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AULA 01 – FISIOCURSO

CLASSES DE PALAVRAS
São dez as classes de palavra: artigo, substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, conjunção e interjeição. Podemos diferenciar estas classes através de alguns
critérios distintivos. O primeiro destes critérios refere-se à capacidade de um vocábulo em
flexionar-se:

Palavras variáveis Palavras invariáveis


Artigo, substantivo, adjetivo, numeral, Advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
pronome e verbo.

O segundo critério é semântico, isto é, a idéia expressa por determinadas palavras,


como por exemplo: nomear seres e coisas (substantivo), dar características a seres (adjetivo)
etc.
O terceiro diz respeito a sua posição e função ao se relacionar com outras. A figura
abaixo resume de forma concisa a relação entre as classes de palavra:

Passemos, então, a ater-nos nos elementos centrais de algumas classes de palavra:

Gênero dos substantivos


Masculino – substantivo a que se pode antepor artigo masculino. Ex.: o amor, um sonho, o
livro etc;
Feminino – substantivo a que se pode antepor artigo feminino. Ex.: a justiça, a esperança,
uma ave, etc;
Comum de dois – substantivo uniforme a que se pode antepor artigo masculino ou feminino.
Ex.: o/a artista.
Sobrecomuns – substantivo uniforme que se refere a pessoas de ambos os sexos. Ex.: a
criança (menino/menina).
Epicenos - substantivo uniforme que se refere a animais ou vegetais de ambos os sexos. Ex.:
a onça, a cobra.

Número dos substantivos


Formação do Plural
 Os substantivos terminados em vogal ou ditongo são acrescido de -s a sua forma singular.
Ex.: garoto – garotos, mesa – mesas, moça – moças

 Os substantivos terminados em -ão apresentam três possibilidades:


a) A maioria (na qual incluem-se todos os aumentativos) muda a terminação para -ões. Ex.:
opinião – opiniões;
b) Outros fazem plural em -ães. Ex.: alemão – alemães, cão – cães, pão – pães;
c) Poucos oxítonos e todos os paroxítonos seguem a regra do acréscimo simples de -s. Ex.:
cidadão – cidadãos, cristão – cristãos, bênção – bênção.

 Os substantivos terminados em consoante formam plural acrescentando-se -es ao singular.


Ex.: mar – mares, feliz – felizes, gravidez – gravidezes.

 Alguns substantivos terminados em consoante possuem flexão diferente:


a) Paroxítonos terminados em -s e -x são invariáveis. Ex.: o lápis – os lápis, o atlas – os atlas,
o tórax – os tórax;
b) Substantivos terminados em -al, -el, -ol, -ul substituem o -l por -is. Ex.: animal – animais,
papel – papéis, farol – faróis;
– Excetuam-se as palavras mal, real (moeda antiga), cônsul e seus derivados, que fazem
plural respectivamente em males, réis e cônsules.
c) Substantivos oxítonos terminados em -il mudam o -l em -s. Ex.: barril – barris, fuzil – fuzis;
d) Substantivos paroxítonos terminados em -il substituem essa terminação por -eis. Ex.: fóssil
– fósseis, réptil – répteis;
e) Os monossílabos cais, dez e xis são invariáveis;

Plural dos nomes com sufixo diminutivo


Para se flexionar um diminutivo no plural, deve-se tirar-lhe o radical, flexioná-lo no
plural, retirar-lhe a desinência de número, colocar novamente o sufixo e só então repor a
desinência.
Ex.: pãozinho
1)retirar o radical = pão
2)flexionar no plural = pães
3)retirar a desinência = pãe
4)colocar o sufixo = pãezinho
5)repor a desinência = pãezinhos

Plural das palavras compostas


1. Substantivos
 Substantivos compostos sem hífen seguem a mesma regra dos substantivos. Ex.: girassol –
girassóis.

 Substantivos compostos por hífen, em regra geral, variam normalmente, os flexionando


separadamente e posteriormente os reunindo. Ex.: amor-perfeito – amores-perfeitos;
abaixo-assinado – abaixo-assinados.

 Verbo, normalmente, permanece no singular. Ex.: beija-flor – beija-flores

 Quando o 2º elemento limita o significado do 1º, isto é, lhe indica semelhança ou finalidade,
somente o 1º elemento vai para o plural. Ex.: caneta-tinteiro – canetas-tinteiro (canetas
do tipo tinteiro); banana-maçã – bananas-maçã (bananas do tipo maçã).

 Quando a palavra composta é unida por preposição, somente o 1º elemento varia. Ex.: pé-
de-moleque – pés-de-moleque; mula-sem-cabeça – mulas-sem-cabeça.

 Em compostos de palavras iguais, somente o segundo varia . Ex.: reco-reco – reco-recos.


Quando são verbos repetidos, aceita-se a flexão dos dois elementos. Ex.: pega-pega –
pega-pegas. Caso o 2º verbo seja o oposto do 1º, a palavra resta invariável. Ex.: o perde-
ganha – os perde-ganha.

 Em compostos que reproduzem sons, apenas o 2º elemento irá para o plural. Ex.: tique-
taque – tique-taques.

2. Adjetivos
Regra geral, apenas o 2º elemento da composição varia. Ex.: instituto afro-asiático –
institutos afro-asiáticos.
Excetuam-se:
a) A palavra surdo-mudo, que faz plural em surdos-mudos.
b) Adjetivos referentes a cores, que ficam invariáveis quando o 2º elemento da composição
é um substantivo. Ex.: uniforme verde-oliva – uniformes verde-oliva.
c) Os adjetivos azul-marinho e azul-celeste, que são invariáveis.

Uso de advérbios
Um advérbio serve, fundamentalmente, para modificar um verbo, ou ainda, dar ênfase
ao sentido de um adjetivo, de um outro advérbio e, até mesmo, de toda uma frase,
adicionando ao significado desses termos uma circunstância de tempo, modo, intensidade,
afirmação, negação e dúvida.

afirmação sim, certamente, realmente etc.


dúvida acaso, porventura, provavelmente, talvez etc.
intensidade bastante, bem, demais, mais, menos, meio, muito, pouco, quanto etc
lugar abaixo, acima, aí, além, ali, aquém, atrás, dentro, forma, longe, perto etc.
modo assim, bem, depressa, devagar, mal, melhor, pior, e quase a totalidade dos
terminados em -mente
negação não
tempo agora, ainda, amanhã, antes, cedo, depois, hoje, já, logo, nunca, ontem,
sempre, tarde etc.

Obs. Quando um advérbio modifica um adjetivo ou outro advérbio, obrigatoriamente denota a


circunstância de intensidade.

Coesão textual
Nenhum texto pode ser classificado como tal apenas por apresentar uma seqüência de
frases, deve, para obter textualidade, encadeá-las semanticamente, criando uma espécie de
teia textual, na qual as informações se interligam e criam sentidos maiores. O mecanismo que
produz esse encadeamento chama-se coesão.
Há formas de coesão realizadas através de mecanismos gramaticais, já expressos, e
outras onde esta se constitui como uma relação semântica entre um elemento do texto e
algum outro elemento crucial para sua interpretação, dando a possibilidade de, nesses casos a
referência estar no próprio ato da comunicação.
Enfim, pode-se afirmar que o conceito de coesão textual diz respeito a todos os
processos de seqüencialização que asseguram (ou tornam recuperável) uma ligação lingüística
significativa entre os elementos que ocorrem no texto.

a) Coesão referencial
Uma das formas de se coesionar um texto é fazendo referências a termos do texto ou
do contexto. Tome-se a frase abaixo como exemplo:
Vi Maria ontem. Devolvi-lhe, então, seu livro.
O pronome "lhe" faz referência ao termo "Maria", retomando-lhe na construção. Quando
ocorre de o termo referir-se a outro anterior dá-se o nome referência anafórica. Um outro
exemplo:
Ao chegar à porta da empresa, lia-se esta placa: não há vagas.
Neste caso, o pronome "esta" faz referência a um termo que lhe sucede. Quando o
termo faz esse tipo de referência diz-se que esta é catafórica.

b) Coesão semântica
Trata-se da substituição de um termo por outro do mesmo campo semântico, seja
equivalente, sinônimo, hiperônimo ou hipônimo. As frases abaixo exemplificam esse tipo de
coesão:
Havia um menino bom de bola no treino. O garoto era mesmo fantástico.
Robinho diz estar ansioso para estrear no mundial, contudo o jogador adota o conhecido
discurso da humildade.
O cardiologista receitou-me exercícios físicos, o médico disse-me que eu estava sedentário.

c) Coesão elíptica
Consiste na omissão de um termo anterior em uma ocorrência posterior, indicando-se-
lhe pelas formas verbais ou pronominais do discurso.
O deputado conversou com repórteres ontem em Brasília; (ele) afirmou que aceitará a decisão
do Conselho de Ética.

d) Coesão sintática
Advém do uso de conectivos para estabelecer relações de sentido entre duas sentenças,
marcando-lhes dependência sintática ou semântica, isto é, relações de subordinação e
coordenação.
Penso. Logo, existo.
Se você me desse uma chance, poderia provar que sou competente.
Não fui ao clube nem ao parque, porque estava doente.

No auxílio destas noções de coesão, faz-se necessário o conhecimento gramatical sobre


elementos que funcionam como seus mecanismos. Ainda que não haja a necessidade de um
estudo aprofundado em todas as particularidades da classe, a noção sobre algumas de suas
funções e classificações é obrigatória para o entendimento dos precessos coesivos.

Pronome
É a palavra que designa os seres, ou a eles se refere, em caráter estritamente
gramatical, isto é, em jamais nomeá-los nem conferir-lhes um conceito determinado. O
pronome determina a posição do ser no espaço comunicacional, denotando as três pessoas do
discurso: 1º (quem fala), 2º (com quem se fala) e 3º (de quem se fala).

Pronomes pessoais
São aqueles que se referem diretamente às pessoas do discurso. Dividem-se em dois
casos: o reto, possuindo função de sujeito ou predicativo; e o oblíquo, com função de
complemento. Este último se divide em dois: os átonos, usados sem preposição; e os tônicos,
sempre regidos de preposição.

Retos Oblíquos
Átonos Tônicos
Si eu Me mim, comigo

ng
ul tu Te ti, contigo

ar
3º ele / ela Se, o / a, lhe si, consigo, ele / ela
Pl nós Nos nós, conosco

ur
al vós Vos vós, convosco

3º eles / elas se, os / as, lhes si, consigo, eles / elas

Pronomes possessivos
Estabelece uma relação de posse com as pessoas gramaticais, ou simplesmente denota
uma referência a cada uma delas.

Pessoa Forma coloquial


Forma Culta
S 1º meu, minha, meus, minhas
g 2º teu, tua, teus, tuas Seu, sua, seus, suas, de você
. 3º seu, sua, seus, suas dele, dela
1º nosso, nossa, nossos, nossas
P
2º vosso, vossa, vossos, vossas Seu, sua, seus, suas, de vocês
l.
3º seu, sua, seus, suas deles, delas

Pronomes demonstrativos
Assinala a posição do objeto designado em relação às três pessoas do discurso. Pode
fazer referência não só ao espaço físico, como também aqueles temporais e até a elementos
do próprio texto.
Pessoa referida Formas variáveis Formas invariáveis
1º este, esta, estes, estas isto
2º esse, essa, esses, essas isso
3º aquele, aquela, aqueles, aquelas aquilo

Pronomes relativos
O pronome relativo possui duplo papel dentro da frase: faz referência a um termo
anteriormente expresso – chamado antecedente – substituindo-o na construção; ao mesmo
tempo em que atua como um conectivo, introduzindo uma oração subordinada adjetiva ao
antecedente. Assume sempre uma função sintática dentro da oração que pertence,
distinguindo-se, assim, das conjunções.
São pronomes relativos: que, quem, o qual/a qual/os quais/as quais, quanto
(precedido de tudo), quantos (precedido de todos), cujo/cuja/cujos/cujas, onde.
Ex.: O sol que brilha em Brasília é muito quente.
No exemplo acima podemos perceber que há duas informações conectadas em um
único enunciado (o sol é muito quente; o sol brilha em Brasília). O pronome toma o lugar do
elemento presente nas duas sentenças, desempenhando seu papel conectivo na estrutura
final.
Conjunção
Palavra ou expressão invariável, de valor puramente gramatical, servindo para conectar
duas orações ou termos de idêntica função, estabelecendo uma relação de coordenação ou
subordinação.

Coordenativas
São aquelas que “coordenam” dois membros da oração, duas orações ou, até mesmo,
dois períodos. São divididas em cinco tipos:

Aditivas e, nem
Adversativas mas, contudo, entretanto, no entanto, porém, todavia
Alternativas ou, ora...ora..., ou...ou..., quer...quer..., seja...seja...
Conclusivas logo, pois (depois de verbo), portanto, por isso
Explicativas que, porque, pois (antes do verbo)

Subordinativas
São aquelas que têm por função “subordinar” uma oração a outra, ou a qualquer
membro do período. São divididas em dez tipos:

Causais como, porque, já que, visto que


Comparativas mais/menos...que (do que), tal... qual, como
Concessivas embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que
Condicionais se, caso, desde que, a não ser que
Conformativas conforme, consoante, segundo, como
Consecutivas tal/ tanto... que, de maneira que, de modo que
Finais a fim de que, para que, que
Integrantes que, se
Proporcionais à proporção que, à medida que, quanto (mais/menos)
Temporais quando, enquanto, mal, antes que, assim que, depois que, logo que

Palavras denotativas
São palavras que, por não exprimirem propriamente uma circunstância, classificam-se à
parte, sem nome especial. Denotam inclusão (até, inclusive, mesmo, também, etc), exclusão
(apenas, salvo, senão, só, somente etc), designação (eis), realce (cá, lá, é que, só etc),
retificação (aliás, ou antes, isto é, ou melhor etc) ou situação (afinal, então etc).
Em uma análise, se nos depararmos com uma destas palavras que não modificam o
verbo, nem o adjetivo, nem outro advérbio, convirá dizer somente: palavra ou locução
denotadora de inclusão, exclusão etc.
Hipotaxe, hipertaxe e parataxe
(princípios de coordenação e subordinação)

A hipotaxe consiste na passagem de um termo de um nível superior para um estrato


inferior. Tome-se como exemplo a oração "choverá amanhã". Esta oração guarda
independência, pode aparecer em um parágrafo ou texto. Já em "Não sei se choverá amanhã"
ou "Acho que choverá amanhã", a mesma oração passou a ser utilizada como termo da outra
oração (no caso, o objeto dos verbos "sei" e "acho"), ou seja, funcionando como se fosse um
substantivo. É esta mudança de nível a que dá-se o nome de hipotaxe.

A hipertaxe é a passagem inversa: um terno de um nível inferior funcionando como


estrutura superior. Pode-se exemplificar de tal forma: um sufixo – -ção, por exemplo -
funcionando em um discurso como uma palavra, como em: – Escreve-se absolvição ou
absolvimento? – ção. Percebe-se que, neste caso, o sufixo assuimiu o valor de palavra.

A parataxe representa a condição de sentenças ou termos que não guardem entre si


dependência sintática, isto é, funcionem como estruturas equivalentes, combinando-se de
forma a construir relações de dependência comuns a estruturas simples desse mesmo estrato.
No exemplo: Ricos homens e lindas mulheres visitaram os bastidores da fórmula 1. Os termos
"ricos homens" e "lindas mulheres" funcionam como uma única estrutura combinada, de valor
equivalente.

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