
cultivando as terras do feudo em troca de casa e de um
pequeno terreno para sustento próprio. Como estatuto mais
baixo da sociedade eram poucos os direitos que lhes
restavam, sendo-lhes apenas fornecidos os bens mínimos
indispensáveis para a sobrevivência familiar.
o Sendo a base da economia o feudalismo, a agricultura é a
actividade produtiva mais importante, servindo de sustento à
população mas raramente criando excedentes.
o Os Oratore (os que rezam) cumpriam uma das mais
fundamentais funções na época: a de conduzir os homens à
salvação, de rezar pelo homem, de conseguir a
benevolência de um Deus castigador. Eram também os
detentores do conhecimento, tendo a seu cargo o ensino.
Estavam divididos em dois grupos: clero regular e clero secular.
Enquanto que clero regular estava inserido numa ordem
(congregações de pessoas eclesiásticas unidas pelos mesmos
votos, vivendo conforme certa regra, sob uma ordem espiritual)
e pertencia a um mosteiro, afastado da comunidade, o clero
secular contactava com a população.
o O clero, considerado de grande importância pela sociedade da
época era alvo de constantes doações como forma de
assegurar a salvação do Homem e o perdão dos seus
pecados. Assim, viu-se cada vez mais enriquecido e detentor
de poder. Ainda com a influência dos costumes dos nobres
que se passavam a dedicar à vida religiosa, a Igreja começou a
renegar o voto de pobreza que lhe seria esperado e a adquirir
hábitos e bens que não lhe eram apropriados. Por isso surgem
reformas religiosas que procuram contrariar o desenrolar da
igreja medieval e cumprir o voto de despojo a que se havia
comprometido, como foi por exemplo a ordem Cluniacense
(ordem de Cluny) mas que rapidamente se vê envolvida numa
enorme riqueza, ou a ordem Cisterciense (ordem de Cister).
o Ainda como dedicação religiosa, havia uma grande
mobilidade populacional através das peregrinações a locais
sagrados e de importância para a Igreja Católica. Eram viagens
feitas por penitência e dedicação, sendo muito longas, de
grande sacrifício para as famílias por implicarem um grande
investimento. Foram criadas rotas de peregrinação envolvidas
por uma rede de mosteiros e conventos que serviam para
assistência e abrigo dos peregrinos.
4. Arte Românica
 toda a arte surgida na Europa ocidental a partir da Alta idade
Média, entre os séculos X/XI e XII
 influência da antiguidade pagã, do oriente e dos povos bárbaros e da
Irlanda
 Foi com toda a riqueza que envolvia o clero, a profunda relação das
populações com a religiosidade e o sistema de organização da
sociedade que a arte românica viu o espaço que precisava para se
desenvolver. Esta teve a sua máxima expressão na arquitetura, onde
foram aplicados novos métodos construtivos e materiais. Foram
construídos castelos para defesa dos territórios. Mosteiros e
conventos de diferentes ordens monásticas que se tornaram
importantes núcleos de saber e de arte. Neles dedicavam a sua
riqueza, adquirida pelas doações dos crentes, à encomenda de
obras de arte como gesto de dedicação a Deus, atraindo os seus
favores e benevolência. Mas foram as igrejas e catedrais os grandes
marcos da arquitetura românica por estarem nelas presentes as
grandes inovações arquitectónicas da época.
o As catedrais eram estruturadas segundo plantas centradas
(em cruz grega, hexagonais, octogonais ou circulares), ou, mais
comummente, basilicais, em cruz latina (com 3, 5 ou 7 naves).
o Estas últimas eram constituídas pelo corpo da igreja, composto
por uma nave principal; pelas naves laterais; pelo pórtico de
entrada; pelo nártex ou por um átrio; pelo transepto; pela
cabeceira; e, em alguns casos, por torres sineiras.
o O pórtico da entrada era altamente esculpido em relevo e
decorado, sendo composto por uma porta simples ou dupla,
e, no caso da última, por um mainel ou parteluz situado no
centro, que sustenta a arquitrave, lintel ou dintel que, por sua
vez, suportam o tímpano circundado por arquivoltas. Todo o
exterior da catedral era decorado escultoricamente,
começando pelo próprio portal, até às cornijas, aos arcos
cegos, às cachorradas, às gárgulas, às rosáceas e aos
janelões.
o O nártex ou o átrio precediam a entrada na igreja, sendo o
primeiro um vestíbulo da catedral e o segundo um recinto
aberto.
o O transepto consistia num braço transversal ao corpo da igreja,
podendo ser de uma ou três naves. Este cruza a nave principal
no sentido norte-sul, criando a forma de uma cruz latina. Ao
seu ponto de cruzamento dá-se o nome de cruzeiro sobre qual
se encontra um zimbório ou torre lanterna, uma das principais
fontes de iluminação da igreja. Por vezes existiam ainda
portais laterais no transepto que facilitavam a circulação na
catedral.
o A cabeceira é composta pela Abside principal, pelo
deambulatório e pelas capelas radiantes. Na abside principal
encontra-se a capela-mor que contém o altar no qual se
praticava a celebração na nave principal. O deambulatório era
uma espécie de corredor ou nave semi-circular, em
prolongamento das naves laterais, que dá acesso às capelas
radiantes. As capelas radiantes ou absidíolos, normalmente
espaços mais simples, mais singelos, continham altares
secundários dedicados a figuras religiosas ou utilizadas para a
prática de celebrações em simultânea com a celebração
principal.
o A nave central, coberta por um telhado de duas águas,
orientada no sentido este-oeste, era mais alta e mais larga
que as naves laterais. Estas, por sua vez, eram habitualmente
cobertas por um telhado de meia-água
o Habitualmente a nave principal era coberta por uma abóboda
de berço, que resulta da sucessão de arcos de volta perfeita, e
as naves laterais por uma abóbada de aresta, que resulta do
cruzamento de duas abóbadas de berço.
o Os tramos são unidades rítmicas formados por cada
abóbada e cúpula juntamente com os seus elementos de
descarga de forças (pilares ou colunas), repetidas na
horizantal. Estes são definidos transversalmente por dois
arcos torais, longitudinalmente por dois arcos formeiros
que faziam a separação da nave principal das naves laterais e
por arcos cruzeiros que formavam as arestas das abóbadas.
A pressão exercida pelas naves laterais era suportada
paredes grossas e por contrafortes.
o Quanto ao alçado interno da nave, este estava dividido numa
arcada principal formada por pilares ou colunas que dividia
a nave central das laterias, por uma tribuna, uma espécie de
galeria aberta para a nave principal, de onde as mulheres
podiam assistir às cerimónias caso fossem sozinhas à igreja, e
que fazia as descargas das forças para a parede exterior, pelo
trifório que muitas vezes substitui a tribuna e que por vezes
não é mais do que uma arcada cega, e por um clerestório,
uma das principais fontes de iluminação das catedrais, sendo
constituída por janelas ou frestas abaixo dos arcos formeiros.
o Por vezes a fachada principal da catedral era ladeada por uma
ou duas torres sineiras.
o Sendo composta sobretudo por pedra, as catedrais românicas
tinham um aspecto monumental, de fortaleza, composto por
paredes compactas e com poucas aberturas de forma a
melhor sustentarem as forças exercidas pelos sistemas de
cobertura. Isto conferia às igrejas uma iluminação bastante
fraca que contribuía para um estado de concentração e
devoção fomentada pelos religiosos da época.
 A escultura havia perdido a importância que tinha na antiguidade só
tendo sido recuperada na arte românica.
o surge maioritariamente submetido à arquitetura e com o
importante papel de educar e moralizar as mentes da
sociedade da época através da transmissão de mensagens
implícitas em narrativas ou episódios religiosos.
o Essencialmente é utilizado o relevo, alto, médio e baixo
dependendo da distância entre o plano de fundo e a forma
saliente.
o É representada a figura humana sem respeitar o realismo
anatómico ou proporções equilibrados, subjugando-as ao
espaço que lhes estava destinado. Eram figuras estáticas e
rígidas, com vestes com pouca plasticidade apesar de
pregueadas. Os gestos e a postura eram formais e solenes,
muitas vezes acentuando uma certa verticalidade e dando um
grande valor à hierarquia das personagens representadas.
o As figuras eram inseridas em sistemas geométricos,
colocadas em simetria, sem dar noções de planos ou
perspectivas e normalmente sem dar grande importância aos
cenários.
o as temáticas são essencialmente religiosas relatando
episódios sagrados ou algumas cenas da vida do quotidiano.
Recorrem-se a alegorias e a simbolismo facilmente
reconhecidos e compreendidos pela população, que iam desde
a representação de Cristo como homem de cabelo comprido e
barba e com a mão em sinal de bênção ou pregação, ou do
tetramorfo, até à representação do mal através de monstros,
bestas, animais selvagens, serpentes ou chamas que,
maioritariamente, correspondiam aos medos e receios da
sociedade da época ou aos mitos gregos e pagãos.
 A pintura
o A pintura de cavaletes não existe na idade média por isso, na
arte românica, esta surge praticamente apenas sob a forma de
iluminura ou de pintura parietal, com frescos e têmperas.
o As iluminuras procuravam ilustrar os textos bíblicos. Os livros
pertenciam maioritariamente ao clero, encontrando-se em
mosteiros e conventos, sendo de difícil acesso, principalmente
pelo seu custo.
o procuram apenas clarificar o texto através da imagem e, por
isso, não havia, tal como na escultura e na restante pintura, a
procura de um realismo anatómico. Era um meio de educação
religiosa para a sociedade e moralização da população.

5. A ARTE GÓTICA
 O termo gótico
o O termo Gótico é aplicado pela primeira vez no renascimento
Italiano com uma conotação pejorativa pois acreditava-se que
este não tinha o requinte e sofisticação da arte desta época
nem a perfeição do classicismo greco-romano, atribuindo,
erradamente, a sua origem aos povos bárbaros que invadiram a
Europa no século V (Godos, Visigodos, Ostrogodos).

 As quatro fases
1 Gótico Primitivo – 1144 a 1190 – introdução do novo sistema estrutural
(arco quebrado, abobada de cruzaria de ogivas e arcobotantes);
2 Gótico Clássico – 1190 a 1240 – amadurecimento do sistema estrutural
gótico(maior adelgaçamento das paredes);
3 Gótico Radiante – 1249 a 1350 – plena expansão do gótico pela Europa e
maior complexidade da sua decoração;
4 Gótico Flamejante e Tardio - 1359 a 1520 – decoração muito intensa em
linhas flutuantes que lhe dão o aspecto de chamas. Decoração excessiva e
exuberante.

 Arquitectura Gótica
o O gótico surge num período de paz e prosperidade
económica em que a cidade é um enorme centro
dinamizador, repleto de actividade e movimento. Esta
prosperidade resulta de uma conjuntura de bons anos
agrícolas com o desenvolvimento de novos instrumentos
(arado de metal) e técnicas (sistema de afolhamento) que
vieram aumentar as produções e a criação de excedentes
agrícolas. Com os excedentes agrícolas obteve-se matéria
prima para o desenvolvimento do artesanato e pode-se criar
feiras de troca direta que levaram ao enriquecimento das
cidades onde estavam instaladas. Às cidade afluíam
inúmeras pessoas e com elas chegavam novas ideias, novos
conhecimentos, novos materiais que levaram a um avanço
na mentalidade das populações e a uma nova
racionalização do mundo, começando a haver uma
separação entre o sagrado e o profano.
o Os primeiros exemplos de arquitectura gótica nascem na
província conhecida por Ilê-de-France (Paris e arredores), pelas
mãos do abade Suger na Abadia de Sant-Denis onde são
introduzidas as inovações característica deste estilo (como a
abobada de cruzaria ogival).
o Anos mais tarde atinge as províncias do norte da Europa e
acaba por alastrar-se por toda a Europa entre os séculos XII e
XV, aplicando-se também à pintura e escultura.
o No entanto a arquitectura adquire um peso bastante superior
em relação às outras duas artes que se encontram
maioritariamente subjacentes à primeira, sendo ainda com
incerteza que se estabelecem os limites do estilo gótico nesses
campos.
o Suger tem uma nova visão de Deus, vendo-o não como um
deus castigador mas sim como um deus benevolente e
misericordioso. Deus é “luz” e essa é mensagem que passa a
ser transmitida pela religião católica, cuja visão se altera
juntamente com a mentalidade da época.
o A arte gótica acompanha esta renovação do Cristianismo,
com a qual surgem novas ordens praticantes do voto de
pobreza, como os Franciscanos e os Dominicanos, que negam
uma vida de luxo e prazer.

 A Catedral
o Contrastando com um românico rural, o gótico surge como a
expressão da cultura urbana, sendo na cidade que emerge a
representação máxima da arquitectura gótica, a Catedral,
igreja própria do Bispo (cathedra = trono episcopal), que vem
substituir o mosteiro ou a abadia, e que, para além de um
símbolo religioso e local de fé e de culto, é uma forma de
ostentação da cultura e economia citadinas e do próprio
bispo, mercador, nobre ou monarca que patrocinava a sua
construção, tratando-se de um reflexo da cidade e do seu
quotidiano e de afirmação da sua influência e prestígio nas
zonas rurais vizinhas.

o Características
 Privilegiar da verticalidade (com altura superior à
largura), leveza, a amplitude dos espaços que facilita as
celebrações, a luminosidade e o sentido ascensional
das formas são constantes no Gótico.
 Há uma tentativa de proximidade a Deus, uma
representação do Céu na Terra através de um certo
misticismo e desmaterialização do edifício. Se
anteriormente, no Românico, podíamos falar de um
aspecto de fortaleza que oferecia abrigo e protecção à
população, temos agora as novas catedrais (uma
edificação de vidro e pedra), que reflectem uma
Jerusalém Celestial com todo o seu esplendor repleto
de jóias, pérolas, ouro e cristal(descrito no Apocalipse),
visão que desce agora à terra, um espaço acolhedor.
 Arco ogival, quebrado ou apontado que permitiu o
surgimento das abóbadas de cruzaria (a abóbada de
cruzaria permitiu elevar consideravelmente a altura da
nave sem ressentir a sua estabilidade, já que as
pressões laterais exigidas pela abóbada reduzem,
contribuindo para realçar a verticalidade da catedral)
 Existência de arcobotantes e arcobotantes duplos no
seu exterior que facilitavam a sustentação e equilíbrio
da catedral e permitiam não existirem paredes a
separar a nave principal das naves laterais, sendo
substituídas por pilares que aumentam em numero e que
se tornam mais altos e mais largos para acentuar a
verticalidade.
 O Transepto torna-se menos pronunciado e mais
largo
 A cabeceira torna-se mais elevada e pronunciada
 A iluminação torna-se essencial. As Paredes são
quase inteiramente substituídas por vitrais
policromáticos (verde esmeralda, vermelho púrpura,
azul, amarelo e violeta) e rosáceas que permitem a luz
entrar e criar o ambiente pretendido. As paredes
românicas espessas, pesadas e frias são substituídas
por vitrais produzindo sensações de leveza,
transparência e misticismo que tornam a catedral no
próprio céu e não num mero canal de comunicação,
aproximado os fieis do mundo celestial. Nos vitrais eram
representadas cenas bíblicas e episódios profanos, da
vida mundana (personificação das sete artes liberais,
figuração dos meses do ano, episódios históricos) que
podiam ser interpretados pela população geral. Sendo a
maioria da população não letrada, a representação
por meio de imagens dos episódios do evangelho
eram essenciais para a transmissão dos
ensinamentos da fé cristã. É feita, ainda, a
representação da vida quotidiana da cidade reflectindo
o seu poder e influência, acima de tudo pela
representação de figuras ligadas à burguesia. As
rosáceas assumem uma forma circular que tanto
representa o Cristo (figura do Sol) ou Maria (figura da
rosa).
 As plantas eram de salão (Pressupõe a existência de
pelo menos 2 naves de mesma altura ou de altura
aproximada) ou basilicais (Basilical em Cruz Latina) e
procuravam a criação de um espaço mais amplo e
unificado, no qual há melhor transmissão da mensagem
pela melhoria da propagação da voz.
 O trifório (passadiço estreito aberto sobre a nave central
delimitado por arcadas cegas com apenas um valor
decorativo) vem substitui a tribuna românica
(supressão da galeria ou tribuna).
 No Clerestório as janelas tornam-se mais alongadas e
cobertas por vitrais que possibilitam a passagem de luz
do exterior para o interior.
 No exterior são utilizados Pináculos (Elemento
arquitectónico de forma cónica ou piramidal usado como
remate dos contrafortes. Exerce funções estáticas (dá
mais peso aos contrafortes) e decorativas), Rosáceas,
gabletes (Empenas decorativas, de forma triangular, que
servem de moldura e remate a alguns portais e janelas
do estilo gótico) e gárgulas.
 eliminação de barreiras visuais e físicas, evidenciando
o esqueleto construtivo, deixado a descoberto pela
redução da decoração interna.
 Escultura Gótica
o Tipologia
 Estátuas-Coluna (aplicadas nas ombreiras do portal
conferindo uma dimensão vertical ao pórtico. Estas
esculturas vão-se progressivamente autonomizando em
relação ao seu suporte escultórico)
 Relevo Escultórico (tímpanos e portais)
 Escultura de Vulto Redondo (estatuária de devoção –
evolução da estátua-coluna)
 Escultura funerária (arcas tumulares e estátuas jacentes)

o A escultura gótica liberta-se da arquitetura. As figuras


tornam-se autónomas, passando-se a adoptar o alto relevo.
o Há uma maior importância dada às proporções e à
representação do real, tal como o pensamento da época.
o Nos temas religiosos são abordados temas sobretudo
neotestamentários, sendo representadas cenas da vida de
cristo (Pietá ou “Mater dolorosa” (mãe que chora a morte do seu
filho que se estende morto nos seus braços); Cristo em
Majestade; O Último Julgamento; A vida da Virgem e
Nascimento de Cristo)
o há também um aumento do culto mariano, com a
representação da Virgem- valorização do papel da mulher
como mãe e educadora.
o Com as crises, rupturas e pestes do século XIV surge a
escultura tumular.

 Pintura Gótica
o temáticas de alteridade – visão distorcida do mundo e dos
outros povos
o temas macabros – arte moriendi – livros de bem morrer –
crises – iluminuras – nova visão da morte – a morte já não é
necessariamente uma passagem para um mundo melhor – crise
sec. XIV
o livro de horas ; roda da fortuna – concepção da passagem de
tempo – rei cai , o que é bom não dura para sempre
o xilogravuras

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