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A definição de República é uma definição que vem do latim Res Publica (Coisa pública) que indica

uma mudança na mentalidade do governo, que deixa de ser a propriedade do chefe de estado (ou
monarca) e deixa de ser uma propriedade, e passa a ser um conjunto em que na teoria é gerido para os
interesses da própria nação. A teoria das decisões coletivas se faz presente para definir e entender o que
significa algo aparentemente abstrato como “vontade da nação”, as decisões provenientes de uma
coletividade, seja ela um congresso, comitê, voto da população ou até mesmo uma reunião entre
senhores feudais possui um “status” de uma decisão em nome de um coletivo [1min].

Porém para possuir tal status válido de “Coisa Pública” é preciso observar um ritual com regras para
possuir legitimidade“Quando o poder decisório é confiado à um grupo e não a um simples indivíduo,
torna-se necessário estabelecer regras que hão de ser seguidas para reunir as preferências (opiniões ou
interesses) de cada um numa decisão coletiva”. O economista Kenneth Arrow teoriza que toda decisão
coletiva teria de obedecer a certos critérios determinados na sua obra Social Choice and Individual
Values (1963), preferencialmente tentando alcançar a estabilidade.

Uma outra definição para República seria o simples “forma de governo que se distingue da forma
monárquica” pois o fundamento de poder das repúblicas não está associado com o governo unipessoal
e dinástico das monarquias. Alguém pode confundir a noção de república com a ideia de eleições
livres, regulares e universais, mas a ideia de república só adota tais ideais como consequência das
revoluções francesas e americanas no século XIX. Porém a noção de república existe desde a
antiguidade, com um grande exemplo sendo a república romana.

Nos tempos atuais é muito difícil diferenciar as ideias de república com as de democracia pois
atualmente a grande maioria das repúblicas são democracias, mas é muito possível encontrar exemplos
na história de repúblicas não-democráticas, para a teoria moderna de democracia. Também é possível
achar democracias que não são rpúblicas, mas a noção moderna de república é sentida em muitas
monarquias, vide que hoje o governo britânico é guiado pelo que se percebe como opnião pública, vide
os problemas derivados do plebiscito britânico acerca do “Brexit” (4min)

Na teoria democrática são apontadas três tradições históricas como essenciais; A) a teoria clássica, ou
aristotélica das três formas de governo, na qual a democracia é tida como governo do povo, se
diferenciando do governo de um só e do governo de poucos B) Teoria medieval de orgem romana,
apoiada na soberania popular na qual a soberania deriva do povo e se torna representativo. C) teoria
moderna ou maquiavélica: nascida com os estados nacionais modernos em que existem duas formas
históricas de governo: a monarquia e a república, com a democracia antiga sendo uma forma de
república ( a outra sendo a aristocracia)

“Não há coisa mais estulta e mais insolente que uma multidão incapaz”, diziam as lendas persas sobre a
discussão para o tipo de governo que seria adotado pela Pérsia antiga. Platão definia que a politéia se
degenerava em democracia, e tal governo era o menos bom das formas boas e a menos má das formas
degeneradas de governo, pois nela se pulverizam os poderes e anseios, para o mal e para o bem. A
democracia clássica toma como exemplo o governo de Atenas, criticada como um regime de “liberdade
desenfreada”.

Na teoria romana-medieval de Democracia, existe a teoria da Soberania Popular na qual se diz que o
povo cria o direito não apenas com o voto, mas também com os costumes (o famigerado “vingar a lei”
ou não). Ou seja, seja quem for o detentor do poder soberano, sua fonte originária é sempre o povo, e
também permite verificar que em comunidades onde o povo transferiu pra outros o poder de fazer as
leis, sempre se conservará o poder de criar, manter e rejeitar direitos com a tradição e costumes.
A teoria moderna, derivada de Maquiavel, faz uma dicotomia em que “todos os estados, todos os
domínios que tiveram e tem império sobre os homens foram e são repúblicas ou principados. Na qual é
república é uma oposição ao governo real, ao distribuir o poder entre diversos órgãos colegiados.
Também existe o entendimento de Johannes Althusius distinguindo as várias formas de governo entre
Monarchicus ou Poliarchicus

No século 19 foi proposto que a “democracia dos antigos”, a democracia de Atenas, seria impraticável
nos tempos modernos. A forma de democracia compatível com o Estado Liberal seria a democracia
indireta, onde o dever de fazer leis diz respeito a um corpo restrito de representantes eleitos. A doutrina
socialista critica a democracia apenas representativa e propõe a retomada de alguns temas da
democracia direta e participação popular.

A tipologia para classificar alguns regimes democráticos pode ser diferenciada entre: Regimes
Presidenciais e Regimes Parlamentares; Diferenças em relação ao número de partidos políticos; Entre a
autonomia dos subsistemas (partidos, sindicatos, grupos de pressão em geral)…

Existe também uma distinção entre Democracia Formal e Democracia Substancial: Em que a
democracia formal se apresenta mais como um governo do povo, a democracia substancial é uma
democracia para o povo. A democracia formal pode favorecer mais uma minoria restrita de detentores
do poder economico, enquanto a substancial faz referência a ideais igualitários. [9min] (13min)

Seja como for, Robert Dahl especifíca os críterios presentes para satisfazer a exigência de um governo
democrático: Participação efetiva, todos os membros devem ter oportunidades iguais e efetivas para
fazer os outros membros conhecerem suas opiniões sobre uma política específica; Igualdade de voto,
todos os membros devem ter oportunidades iguais e efetivas de voto e todos os votos devem ser
contados como iguais; Entendimento esclarecido. Cada membro deve ter oportunidades iguais e
efetivas de aprender sobre as políticas alternativas importantes e suas prováveis consequências;
Controle do programa de planejamento, Os membros devem ter a oportunidade exclusiva para
decidir como, e quais questões, devem ser colocadas no planejamento, assim o processo democrático
jamais é encerrado, pois sempre existirão assuntos para serem debatidos e a escolha destes assuntos é
assim feita de maneira orgânica.

Também surge um anseio de classificar a ditadura, costuma-se chamar de ditadura qualquer governo
não democrático. O conceito moderno de ditadura no senso popular se baseia muito nas ditaduras
surgidas no entre guerras (bolcheviques e fascistas) e nas ditaduras da guerra fria (especialmente na
américa latina, que possui uma memória muito recente de ditaduras militares), tais regimes possuem
conotoção negativa nos tempos atuais de democracia liberal.

Ditadura é um termo vindo da antiguidade clássica, com conotação possitiva: Um Dictator romano era
um magistrado competente, que adiquiria poderes extraordinários em situações de excepcionalidade, e
apenas até a excepcionalidade durar ou até o cônsul que o nomeou permanecer no cargo. Ou seja a
ditadura dos romanos possuia uma legitimação, adquirida através de alguma situação de necessidade,
era temporarária e o ditador tem plenos poderes concedidos à sua pessoa. A ditadura ANTIGA se
diferencia do despotismo e da tirania ao possuir temporariedade e legitimidade.

Carl Schmidt diferencia a “ditadura Clássica” (também chamada de “comissária”, ao fato de ser
concebida ao ditador os poderes através de uma comissão) da ditadura moderna (ou “soberana”) em
que a moderna busca criar um estado de coisas para impor uma nova constituição, desrespeitando a
constituição antiga. A ditadura revolucionária também nasce de uma situação de necessidade e exerce
poderes excepcionais, com uma intenção inicial de ser temporária (um exemplo é a ditadura do
proletáriado que é prevista como apenas um passo em direção ao comunismo). Em resumo, na ditadura
comissária o líder é investido do próprio poder pela constituição, na soberana o líder recebe o poder
dele mesmo ou de uma investitura simbolicamente popular, e assume um poder constituinte, e muita
vezes a ditadura moderna não possui o poder monocrático (a ditadura passa a ser feita com juntas
militares ou comitê ou até mesmo uma classe inteira como a ditadura do proletariado).

Em uma ditadura revolucionária, diversos teóricos apontaram a necessidade de uma ditadura forte após
uma revolução para “arrumar a casa”, manter a estabilidade e preparar a constituição revolucionária.
Bobbio aponta que a principal característica especial deste tipo de ditadura seria o exercício do poder
constituinte como poder soberano.

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