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extensionistas
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Me. Gabriela Würzius Zambenedetti
Mestre em Design do Centro Universitário Ritter dos Reis
gabizambe@gmail.com
Resumo
Este artigo aborda a temática da extensão universitária. Num primeiro momento, disserta-se sobre
o valor da ação extensionista no âmbito do ensino-aprendizagem e da prática projetual do design.
Em seguida, propõe-se um quadro de diretrizes para auxiliar as práticas extensionistas no campo
do design. Como prova de conceito, avalia-se o projeto extensionista Design Social Aplicado:
UniRitter & FGBS (DSA) firmado entre o Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) e a
Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais (FGBS). Conclui-se que as diretrizes são eficientes para a
avaliação de tais projetos. Elas sistematizam uma parcela do conhecimento quanto às diretrizes
gerais para a prática extensionista, ao processo de ensino-aprendizagem na extensão e ao papel do
campo do design na extensão.
Palavras-Chave: Design e educação. Design Social. Extensão Universitária. Diretrizes.
Introdução
O presente trabalho aborda a temática da Extensão Universitária e possui como principal
objetivo a proposição de um quadro de diretrizes para orientar as práticas extensionistas no campo
do Design. Entende-se que a extensão universitária é parte indissociável do ensino e da pesquisa,
formando a tríade que sustenta a atuação da universidade brasileira. Ela se caracteriza
fundamentalmente como um processo interdisciplinar e dialógico feito de trocas entre saberes
acadêmicos e populares, através do qual as instituições de ensino desempenham sua função social.
Segundo Abranches (2014), na atualidade os objetivos da extensão no Brasil podem ser traduzidos
pelo ideal de “socialização e construção do conhecimento de forma conjunta e colaborativa com a
comunidade e a universidade”. Mesmo assim, muitos estudantes e professores universitários
possuem pouca informação sobre as intenções da ação extensionista. Devido a isso, constatou-se a
universidade. Embora o educador estivesse censurado oficialmente, suas ideias eram representadas
através de outros termos que as encobriam. Freire (1977) problematiza o termo “extensão”,
refletindo sobre o sentido de estender algo a alguém, de transmitir e de doar. A noção apresenta
uma ideia de superioridade e de entrega de um conhecimento pronto. Ao contrário dessa origem,
segundo o autor, a extensão deveria ser vista como intercâmbio entre saberes e como processo
dialógico entre sujeitos.
Portanto, Freire (1977) defende que o conhecimento só existe quando há uma relação de
comunicação em que ambas as partes são sujeitos. O conhecimento é resultado da relação entre
saberes, de confrontos e buscas e, portanto, de comunicação. Assim sendo, a população não deve
ser o objeto que recebe, e sim o sujeito que participa de uma relação dialógica. Através dessas 71
ideias centrais, a Extensão Universitária passou a ser discutida como prática participativa de troca
de saberes entre universidade e sociedade. Na década de 1980, tal prática passa a ser repensada. O
caráter assistencialista foi questionado em favor da concepção de extensão como um processo de
troca de saberes que integra o ensino e a pesquisa e que apoia os movimentos sociais (NOGUEIRA,
2005).
Conforme essa nova definição, a extensão tem o papel não somente de democratizar o
conhecimento, mas também de buscar uma participação da comunidade na troca e produção de
saberes, inserindo a pesquisa acadêmica na realidade brasileira e permitindo que os cidadãos se
tornem sujeitos na construção do conhecimento, e não apenas objetos de estudo ou de transmissão
do mesmo. Assim, a extensão deve ser uma prática que interliga ensino e pesquisa com as
demandas sociais, possibilita a formação de profissionais cidadãos e fornece as bases da produção
de conhecimentos para a superação de desigualdades sociais, sendo considerada "um instrumento
incomparável de mudança" para a universidade e para a sociedade (NOGUEIRA, 2005).
De acordo com Nogueira (2005), a extensão universitária teve três políticas importantes ao
longo de sua trajetória, entre elas o Plano Nacional de Extensão Universitária (1998). Esse plano é
apoiado pela Política Nacional de Extensão Universitária (2012), que apresenta cinco diretrizes
orientadoras para a criação e implementação de ações na extensão universitária; são elas: Interação
Dialógica, Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade, Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-
Extensão, Impacto na Formação do Estudante e Impacto e Transformação Social. Essas diretrizes
são o principal insumo para a proposta da primeira dimensão do quadro de diretrizes, referente à
prática extensionista. No entanto, a diretriz “impacto na formação do estudante” foi considerada
na segunda dimensão de diretrizes de ensino-aprendizagem, e a diretriz “impacto e transformação
social” não foi contemplada devido a sua complexidade, uma vez que exige indicadores para
avaliação. A seguir, apresenta-se a primeira dimensão do quadro de diretrizes.
Estas diretrizes orientam a criação e implementação de ações na extensão por meio de interação
dialógica, da interdisciplinaridade e da Interprofissionalidade, da Interação entre ensino,
pesquisa e extensão. Também expressam os princípios e valores sociais da prática universitária
quanto ao bem comum, a sociabilização do conhecimento, a diversidade cultural e a
participação comunitária.
aprende. Outros consideram a aprendizagem como o processo pelo qual competências são
adquiridas ou modificadas através de processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais
e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Na universidade, o processo de
aprendizagem envolve ensino, pesquisa e extensão. Segundo Síveres (2013), a aprendizagem na
extensão abre horizontes para um conhecimento mais criativo, inovador, compreensivo, reflexivo,
produtivo, inventivo, interdisciplinar e complexo. Pode-se dizer que a experiência extensionista
agrega uma dimensão de autonomia e proatividade, uma vez que os atores exercem papéis ativos
nos projetos, atuando como sujeitos do próprio processo de aprendizagem.
Segundo Costa et. al (2013), há três dimensões de aprendizagem na extensão: 1) 73
aprendizagem para a formação profissional; 2) aprendizagem para a convivência coletiva e inclusão
social;3) aprendizagem para valores e construção cidadã. Na primeira, os estudantes entram em
contato com a realidade da profissão, identificam novas áreas de atuação e, principalmente,
conseguem relacionar teoria e prática através de vivências significativas. Na segunda, destaca-se o
trabalho em equipe, a colaboração, a troca e a convivência com culturas diferentes. Na última
dimensão, considera-se que a extensão oferta um espaço privilegiado para o exercício da cidadania
e atuação dos estudantes frente aos problemas sociais. Ao afirmar-se que a experiência
extensionista propicia essas três dimensões de aprendizagem, em especial na vivência com
comunidades e culturas de fora da instituição, entende-se que também se caracteriza como um
espaço para experimentação de novas formas de ensinar e aprender.
Anastasiou e Alves (2006) defendem que, em um mundo cada vez mais complexo - feito
de constantes mudanças no tecido social -, não faz sentido manter as mesmas práticas docentes do
século passado, baseadas em memorização como operação principal. Para enfrentar os desafios da
complexidade, deve-se evoluir para meios de ensino participativo. Dessa forma, a formação
acadêmica deve ser crítica e diversificada, ir além da forma tradicional de transmissão de conteúdo
em sala de aula e oportunizar protagonismo ao estudante. Deve criar condições para que o estudante
possa desenvolver a capacidade de aprender de forma independente e permanente, pois o
conhecimento na sociedade contemporânea está sempre em rápido crescimento. Para tanto, é
necessário um processo de aprendizagem que priorize a interação com a realidade, o diálogo e as
atitudes reflexivas. Percebe-se, assim, que a extensão universitária é uma forma de dar espaço a
esse tipo de aprendizagem (FÓRUM, 2006)
No fazer extensionista, o eixo pedagógico “estudante-professor” é substituído pelo eixo
“estudante-professor-comunidade”. O estudante, assim como a comunidade com a qual se
desenvolve a ação de Extensão, deixa de ser mero receptáculo de um conhecimento para se tornar
participante do processo. O aluno e a comunidade se tornam aqueles que apoiam o crescimento
possibilitado pelo conhecimento. E o professor, aquele que conduz e orienta o processo de
aquisição.
Os estudantes passam a ser protagonistas, junto aos professores, das atividades para a
solução coletiva de problemas no mundo real. Eles ultrapassam as demandas da formação
meramente técnica, em prol de uma formação cidadã e humana. O contato com pessoas e realidades
diferentes através do trabalho em comunidades inspiram a reflexão e o senso de justiça e igualdade.
Desse modo, Abranches (2014) ressalta o trabalho comunitário como uma das
possibilidades da extensão. Nesse tipo de projeto, busca-se intervir diretamente nas comunidades
para propor melhorias, partindo sempre de um conhecimento prévio sobre a comunidade e sua
cultura local através de diagnósticos e conversas com moradores. As ações contínuas devem ser
priorizadas, ao invés das ações pontuais, com foco em ações educativas para o empreendedorismo,
formação política, resgate da cultura local, participação e desenvolvimento.
Atualmente, priorizam-se práticas participativas através das quais os cidadãos atuam como
sujeitos na construção de saberes; desse modo, além da socialização do conhecimento, é preciso
também construi-lo em conjunto com a comunidade, para que ele se torne relevante (OLIVEIRA
et al, 2012). Nesse ponto, Thiollent (2003) atenta para a importância das metodologias
participativas nos trabalhos de extensão com as comunidades externas. Para o autor, na atualidade
está sendo construída uma nova extensão posta a serviço da sociedade, dentro de uma visão
compromissada de atuação, concretizada em iniciativas sociais e solidárias. Para isso, a elaboração 74
de projetos de extensão requer subsídios da metodologia participativa (THIOLLENT, 2003, p.65).
A ideia de extensão como prestação de serviços, ou seja, como ação pontual para "clientes"
externos tem sido repensada principalmente em função da inexistência de efeitos a longo prazo.
Isso porque melhorias duradouras ultrapassam resultados temporários e demandam envolvimento
da comunidade e mudança de atitude, somente possíveis através da participação. No decorrer do
projeto, a participação deve ser facilitada e fortalecida. É importante que se crie um espaço de
comunicação onde todos tenham voz. Pode-se constatar uma evolução na participação quando há
alguma forma de empoderamento dos atores em relação às ações, ou seja, quando as pessoas têm
atitudes que mostram autonomia e proatividade nas tarefas (THIOLLENT, 2003).
O FORPROEX (FÓRUM, 2012), p.18) afirma que as metodologias participativas são a
principal base da extensão. "Apenas ações extensionistas com esses formatos permitem aos atores
nelas envolvidos a apreensão de saberes e práticas ainda não sistematizadas e a aproximação aos
valores e princípios que orientam as comunidades", pois é na participação que se vivenciam novas
possibilidades de ação e se incorpora o conhecimento de atitudes criativas e pró-ativas. A
participação também dá sentido aos resultados, uma vez que são alcançados através de um
entendimento construído de forma coletiva.
Silva (2013) entende que o elemento de participação envolve o conceito de cidadania em
um cenário de qualificação dos processos democráticos. Para o autor, é exatamente na sociedade
civil que se deve focar a atuação da extensão universitária. Quando os estudantes extensionistas
têm a oportunidade de protagonizar ações participativas na sociedade através de desafios, de
oportunidades e da interação com a cultura da qual faz parte, eles estão exercitando plenamente o
conceito de cidadania.
A seguir, apresenta-se a segunda dimensão do quadro de diretrizes. As diretrizes concebidas
são derivadas das categorias propostas por Costa et al. (2013) e se fundamentam na noção de
construção deum espaço de protagonismo no processo de aprendizagem que possibilita aos sujeitos
(professor, alunos e comunidade) desempenharem papéis ativos nos projetos (SÍVERES, 2013).
Além disso, a terceira diretriz, “Exercício da cidadania”, se vale da ideia de trabalho comunitário
na extensão proposta por Abranches (2014) e também inclui a diretriz orientadora “Impacto na
formação do estudante”, sugerida pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FÓRUM, 2012). A
quarta diretriz, baseia-se em Anastasiou e Alves (2006).
inclusive da fase de ideação para a concepção da solução e são, de fato, parte da equipe de projeto.
(SPINUZZI, 2005).
O objeto de estudo do “Design participativo” é o conhecimento tácito dos envolvidos no
processo e a eventual criação de ferramentas para auxílio na materialização desse conhecimento de
difícil apreensão (SPINUZZI, 2005). O design participativo pretende dar condições de autêntica
decisão aos usuários, e isso é viabilizado através de atividades participativas de pesquisa e da
coprojetação, ou codesign. Codesign é o uso da criatividade colaborativa dentro de um processo de
design em que designers e não designers trabalham juntos (SANDERS; STAPPERS; 2008). Requer
habilidades de design que envolvem motivar a colaboração e construir visões e cenários
compartilhados (MANZINI, 2014). Codesign é frequentemente usado como termo que inclui 78
processos abertos de design participativo e cocriação. Exige flexibilidade para permitir gerar e
coletar conteúdo criativo de diferentes formas (pois agora outros atores participam, com seus
próprios modos de conhecer) e também exige suporte (plataformas e ferramentas para organizar a
criatividade que ajudam a avançar no processo) (CRUICKSHANK et al., 2013).
Além de flexibilidade e suporte, a coprojetação também requer um esforço especial de
comunicação e empatia entre os atores participantes do projeto. Considerando esse fato, Ho et al.
(2012) atentam para o conceito de intersubjetividade no codesign como a dimensão das relações
empáticas e dialógicas que permitem a cada membro entender e valorizar o outro em relação
igualitária. Os autores apresentam um modelo com três tipos de relação intersubjetiva: Eu-Isso (I-
It), Isso-Tu (It-Thou) e Eu-Tu (I-Thou). A relação Eu-Isso é considerada de tipo instrumental, que
pode levar à deterioração da qualidade das relações humanas. Por sua vez, no momento Isso-Tu,
se dá a construção da empatia, importante para o ato comunicativo e para a colaboração durante o
projeto. Por fim, o momento Eu-Tu, pressupõe uma relação de igualdade, necessária para levar a
momentos construtivos de diálogo. Tal modelo de relações intersubjetivas é indicado para
funcionar como um "guia conceitual para que os designers se habilitem a construir espaços
comunicativos nos quais diálogos igualitários são possíveis e, como resultado, estendam o impacto
da participação em design para o desenvolvimento social" (HO et al., 2012, p.71).
Com relação aos procedimentos de prática e pesquisa em design, Sanders (2008) propõem
a existência de dois modelos mentais: o modelo especialista (expert mindset) e o modelo
participativo (participative mindset). No primeiro modelo projeta-se para os consumidores em um
processo unilateral, no qual o designer é o único especialista. No segundo, projeta-se com as
pessoas, pois são também consideradas especialistas e cocriadoras no projeto. O fato de considerar
os usuários como cocriadores reforça o princípio básico do design participativo de que todas as
pessoas são criativas e podem ter boas ideias se forem fornecidos meios para isso (SANDERS,
2008).
Vale destacar o estudo de caso comparativo de Freire, Borba e Diebold (2011). Os autores
comparam o trabalho de designers em dois grupos produtivos a partir dos dois mindsets propostos
por Sanders (2008). No primeiro caso, conduzido pelo mindset especialista, o produto criado pela
equipe de designers gerou valor de mercado, porém não engajou o grupo, pois as artesãs não se
viam no produto e, portanto, não se sentiram motivadas a dar continuidade à produção. O segundo
caso, por sua vez, conduzido por um mindset participativo e pela perspectiva de serviços, permitiu
que se criasse um valor social através da participação ativa da comunidade e das rápidas
prototipagens. Esse estudo sugere que a abordagem participativa é mais efetiva do que a
Estas diretrizes apresentam as abordagens de Design que são mais alinhadas ao contexto e
princípios da extensão. Primeiramente, o Design social em razão da sua relação com a busca 79
de soluções para o bem-estar social. Após, o Design centrado no humano, que busca entender
as necessidades das pessoas, superando, assim, as preocupações eminentemente funcionais e
técnicas no Design. Por fim, os ideais de ação participativos na extensão, materializados
através do Design participativo e Codesign, que inserem o usuário como sujeito ativo durante
o processo de projeto.
1. Design Social Para buscar melhorias sociais para Construindo capacidades, não
as populações menos favorecidas e dependências, por meio do repasse
para desenvolver nos estudantes de conhecimento projetual para que
uma visão crítica quanto às questões as comunidades consigam
sociais. resolver/enfrentar seus problemas.
O projeto DSA, é viabilizado pela parceria firmada entre o Centro Universitário Ritter dos
Reis (UniRitter) e a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais (FGBS). A FGBS é uma iniciativa do
Conselho de Responsabilidade Social e Cidadania da Federação das Indústrias do Rio Grande do
Sul (FIERGS) para efetivar ações de responsabilidade social na indústria do estado. Segundo a
fundação, os Bancos Sociais se propõem a “transformar o desperdício em benefício social” com a
oferta de excedentes industriais e de cursos de capacitação e treinamento a comunidades carentes.
É nesse cenário que o DSA se insere, desenvolvendo projetos ligados a criação de espaços de leitura
para instituições carentes como creches, postos de saúde e presídios.
O DSA conta com 8 estudantes bolsistas e 6 voluntários, além de dois professores
permanentes pertencentes a quatro cursos de graduação: Design de moda, gráfico, produto e 80
arquitetura. Abaixo, apresentam-se as etapas do processo projetual protagonizadas pelo DSA, em
parceria com FGBS e a comunidade.
1) SOLICITAÇÃO 2) IMERSÃO
Uma instituição (posto de saúde,
creche ou penitenciária) O grupo vai até o local para um diagnóstico inicial.
encaminha uma solicitação para Conversam com as pessoas envolvidas, buscam
a FGBS, que repassa para o identificar as demandas de projeto. Fotografam,
Banco Social e este aciona o medem, fazem planta baixa, observam o fluxo e a
DSA. experiência do usuário.
3) IDEAÇÃO
O grupo retorna, compila e discute as informações e percepções coletadas. Procede-se a um
brainstorming para pensar o conceito e as soluções para o problema. Utilizam ferramentas
digitais para o registro e compartilhamento de referências para o projeto. Apresentam as ideias
aos parceiros dos Bancos Sociais, que fazem questionamentos e sugestões.
4) APROVAÇÃO
5) DIVISÃO DE TAREFAS
As soluções encontradas são enviadas para
É feita uma lista de tarefas e materiais
avaliação final e aprovação pelo Banco Social
necessário, apontando os responsáveis
e instituição demandante. Eventualmente são
pelas mesmas. Na divisão de tarefas,
pedidas modificações para a equipe de
incluem-se todos os participantes.
Design.
6) MONTAGEM 7) INAUGURAÇÃO
Depois da confecção de todos os produtos Marca-se uma data para inaugurar o
(móveis, objetos, material gráfico, etc.) é espaço. A cerimônia é simples,
marcado um dia para a montagem do espaço, geralmente com a presença do
incluindo os professores, alunos e a Presidente dos Bancos sociais, dos
comunidade. professores e alunos e da comunidade.
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eles, o agradecimento e o valor que as pessoas atendidas dão aos projetos é uma experiência
gratificante que faz o esforço valer a pena.
Outro estudante se diz agradecido por participar do projeto, principalmente por ter
desenvolvido um olhar empático em relação ao próximo. Pode-se identificar que os professores e
estudantes foram impactados pelo projeto. Esta experiência tocou em questões pessoais, de
existência, importantes para a construção da cidadania.
Sociais e das pessoas das instituições que demandaram o projeto. Os funcionários dos locais
costumam se envolver ativamente na montagem e na compra de materiais, e a população muitas
vezes ajuda. Um professor afirmou que a participação ajuda a criar um senso de apropriação do
espaço pela comunidade. Segundo as entrevistas, os momentos de participação da comunidade são
mais efetivos nas etapas iniciais e finais do processo de Design.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho identificou diretrizes para a ação na extensão universitária no contexto de ensino-
aprendizagem do Design. Para validar o quadro de Diretrizes, efetuou-se um estudo qualitativo do 86
projeto DSA. Percebe-se que as diretrizes se mostraram eficientes para a realização de uma
avaliação de projetos extensionistas uma vez que sistematizam uma parcela do conhecimento
quanto à criação e orientação da ação extensionista, o processo de ensino-aprendizagem na
extensão e o papel do Design na mesma. Sendo assim, essas diretrizes devem ser consideradas
como um material de apoio ao avaliador, proponente ou participante de um projeto como esse. Elas
abordam questões para uma reflexão quanto às práticas de ação adotadas por esses projetos.
Assim, a extensão universitária deve ser pensada como uma forma de oxigenar as práticas
acadêmicas e de enfrentar a complexidade crescente do tecido social. Uma formação acadêmica
completa deve considerar o conhecimento presente em outras esferas da sociedade, pois os fluxos
de informação que incluem temas de ensino e de pesquisa não estão restritos apenas à universidade.
Destaca-se a importância da extensão para viabilizar o cumprimento do papel social da
universidade, que deve trabalhar a serviço da sociedade. Nesse cenário, o design ocupa uma
posição de destaque, uma vez que é interdisciplinar por natureza e sustentado pelo processo
criativo. Adota práticas que socializam a cultura de projeto, podendo proporcionar aos atores
sociais acesso a ferramentas úteis para a ação positiva no contexto em que vivem. Além disso, o
design pode também contribuir em projetos protagonizados por outras áreas do conhecimento,
compartilhando sua experiência quanto à visualização, geração e representação de ideias.
ASPECTOS ÉTICOS
Por envolver pessoas na investigação, esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). A abordagem e os instrumentos
metodológicos utilizados obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa
científica em Ciências Humanas.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), e à Comissão de
Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES) pelo apoio.
Abstract
This paper discusses university extension. At first, the value of the extension action in the teaching
and learning of design and design practice. Because of reflection, we propose a framework for
guidelines to assist extension practices in the design field. After that, as proof of concept, it
evaluates the extension project Design Social Aplicado: UniRitter & FGBS (DSA) signed by
Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) and Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais (FGBS).
It is concluded that the guidelines are efficient for the evaluation of such projects. They systematize 87
a portion of knowledge as general guidelines for the extension practice, the teaching and learning
process in the extent and the role of the design field extension.
Keywords: Design Education. Social Design, University Extension. Guidelines.
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