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TEXTO NOVIDADE E VELHARIA:

• Rachel de Queiroz utiliza uma descrição mais humana da seca, fugindo dos
lugares comuns do drama do sertão nordestino. Retira ,assim, novidade da
velharia (termo de Agripino Grieco).
• Desloca a temática do romance para a problemática da ligação do homem com a
terra. (O naturalismo focava a desgraça da seca).
• A ligação com a terra está na base do enredo: do romance de Vicente e
Conceição e da retira de Chico Bento.
• Contraste entre Vicente (representa um ideal masculino de ligação com a terra) e
o irmão bacharel.
• Oposição entre o sertão e a cidade
• Conceição ainda está presa à visão da elite rural
• Problemas que não apareciam no romance naturalista: vida no campo x vida na
cidade, realização intelectual x maternidade, arcaico x moderno.
• Novidade: Chico Bento não é um pequeno proprietário, como os personagens
enfocados em A Fome e A Bagaceira. È um empregado, um vaqueiro. Sendo
assim, sua desgraça não é resultado apenas da seca, mas de como os fazendeiros
lidam com ela.
• O sofrimento humano causado pela seca tem raízes sociais. Essa é a diferença
marcante entre O Quinze e os romances naturalistas.
• Simplicidade da narração da fome (novidade) x pitoresco da narração naturalista
da morte de Josias (trecho em que Josias come mandioca brava e de sua morte)
• ARGUMENTO CENTRAL: Em O Quinze, somente o apego à terra é capaz de
trazer alguma coisa de bom para quem vive no campo. Para quem não tem esse
apego é preciso integrar-se à cidade e buscar realização pessoal e social nos
meios que a nova vida urbana aponta como os eficientes (é essa a busca de
Conceição. Oposição de gerações – Conceição x Avó)
• GRANDE MARCO DA RENOVAÇÃO no aspecto temático: trabalha com dois
planos de narrativa ligados a um problema (apego à terra), cruzando-se os
personagens que protagonizam cada um dos planos.
• Característcia do romance de 30: Diminuiu-se a distância entre o narrador e os
personagens e se desfolclorizou a fala dos personagens pobres, gerando uma
linguagem literária no Brasil.

TEXTO LITERATURA E SUBDESENVOLVIMENTO

• Classifica em fases literárias os períodos entre 1920 e 1940.


• Fase de consciência amena de atraso (idéia de ‘país novo’): até 1930.
- Interesse pelo exótico, esperança, respeito pelo grandioso
- estado de euforia, afirmação nacional
- fase do romantismo (Canção do Exílio)
- compensava o atraso material por meio da supervalorização dos
aspectos regionais.
- ideologia que acreditava que a instrução acabaria com o atraso
- os intelectuais se excluem do contexto de incultura e se consideravam
um grupo à parte. Como o ambiente não os podia acolher culturalmente,
projetavam-se para a Europa e se consideravam equivalente aos europeus.
- uso de línguas estrangeiras nas obras
- aristocratismo alienador
- cópia das tendências
- exotismo
- Redução dos problemas humanos a elemento pitoresco (naturalismo,
regionalismo)
- regionalismo pitoresco

• Fase de consciência catastrófica de atraso (idéia de ‘país subdesenvolvido’) após


1930:
- ficção regionalista
- Romance social
- maioridade literária
- contribuição original
- a dependência começa a caminhar para uma interdependência cultural.
- o que era imitação vaio cada vez mais virando assimilação recíproca
- consciência da crise
- literatura engajada
- regionalismo problemático, romance social, romance do nordeste =
precursor da consciência de subdesenvolvimento
- superação do otimismo patriótico
- pessimismo diferente do pessimismo naturalista (homem pobre como
atraso ao progresso) x homem pobre como conseqüência da exploração
econômica das classes dominantes e não do seu destino natural.
- linguagem espontânea e irregular

TEXTO A REVOLUÇÃO DE 1930 E A CULTURA

• Os anos de 1930 geraram uma movimento de uificação cultural, projetando


nacionalmente os fatos regionais.
• Os anos 1930 foram de engajamento político, religioso e social
• Reforma no ensino do país, criação de universidades
• Passagem do projeto estético (anos 1920) para o projeto ideológico (1930).
Jorge Amado declara em seu livro Cacau “tentei contar neste livro, com um
mínimo de literatura para o máximo de honestidade...” Honestidade não seria
compatível com literatura. Como uma tese a ser ilustrada pela ficção. Perde-se
em estética (defendida pelo modernismo), o que é negativo.
• Romance do Nordeste = a realidade brasileira.
• Liberdade de narração e de linguagem
• Influencia marxista – atmosfera social: escritores declaradamente de esquerda:
Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado.

TEXTO ANTES DE 30

• A Bagaceira foi o percursor do ciclo do romance nordestino


• Romances naturalistas do final do século XIX:
- representação da pobreza, os camponeses (retirantes) são vistos em
grandes blocos, desumanizados, tornando todos iguais dentro do romance.
- Os personagens das histórias são pequenos proprietários, os retirantes
pobres não têm história e aparecem em grupo.
- Exploração do pitoresco: há o desejo de chocar com descrições
naturalista da tragédia
- Não há denúncia social, a natureza e o destino são os culpados das
desgraças.
- exotismo: fala exageradamente marcada.Os mundos do narrador e do
sertanejo não se comunicam.
• Romance do nordeste, de 1930:
- os personagens pobres aparecem como protagonistas. Rachel de
Queiroz cria uma história para o retirante Chico Bento e sua família e os
representa de forma mais humana.
- representação de uma estrutura social cruel que tinha bases na
exploração da elite.
- aproximação da grafia entre o narrador e o sertanejo. Há diferenciação,
mas ela é menos marcada, e o narrador já se aproxima mais da oralidade. =
redução do exotismo da fala do sertanejo
- contribuição: desejo de aproximação com o sertanejo, ao mesmo tempo
que se tem consciência de pertencer a um mundo muito diferente do dele.

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