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O sol

amarelo
SOBREAOBRA

Esse é um livro de poema escrito pelo


AUGUSTO KUANGO. Neste livro poético, encontramos temas
diversificado onde o autor nos faz viajar no coração da poesia.

 Este símbolo é uma breve introdução do poema a ser lido, que vai
ajudar o leitor a entender bem o poema e o objecto do autor.

Edição 2020

. Escrita e editada pela Sociedade Ak Poemas a solta.


 Neste poema o sujeito lírico é um espelho. Ele lamenta por
pertencer a uma mulher gorda que detesta sua aparência. O espelho
quer ajuda-la a descobrir que ela é uma mulher bonita do jeito dela.
Mas por ser mudo Ela não o ouve. Então o espelho simplesmente
lamenta repetindo varias vezes “que pena”.

O espelho da mulher gorda

Que pena! Que pena!

Coitado de mim!

Sou espelho de uma gorda.

Sou visto como um monstro pendurado na parede.

Que pena que não sabes que és linda

Que pena que para ti ser gorda significa ser feia.

Que pena! Que pena!

Que pena que o mundo te hipnotiza

Que pena que te escravizam

Olha só! Idolatras o padrão de beleza incomum

Olha como te sentis podre quando te comparas com as actrizes da


Hollywood, com as meninas das revistas de moda?

Olha como te olhas?

Uma bola

Um balão

Que pena! Que pena!

Você é linda mas é cega

Que pena quando queres ser como elas


Olha para ti mesma através de mim.

Olha para a tua cintura

Formosa e grandiosa

As tuas pernas grossas são como as duas torres gemias.

Seja alta ou baixa

Você é linda

Que pena que você não sabe.


 Este poema, é um dos poemas interessantes. O sujeito lírico é líder
de uma quadrilha. Ele orienta os seus homens para uma luta faróis.
Onde enfrentarão inimigos que tinha feito estragos em sua zona.
Todo contexto está repleto de linguagens da gíria e calão da sua
zona que só eles mesmo entendem perfeitamente.

Pilha dos candengue das ruas do sambizanga e cazenga

Um balo na banda dos lembidos

Os lembidores fofaram os nossos cientes

Pinaram as nossas momoites e fatigaram a quebrada.

Chamem os cunamata

Vamos se pilhar sem chance de ser lombucho

Peguem as catanas

Vamos molhar as ruas deles de sangue até nos chamarem de brucho

Tirem os vossos corações do peito

Aqui não toleramos quem se chupa

Quem fatiga é fatigado esse é o nosso único mandamento.

Ché não se mentem! Eles não estão com nada

Se os magalas chegarem se espalham.


 Este poema trata de uma canção. Onde o sujeito lírico é a cor preta,
ela chora cantando que ela é descriminada e desprezada. Lamenta
quando a relacionam com luto, morte e tudo que é de mal. Chora
por aparecer na pele dos africanos e por ser o motivo dos negros
serem escravizados ou considerados atrasados.

A canção da cor preta

Eu sou mais escura

Mas eles me chamam de preta

Eles dizem eu que eu sou feia

Que eu sou cor mais feia

Que significa trevas

Que significa luto

Que significa morte.

Eu sou odiada.

Será que é o meu destino?

Eu sou a mais escura

Sou odiada pelo que sou

Odiada por não ser o que eles queriam que eu fosse

Mas quem seria eu? Se eu não fosse eu.

Ó! Negros! Homens negros

Fui escrita por Deus no DNA das células da vossa pele

Olha só o que tiveste?


Por minha causa os teus braços e as tuas pernas vestiram as correntes da
escravidão

Por minha causa és chamado como eu

Preto.

Acorrentaram a tua mente no auto-ódio

Já não queres a tua natureza

Já não vês a tua beleza.

Ó negros! Eles te ensinaram que tu és feio

Que és um tolo casmurro

Desorganizado

Atrasado

Iletrado

Eles te odeiam

Por ser como eu

Preta.
 Este é um poema que mexe com a alma. Este poema traduz a
realidade de muitas pessoas. Aquelas que vivem nas ruas sem
família, deficientes. O sujeito lírico diz: “era como um cadáver
respirando no esgoto da esquina”. o sujeito queria dizer que via um
menino, abandonado esfomeado quase que morto. Apenas espera
que a morte feche os seus os olhos para sempre.

Há um ninguém com fome na ponte

Na noite fria e azul eu vi um ninguém com fome na ponte

Dormia sem sono na cama de papelão

Era como um cadáver respirando no esgoto da esquina

Parecia um semi-morto jogado na ravina

Enquanto eu via aquele ser vivo com fome na ponte

vi que era um menino

Chamava-se Constantino

Aih! aqueles olhos cegos não paravam de soltar lágrimas.

Para o Constantino

Viver era o seu castigo

Há um ninguém com fome na ponte

Ele se chama Constantino

Descoberto no frio de cacimbo

É um que ninguém sabe que existe


E ele não sabe que a felicidade existe.

Sonetos da namorada fantasma

Eu sou tua namorada

Que dormiu e acordou morta

Naquela madrugada passada

Por ser uma alma torta

Eu sou a tua namorada

Meu corpo tem cheiro de morte

Me chame Bela fantasma

Porque eu sou a rainha da noite

Eu sou a tua namorada

A mulher que sumiu

A namorada apaixonada

Aquela que a terra engoliu

Eu sou tua namorada

Que já não pertence ao teu mundo

Eu amo o cheiro do seu sono

Com a voz do meu coração mudo


Uma criança chora no meio da noite

Uma criança chora no meio da noite

Chora como se nunca tivesse sorrido

Chora como nunca chorou

Chora! Chora no meio da noite

O seu choro aleija as almas

Seus soluços assassinam a tranquilidade

Seus gritos propagam insónias

Chora e continuar chorar no meio da noite


 Este é o poema mais longo e mais bonita desse livro. Este poema é
uma conversa. De um jovem e uma jovem. No principio a jovem
mulher não confiava nos homens porque tinha sido magoada por
seu antigo namorado. Todo poema é uma conversa, onde no
princípio o jovem a consola a jovem mulher com as suas sábias
palavras e depois acaba por se apaixonar por ela e ela por ele. E
depois se casam e nasce uma filha do casamento deles. A filha
cresce e depois morre. Cada paragrafo é a fala de uma personagem
ao ler poderás identificar quem esta falando.

A história que não terminei

Não precisei ser boa na matemática para entender que HOMEM=HOMEM.

É! Homem é igual a homem.

Ó mulher! Não mates a tua crença em nós com a bala dessa mentira!

Como deveria eu acreditar que estas palavras são falsas? Eu mesma bebi o
veneno do meu homem, e nunca provei o antídoto.

Mulher, mulher! Não abandones a tua verdade. Não culpes todas as rosas
se o espinho de uma te magoou.
Ó homem defensor dos homens, você não conhece o coração de uma
mulher! De onde te baseias para os defender? Olhe em sua volta, o mundo
está empanturrado de homens que coleccionam corações partidos.

Donzela! homem algum possui coração de ferro, quem defenderia os


homens inocentes? Se eu não fosse defensor!

Onde estão? Onde estão os inocente que eu não os vejo? Apenas vejo
homens condenados, condenado a ser escravo do próprio apetite.

Porque trancar o coração Donzela? Por que querer ser cega, se ainda não
viste a beleza da vida!

Não chame minha descrença de cegueira. Ó homem defensor. Porque


insistes em me persuadir?

Ó mulher desabada! Porque ainda perguntas? Olhe teu mundo sombrio de


homens clones, monstros e bichos. Até o sol sente vergonha de brilhar.
Ainda perguntas porque eu insisto?

Quisera eu ressuscitar a minha falecida esperança. Estou presa neste mundo


sombrio, acorrentada nas sombras. Sim! Quem és tu? Que saberá como
libertar!

Eu não sou um deus! Donzela. Sou apenas um homem, mas não significo
incapaz.

Ó simples homem! Poderias tu ensinar-me a não sofrer? Olhe para os meus


olhos! Para que mais eles servem se só sabem lacrimejar!
Donzela triste! Por que ainda castigas o coração? Por que ainda desperdiças
as tuas lágrimas?

Ouça meu consolador! Era o amor dele que me castigava.

Venha! Não chores mais. Não proíba o seu coração de pulsar. Siga em
frente Donzela! Arranque esse fantasma da tua sombra.

Como seria bom se as tuas palavras fossem feitiço! De um jeito mágico


tombaria essa febre e mudaria a circunstância.

Ó mulher carente! O universo precisa de equilíbrio. Será que não entendes?


Será que não sabes que é preciso chorar para sorrir? Que é preciso sofrer
para ser feliz?

Não! Como poderia entender! Porque devo sofrer para ser feliz? Me Diz.

Ó mulher! Será que podes responder? Porque existe o dia e a noite? Porque
existe a vida e a morte? Ó mulher carente! Deveria tu entender que o
universo precisa desse equilíbrio. Será que o universo estaria equilibrado se
não existisse a morte? Será que saberias o que é ser feliz se não soubesses o
que é sofrer? Será que saberias que dia é dia se não soubesses o que é uma
noite?

Aaaih!! Olhe como as palavras fogem da minha boca, olhe como a minha
mente não encontra uma resposta. Ainda que for uma pequenina para
justificar que não estas certo. Ó homem consolador! Você está me
vencendo! Você está me convencendo! Você está a me ensinar a pensar.
Que não existiria o sorriso se não existisse o choro, que não existiria o
amor se não existisse o ódio. Que é preciso dois lados oposto para o
equilíbrio do universo.
Ó Donzela animada! Agora Alegre-se por ter chorado, saltite por ter
perdido, ame-se por ter estado só. Porque chegou a tua vez.

Estou livre agora, já não sou prisioneira daquela sombra e daquele


fantasma. A ti dou graça! Ó homem consolador! Onde estaria eu no ano
próximo? Graças as tuas sábias palavras ainda estarei aqui.

Ó princesinha! Não consegui assistir a tua morte. Ainda tinha muitas


risadas que a tua boca não tinha despido.

Meses depois

Declarações

Conservarei um lugar aqui, neste coraçãozinho, só para você! Ó meu


consolador. Venha, venha mocinho! Faça parte da minha vida, me mostre
que nem todos homens são clones.

Com são belas as tuas expressões de amor! As tuas palavras são doces.
Como poderia eu resistir aos teus encantos?

Chegue mais perto homem! E não tenhas medo. Eu posso abrir novamente
o coração.

Estou aqui! Ó mulher carente! Vim para te arrancar esse vazio.


Arranque-o dentro de mim sem demora! Porque preciso estar cheia de
você.

Ó sinónimo da minha vida. Desde o dia que conversamos eu te amei


lentamente. Eras uma mulher amarga mas agora sou escravo das tuas
delícias.

Levanta-te meu amado vem comigo. Seja mais do que melhor amigo

Eu te amo. E eu te amarei. Seria perfeito se já me amasses

Ó meu amante! Não tenhas pressa de ser amado. O meu coração já pertence
a você. Só mereço só mais um tempinho.

Tens todos os segundos, todos os minutos, todas as horas, todos dias, todas
as semanas, todos os meses, todos os anos, todas a décadas, todos séculos e
todos os milénios.

Meu querido! Meu amado! O coração de uma mulher apaixonada é como


uma mula. Olhe! meu amante! Como meu coração indomável foi domado
pela cor dos teus olhos.

O primeiro amor

Se aproxime e não tentes resistir a isso. Apenas feche os olhos e sinta os


meus lábios tocando os seus. Olha! Olha como nossos corações se
descompassam!

Ó! meu amado! Estou gemendo de cabeça aos pés. Olhe meu corpo! Não
mais obedecem a mim. Ó! agora obedecem ti!
Deixe me regar o teu jardim, deixe-me ser o sol para aquecer a tua alma!

Venha para minha cama. Me leve para céu sem me tirar do colchão, una
seu corpo com o meu e sinta na tua pele a minha respiração.

Ó companheira minha! Eu morreria por esse momento. Eu hei-de consumir


todos seus beijos e me embriagar eternamente dessa paixão.

Meu amado! Meu pecado. Ó! Que pecado tão doce! Que Deus perdoe a
minha loucura e que seja eterno essa ternura.

No casamento

Olha como ficas de véu e grinalda! Vestida de branco, até pareces um anjo!

Ó! Meu amado! Olha essa tua gravata vermelha! Você nem faz ideia como
me deixa excitada!

Minha noiva adorada! Porque não guarda isso para cama?

Meu noivo adorado! Como poderia eu disfarçar o que sinto?

Olhe para sua volta! Minha querida! O mundo testemunha o nosso começo.
Coloque esse anel no seu dedo. Significa que sempre estarei contigo.

Meu super-homem! Faça de mim tua para sempre

Minha super mulher! Jamais será esquecida, foram muitas na minha vida
mas foste tu a escolhida.
Meses depois

1+1=3 . Ó! Meu querido! Se eu perguntasse ao Pitágoras! Eu


estou matematicamente errada! Mas se eu perguntar a Deus, eu estou
biologicamente certa. Cresce no meu ventre o fruto da nossa união.

Quão boa és tu! Quão bom é me presenteares com esse doce milagre. Eu +
você = nosso(a) filho(a). Quão bom! Seremos agora 3.

No parto

Ai! Ai! Ai! Que dor! Amor! Amor! Amor! A minha bolsa estoirou! Ela
escolheu agora!

Ó! Minha querida! Vamos! Vamos! Que venha nós hoje a nossa pequenina.

Ó! Meu marido! venha! Venha já! Venha ouvir o choro que nos deixa
alegre! Já! Sim! Chegara! Aquela que te intitulará de pai.
Ó! Ó! Ó! Que alegria! Meu amor! Os meus olhos deixam cair agora um
belo par de lágrimas risonhas. Você me deu mais uma vida.

Veja! A beleza da vida! Quão doce é a sensação de sentir os meus mamilos


nessa boca inocente! Quão bom! Ai! Quão bom! Senti-la sugar o meu leite!

Ó! Meus anjo terrestre! Vocês merecem minha vida. Estarei eu aqui para
surrar-vos de amor.

18 anos depois

Ó minha filha! Veja como tempo não perdoa! Cadê aquela menininha
descalça, mãe de todas daquelas bonequinhas? Cadê aquela menina com
aquele sorriso aberto! Que exibias entre os dentes incompletos? Ó minha
menina! Como já não és uma menina! Esses teus seios erguidos deram-te o
significado de mulher. Hoje os meninos te oferecem olhares, profetizam sol
de mel num castelo no céu. Ainda dizem que te adoram, ainda te dizem que
és uma deusa, ainda te dizem que és uma princesa. Ó filha minha! Eles só
idolatram a tua beleza. Agora és uma mulher!

Ó meu senhor! Meu pai! Quão belo é! O teu amor. Que doçura tem esse
amor! Quero beber a tua sabedoria. Quero pisar as tuas pegadas. Ó meu
pai! O meu pedaço Maior. Sou fã da tua garra, sou fã da tua fidelidade, sou
fã do teu amor, sou fã da tua protecção sou fã de ser tua filha. Meu pai
amado!

Ó! Pedaço meu! Como é doce ser doce! Sou bem mais doce por ser a tua
cúmplice, tua aliada! Tua velha. Sim! Aquela que está escrita no sangue
que circula em ti. Ó filha minha! Meu amor de mãe é mais forte que tudo!
De tudo que os teus olhos são capazes de observar.
Ó velha minha! Por 9 meses, o teu útero era a minha morada. E enquanto lá
estava, nada me faltava. Quando percebi que de lá, eu já não estava! Eu
chorei! Eu chorei e chorei! Não podia continuar aí porque estava
crescendo. A casa tornou-se pequena para mim. Por isso decidi sair. Depois
que saí, lá estavas tu para cuidar de mim. Você me alimentou, você foi
minha enfermeira, você foi minha faxine ira, você foi minha costureira
você foi meu tudo. Ó velha minha! Que humano deveria merecer mais
amor do que Tu?

6 Meses depois

Filha doente.

Minha filha minha anja! Quão coitada você está! Não suporto te olhar
enferma aprisionada no teu leito! Maldita seja essa enfermidade! Ó
enfermidade maldita! Porque não a abandones? Porque me feres com a dor
da minha menininha? Porque não tens tu, pena das minhas lágrimas? Ai!

Filha minha filha minha! Olhe para tua velha que não quer parar de chorar!
Ninguém aqui aprendeu a sentir falta sua falta. Então não vá! Não nos
castigue com a tua ausência, não queremos ti ver só na saudade não!

Ó Deus! Não estou preparado! Nunca me preparei para vê-la partir. Seria
eu a partir antes dela. Então porque ela se vai? Que mal fiz eu para merecer
ausência dela?

Ai! Meus amores, meus pais, não chorem lembrem-se que onde quer que
eu estiver eu amo vocês.

Luto

Morte da filha

Acorde! Acorde! Abra os olhos! Naaaaaaaaão!


WAWÉ, AYWÉ! Aaaaaaaiii!!!!! Filha! O calar do teu coração quebrou o
meu. Não te deixei viver para te ver a morrer. Porque foste embora filha!
Porque deixaste a mamãe sem você?

Porque deixaste o papai sem você? Ó filha minha! Que da terra será
engolida. O tempo te dissolverá em cada partícula. Dói! Dói! Dói mais que
2 mil tiros!

Maldita saudade, maldita saudade!

Não sei chorar essa dor! Amor Estou...

Caxico matumbo

Não serei o caxico das vossas burrices

Nem o macaco para as vossas bananas.

Não sou caxico matumbo.

Eu não sou cego e muito menos imbecil.


Dizer quem é feio

Dizer quem é bonito

É sinónimo de ser matumbo .

Alguém em um certo dia

Chamou uma certa aparência de feia

E outra de bonita.

Mas eu chamo qualquer aparência de diferentes.

Sol é diferente da lua

Então eu não julgo

Qual dos dois é feia

Ou bonita.

Para mim

São diferentes

Isso significa não ser matumbo.

Como seria o universo se tudo fosse igual?

Se as flores fosses iguais?

Se os animais fossem iguais?

Se os rostos dos humanos fosses iguais?

Que monotonia!

Que mutumbisse e caxiquisse de muitos!.


Os meus filhos que morreram antes de viver

Os filhos que eu não fiz

Secaram no chão

Sem carne, sem nome

Sem tudo

Sem nada
Para onde iriam?

Além do chão

Além colchão

Além de mim?

Meus espermatozóide.

Homem miserável

Não amei ninguém a não ser a mim mesmo.

Só proferi algumas palavras sem sentido.

Naquela fome do sexo.

Eu
Beijava sem beijo

Desejava sem desejo.

Nunca amei ninguém além de mim mesmo.

Só queria doçura não importava de quem

Não importava quem ferisse

Não importava quem destruísse

Só queria doçura

Eu

Não amei ninguém além de mim mesmo.


Panelas vazias

Eu fui apressadamente para o quarto das panelas

Sim! Aquele quarto onde elas ficam.

Acho que se chama cozinha

Quando avistei aquelas panelinhas

Elas estavam vazias


Ó! Aquele maldito vazio

Aquele que aniquilava as minhas forças.

Máquina do Tempo

Nessa máquina do tempo escolho o primeiro destino

Então eu viajo na nossa PRIMEIRA VEZ…

Olho o nosso primeiro olhar

Sento para o nosso primeiro encontro


E ouço a primeira palavra caindo da sua boca

Enquanto viajo na nossa PRIMEIRA VEZ…

Beijo nosso primeiro beijo

Abraço o nosso primeiro abraço

E conto a nossa primeira hora

Lá vou eu sempre viajando na nossa PRIMEIRA VEZ e enquanto faço


isso…

Sorrio o nosso primeiro sorriso

Brigo a nossa primeira briga

E te entrego a primeira flor

Ainda não saí da nossa PRIMEIRA VEZ por isso….

Sinto o nosso primeiro delírio

Espero no sonho nossa primeira filha

Sonho o primeiro sonho que faço o nosso primeiro amor.

Nessa máquina do tempo escolho o segundo destino

Então viajo no AGORA…

AGORA onde você está?

Eu estou palco da sua alma

Te colocando em mim,

Te tornando o sinónimo da minha satisfação

Sem ser mandrião em te oferecer todo esse coração

Neste AGORA….

Gira o sol na terra e há girassol na terra

Então sem ser insólito insolente me torno assassino das tuas tristezas.

Neste AGORA eu sou o fugitivo


Aquele que foge tua distância, aquele que foge a tua ausência

Aquele que foge a tua saudade, aquele que foge a tua indiferencia

Neste AGORA… não preciso caminhar sozinho porque eu preciso pisar no


teu caminho

Nessa máquina do tempo escolho o terceiro destino

Eu vou com muita velocidade até quando TEREMOS E quando


SEREMOS

TEREMOS dois corações batendo ao mesmo tempo

Quatro-olhos se olhando ao mesmo tempo

Quatro pulmões respirando mesmo ar

Dois lábios esperando se tocar

Quatro patas pisando mesmo solo

Quatro mãos segurando um num outro

Dois cérebros pensando a mesma coisa

E Duas vida partilhando a mesma história

SEREMOS como arca e tesouro

Como diamante e o ouro

Como abelha e o mel

Como as estrelas e o céu

Como a chave e a fechadura

E como a noite e a lua

SEREMOS assim…

Ainda que as rugas te sugar a beldade e o tempo se encarregar em pintar


seu cabelo grisalho
SEREMOS assim…

Ainda que um acidente silenciar a tua beleza exterior

SEREMOS assim…

Ainda que a vida nos condenar a penúria

SEREMOS assim

Ainda que o mundo apedrejar o nosso amor

SEREMOS assim…

Ainda que houver ocasiões balbúrdias

SEREMOS assim…

Sonetos da Borboleta Azul

Minha borboleta azul

Vejo a vida nos teus olhos

O teu coração está nu

Nu de um amor eufórico

Vagueias num céu azul

Minha borboleta azul

Para onde levas as tuas asas?

Aqui o vento tem mais sabor

Sei que já não és uma lagarta

Mas eu continuo a mesma flor


Minha borboleta azul

Azul como céu azul como mar

As minhas folhas farfalham almejando te alentar

Aplaudo as tuas belezas que adornam a natureza

Minha borboleta azul hó! Minha linda borboleta

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