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EXPRESSÕES URBANAS E
GLOSSÁRIO EM URBANISMO
Adriana Gelpi
Rosa Maria Locatelli Kalil
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
UPF Editora
Karen Beltrame Becker Fritz
Editora
2016
Copyright das autoras
Daniela Cardoso
Cristina Azevedo da Silva
Mara Rúbia Alves
Revisão de textos e revisão de emendas
Sirlete Regina da Silva
Rubia Bedin Rizzi
Projeto gráfico, diagramação e produção da capa
Este livro, no todo ou em parte, conforme determinação legal, não pode ser reproduzido por
qualquer meio sem autorização expressa e por escrito do(s) autor(es). A exatidão das informa-
ções e dos conceitos e opiniões emitidas, as imagens, as tabelas, os quadros e as figuras são
de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).
CDU: 72
_______________________________________________________________ Editora UPF afiliada à
Bibliotecária responsável Cristina Troller - CRB 10/1430
Associação Brasileira
das Editoras Universitárias
Sumário
Apresentação...........................................................................................................6
Glossário................................................................................................................... 7
Siglas......................................................................................................................151
Referências .......................................................................................................... 154
Apresentação
Como explicar ou congelar um processo sempre em construção ou transformação? Como explicar ou tra-
duzir em palavras uma cidade, sempre em movimento, sempre interpretada e analisada com base em vários
enfoques e emoções? E, também, como definir terminologias que permeiam um tempo que, há muito, está
vertiginoso e mutante?
Pois esta publicação pretende, apesar das dificuldades de se conceituar ou definir terminologias, espe-
cialmente em relação ao espaço urbano, abordar alguns referenciais sobre a cidade, sem ser definitiva, consi-
derando que, a cada dia, novos termos se agregam à listagem, e que, ao final, se revelou tão dinâmica quanto o
espaço urbano. Para tanto, reunimos velhas anotações sobre a cidade, de todos os tempos, desde a graduação,
depois, da primeira pós-graduação em Urbanismo (isso já faz tanto tempo...), até as recentes vivências em ter-
ritório, infraestrutura, meio ambiente e sustentabilidade urbana.
Conceitos, definições, ideias e concepções polêmicas dialogam com referenciais de teóricos consagrados e
de professores diligentes que, com dedicada sistematização, produziram verbetes exemplares e contribuíram
muito para esta compilação e integração de referenciais.
Então, o trabalho tem como objetivo listar palavras, conceitos e definições em arquitetura e urbanismo,
sem querer ser exaustivo e definitivo, pois isso seria o mesmo que tentar limitar e cercear o criativo processo
urbano e os estudos sobre a cidade, fatos imbricados e permanentes. Esta publicação destina-se a alunos de
graduação e de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Engenharia, Geografia e outras áreas de estudo e
formação que tratam da questão do planejamento e de projeto urbanos.
Agradecemos todas as contribuições recebidas e aguardamos a
crítica construtiva para qualificar os próximos trabalhos.
As organizadoras
Glossário
A
2. ABERTURAS E FECHAMENTOS NO ESPA-
ÇO URBANO: estão relacionados à área cons-
truída de uma edificação ou à área de estudo e de
projeto. Dizem respeito à análise da constituição
de uma área ou das suas relações com os espaços
urbanos do entorno, se abertos (não edificados),
ou com os vãos abertos entre edificações; podendo
referir-se, ainda, a suas relações com áreas den-
samente construídas, barreiras visuais, estreita-
mentos e obstruções, a partir da análise visual e
da percepção da paisagem realizadas pelo obser-
vador.
3. ACESSIBILIDADE: possibilidade de acesso a
um lugar. A acessibilidade é a qualidade de ser
1. A CIDADE COMO UM JOGO DE CARTAS: acessível, de se poder oferecer acesso aos espa-
esta expressão revela os jogos de interesse que ços, zonas e regiões. A NBR 9050 (ABNT, 2004,
permeiam o processo do planejamento urbano e p. 2) define acessibilidade como “possibilidade
municipal, sendo seus jogadores, os grupos que e condição de alcance, percepção e entendimen-
interagem nessa instância, como o governo, as to para a utilização com segurança e autonomia
empresas, os políticos e a população (Santos, de edificações, espaços, mobiliário, equipamen-
1988). De acordo com Santos, no livro A cidade to urbano e elementos”. No Brasil, em relação à
como um jogo de cartas, “[...] o espaço urbano é co- acessibilidade, o Decreto nº 5.296, de 2004 (Bra-
locado como ‘locus’ de expressão das forças políti- sil, 2004), estabelece que essa está relacionada
cas: a cidade, portanto, devendo ser desenvolvida ao fornecimento da condição para utilização, com
como um jogo de cartas, em que os participantes segurança e autonomia, total ou assistida, dos
conhecem e obedecem às regras” (Santos, 1988, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos,
apud Del Rio, 1990, p. 192). das edificações, dos serviços de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e acessar todos os lugares da cidade, prédios pú-
e informação, por pessoa portadora de deficiên- blicos e institucionais, rede bancária, entre outros
cia ou com mobilidade reduzida. Nesse sentido, locais, também, utilizar transporte e equipamen-
não podem ser admitidas barreiras ao percurso, tos públicos, como telefones e sanitários. A prio-
as quais são definidas como qualquer entrave ou ridade está em pensar a arquitetura acessível e o
obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liber- transporte público ao alcance de todos os cidadãos
dade de movimento, a circulação com segurança e com mobilidade reduzida e uma cidade democrá-
a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou tica, entendendo o desenho universal como a ca-
terem acesso à informação. A acessibilidade é um pacidade de comunicação para todos (Kalil; Gelpi,
conceito complementar à mobilidade urbana, pois 2010).
poder mover-se pela cidade, utilizando qualquer 5. ACESSO: ingresso, passagem, comunicação, ato
meio de transporte, só se valida se o cidadão tam- ou efeito de acessar (Ferreira, 1975, p. 23).
bém puder acessar seu objetivo, a edificação ou
6. ACOSTAMENTO: área reservada para o esta- 9
o espaço urbano pretendido. Como instrumentos
cionamento de veículos que pode ser utilizada por
de acessibilidade, podemos utilizar rampas, por-
um determinado período de tempo, geralmente
tas largas, corrimãos e outros elementos que per-
usada para os veículos coletivos. É importante a
mitam o acesso a um local e ao uso de um serviço,
previsão de acostamentos nos projetos e nas exe-
para todas as pessoas portadoras de necessidade
cuções de grandes equipamentos urbanos, como
especial (Ferrari, 2004).
os aeroportos, as estações ferroviárias e as rodo-
4. ACESSIBILIDADE UNIVERSAL: pode ser viárias, os grandes hotéis, os hospitais e especial-
entendida como o direito de ir e vir de todos os mente as estradas. Os acostamentos devem ter
cidadãos, incluindo pessoas com deficiências per- formas e dimensões específicas, de acordo com os
manentes ou ocasionais. Isso abrange todos, em veículos para os quais se destinam, como os ôni-
todos os momentos e períodos da vida, para todos, bus, os táxis e os caminhões (Ferrari, 2004).
quer sejam usuários de cadeiras de rodas, pessoas
7. ACRÉSCIMO: ampliação da construção em área
com deficiências visuais e auditivas, gestantes ou
ou altura. Pode compreender desde um aumento
idosas. Os espaços devem permitir-lhes transitar
de compartimento em um prédio até a elevação
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