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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

DISSERTAÇÃO I

AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO PÚBLICA DA REUTILIZAÇÃO


DA ÁGUA

2009-2010

Cristina Matos e João Varajão

Este trabalho é elaborado pelos alunos Ana Monteiro, Ana Rita Teixeira e André Rodrigues,
no âmbito da Unidade Curricular Dissertação I, ano Lectivo de 2009 – 2010
UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

DISSERTAÇÃO I

AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO PÚBLICA DA REUTILIZAÇÃO


DAS ÁGUAS CINZENTAS

Trabalho realizado por:

Ana Margarida Martins Monteiro Nº 25517

Ana Rita Moura Teixeira Nº 26630

André Filipe Borges Rodrigues Nº 25518


Mestrado em Engenharia Civil Dissertação I

Indice

ÍNDICE DE FIGURAS..............................................................................................................4

ÍNDICE DE TABELAS.............................................................................................................5

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................7

1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES..............................................................................................7

1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................10

2. METODOLOGIA .................................................................................................................13

3. RESULTADOS......................................................................................................................16

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................................19

5. CONCLUSÃO.......................................................................................................................21

6. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................23

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ÍNDICE DE FIGURAS

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 2 – CRITÉRIOS DE SUCESSO INTRODUZIDOS NA PLATAFORMA E-DELPHI


........................................................................................................................................................16

TABELA 2 – TABELA DE RESULTADOS DA PRIMEIRA RONDA...................................17

TABELA 3 – TABELA DE RESULTADOS DA PRIMEIRA RONDA...................................17

TABELA 4 – TABELA DE RESULTADOS DA SEGUNDA RONDA...................................18

TABELA 5 – TABELA DE RESULTADOS DA SEGUNDA RONDA...................................18

TABELA 6 – TABELA PARA O CÁLCULO DO COEFICIENTE DE KENDALL................20

TABELA 7 – TABELA PARA O CÁLCULO DO COEFICIENTE DE KENDALL................20

TABELA 8 – TABELA POR ORDEM DECRESCENTE DE IMPORTÂNCIA DOS


CRITÉRIOS....................................................................................................................................22

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Mestrado em Engenharia Civil Dissertação I

RESUMO

Este trabalho foi realizado no âmbito de Dissertação I, disciplina inserida no primeiro ano de
mestrado de Engenharia Civil, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O tema do nosso trabalho incide numa avaliação da aceitação pública das águas cinzentas.

A primeira fase do nosso trabalho foi uma revisão bibliográfica que serviu de base ao
desenvolvimento de um inquérito sobre o tema em estudo, dirigido a docentes e funcionários da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Seguidamente procedeu-se à colocação desse
mesmo inquérito no campus da universidade, com a presença dos alunos que realizaram o projecto,
caso se levanta-se alguma dúvida.

Para desenvolvermos o nosso trabalho, recorreu-se a uma plataforma onde foram inseridos os
dados obtidos de maneira a facilitar a obtenção dos dados finais.

Por fim, procedeu-se a um tratamento estatístico dos dados, que permitiu chegar a uma
conclusão sobre a aceitação da sociedade relativamente a este tema, reutilização das águas
cinzentas.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

As águas cinzentas são águas residuais proveniente das canalizações de outros locais que
não as sanitas, como por exemplo: chuveiros, lavatórios e bancas. Dependendo do tipo de
utilização que vai ter as aguas cinzentas requerem menos tratamentos que as aguas negras, que são
águas que foram misturadas com desperdícios da sanita, e contem menos agentes patogénicos. As
águas cinzentas tratadas podem ser reutilizada dentro de casa para descargas de autoclismos e
lavagem de roupa, ambos grandes consumidores de água, podendo ainda ser utilizada sem
problemas para regar o jardim. Contudo com o avanço da tecnologia e de novos sistemas e
produtos de tratamento de água começa-se a ponderar a expansão destas águas para novas
utilizações.

Figura 1 - Exemplo de um sistema de recolha de agua cinzenta, tratamento e reutilização para autoclismo e fora
de portas (Fonte:http://www.greenhouse.gov.au)

Para que a reutilização destas águas se proceda de forma correcta e sobretudo segura é
necessário um conjunto de infra-estruturas, como umas condutas que vai permitir a separação das
água cinzentas das água negras, seguindo-se de um sistema de tratamento e desinfecção da água.
Na verdade, a água cinzenta pode ser directamente desviada dos ralos do chuveiro e
lavatório para ser reutilizada somente no autoclismo. No entanto, não pode ser armazenada mais
que 2 horas antes de ser reutilizada, o que implica ser sempre o tratamento prévio a melhor opção.

A qualidade das águas residuais tratadas está dependente dos seguintes factores: sistema de
tratamento, da sua inicial utilização e dos tipos de químicos que se utiliza nas habitações.

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Esta água, antes de desinfectada, pode conter um número significativo de agentes


patogénicos que podem propagar doenças, além de que, quando armazenada mais do que algumas
horas começa a ficar séptica e a cheirar mal.
Existem vários tipos de sistemas de tratamento de água cinzenta, apresentando-se de seguida
alguns exemplos.

O filtro grosseiro pode ser uma solução bastante simples para a água cinzenta, que consiste
numa caixa impermeável e um saco filtrante ou uma meia de nylon segura com elásticos. A meia
ou o saco devem ser verificados regularmente e substituído quando estiverem cheios.

Figura 2 – Filtro grosseiro (Fonte: http://construcaosustentavel.quercus.pt)

Depois de grosseiramente filtrada, a agua cinzenta pode então ser tratada utilizando um
filtro de areia. A estrutura básica é, uma caixa impermeável cheia de areia grossa sobre uma
camada de cascalho. A água cinzenta entra por cima e sai por baixo.

Figura 3 – Tratamento efectuado depois da água grosseiramente filtrada (Fonte:


http://construcaosustentavel.quercus.pt)

Para reduzir o nível de tratamento podem ser aplicadas as seguintes medidas: minimizar o uso de
produtos químicos de limpeza como produtos para a sanita com corantes, sempre que possível use
produtos de limpeza naturais; não escoar os químicos que utiliza em casa, na banca ou na sanita,
usar um ralo na banca da cozinha para prevenir que restos de comida ou outros materiais sólidos
vão para as águas residuais.

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Tabela 1 – Água cinzenta (Fonte: http://construcaosustentavel.quercus.pt)

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1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A disponibilidade de recursos hídricos no nosso planeta é muito variada devido à diversidade


climática das regiões. Porém a disponibilidade de água pode não ser só associada à diversidade
climática pode ser também associada a outras características regionais, nomeadamente as
características demográficas.
Ao longo dos tempos, verificou-se um aumento significativo da população, bem como o
crescimento económico da sociedade, que tem proporcionado à Humanidade grandes melhorias na
qualidade de vida, mas também alguns custos preocupantes para a sua sobrevivência, entre os
quais se destaca a diminuição acelerada dos recursos hídricos disponíveis tanto a nível qualitativo
e quantitativo, com especial agravamento no século passado. Desde então tem-se assistido à
explosão da necessidade de água, mas também tem-se verificado a sua degradação qualitativa dos
recursos hídricos existentes, que poderá conduzir a situações de insustentabilidade. A situação
tende a agravar-se, visto que a população mundial tende a continuar a crescer e a água na Terra ser
um recurso finito.
Este ritmo de aumento demográfico constitui, um enorme desafio à gestão dos recursos
hídricos, principalmente nas regiões onde a taxa de crescimento populacional é elevada e nas
regiões onde estes recursos são menos abundantes. A concentração urbana associada ao
exponencial crescimento populacional provoca a degradação da qualidade das massas de água que
recebem os efluentes urbanos e acentua o desequilíbrio entre as crescentes necessidades de água e
disponibilidade de recursos nas proximidades. O abastecimento de água às cidades irá deparar
com crescentes dificuldades, pelo progressivo esgotamento das origens de abastecimento actuais e
necessidade de recorrer a outras mais distantes.
A questão da reduzida disponibilidade de água não é um problema exclusivo das zonas áridas e
semi-áridas, onde se localiza uma grande parte dos países subdesenvolvidos e em vias de
desenvolvimento. Alguns países europeus aparentemente ricos de recursos hídricos, com elevado
nível económico, com áreas fortemente industrializadas e onde se pratica uma agricultura de
regadio intensiva, começam a debater-se com a escassez de água. São conhecidas as dificuldades
de disponibilidades de água registadas ao longo das duas últimas décadas em numerosas regiões
de França, Itália, Bélgica e Grã-Bretanha.
Aparentemente Portugal é um país abundante de recursos hídricos, devido à sua localização
geográfica, contudo cerca de 40% desses recursos provêm da vizinha Espanha. Embora à escala
nacional e anual Portugal não tenha grandes problemas de escassez relativamente aos recursos
hídricos, ocorrem no entanto, situações críticas, sazonais ou localizadas.
A variabilidade climática do território português é a primeira razão das acentuadas diferenças
espaciais que se observam na disponibilidade de recursos hídricos no nosso país.

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Segundo os dados do Plano Nacional da Água (INAG, 2001), a agricultura é, de longe, o maior
consumidor de água, com 87,3% do consumo total.
Também o turismo interfere nos recursos hídricos em Portugal, devido ao facto de o consumo
de água por turista ser quase o dobro do consumo local, ao que acresce elevado consumo de água
para usos recreativos e as de estâncias turísticas se situarem geralmente em zonas costeiras escassa
precipitação e elevada insolação, coincidindo a época alta, de necessidades mais elevadas, com o
estio, de menor disponibilidade hídricas.
Do ponto de vista qualitativo, também ocorrem limitações ao aproveitamento de alguns
recursos hídricos disponíveis, em virtude de a qualidade da água não apresentar características
compatíveis com algumas utilizações, em resultado insuficientes medidas de controlo da poluição
produzida pelas actividades socioeconómicas.
O desenvolvimento dos recursos hídricos em Portugal já não poderá assentar essencialmente
nos rios e nos aquíferos menos profundos, de mais fácil acesso, os quais já se encontram
largamente aproveitados. Torna-se assim mais evidente a necessidade de desenvolvimento de
origens de água alternativas para satisfação do rápido crescimento das necessidades.
A gestão dos recursos hídricos emerge, assim, no início do século XXI, como uma aposta para
a sustentabilidade do desenvolvimento socioeconómico. O desenvolvimento tecnológico também
contribuiu ao desenvolvimento dos recursos hídricos, com a construção de barragens entre outros,
mas contudo não é suficiente para assegurar a sustentabilidade da gestão desses recursos. Torna-se
portanto necessário a adopção de novas estratégicas, com o objectivo de reverter a situação, isto é,
conservar os recursos existentes.
Uma dessas novas estratégias é abordada neste trabalho – reutilização da água para fins
múltiplos. A reutilização da água é preferencialmente para usos que requerem maior procura deste
recurso e que sejam compatíveis com a qualidade mais corrente das águas residuais tratadas nas
ETAR.
A água reutilizada pode ser utilizada para diversos fins:
- Rega agrícola (rega de culturas, viveiros);
- Rega paisagística (rega de parques, campos de golfe, faixas de separação e margens das auto-
estradas, recintos de escolas, espaços verdes residuais, cemitérios);
- Reutilização industrial (água de arrefecimento, água de processo, caldeiras de vapor de água);
- Construção pesada;
- Recarga de aquíferos (reforço do volume de águas subterrâneas, controlo da intrusão salina);
- Usos recreativos e ambientais (lagos e lagoas, conservação de zonas húmidas naturais,
reforço do caudal de cursos de água, pesca, produção artificial de neve);
- Usos urbanos não potáveis (combate contra incêndios, lavagem de ruas, lavagem de
contentores de resíduos sólidos urbanos, descarga de autoclismos, lavagem de veículos, ar
condicionado;

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- Origem de água para a produção de água potável (mistura em origens de água bruta como
albufeiras e aquíferos.
O desenvolvimento da reutilização da água em Portugal não tem registado o nível que seria de
esperar. Os motivos que concorrem para que a reutilização de águas residuais tratadas não seja
ainda uma prática na realidade, são que ainda na sociedade portuguesa existe um receio, associado
a algum desconhecimento por parte dos promotores de projectos de reutilização e até das
autoridades competentes na aprovação e licenciamento desses projectos, no que respeita aos riscos
de ordem sanitária e ambiental.
Em Portugal, os projectos de reutilização de águas residuais tratadas constituem ainda práticas
inovativas, o que só por si, justifica alguma relutância na sua aceitação pública. Além disso, trata-
se de um tipo de projecto susceptível de gerar alguma controvérsia na sociedade, pela origem e
características das águas residuais tratadas. Conseguir a aceitação pública dos projectos de
reutilização da água constitui, naturalmente, um desafio importante.
Relativamente aos custos de investimento, verifica-se a maior dificuldade associada ao
desenvolvimento de sistemas de reutilização de águas residuais tratadas, já que implica um custo
bastante avultado.
A legislação portuguesa no que diz respeito ao domínio da água e orgânica institucional
portuguesa não estão ainda completamente preparadas para responder de forma eficiente e eficaz à
promoção de projectos de reutilização de águas residuais tratadas, o que não facilita as iniciativas
dos promotores destes sistemas, podendo mesmo desincentivá-los.

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2. METODOLOGIA

O inquérito realizado serviu de base para a obtenção dos resultados, que permitiram chegar a
uma conclusão válida (inquérito incluído em anexo).
O inquérito foi administrado a uma população de 144 pessoas, de docentes e funcionários da
Universidade de Trás-os-Montes. Apesar de um número baixo de pessoas relativamente ao
universo da universidade, tentou-se obter o maior número de pessoas interessadas e com
disponibilidade e participar em todos os pavilhões da universidade.
Os participantes foram assegurados de anonimato.
O inquérito foi feito presencialmente, quase suscitasse algumas dúvidas por parte dos
inquiridos, só esclarecendo os termos utilizados no questionário sem revelar qualquer opinião
pessoal.
Inicialmente o questionário é constituído por uma breve definição das águas cinzentas seguindo-
se de cinco secções a preencher pelo inquirido sobre os seus dados biográficos.

Figura 4 - Plataforma (Fonte: http://www.observatoriotsi.org/ITQUEST/index.php?sid=39639&newtest=Y)

Foram propostas em cada inquérito vinte opções de reutilização, onde foram divididos em três
categorias: baixo contacto, médio contacto e alto contacto. O baixo contacto significa quando a
reutilização tem apenas contacto indirecto com a população. Estas opções de reutilização são
aplicadas em áreas rurais e não envolvem qualquer contacto directo, intencional ou não intencional.

Figura 5 - Plataforma (Fonte: http://www.observatoriotsi.org/ITQUEST/index.php?sid=39639&newtest=Y)

O médio contacto verifica-se na reutilização com estreita proximidade à população urbana, mas
não envolvem intencional contacto com os seres humanos. Podem envolver contacto directo
involuntário com a água recuperada.

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Figura 6 - Plataforma (Fonte: http://www.observatoriotsi.org/ITQUEST/index.php?sid=39639&newtest=Y)


O alto contacto verifica-se quando se envolve o contacto intensivo com a população. Os
participantes foram convidados a marcar em cada uma das vinte opções numa escala de zero a
quatro ( 0 – completamente contra, 1- contra, 2- Indiferente, 3- a favor e 4- completamente a
favor).

Figura 7 - Plataforma (Fonte: http://www.observatoriotsi.org/ITQUEST/index.php?sid=39639&newtest=Y)

Relativamente a percepções ambientais, os participantes foram convidados, como no grupo


anterior, a assinalar em oito perguntas numa escala de zero a quatro (0 – péssimo, 1- mau, 2-
neutro, 3- bom e 4- bom) para identificar as suas percepções sobre a água e questões ambientais.
De seguida coloca-se uma questão em que os participantes teriam de responder sim ou não,
sobre a sua aceitação relativamente a relativamente a águas reutilizadas, se são defensores ou não
da reutilização da água. Se a resposta for positiva são convidados a ordenar um grupo de 4
afirmações relativamente a reutilização da água, de um a quatro, da mais importante para a menos
importante, respectivamente.

Figura 8 - Plataforma (Fonte: http://www.observatoriotsi.org/ITQUEST/index.php?sid=39639&newtest=Y)

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Para o tratamento estatístico, foram introduzidos os dados numa plataforma situada no site
gestão.itquest.info.

Figura - Plataforma (Fonte: http://gestao.itquest.info/)

Figura - Plataforma (Fonte: http://gestao.itquest.info/)

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3. RESULTADOS

3.1 CRITÉRIOS DE SUCESSO INTRODUZIDAS NA PLATAFORMA

Na tabela 2 apresentam-se os critérios de sucesso introduzidas na plataforma e-Delphi, cedida


pela Universidade do Minho.

Tabela 2 – Critérios de sucesso introduzidos na plataforma e-Delphi

Fonte: http://www3.dsi.uminho.pt/gavea/delphi/default.asp

Na tabela 2, apresentam-se os resultados obtidos na primeira ronda conforme se pode verificar,


sendo o factor que obteve menor pontuação, com um total de 65 pontos, foi “Assegurar a
qualidade (planeamento, garantia, controlo) ”, considerado o factor considerado mais importante.
O factor que obteve maior pontuação foi “Selecção de tecnologias e materiais”, que obteve um
total de 227 pontos, classificando-se como sendo o factor de menor importância (tabela 2).

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Tabela 2 – Tabela de resultados da primeira ronda

Somatório Desvio Ordem


Posição Pontos Média Variância Padrão Questão Questão
1 65 4.06 17.00 4.12 1 Assegurar a qualidade (planeamento, garantia, controlo)
2 84 5.25 29.13 5.40 14 Planeamento do projecto
3 97 6.06 20.86 4.57 3 Controle de custos
4 103 6.44 20.53 4.53 15 Realização de estudo de viabilidade
Realização de estudos de financiamento e obtenção de fundos
5 108 6.75 17.67 4.20 16 necessários ao projecto
6 122 7.63 19.58 4.43 8 Eficácia do gestor do projecto
7 146 9.13 22.92 4.79 10 Envolvimento dos intervenientes no projecto
8 151 9.44 20.13 4.49 17 Realização de estudos de mercado
9 153 9.56 29.60 5.44 6 Definição clara dos objectivos e limitações do projecto
10 157 9.81 18.03 4.25 2 Calendarização das várias acções
11 158 9.88 8.25 2.87 11 Estabelecer as prioridades para os objectivos essenciais ao projecto
12 158 9.88 12.38 3.52 7 Eficácia do controlo do projecto
13 177 11.06 26.60 5.16 5 Criação da equipa de projecto
14 197 12.31 13.96 3.74 9 Eficácia na comunicação
15 204 12.75 13.67 3.70 4 Controlo de alterações
Identificação de soluções alternativas para atingir o objectivo
16 205 12.81 18.96 4.35 13 pretendido
17 224 14.00 17.60 4.20 12 Forma de resolução de conflitos
18 227 14.19 25.10 5.01 18 Selecção de tecnologias e materiais
Fonte: http://www3.dsi.uminho.pt/gavea/delphi/default.asp

Na tabela 3, apresentam-se o número de respostas que obteve cada critério na primeira ronda.

Tabela 3 – Tabela de resultados da primeira ronda

1 1 1 1 1 1 1 1
Ordem Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 18

1 Assegurar a qualidade (planeamento, garantia, controlo) 9 - - 1 1 1 - 1 - 2 - - 1 - - - - -

2 Calendarização das várias acções - - - 2 1 - 2 3 2 - - 1 - 1 2 2 - -

3 Controle de custos 2 2 2 1 1 2 - 3 - 1 - 1 - - - - - 1

4 Controlo de alterações - - - - - - 2 1 - 3 1 - - 2 3 - 4 -

5 Criação da equipa de projecto 1 1 - 1 - - - 1 2 - - 1 4 1 1 1 1 1

6 Definição clara dos objectivos e limitações do projecto - 2 1 - 1 3 - 1 - - 1 1 1 1 2 - 1 1

7 Eficácia do controlo do projecto - 1 - - - 2 1 1 2 2 2 - 1 4 - - - -

8 Eficácia do gestor do projecto - 1 3 1 1 2 1 1 1 1 - - 1 2 1 - - -

9 Eficácia na comunicação - - - 1 - - 2 - - - 2 3 1 3 - 2 2 -

10 Envolvimento dos intervenientes no projecto - 1 2 - 2 1 - - 2 3 - - 2 - - 3 - -

11 Estabelecer as prioridades para os objectivos essenciais ao projecto - - - - 1 - 3 1 2 2 4 1 1 - - - 1 -

12 Forma de resolução de conflitos - 1 - - - - - - - 1 2 1 2 - - 3 4 2

13 Identificação de soluções alternativas para atingir o objectivo pretendido - - - - 1 1 - - 3 - 1 2 1 - - 3 1 3

14 Planeamento do projecto 2 4 4 1 1 - 1 - - - 1 - - - - - 1 1

15 Realização de estudo de viabilidade 1 2 1 4 2 - 1 - 1 - - 2 - 1 1 - - -

16 Realização de estudos de financiamento e obtenção de fundos necessários ao projecto 1 - 2 2 3 3 1 - - - 1 - 1 1 1 - - -


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17 Realização de estudos de mercado - 1 1 - 1 1 2 2 1 1 1 - - - 5 - - -

18 Selecção de tecnologias e materiais - - - 2 - - - 1 - _ - 3 - - - 2 1 7


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Fonte: http://www3.dsi.uminho.pt/gavea/delphi/default.asp

Como podemos verificar pela observação da tabela 4, o factor que obteve menor pontuação,
tendo um total de 60 pontos, foi “Assegurar a qualidade (planeamento, garantia, controlo) ”,
sendo o factor considerado mais importante. O factor que obteve maior pontuação foi “Forma de
resolução de conflitos”, que obteve um total de 261 pontos, classificando-se como sendo o factor
de menor importância.

Tabela 4 – Tabela de resultados da segunda ronda


Fonte: http://www3.dsi.uminho.pt/gavea/delphi/default.asp
Médi Variâ Desvio Ordem
Posição Somatório Pontos a ncia Padrão Questão Questão

1 60 3.75 11.80 3.44 1 Assegurar a qualidade (planeamento, garantia, controlo)

2 61 3.81 5.76 2.40 2 Planeamento do projecto

3 72 4.5 6.4 2.53 4 Realização de estudo de viabilidade

4 79 4.94 11.00 3.32 3 Controle de custos

5 89 5.56 14.00 3.74 5 Realização de estudos de financiamento e obtenção de fundos necessários ao projecto

6 106 6.63 8.52 2.92 6 Eficácia do gestor do projecto

7 110 6.88 9.45 3.07 7 Envolvimento dos intervenientes no projecto

8 129 8.06 17.00 4.12 9 Definição clara dos objectivos e limitações do projecto

9 150 9.38 12.12 3.48 8 Realização de estudos de mercado

10 160 10.00 13.60 3.69 11 Estabelecer as prioridades para os objectivos essenciais ao projecto

11 174 10.88 10.38 3.22 10 Calendarização das várias acções

12 185 11.56 13.73 3.71 12 Eficácia do controlo do projecto

13 205 12.81 23.23 4.82 14 Eficácia na comunicação

14 208 13.00 6.93 2.63 13 Criação da equipa de projecto

15 214 13.38 10.12 3.18 16 Identificação de soluções alternativas para atingir o objectivo pretendido

16 218 13.63 18.78 4.33 15 Controlo de alterações

17 255 15.94 7.53 2.74 18 Selecção de tecnologias e materiais

18 261 16.31 3.43 1.85 17 Forma de resolução de conflitos


Tabela 5 – Tabela de resultados da segunda ronda

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1 1 1 1 1 1 1 1
Ordem Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 18

1 Assegurar a qualidade (planeamento, garantia, controlo) 8 1 - 1 1 - 3 - 1 - 1 - - - - - - -

2 Planeamento do projecto 1 6 3 1 1 - 2 2 - - - - - - - - - -

3 Controle de custos 2 3 2 2 - 1 3 1 - 1 - 1 - - - - - _

4 Realização de estudo de viabilidade 2 1 4 3 1 - 1 4 - - - - - - - - - -

5 Realização de estudos de financiamento e obtenção de fundos necessários ao projecto 1 - 2 6 3 - - 1 2 - - - - - - - 1 -

6 Eficácia do gestor do projecto - 1 2 1 1 2 4 2 1 - 1 - 1 - - - - _

7 Envolvimento dos intervenientes no projecto - 1 2 1 2 2 1 - 4 1 1 1 - - - - - -

8 Realização de estudos de mercado - - - 1 2 2 - 2 1 2 - - 5 1 - - - -

9 Definição clara dos objectivos e limitações do projecto - 2 1 - 2 3 - - - 2 2 1 2 1 - - - -

10 Calendarização das várias acções - - - - - 2 - 3 1 2 1 1 1 3 1 1 - -

11 Estabelecer as prioridades para os objectivos essenciais ao projecto 1 - - - 1 1 - 1 2 2 3 - 1 4 - - - -

12 Eficácia do controlo do projecto - - - - 1 1 1 - 1 2 2 1 2 2 1 - 1 1

13 Criação da equipa de projecto - - - - - - - - 2 2 1 2 1 2 3 2 1 -

14 Eficácia na comunicação 1 - - - - 1 1 - - 1 2 - 1 1 - 5 2 1

15 Controlo de alterações - 1 - - 1 - - - - - 1 1 - 1 6 1 4 -

16 Identificação de soluções alternativas para atingir o objectivo pretendido - - - - - 1 - - - 1 1 5 1 1 - 4 - 2

17 Forma de resolução de conflitos - - - - - - - - - - - 1 1 - 3 1 5 5

18 Selecção de tecnologias e materiais - - - - - - - - 1 - - 2 - - 2 2 2 7


Fonte: http://www3.dsi.uminho.pt/gavea/delphi/default.asp

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A utilização da web mostrou-se uma ferramenta eficaz para o sucesso do estudo, não só pela
facilidade e rapidez de comunicação com os inquiridos, mas principalmente porque permitiu
garantir que todos cumpriram os requesitos da Q-sort, necessários para a qualidade de resultados. O
ideal seria o contacto presencial com cada um dos membros do painel, o que dado o tempo
disponível e os custos, tornariam impossível o estudo. Apesar de todas as vantagens que a internet
proporciona, encontraram-se alguns entraves aquando o envio dos convites para a participação no
estudo, pois muitos deles foram ignorados. Para isso, foi necessário então o contacto telefónico
mais do que uma vez para incentivar os especialistas a participarem.

Um dos pontos principais e considerado como a fase final do trabalho é chegar a uma
concordância. O consenso num grupo é um elemento fundamental dos estudos Delphi, para se
chegar a uma conclusão. Para avaliar a concordância escolheu-se o coeficiente de concordância
Kendall’s W como um dos testes de determinação de consenso. Este coeficiente determina o grau
de concordância dos membros do painel. O valor deste coeficiente aumenta com o nível de
concordância, variando entre 0 (sem consenso) e 1 (consenso perfeito). Schmidt forneceu uma
tabela para interpretar diferentes valores de W, na qual 0,5 indica uma forte concordância.

Na análise da 1ª Ronda verificamos que o coeficiente Kendall’s W foi de 0,32 o que significa
uma concordância satisfatória. Contudo verificou-se que ainda não se tinha obtido um consenso
significativo pelo que se promoveu mais uma ronda para melhorar o consenso entre os membros do
painel.

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Mestrado em Engenharia Civil Dissertação I

Tabela 6 – Tabela para o cálculo do coeficiente de Kendall

pontos rj- (rj-


(rj) (rj/N) (rj/18))^2
65 -87 7569
84 -68 4624
97 -55 3025
103 -49 2401
108 -44 1936
122 -30 900
146 -6 36
151 -1 1
153 1 1
157 5 25
158 6 36
158 6 36
177 25 625
197 45 2025
204 52 2704
205 53 2809
224 72 5184
227 75 5625

soma 2736 39562

39562
W = = 0,32
1  
* 16 2 * 183 − 18 
12  

Na análise da 2ª Ronda verificamos que o coeficiente Kendall’s W foi de 0,61 o que indica uma
concordância forte. Ao obtermos este valor, verificamos que estamos perante um resultado credível
pontos rj- (rj- e que se chegou a um consenso,
(rj) (rj/N) (rj/18))^2 revelando que não serão
60 -92 8464 necessárias efectuar mais rondas.
Permitiu-nos este resultado tirar as
61 -91 8281
conclusões do estudo realizado.
72 -80 6400
79 -73 5329 Tabela 7 – Tabela para o cálculo do
coeficiente de Kendall
89 -63 3969
106 -46 2116
110 -42 1764
129 -23 529
150 -2 4
160 8 64
174 22 484
185 33 1089
205 53 2809
208 56 3136
214 62 3844
218 66 4356
Avaliação da aceitação pública das águas
255
cinzentas103 10609
20/24

261 109 11881


Soma 2736 75128
Mestrado em Engenharia Civil Dissertação I

75128
W = = 0,61
1  
*16 2 * 183 −18 
12  

5. CONCLUSÃO

O Método Delphi consistiu num processo estruturado onde permitiu a recolha e síntese de
conhecimentos de um grupo de especialistas de saneamento básico imparciais através de uma série
de questionários, acompanhado de um feedback organizado de opiniões. Os questionários
apresentaram-se numa Plataforma eDelphi cedida pela Universidade do Minho. Os inquiridos
foram contactados via electrónica e através do telefone. Obtiveram-se a participação de 16 câmaras
municipais e empresas privadas de saneamento básico, do distrito de Vila Real e Porto, onde
responderam a um inquérito com 18 critérios para atingir um projecto com sucesso. Desses 18
critérios permitiram-se avaliar, através do método de Delphi e do coeficiente de Kendall’s, quais os
factores de maior e menor importância.

Após o preenchimento dos inquéritos, na 1ª e 2ª Ronda, verificou-se através da análise das


tabelas fornecidas pela plataforma que o factor considerado mais importante é “Assegurar a
qualidade (planeamento, garantia, controlo) ” e o factor considerado de menor importância é
“Forma de resolução de conflitos”. Através do valor do coeficiente calculado na 2ª Ronda
verificamos que os resultados obtidos apresentam grande concordância, podendo afirmar que
chegamos a um consenso. NA tabela 8 são apresentados os resultados finais.

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Ordem
Final Critérios
1 Assegurar a qualidade (planeamento, garantia, controlo)
2 Planeamento do projecto
3 Realização de estudo de viabilidade
4 Controle de custos
Realização de estudos de financiamento e obtenção de fundos necessários ao
5 projecto
6 Eficácia do gestor do projecto
7 Envolvimento dos intervenientes no projecto
8 Definição clara dos objectivos e limitações do projecto
9 Realização de estudos de mercado
10 Estabelecer as prioridades para os objectivos essenciais ao projecto
11 Calendarização das várias acções
12 Eficácia do controlo do projecto
13 Eficácia na comunicação
14 Criação da equipa de projecto
15 Identificação de soluções alternativas para atingir o objectivo pretendido
16 Controlo de alterações
17 Selecção de tecnologias e materiais
18 Forma de resolução de conflitos
Tabela 8 – Tabela por ordem decrescente de importância dos critérios

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Mestrado em Engenharia Civil Dissertação I

6. BIBLIOGRAFIA

Project Management Institute(2004), Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em


Gerenciamento de Projectos, ISBN: 1-930699-50-6

http://www.iapmei.pt

http://www.dpp.pt

http://www.3.dsi.uminho.pt/gavea/delphi/ver_informacao_login.htm

http://www.inferencia-pme.com.pt/estudosdeviabilidadepmes.htm

http://eden.dei.uc.pt/~pg/Acetatos/Cap3.pdf

http://www2.ufp.pt/~lmbg/textos/mgp1.pdf

Apontamentos de Gestão de empresas 07/08 da Professora Caroline Dominguez

Miguel A. (2003). Gestão dos projectos de software, Metodologias, Ferramentas, Práticas. FCA,
2003.

Roldão V.(2000). Gestão de Projectos, Uma Perspectiva Integrada. Monitor, 2000.

Roldão V.S.(1992). Gestão de Projectos, Como Gerir em Tempo, Custo e Qualidade. Monitor,
1992.

Lewis J.(1999). Manual Prático da Gestão de Projectos, Guia de Planificação, Programação e


Controlo de Projectos

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