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Tópicos de Equações Diferenciais PDF
Tópicos de Equações Diferenciais PDF
Reginaldo J. Santos
Departamento de Matemática-ICEx
Universidade Federal de Minas Gerais
http://www.mat.ufmg.br/~regi
Março 2012
Tópicos de Equações Diferenciais
Copyright
c 2011 by Reginaldo de Jesus Santos (130327)
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização, por
escrito, do autor.
Ilustrações:
Reginaldo J. Santos
Ficha Catalográfica
Santos, Reginaldo J.
S237i Tópicos de Equações Diferenciais / Reginaldo J. Santos
- Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2011.
CDD: 515.3
Sumário
Apresentação vii
iii
iv Sumário
Bibliografia 667
Esse é um texto alternativo ao excelente livro Boyce-DiPrima [2] para uma disciplina introdutória sobre
Equações Diferenciais Ordinárias e Parciais para alunos da área de Ciências Exatas, sendo mais objetivo e
mais elementar. Entretanto aqui estão apresentadas provas elementares de resultados como os teoremas de
existência e unicidade para equações diferenciais e para sistemas de equações diferenciais, o teorema sobre a
existência de soluções em série de potências para equações lineares de 2a. ordem, a injetividade da transfor-
mada de Laplace, o teorema sobre convergência pontual da série de Fourier e outros. O conteúdo corresponde
ao programa da disciplina ’Equações Diferenciais C’ que é ministrado para os alunos da área de ciências exatas
na Universidade Federal de Minas Gerais.
O texto é dividido em cinco capı́tulos. No inı́cio do Capı́tulo 1 é feita uma introdução às equações dife-
renciais em geral. Depois entre as equações de 1a. ordem são estudadas as equações lineares e as separáveis.
Terminamos o capı́tulo com algumas aplicações.
As equações lineares de 2a. ordem é o assunto do Capı́tulo 2. Nele o estudo tanto das equações homogêneas
como das equações não homogêneas é feito inicialmente no caso geral e depois no caso particular em que os
coeficientes são constantes. Como aplicações este capı́tulo traz também oscilações.
No Capı́tulo 3 é estudada a Transformada de Laplace suas propriedades e aplicação na solução de proble-
mas de valor inicial.
vii
viii Prefácio
No Capı́tulo 4 são estudados séries de Fourier e Equações Diferenciais Parciais pelo método de separação
de variáveis. Entre as equações parciais são apresentadas a equação do calor, a equação da corda elástica e a
equação de Laplace.
Todos os exercı́cios estão resolvidos no final do capitulo correspondente. Uma coisa que acho importante
é somente ler a solução de um exercı́cio depois de ter tentado verdadeiramente resolvê-lo. É como quando
lhe dão um enigma para decifrar. Se lhe contarem logo a solução você não vai lembrar depois. Quanto mais
tempo você ficar tentando decifrar antes de lhe contarem a solução mais tempo você vai lembrar.
Os desenhos e gráficos foram feitos usando o M ATLABr ∗ com o pacote GAAL e o Maxima também com
o pacote GAAL disponı́veis no site do autor (http://www.mat.ufmg.br/~regi). Neste site também estão
disponı́veis páginas interativas para o estudo de oscilações, equações parciais, séries de Fourier e outros.
Gostaria de agradecer aos professores Joana Darc A. S. da Cruz, Grey Hercole, Sônia P. de Carvalho, Marcia
Fusaro e Helder C. Rodrigues pelas crı́ticas e sugestões apresentadas.
Capı́tulo 1 09 aulas
Capı́tulo 2 11 aulas
Capı́tulo 3 10 aulas
Capı́tulo 4 10 aulas
Capı́tulo 5 20 aulas
Total 60 aulas
1
2 Equações Diferenciais de 1a. Ordem
−mg sen θ
θ mg cos θ
d2 θ g
+ sen θ = 0.
dt2 l
Nesta equação a incógnita é a função θ (t). Assim, θ é a variável dependente e t é a
variável independente.
Fr = −γ v Fext = Focos(ωt)
Fe = − k x
Fr = −γ v Fext = Focos(ωt)
Fr = −γ v Fext = Focos(ωt)
Fe = − k x
Exemplo 1.3. Numa região do plano em que não há cargas elétricas o potencial
elétrico u( x, y) em cada ponto ( x, y) da região satisfaz a equação diferencial
∂2 u ∂2 u
+ 2 = 0,
∂x2 ∂y
dQ 1
R + Q = V ( t ).
dt C
Nesta equação a incógnita é a função Q(t). Assim, Q é a variável dependente e t é a
variável independente.
1.1.1 Classificação
(a) Quanto ao tipo uma equação diferencial pode ser ordinária ou parcial. Ela
é ordinária se as funções incógnitas forem funções de somente uma variável.
Caso contrário ela é parcial. Portanto, uma equação diferencial é ordinária se as
derivadas que aparecem na equação são derivadas ordinárias. Por exemplo, as
equações que podem ser escritas na forma
(b) Quanto à ordem uma equação diferencial pode ser de 1a. , de 2a. , ..., de n-ésima
ordem dependendo da derivada de maior ordem presente na equação. Uma
equação diferencial ordinária de ordem n é uma equação que pode ser escrita
na forma
F (t, y, y0 , y00 , ..., y(n) ) = 0.
As equações dos Exemplos 1.1, 1.2 e 1.3 são de 2a. ordem e a equação do Exemplo
1.4 é de 1a. ordem.
(c) Quanto a linearidade uma equação diferencial pode ser linear ou não linear.
Ela é linear se as incógnitas e suas derivadas aparecem de forma linear na
equação, isto é, as incógnitas e suas derivadas aparecem em uma soma em que
cada parcela é um produto de alguma derivada das incógnitas com uma função
que não depende das incógnitas. Caso contrário ela é não linear. Por exemplo,
uma equação diferencial ordinária linear de ordem n é uma equação que pode
ser escrita como
dy d2 y dn y
a0 ( t ) y + a1 ( t ) + a2 ( t ) 2 + . . . + a n ( t ) n = f ( t ).
dt dt dt
As equações diferenciais ordinárias que não podem ser colocadas nessa forma
são não lineares. As equações dos Exemplos 1.2, 1.3 e 1.4 são lineares e a
equação do Exemplo 1.1 é não linear.
b
Vamos mostrar que y(t) = e− 2a t é solução desta equação para t ∈ R.
b −bt b2 − b t
y0 (t) = − e 2a , y00 (t) = e 2a
2a 4a2
Substituindo-se y(t), y0 (t) e y00 (t) no primeiro membro da equação obtemos
b2 − b t
b −bt b
ay + by + cy = a 2 e 2a + b − e 2a + ce− 2a t
00 0
4a 2a
2 2
b b b
= − + c e− 2a t
4a 2a
−b2 + 4ac − b t
= e 2a = 0,
4a
b
pois por hipótese b2 − 4ac = 0. Assim, y(t) = e− 2a t é solução da equação.
-1 1
-1
e3t
Z
y(t) = e3t dt + c = + c,
3
que é válida para −∞ < t < ∞.
Substituindo-se t = 1/3 e y = e/3 na solução geral encontrada obtemos c = 0.
Assim, a solução do PVI é
e3t
y(t) =
3
válida para −∞ < t < ∞, que é o maior intervalo contendo t0 = 1/3 em que a
solução e sua derivada estão definidas.
( x + 3)y00 + ( x + 2)y0 − y = 0.
ty00 + (t − 1)y0 − y = 0
que são funções de 1o. grau, ou seja, da forma y(t) = at + b, para a e b constantes.
dy
= q ( t ), (1.4)
dt
que é facilmente resolvida integrando-se os dois lados. Assim, a solução geral desta
equação é dada por Z
y(t) = q(t)dt + c.
cos(2t)
Z
y(t) = sen(2t) dt + c = − + c.
2
-1
-2
dy
+ p ( t ) y = q ( t ). (1.5)
dt
Vamos definir uma função auxiliar, µ(t), de forma que ao multiplicarmos a equação
(1.5) por esta função a equação obtida é uma equação linear com p(t) = 0, ou seja,
do tipo (1.4), que já resolvemos anteriormente. Uma função com esta propriedade é
chamada fator integrante da equação linear.
Seja
R
p(t)dt
µ(t) = e .
R
Vamos mostrar agora que µ(t) = e p(t)dt é um fator integrante da equação (1.5).
dy
µ(t) + µ(t) p(t)y = µ(t)q(t) (1.7)
dt
dµ
mas como por (1.6), µ(t) p(t) = , então (1.7) pode ser reescrita como
dt
dy dµ
µ(t) + y = µ ( t ) q ( t ). (1.8)
dt dt
Mas o lado esquerdo dessa equação é a derivada de um produto o que faz com que
ela possa ser reescrita na forma
d
(µ(t)y(t)) = µ(t)q(t) (1.9)
dt
dY
= f (t)
dt
em que Y (t) = µ(t)y(t) e f (t) = µ(t)q(t). Assim, integrando-se ambos os membros
de (1.9) temos que a solução geral
Z
µ(t)y(t) = µ(t)q(t)dt + c.
Como µ(t) 6= 0, para todo t ∈ R, dividindo-se a equação anterior por µ(t) obtemos
que a solução geral de (1.5) é dada por
Z
1
y(t) = µ(t)q(t)dt + c
µ(t)
R
Mostraremos na Subseção 1.2.3 como podemos chegar a µ(t) = e p(t)dt como fator
integrante da equação (1.5).
Atenção: Não se deve memorizar a fórmula obtida no final. O que fizemos aqui foi mostrar o caminho que
deve ser seguido para resolver uma equação linear de 1a. ordem.
No próximo exemplo vamos seguir os mesmos passos que seguimos no caso geral.
t2 c
y(t) = + 2. (1.10)
4 t
e
lim y(t) = −∞, se c < 0.
t →0
dy t 2c
= − 3 =0
dt 2 t
se, e somente se,
t4 = 4c.
√
Assim, se c > 0 as soluções têm somente pontos crı́ticos em t = ± 4 4c e se c < 0 elas
não têm ponto crı́tico.
1
t
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-1
-2
-3
-4
Figura 1.6 – Soluções da equação do Exem-
plo 1.9
1 d
Como µ(t)
= dµ (ln |µ(t)|) a equação anterior pode ser reescrita como
d dµ
(ln |µ(t)|) = p ( t ).
dµ dt
d
(ln |µ(t)|) = p(t)
dt
que é uma equação do tipo (1.4) que pode ser resolvida simplesmente integrando-se
ambos os membros, obtendo
Z
ln |µ(t)| = p(t)dt + c1 .
(b) Mostre que se y1 (t) é solução da equação, então y(t) = cy1 (t) também o é, para qualquer constante
c.
2.6. Considere as equações:
dy
+ p(t)y = 0, (1.11)
dt
dy
+ p(t)y = q(t) (1.12)
dt
Mostre que se y1 (t) é solução da equação (1.11) e y2 (t) é solução da equação (1.12), então y(t) = cy1 (t) +
y2 (t) é solução de (1.12), para qualquer constante c.
2.7. Resolva o PVI
dy y
( 1
= 2te− 100 t − .
dt 100
y(0) = 100
e faça um esboço do gráfico da solução.
Então,
dh
= g ( y ).
dy
dh
Substituindo-se g(y) por na equação (1.13), obtemos
dy
dh dy
= f ( x ). (1.14)
dy dx
d
h(y( x )) = f ( x ). (1.15)
dx
A equação (1.15) é do tipo (1.4) na página 14, ou seja, é da forma
dY
= f ( x ),
dx
em que Y ( x ) = h(y( x )). Assim, integrando-se (1.15) dos dois lados obtemos que a
solução geral de (1.13) é dada implicitamente por
Z
h(y( x ))) = f ( x )dx + c.
Atenção: Não se deve memorizar a fórmula obtida no final. O que fizemos aqui foi mostrar o caminho que
deve ser seguido para resolver uma equação separável.
As curvas que são soluções de uma equação separável podem ser vistas como curvas
de nı́vel da função Z
z = F ( x, y) = h(y( x ))) − f ( x )dx.
y2 = −2x2 + c.
Estas são equações de elipses (Figura 1.8) que são as curvas de nı́vel da função
z = f ( x, y) = y2 + 2x2 .
z
y
-2 -1 1 2 y
-1
-2
x
Solução:
(a) Podemos reescrever a equação como
(3y2 − 3)y0 = 2x − 1.
Integrando-se em relação a x ambos os membros obtemos
Z Z
(3y2 − 3)y0 dx = (2x − 1)dx + c.
(c) Nos pontos onde a solução tem máximo local a reta tangente à curva é horizon-
dy
tal, ou seja, pontos onde = 0. Neste caso não precisamos calcular a derivada
dx
da solução, pois a derivada já está dada pela equação diferencial, ou seja,
dy 2x − 1
= 2
dx 3y − 3
dx
é vertical, ou seja, = 0, pois pela equação diferencial,
dy
dx 1 3y2 − 3
= dy = ,
dy 2x − 1
dx
para x 6= 1/2. Assim, já sabemos pelo item (b) que a solução está contida em
uma curva que passa pelos pontos (−1, −1) e (2, −1) onde a tangente é vertical,
e que passa pelo ponto inicial (1, 0). Neste ponto a inclinação da tangente é
−1/3, pois substituindo-se x = 1 e y = 0 na equação diferencial, obtemos
dy
= −1/3. Além disso, sabemos que o único ponto em que a tangente é
dx
horizontal ocorre para x = 1/2 e como a solução está limitada à região −1 <
dy dy
y < 1, então da equação diferencial vemos que > 0, para x < 1/2 e < 0,
dx dx
para x > 1/2. Deduzimos daı́ que a solução é crescente até x = 1/2 depois
começa a decrescer.
0.5
-0.5
-1
z
y
1
y
-2 -1 1 2
x
-1
-2
(a) (1 + x2 )y0 − xy = 0.
(b) y2 − 1 − (2y + xy)y0 = 0.
(c) ( ayx2 + by)y0 − x = 0 para a, b ∈ R, a 6= 0.
(d) ( ax2 + b)1/2 y0 − xy3 = 0 para a, b ∈ R, a 6= 0.
(e) ( ay2 + b)1/2 − xyy0 = 0 para a, b ∈ R, a 6= 0.
(f) ay2 + b − x2 yy0 = 0 para a, b ∈ R, a 6= 0.
3.2. (a) Encontre a solução do problema de valor inicial
dy 2x + 1
= 2
dx 3y − 3
y (0) = 0
dy
(
= y(100 − y),
dt
y (0) = 1
1.4 Aplicações
1.4.1 Dinâmica Populacional
Crescimento Exponencial
O modelo mais simples de crescimento populacional é aquele em que se supõe que
dy
a taxa de crescimento de uma população dt é proporcional à população presente
naquele instante y(t). Podemos descrever o problema de encontrar y(t) como o pro-
blema de valor inicial
dy
= ky
dt
y (0) = y0
Substituindo-se t = 0 e y = y0 obtemos
y0 = cek 0 = c.
y(t) = y0 ekt .
Exemplo 1.13. Consideremos uma situação formada por uma população de orga-
nismos zooplanctônicos. São colocadas em um béquer 3 fêmeas partenogenéticas
grávidas (não há necessidade de fecundação pelo macho) de um microcrustáceo
chamado cladócero em condições ideais de alimentação, temperatura, aeração e
iluminação e ausência de predadores. Sabendo-se que em 10 dias havia 240 in-
divı́duos determine a população em função do tempo supondo-se que a taxa de cres-
cimento da população é proporcional à população atual (crescimento exponencial).
A população, y(t), é a solução do problema de valor inicial
dy
= ky
dt
y (0) = 3
700
y
600
500
400
300
200
100
700
y
600
500
400
300
200
100
Crescimento Logı́stico
Para levar em conta que a população y(t) tem um valor máximo sustentável y M ,
podemos supor que a taxa de crescimento, além de ser proporcional à população
atual, é proporcional também à diferença entre y M e a população presente. Neste
caso, a população como função do tempo, y(t), é a solução do problema de valor
inicial
dy
= ky(y M − y)
dt
y ( t0 ) = y0
1
Multiplicando-se a equação diferencial por y(y M −y)
obtemos a equação separável
1
y0 = k
y(y M − y)
1
Z Z
y0 dt = kdt + c1 .
y(y M − y)
1
Z Z
dy = kdt + c1 .
y(y M − y)
1
Para calcular a integral do lado esquerdo, vamos decompor y(y M −y)
em frações par-
ciais:
1 A B
= +
y(y M − y) y yM − y
Multiplicando-se a equação acima por y(y M − y) obtemos
1 = A(y M − y) + By
ln |y| − ln |y M − y| = ky M t + c1 .
Observe que
lim y(t) = y M .
t→∞
Exemplo 1.14. Consideremos a mesma situação do Exemplo 1.13, ou seja, são co-
locadas em um béquer 3 fêmeas partenogenéticas grávidas (não há necessidade de
fecundação pelo macho) de um microcrustáceo chamado cladócero em condições
ideais de alimentação, temperatura, aeração e iluminação, e ausência de predadores.
Sabendo-se que essa população atinge o máximo de 690 indivı́duos e que em 10 dias
havia 240 indivı́duos, determine a população em função do tempo supondo-se que
a taxa de crescimento da população é proporcional tanto à população atual quanto à
diferença entre a população máxima e a população atual (crescimento logı́stico).
A população como função do tempo, y(t), é a solução do problema
dy
= ky(690 − y)
dt
y(0) = 3, y(10) = 240
1
Multiplicando-se a equação diferencial por y(690−y)
obtemos a equação separável
1
y0 = k (1.17)
y(690 − y)
1
Z Z
y0 dt = kdt + c
y(690 − y)
1
Z Z
dy = kdt + c.
y(690 − y)
1
Para calcular a integral do lado esquerdo vamos decompor y(690−y)
em frações par-
ciais:
1 A B
= +
y(690 − y) y 690 − y
Multiplicando-se a equação acima por y(690 − y) obtemos
1 = A(690 − y) + By
1 0
y = k.
y
ln |y| = kt + c1 .
y(t) = y0 ekt .
ln 2
y0 /2 = y0 ek·5600 ⇒ k=−
5600
Agora substituindo-se y = y0 /500 obtemos
y0
y0/2
t
Figura 1.15 – Solução do problema de valor ini-
5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
cial do Exemplo 1.15
1.4.3 Misturas
Vamos supor que um tanque contenha uma mistura de água e sal com um volume
inicial de V0 litros e Q0 gramas de sal e que uma solução salina seja bombeada para
dentro do tanque a uma taxa de Te litros por minuto possuindo uma concentração
de Ce gramas de sal por litro. Suponha que a solução bem misturada sai a uma taxa
de Ts litros por minuto.
A taxa de variação da quantidade de sal no tanque é igual a taxa com que entra sal
no tanque menos a taxa com que sai sal do tanque.
A taxa com que entra sal no tanque é igual a taxa com que entra a mistura, Te , vezes
a concentração de entrada, Ce . E a taxa com que sai sal do tanque é igual a taxa com
que sai a mistura do tanque, Ts , vezes a concentração de sal que sai do tanque, Cs .
Como a solução é bem misturada esta concentração é igual a concentração de sal no
tanque, ou seja,
Q(t)
Cs (t) = .
V (t)
Como o volume no tanque, V (t), é igual ao volume inicial, V0 , somado ao volume
que entra no tanque subtraido ao volume que sai do tanque, então
V (t) = V0 + Te t − Ts t = V0 + ( Te − Ts )t.
dQ = T C − T Q
e e s
dt V0 + ( Te − Ts )t
Q (0) = Q0
Exemplo 1.16. Num tanque há 100 litros de salmoura contendo 30 gramas de sal em
solução. Água (sem sal) entra no tanque à razão de 6 litros por minuto e a mistura
se escoa à razão de 4 litros por minuto, conservando-se a concentração uniforme
por agitação. Vamos determinar qual a concentração de sal no tanque ao fim de 50
minutos.
dQ Q
+4 =0
dt 100 + 2t
Um fator integrante é neste caso
4 2
R
µ(t) = e 100+2t dt = e2 ln(100+2t) = eln((100+2t) ) = (100 + 2t)2 .
4
R
Multiplicando-se a equação por µ(t) = e 100+2t dt = (100 + 2t)2 obtemos
d
(100 + 2t)2 Q = 0.
dt
Integrando-se obtemos
(100 + 2t)2 Q(t) = c
ou seja,
c
Q(t) = .
(100 + 2t)2
Substituindo t = 0 e Q = 30:
c = 30 · 1002 = 3 · 105
3 · 105 3
c(50) = 3
= = 0, 0375 gramas/litro
(200) 80
Q
35
30
25
20
15
10
5
t
Figura 1.17 – Solução do problema de valor ini- 100 200 300 400 500
c
0.35
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
t
Figura 1.18 – Concentração como função do 100 200 300 400 500
Exemplo 1.17. O café está a 90◦ C logo depois de coado e, um minuto depois, passa
para 85◦ C, em uma cozinha a 25◦ C. Vamos determinar a temperatura do café em
função do tempo e o tempo que levará para o café chegar a 60◦ C.
dT
= k( T − 25)
dt
T (0) = 90, T (1) = 85
90 = 25 + c ⇒ c = 65
T (t) = 25 + 65ekt
Substituindo-se t = 1 e T = 85:
60
85 = 25 + 65ek ⇒ k = ln( )
65
Assim, a temperatura do café em função do tempo é dada por
t
60 60
T (t) = 25 + 65eln( 65 )t = 25 + 65
65
Substituindo T = 60: 60
60 = 25 + 65eln( 65 )t
Logo, o tempo necessário para que o café atinja 60◦ é de
ln(35/65)
t= ≈ 8 min
ln(60/65)
100
80
60
40
20
t
Figura 1.19 – Solução do problema de valor ini-
5 10 15 20 25 30 35 40
cial do Exemplo 1.17
dV √
= k h.
dt
Existe uma relação entre V e h, V = V (h), que depende da forma do tanque. Como
dV dV dh
= ,
dt dh dt
então a altura, h(t), é a solução do problema de valor inicial
√
dh = k h
dt dV
dh
h (0) = h0
1.5
0.5
t
Figura 1.21 – Solução do problema do Exemplo
20 40 60 80 100
1.18
1
Multiplicando-se a equação por √ obtemos
h
1
√ h0 = k.
h
Integrando-se ambos os membros em relação a t obtemos
1
Z Z
√ h0 dt = kdt.
h
Fazendo-se a substituição h0 dt = dh obtemos
1
Z Z
√ dh = kdt.
h
Calculando-se as integrais obtemos a solução geral na forma implı́cita
√
2 h = kt + c (1.19)
ou explicitando-se a solução:
c + kt 2
h(t) = ( ) .
2
Substituindo-se t = 0 e h = 2 em (1.19):
√
2 2=c
Substituindo-se t = 30 e h = 1 em (1.19):
√
2−c 1− 2
c + 30k = 2 ⇒ k= =
30 15
Assim, a função que descreve como a altura da coluna de água varia com o tempo é
dada por
√
c + kt 2 √ 1− 2 2
h(t) = ( ) = ( 2+ t)
2 30
Substituindo-se h = 0: √
c 30 2
t=− = √ ≈ 102 min
k 2−1
Para um corpo que cai a força F é igual ao peso do corpo. Para um barco que se
desloca na água ou um carro em movimento a força F é igual a força do motor.
Fr = − kv
P = − mg
P = − mg
dv
m = P = −mg
dt
v (0) = 0
Ou seja,
dv
= −10
dt
v (0) = 0
cuja solução é
h(t) = 1400 − 5t2
Assim, até o momento que o paraquedas abre o paraquedista caiu
|v|
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
t
Figura 1.22 – Módulo da velocidade do Exem- 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
plo 1.19
h
1400
1200
1000
800
600
400
200
t
A força de resistência é igual a −kv, o sinal menos com uma constante positiva indica
que a força de resistência é no sentido contrário ao da velocidade. Observe que a
velocidade é negativa o que faz com que a força de resistência seja positiva, ou seja,
para cima como convencionamos no inı́cio.
dv k
= −10 − v = −10 − Kv, K = k/70
dt 70
v(5) = −50
A equação
dv
= −10 − Kv
dt
pode ser reescrita como
1
v 0 = −1
10 + Kv
Integrando-se
ln |10 + Kv| = −Kt + c1
10 + Kv = ±ec1 e−Kt
10
v(t) = − + ce−Kt
K
A velocidade limite é de −5 m/s, logo
10
lim v(t) = − = −5 ⇒ K=2
t→∞ K
Substituindo-se t = 5 e v = −50 em v(t) = − 10 −Kt :
K + ce
v(t) = −5 − 45e−2(t−5)
Substituindo-se v = −5,1 (lembre-se que é negativo por que é para baixo!) obtemos
ln 450
−5,1 = −5 − 45e−2(t−5) ⇒ t−5 = ≈ 3 segundos,
2
ou seja, 3 segundos depois do paraquedas aberto a velocidade já é de 5,1 m/s. Depois
que o paraquedas abre a altura em função do tempo é a solução do problema de valor
inicial
dh
= v(t) = −5 − 45e−2(t−5)
dt
h(5) = 1400 − 125 = 1275
45 −2(t−5)
h ( t ) = −5( t − 5) + e +c
2
Substituindo-se t = 5 e h = 1275 obtemos c = 2505/2. Assim, a solução deste
problema de valor inicial é
2505 45
h(t) = − 5 ( t − 5 ) + e −2( t −5) , para t > 5
2 2
Pela segunda lei de Kirchhoff (lei das malhas) a soma da forças eletromotrizes (neste
caso apenas V (t)) é igual a soma das quedas de potencial (neste caso R I na re-
sistência e Q/C no capacitor), ou seja,
Q
RI+ = V ( t ).
C
dQ
Como I (t) = , então a carga Q(t) no capacitor satisfaz a equação diferencial
dt
dQ 1
R + Q = V ( t ).
dt C
0.001
0.0005
Figura 1.25 – Solução do problema do Exemplo 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
1.20
dQ dQ
103 + 104 Q = 10 ⇒ + 10Q = 10−2 .
dt dt
a(t) m
a ( t ) + b ( t ) = y ( t ), = .
b(t) n
De onde segue-se que
m n
a(t) = y ( t ), b(t) = y ( t ). (1.21)
m+n m+n
Mas as quantidades de A e B não transformadas e transformadas estão relacionadas
por
α ( t ) = α0 − a ( t ), β ( t ) = β 0 − b ( t ). (1.22)
Substituindo-se (1.21) em (1.22) e (1.22) em (1.20) obtemos
dy m n
∝ α0 − y β0 − y ,
dt m+n m+n
ou ainda,
dy m+n m+n
∝ α0 −y β0 −y .
dt m n
Neste caso a quantidade da substância C como função do tempo, y(t), é a solução do
problema de valor inicial
dy
= k(α∗ − y)( β∗ − y) m+n m+n
dt em que k > 0, α∗ = α0 e β∗ = β 0 .
m n
y (0) = 0
1
y0 = k
( α ∗ − y )2
Integrando-se em relação a t obtemos
1
Z Z
y0 dt = kdt + c
( α ∗ − y )2
fazendo-se a substituição y0 dt = dy obtemos
1
Z Z
∗
dy = kdt + c.
( α − y )2
Logo, a solução da equação diferencial é dada implicitamente por
1
= kt + c.
α∗ −y
Substituindo-se t = 0 e y = 0 na equação acima obtemos
1
c= .
α∗
Vamos explicitar y(t).
1
α∗ − y =
kt + c
Portanto, a solução do problema de valor inicial é
1
y(t) = α∗ −
kt + c
1
y0 = k
(α∗ − y)( β∗ − y)
Integrando-se em relação a t obtemos
1
Z Z
y0 dt = kdt + c1
(α − y)( β∗ − y)
∗
1 A B
= ∗ + ∗
(α∗ − y)( β∗ − y) α −y β −y
1 = A( β∗ − y) + B(α∗ − y)
ln |α∗ − y| − ln | β∗ − y| = −k ( β∗ − α∗ )t + c1 .
α∗
c= .
β∗
Observe que
α∗ = α0 mm+n , se β∗ > α∗
lim y(t) = ,
t→∞
∗
β = β 0 n , se α∗ > β∗
m+n
0, se β∗ > α∗
m
lim α(t) = lim (α0 − y(t)) = ,
t→∞ t→∞ m+n α0 − n β 0 , se α∗ > β∗
m
n
α0 , se β∗ > α∗
n β0 − m
lim β(t) = lim ( β 0 − y(t)) = .
t→∞ t→∞ m+n 0, se α∗ > β∗
dy
∝ α ( t ) β ( t ). (1.23)
dt
a ( t ) + b ( t ) = y ( t ), a(t) = 2b(t).
1
A equação é separável. Multiplicando-se a equação por (60−y)(150−y)
obtemos
1
y0 = k
(60 − y)(150 − y)
Integrando-se em relação a t obtemos
1
Z Z
y0 dt = kdt + c1
(60 − y)(150 − y)
1 A B
= +
(60 − y)(150 − y) 60 − y 150 − y
1 = A(150 − y) + B(60 − y)
2
c= .
5
25
= e−900k
28
ou
1 28
90k = ln .
10 25
Vamos explicitar y(t).
60 − 150ce−90kt
y(t) =
1 − ce−90kt
Substituindo-se os valores de c e k obtidos:
1 28 28 −t/10
300(1 − e− 10 ln( 25 )t )
300(1 − 25 )
y(t) = =
1 ln 28 t
− 10 ( ) 28 −t/10
5 − 2e 25 5−2 25
Observe que
lim y(t) = 60 gramas
t→∞
2
lim α(t) = lim (40 − y(t)) = 0
t→∞ t→∞ 3
60
50
40
30
20
10
t
1
lim β(t) = lim (50 − y(t)) = 30 gramas
t→∞ t→∞ 3
Portanto, a quantidade inicial de A será toda consumida na reação, entretanto so-
brará ainda 30 gramas de B.
Temos então
dy 2 1
∝ 40 − y 20 − y ,
dt 3 3
ou ainda,
dy
∝ (60 − y)2 .
dt
Neste caso a quantidade da substância C como função do tempo, y(t), é a solução do
problema
dy
= k (60 − y)2
dt
y(0) = 0, y(10) = 10
1
A equação é separável. Multiplicando-se a equação por (60−y)2
obtemos
1
y0 = k
(60 − y)2
Integrando-se em relação a t obtemos
1
Z Z
y0 dt = kdt + c
(60 − y)2
fazendo-se a substituição y0 dt = dy obtemos
1
Z Z
dy = kdt + c.
(60 − y)2
60
50
40
30
20
10
t
(a) Determine a quantidade de sal no tanque em cada instante t, onde t é contado a partir do inı́cio do
processo.
(b) Calcule a concentração de sal no tanque t = 10 minutos após o inı́cio do processo.
2
4.2. Um tanque contém inicialmente 100 litros de água pura. Então, água salgada, contendo 30 e− 10 t gramas
de sal por litro, passa a ser bombeada para o tanque a uma taxa de 10 litros por minuto. Simultaneamente
a solução passa a ser agitada e retirada do tanque na mesma taxa.
(a) Determine a quantidade de sal no tanque em cada instante t, onde t é contado a partir do inı́cio do
processo.
(b) Calcule em que instante a concentração de sal no tanque será de 7,5 gramas por litro.
4.3. Um tanque contém inicialmente 100 litros de água e 100 gramas de sal. Então, uma mistura de água e
sal na concentração de 5 gramas de sal por litro é bombeada para o tanque a uma taxa de 4 litros por
minuto. Simultaneamente a solução (bem misturada) é retirada do tanque na mesma taxa.
(a) Determine a quantidade de sal no tanque em cada instante t, onde t é contado a partir do inı́cio do
processo.
(b) Calcule a concentração limite de sal no tanque quando t → ∞ e o tempo necessário para que a
concentração atinja metade deste valor.
4.4. Suponha que um tanque contenha uma mistura de água e sal com um volume inicial 100 litros e 10
gramas de sal e que uma solução salina seja bombeada para dentro do tanque a uma taxa de 3 litros por
minuto possuindo uma concentração de 1 grama de sal por litro. Suponha que a solução bem misturada
sai a uma taxa de 2 litros por minuto.
(a) Determine a quantidade de sal no tanque em cada instante t, onde t é contado a partir do inı́cio do
processo.
(b) De qual valor se aproxima a concentração quando o tanque está enchendo, se a sua capacidade é de
200 litros?
4.5. Suponha que um tanque contenha uma mistura de água e sal com um volume inicial 100 litros e 10
gramas de sal e que água pura seja bombeada para dentro do tanque a uma taxa de 1 litro por minuto.
Suponha que a solução bem misturada sai a uma taxa de 2 litros por minuto.
(a) Determine a quantidade de sal no tanque em cada instante t, onde t é contado a partir do inı́cio do
processo.
(b) De qual valor se aproxima a concentração quando o tanque se aproxima de ficar vazio?
4.6. Dentro da Terra a força da gravidade é proporcional à distância ao centro. Um buraco é cavado de polo
a polo e uma pedra é largada na borda do buraco.
4.8. Num processo quı́mico, uma substância se transforma em outra, a uma taxa proporcional à quantidade
de substância não transformada. Se esta quantidade é 48 ao fim de 1 hora, e 27, ao fim de 3 horas, qual a
quantidade inicial da substância?
4.9. A população de bactérias em uma cultura cresce a uma taxa proporcional ao número de bactérias no
instante t. Após três horas, observou-se a existência de 400 bactérias. Após 9 horas, 2500 bactérias. Qual
era o número inicial de bactérias?
4.10. Uma população de bactérias cresce a uma taxa proporcional a população presente. Sabendo-se que após
uma hora a população é 2 vezes a população inicial, determine a população como função do tempo e o
tempo necessário para que a população triplique. Faça um esboço do gráfico da população em função
do tempo.
4.11. Suponha que em uma comunidade de 100 pessoas inicialmente apenas uma pessoa seja portador de um
vı́rus e que a taxa com que o vı́rus se espalha na comunidade seja proporcional tanto ao número de
pessoas infectadas como também ao número de pessoas não infectadas. Se for observado que após 4
semanas 5 pessoas estão infectadas. Determine o número de pessoas infectadas em função do tempo.
Faça um esboço do gráfico da solução.
4.12. Na tabela abaixo estão os dados dos 6 penúltimos recenseamentos realizados no Brasil.
Ano População
1950 52 milhões
1960 70 milhões
1970 93 milhões
1980 119 milhões
1991 147 milhões
2000 170 milhões
1 dy
= ay + b
y dt
dy y ( t i +1 ) − y ( t i )
( ti ) ≈
dt t i +1 − t i
y −y 1 y i − y i −1 gi + h i
ti yi gi = y1 ti+1 −t i hi = y i t i − t i −1 2
i i +1 i
1950 52 milhões 0, 0346 -
1960 70 milhões 0, 0329 0, 0257
1970 93 milhões 0, 0280 0, 0247
1980 119 milhões 0, 0214 0, 0218
1991 149 milhões 0, 0174 0, 0173
2000 170 milhões - 0, 0150
Assim,
1 dy g + hi
(ti ) = ay(ti ) + b ≈ i ,
y dt 2
para ti = 1960, 1970, 1980, 1991. Usando quadrados mı́nimos encontre a melhor reta, z = ay + b, que se
g +h
ajusta ao conjunto de pontos (yi , i 2 i ), para yi = 1960, 1970, 1980, 1991. Determine k e y M a partir dos
valores de a e b encontrados.
Usando t0 = 2000, y0 = 170 milhões obtenha
257 · 106
y(t) =
1 + 0, 51 · e−0,04(t−2000)
Determine a estimativa para a população do ano 2010, y(2010). Compare com o recenseamento realizado
em 2010, em que a população foi de 190, 7 milhões.
260
250
240
230
220
210
200
190
População (em milhões)
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060
Ano
4.13. Um tambor cônico com vértice para baixo, de 2 metros de altura e base circular de raio 1 metro, está cheio
de água. Se fizermos um furo no fundo e em 30 minutos a altura da coluna de água cair pela metade
determinar a altura h em função do tempo e em quanto tempo o tanque esvazia. A lei de Torricelli√ diz
que a taxa com que um lı́quido escoa por um orifı́cio situado a uma profundidade h é proporcional a h.
4.14. Um termômetro é levado de uma sala onde a temperatura é de 20◦ C para fora onde a temperatura é de
5◦ C. Após 1/2 minuto o termômetro marca 15◦ C.
4.18. Um composto C é formado da reação de duas substâncias A e B. A reação ocorre de forma que para cada
grama de B, 4 gramas de A são usadas. A taxa com que se obtém a substância C é proporcional tanto a
quantidade de A quanto a quantidade de B não transformadas. Inicialmente havia 32 gramas de A e 50
gramas de B.
(a) Determine a quantidade de C em função do tempo, sabendo-se que em 10 minutos são formados 30
gramas de C. Qual a quantidade limite de C após um longo perı́odo. Quanto restará de A e B após
um longo perı́odo.
(b) Repita o item anterior se estão presentes inicialmente 32 gramas de A e 8 gramas de B.
Nem sempre este problema tem uma única solução como mostra o próximo exemplo.
y
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
t
Figura 1.29 – Duas soluções do problema de va- 0.2 0.4 0.6 0.8 1
lor inicial do Exemplo 1.23
Este problema tem duas soluções. Resolvendo a equação diferencial como uma
equação separável obtemos (verifique!)
t2
y1 ( t ) = , para t ≥ 0
4
e analisando a equação diferencial como uma equação autônoma temos a solução de
equilı́brio
y2 (t) = 0.
∂f
Se a função f (t, y) e a sua derivada forem contı́nuas em um retângulo em torno
∂y
de (t0 , y0 ) o que ocorreu no exemplo anterior não acontece como estabelecemos no
próximo teorema que será demonstrado apenas ao final da seção.
γ
y0
∂f
Se f (t, y) e são contı́nuas no retângulo R = {(t, y) ∈ R2 | α < t < β, δ < y < γ} contendo (t0 , y0 ), então o
∂y
problema (1.27) tem uma única solução em um intervalo contendo t0 .
Exemplo 1.24. Para o problema de valor inicial do Exemplo 1.23 mas com o ponto
inicial (t0 , y0 )
√
dy
= y
dt
y ( t0 ) = y0
√ ∂f 1
f (t, y) = y ⇒ = √ .
∂y 2 y
Vemos que se (t0 , y0 ) é tal que y0 > 0, então o problema de valor inicial acima tem
solução única.
Pelo Teorema 1.1 o problema de valor inicial acima tem uma única solução para todo
(t0 , y0 ) ∈ R2 . Mas, por exemplo, para t0 = 0 e y0 = 1 o problema tem solução
−1
y(t) = (verifique!) e é válida somente no intervalo t < 1.
t−1
No exemplo anterior apesar do Teorema 1.1 garantir que em todo ponto (t0 , y0 ) ∈ R2
existe uma solução localmente (num intervalo em torno de t0 ) estas soluções não se
juntam de modo a formar soluções globais (que existam para todo t ∈ R). Isto não
ocorre para equações lineares como provamos a seguir.
y
9
1
t
Figura 1.31 – Solução do problema de valor ini- -1.5 -1 -0.5 0.5 1 1.5
cial do Exemplo 1.25 para t0 = 0 e y0 = 1.
Teorema 1.2 (Existência e Unicidade para Equações Lineares). Considere o problema de valor inicial
dy
+ p(t)y = q(t)
dt
y ( t0 ) = y0
Se p(t) e q(t) são funções contı́nuas em um intervalo aberto I contendo t0 , então o problema de valor inicial tem uma
única solução neste intervalo.
t
Z Rt
1 t0 p(s)ds
y(t) = µ(s)q(s)ds + y0 , em que µ(t) = e .
µ(t) t0
Por hipótese a função y(t) está bem definida. Vamos mostrar que y(t) é solução do
problema de valor inicial.
Z t
µ(t)y(t) = µ(s)q(s)ds + y0
t0
d
(µ(t)y(t)) = µ(t)q(t)
dt
dy dµ
µ(t) + y = µ ( t ) q ( t ).
dt dt
dµ
Mas dt = µ(t) p(t), então a equação acima pode ser escrita como
dy
µ(t) + µ ( t ) p ( t ) y = µ ( t ) q ( t ).
dt
2
p(t) = e q(t) = t. p(t) é contı́nua para t 6= 0. Para t0 = 2, por exemplo, o
t
problema de valor inicial tem uma única solução para t > 0 e para t0 = −3, o
problema de valor inicial tem uma única solução para t < 0. Para tirarmos esta
conclusão não é necessário resolver o problema de valor inicial, apesar dele estar
resolvido no Exemplo 1.9 na página 18.
Como f (t, y) é contı́nua no retângulo R, existe uma constante positiva b tal que
| f (t, y)| ≤ b, para (t, y) ∈ R.
Assim,
| y1 ( t ) − y0 | ≤ b | t − t0 |, para α < t < β.
∂f
Como é contı́nua no retângulo R, existe uma constante positiva a (por que?)
∂y
tal que
| f (t, y) − f (t, z)| ≤ a |y − z|, para α < t < β e δ < y, z < γ.
Assim,
Z t
|y2 (t) − y1 (t)| ≤ | f (s, y1 (s)) − f (s, y0 (s))|ds
t0
| t − t0 |2
Z t Z t
≤a |y1 (s) − y0 |ds ≤ ab |s − t0 |ds = ab
t0 t0 2
e
Z t
|y3 (t) − y2 (t)| ≤ | f (s, y2 (s)) − f (s, y1 (s))|ds
t0
Z t
≤a |y2 (s) − y1 (s)|ds
t0
| s − t0 |2 | t − t0 |3
Z t
2
≤a b ds = a2 b .
t0 2 6
Vamos supor, por indução, que
| t − t 0 | n −1
|yn−1 (t) − yn−2 (t)| ≤ an−2 b .
( n − 1) !
Então,
Z t
|yn (t) − yn−1 (t)| ≤ | f (s, yn−1 (s)) − f (s, yn−2 (s))|ds
t0
Z t
≤a |yn−1 (s)) − yn−2 (s)|ds
t0
| s − t 0 | n −1 | t − t0 | n
Z t
≤a a n −2 b ds = an−1 b (1.28)
t0 ( n − 1) ! n!
Estas desigualdades são válidas para α ≤ α∗ < t < β∗ ≤ β em que α∗ e β∗ são
tais que δ < yn (t) < γ sempre que α∗ < t < β∗ (por que existem α∗ e β∗ ?).
Como
m m
a k −1 ( β − α ) k
|ym (t) − yn (t)| ≤ ∑ |yk (t) − yk−1 (t)| ≤ b ∑ k!
,
k = n +1 k = n +1
Logo, dado um e > 0, para n suficientemente grande, |y(t) − yn (t)| < e/3,
para α∗ < t < β∗ . Daı́ segue-se que y(t) é contı́nua, pois dado um e > 0,
para s suficientemente próximo de t, temos que |yn (t) − yn (s)| < e/3 e para
n suficientemente grande |y(t) − yn (t)| < e/3 e |y(s) − yn (s)| < e/3, o que
implica que
|y(t) − y(s)| ≤ |y(t) − yn (t)| + |yn (t) − yn (s)| + |yn (s) − y(s)| < e.
Assim, como
Z t Z t Z t Z t
y(t) = y0 (s)ds = f (s, y(s))ds, z(t) = z0 (s)ds = f (s, z(s))ds,
t0 t0 t0 t0
então
ou seja,
u0 (t) ≤ au(t).
Subtraindo-se au(t) e multiplicando-se por e− at obtemos
d −at
(e u(t)) ≤ 0, com u(t0 ) = 0.
dt
Isto implica que e−at u(t) = 0 (lembre-se que u(t) ≥ 0) e portanto que u(t) = 0,
para todo t. Assim, y(t) = z(t), para todo t.
∂f
5.3. Mostre que se é contı́nua no retângulo
∂y
Sugestão: Para t fixo, use o Teorema do Valor Médio para f como função somente de y. Escolha a como
∂f
sendo o máximo de no retângulo.
∂y
∂f
5.4. Mostre que se f (t, y) e são contı́nuas no retângulo
∂y
| f (t, y)| ≤ b, | f (t, y) − f (t, z)| ≤ a |y − z|, para α < t < β e δ < y, z < γ,
satisfaz δ < yn (t) < γ sempre que α∗ < t < β∗ . Sugestão: mostre que
b
| y n ( t ) − y0 | ≤ − 1 e a | t − t0 | .
a
Como ert 6= 0, então y(t) = ert é solução da equação diferencial se, e somente se, r é solução da
equação
ar + b = 0
dy d2 y
(b) Substituindo-se y = ert , = rert e 2 = r2 ert na equação diferencial obtemos
dt dt
Como ert 6= 0, então y(t) = ert é solução da equação diferencial se, e somente se, r é solução da
equação
ar2 + br + c = 0
dy d2 y
(c) Substituindo-se y = xr , = rxr−1 e 2 = r (r − 1) xr−2 na equação diferencial obtemos
dx dx
r (r − 1) xr + brxr + cxr = 0.
r2 + (b − 1)r + c xr = 0.
Como xr 6= 0, então y = xr é solução da equação diferencial se, e somente se, r é solução da equação
r2 + (b − 1)r + c = 0.
1.4. (a)
−2tr tr2 (−2r + r2 )t
0 = y0 + ty2 = + 2 = ∀t
( t2 − 3) 2 ( t − 3) 2 ( t − 3)2
⇒ r2 − 2r = 0
⇒ r=0 ou r=2
(b)
−2rt 2tr2 (−2r − 2r2 )t
0 = y0 − 2ty2 = − = ∀t
( t2 + 1)2 ( t2 + 1)2 ( t2 + 1)2
⇒ r2 + r = 0
⇒ r=0 ou r = −1
(c)
−2rt 6tr2 (−2r − 6r2 )t
0 = y0 − 6ty2 = − = ∀t
( t2 + 1)2 ( t2 + 1)2 ( t2 + 1)2
⇒ 3r2 + r = 0
⇒ r=0 ou r = −1/3
(d)
−2rt tr2 (−2r − r2 )t
0 = y0 − ty2 = − = , ∀t
( t2 + 2)2 ( t2 + 2)2 ( t2 + 2)2
⇒ r2 + 2r = 0
⇒ r=0 ou r = −2
Portanto, todas as soluções da equação diferencial que são funções de 1o. grau são múltiplos escalares de
y0 (t) = t − 1.
2.1. (a)
2
R
(1−2x )dx
µ( x ) = e = e x−x
2
Multiplicando a equação por µ( x ) = e x− x :
d x − x2 2 2
e y = e x− x xe− x = xe− x
dx
1
Z
2 2 2
e x−x y( x ) = xe− x dx = − e− x + C
2
1 2
y( x ) = − e− x + Ce x − x
2
1
2 = y(0) = − + C ⇒ C = 5/2
2
1 5 2
y( x ) = − e− x + e x − x
2 2
(b)
3t2 dt 3
R
µ(t) = e = et
3
Multiplicando a equação por µ(t) = et :
d t3 3 3
e y = et e−t +t = et
dt
Z
3
et y(t) = et dt = et + C
3 3
y(t) = et−t + Ce−t
2 = y (0) = 1 + C ⇒ C = 1
3 3
y (t ) = et−t + e−t
(c) R
− cos t dt
µ(t) = e = e− sen t
d − sen t 2 2
e y = e− sen t tet +sen t = tet
dt
1 t2
Z
2
e− sen t y(t) = tet dt = e +C
2
1 t2 +sen t
y(t) = e + Cesen t
2
1
2 = y (0) = + C ⇒ C = 3/2
2
1 t2 +sen t 3 sen t
y(t) = e + e
2 2
(d)
x4 dx x5
R
µ( x ) = e =e 5
x5
Multiplicando a equação por µ( x ) = e 5 :
5
d x x5 4x5 5
e 5 y = e 5 x4 e 5 = x4 e x
dx
x5 1 x5
Z
5
e 5 y( x ) = x4 e x dx = e
5
1 4x5 x5
y( x ) = e 5 + Ce− 5
5
1
1 = y (0) = + C ⇒ C = 4/5
5
1 4x5 4 x5
y( x ) = e 5 + e− 5
5 5
2.2. (a)
4 2
y0 − y=− 3
x x
− 4x dx
R
µ( x ) = e = x −4
Multiplicando a equação por µ( x ) = x −4 :
d −4 2
x y =− 7
dx x
Integrando-se
2 1
Z
x −4 y ( x ) = − dx = 6 + C
x7 3x
1
y( x ) = + Cx4
3x2
(b)
1
y0 − y = −x
x
− 1x dx
R
µ( x ) = e = x −1
Multiplicando a equação por µ( x ) = x −1 :
d −1
x y = −1
dx
Integrando-se Z
x −1 y ( x ) = − dx = − x + C
y( x ) = − x2 + Cx
(c)
4
y0 − y = x5 e x
x
− 4x dx
R
µ( x ) = e = x −4
Multiplicando a equação por µ( x ) = x −4 :
d −4
x y = xe x
dx
Integrando-se Z
x −4 y ( x ) = xe x dx = xe x − e x + C
y( x ) = x5 e x − x4 e x + Cx4
2.3. (a)
5x4 dx 5
R
µ( x ) = e = ex
5
Multiplicando a equação por µ( x ) = e x :
d x5 5 5
e y = e x x4 = x4 e x
dx
1 x5
Z
5 5
e x y( x ) = x4 e x dx = e +C
5
1 5
y( x ) = + Ce− x
5
1
y0 = y (0) = + C ⇒ C = y0 − 1/5
5
1 1 − x5
y ( x ) = + y0 − e
5 5
5
(b) y0 ( x ) = −5x4 y0 − 51 e− x . Para y0 > 1/5 a solução é decrescente e para y0 < 1/5 a solução é
crescente.
(c) limx→+∞ y( x ) = 1/5 e claramente independe do valor de y0 .
2.4. (a)
x
y0 + y=0
x2 − 9
x
R
dx 1 2 −9|
p
µ( x ) = e x2 −9 = e 2 ln | x = x2 − 9
√
Multiplicando a equação por µ( x ) = x2 − 9:
d p 2
x −9y = 0
dx
p
x2 − 9 y( x ) = C
C
y( x ) = √
x2 −9
C
y0 = y (5) = ⇒ C = 4y0
4
4y0
y( x ) = √
x2 − 9
(b) x > 3, para y0 6= 0 e −∞ < x < ∞, para y0 = 0.
(c) limx→+∞ y( x ) = 0 e claramente independe do valor de y0 .
dy d dy dy
2.5. (a) dt + p(t)y = dt (y1 (t) + y2 (t)) + p(t)(y1 (t) + y2 (t)) = dt1 + p(t)y1 + dt2 + p(t)y2 = 0 + 0 =
dy dy
0, pois como y1 e y2 são soluções da equação diferencial, então dt1 + p(t)y1 = 0 e dt2 + p(t)y2 = 0.
dy d dy
(b) dt + p(t)y = dt (cy1 (t)) + p(t)(cy1 (t)) = c dt1 + p(t)y1 = c0 = 0, pois como y1 é solução da
dy1
+ p(t)y1 = 0 e ( dy
equação diferencial, então dt
2
dt + p ( t ) y2 = 0.
dy d dy dy
2.6. dt + p(t)y = dt (cy1 (t) + y2 (t)) + p(t)(cy1 (t) + y2 (t)) = c dt1 + p(t)y1 + dt2 + p(t)y2 = c0 +
q(t) = q(t)
1 1
R
2.7. Para resolver a equação precisamos determinar o fator integrante: µ(t) = e 100 dt = e 100 t .
1
Multiplicando-se a equação diferencial por µ(t) = e 100 t obtemos
d 1
(e 100 t y) = 2t
dt
Integrando-se ambos os membros obtemos
1
e 100 t y(t) = t2 + C
ou 1 1
y(t) = t2 e− 100 t + Ce− 100 t .
Substituindo-se t = 0 e y = 100, obtemos 100 = C. Ou seja, a solução do problema de valor inicial é
1 1 1
y(t) = t2 e− 100 t + 100e− 100 t = (t2 + 100)e− 100 t .
0 2
√ positiva o sinal de y (t) depende apenas de −t − 100 + 200t que é
Como a função exponencial é sempre
zero se, e somente se, t = 100 ± 30 11.
√
2 − 100 + 200t (e portanto y0 ( t )) é negativa para t < 100 − 30 11 ≈ 0, 5 e para t >
Além disso
√ − t √ √
100 + 30 11 ≈ 199, 5 e positiva para 100 − 30 11 ≈ 0, 5 < t < 100 + 30 11 ≈ 199, 5.
√ √
√ − 30 11 ≈ 0, 5 e para t > 100 + 30 11 ≈ 199, 5
Logo, a solução do PVI, y(√t), é decrescente para t < 100
e crescente para 100 − 30 11 ≈ 0, 5 < t < 100 + 30 11 ≈ 199, 5.
t t t
t2 − 200 t + 100 e− 100 (2 t − 200) e− 100 t2 − 400 t + 20100 e− 100
00
y (t) = − = .
10000 100 10000
00 2
√ positiva o sinal2 de y (t) é o mesmo de t −00400 t + 20100 que é
Como a função exponencial é sempre
zero se, e somente
√ se, t = 200 ± 10 99. Além
√ disso, t − 400 t + 20100 (e portanto
√ y (t)) é positiva para
t < 200 −√10 99 ≈ 59 e para t > 200 + 10 99 ≈ 341 e negativa para 200 − 10 99 ≈ 59 ≈ 0, 5 < t <
200 + 10 99 ≈ 341.
√
√ para t < 200 − 10 99√≈ 59 e para t > 200 +
√ a solução do PVI, y(t), tem concavidade para cima
Logo,
10 99 ≈ 341 e concavidade para baixo para 200 − 10 99 ≈ 59 < t < 200 + 10 99 ≈ 341.
Abaixo o esboço do gráfico feito usando o programa Paint que é um acessório do MSWindows
c
.
3.1. (a)
(1 + x2 )y0 − xy = 0
1 0 x
y =
y 1 + x2
Integrando-se em relação a x:
1
ln |y| = ln(1 + x2 ) + C1
2
|y|
ln = C1
(1 + x2 )1/2
y
= ±eC1 = ±C2 = C
(1 + x2 )1/2
y( x ) = C (1 + x2 )1/2
(b)
y2 − 1 − (2y + xy)y0 = 0
y 1
y0 =
y2 − 1 2+x
Integrando-se em relação a x:
1
ln |y2 − 1| = ln |2 + x | + C1
2
!
|y2 − 1|1/2
ln = C1
|2 + x |
|y2 − 1|1/2
= ±eC1 = ±C2 = C
2+x
(c)
x
yy0 =
ax2 + b
Integrando-se em relação a x obtemos que a solução é dada implicitamente por
1 2 1
y = ln | ax2 + b| + C
2 2a
(d)
x
y −3 y 0 =
( ax2 + b)1/2
Integrando-se em relação a x obtemos que a solução é dada implicitamente por
1 1
− y−2 = ( ax2 + b)1/2 + C
2 a
(e)
y 1
p y0 − =0
ay2 + b x
Integrando-se em relação a x obtemos que a solução é dada implicitamente por
1
q
ay2 + b = ln | x | + C
a
(f)
y 1
y0 − 2 = 0
ay2 + b x
(c) Nos pontos onde a solução tem máximo local a reta tangente à curva é horizontal, ou seja, pontos
dy
onde dx = 0. Neste caso não precisamos calcular a derivada da solução, pois a derivada já está dada
pela equação diferencial, ou seja,
dy 2x + 1
= 2
dx 3y − 3
Assim, a reta tangente é horizontal para x tal que 2x + 1 = 0, ou seja, somente para x = −1/2 que
é ponto de máximo local, pois como a solução está limitada à região −1 < y < 1, então da equação
dy dy
diferencial vemos que > 0, para x < −1/2 e < 0, para x > −1/2.
dx dx
dx 1 3y2 − 3
= dy = ,
dy 2x + 1
dx
para x 6= −1/2. Assim já sabemos que a solução está contida em uma curva que passa pelos pontos
(−2, −1) e (1, −1), onde a tangente é vertical, que passa pelo ponto inicial (0, 0). Neste ponto a
inclinação da reta tangente é −1/3, pois substituindo-se x = 0 e y = 0 na equação diferencial
dy
obtemos dx = −1/3. Além disso sabemos que o único ponto em que a tangente é horizontal ocorre
para x = −1/2 e como a solução está limitada à região −1 < y < 1, então da equação diferencial
dy dy
vemos que > 0, para x < −1/2 e < 0, para x > −1/2. Deduzimos daı́ que a solução é
dx dx
crescente até x = −1/2 depois começa a decrescer.
0.5
-0.5
-1
1 0 =1
3.3. (a) A equação é equivalente a b− ay y
1 0 = q(t)
(b) A equação é equivalente a 1− y y
1
y0 = 1 (1.30)
y(100 − y)
1
Vamos decompor y(100−y)
em frações parciais:
1 A B
= +
y(100 − y) y 100 − y
Multiplicando-se a equação acima por y(100 − y) obtemos
1 = A(100 − y) + By
Substituindo-se y = 0 e y = 100 obtemos A = 1/100 e B = 1/100. Assim,
Z
1 1 1 1
Z Z
dy = dy + dy
y(100 − y) 100 y 100 − y
1
= (ln |y| − ln |100 − y|)
100
Logo, a equação (1.30) tem solução
ln |y| − ln |100 − y| = 100t + C1 .
Usando propriedades do logaritmo podemos reescrever como
y
= C1 + 100t.
ln
100 − y
y
= ±eC1 e100t = Ce100t
100 − y
1 1
C= = .
100 − 1 99
100 100t
C100e100t e 100e100t 100
y(t) = = 99 1 = =
1 + Ce 100t
1 + 99 e100t 99 + e100t 99e−100t + 1
Usando a equação diferencial vemos que a taxa de crescimento da solução (dada por y0 ) é positiva e
crescente para 0 < y < 50 e positiva e decrescente para 50 < y < 100.
100
50
4.1. (a)
dQ 1 Q
= 2te− 100 t − .
dt 100
Q(0) = 100
dQ Q 1
+ = 2te− 100 t .
dt 100
Para resolvê-la precisamos determinar o fator integrante
1 1
R
µ(t) = e 100 dt = e 100 t
1
Multiplicando-se a equação diferencial por µ(t) = e 100 t obtemos
d 1
(e 100 t Q) = 2t
dt
ou 1 1
Q(t) = t2 e− 100 t + Ce− 100 t
Substituindo-se t = 0 e Q = 100, obtemos
100 = C
Q(10) 102 1 1
c(10) = =( + 1)e− 100 10 = 2e− 10 gramas/litro
100 100
4.2. (a)
dQ 2 Q
= 300e− 10 t − 10 .
dt 100
Q (0) = 0
dQ Q 2
+ = 300e− 10 t .
dt 10
Para resolvê-la precisamos determinar o fator integrante
1 1
R
µ(t) = e 10 dt = e 10 t
1
Multiplicando-se a equação diferencial por µ(t) = e 10 t obtemos
d 1 t 1 2 1
(e 10 Q) = 300e 10 t e− 10 t = 300e− 10 t
dt
Integrando-se ambos os membros obtemos
1 1
e 10 t Q(t) = −3000e− 10 t + C
ou
2 1
Q(t) = −3000e− 10 t + Ce− 10 t
Substituindo-se t = 0 e Q = 0, obtemos
0 = −3000 + C
Q(t) 1 2
c(t) = = 30(e− 10 t − e− 10 t )
100
1
Se x = e− 10 t . Então, c(t) = 7,5 se, e somente se, x − x2 = 75
300 = 1
4 ou x = 1/2 ou 1
10 t = ln 2 ou
t = 10 ln 2 min.
4.3. (a)
dQ Q
= 20 − .
dt 25
Q(0) = 100
dQ Q
+ = 20.
dt 25
Para resolvê-la precisamos determinar o fator integrante
1 1
R
µ(t) = e 25 dt = e 25 t
1
Multiplicando-se a equação diferencial por µ(t) = e 25 t obtemos
d 1 t 1
(e 25 Q) = 20e 25 t
dt
Integrando-se ambos os membros obtemos
1 1
e 25 t Q(t) = 500e 25 t + C
ou 1
Q(t) = 500 + Ce− 25 t
Substituindo-se t = 0 e Q = 100, obtemos
100 = 500 + C
Q(t) Q(t) 1
c(t) = = = 5 − 4e− 25 t gramas por litro
V (t) 100
ou
Q(t) = 100 + t + C (100 + t)−2
Substituindo-se t = 0 e Q = 10, obtemos
Q(t)
c(t) = = 1 − 9 105 (100 + t)−3
100 + t
O tanque estará cheio para t = 100.
9 71
lim c(t) = 1 − = gramas/litro
t→100 80 80
4.5. (a)
dQ = −2 Q .
dt 100 − t
Q(0) = 10
1 0 2
Q =− .
Q 100 − t
Integrando-se obtemos
ln | Q(t)| = 2 ln |100 − t| + C1
ou
Q(t) = C (100 − t)2
Substituindo-se t = 0 e Q = 10, obtemos
10 = C104 ⇒ C = 10−3
Q(t)
c(t) = = 10−3 (100 − t)
100 − t
O tanque estará vazio para t = 100.
4.6. (a)
dv dv
m = mv = −kx
dt dx
mv2 /2 = −kx2 /2 + C
mv2 /2 + kx2 /2 = C
Substituindo-se x = R, v = 0:
kR2 /2 = C
mv2 /2 = kR2 /2 − kx2 /2
r
k ( R2 − x 2 )
v( x ) =
m
(b) Substituindo-se x = 0: r
kR2
v (0) =
m
Substituindo-se x = − R:
v(− R) = 0.
4.7.
dV
= kA = k4πr2
dt
4
V (r ) = πr3
3
dV dV dr dr
= = 4πr2
dt dr dt dt
Substituindo na primeira equação:
dr
=k
dt
r (t) = kt + C
Substituindo t = 0 e r = r0 :
r0 = C
Substituindo t = 1 e r = r0 /2:
r0 /2 = k + r0
k = −r0 /2
r (t) = r0 (1 − t/2)
4.8.
dy
= ky ⇒ y(t) = y0 ekt
dt
48 = y(1) = y0 ek
27 = y(3) = y0 e3k
48
= e−2k
27
1 48 1 16 3
k = − ln = − ln = ln
2 27 2 9 4
3 4
y0 = 48e−k = 48e− ln 4 = 48 = 64
3
4.9.
dy
= ky
dt
y(t) = y0 ekt
ln(400/y0 )
400 = y0 e3k ⇒ k=
3
3
9k 400
2500 = y0 e ⇒ 2500 = y0
y0
2500
y0−2 =
4003
1/2
4003 203
y0 = = = 160
2500 50
4.10. A população cresce a uma taxa proporcional a população presente o que significa que a população, y(t),
é a solução do problema de valor inicial
dy
= ky.
dt
y (0) = y0
y(t) = y0 ekt
Como em uma hora a população é o dobro da população original, então substituindo-se t = 1 e y = 2y0
obtemos
2y0 = y0 ek ⇒ k = ln 2
Assim, a equação que descreve como a população de bactérias varia com o tempo é
Agora para sabermos em quanto tempo a população triplica substituı́mos y = 3y0 e determinamos t que
é
ln 3
t= ≈ 1, 585 horas ≈ 1 hora e 35 minutos.
ln 2
8y0
4y0
2y0
y0
t
1 2 3
4.11. O número de pessoas infectadas como função do tempo, y(t), é a solução do problema de valor inicial
dy
= ky(100 − y).
dt
y (0) = 1
1
Multiplicando-se a equação por y(100−y)
obtemos a equação separável:
1
y0 = k
y(100 − y)
Integrando-se em relação a t obtemos
1
Z Z
y0 dt = kdt + c1 .
y(100 − y)
Substituindo-se y0 dt = dy obtemos
1
Z Z
dy = kdt + c1 . (1.31)
y(100 − y)
1
Vamos decompor y(100−y)
em frações parciais:
1 A B
= +
y(100 − y) y 100 − y
Multiplicando-se a equação acima por y(100 − y) obtemos
1 = A(100 − y) + By
Substituindo-se y = 0 e y = 100 obtemos A = 1/100 e B = 1/100. Assim,
Z
1 1 1 1
Z Z
dy = dy + dy
y(100 − y) 100 y 100 − y
1
= (ln |y| − ln |100 − y|)
100
1
(ln |y| − ln |100 − y|) = kt + c1
100
ou ainda como
ln |y| − ln |100 − y| = 100kt + c2 .
Usando propriedades do logaritmo podemos reescrever como
y
= c2 + 100kt.
ln
100 − y
1 1
c= = ,
100 − 1 99
99 ln 99
e400k = ⇒ 100k = 19
.
19 4
Vamos explicitar y(t).
Usando a equação diferencial vemos que a taxa de crescimento da solução (dada por y0 ) é positiva e
crescente para 0 < y < 50 e positiva e decrescente para 50 < y < 100.
Além disso, lim y(t) = 100.
t→∞
100
50
5 t
gi + h i
ti yi gi hi 2
1950 52 milhões 0, 0346 -
1960 70 milhões 0, 0329 0, 0257 0, 0293
4.12. 1970 93 milhões 0, 0280 0, 0247 0, 0263
1980 119 milhões 0, 0214 0, 0218 0, 0216
1991 147 milhões 0, 0174 0, 0173 0, 0174
2000 170 milhões - 0, 0150
1 dy g + hi
(t ) = ay(ti ) + b ≈ i ,
y dt i 2
para ti = 1960, 1970, 1980, 1991. Usando quadrados mı́nimos vamos encontrar a melhor reta que se ajusta
ao conjunto de pontos
gi + h i
yi 2
70 milhões 0.0293
93 milhões 0.0263
119 milhões 0.0216
147 milhões 0.0174
0.03
0.028
0.026
0.024
z=ay+b
0.022
0.02
0.018
0.016
70 80 90 100 110 120 130 140 150
y (em milhões)
257 · 106
y(t) =
1 + 0, 51 · e−0,04(t−2000)
Um erro de 0, 5 %.
260
250
240
230
220
210
200
190
4.13.
√
dh = k h
dt dV
dh
h (0) = h0
2
dV R
=π h2
dh H
Substituindo t = 0 e h = 2:
25/2 = C 0
Substituindo t = 30 e h = 1:
1 − C0 1 − 25/2
C 0 + 30k0 = 1 ⇒ k0 = =
30 30
Assim, a função que descreve como a altura varia com o tempo é dada por
1 − 25/2 2/5
h(t) = (C 0 + k0 t)2/5 = (25/2 + t)
30
Substituindo h = 0:
C0 30 · 25/2
t=− = − ≈ 36 min
k0 1 − 25/2
4.14. (a) A temperatura registrada no termômetro, T (t), é a solução do problema de valor inicial
dT
= k ( T − 5).
dt
T (0) = 20
dT
= k ( T − 5)
dt
1
T0 = k
T−5
ln | T − 5| = kt
ln | T − 5| = C1 + kt
T (t) = 5 + Cekt
Substituindo t = 0 e T = 20:
20 = 5 + C ⇒ C = 15
T (t) = 5 + 15ekt
Substituindo t = 1/2 e T = 15:
15 = 5 + 15ek/2 ⇒ k = 2 ln(2/3)
10 = 5 + 15e2 ln(2/3)t
ln(1/3)
t= ≈ 1 min e 20 segundos
2 ln(2/3)
4.15. (a)
dv
120 = 10 − 2v
dt
120
v0 = 1
10 − 2v
60 ln |10 − 2v| = −t + C1
C1 − t
ln |10 − 2v| =
60
t
v(t) = 5 − Ce− 60
Substituindo-se t = 0 e v = 0:
0 = 5−C ⇒ C=5
t
v(t) = 5 − 5e− 60
(b)
t
lim v(t) = lim (5 − 5e− 60 ) = 5 m/s
t→∞ t→∞
4.16.
dQ
200 + 104 Q = 10.
dt
dQ
+ 50Q = 5 · 10−2 .
dt
A equação é linear. Multiplicando-se a equação pelo fator integrante µ(t) = e50t obtemos
d 50t
e Q = 5 · 10−2 e50t
dt
integrando-se obtemos
e50t Q(t) = 10−3 e50t + k
ou
Q(t) = 10−3 + ke−50t
Substituindo-se t = 0 e Q = 0 obtemos k = −10−3 e assim a solução do problema de valor inicial é
Q(t) = 10−3 1 − e−50t coulombs.
dQ
I (t) = = 5 · 10−2 e−50t amperes
dt
4.17. Para este circuito a segunda lei de Kirchhoff nos dá
dI
RI+L = V ( t ).
dt
Ou seja,
dI
5 · 10−1 + 102 I = 10.
dt
dI
+ 200I = 20.
dt
A equação é linear. Multiplicando-se a equação pelo fator integrante µ(t) = e200t obtemos
d 200t
e I = 20e200t
dt
integrando-se obtemos
e200t I (t) = 10−1 e200t + k
ou
I (t) = 10−1 + ke−200t
Substituindo-se t = 0 e I = 0 obtemos k = −10−1 e assim a solução do problema de valor inicial é
I (t) = 10−1 1 − e−200t amperes.
4.18. (a) Sejam α(t) e β(t) as quantidades de A e B não transformadas, respectivamente e y(t) a quantidade
de C obtida. Então,
dy
∝ α ( t ) β ( t ). (1.32)
dt
Sejam a(t) e b(t) a quantidade de A e B transformadas. Então,
a ( t ) + b ( t ) = y ( t ), a(t) = 4b(t).
ou ainda,
dy
∝ (40 − y) (250 − y) .
dt
Neste caso a quantidade da substância C como função do tempo, y(t), é a solução do problema
dy
= k(40 − y)(250 − y)
dt
y(0) = 0, y(10) = 30
1
A equação é separável. Multiplicando-se a equação por (40−y)(250−y)
obtemos
1
y0 = k
(40 − y)(250 − y)
Integrando-se em relação a t obtemos
1
Z Z
y0 dt = kdt + C1
(40 − y)(250 − y)
1
Z Z
dy = kdt + C1 .
(40 − y)(250 − y)
1
Vamos decompor (40−y)(250−y)
em frações parciais:
1 A B
= +
(40 − y)(250 − y) 40 − y 250 − y
1 = A(250 − y) + B(40 − y)
40 − y
= ±eC1 e−210kt = Ce−210kt
250 − y
4
C= .
25
Substituindo-se t = 10 e y = 30 na equação acima obtemos
25
= e−2100k
88
ou
1 88
210k = ln .
10 25
Vamos explicitar y(t).
40 − 250Ce−210kt
y(t) =
1 − Ce−210kt
Substituindo-se os valores de C e k obtidos:
1 88 88 −t/10
1000(1 − e− 10 ln( 25 )t )
1000(1 − 25 )
y(t) = =
1 ln 88 t
− 10 ( ) 88 −t/10
25 − 4e 25 25 − 4 25
Observe que
lim y(t) = 40 gramas
t→∞
4
lim α(t) = lim (32 − y(t)) = 0
t→∞ t→∞ 5
1
lim β(t) = lim (50 − y(t)) = 42 gramas
t→∞ t→∞ 5
Portanto, a quantidade inicial de A será toda consumida na reação, entretanto sobrará ainda 42
gramas de B.
(b) Temos então
dy 4 1
∝ 32 − y 8− y ,
dt 5 5
ou ainda,
dy
∝ (40 − y)2 .
dt
Neste caso a quantidade da substância C como função do tempo, y(t), é a solução do problema
dy
= k (40 − y)2
dt
y(0) = 0, y(10) = 10
1
A equação é separável. Multiplicando-se a equação por (40−y)2
obtemos
1
y0 = k
(40 − y)2
1
Z Z
y0 dt = kdt + C
(40 − y)2
1
Z Z
dy = kdt + C.
(40 − y)2
1
= kt + C.
40 − y
1
C= .
40
1
Substituindo-se C = 40 , t = 10 e y = 10 na equação acima obtemos
1 1 1
k= − = .
300 400 1200
Vamos explicitar y(t).
1
40 − y =
kt + C
(d)
∂f ty
q
f (t, y) = t 1 − y2 ⇒ = −p .
∂y 1 − y2
Para os pontos (t0 , y0 ) ∈ R2 tais que −1 < y0 < 1 o problema de valor inicial tem solução única.
5.2. (a)
t−2 t−2
p(t) = 2
=
t −1 (t − 1)(t + 1)
t t
q(t) = = .
t2 −1 (t − 1)(t + 1)
Como t0 = 0, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo −1 < t < 1.
(b)
t t
p(t) = =
t2 − 1 (t − 1)(t + 1)
t2 t2
q(t) = = .
t2 − 1 (t − 1)(t + 1)
Como t0 = 2, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo t > 1.
(c)
t+1 t+1
p(t) = 2
=
t −t t ( t − 1)
et et
q(t) = = .
t2 −t t ( t − 1)
Como t0 = −1, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo t < 0.
(d)
t+3 t+3
p(t) = 2
=
t −t t ( t − 1)
cos t cos t
2
q(t) =
= .
t −t t ( t − 1)
Como t0 = 2, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo t > 1.
5.3. Seja t fixo, tal que α < t < β. Pelo Teorema do Valor Médio, dados y e z com δ < y, z < γ existe ξ entre y
e z tal que
∂f
f (t, y) − f (t, z) = (t, ξ ) (y − z).
∂y
∂f
Seja a = max (t, w). Tomando-se o módulo da equação acima obtemos
δ<w<γ ∂y
∂f
| f (t, y) − f (t, z)| = (t, ξ ) |y − z| ≤ a |y − z|.
∂y
5.4. Seja α∗ o máximo entre α, o valor de t < t0 tal que ba e a|t−t0 | − 1 = γ e o valor de t < t0 tal que
− ba e a|t−t0 | − 1 = δ. Seja β∗ o mı́nimo entre β, o valor de t > t0 tal que ba e a|t−t0 | − 1 = γ e o valor de
t > t0 tal que − ba e a|t−t0 | − 1 = δ. Vamos mostrar, por indução, que
b a | t − t0 |
| y n ( t ) − y0 | ≤ e −1 , para α∗ < t < β∗
a
e assim que δ < yn (t) < γ, para α∗ < t < β∗ .
| y1 ( t ) − y0 | ≤ b | t − t0 |
∞
a n −1 | t − t 0 | n b a | t − t0 |
= b ∑ n!
=
a
e −1
n =1
e
b a | t − t0 |
| y k ( t ) − y0 | ≤
e −1 ,
a
para k = 1, . . . , n − 1 e α < t < β e assim que δ < yk (t) < γ, para k = 1, . . . , n − 1 e α∗ < t < β∗ . Então,
∗ ∗
por (1.28) na página 99,
| t − t0 | n
|yn (t) − yn−1 (t)| ≤ an−1 b
n!
e assim
n
| y n ( t ) − y0 | ≤ ∑ |yk (t) − yk−1 (t)|
k =1
∞
a n −1 | t − t 0 | n b a | t − t0 |
≤ b ∑ n!
=
a
e −1
n =1
154
2.1 Equações Homogêneas - Parte I 155
1 sen t et
p(t) = , q(t) = , f (t) = .
t2 − 4 t2 − 4 t ( t2 − 4)
Assim, p(t), q(t) e f (t) são contı́nuas para t 6= ±2, 0. Como t0 = 1, então o problema
de valor inicial tem solução no intervalo 0 < t < 2, que é o maior intervalo contendo
t0 = 1 onde p(t), q(t) e f (t) são contı́nuas.
Teorema 2.2 (Princı́pio da Superposição). Se y1 (t) e y2 (t) são soluções da equação homogênea (2.1), então
y ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ) (2.2)
Demonstração. Vamos verificar que realmente y(t) dado por (2.2) é solução de (2.1).
Observe que a função nula, que é igual a zero para todo t é solução da equação
homogênea (2.1). Usando a linguagem da Álgebra Linear podemos dizer que o con-
junto das soluções de uma equação diferencial linear homogênea é um subespaço
vetorial.
y1 (t)+ y2 (t)
y1 ( t ) cy(t)
y(t)
y2 ( t )
Figura 2.1 – Soma de soluções de uma equação Figura 2.2 – Multiplicação de solução de uma
diferencial homogênea equação diferencial homogênea por escalar
em que
y1 ( t0 ) y2 ( t0 ) c1 y0
A= , X= e B= .
y10 (t0 ) y20 (t0 ) c2 y00
Se além disso as soluções y1 (t) e y2 (t) estão definidas num intervalo I, onde p(t) e
q(t) são contı́nuas, então pelo Teorema 2.1 de Existência e Unicidade,
y ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t )
Teorema 2.3. Sejam y1 (t) e y2 (t) duas soluções da equação (2.1) em um intervalo aberto I, onde p(t) e q(t) são
contı́nuas, tais que, em um ponto t0 ∈ I,
y1 ( t0 ) y2 ( t0 )
det 6= 0.
y10 (t0 ) y20 (t0 )
Então, para todo par de condições iniciais (y0 , y00 ), existem constantes c1 e c2 tais que o problema de valor inicial
00
y + p(t)y0 + q(t)y = 0,
y(t0 ) = y0 , y0 (t0 ) = y00 ,
Teorema 2.4. Se y1 (t) e y2 (t) são soluções fundamentais de (2.1) em um intervalo aberto I, então a famı́lia de soluções
y ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ), (2.4)
para constantes c1 e c2 arbitrárias é a solução geral de (2.1) em I.
Demonstração. Seja z(t) uma solução qualquer de (2.1) no intervalo I. Como y1 (t) e y2 (t) são soluções fun-
damentais em I, existe um ponto t0 ∈ I tal que W [y1 , y2 ](t0 ) 6= 0. Considere o PVI formado por (2.1) e as
condições iniciais y(t0 ) = z(t0 ) e y0 (t0 ) = z0 (t0 ), então pelo Teorema 2.3 existem constantes c1 e c2 tais que
z ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ).
Assim, para encontrar a solução geral de uma equação diferencial linear homogênea
de 2a. ordem (2.1) em um intervalo I, precisamos encontrar duas soluções funda-
mentais da equação (2.1), ou seja, duas soluções y1 (t) e y2 (t) tais que em um ponto
t0 ∈ I
y1 ( t0 ) y2 ( t0 )
det 6= 0.
y10 (t0 ) y20 (t0 )
Exemplo 2.2. Seja b um número real não nulo. Vamos mostrar que y1 (t) = cos bt e
y2 (t) = sen bt são soluções fundamentais da equação diferencial
y00 + b2 y = 0.
Como y10 (t) = −b sen bt, y100 (t) = −b2 cos bt, y20 (t) = b cos bt e y200 (t) = −b2 sen bt,
então
y100 + b2 y1 = −b2 cos bt + b2 cos bt = 0
e
y200 + b2 y2 = −b2 sen bt + b2 sen bt = 0.
Assim, y1 (t) e y2 (t) são soluções da equação y00 + b2 y = 0. Além disso,
y1 ( t ) y2 ( t ) cos bt sen bt
det = det = b(cos2 bt + sen2 bt) = b 6= 0 para todo t ∈ R.
y10 (t) y20 (t) −b sen bt b cos bt
Dependência Linear
Dizemos que duas funções y1 (t) e y2 (t) são linearmente dependentes (L.D.) em um
intervalo I, se uma das funções é um múltiplo escalar da outra, ou seja, se
pois uma coluna da matriz acima é um múltiplo escalar da outra. Assim, vale o
seguinte resultado.
Teorema 2.5. Se y1 (t) e y2 (t) são funções diferenciáveis em um intervalo I, tais que
y1 ( t0 ) y2 ( t0 )
W [y1 , y2 ](t0 ) = det 6= 0, para algum t0 ∈ I,
y10 (t0 ) y20 (t0 )
y1 ( t )
y2 ( t )
Usando a linguagem de Álgebra Linear podemos dizer que duas soluções funda-
mentais formam uma base para o subespaço das soluções de uma equação ho-
mogênea (2.1), pois elas são LI e geram o subespaço (toda solução é uma combinação
linear delas).
Observe que o wronskiano pode ser calculado para quaisquer par de funções mesmo
que elas não sejam soluções de uma equação diferencial. Também os conceitos de
dependência e independência linear são definidos para duas funções que podem ou
não ser soluções de uma equação diferencial.
Exemplo 2.3. Seja b um número real não nulo. Mostramos no exemplo anterior que
y1 (t) = cos bt e y2 (t) = sen bt são soluções fundamentais da equação
y00 + b2 y = 0.
A recı́proca do Teorema 2.5 não é verdadeira, ou seja, duas funções podem ser LI
com
W [y1 , y2 ](t) = 0, para todo t ∈ R.
Vejamos o próximo exemplo.
y y
4 4
2 2
t t
-4 -2 2 4 -4 -2 2 4
-2 -2
-4 -4
Figura 2.4 – y1 (t) = t2 e y2 (t) = t|t| são LI mas o wronskiano é igual a zero para todo t
t2
se t ≥ 0
Exemplo 2.4. Sejam y1 (t) = t2 e y2 ( t ) = t | t | = .
− t2 se t < 0
t2
t|t|
W [y1 , y2 ](t) = det = 0.
2t 2| t |
Apesar do wronskiano ser zero para todo t ∈ R as funções y1 e y2 são LI, pois uma
função não é múltiplo escalar da outra. Para t ≥ 0, y2 (t) = y1 (t) e para t < 0,
y2 ( t ) = − y1 ( t ).
Tomando t = 1 obtemos
eib = cos b + i sen b, (2.10)
que é conhecida como fórmula de Euler.
Pela propriedade (2.5), temos que
(a) Mostre que y(t) = c1 e−ω (t− a) + c2 eω (t− a) , para a ∈ R fixo, é solução geral de equação diferencial.
(b) Mostre que y(t) = c1 cosh(ω (t − a)) + c2 senh(ω (t − a)), para a ∈ R fixo, é solução geral de equação
diferencial.
1.3. As equações de Euler são equações que podem ser escritas na forma
Mostre que existem valores constantes de r tais que y( x ) = xr é uma solução de (2.12). Além disso,
mostre que y( x ) = xr é solução da equação (2.12) se, e somente se,
r2 + (b − 1)r + c = 0, (2.13)
1.4. Mostre que se a equação indicial (2.13) tem duas raı́zes reais (distintas), r1 e r2 , então
y 1 ( x ) = x r1 e y 2 ( x ) = x r2
1.7. Use os exercı́cios anteriores para encontrar a solução geral das seguintes equações:
(a) x2 y00 + 4xy0 + 2y = 0
(b) x2 y00 − 3xy0 + 4y = 0
(c) x2 y00 + 3xy0 + 5y = 0
1.8. Baseado no Teorema 2.1 na página 154, determine um intervalo em que os problemas de valor inicial
abaixo
( têm uma única solução, sem resolvê-los: (
(t2 − 1)y00 + (t − 2)y = t (t2 − t)y00 + (t + 1)y0 + y = et
(a) (c)
y(0) = y0 , y0 (0) = y00 y(−1) = y0 , y0 (−1) = y00
( (
(t2 − 1)y00 + y0 + ty = t2 (t2 − t)y0 + (t + 3)y0 + 2y = cos t
(b) (d)
y(2) = y0 , y0 (2) = y00 y(2) = y0 , y0 (2) = y00
1.9. Considere a equação homogênea y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0, com p(t) e q(t) funções contı́nuas num inter-
valo I. Usando o Teorema 2.1 na página 154 mostre que esta equação tem soluções fundamentais em
I.
1.10. Mostre que y(t) = sen(t2 ) não pode ser solução de uma equação diferencial y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0, com
p(t) e q(t) contı́nuas num intervalo contendo t = 0.
1.12. Considere a equação homogênea y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0, com p(t) e q(t) funções contı́nuas num inter-
valo aberto I. Sejam y1 (t) e y2 (t) duas soluções desta equação no intervalo I. Mostre que se y1 (t) e y2 (t)
são LI, então elas são soluções fundamentais da equação diferencial em I. Sugestão: mostre que se y1 (t)
e y2 (t) não são soluções fundamentais da equação diferencial, então y1 (t) e y2 (t) são LD.
1.13. (Teorema de Abel) Considere a equação homogênea y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0, com p(t) e q(t) funções
contı́nuas num intervalo I. Sejam y1 (t) e y2 (t) duas soluções desta equação no intervalo I. Seja
W [y1 , y2 ](t) o wronskiano de y1 (t) e y2 (t) no intervalo I. Mostre que:
1.14. Mostre que se y1 (t) e y2 (t) são soluções fundamentais da equação y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0 num intervalo
I, então
y2 (t)y100 (t) − y1 (t)y200 (t) y20 (t)y100 (t) − y10 (t)y200 (t)
p(t) = e q(t) = − , para t ∈ I.
W [y1 , y2 ](t) W [y1 , y2 ](t)
Sugestão: substitua y1 (t) e y2 (t) na equação diferencial e resolva o sistema correspondente para p(t) e
q ( t ).
Seja y1 (t) uma solução conhecida da equação acima num intervalo I onde p(t) e q(t)
são contı́nuas e tal que y1 (t) 6= 0 para todo t ∈ I. Vamos procurar uma segunda
solução da equação (2.14) da forma
y ( t ) = v ( t ) y1 ( t ).
Como y1 (t) é solução da equação (2.14), então y100 + p(t)y10 + q(t)y1 = 0 e assim a
equação anterior se torna
y1 w0 + (2y10 + p(t)y1 )w = 0.
Esta é uma equação de 1a. ordem linear e separável. Resolvendo-se esta equação e
como w(t) = v0 (t), então Z
v(t) = w(t)dt, (2.16)
é tal que y2 (t) = y1 (t)v(t) é uma segunda solução da equação (2.14), que não é um
múltiplo escalar de y1 (t).
No próximo exemplo vamos seguir os mesmos passos que seguimos no caso geral.
b
y(t) = v(t)y1 (t) = v(t)ert , em que r = − .
2a
Como
y0 (t) = v0 (t)ert + rv(t)ert e y00 (t) = v00 (t)ert + 2rv0 (t)ert + r2 v(t)ert ,
então substituindo-se y(t), y0 (t) e y00 (t) na equação diferencial (2.17) obtemos
h i
a(v00 + 2rv0 + r2 v) + b(v0 + rv) + cv ert = 0.
Vamos mostrar que para esta equação existem valores constantes de r tais que y(t) =
ert é uma solução.
Substituindo-se y(t) = ert , y0 (t) = rert e y00 (t) = r2 ert em (2.19) obtemos
Como ert 6= 0, então y(t) = ert é solução de (2.19) se, e somente se, r é solução da
equação
ar2 + br + c = 0, (2.20)
que é chamada equação caracterı́stica de (2.19).
Observe que a equação caracterı́stica pode ser obtida da equação diferencial com
coeficientes constantes trocando-se y00 por r2 , y0 por r e y por 1.
Como uma equação de 2o. grau pode ter duas raı́zes reais, somente uma raiz real
ou duas raı́zes complexas, usando a equação caracterı́stica podemos chegar a três
situações distintas.
y 1 ( t ) = e r1 t e y 2 ( t ) = e r2 t
Assim, no caso em que a equação caracterı́stica tem duas raı́zes reais distintas r1 e r2 ,
y ( t ) = c 1 e r1 t + c 2 e r2 t
y0
t
Figura 2.5 – Algumas soluções da equação
do Exemplo 2.7
y0
Pela análise feita no inı́cio dessa seção sabemos que y1 (t) = er1 t e y2 (t) = er2 t são
soluções (complexas) da equação diferencial (2.19). Além disso, assim como quando
r1 e r2 são reais, o wronskiano
rt
e r2 t
y1 ( t ) y2 ( t ) e1
W [y1 , y2 ](t) = det = det
y10 (t) y20 (t) r 1 e r1 t r 2 e r2 t
r1 t r2 t 1 1
= e e det
r1 r2
= (r2 − r1 )e(r1 +r2 )t = −2iβe2αt 6= 0, ∀t ∈ R,
ou seja, y1 (t) e y2 (t) são soluções fundamentais de (2.19). Assim, no caso em que a
equação caracterı́stica tem duas raı́zes complexas r1 = α + iβ e r2 = α − iβ,
1
Tomando C1 = C2 = em (2.21), temos a solução real u(t) = eαt cos βt.
2
1
Tomando C1 = −C2 = , temos a solução real v(t) = eαt sen βt.
2i
Vamos mostrar, agora, que se as raı́zes da equação caracterı́stica são complexas,
então u(t) e v(t) são soluções fundamentais de (2.19).
u(t) v(t) eαt cos βt eαt sen βt
W [u, v](t) = det = det
u0 (t) v0 (t) eαt (α cos βt − β sen βt) eαt (α sen βt + β cos βt)
cos βt sen βt cos βt sen βt
= e2αt α det + β det
cos βt sen βt − sen βt cos βt
= βe2αt 6= 0, para todo t ∈ R.
Exemplo 2.9. Seja ω um número real positivo. Vamos encontrar a solução geral da
equação y00 + ω 2 y = 0.
A equação caracterı́stica desta equação diferencial é r2 + ω 2 = 0, que tem como
raı́zes r1 = iω e r2 = −iω. Assim, a solução geral da equação diferencial acima é
( c1 , c2 )
c2
c1 = R cos δ,
(2.23)
R
c2 = R sen δ.
δ
c1 x
2π/ω
R
δ/ω (δ+2π)/ω t
−R
Resumo
Para resolver a equação diferencial ay00 + by0 + cy = 0, para a, b, c ∈ R, a 6= 0,
encontramos a equação caracterı́stica ar2 + br + c = 0.
(a) Se ∆ = b2 − 4ac > 0, então a solução geral da equação diferencial é
√
r1 t r2 t −b ± ∆
y(t) = c1 e + c2 e , em que r1,2 = .
2a
Encontre uma função u( x ) tal que y2 ( x ) = u( x )y1 ( x ) seja solução da equação dada. Prove que as duas
soluções y1 ( x ) e y2 ( x ) são soluções fundamentais.
2.2. Mostre que y1 ( x ) = x −1 , x > 0, é solução da equação diferencial
x2 y00 + 3xy0 + y = 0.
Encontre uma função u( x ) tal que y2 ( x ) = u( x )y1 ( x ) seja solução da equação dada. Prove que as duas
soluções y1 ( x ) e y2 ( x ) são soluções fundamentais.
2.3. As equações de Euler são equações que podem ser escritas na forma
Existem valores constantes de r tais que y( x ) = xr é uma solução de (2.24). Além disso y( x ) = xr é
solução da equação (2.24) se, e somente se,
r2 + (1 − b)r + c = 0, (2.25)
que é chamada equação indicial de (2.24). Se a equação indicial r2 + (b − 1)r + c = 0 tem somente
1−b
uma raiz real, r = , determine uma segunda solução linearmente independente da forma
2
1− b
y2 ( x ) = v ( x ) y1 ( x ) = v ( x ) x 2 , para x > 0.
2.4. (a) Determine qual ou quais das funções z1 ( x ) = x2 , z2 ( x ) = x3 e z3 ( x ) = e− x são soluções da equação
( x + 3)y00 + ( x + 2)y0 − y = 0
(b) Seja y1 ( x ) uma das soluções obtidas no item anterior. Determine uma segunda solução y2 ( x ) de
forma que y1 ( x ) e y2 ( x ) sejam soluções fundamentais da equação.
(c) Determine a solução geral da equação
( x + 3)y00 + ( x + 2)y0 − y = 0
e obtenha a solução do problema de valor inicial
( x + 3)y00 + ( x + 2)y0 − y = 0,
y(1) = 1,
0
y (1) = 3.
Justifique sua resposta!
2.5. Mostre que a solução do problema y00 + 2y0 = 0, y(0) = a, y0 (0) = b tende para uma constante quando
t → +∞. Determine esta constante.
2.6. Mostre que se 0 < b < 2, então toda solução de y00 + by0 + y = 0 tende a zero quando t → +∞.
2.7. Considere o problema y00 − 4y = 0, y(0) = 0, y0 (0) = b 6= 0. Mostre que y(t) 6= 0 para todo t 6= 0.
2.8. Considere o problema y00 − y0 + 41 y = 0, y(0) = 2, y0 (0) = b. Determine os valores de b para os quais a
solução y(t) → +∞ quando t → +∞.
2.9. Considere a equação y00 + 2by0 + y = 0. Para quais valores de b a solução y(t) tende a zero quando
t → +∞, independente das condições iniciais.
2.10. (a) Encontre a solução geral da equação
y00 + 2y0 + αy = 0
Teorema 2.6. Seja y p (t) uma solução particular da equação (2.26). Sejam y1 (t) e y2 (t) soluções fundamentais da
equação homogênea correspondente. Então, a solução geral da equação não homogênea (2.26) é
y ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ) + y p ( t ).
Ou seja, a solução geral da equação diferencial linear de 2a. ordem não homogênea é a soma da solução geral da equação
homogênea correspondente, c1 y1 (t) + c2 y2 (t), com uma solução particular da equação diferencial não homogênea, y p (t).
Demonstração. Seja y(t) uma solução qualquer de (2.26) e y p (t) uma solução particular
de (2.26). Vamos mostrar que Y (t) = y(t) − y p (t) é solução da equação homogênea
associada
y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0. (2.27)
Y 00 (t) + p(t)Y 0 (t) + q(t)Y (t) = (y(t) − y p (t))00 + p(t)(y(t) − y p (t))0 + q(t)(y(t) − y p (t))
= y00 (t) + p(t)y0 (t) + q(t)y(t) − y00p (t) + p(t)y0p (t) + q(t)y p (t)
| {z } | {z }
= f (t) = f (t)
= f (t) − f (t) = 0.
Y ( t ) = y ( t ) − y p ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ),
ou seja, se y(t) é uma solução qualquer de (2.26) e y1 (t) e y2 (t) são soluções funda-
mentais da equação homogênea associada (2.27), então
y ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ) + y p ( t ). (2.28)
Portanto, para encontrar a solução geral de uma equação linear de 2a. ordem não ho-
mogênea precisamos encontrar uma solução particular e duas soluções fundamen-
tais da equação homogênea correspondente.
t
Exemplo 2.10. A função y p (t) = é solução da equação diferencial
4
y00 + 4 y = t.
Verifique! Já vimos no Exemplo 2.2 na página 161 que a solução geral da equação
diferencial homogênea correspondente, y00 + 4 y = 0, é
t
y(t) = c1 cos 2t + c2 sen 2t + .
4
t
A função y2 (t) = sen(2t) é solução da equação
2
y00 + 4 y = 2 cos(2t).
Verifique! Logo,
t
y(t) = c1 cos 2t + c2 sen 2t + sen(2t).
2
é solução geral da equação diferencial
y00 + 4 y = 2 cos(2t).
Teorema 2.7 (Princı́pio da Superposição para Equações Não Homogêneas). Se y(p1) (t) é uma solução de
(2)
e y p (t) é uma solução de
y00 + p(t)y0 + q(t)y = f 2 (t),
(1) (2)
então y p (t) = y p (t) + y p (t) é solução de
Demonstração.
y p (t)00 + p(t)y0p (t) + q(t)y p (t) =
(1) (2) (1) (2) (1) (2)
= (y p (t) + y p (t))00 + p(t)(y p (t) + y p (t))0 + q(t)(y p (t) + y p (t)) =
(1) (1) (1) (2) (2) (2)
= y p (t)00 + p(t)y p (t)0 + q(t)y p (t) + y p (t)00 + p(t)y p (t)0 + q(t)y p (t) =
| {z } | {z }
= f 1 (t) = f 2 (t)
= f 1 ( t ) + f 2 ( t ),
(1)
pois y p (t) é solução da equação
t
Exemplo 2.11. Vimos no Exemplo 2.10 que a função y1 (t) = é solução da equação
4
diferencial
y00 + 4 y = t
t
e a função y2 (t) = sen(2t) é solução da equação
2
y00 + 4 y = 2 cos(2t).
Pelo Princı́pio da Superposição para Equações Não Homogêneas (Teorema 2.7)
t t
y(t) = + sen(2t) é solução da equação
4 2
y00 + 4 y = 2 cos(2t) + t
2.3.1 Método dos Coeficientes a Determinar para Equações com Coeficientes Constantes
Vamos tratar equações lineares não homogêneas com coeficientes constantes, ou seja,
da forma
ay00 + by0 + cy = f (t). (2.29)
em que a, b e c são números reais, a 6= 0.
Este método funciona quando a função f (t) tem uma das seguintes formas:
(Caso 1) f (t) = a0 + . . . + an tn , em que a0 , . . . , an ∈ R.
Neste caso deve-se procurar uma solução particular da forma
y p ( t ) = t s ( A0 + . . . + A n t n ),
em que s é o menor inteiro não negativo que garanta que nenhuma parcela
de y p (t) seja solução da equação homogênea correspondente e A0 , . . . , An são
coeficientes a serem determinados substituindo-se y p (t) na equação (2.29). O
Exemplo 2.12 ilustra este caso.
(Caso 2) f (t) = ( a0 + . . . + an tn )eαt , em que a0 , . . . , an , α ∈ R.
Neste caso deve-se procurar uma solução particular da forma
y p (t) = ts ( A0 + . . . + An tn )eαt ,
em que s é o menor inteiro não negativo que garanta que nenhuma parcela
de y p (t) seja solução da equação homogênea correspondente e A0 , . . . , An são
coeficientes a serem determinados substituindo-se y p (t) na equação (2.29). O
Exemplo 2.13 ilustra este caso.
y00 + y0 = 2 + t2
y(0) = 1, y0 (0) = 2.
y00 + y0 = 0.
A equação caracterı́stica é
r2 + r = 0
que tem como raı́zes r1 = 0 e r2 = −1. Assim, a solução geral da equação homogênea
correspondente y00 + y0 = 0 é
y ( t ) = c1 + c2 e − t .
y p ( t ) = t1 ( A0 + A1 t + A2 t2 ) = A0 t + A1 t2 + A2 t3 .
1
y(t) = c1 + c2 e−t + 4t − t2 + t3 (2.30)
3
1
y(t) = −1 + 2e−t + 4t − t2 + t3 .
3
-4 -2 2 4
que tem solução A0 = 1 e A1 = 1/6. Assim, uma solução particular da equação não
homogênea é
1
y p ( t ) = ( t2 + t3 ) e − t
6
e a solução geral da equação não homogênea é
1
y(t) = c1 e−t + c2 te−t + (t2 + t3 )e−t .
6
y0
y00 + 2y0 + 2y = 0.
A equação caracterı́stica é
r2 + 2r + 2 = 0
que tem como raı́zes r1 = −1 + i e r2 = −1 − i. Assim, a solução geral da equação
homogênea correspondente y00 + 2y0 + 2y = 0 é
y0p (t) = A(et cos t − et sen t) + B(et sen t + et cos t+) = ( A + B)et cos t + ( B − A)et sen t
que tem solução A = 1/8 e B = 1/8. Assim, uma solução particular da equação não
homogênea é
1 1
y p (t) = et cos t + et sen t
8 8
e a solução geral da equação não homogênea é
1
y(t) = c1 e−t cos t + c2 e−t sen t + et (cos t + sen t).
8
y0
y00 + 2y0 + αy = 0
para α > 1.
2.4 Oscilações
Fe = − k L
F =−ky
0
e
F =−γv
r
0 L
P=mg
P=mg
Fext
Figura 2.11 – Sistema massa-mola na verti-
cal u y
F = −k x
e
Fe = −k x
Como as oscilações são livres, Fext = 0 e como são não amortecidas, γ = 0. Assim, a
equação (2.34) para o movimento do sistema massa-mola é
mu00 + ku = 0
A equação caracterı́stica é
r
2 k
mr + k = 0 ⇔ r=± i.
m
Assim, a solução geral da equação é
r ! r !
k k
u(t) = c1 cos t + c2 sen t
m m
q
k
Seja ω0 = m. Então, a equação acima pode ser escrita em termos de ω0 como
( c1 , c2 )
c2
c1 = R cos δ,
(2.36)
R c2 = R sen δ.
δ
c1 x
2π/ω0
R
δ/ω0 (δ+2π)/ω0 t
−R
Exemplo 2.15. Sabendo-se que o problema de valor inicial que descreve um sistema
massa-mola é dado por
√ 2π
Marcando o ponto (c1 , c2 ) = (−1, 3) no plano obtemos que R = 2 e δ = ,
3
ou seja,
√ 2π
u(t) = 2 cos 3 t−
3
√ 2π
A amplitude é igual a 2, a frequência é igual a 3, a fase é igual a e o perı́odo
√ 3
é igual a 2π/ 3.
(b)
u
3/2 3/2
2π/3 8π/3
−2
Com Amortecimento
Como as oscilações são livres, Fext = 0. Assim, a equação (2.34) para o movimento
do sistema massa-mola é
mu00 + γu0 + ku = 0
A equação caracterı́stica é mr2 + γr + k = 0 e ∆ = γ2 − 4km
F = −γ v F = −k x
r e
Fr = −γ v
Fr = −γ v
Fe = −k x
u ( t ) = c 1 e r1 t + c 2 e r2 t ,
em que √
−γ ± ∆
p
−γ ± γ2 − 4km
r1,2 = = <0
2m 2m
Este caso é chamado superamortecimento e a solução
Superamortecimento
u u ( t ) = c 1 e r1 t + c 2 e r2 t
p
−γ ± γ2 − 4km
r1,2 =
2m
c1 + c2 = u0
u0
√
(b) Se ∆ = γ2 − 4km = 0 ou γ = 2 km, neste caso
γt γt
u(t) = c1 e− 2m + c2 te− 2m
Amortecimento Crítico
γt γt
u u(t) = c1 e− 2m + c2 te− 2m
c1 = u0
u0
√
(c) Se ∆ = γ2 − 4km < 0 ou 0 < γ < 2 km, neste caso
γt
u(t) = e− 2m (c1 cos µt + c2 sen µt) (2.37)
em que r
p
4km − γ2 γ2
µ= = < ω0ω02 −
2m 4m2
2π
Aqui, µ é chamado quase frequência e T = é chamado quase perı́odo.
µ
Escrevendo novamente o par (c1 , c2 ) em coordenadas polares temos que
y
( c1 , c2 )
c2
c1 = R cos δ,
(2.38)
R c2 = R sen δ.
δ
c1 x
γt
Este é um movimento oscilatório com amplitude Re− 2m e é chamado quase-
periódico.
Observe que nos três casos a solução tende a zero quando t tende a +∞.
Subamortecimento
γt
u u(t) = e− 2m (c1 cos µt + c2 sen µt)
q
2
µ = ω02 − γ 2 < ω0
4m
c1 = u0
u0
Subamortecimento
γt
u u(t) = Re− 2m cos(µt − δ),
q
2
µ = ω02 − γ 2 < ω0
4m
2π/µ
R
Re-γt/2m
δ/µ (δ+2π)/µ t
-γt/2m
-Re
-R
√
super amortecimento, γ > 2 km
√
amortecimento crı́tico, γ = 2 km
t
√
sub amortecimento, γ < 2 km
é uma solução particular e s é o menor inteiro não negativo que garanta que ne-
nhuma parcela de u p (t) seja solução da equação homogênea correspondente e A e B
são coeficientes a serem determinados substituindo-se u p (t) na equação diferencial
(2.39).
Temos dois casos a considerar:
(a) Se ω 6= ω0 . Neste caso s = 0, pois nenhuma das parcelas de u p (t) é solução da
equação homogênea correspondente. Então, a solução particular é da forma
Fext = Focos(ωt)
F =−kx
e
Fext = Focos(ωt)
Fext = Focos(ωt)
Fe = − k x
u(0) = 0, u0 (0) = 0.
Temos dois casos a considerar:
(a) Se ω 6= ω0 . Vimos acima que a solução geral da equação é
F0
u(t) = c1 cos (ω0 t) + c2 sen (ω0 t) + cos(ωt).
m(ω02− ω2 )
Derivando e substituindo-se t = 0, u = 0 e u0 = 0 obtemos que (verifique!)
F0
c1 = − , c2 = 0.
m(ω02 − ω 2 )
Assim, a solução do problema de valor inicial é
F0
u(t) = (cos(ωt) − cos(ω0 t)) .
m(ω02 − ω2 )
Como
cos( A − B) − cos( A + B) = 2 sen A sen B
então
2F0
u(t) = sen(ω1 t) sen(ω2 t)
m(ω02 − ω 2 )
em que
ω0 − ω ω0 + ω
ω1 = , ω2 = .
2 2
Como ω1 é menor do que ω2 , então o movimento é uma oscilação de frequência
ω2 com uma amplitude também oscilatória
2F0
R(t) = sen(ω1 t)
m(ω02 − ω 2 )
Batimento Ressonância
2π 2π
ω t ω0 t
1
−R sen(ω1t) → −R t →
−R
Figura 2.21 – Solução do sistema massa-mola, para Figura 2.22 – Solução do sistema massa-mola, para
u(0) = u0 (0) = 0, no caso de batimento u(0) = u0 (0) = 0, no caso de ressonância
F0
u(t) = t sen(ω0 t).
2mω0
F0
R(t) = t
2mω0
u ( t ) = c1 u1 ( t ) + c2 u2 ( t ) + u p ( t )
em que u p (t) é uma solução particular. Pelo método dos coeficientes a determinar
Deixamos como exercı́cio para o leitor verificar que substituindo-se u p (t) e suas de-
rivadas na equação diferencial (2.40) encontramos
F0 m(ω02 − ω 2 ) F0 γω
A= , B= ,
∆ ∆
em que ∆ = m2 (ω02 − ω 2 )2 + γ2 ω 2 . Podemos escrever
F0
R= √ .
∆
Assim, a solução geral da equação é
Fr = −γ v Fext = Focos(ωt)
Fe = − k x
Fr = −γ v Fext = Focos(ωt)
Fr = −γ v Fext = Focos(ωt)
Fe = − k x
0 x
u
u(t) = c1 u1 (t) + c2 u2 (t) + R cos(ωt − δ)
2π
+R ω
t
−R
L C
d2 I dI 1 dV
L +R + I = (t)
dt2 dt C dt
V (0) − RI0 − Q0 /C
com condições iniciais I (0) = I0 e I 0 (0) = . A última condição é
L
obtida usando a equação (2.42).
Exemplo 2.17. Um circuito possui um capacitor de 0, 5 × 10−1 F, um resistor de 25 Ω
e um indutor de 5 H, em série. O capacitor se encontra descarregado. No instante
1
5Q00 + 25Q0 + Q = 10e−t/4 .
0, 5 · 10−1
Dividindo-se por 5 obtemos a equação
Equação caracterı́stica é
r2 + 5r + 4 = 0
cujas raı́zes são r = −1, −4.
Assim, a solução geral da equação homogênea é
1 A0 −t/4
Q0p (t) = − A0 e−t/4 , Q00p (t) = e
4 16
Substituindo-se na equação Q p (t), Q0p (t) e Q00p (t) obtemos
A0 −t/4 5
e − A0 e−t/4 + 4A0 e−t/4 = 2e−t/4
16 4
45 32
A0 = 2 ⇒ A0 =
16 45
32 −t/4
Q(t) = c1 e−t + c2 e−4t + e
45
(a) Encontre a solução geral da equação diferencial e resolva o problema de valor inicial. Determine a
amplitude, a frequência, a fase e o perı́odo.
(b) Esboce o gráfico da solução obtida.
4.2. Sabendo-se que o problema de valor inicial que descreve um sistema massa-mola é dado por
(a) Encontre a solução geral da equação e resolva o problema de valor inicial. Determine a amplitude,
a frequência, a fase e o perı́odo.
(b) Esboce o gráfico da solução obtida.
4.3. Uma mola, de um sistema massa-mola sem amortecimento, tem constante de elasticidade igual a 3 N/m.
Pendura-se na mola um corpo de massa 2 kg e o sistema sofre a ação de uma força externa de 3 cos(3t).
Determine a função que descreve o movimento do corpo em qualquer instante t, considerando a posição
inicial igual u0 e a velocidade inicial u00 .
4.4. Se um sistema massa-mola com um corpo de massa 2 kg e uma mola com constante de elasticidade igual
0,5 N/m é colocado em movimento, no instante t = 0, num meio em que a constante de amortecimento
é igual a 1 N.s/m, determine a posição do corpo em qualquer instante t, considerando a posição inicial
igual a u0 e a velocidade inicial u00 .
4.5. Um corpo de massa 100 gramas estica uma mola 10 centı́metros. Suponha que não haja amortecimento e
que a aceleração da gravidade seja de 103 centı́metros por segundo ao quadrado. Encontre a frequência,
o perı́odo e a amplitude do movimento. Determine a posição u em função do tempo t e faça um esboço
do seu gráfico.
(a) Se sistema é colocado em movimento a partir de sua posição de equilı́brio com uma velocidade
apontada para cima de 4 centı́metros por segundo.
(b) Se o sistema é puxado para baixo esticando a mola 1 centı́metro e depois colocado em movimento
com uma velocidade para baixo de 10 centı́metros por segundo.
(c) Se o sistema é puxado para baixo esticando a mola 2 centı́metros e depois é solto.
4.6. Um corpo de massa 100 gramas estica uma mola 10 centı́metros. O corpo está preso a um amortecedor
viscoso. Suponha que a aceleração da gravidade seja de 103 centı́metros por segundo ao quadrado.
(a) Para quais valores da constante de amortecimento γ o sistema é super-amortecido, tem um amorte-
cimento crı́tico e é sub-amortecido.
(b) Suponha que o amortecedor exerce uma força de 104 dinas (=gramas·centı́metros por segundos2 )
quando a velocidade é de 10 centı́metros por segundo. Se o sistema é puxado para baixo 2
centı́metros e depois é solto, determine a posição u em função do tempo t e faça um esboço do
seu gráfico. Qual o valor do quase perı́odo?
4.7. Um corpo de massa 100 gramas estica uma mola 10 centı́metros. Suponha que não haja amortecimento e
que a aceleração da gravidade seja de 103 centı́metros por segundo ao quadrado. Se o sistema é colocado
em movimento com uma força externa de 9600 cos(6t) dinas, determine a posição do corpo como função
do tempo e faça um esboço do seu gráfico.
4.8. Um corpo de massa 100 gramas estica uma mola 10 centı́metros. Suponha que não haja amortecimento e
que a aceleração da gravidade seja de 103 centı́metros por segundo ao quadrado. Se o sistema é colocado
em movimento na posição de equilı́brio com uma força externa de 1000 cos(ωt) dinas, para ω igual a
frequência de ressonância, determine a posição do corpo como função do tempo e faça um esboço do seu
gráfico.
4.9. Um corpo de massa 100 gramas estica uma mola 10 centı́metros. O corpo está preso a um amortecedor
viscoso. Suponha que a aceleração da gravidade seja de 103 centı́metros por segundo ao quadrado.
Suponha que o amortecedor exerce uma força de 4200 dinas quando a velocidade é de 1 centı́metro por
segundo. Se o sistema está sob a ação de uma força externa de 26000 cos(6t) dinas, determine a posição
do corpo u em função do tempo t e faça um esboço do seu gráfico, considerando somente a solução
estacionária.
4.10. Considere um sistema massa-mola descrito pelo problema de valor inicial
mu00 + ku = F0 cos(ωt)
u(0) = 0, u0 (0) = 0
(a) Se ω 6= ω0 é dada por
F0
u(t) = (cos(ωt) − cos(ω0 t)) .
m(ω02 − ω 2 )
y ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ) = c1 e − ω ( t − a ) + c2 e ω ( t − a ) .
(b) Como
y1 (1) y2 (1) 1 1
W [y1 , y2 ]( x ) = det = det = 3 6= 0
y10 (1) y20 (1) 2 5
então a solução geral é
y ( x ) = c1 y1 ( x ) + c2 y2 ( x ),
Agora, como y(1) = 3, então substituindo x = 1 e y = 3 na expressão de y( x ) obtemos que c1 + c2 =
3. Como y0 (1) = 3, substituindo-se x = 1 e y0 = 3 na expressão obtida derivando-se y( x ):
y0 ( x ) = 2c1 x + 5c2 x4
obtemos 2c1 + 5c2 = 3. Resolvendo o sistema
c1 + c2 = 3, 2c1 + 5c2 = 3
obtemos c2 = 4 e c1 = −1. Assim, a solução do problema de valor inicial é
y( x ) = 4x2 − x5
dy d2 y
1.3. Substituindo-se y = xr , = rxr−1 e 2 = r (r − 1) xr−2 em (2.12) obtemos
dx dx
x2 r (r − 1) xr−2 + bxrxr−1 + cxr = 0.
r2 + (b − 1)r + c xr = 0.
Como xr 6= 0, então y = xr é solução da equação (2.12) se, e somente se, r é solução da equação
r2 + (b − 1)r + c = 0.
1.4.
x r1 x r2
y1 ( x ) y2 ( x )
det = det
y10 ( x ) y20 ( x ) r 1 x r1 −1
r 2 x r2 −1
x x
= xr1 −1 xr2 −1 det
r1 r2
= (r2 − r1 ) xr1 +r2 −1 6= 0,
y( x ) = C1 xr1 + C2 xr2
= C1 x α (cos( β ln x ) + i sen( β ln x ))
+ C2 x α (cos( β ln x ) − i sen( β ln x ))
= (C1 + C2 ) x α cos( β ln x )
+ i (C1 − C2 ) x α sen( β ln x )
u( x ) = x α cos( β ln x )
i i
e tomando C1 = − e C2 = , temos a solução
2 2
v( x ) = x α sen( β ln x ).
u( x ) v( x )
det = βx2α−1 6= 0, ∀ x > 0.
u0 ( x ) v0 ( x )
x r1 xr1 ln x
y1 ( x ) y2 ( x )
det = det
y10 ( x ) y20 ( x ) r
r1 x 1 − 1 (1 + r1 ln x ) xr1 −1
2r1 −1 1 ln x
= x det
r1 (1 + r1 ln x )
= x2r1 −1 6= 0, para todo x > 0.
1.8. (a)
p(t) = 0
t−2 t−2
q(t) = 2
=
t −1 (t − 1)(t + 1)
t t
f (t) = = .
t2 −1 (t − 1)(t + 1)
Como t0 = 0, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo −1 < t < 1.
(b)
1 1
p(t) = =
t2 −1 ( t − 1 )( t + 1)
t t
q(t) = =
t2 − 1 (t − 1)(t + 1)
t2 t2
f (t) = = .
t2 −1 (t − 1)(t + 1)
Como t0 = 2, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo t > 1.
(c)
t+1 t+1
p(t) = 2
=
t −t t ( t − 1)
1 t+1
q(t) = =
t2 −t t ( t − 1)
et et
f (t) = = .
t2 − t t ( t − 1)
Como t0 = −1, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo t < 0.
(d)
t+3 t+3
p(t) = =
t2 − t t ( t − 1)
2 t+3
q(t) = =
t2 − t t ( t − 1)
cos t cos t
f (t) = = .
t2 − t t ( t − 1)
Como t0 = 2, então o problema de valor inicial tem solução no intervalo t > 1.
y(t0 ) = 1, y0 (t0 ) = 0
e y2 (t) a solução do PVI
y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0,
y(t0 ) = 0, y0 (t0 ) = 1,
então W [y1 , y2 ](t0 ) = 1 6= 0.
1.10. Substituindo-se y(t) = sen(t2 ) na equação diferencial y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0 obtemos
1.11. y10 (t) = 3t2 , y100 (t) = 6t, y20 (t) = 3t|t|, y200 (t) = 6|t|. Substituindo-se na equação diferencial obtemos
1.12. Vamos supor que y1 (t) e y2 (t) não são soluções fundamentais da equação diferencial no intervalo I, então
W [y1 , y2 ](t) = 0, para todo t ∈ I. Considere a combinação linear nula
c1 y1 (t) + c2 y2 (t) = 0.
Derivando em relação a t obtemos
c1 y10 (t) + c2 y20 (t) = 0.
Substituindo-se t0 ∈ I nas duas últimas equações obtemos o sistema
c1 y1 ( t0 ) + c2 y2 ( t0 ) = 0
c1 y10 (t0 ) + c2 y20 (t0 ) = 0
que pode ser escrito na forma
AX = 0̄
em que
y1 ( t0 ) y2 ( t0 ) c1 0
A= , X= e 0̄ = .
y10 (t0 ) y20 (t0 ) c2 0
Como W [y1 , y2 ](t0 ) = det( A) 6= 0, então o sistema tem solução não trivial (c1 , c2 ) 6= (0, 0). Seja
y ( t ) = c1 y1 ( t ) + c2 y2 ( t ), para t ∈ R.
y(t) satisfaz as condições iniciais y(t0 ) = 0 e y0 (t0 ) = 0. Logo, pelo Teorema de Existência e Unicidade
(Teorema 2.1 na página 154),
y(t) = c1 y1 (t) + c2 y2 (t) = 0, para todo t ∈ R.
c1 c2
Como c1 e c2 não são ambos nulos, então ou y2 (t) = − y (t) ou y1 (t) = − y2 (t), para todo t ∈ I. Ou
c2 1 c1
seja, y1 (t) e y2 (t) são LD.
1.13. (a)
W [y1 , y2 ](t) = y1 (t)y20 (t) − y2 (t)y10 (t)
y1 (t)y200 (t) − y2 (t)y1 (t)00 + p(t)(y1 (t)y20 (t) − y10 (t)y2 (t)) = 0,
(c) Pelo item anterior o wronskiano satisfaz a equação diferencial W 0 + p(t)W = 0. A equação diferen-
cial pode ser escrita como uma equação separável
W0
= − p ( t ).
W
W0
Z Z
dt = − p(t)dt + c1
W
1
Z Z
dW = − p(t)dt + c1
W
Z
ln |W (t)| = − p(t)dt + c1
(d) Pelo item anterior, se para algum t0 ∈ I, W [y1 , y2 ](t0 ) = 0, então c = 0 e W [y1 , y2 ](t) = 0, para todo
t ∈ I.
Por outro lado, se para algum t0 ∈ I, W [y1 , y2 ](t0 ) 6= 0, então c 6= 0 e W [y1 , y2 ](t) 6= 0, para todo
t ∈ I.
(e) Substituindo-se y1 (t) e y2 (t) na equação 0 diferencial y00 + p(t)y0 + q(t)y = 0 obtemos o sis-
−y100 (t)
y1 ( t ) y1 ( t ) p(t)
tema AX = B, em que A = , X = e B = . Assim,
y20 (t) y2 (t) q(t) −y200 (t)
0 −1 00
y2 (t) −y1 (t) y100 (t)
p(t) y1 ( t ) y1 ( t ) − y1 ( t )
= X = A −1 B = = 1
=
q(t) y20 (t) y2 (t) −y200 (t) W [y1 ,y2 ](t) − y0 ( t )
2 y10 (t) y200 (t)
y2 (t)y100 (t) − y1 (t)y200 (t)
1
W [y1 ,y2 ](t) y0 ( t ) y00 ( t ) − y0 ( t ) y00 ( t )
. Observe a aplicação do Teorema de Abel (exercı́cio anterior).
1 2 2 1
2.1. (a) 2x2 y100 − xy10 − 9y1 = 2x2 (6x ) − x (3x2 ) − 9x3 = 12x3 − 3x3 − 9x3 = 0
Logo, y1 ( x ) = x3 é solução da equação.
y ( x ) = v ( x ) y1 ( x ) = v ( x ) x 3 .
Como
y0 ( x ) = v0 ( x ) x3 + 3v( x ) x2 e
y00 ( x ) = v00 ( x ) x3 + 6v0 ( x ) x2 + 6v( x ) x,
então y( x ) é solução da equação se, e somente se,
2x2 y00 − xy0 − 9y = 0
2x2 (v00 ( x ) x3 + 6v0 ( x ) x2 + 6v( x ) x ) − x (v0 ( x ) x3 + 3v( x ) x2 ) − 9v( x ) x3 = 0
2x5 v00 ( x ) + 11x4 v0 ( x ) = 0.
Seja w( x ) = v0 ( x ). Então, a equação acima pode ser escrita como
2xw0 + 11w = 0.
w0 11
2 =−
w x
d 11
(2 ln |w|) = −
dx x
2 ln |w| = −11 ln | x | + c̃1
ln x11 (w( x ))2 = c̃1
w( x ) = v0 ( x ) = c1 x −11/2
Resolvendo a equação para v( x ):
2
Z
v ( x ) = c1 x −11/2 dx = −c1 x −9/2 + c2
9
y ( x ) = v ( x ) y 1 ( x ) = v ( x ) x −1 .
Como
y 0 ( x ) = v 0 ( x ) x −1 − v ( x ) x −2 e
y00 ( x ) = v00 ( x ) x −1 − 2v0 ( x ) x −2 + 2v( x ) x −3 ,
então y( x ) é solução da equação se, e somente se,
x2 y00 + 3xy0 + y = 0
x2 (v00 ( x ) x −1 − 2v0 ( x ) x −2 + 2v( x ) x −3 ) + 3x (v0 ( x ) x −1 − v( x ) x −2 ) + v( x ) x −1 = 0
xv00 ( x ) + v0 ( x ) = 0.
Seja w( x ) = v0 ( x ). Então, a equação acima pode ser escrita como
xw0 + w = 0.
w0 1
=−
w x
d 1
(ln |w|) = −
dx x
ln |w| = − ln | x | + c̃1
ln | xw( x )| = c̃1
w ( x ) = v 0 ( x ) = c 1 x −1
Resolvendo a equação para v( x ):
Z
v ( x ) = c1 x −1 dx = c1 ln x + c2
y2 ( x ) = v( x )y1 ( x ) = x −1 ln x
1 − b2 −3− b
− v( x ) x 2 ,
4
Substituindo na equação de Euler:
1− b −1− b 1− b2 −3− b 1− b 1− b −1− b 1− b
x2 (v00 ( x ) x 2 + (1 − b ) v 0 ( x ) x 2 − 4 v( x ) x
2 ) + bx ( v 0 ( x ) x 2 + 2 v( x ) x
2 ) + cv ( x ) x 2 =0
5− b 3− b
x 2 v00 ( x ) + x 2 v0 ( x ) = 0.
xv00 ( x ) + v0 ( x ) = 0.
Seja w( x ) = v0 ( x ). Então, a equação acima pode ser escrita como
xw0 + w = 0.
Esta é uma equação de 1a. ordem separável.
w0 1
+ =0
w x
d
(ln |w| + ln | x |) = 0
dx
ln | xw( x )| = c̃1
w ( x ) = v 0 ( x ) = c 1 x −1
Resolvendo a equação para v( x ):
Z
v ( x ) = c1 x −1 dx = c1 ln x + c2
y ( x ) = v ( x ) y1 ( x ) = v ( x ) e − x .
Como
y0 ( x ) = (v0 ( x ) − v( x ))e− x e y00 ( x ) = (v00 ( x ) − 2v0 ( x ) + v( x ))e− x ,
então y( x ) é solução da equação se, e somente se,
( x + 3)y00 + xy0 − y = 0
( x + 3)(v00 ( x ) − 2v0 ( x ) + v( x ))e− x + ( x + 2)(v0 ( x ) − v( x ))e− x − v( x )e− x = 0.
( x + 3)v00 ( x ) + (−2( x + 3) + ( x + 2))v0 ( x ) = 0
( x + 3)v00 ( x ) − ( x + 4)v0 ( x ) = 0
Seja w( x ) = v0 ( x ). Então, a equação acima pode ser escrita como
( x + 3)w0 − ( x + 4)w = 0.
w0 x+4
=
w x+3
d x+4 1
(ln |w|) = = 1+
dx x+3 x+3
ln |w| = x + ln( x + 3) + c̃1
w( x )
ln
− x = c̃1
x + 3
w ( x ) = v 0 ( x ) = c1 e x ( x + 3)
y2 ( x ) = v ( x ) y1 ( x ) = ( x + 2) e x e − x = x + 2
y ( x ) = c1 e − x + c2 ( x + 2),
y0 ( x ) = − c1 e − x + c2
c1 e−1 + 3c2 = 1, − c 1 e −1 + c 2 = 3
y( x ) = −2e− x+1 + x + 2
2.5. y00 + 2y0 = 0 tem solução geral y(t) = k1 e−2t + k2 . Logo, k1 + k2 = a, k1 = −b/2 e k2 = a + b/2 e
y → a + b/2 quando t → +∞.
√
• Se |b| > 1 então as raı́zes da equação caracterı́stica são −b ± b2 − 1 e as soluções da equação
diferencial são da forma √ √
2 2
y(t) = c1 e(−b− b −1)t + c2 e(−b+ b −1)t .
Se b > 1, então y(t) → 0, quando t → +∞.
• Se b = ±1 então a raiz da equação caracterı́stica é −b e as soluções da equação diferencial são da
forma
y(t) = c1 e−bt + c2 te−bt .
Se b = 1, então y(t) → 0, quando t → +∞.
√
• Se −1 < b < 1 então as raı́zes da equação caracterı́stica são −b ± i 1 − b2 e as soluções da equação
diferencial são da forma
p p
y(t) = c1 e−bt cos 1 − b2 t + c2 e−bt sen 1 − b2 t .
∆ = 4 − 4α = 4(1 − α)
√
(a) Se α > 1, então ∆ < 0, as raı́zes da equação caracterı́stica são r1,2 = −1 ± i α − 1 e a solução geral
da equação é
√ √
y(t) = c1 e−t cos( α − 1 t) + c2 e−t sen( α − 1 t)
√
(c) Se α < 1, então ∆ > 0, as raı́zes da equação caracterı́stica são r1,2 = −1 ± 1 − α e a solução geral
da equação é √ √
y(t) = c1 e(−1− 1−α)t + c2 e(−1+ 1−α)t
3. Equações não Homogêneas (página 203)
3.1. (a) A equação caracterı́stica é
r2 + 5r + 6 = 0.
∆ = 25 − 24 = 1
As raı́zes da equação caracterı́stica são r1 = −3 e r2 = −2 e a solução geral da equação homogênea
é
y( x ) = c1 e−3x + c2 e−2x
y p ( x ) = ( A0 + A1 x )e−5x ,
y0p ( x ) = A1 e−5x − 5( A0 + A1 x )e−5x = ( A1 − 5A0 − 5A1 x )e−5x ,
y00p ( x ) = −5A1 e−5x − 5( A1 − 5A0 − 5A1 x )e5 x = (−10A1 + 25A0 + 25A1 x )e−5x .
Substituindo-se y p ( x ), y0p ( x ) e y00p ( x ) na equação obtemos
(−10A1 + 25A0 + 25A1 x ) + 5( A1 − 5A0 − 5A1 x ) + 6( A0 + A1 x ) = x
Comparando os termos de mesmo grau obtemos o sistema linear
6A0 − 5A1 = 0
6A1 = 1
que tem solução A0 = 5/36 e A1 = 1/6. Assim, uma solução particular da equação não homogênea
é
5 1
y p (x) = + x e−5x
36 6
e a solução geral da equação não homogênea é
5 1
y( x ) = + x e−5x + c1 e−3x + c2 e−2x
36 6
−4A1 + 6( A0 + A1 x ) = 3x
que tem solução A0 = 1/3 e A1 = 1/2. Assim, uma solução particular da equação não homogênea
é
1 1
y p (x) = + x
3 2
e a solução geral da equação não homogênea é
1 1 √ √
y( x ) = + x + c1 e2x cos( 2 x ) + c2 e2x sen( 2 x )
3 2
y ( t ) = c 1 e −2 t + c 2 e t
y p ( t ) = A2 t2 + A1 t + A0
1
−
2
A2
A1 = − 1
2
A0 9
−
4
y p (t) = −9/4 − 1/2 t − 1/2 t2
Solução geral:
y(t) = c1 e−2 t + c2 et − 9/4 − 1/2 t − 1/2 t2
Solução do PVI
y(t) = 7/12 e−2 t + 5/3 et − 9/4 − 1/2 t − 1/2 t2
Substituindo-se na equação
y00p + 2y0p + y p = (−3A + 4B) cos 2t + (−4A − 3B) sen 2t = 3 sen 2t
−3A + 4B = 0
−4A − 3B = 3
− 12
A 25
= 9
B − 25
12 9
y p (t) = − cos 2t − sen 2t
25 25
Solução geral:
12 9
y(t) = c1 e−t + c2 te−t − cos 2t − sen 2t
25 25
Derivada da solução geral:
y0 (t) = −c1 e−t + c2 (1 − t)e−t + 24
25 sen 2t −
18
25 cos 2t
Substituindo-se t = 0, y = 0, y0 = 0:
12 6
c1 = , c2 =
25 5
Solução do PVI:
12 −t
y(t) = 25 e + 65 te−t − 12
25 cos 2t − 9
25 sen 2t
(c) Solução geral da equação homogênea:
y ( t ) = c1 e2 t + c2 e2 t t
Solução do PVI
y(t) = −1/3 e2 t + e2 t t + 1/3 e−t
(d) Solução geral da equação homogênea:
Substituindo-se t = 0, u = 1, u0 = 3 obtemos:
√
c1 = 1, c2 = 3.
3/2 3/2
π/3 7π/3
−2
q q
3 3
Solução geral: u(t) = c1 cos 2 t + c2 sen 2 t
Derivada da√solução geral:
√ √ √
u0 (t) = −c1 3/2 sen
3/2 t + c2 3/2 cos 3/2 t
Substituindo-se t = 0, u = 1, u0 = 0:
c1 = 1, c2 = 0
Solução do PVI: r !
3
u(t) = cos t
2
q
3
A amplitude é igual a 1, a frequência é igual a 2, a fase é igual a zero e o perı́odo é igual a
√ √
2 2π/ 3.
(b)
+1
1/2
2____2π t
31/2
−1
4.3.
2u00 + 3u = 3 cos(3t)
√
2r2 + 3 = 0 r = ±i 3/2
1
u p (t) = − cos(3t)
5
e a solução geral da equação não homogênea é
√ √
u(t) = − 15 cos(3t) + c1 cos
3/2 t + c2 sen 3/2 t .
√ √ √ √
u0 (t) = 3
5 sen(3t) − 3/2c1 sen 3/2 t + 3/2c2 cos 3/2 t .
u(0) = u0 = − 51 + c1 ⇒ c1 = u0 + 1
5
√ √
u0 (0) = u00 = 3/2c2 ⇒ c2 = 2/3u00
Assim, a solução do problema de valor inicial é
√ √ √
u(t) = − 51 cos(3t) + (u0 + 51 ) cos 3/2 t + 2/3u00 sen
3/2 t .
4.4.
1
2u00 + u0 + u = 0 ∆ = 1 − 4 = −3
2
√
1 3
r1,2 = − ±i
4 4
√ √
u(t) = c1 e−t/4 cos 43 t + c2 e−t/4 sen 43 t
√ √ √ √ √ √
u0 (t) = c1 − 41 e−t/4 cos 43 t − 43 e−t/4 sen 43 t + c2 − 14 e−t/4 sen 43 t + 4
3
cos 4
3
t
u (0) = u0 = c1
√
4u00 +u0
u0 (0) = u00 = − c41 + 3c2
4 ⇒ c2 = √
3
Assim, a solução do problema de valor inicial é
√ √
4u00 +u0 −t/4
u(t) = u0 e−t/4 cos 43 t + √ e sen 43 t
3
Equação caracterı́stica:
r2 + 100 = 0 ⇔ r = ±10i
Solução geral:
u(t) = c1 cos(10t) + c2 sen(10t)
A frequência natural é r
r
k 104
ω0 = = = 10.
m 100
O perı́odo é
2π 2π
T= = segundos
ω0 10
(a) A posição em função do tempo é a solução do problema de valor inicial
00
u + 100u = 0,
u(0) = 0,
0
u (0) = −4.
2
u(t) = − sen(10t)
5
A amplitude é igual a 2/5.
u
2/5
0
2π/10
t
−2/5
u
2^(1/2)
0
π/40 π/40+2π/10
t
−2^(1/2)
u (0) = 2 = c1 ,
u0 (0) = 0 = 10c2 .
u(t) = 2 cos(10t)
A amplitude é igual a 2.
u
2
0
2π/10
t
−2
Equação caracterı́stica:
102 r2 + γr + 104 = 0
∆ = γ2 − 4 · 106
(a) • Se γ > 2 · 103 o sistema é super-amortecido.
• Se γ = 2 · 103 o o sistema tem um amortecimento crı́tico.
• Se γ < 2 · 103 o sistema é sub-amortecido
(b) Neste caso a constante de amortecimento é dada por
Fr 104
γ= = = 103 .
v 10
u(0) = 2 = c1√,
u0 (0) = 0 = 5 3c2 − 5c1 .
√
Logo, c1 = 2 e c2 = 2/ 3. Assim,
4
q
R= c21 + c22 = √ ,
3
√
c 3
δ = arccos 1 = arccos = π/6
R 2
e a solução do problema de valor inicial é
√ √ √
u(t) = 2e−5t cos(5 3 t) + √2 e−5t sen(5 3 t) = √4 e−5t cos(5 3 t − π/6)
3 3
√ √
A quase frequência é igual a 5 3 e o quase perı́odo é igual a 2π/5 3.
2π/(533/2)
4/31/2
-4/31/2
4.7.
102 u00 + 104 u = 9600 cos(6t),
u(0) = 0, u0 (0) = 0
A solução geral da equação homogênea é
c1 = −3/2, c2 = 0
3
u(t) = (cos(6t) − cos(10t)) .
2
Como
cos( A − B) − cos( A + B) = 2 sen A sen B
então
u(t) = 3 sen(2t) sen(8t)
0
π t
−3
4.8.
102 u00 + 104 u = 103 cos(10t),
u(0) = 0, u0 (0) = 0
A solução geral da equação homogênea é
t
u(t) = c1 cos (10t) + c2 sen (10t) + sen(10t)
2
Derivando e substituindo-se t = 0, u = 0 e u0 = 0 obtemos que
c1 = 0, c2 = 0
t
u(t) = sen(10t)
2
0.5 t →
π
__ t
5
−0.5 t →
+1
1,32
__ 1,32+2π
____ t
6 6
−1
− ω 2 B − 2 B + ω A sen ωt = cos ωt
π
Substituindo-se t = 0 e t = 2ω obtemos o sistema
2 − ω 2 A + ω B = 1
−ω A + 2 − ω 2 B = 0
que tem solução
2 − ω2 ω
A= , B= .
ω4
− 3 ω2 + 4 ω4 − 3 ω2 + 4
Logo, a solução geral da equação diferencial é
√ √
t 7t t 7t
u(t) = c1 e− 2 cos + c2 e− 2 sen
2 2
(2 − ω 2 ) ω
+ 4 2
cos(ωt) + 4 sen(ωt).
ω −3ω +4 ω − 3 ω2 + 4
(b) A solução estacionária é a solução particular da equação diferencial que é dada por
(2 − ω 2 ) ω
u p (t) = 4 2
cos(ωt) + 4 sen(ωt).
ω −3ω +4 ω − 3 ω2 + 4
(c) A amplitude é
p 1
R = R(ω ) = A2 + B2 = 1/2
(ω 4 − 3 ω 2 + 4)
Derivando-se:
u0p (t) = Bω cos (ω t) − Bω sen (ω t)
k − m ω2 A
= F0
k − m ω2 B =0
Assim,
F0 F0
A= = , B = 0.
k − m ω2 m(ω02 − ω 2 )
Logo, a solução geral é
F0
u(t) = c1 cos (ω0 t) + c2 sen (ω0 t) + cos(ωt).
m(ω02 − ω2 )
(b)
F0
u(t) = c1 cos (ω0 t) + c2 sen (ω0 t) + t sen(ω0 t)
2mω0
F0 sen(ω0 t)
u0 (t) = 2 ω0 m − ω0 c1 sen (ω0 t)
F0 t cos(ω0 t)
+ 2m + ω0 c2 cos (ω0 t)
Derivando-se e substituindo-se t = 0, u = 0 e u0 = 0 obtemos que
c1 = 0, c2 = 0
F0
u(t) = t sen(ω0 t).
2mω0
4.13. Seja u(t) = c1 u1 (t) + c2 u2 (t) a solução da equação homogênea correspondente. Então, a solução geral
desta equação é
u ( t ) = c1 u1 ( t ) + c2 u2 ( t ) + u p ( t )
em que u p (t) é uma solução particular. Pelo método dos coeficientes a determinar
Substituindo-se u p (t), u0p (t) e u00p (t) na equação diferencial obtemos ω B γ + ω02 − ω 2 m A cos ωt
ω02 − ω 2 m A + ωγ B
= F0
−ω γ A + ω02 − ω 2 m B = 0
encontramos
F0 m(ω02 − ω 2 ) F0 γω
A= , B= ,
∆ ∆
em que ∆ = m2 (ω02 − ω 2 )2 + γ2 ω 2 . Logo, uma solução particular da equação diferencial é
F0 m(ω02 − ω 2 ) F0 γω
u p (t) = cos(ωt) + sen(ωt).
∆ ∆
4.14. (a)
1
10Q00 + 60Q0 + = 12
0, 125 · 10−1
Dividindo-se por 10:
6
Q00 + 6Q0 + 8Q =
5
Equação caracterı́stica: r2 + 6r + 8 = 0
Raı́zes: r = −2, −4
Solução geral da equação homogênea: Q(t) = c1 e−2t + c2 e−4t
Solução particular da forma Q p (t) = A0 .
Substituindo-se na equação:
6 3
8A0 = ⇒ A0 =
5 20
Solução geral:
3
Q(t) = c1 e−2t + c2 e−4t +
20
Derivada da solução geral: Q0 (t) = −2c1 e−2t − 4c2 e−4t
Substituindo-se t = 0, Q = 0, Q0 = 0:
3
c1 + c2 + 20 =0 c1 = −3/10
, ⇒
−2c1 − 4c2 = 0 c2 = 3/20
Solução do PVI:
3 −2t 3 3
Q(t) = − e + e−4t +
10 20 20
(b)
3
lim Q(t) = C
t→∞ 20
(c)
0.16
Q
0.14
0.12
0.1
0.08
0.06
0.04
0.02
0
t
−0.02
Transformada de Laplace
3.1 Introdução
A transformada de Laplace pode ser usada para resolver problemas de valor inicial
da forma
281
282 Transformada de Laplace
f (t)
F (s)
lado esquerdo entram as funções originais e do lado direito saem as funções trans-
formadas pela transformada de Laplace.
para todo s > 0 tal que a integral acima converge. Representaremos a função ori-
ginal por uma letra minúscula e a sua variável por t. Enquanto a transformada de
Laplace será representada pela letra correspondente maiúscula e a sua variável por
s. Por exemplo, as transformadas de Laplace das funções f (t), g(t) e h(t) serão re-
presentadas por F (s), G (s) e H (s), respectivamente.
Exemplo 3.3. Seja a uma constante real. Vamos determinar a transformada de La-
place das funções f : [0, ∞) → R dada por f (t) = cos at e g : [0, ∞) → R dada por
g(t) = sen at. Para isso, vamos calcular a transformada de Laplace da função
h : [0, ∞) → C definida por h(t) = eiat .
Z ∞ Z ∞
∞
e −(s−ia)t
H (s) = e−st eiat dt = e−(s−ia)t dt =
−( s − ia )
0 0
0
e−sT (cos aT + i sen aT ) e−(s−ia)0 e−(s−ia)0
= lim − = 0−
T →∞ −(s − ia) −(s − ia) ia − s
1
= , para s > 0.
s − ia
Por outro lado
Z ∞
H (s) = L(h)(s) = e−st (cos at + i sen at) dt = L( f )(s) + i L( g)(s) = F (s) + iG (s).
0
Assim, a parte real de H (s) é igual a F (s), Re{ H (s)} = F (s), e a parte imaginária
de H (s) é igual a G (s), I m{ H (s)} = G (s). Como
1 s + ia s + ia
H (s) = = = 2 ,
s − ia (s − ia)(s + ia) s + a2
1 s
F (s) = Re{ }= 2 , para s > 0
s − ia s + a2
1 a
G (s) = I m{ }= 2 , para s > 0.
s − ia s + a2
Z ∞
∞ Z ∞
t n e−st n
Fn (s) = e−st tn dt = − e−st tn−1 dt
0 −s −s 0
0
Z ∞
n −st n−1 n
= e t dt = Fn−1 (s).
s 0 s
Aplicando-se recursivamente a fórmula obtida obtemos
n ( n − 1) n ( n − 1) . . . 1
Fn (s) = Fn−2 (s) = F0 (s).
s2 sn
1
Mas F0 (s) é a transformada de Laplace da função constante 1, ou seja, F0 (s) = .
s
Assim, a transformada de Laplace de f n (t) = tn , para n = 0, 1, 2, . . . é
n!
Fn (s) = , para s > 0.
s n +1
Teorema 3.1 (Linearidade). Se a transformada de Laplace de f (t) é F(s), para s > a1 , e a transformada de Laplace de
g(t) é G (s), para s > a2 , então para quaisquer constantes α e β
L(α f + βg)(s) = αL( f )(s) + βL( g)(s) = αF (s) + βG (s), para s > max{ a1 , a2 }.
f (t)
g(t)
α f (t) + βg(t)
L
F (s)
G (s)
αF (s) + βG (s)
Demonstração.
Z ∞
L(α f + βg)(s) = e−st (α f (t) + βg(t))dt
0
Z ∞ Z ∞
= α e−st f (t)dt + β e−st g(t)dt
0 0
= αL( f )(s) + βL( g)(s)
Exemplo 3.6. Seja a uma constante. Pelo Teorema anterior a transformada de La-
e at + e− at
place do cosseno hiperbólico de at, f (t) = cosh( at) = , é dada por
2
1 1 1 1 s
F (s) = + = 2 , para s > | a|.
2s−a 2s+a s − a2
Exemplo 3.7. Seja a uma constante. Pelo Teorema anterior a transformada de La-
e at − e− at
place do seno hiperbólico de at, f (t) = senh( at) = , é dada por
2
1 1 1 1 a
F (s) = − = 2 , para s > | a|.
2s−a 2s+a s − a2
Dizemos que uma função f (t) é seccionalmente contı́nua ou contı́nua por partes em
um intervalo [ a, b] se f (t) é contı́nua em [ a, b] exceto possivelmente em um número
finito de pontos, nos quais os limites laterais existem. Dizemos que uma função f (t)
é seccionalmente contı́nua ou contı́nua por partes em um intervalo [ a, ∞) se f (t) é
seccionalmente contı́nua para todo intervalo da forma [ a, A], com A > a.
Se a função f (t) crescer muito rápido ela pode não ter transformada de Laplace,
2
como por exemplo f (t) = et (verifique!). Isto não acontece para funções f (t), para
as quais existem M > 0 e k > 0 tais que,
Se duas funções admissı́veis têm a mesma transformada de Laplace então elas são
iguais exceto possivelmente nos pontos de descontinuidade, como enunciado a se-
guir e demonstrado ao final desta seção na página 298.
considerando duas funções iguais, se elas forem iguais em todos os pontos onde
ambas são contı́nuas.
s+3 A B
F (s) = = + ,
(s − 1)(s − 2) s−1 s−2
4 = −A e 5=B
Assim,
s+3 1 1
F (s) = = −4 +5
(s − 1)(s − 2) s−1 s−2
e a função cuja transformada é F (s) é
Teorema 3.3 (1o. Teorema de Deslocamento). Seja a uma constante. Se a transformada de Laplace da função
f : [0, ∞) → R é F (s), para s > c, então a transformada de Laplace da função
g(t) = e at f (t)
é
G ( s ) = F ( s − a ), para s > a + c
f (t)
e at f (t)
F (s)
F (s − a)
Demonstração.
Z ∞ Z ∞
G (s) = e−st e at f (t)dt = e−(s−a)t f (t)dt = F (s − a)
0 0
Exemplo 3.9. Sejam a, b ∈ R. Se g(t) = cos( at), então pelo Exemplo 3.3 na página
284
s
G (s) = .
s2 + a2
Pelo 1o. Teorema de Deslocamento
Logo, se f : [0, ∞) → R é dada por f (t) = ebt cos at então a sua transformada de
Laplace é dada por
s−b
F (s) = , para s > b.
( s − b )2 + a2
n!
F (s) = , para s > a.
( s − a ) n +1
s−3 A B
F (s) = 2
= + ,
( s + 2) s + 2 ( s + 2)2
s − 3 = A ( s + 2) + B (3.2)
Substituindo-se s = −2 obtemos
−5 = B.
Derivando-se (3.2) obtemos
1 = A.
Assim,
s−3 1 1
F (s) = 2
= −5 .
( s + 2) s+2 ( s + 2)2
Pela forma do denominador vemos que temos que usar o 1o. Teorema de Desloca-
mento e para isso tem que aparecer um múltiplo de s + 1/2 no numerador, ou seja,
1 s + 1/2 5 1
= −
2 (s + 1/2)2 + 3/4 4 (s + 1/2)2 + 3/4
√
1 s + 1/2 5 2 3/2
= − √
2 (s + 1/2) + 3/4 4 3 (s + 1/2)2 + 3/4
2
dada por
√ ! √ !
1 3 5 3
f (t) = e−t/2 cos t − √ e−t/2 sen t .
2 2 2 3 2
Explicação: Pelo 1o. Teorema de Deslocamento
Logo,
√ !
−1 −t/2 2 3
L [ G (s + 1/2)](t) = e g(t) = √ e−t/2 sen t .
3 2
0.6
y
0.4
0.2
0
t
−0.2
−0.4
−0.6
−0.8
−2 0 2 4 6 8 10 12
√ √
Figura 3.4 – f (t) = 12 e−t/2 cos 23 t − 5
√ e−t/2 sen 3
2 t
2 3
Então, Z 1 Z 1 Z 1
| p( x ) − v( x )|2 dx = | p( x )|2 dx + |v( x )|2 dx < e.
0 0 0
Logo,
Z 1
|v( x )|2 dx < e.
0
Como e é um número positivo arbitrário, então v( x ) = 0, para 0 < x ≤ 1. Logo,
h(t) = 0, para t > 0.
Teorema 3.4 (Teorema da Aproximação de Weierstrass). Seja f : [ a, b] → R uma função contı́nua. Para todo
e > 0, existe um polinômio p(t) tal que | f (t) − p(t)| < e, para todo t ∈ [ a, b].
1
Demonstração. Seja t = (1 − x ) a + xb. Então, x = (t − a) e t ∈ [ a, b] se, e somente
b−a
se, x ∈ [0, 1]. Seja f˜ : [0, 1] → R definida por f˜( x ) = f ((1 − x ) a + xb). Seja
n
p̃( x ) = ∑ ˜f ( k ) n x k (1 − x )n−k e p(t) = p̃
1
(t − a) .
k =0
n k b−a
k k
Lema 3.5. Se 0 ≤ x < b ≤ ≤ 1 ou 0 ≤ ≤ b < x ≤ 1, então
n n
k k 2 k k
x n (1 − x )1− n ≤ e −2( x − b ) b n (1 − b )1− n .
k
(b) Se 0 ≤ ≤ b < x < 1, vamos mostrar que H 0 ( x ) ≤ 0. Como, para 0 < x < 1,
n
1
4≤ , então
x (1 − x )
k k k
−x −x x−b −b
H 0 (x) = n
+ 4( x − b ) ≤ n + = n ≤ 0.
x (1 − x ) x (1 − x ) x (1 − x ) x (1 − x )
2a3
H (s) = , s > 0.
( s2 + a2 )2
2s−1
Y (s) = .
( s2 − 1) (4 s2 + 4 s + 5)
1.5. Mostre que se f (t) é seccionalmente contı́nua e existem k > 0 e M > 0 tais que
então existe a transformada de Laplace de f (t), L( f )(s) = F (s), definida para s > k e além disso
lim L( f )(s) = 0.
s→∞
2
1.6. Mostre que f (t) = et não tem transformada de Laplace.
1.7. (Função Gama) A função gama é definida pela integral imprópria
Z ∞
Γ( p) = t p−1 e−t dt, para p > 0.
0
f (t)
f 0 (t)
f 00 (t)
L
F (s)
sF (s) − f (0)
s2 F ( s ) − s f (0) − f 0 (0)
(b) Vamos provar para o caso em que f 00 (t) é contı́nua. Usando o item anterior:
Exemplo 3.14. Seja a uma constante. Seja f (t) = t sen at. Vamos determinar F(s).
f 0 (t) = sen at + at cos at
Exemplo 3.15. Seja a uma constante. Seja f (t) = t cos at. Deixamos como exercı́cio
mostrar usando o Teorema 3.6 de Derivação que
s2 − a2
F (s) = , para s > 0.
( s2 + a2 )2
2 1
Y (s) = +
s2 (s + 2)(s − 1) (s + 2)(s − 1)
2 + s2 A B C D
= = + 2+ +
s2 (s + 2)(s − 1) s s s+2 s−1
5
y
0
x
Figura 3.6 – Solução do problema de valor
inicial do Exemplo 3.16 −1
0 0.5 1 1.5 2
s2 − a2
F (s) = , s>0
( s2 + a2 )2
(Sugestão: derive uma vez e use as transformadas de Laplace de cos at e de t sen at.)
2.4. Resolva o problema de valor inicial
(
y00 + 4y0 + 13y = e−2t sen 3t,
y(0) = 1, y0 (0) = 2,
2.5. (Derivada da transformada de Laplace) É possı́vel mostrar que se f (t) é admissı́vel, isto é, f (t) é
seccionalmente contı́nua e existem k > 0 e M > 0 tais que
em que f (t) é uma função descontı́nua vamos escrever f (t) em termos da função
que definiremos a seguir.
Seja a uma constante maior ou igual a zero. Definimos a função degrau (unitário)
ou função de Heaviside por
0, para t < a
u a (t) =
1, para t ≥ a
a b
Vamos ver como podemos escrever uma função descontı́nua dada por três ex-
pressões em termos da função de Heaviside. Considere uma função
f 1 (t), se 0 ≤ t < a
f (t) = f (t), se a ≤ t < b .
2
f 3 (t), se t ≥ b
f ( t ) = f 1 ( t ) − u a ( t ) f 1 ( t ) + u a ( t ) f 2 ( t ) − u b ( t ) f 2 ( t ) + u b ( t ) f 3 ( t ).
Observe que para “zerar” f 1 (t) a partir de t = a, subtraı́mos u a (t) f 1 (t) e para
“acrescentar” f 2 (t) a partir de t = a somamos u a (t) f 2 (t). Para “zerar” f 2 (t) a partir
de t = b, subtraı́mos ub (t) f 2 (t) e para “acrescentar” f 3 (t) a partir de t = b somamos
ub (t) f 3 (t). Esta ideia pode ser repetida para o caso em que existam mais pontos de
descontinuidade.
f ( t ) = 1 − u2 ( t ).
1 e−2s
F (s) = − .
s s
e−s e−2s
F (s) = 2 −2 .
s s
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5
f (t)
u a (t) f (t − a)
F (s)
e−sa F (s)
Teorema 3.7 (2o. Teorema de Deslocamento). Seja a uma constante positiva. Se a transformada de Laplace da função
f : [0, ∞) → R é F (s), para s > c, então a transformada de Laplace da função
g(t) = u a (t) f (t − a)
é
G (s) = e− as F (s), para s > c
Demonstração.
Z ∞ Z a Z ∞
G (s) = e−st u a (t) f (t − a)dt = e−st u a (t) f (t − a)dt + e−st u a (t) f (t − a)dt
0 0 a
Z ∞ Z ∞
= e−st f (t − a)dt = e−s(t+ a) f (t)dt
a 0
Z ∞
= e−as e−st f (t)dt = e− as F (s)
0
1 2 3
1
t
π/2 π 3π/2 2π
-1
-2
Aqui foi usado que sen( a + b) = sen a cos b + sen b cos a. Assim,
e
1 1
F (s) = + e−πs 2 .
s2 +1 s +1
em que
0, para 0 ≤ t < 3
f (t) = 2, para 3 ≤ t < 10
0, para t ≥ 10
1 t
2 4 6 8 10 12 14 16
1
H (s) = .
s ( s2 + s + 1)
E assim
e−3s − e−10s
Y (s) = = (e−3s − e−10s ) H (s) = e−3s H (s) − e−10s H (s).
s ( s2 + s + 1)
Vamos a seguir encontrar a função h(t) cuja transformada de Laplace é H (s). Como
s2 + s + 1 tem raı́zes complexas, a decomposição de H (s) em frações parciais é da
forma
A Bs + C
H (s) = + 2 .
s s +s+1
Multiplicando-se H (s) por s(s2 + s + 1) obtemos
1 = A(s2 + s + 1) + ( Bs + C )s
1 t
2 4 6 8 10 12 14 16
1 2 3
3.2. Considere
0≤t<π
sen t,
f (t) = cos t, π ≤ t < 2π
−t
e 10 , t ≥ 2π
(a) Expresse f em termos da função degrau.
(b) Calcule a transformada de Laplace de f .
3.3. Considere
| cos t|, 0 ≤ t < 3π/2
f (t) =
0, t ≥ 3π/2
Calcule a transformada de Laplace de f .
3.4. Resolva os problemas de valor inicial:
1, para 0 ≤ t < π/2
(a) y00 + y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 1, em que f (t) =
0, para t ≥ π/2
0, para 0 ≤ t < π
(b) y00 + 2y0 + 2y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 1, em que f (t) = 2, para π ≤ t < 2π
0, para t ≥ 2π
sen t, para 0 ≤ t < 2π
(c) y00 + 4y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) =
0, para t ≥ 2π
sen t, para 0 ≤ t < π
(d) y00 + 4y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) =
0, para t ≥ π
1, para 0 ≤ t < 10
(e) y00 + 3y0 + 2y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) =
0, para t ≥ 10
0, para 0 ≤ t < 2
(f) y00 + 3y0 + 2y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 1, em que f (t) =
1, para t ≥ 2
0, para 0 ≤ t < 3π
(g) y00 + y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 1, em que f (t) =
1, para t ≥ 3π
sen t, para 0 ≤ t < π
(h) y00 + y0 + 54 y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) =
0, para t ≥ π
0, para 0 ≤ t < π
(i) y00 + 4y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) = 2, para π ≤ t < 3π
0, para t ≥ 3π
t
e , se 0 ≤ t < 2
(j) y00 + 4y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) =
0, se t ≥ 2
2t
e , se 0 ≤ t < 1
(k) y00 − 2y0 + y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) =
0, se t ≥ 1
t
e , se 0 ≤ t < 1
(l) y00 + 2y0 + 2y = f (t), y(0) = 0, y0 (0) = 0, em que f (t) =
0, se t ≥ 1
n, se 0 ≤ t < n1 ,
gn ( t ) =
0, caso contrário.
y y y
n=1 n=2 n=3
8 8 8
6 6 6
4 4 4
2 2 2
t t t
0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.2 0.4 0.6 0.8 1
y y y
n=4 n=5 n=6
8 8 8
6 6 6
4 4 4
2 2 2
t t t
0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.2 0.4 0.6 0.8 1
y y y
n=7 n=8 n=9
8 8 8
6 6 6
4 4 4
2 2 2
t t t
0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Figura 3.16 – Sequência de funções gn (t) = 1/n, se 0 < t < n e gn (t) = 0, caso contrário.
Calculando a integral do produto f (t) gn (t − t0 ), para f (t) uma função contı́nua ob-
temos
Z ∞ Z t0 + 1 Z t0 + 1
n n
f (t) gn (t − t0 )dt = f (t)n dt = n f (t)dt.
0 t0 t0
Observe que não podemos passar o limite para dentro da integral, pois enquanto
Z ∞
lim f (t) gn (t − t0 )dt = f (t0 ),
n→∞ 0
Z ∞
f (t)( lim gn (t − t0 ))dt = 0,
0 n→∞
já que
∞,
se t = t0 ,
lim gn (t − t0 ) =
n→∞ 0, caso contrário.
Isto mostra que o delta de Dirac não é o limite da sequência gn , mas dá uma ideia de
como podemos aproximar o delta de Dirac por funções.
Podemos usar o delta de Dirac, por exemplo, para obter o torque em uma viga de-
vido a uma carga concentrada usando a mesma fórmula que é usada para se obter o
torque devido a uma distribuição de carga.
f (t)
δ ( t − t0 )
f ( t ) δ ( t − t0 )
L
F (s)
e − t0 s
f ( t 0 ) e − t0 s
Assim,
1 e−πs
Y (s) = − = H (s) − e−πs H (s)
10s2 − 3s − 4 10s2 − 3s − 4
1 1 A B
H (s) = = = +
10s2 − 3s − 4 10(s − 4/5)(s + 1/2) s − 4/5 s + 1/2
Multiplicando-se H (s) por 10(s − 4/5)(s + 1/2):
1 1 1 1
H (s) = −
13 s − 4/5 13 s + 1/2
1 4t/5 1
h(t) = e − e−t/2
13 13
y(t) = h(t) − uπ (t) h(t − π )
2
y
1.5
0.5
0
π t
Figura 3.18 – Solução do problema de valor
inicial do Exemplo 3.22 −1 0 1 2 3 4 5 6
3.5 Convolução
A convolução de duas funções f , g : [0, ∞) → R é uma função definida por
Z t
( f ∗ g)(t) = f (t − τ ) g(τ )dτ
0
Teorema 3.8. Seja F(s) a transformada de Laplace de f : [0, ∞) → R e G(s) a transformada de Laplace de
g : [0, ∞) → R.
Então,
L( f ∗ g)(s) = F (s) G (s)
f (t)
g(t)
( f ∗ g)(t)
L
F (s)
G (s)
F (s) G (s)
η τ
ξ t
Logo,
L( f ∗ g)(s) = F (s) G (s)
1
Exemplo 3.23. Considere L(h)(s) = H (s) = . Vamos determinar h(t)
(s − 4)(s + 1)
usando convolução. Sejam
1 1
F (s) = e G (s) = .
s−4 s+1
Então,
e4t −5t
Z t Z t
4( t − τ ) − τ 1 −5τ t
h(t) = ( f ∗ g)(t) = e e dτ = e 4t
e−5τ dτ = e4t e =− e −1
0 0 −5 0 5
Demonstração. (a)
Z t
( f ∗ g)(t) = f (t − τ ) g(τ )dτ
0
(b)
Z t
f ∗ ( g1 + g2 )(t) = f (t − τ )( g1 (τ ) + g2 (τ ))dτ
0
Z t Z t
= f (t − τ ) g1 (τ )dτ + f (τ ) g2 (τ ))dτ
0 0
= ( f ∗ g1 )(t) + ( f ∗ g2 )(t)
(d)
Z t
( f ∗ 0)(t) = f (t − τ )0dτ = 0 = (0 ∗ f )(t)
0
Vimos acima que várias das propriedades do produto de funções são válidas para a
convolução, mas duas propriedades do produto não são válidas para a convolução:
(a) 1 ∗ f 6= f , pois, por exemplo, para f (t) = t,
τ 2 t t2
Z t Z t
(1 ∗ f )(t) = f (τ )dτ = τdτ = =
0 0 2 0 2
π
( f ∗ f )(π ) = −
2
y(0) = 0, y0 (0) = 1,
em que f (t) é uma função qualquer que tem uma transformada de Laplace.
Aplicando-se a transformada de Laplace na equação obtemos
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + 4Y (s) = F (s)
Assim,
F (s) 1
Y (s) = 2
+ 2 = F (s) H (s) + H (s)
s +4 s +4
em que
1 1 2
H (s) = = .
s2 + 4 2 s2 + 4
Assim,
1
h(t) = sen 2t
2
e a solução do problema de valor inicial é
Exemplo 3.25. A equação integral a seguir pode ser resolvida usando transformada
de Laplace.
Z t
1+ cos(t − τ )y(τ )dτ = y(t)
0
Aplicando-se a transformada de Laplace na equação obtemos
1 s
+ 2 Y (s) = Y (s)
s s +1
s 1
Y (s) 1 − 2 =
s +1 s
s2 + 1
Y (s) =
( s2 − s + 1) s
Decompondo Y (s) em frações parciais:
A Bs + C
Y (s) = + 2
s s −s+1
Multiplicando-se or (s2 − s + 1)s:
s2 + 1 = A(s2 − s + 1) + ( Bs + C )s
Substituindo-se s = 0 obtemos A = 1. Comparando-se os termos de grau 2 obtemos
1 = A + B ou B = 0. Comparando-se os termos de grau 1 obtemos 0 = − A + C ou
C = 1. Assim,
√
3
1 1 1 1 1 2 2
Y (s) = + 2 = + = +√
s s −s+1 s (s − 12 )2 + 3
4
s 3 (s − 12 )2 + 3
4
Assim, a solução da equação integral é
√ !
2 t 3
y(t) = 1 + √ e 2 sen t .
3 2
f (t) = L−1 ( F )(t) F (s) = L( f )(s) f (t) = L−1 ( F )(t) F (s) = L( f )(s)
1 1
1 , para s > 0 e at , para s > a
s s−a
s a
cos at , para s > 0 sen at , para s > 0
s2 + a2 s2 + a2
n!
tn , para n = 0, 1, 2, . . . , para s > 0 e at f (t) F (s − a)
s n +1
s2 − a2 2as
t cos at ,s>0 t sen at ,s>0
( s2 + a2 )2 ( s2 + a2 )2
2a3
sen at − at cos at ,s>0 δ ( t − t0 ) e − t0 s , s > 0
( s2 + a2 )2
e−as
0, 0≤ t< a
u a (t) = , para s > 0 u a (t) f (t − a) e−as F (s)
1, t≥a s
Rt
f ( t ) δ ( t − t0 ) e − t0 s f ( t 0 ), s > 0 0 f (t − τ ) g(τ )dτ F (s) G (s)
5 1 13
f (t) = + e3t − e−4t
12 21 28
2
1.2. (a) Y (s) = s2 (s+2)(s−1)
+ (s+2)(1 s−1)
s2
= s2 (s+2+
2)(s−1)
= As + sB2 + s+ C D
2 + s −1
Multiplicando-se por s2 (s + 2)(s − 1) obtemos
s2 + 2 = (3.10)
1
0 = A+C+D = A− +1
2
de onde obtemos A = − 12 .
Assim,
−1/2 1 1/2 1
Y (s) = s − s2 − s +2 + s −1
y(t) = − 12 − t − 12 e−2t + et
A Bs+C
(b) Y (s) = (s−1)(3s2 +4) = s− 1 + s2 +4
O numerador da segunda parcela é de 1o. grau (Bs + C), pois o denominador tem raı́zes complexas.
Multiplicando-se a equação pelo denominador (s − 1)(s2 + 4) obtemos
3 = A(s2 + 4) + ( Bs + C )(s − 1)
y(t) = 53 et − 35 cos 2t − 3
10 sen 2t
1.3.
h(t) = f (t) − ag(t)
1 1 3 1 1 22s+5
Y (s) = 26 s−1 + 10 s+1 − 65 s2 +s+5/4 =
1 1 3 1 1 22(s+1/2)−6
26 s−1 + 10 s+1 − 65 (s+1/2)2 +1 =
1 1 3 1 22 (s+1/2) 6 1
26 s−1 + 10 s+1 − 65 (s+1/2)2 +1 + 65 (s+1/2)2 +1
Logo, a transformada de Laplace inversa de Y (s) é
1 t 3 −t −t/2 cos t + 6 e−t/2 sen t.
y(t) = 26 e + 10 e − 22 65 e 65
R ∞ −st R ∞ −st R∞
1.5. 0 e f (t)dt ≤ 0 e | f (t)|dt ≤ M 0 e−(s−k)t dt = sM −k , para s > k.
Logo, L( f )(s) = F (s) está definida para s > k e além disso
lims→∞ F (s) = 0.
1.6. Para s > 0 temos que a reta tangente à parábola y(t) = t2 − st em t = s é y(t) = st − s2 e assim
RT 2 RT 2 RT 2 2 RT
limT →∞ 0 e−st et dt = limT →∞ 0 et −st dt ≥ limT →∞ 0 est−s dt ≥ e−s limT →∞ 0 est dt = ∞.
2
Logo, f (t) = et não tem transformada de Laplace.
pois limx→∞ x p e− x = 0.
(b) Γ(n + 1) = nΓ(n) = n(n − 1) · · · Γ(1) = n(n − 1) · · · 1 = n!
(c) Fazendo a mudança de variáveis x = st obtemos que
Z ∞
L(t p )(s) = e−st t p dt =
0
Z ∞
1 Γ( p)
= e− x x p−1 dx = .
s p +1 0 s p +1
√
Γ(1/2)
(d) L(t−1/2 )(s) = s1/2
= s1/2π
.
1 Γ (1/2) √
Γ(3/2)
L(t1/2 )(s) = s3/2
= 2 s3/2 = π
2s3/2
.
2.1. (a) s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + 2 (sY (s) − y(0)) + 5Y (s) = 4 (s+s1+)12 +4
s+1
s2 + 2s + 5 Y (s) = 4 +s+2
( s + 1)2 + 4
Assim,
4s + 4 s+2
Y (s) = + 2
( s2+ 2s + 5) 2 s + 2s + 5
s+1 s+1+1
= 4 +
[(s + 1)2 + 4]2 (s + 1)2 + 4
2 · 2( s + 1) s+1
= + +
[(s + 1)2 + 4]2 (s + 1)2 + 4
1 2
+
2 ( s + 1)2 + 4
De onde obtemos
1
y(t) = te−t sen 2t + e−t cos 2t + e−t sen 2t.
2
y
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
t
−0.2
−0.4
0 1 2 3 4 5 6 7
Y (s) = (3.11)
2 3 2
= s3 ( s2 +4)
+ (s−1)(s2 +4)
+ s2 +4
A primeira parcela de (3.11) pode ser decomposta como
2 A B C Ds+ E
s3 ( s2 +4)
= s + s2
+ s3
+ s2 +4
Multiplicando-se a equação acima por s3 (s2 + 4) obtemos
2= (3.12)
= As2 (s2 + 4) + Bs(s2 + 4) + C (s2 + 4) + ( Ds + E)s3
Substituindo-se s = 0, 2i em (3.12)
2 = 4C
2 = (2iD + E)(−8i ) = 16D − 8iE
1
De onde obtemos C = 2 e comparando-se as partes real e imaginária da segunda equação do sistema
acima
2 = 16D
0 = −8E
1
De onde obtemos D = 8 e E = 0. Comparando-se os termos de grau 4 na equação (3.12) obtemos
1
0 = A+D = A+ 8.
Logo, A = − 81 . Comparando-se os termos de grau 3 na equação (3.12) obtemos 0 = B.
Assim,
2
s3 ( s2 +4)
= − 1/8 1 2 1 s
s + 4 s3 + 8 s2 +4
A segunda parcela de (3.11) pode ser decomposta como
3 A Bs+C
(s−1)(s2 +4)
= s −1 + s2 +4
3 = A(s2 + 4) + ( Bs + C )(s − 1)
Substituindo-se s = 1 obtemos A = 3/5. Comparando-se os termos de grau 2 e os de grau 1
obtemos
0 = A + B = 3/5 + B
0 = −B + C
que tem solução B = −3/5 e C = −3/5. Assim,
3
(s−1)(s2 +4)
= 35 s−1 1 − 53 ss2++14 = 53 s−1 1 − 35 s2 +
s
4
3 2
− 10 s2 +4
s s
Y (s) = − 81 1s + 14 s23 + 18 s2 + 4
+ 35 s−1 1 − 53 s2 + 4
3 2
− 10 s2 +4
+ s2 2+4
y(t) = − 81 + 41 t2 − 19 3 t 7
40 cos 2t + 5 e + 10 sen 2t
16
y
14
12
10
0
x
−2
Assim,
Y (s) = 1
( s −1)4
+ s(s−4 1)2 + (ss−−11)2 = (s−11)4 + 4
s ( s −1)2
+ 1
s −1
4
s ( s −1)2
= As + s−B 1 + (s−C1)2
Multiplicando-se por s(s − 1)2 obtemos
Substituindo-se s = 0, 1 obtemos
4 = A
4 = C
0
x
−1
Assim,
s −2
Y (s) = 3 (s2 −2s−13)(s−2)2 + s2 −2s−3
s −2
= 3 (s−3)(s+11)(s−2)2 + (s−3)(s+1)
3+(s−2)3
= (s−3)(s+1)(s−2)2
A B C D
= s −3 + s +1 + s −2 + ( s −2)2
3 + ( s − 2)3 = (3.14)
2
1 = A+B+C = 1+ +C
3
Assim,
1 2/3 2/3 1
Y (s) = s −3 + s +1 − s −2 − ( s −2)2
9
y
8
0
x
−1
Assim,
6 2s − 1
Y (s) = + 2
( s2 + 4) 2 s +4
6 16 s 1
= 2 2
+2 2 − 2
16 (s + 4) s +4 s +4
3 16 s 1 2
= 2 2
+2 2 − 2
8 ( s + 4) s +4 2s +4
0.5
0
x
−0.5
−1
−1.5
−2
−2.5
−3
−1 0 1 2 3 4 5 6
Assim,
1
Y (s) =
( s − 1) ( s2 + 4)
A Bs + C
Y (s) = + 2
s−1 s +4
1 = A(s2 + 4) + ( Bs + C )(s − 1)
1 t 1 1
y(t) = e − cos 2t − sen 2t
5 5 10
(g) s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) − 2 (sY (s) − y(0)) + Y (s) = s−1 2
1 = A(s2 + 2s + 2) + ( Bs + C )(s − 1)
Uma solução particular da equação não homogênea é da forma y p (t) = A cos t + B sen t.
Substituindo-se y p (t), y0p (t) e y00p (t) na equação:
7
y 0 (0) = 0 = + 2c1 + 4c2
85
6
y (0) = 0 = + c1 + c2
85
c1 = −1/10 e c2 = 1/34.
6 7 1 2t 1 4t
y(t) = 85 cos t + 85 sen t − 10 e + 34 e
2 0 1
(b) s Y (s) − sy(0) − y (0) − 6 (sY (s) − y(0)) + 8Y (s) = s2 +1
Substituindo-se os valores y(0) = 0 e y0 (0) = 0 obtemos
1
s2 − 6s + 8 Y (s) =
s2 +1
Assim,
1
Y (s) =
( s2 − 6s + 8) (s2 + 1)
1 A B Cs+ D
(s2 −6s+8)(s2 +1)
= s −2 + s −4 + s2 +1
Multiplicando-se por (s − 2)(s − 4)(s2 + 1) obtemos
1 = A(s − 4)(s2 + 1) + B(s − 2)(s2 + 1) + (Cs + D )(s − 2)(s − 4)
Substituindo-se s = 2, 4, i obtemos
1 = −10A
1 = 34B
1 + i0 = (iC + D )(i − 4)
= (−C − 4D ) + i (−4C + D )
2.3.
2.4.
Aplicando a transformada de Laplace e usando o Teorema 3.6 de Derivação, já que f (t) é admissı́vel e
contı́nua e f 0 (t) é contı́nua, obtemos
s 2as
sF (s) − f (0) = −a 2
s2 + a2 ( s + a2 )2
Isolando-se F (s)
s2 − a2
F (s) = .
( s2 + a2 )2
Como
Z ∞ Z ∞ Z ∞
−st −st
e−st t dt < ∞,
e t cos at dt ≤ e t | cos at | dt ≤ para s > 0,
0 0 0
3
s2 + 4s + 13 Y (s) = +s+6
( s + 2)2 + 9
Assim,
3 s+6
Y (s) = +
(s2 + 4s + 13)2 s2 + 4s + 13
1 2 · 3 · 32 s+2+4
= +
2 · 32 [(s + 2)2 + 9]2 ( s + 2)2 + 9
1 2 · 33 s+2
= 2 2
+ +
18 [(s + 2) + 9] ( s + 2)2 + 9
4 3
+ .
3 ( s + 2)2 + 9
De onde obtemos que a solução do PVI é
1 −2t
y(t) = 18 e (sen 3t − 3t cos 3t) + e−2t cos 3t + 34 e−2t sen 3t.
Aqui usamos a tabela da página 347 e o 1o. Teorema de Deslocamento:
3.1. (a)
t, 0 ≤ t < 1
f (t) = −(t − 2), 1 ≤ t < 2
0, t ≥ 2
1.5
0.5
0
t
−0.5
−1
−1.5
−2
t
3.2. (a) f (t) = sen t − uπ (t) sen t + uπ (t) cos t − u2π (t) cos t + u2π (t)e− 10
t−2π
(b) f (t) = sen t + uπ (t)(sen(t − π ) − cos(t − π )) + u2π (t)(− cos(t − 2π ) + e− 5 e−
π
10 )
+ e− 5
π
F (s) = 1
1+ s2
+ e−πs ( 1+1s2 − s
1+ s2
) + e−2πs (− 1+s s2 1
1 )
s+ 10
3.3.
cos t, 0 ≤ t < π/2
f (t) = − cos t, π/2 ≤ t < 3π/2
0, t ≥ 3π/2
f (t) = cos t − uπ/2 (t) cos t − uπ/2 (t) cos t + u3π/2 (t) cos t
= cos t − 2uπ/2 (t) cos[(t − π/2) + π/2]
+ u3π/2 (t) cos[(t − 3π/2) + 3π/2]
= cos t + 2uπ/2 (t) sen(t − π/2) + u3π/2 (t) sen(t − 3π/2)
s 1 1
+ 2e− 2 s + e−3πs/2
π
F (s) = 2 2
1+s 1+s 1 + s2
−πs/2
(a) s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + Y (s) = 1s − e s Substituindo-se os valores y(0) = 0 e y0 (0) = 1 obte-
3.4.
mos
1 e−πs/2
s2 + 1 Y ( s ) = − +1
s s
Assim,
−πs/2
Y (s) = 1
s ( s2 +1)
+1
s2 +1
− se(s2 +1)
= s2 1+1 + H (s) − e−πs/2 H (s),
em que
1
H (s) =
s ( s2 + 1)
y(t) = sen t + h(t) − h(t − π/2)uπ/2 (t).
H (s) = s(s21+1) = As + Bs +C .
s2 +1
Multiplicando-se H (s) por s(s2 + 1) obtemos
1 = A(s2 + 1) + ( Bs + C )s
Substituindo-se s = 0 e s = i
1 = A
1 = ( Bi + C )i = − B + Ci
De onde obtemos A = 1. Comparando-se as partes real e imaginária da segunda equação obtemos
B = −1 e C = 0.
Assim,
1 s
H (s) = − 2
s s +1
De onde obtemos que a função cuja transformada de Laplace é H (s) é
h(t) = 1 − cos t
1.5
0.5
0
x
−0.5
−1
−1.5
−2
−2.5
−2 0 2 4 6 8 10 12
−πs −2πs
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0)
+ 2 (sY (s) − y(0)) + 2Y (s) = 2 e − 2e
(b) s s
Substituindo-se os valores y(0) = 0 e y0 (0) = 1 obtemos
e−πs − e−2πs
s2 + 2s + 2 Y (s) = 2 +1
s
Assim,
−πs −2πs
Y (s) = 2 es(s2 +−2se +2) + 1
s2 +2s+2
= (e−πs − e−2πs ) H (s) + (s+11)2 +1 ,
em que
2
H (s) =
s(s2 + 2s + 2)
2 = A(s2 + 2s + 2) + ( Bs + C )s
1.2
y
0.8
0.6
0.4
0.2
0
x
−0.2
−2 0 2 4 6 8 10 12
Assim,
−2πs
Y (s) = 1
(s2 +1)(s2 +4)
− (s2 +e1)(s2 +4)
= H (s) − e−2πs H (s)
em que
1
H (s) =
(s2 + 1)(s2 + 4)
y(t) = h(t) − u2π (t)h(t − 2π )
As+ B
H (s) = 1
(s2 +1)(s2 +4)
= s2 +1
+ Cs +D
s2 +4
Multiplicando-se por (s2 + 1)(s2 + 4):
0.3
0.2
0.1
0
x
−0.1
−0.2
−0.3
−0.4
−0.5
−1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Assim,
−πs
Y (s) = 1
(s2 +1)(s2 +4)
+ (s2 +e1)(s2 +4)
= H (s) + e−πs H (s)
em que
1
H (s) =
(s2 + 1)(s2 + 4)
1/3 −1/3
H (s) = + 2
s2+1 s +4
Assim,
1 1
h(t) = sen t − sen 2t
3 6
e portanto
1
y(t) = h(t) + uπ (t) h(t − π ) = 3 sen t − 61 sen 2t −uπ (t)( 13 sen t + 16 sen 2t)
0.5
y
0.4
0.3
0.2
0.1
0
x
−0.1
−0.2
−0.3
−0.4
−0.5
−1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
e−10s
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0)
+ 3 (sY (s) − y(0)) + 2Y (s) = 1s −
(e) s
Substituindo-se os valores y(0) = 0 e y0 (0) = 0 obtemos
1 e−10s
s2 + 3s + 2 Y (s) = −
s s
Assim,
e−10s
Y (s) = s(s2 +13s+2) − s(s2 +3s+2)
= H (s) − e−10s H (s)
em que
1
H (s) =
s ( s2 + 3s + 2)
y(t) = h(t) − u10 (t)h(t − 10).
1 1 A B C
H (s) = s(s2 +3s+2)
= s(s+1)(s+2)
= s + s +1 + s +2
0.4
0.3
0.2
0.1
0
x
−0.1
0 5 10 15 20
−2s
(f) s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + 3 (sY (s) − y(0)) + 2Y (s) = e s
y ( t ) = y1 ( t ) + u2 ( t ) h ( t − 2).
1 1 A B
Y1 (s) = s2 +3s+2
= Y1 (s) = (s+1)(s+2)
= s +1 + s +2
Multiplicando Y1 (s) por (s + 1)(s + 2):
1 = A ( s + 2) + B ( s + 1)
1 1
h(t) = − e−t + e−2t
2 2
y(t) = y1 (t) + u2 (t)h(t − 2) = e−t − e−2t + u2 (t)h(t − 2)
0.4
0.3
0.2
0.1
0
x
−0.1
−2 0 2 4 6 8 10
−3πs
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + Y (s) = e s
(g)
Substituindo-se os valores y(0) = 0 e y0 (0) = 1 obtemos
e−3πs
s2 + 1 Y ( s ) = +1
s
Assim,
e−3πs 1
Y (s) = s ( s2 +1)
+ s2 +1
= e−3πs H (s) + 1
s2 +1
,
em que
1
H (s) =
s ( s2 + 1)
y(t) = sen t + h(t − 3π )u3π (t).
1 A Bs+C
H (s) = s ( s2 +1)
= s + s2 +1
.
1.5
0.5
0
x
−0.5
−1
−5 0 5 10 15 20 25
Assim,
Y (s) = 1
+ e−πs 1
(s2 +1)(s2 +s+ 54 ) (s2 +1)(s2 +s+ 45 )
= H (s) + e−πs H (s)
em que
1
H (s) =
+ 1) s2 + s + 45
( s2
y(t) = h(t) + uπ (t) h(t − π )
1 As+ B Cs+ D
H (s) = = s2 +1
+
(s2 +1)(s2 +s+ 54 ) s2 +s+ 54
Substituindo-se s = i obtemos
1 = ( Ai + B)(1/4 + i )
= (− A + B/4) + ( A/4 + B)i
de onde obtemos
C = − A = 16/17 e D = 1 − 5B/4 = 12/17.
Assim,
4
H (s) = 17 − 4s+1 4s+3
+ s2 + s + 5
s2 +1 4
4 s 1 4s+3
= 17 −4 s2 + 1
+ s2 +1
+ (s+1/2)2 +1
= 17 −4 s2 +1 + s2 +1 + 4 (s+s1/2
4 s 1 +3/4
)2 +1
4 s 1 s+1/2 1
= 17 −4 s2 + 1
+ 2
s +1
+ 4 2
(s+1/2) +1
+ 2
(s+1/2) +1
h(t) =
4
17 −4 cos t + sen t + 4e−t/2 cos t + e−t/2 sen t
1.5
0.5
0
x
−0.5
−1
−1.5
−2
−2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
−πs −3πs
(i) s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + 4Y (s) = 2 e s − 2 e s
Assim,
−πs −e−2πs
Y (s) = 2 e s ( s2 +4)
= (e−πs − e−3πs ) H (s),
em que
H (s) = s(s22+4)
2 = A(s2 + 4) + ( Bs + C )s
Substituindo-se s = 0, 2i obtemos
2 = 4A
2 + i0 = (2iB + C )2i = (−4B) + i (2C )
1 1
h(t) = − cos 2t
2 2
y(t) = uπ (t)h(t − π ) − u3π h(t − 3π )
0.4
0.3
0.2
0.1
0
x
−0.1
−2 0 2 4 6 8 10 12
(j)
f (t) = et − u2 (t)et = et − u2 (t)e(t−2)+2 = et − e2 u2 (t)et−2
1 e−2s
− e2
F (s) =
s−1 s−1
1 e−2s
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + 4Y (s) = − e2
s−1 s−1
Substituindo-se os valores y(0) = 0 e y0 (0) = 0 obtemos
1 e−2s
s2 + 4 Y ( s ) = − e2
s−1 s−1
Assim,
1 e−2s
Y (s) = 2
− e2
( s − 1) ( s + 4) ( s − 1) ( s2 + 4)
= H (s) − e2 e−2s H (s)
em que
1
H (s) = .
(s − 1)(s2 + 4)
A Bs + C
H (s) = + 2
s−1 s +4
Multiplicando-se H (s) por (s − 1)(s2 + 4):
1 = A(s2 + 4) + ( Bs + C )(s − 1)
1 1 1 s+1 1 1 1 s 1 1
H (s) = − 2 = − 2 − 2
5s−1 5s +4 5s−1 5s +4 5s +4
1 t 1 1
h(t) = e − cos 2t − sen 2t.
5 5 10
Assim, a solução do problema de valor inicial é
y ( t ) = h ( t ) − e2 u2 ( t ) h ( t − 2)
(k)
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0)
1 e−s
− 2 (sY (s) − y(0)) + Y (s) = − e2
s−2 s−2
Substituindo-se os valores y(0) = 0 e y0 (0) = 0 obtemos
1 e−s
s2 − 2s + 1 Y (s) = − e2
s−2 s−2
Assim,
1 e−s
Y (s) = 2
− e2
( s − 1) ( s − 2) ( s − 1)2 ( s − 2)
= H ( s ) − e2 e − s H ( s )
em que
1
H (s) = .
( s − 1)2 ( s − 2)
1 A B C
= + +
(s − 2)(s − 1)2 s − 2 s − 1 ( s − 1)2
Multiplicando-se por (s − 2)(s − 1)2 obtemos
1 = A(s2 + 2s + 2) + ( Bs + C )(s − 1)
(m) f (t) = e−2t sen 3t − uπ (t)e−2t sen 3t = e−2t sen 2t + uπ (t)e−2π e−2(t−π ) sen 3(t − π ).
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + 4 (sY (s) − y(0)) + 13Y (s) = (1 + e−2π e−πs ) (s+23)2 +9
Substituindo-se os valores y(0) = 1 e y0 (0) = 2 obtemos
3
s2 + 4s + 13 Y (s) = (1 + e−2π e−πs ) +s+6
( s + 2)2 + 9
Assim,
3 s+6
Y (s) = (1 + e−2π e−πs ) + 2
( s2 + 4s + 13) 2 s + 4s + 13
= (1 + e−2π e−πs ) H (s) + G (s).
2
em que H (s) = 3
(s2 +4s+13)2
= 2·132 [(s+2·23)·23+9]2
s +6
G (s) = s2 +4s+13
= (ss++22)+2 +4 9 = (s+s2+)22 +9 + 34 (s+23)2 +9
Logo
1 −2t
h(t) = 18 e (sen 3t − 3t cos 3t)
g(t) = e − 2t cos 3t + 43 e−2t sen 3t
De onde obtemos que a solução do PVI é
y(t) = h(t) + e−2π uπ (t)h(t − π ) + g(t) =
1 −2t −2t
18 e (sen 3t − 3t cos 3t) + e18 uπ (t) (sen 3(t − π ) − 3(t − π ) cos 3(t − π )) + e−2t cos 3t +
4 −2t
3e sen 3t.
Assim,
e−2πs 1
Y (s) = s2 +1
+ s2 +1
e a solução do problema de valor inicial é dado por
y(t) = u2π (t) sen(t − 2π ) + sen t = (u2π (t) + 1) sen t.
Assim,
ee−s −s
Y (s) = s2 +2s+2
= (s+ee1)2 +1 = ee−s G (s),
G (s) = 1
( s +1)2 +1
⇒ g(t) = e−t sen t
Assim, a solução do problema de valor inicial é
y(t) = eu1 (t)e−t+1 sen(t − 1) = e−t+2 sen(t − 1)u1 (t)
(c)
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) + 4Y (s) = e2 e−2s
Assim,
e2 e−2s
Y (s) = = e2 e−2s G (s)
s2 + 4
1 1
G (s) = ⇒ g(t) = sen 2t
s2 +4 2
Assim, a solução do problema de valor inicial é
e2
y(t) = u2 (t) sen(2(t − 2))
2
(d)
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) − 2 (sY (s) − y(0)) + Y (s) = e2 e−s
Assim,
e2 e − s
Y (s) = = e2 e − s G ( s )
( s − 1)2
1
G (s) = ⇒ g(t) = tet
( s − 1)2
Assim, a solução do problema de valor inicial é
(e)
f (t) = δ ( t − 1) + u3 ( t ) t2
= δ(t − 1) + u3 (t)((t − 3) + 3)2
= δ(t − 1) + u3 (t)((t − 3)2 + 6(t − 3) + 9)
2 6 9
F (s) = e−s + e−3s ( + 2+ )
s3 s s
1 2 + 6s + 9s2
Y (s) = (1 + e − s ) + e−3s 3 2
s2 + 2s + 2 s (s + 2s + 2)
1
= (1 + e − s ) + e−3s H (s)
( s + 1)2 + 1
2 + 6s + 9s2
H (s) =
s3 (s2 + 2s + 2)
A B C Ds + E
= + 2+ 3+ 2
s s s s + 2s + 2
Substituindo-se s = 0 obtemos C = 1.
Comparando-se os termos de grau 1 obtemos 6 = 2C + 2B = 2 + 2B, de onde obtemos B = 2.
Comparando-se os termos de grau 2 obtemos 9 = C + 2B + 2A = 5 + 2A, de onde obtemos A = 2.
Comparando-se os termos de grau 3 obtemos 0 = E + B + 2A = E + 6, de onde obtemos E = −6.
Comparando-se os termos de grau 4 obtemos 0 = D + A = D + 2, de onde obtemos D = −2.
Assim,
2 2 1 −2s − 6
H (s) = + 2+ 3+ 2
s s s s + 2s + 2
2 2 1 −2s − 6
= + 2+ 3+
s s s ( s + 1)2 + 1
2 2 1 2
= + + 3
s s2 2s
s+1 2
−2 +
( s + 1)2 + 1 ( s + 1)2 + 1
1
h(t) = 2 + 2t + t2 − 2(e−t cos t + 2e−t sen t)
2
Como
1
Y (s) = (1 + e − s ) + e−3s H (s)
( s + 1)2 + 1
então
y(t) = e−t sen t + u1 (t)e−(t−1) sen(t − 1) + u3 (t)h(t − 3)
0
Substituindo-se y(0) = 0 e y (0) = 1 obtemos
(s2 + 4s + 20)Y (s) = e− 2 e− 4 s + 1
π π
−πs
= e− 2 e− 4 s H (s) + H (s)
π
Y (s) = e− 2
π e 4 1 π
s2 +4s+20
+ s2 +4s+20
em que
1 1
H (s) = s2 +4s+20
= (s+2)2 +16
Assim,
1 −2t
h(t) = e sen 4t
4
π
y(t) = e− 2 u π (t) h(t −
π
) + h(t)
4 4
0.14
y
0.12
0.1
0.08
0.06
0.04
0.02
0
t
−0.02
−s
(s2 + s)Y (s) = 1 + e s + e−2s
−s −2s
Y (s) = s(s1+1) + s2 (es+1) + s(es+1) = (1 + e−2s ) H1 (s) + e−s H2 (s)
em que
H1 (s) = s(s1+1) e H2 (s) = s2 (s1+1)
H1 (s) = s(s1+1) = As + s+
B
1
Multiplicando-se por s(s + 1) obtemos
1 = A(s + 1) + Bs
Substituindo-se s = 0, −1 obtemos A = 1 e B = −1.
1 A B C
H2 (s) = s2 ( s +1)
= s + s2
+ s+ 1
Multiplicando-se por s2 (s + 1) obtemos
1 = As(s + 1) + B(s + 1) + Cs2
Substituindo-se s = 0, −1 obtemos C = 1 e B = 1. Comparando-se os termos de grau 2 obtemos A = −1.
Assim,
h1 ( t ) = 1 − e − t
h2 ( t ) = −1 + t + e − t
y ( t ) = h1 ( t ) + u2 ( t ) h1 ( t − 1) + u1 ( t ) h2 ( t − 2)
5.1. (a)
1 A B
F (s) = = +
s ( s + 3) s s+3
Multiplicando F (s) por s (s + 3) obtemos
1 = A (s + 3) + Bs
5.2. (a)
1 A Bs + C
H (s) = = + 2
s (s2 − 4s + 5) s s − 4s + 5
Multiplicando-se H (s) por s(s2 − 4s + 5):
1 = A(s2 − 4s + 5) + ( Bs + C )s
1 1 2t 2
h(t) = − e cos t + e2t sen t
5 5 5
(b)
Z t
h(t) = sen τe2τ dτ
0
Z Z
2τ 2τ
sen τe dτ = e (− cos τ ) − 2 e2τ (− cos τ )dτ
= −e2τ cos τ +
Z
2τ 2τ
+ 2 e sen τ − 2 e sen τdτ
1 2τ
Z
sen τe2τ dτ = −e cos τ + 2e2τ sen τ
5
1 2τ t
h(t) = −e cos τ + 2e2τ sen τ
5 0
1 2t 1 2 2t
= − e cos t + + e sen t
5 5 5
5.3.
s2 Y (s) − sy(0) − y0 (0) +
+ 4 (sY (s) − y(0)) + 4Y (s) = F ( s ),
Assim,
F (s) 5 + 2s
Y (s) = +
s2 + 4s + 4 s2 + 4s + 4
F (s) 5 + 2s
= 2
+
( s + 2) ( s + 2)2
5 + 2s A B
= +
( s + 2)2 s + 2 ( s + 2)2
Multiplicando-se por (s + 2)2 obtemos
5 + 2s = A ( s + 2) + B
F (s) 2 1
Y (s) = + +
( s + 2)2 s + 2 ( s + 2)2
(s + 1)(s2 + 4)
Y (s) =
s2 ( s2 + 2)
A B Cs + D
= + 2+ 2
s s s +2
4 = 2A.
1 = B + D = 2 + D,
1 = A + C = 2 + C.
Logo, C = −1 e D = −1. Assim,
√ 1 √
y(t) = 2 + 2t − [cos( 2t) + √ sen( 2t)]
2
398
399
Este sistema não é desacoplado, mas podemos resolver a segunda equação indepen-
dentemente da primeira. A segunda equação tem solução
x2 (t) = c2 eλt .
Os sistemas anteriores foram resolvidos porque pelo menos uma das equações pode
ser resolvida independentemente das outras.
Considere o sistema de equações diferenciais lineares
0
x1 (t) = a11 (t) x1 (t) + · · · + a1n (t) xn (t) + f 1 (t)
.. ..
. .
0
xn (t) = an1 (t) x1 (t) + · · · + ann (t) xn (t) + f 2 (t)
x10 (t)
a11 (t) ··· a1n (t) x1 ( t ) f 1 (t)
.. .. .. .. ..
= + .
. . . .
xn0 (t) an1 (t) ··· ann (t) xn (t) f n (t)
ou
X 0 ( t ) = A ( t ) X ( t ) + F ( t ), (4.1)
em que
a11 (t) ··· a1n (t) x1 ( t ) f 1 (t)
A(t) = .. .. X (t) = .. F (t) = ... .
, e
. . .
an1 (t) ··· ann (t) xn (t) f n (t)
Observe que o sistema do Exemplo 4.1 pode ser escrito na forma matricial como
0
y1 ( t ) λ1 0 y1 ( t )
=
y20 (t) 0 λ2 y2 ( t )
y10 (t)
λ 1 y1 ( t )
=
y20 (t) 0 λ y2 ( t )
Suponha que aij (t), f i (t) sejam funções contı́nuas num intervalo I = [ a, b] contendo t0 . Então, o problema (4.2) tem
uma única solução no intervalo I.
Para os sistemas de equações lineares homogêneos, isto é, sistemas da forma (4.1)
com F (t) = 0̄,
X 0 ( t ) = A ( t ) X ( t ), (4.3)
é válido o princı́pio da superposição que diz que se X1 (t) e X2 (t) são soluções de
(4.3), então
X (t) = αX1 (t) + βX2 (t) (4.4)
também o é, para todas as constantes α e β. Uma expressão da forma (4.4) é chamada
combinação linear de X1 (t) e X2 (t).
Vamos verificar que realmente X (t) dado por (4.4) é solução de (4.3).
pois como X1 (t) e X2 (t) são soluções de (4.3), então X10 (t) = A(t) X1 (t) e X20 (t) =
A(t) X2 (t). Provamos o seguinte teorema.
Teorema 4.2 (Princı́pio da Superposição). Se X1 (t) e X2 (t) são soluções do sistema homogêneo
X 0 (t) = A(t) X (t)
então, X (t) = αX1 (t) + βX2 (t), para α e β números, também o é.
Vamos determinar condições sobre n soluções X1 (t), . . . , Xn (t) para que existam
constantes c1 , . . . , cn tais que X (t) = c1 X1 (t) + · · · + cn Xn (t) seja solução do pro-
blema de valor inicial (4.5).
Substituindo-se t = 0 na solução
X ( t ) = c 1 X1 ( t ) + · · · + c n X n ( t )
c 1 X1 ( 0 ) + · · · + c n X n ( 0 ) = X ( 0 )
cn
então para toda condição inicial X (0) existem constantes c1 , . . . , cn tais que
X ( t ) = c 1 X1 ( t ) + · · · + c n X n ( t )
X 0 = AX.
(c) Se X1 (t), . . . , Xn (t) são soluções fundamentais do sistema X 0 = AX, então a famı́lia de soluções
X ( t ) = c n X1 ( t ) + · · · + c n X n ( t ) , (4.7)
Exemplo 4.3. A solução encontrada do sistema do Exemplo 4.1 é a solução geral pois
ela pode ser escrita como
λt
e 1 0
X ( t ) = c1 + c2
0 e λ2 t
e
e λ1 t
0
X1 ( t ) = , X2 ( t ) =
0 e λ2 t
são tais que det[ X1 (0) X2 (0)] = det( I2 ) = 1 6= 0.
Exemplo 4.4. A solução encontrada do sistema do Exemplo 4.2 é a solução geral pois
ela pode ser escrita como
λt λt
e te
X ( t ) = c1 + c2
0 eλt
e
eλt teλt
X1 ( t ) = , X2 ( t ) =
0 eλt
são tais que det[ X1 (0) X2 (0)] = det( I2 ) = 1 6= 0.
Os sistemas dos Exemplos 4.1 e 4.2 foram resolvidos porque pelo menos uma das
equações pode ser resolvida independentemente das outras. O sistema do Exemplo
4.1 pode ser escrito na forma matricial como
0
x1 ( t ) λ1 0 x1 ( t )
=
x20 (t) 0 λ2 x2 ( t )
x10 (t)
λ 1 x1 ( t )
= .
x20 (t) 0 λ x2 ( t )
y 1 ( t ) = c 1 e λ1 t e y 2 ( t ) = c 2 e λ2 t .
ou escrito na forma matricial
c 1 e λ1 t
y1 ( t )
Y (t) = = .
y2 ( t ) c 2 e λ2 t
Assim, da mudança de variáveis (4.10), a solução da equação (4.3) é
c 1 e λ1 t
X (t) = PY (t) = P .
c 2 e λ2 t
v 1 w1
Como P = , então a solução do sistema pode ser escrita como
v 2 w2
c 1 e λ1 t v 1 c 1 e λ1 t + w1 c 2 e λ2 t
x1 ( t ) v1 w1
= =
x2 ( t ) v2 w2 c 2 e λ2 t v 2 c 1 e λ1 t + w2 c 2 e λ2 t
v1 w1
= c 1 e λ1 t + c 2 e λ2 t . (4.11)
v2 w2
Pelo Teorema 4.3 na página 404 esta é a solução geral do sistema, pois para as
soluções
v1 w1
X1 ( t ) = e λ 1 t , X2 ( t ) = e λ 2 t ,
v2 w2
det X1 ( 0 ) X2 ( 0 ) = det( P) 6= 0
e assim a solução de qualquer problema de valor inicial
X 0 (t)
= AX (t)
X (0) = X0
pode ser obtida desta solução atribuindo-se valores adequados às constantes c1 e c2
como mostraremos a seguir.
(0) (0)
Se são dadas as condições iniciais x1 (0) = x1 e x2 (0) = x2 , então para determi-
narmos c1 e c2 substituı́mos t = 0 na solução, ou seja,
" #
(0)
x1 (0) v1 w1 x1
= c1 + c2 = (0) .
x2 (0) v2 w2 x2
A = PDP−1 . (4.12)
Y ( t ) = P −1 X ( t ), (4.14)
Y 0 (t) = DY (t),
y 1 ( t ) = c 1 e λ1 t , . . . , y n ( t ) = c n e λ n t .
c 1 e λ1 t
X (t) = PY (t) = P ..
.
.
cn eλn t
Como P = V1 V2 ... Vn , então a solução geral do sistema é
c 1 e λ1 t
x1 ( t )
X (t) =
..
=
V1 V2 ...
Vn ..
. .
xn (t) cn eλn t
= c1 eλ1 t V1 + · · · + cn eλn t Vn ,
A = PDP−1 . (4.15)
AP = PD . (4.16)
Por um lado
AP = A V1 V2 ... Vn = AV1 AV2 ... AVn
Logo,
AVj = λ j Vj ,
Definição
4.2.
Seja A uma matriz n × n. Um escalar λ é chamado autovalor de A, se existe um vetor não nulo
v1
..
V = . ∈ Rn , tal que
vn
AV = λV . (4.17)
*AV = λV
*V
*V
V AV = λV q
* * AV = λV O
q q
O O
(b) Para cada autovalor λ, os autovetores associados a λ são os vetores não nulos da solução do sistema
( A − λIn ) X = 0̄ . (4.20)
Já vimos que se uma matriz A é diagonalizável, então as colunas da matriz P, que
faz a diagonalização, são autovetores associados a autovalores, que por sua vez são
elementos da matriz diagonal D. Como a matriz P é invertı́vel, estes n autovetores
são LI Vamos mostrar, a seguir, que se a matriz A tem n autovetores LI, então ela é
diagonalizável.
Teorema 4.5. Seja A uma matriz n × n que tem n autovetores LI V1 , . . . , Vn associados a λ1 , . . . , λn , respectivamente.
Então, as matrizes
λ1 0 ... 0
0 λ2 ... 0
P= V1 V2 ... Vn e D= .. .. .
..
. . .
0 ... 0 λn
são tais que
A = PDP−1 ,
ou seja, A é diagonalizável.
A = PDP−1 .
O resultado que vem a seguir, cuja demonstração pode ser encontrada por exemplo
em [13], garante que se conseguirmos para cada autovalor, autovetores LI, então ao
juntarmos todos os autovetores obtidos, eles continuarão sendo LI
Proposição 4.6. Seja A uma matriz n × n. Se V1(1) , . . . , Vn(11) são autovetores LI associados a λ1 , V1(2) , . . . , Vn(22) são
(k) (k)
autovetores LI associados a λ2 , . . ., V1 , . . . , Vnk são autovetores LI associados a λk , com λ1 , . . . , λk distintos, então
(1) (1) (k) (k)
{V1 , . . . , Vn1 , . . . , V1 , . . . , Vnk } é um conjunto LI
X 0 (t) = AX (t),
0
0 x1 ( t ) 1 −1 x1 ( t )
em que X (t) = ,A= e X (t) = .
x20 (t) −4 1 x2 ( t )
Vamos determinar os autovalores e autovetores da matriz
1 −1
A=
−4 1
x2
x1
x2
x1
−3 0 2
Este sistema pode ser escrito como X 0 = AX, em que A = −2 −1 2 . O
−4 0 3
polinômio caracterı́stico de A é
−3 − t 0 2
p(t) = det( A − t I3 ) = det −2 −1 − t 2 .
−4 0 3−t
−4 0 4 0
−2 0 2 0
−1×1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha
0 0 0 0
−2×1a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 0 0 0
−4 0 2 0
−4 0 2 0
− 12 ×1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha
0 −2 1 0
a a
−1×1 linha + 3 linha −→ 3 linha
. . a
.
0 0 0 0
Assim, a solução geral do sistema que é o conjunto dos autovetores associados a
λ2 = 1 acrescentado o vetor nulo é
W2 = {(α, α, 2α) = α(1, 1, 2) | α ∈ R}
Assim, W = (1, 1, 2) é um autovetor associado a λ2 = 1.
Assim, a matriz A é diagonalizável em R e as matrizes
1 0 1
P = [V1 V2 W ] = 0 1 1
1 0 2
e
λ1 0 0 −1 0 0
D= 0 λ1 0 = 0 −1 0
0 0 λ2 0 0 1
são tais que
A = PDP−1 .
Portanto, a solução geral do sistema de equações diferenciais é dada por
1 0 1
X ( t ) = c1 e − t 0 + c2 e − t 1 + c3 e t 1
1 0 2
dL
dt −k 0 L L (0) L0
= , =
dD k −kr D D (0) D0
dt
em que L é o teor de material orgânico que pode ser aproveitado pelas bactérias como alimento e D é o
déficit de oxigênio.
(a) Encontre a solução do problema de valor inicial para k = 2 e kr = 3.
(b) Encontre a solução do problema de valor inicial para k 6= kr .
1.4. Dois tanques interligados nos leva ao problema de valor inicial.
dx 3
dt −2 2
x x (0) x0
= , =
dy
dt
2 −4 y y (0) y0
em que x e y são o desvios dos nı́veis de sal Q1 e Q2 dos seus respectivos pontos de equilı́brio.
(b) No plano de fase, esboce a curva solução X (t) encontrada no item (a).
1.6. Resolva o seguinte problema de valor inicial
1 1 0 1
X0 = 1 1 0 X e X (0) = 1
0 0 −1 −1
>>fluxlin(A) desenha algumas trajetórias que são soluções do sistema de equações diferenciais X 0 (t) =
AX (t).
em que a, b, c, d ∈ R com b ou c não nulos. Neste caso a solução de uma equação de-
pende da outra. Podemos escrever este sistema na forma de uma equação diferencial
matricial
X 0 (t) = AX (t), (4.22)
em que
x10 (t)
a b x1 ( t )
X 0 (t) = , A= e X (t) = .
x20 (t) c d x2 ( t )
tais que
A = PDP−1 . (4.23)
Substituindo-se (4.23) em (4.22) obtemos
Y 0 (t) = DY (t),
y1 ( t ) = C1 e(α+iβ)t
y2 ( t ) = C2 e(α−iβ)t .
Assim, a solução complexa da equação (4.22) é
C1 e(α+iβ)t
X (t) = PY (t) = P .
C2 e(α−iβ)t
v1 + iw1 v1 − iw1
Como P = , então a solução geral complexa é dada por
v2 + iw2 v2 − iw2
C1 e(α+iβ)t
v1 + iw1 v1 − iw1
X (t) = =
v2 + iw2 v2 − iw2 C2 e(α−iβ)t
v1 + iw1 v1 − iw1
= C1 e(α+iβ)t + C2 e(α−iβ)t (4.24)
v2 + iw2 v2 − iw2
Logo, a solução geral complexa pode ser escrita em termos de soluções reais. To-
1 1
mando C1 = C2 = obtemos a solução X1 (t) e tomando C1 = −C2 = obtemos a
2 2i
solução X2 (t).
v 1 w1 i
det X1 (0) X2 (0) = det = det( P) 6= 0,
v 2 w2 2
pois
v1 + iw1 v1 − iw1 v1 v1 − iw1 w1 v1 − iw1
det( P) = det = det +i
v2 + iw2 v2 − iw2 v2 v2 − iw2 w2 v2 − iw2
v1 v1 v 1 w1 w1 v 1 w1 w1
= −i +i +
v2 v2 v 2 w2 w2 v 2 w2 w2
v 1 w1
= −2i det .
v 2 w2
Logo, pelo Teorema 4.3 na página 404 a solução geral (real) do sistema é
x1 ( t )
= c 1 X1 ( t ) + c 2 X2 ( t )
x2 ( t )
v1 + iw1 v1 + iw1
= c1 Re e(α+iβ)t + c2 I m e(α+iβ)t
v2 + iw2 v2 + iw2
v1 w1 w1 v1
= c1 eαt cos βt − sen βt + c2 eαt cos βt + sen βt
v2 w2 w2 v2
P= Z1 Z1 ... Zk Zk V2k+1 ... Vn e
0 ··· 0
λ1
0 λ1
..
.
λk 0
D = ... .. ,
0 λk .
λ2k+1
..
.
0
0 ··· 0 λn
A = PDP−1 . (4.25)
C1 eλ1 t
X (t) =
Z1 Z1 ... Zk Zk V2k+1 ...
Vn ..
.
Cn eλn t
= C1 eλ1 t Z1 + C2 eλ1 t Z1 + · · · + C2k−1 eλk t Z1 + C2k eλk t Z1 +
+ C2k+1 eλ2k+1 t Vn + · · · + Cn eλn t Vn
= (C1 + C2 )Re{eλ1 t Z1 } + i (C1 − C2 )I m{eλ1 t Z1 }
+ · · · + (C2k−1 + C2k )Re{eλk t Zk } + i (C2k−1 − C2k )I m{eλk t Zk } +
+ c2k+1 eλ2k+1 t Vn + · · · + cn eλn t Vn
λ1 0 ··· 0
0 λ1
. ..
λk 0
. ..
D = .. 0 λk . ,
λ2k+1
..
.
0
0 ··· 0 λn
com λ1 , . . . , λk ∈ C e λ2k+1 , . . . λn ∈ R, tais que
A = PDP−1 . (4.26)
Vamos fazer exatamente a mesma coisa que fizemos para o caso em que a matriz A é
diagonalizável em R. Multiplicando à direita por P ambos os membros da equação
anterior, obtemos
AP = PD . (4.27)
Por um lado
AP = A Z1 Z1 ... Zk Zk V2k+1 ... Vn
= AZ1 AZ1 ... AZk AZ k AV2k+1 ... AVn
e por outro lado
PD = λ1 Z1 λ1 Z 1 ... λk Zk λk Z k λ2k+1 V2k+1 ... λn Vn .
AZj = λ j Zj , (4.28)
AZ j = λ j Z j , (4.29)
para j = 1, . . . , k e
AVj = λ j Vj ,
para j = 2k + 1, . . . n.
Ou seja, as colunas de P e os elementos da diagonal de D satisfazem a equação
AZ = λZ . (4.30)
AZ = λIn Z
ou
( A − λIn ) Z = 0̄ . (4.31)
Como os autovetores são vetores não nulos, os autovalores são os valores de λ, para
os quais o sistema ( A − λIn ) Z = 0̄ tem solução não trivial. Mas, este sistema ho-
mogêneo tem solução não trivial se, e somente se, det( A − λIn ) = 0.
(b) Para cada autovalor λ, os autovetores associados a λ são os vetores não nulos
da solução do sistema
( A − λIn ) Z = 0̄ . (4.33)
x2
x1
x2
x1
Plano de fase contendo diversas trajetórias aparecem na Figura 4.4. A disposição das
trajetórias é tı́pica de um sistema linear X 0 = AX, em que os autovalores de A são
complexos com a parte real negativa. Neste caso, dizemos que a origem é um foco
atrator ou sumidouro espiral. Se os autovalores de A fossem complexos com a parte
real positiva as trajetórias seriam espirais crescentes percorridos no mesmo sentido
às da Figura 4.4. Neste caso, dirı́amos que a origem era um foco instável ou fonte
espiral.
AZ = λ1 Z, ou seja,
0 1 2 x 0 y + 2z = 0
( A − λ1 I3 ) Z = 0̄ ⇔ 0 −3 1 y = 0 ⇔ − 3y + z = 0
0 −1 −3 z 0 − y − 3z = 0
0 −1 −3 0
0 1 2 0
− 31 ×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 −3 1 0
0 0 − 103 0
Assim, a solução geral do sistema que é o conjunto dos autovetores associados a
λ1 = 2 acrescentado o vetor nulo é
W1 = {(α, 0, 0) | α ∈ C} .
3−i 1 2 0
i ×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha −i 1 0
0
0 0 0 0
Assim, a solução geral do sistema que é o conjunto dos autovetores associados a
λ2 = −1 + i acrescentado o vetor nulo é
−1 − 2i 1 7
W2 = {(α , α, iα) | α ∈ C} = {(α(− − i ), α, iα) | α ∈ C}.
3−i 10 10
1 −1 − 7i −1 + 7i
P = [V Z Z ] = 0 10 10
0 10i −10i
e
λ1 0 0 2 0 0
D= 0 λ2 0 = 0 −1 + i 0
0 0 λ2 0 0 −1 − i
A = PDP−1 .
(b) Resolva o sistema homogêneo obtido no item anterior e obtenha u(t) a solução da equação diferen-
cial mu00 + ku = 0.
em que a, b, c, d ∈ R com b ou c não nulos. Neste caso a solução de uma equação de-
pende da outra. Podemos escrever este sistema na forma de uma equação diferencial
matricial
X 0 (t) = AX (t), (4.34)
em que
x10 (t)
0 a b x1 ( t )
X (t) = , A= e X (t) = .
x20 (t) c d x2 ( t )
Pode-se mostrar (ver por exemplo [12]) que se uma matriz A, 2 × 2, não é diagona-
lizável, então existem matrizes
v 1 w1 λ 1
P= e J=
v 2 w2 0 λ
tais que
A = PJP−1 . (4.35)
Substituindo-se (4.35) em (4.34) obtemos
Y 0 (t) = JY (t),
Este sistema foi resolvido no Exemplo 4.2 na página 399 e sua solução é
y1 ( t ) c1 eλt + c2 teλt
=
y2 ( t ) c2 eλt
Pode-se mostrar (ver por exemplo [12]) que se uma matriz A, n × n, não é diagona-
lizável, então existem matrizes
Jλ1 0̄ ... 0̄
0̄ Jλ2 ... 0̄
P= V1 V2 ... Vn e J= .. ..
..
. . .
0̄ ... 0̄ Jλk
em que
···
λj 1 0 0
0 λj 1 ··· 0
Jλ j =
.. .. .. .. ..
,
. . . . .
0 0 0 ··· 1
0 0 0 ··· λj n j ×n j
tais que
A = PJP−1 .
Vamos considerar aqui (para o caso geral ver por exemplo [7]) somente o caso em
que os blocos Jλ j têm tamanho no máximo 2 × 2, com λ j ∈ R. Ou seja, vamos supor
que existam matrizes
P= V1 W1 ... Vk Wk V2k+1 ... Vn e
···
λ1 1 0
0 λ1
..
.
λk 1
J = ... ..
,
0 λk .
λ2k+1
..
.
0
0 ··· 0 λn
com λ1 , . . . , λk ∈ R, tais que
A = PJP−1 . (4.36)
A solução geral do sistema X 0 = AX é
c1 eλ1 t + c2 teλ1 t
c 2 e λ2 t
..
.
c
eλk t + c2k teλk t
Vn 2k−1
X (t) = V1 W1 ... Vk Wk V2k+1 ...
c2k eλk t
c2k+1 eλ2k+1 t
..
.
cn eλn t
= c1 eλ1 t V1 + c2 eλ1 t (tV1 + W1 ) + · · · + c2k−1 eλk t Vk + c2k eλk t (tVk + Wk ) +
+ c2k+1 eλ2k+1 t V2k+1 + · · · + cn eλn t Vn
pois pelo Teorema 4.3 na página 404, para
X1 (t) = eλ1 t V1 , X2 (t) = eλ1 t (tV1 + W1 ), . . . , X2k−1 (t) = eλk t Vk , X2k (t) = eλk t (tVk + Wk ),
Jλ1 0̄ ... 0̄
0̄ Jλ2 ... 0̄
P= V1 V2 ... Vn e J= .. ..
..
. . .
0̄ ... 0̄ Jλk
em que
···
λj 1 0 0
0 λj 1 ··· 0
Jλ j =
.. .. .. .. ..
,
. . . . .
0 0 0 ··· 1
0 0 0 ··· λj n j ×n j
tais que
A = PJP−1 .
Vamos considerar aqui (para o caso geral ver por exemplo [12]) somente o caso em
que os blocos Jλ j têm tamanho no máximo 2 × 2, com λ j ∈ R. Ou seja, vamos supor
que existam matrizes
P= V1 W1 ... Vk Wk V2k+1 ... Vn e
···
λ1 1 0
0 λ1
..
.
λk 1
J = ... ..
,
0 λk .
λ2k+1
..
.
0
0 ··· 0 λn
com λ1 , . . . , λk ∈ R, tais que
A = PJP−1 . (4.37)
Multiplicando à direita por P ambos os membros da equação anterior, obtemos
AP = PJ . (4.38)
Por um lado
AP = A V1 W1 . . . Vk Wk V2k+1 . . . Vn
= AV1 AW1 . . . AVk AWk AV2k+1 . . . AVn
para e j = 1, 3, . . . , 2k − 1.
Portanto,
(a) De (4.39) segue-se que o vetor Vj é um autovetor de A associado ao autovalor
λj.
(b) De (4.40) segue-se que o vetor Wj é uma solução do sistema linear
( A − λIn ) X = Vj . (4.41)
A matriz do sistema é
−1 1
A= .
−1 −3
O seu polinômio caracterı́stico é
( A − λI2 ) Z = 0̄,
ou seja,
1 1 x 0
=
−1 −1 y 0
ou
x + y = 0
−x − y = 0
cuja solução geral é
W1 = {(α, −α) | α ∈ R} = {α(1, −1) | α ∈ R}.
Este é o conjunto de todos os autovetores associados a λ = −2 acrescentado o vetor
nulo. Assim, V = (1, −1) é um autovetor associado a λ = −2. Precisamos encontrar
o vetor W tal que
( A − λI2 )W = V.
Para isso vamos resolver o sistema linear
1
( A − λI2 )W = V =
−1
ou seja,
1 1 x 1
=
−1 −1 y −1
ou
x + y = 1
− x − y = −1
cuja solução geral é
{(α, 1 − α) | α ∈ R}.
Tomando α = 0, obtemos o vetor W = (0, 1) que é tal que ( A − λI2 )W = V. Assim,
as matrizes
1 0 λ 1 −2 1
P=[VW]= e J= =
−1 1 0 λ 0 −2
x2
x1
( A − λ1 I3 )W = V,
AV3 = 2V3 ,
( A − 2I3 )W = V3 ⇔ AW = 2W + V3 ,
AV2 = 2V2 .
m
2
1 0
A[V3 W V2 ] = [V3 W V2 ] 0
2 0 . (4.42)
0
0 2
1 0 1
Como V3 , W e V2 são LI, a matriz P = [V3 W V2 ] = 1 1 0 tem inversa e
−1 0 0
assim multiplicando (4.42) à direita pela inversa de P obtemos
A = PJP−1 ,
2 1 0
em que J = 0 2 0 . Aqui poderı́amos ter escolhido no lugar de V2 = (1, 0, 0)
0 0 2
qualquer combinação linear de V1 = (0, 1, −1) e V2 = (1, 0, 0) desde que não seja um
múltiplo escalar de V3 = (1, 1, 0) (Veja por que no Exercı́cio 3.4).
Portanto, a solução geral do sistema é
(a) Existência:
Defina a sequência X (k) (t) por
Z t
X (0) ( t ) = X (0) , X ( k ) ( t ) = X (0) + ( A(s) X (k−1) (s) + F (s))ds, para k = 1, 2, . . .
t0
Z t n
( k −1)
( ∑ aij (s) x j
(k) (0)
xi = xi + (s) + f i (s))ds.
t0 j =1
(1) (0)
| xi (t) − xi | ≤ N, para i = 1, . . . n e t ∈ I
Então,
Z t n
∑ |aij (s)|| x1j (s) − x0j |ds
(2) (1)
| xi (t) − xi (t)| ≤
t0 j =1
Z t n
∑ |xj
(1) (0)
≤M (s) − x j |ds ≤ nMN (t − t0 )
t0 j =1
Z t n
∑ |aij (s)||x j
(3) (2) (2) (1)
| xi (t) − xi (t)| ≤ (s) − x j (s)|ds
t0 j =1
Z t n n Z t
∑ |x j (s) − x j (s)|ds ≤ nM2 N ∑
(2) (1)
≤M |s − t0 |ds
t0 j =1 j =1 t0
| t − t0 |2
≤ n2 M 2 N
2
Por indução
Z t n
( k −1)
∑ |aij (s)||x j
( k +1) (k) (k)
| xi (t) − xi (t)| ≤ (s) − x j (s)|ds
t0 j =1
| s − t 0 | k −1
Z t n n Z t
( k −1)
∑ |xj (s)|ds ≤ M ∑
(k)
≤M (s) − x j n k −1 M k −1 N ds
t0 j =1 j =1 t0
( k − 1) !
| t − t0 | k
≤ nk Mk N
k!
(k)
Usando o mesmo argumento usado na demonstração do Teorema 1.1 na página 93 temos que xi (t) é
uma sequência convergente. Seja
(k)
xi (t) = lim xi (t).
k→∞
Também pelo mesmo argumento usado na demonstração do Teorema 1.1 na página 93 temos que xi (t) é
contı́nua e vale
Z t n Z t n
( k −1)
lim ( ∑ aij (s) x j (s) + f i (s))ds = ( ∑ aij (s) x j (s) + f i (s))ds.
k → ∞ t0 j =1 t0 j =1
Assim,
Z t n
( k −1)
( ∑ aij (s) x j
(k) (0)
xi (t) = lim xi (t) = xi + lim (s) + f i (s))ds =
k→∞ k → ∞ t0 j =1
Z t n
( k −1)
( ∑ aij (s) lim x j
(0)
= xi + (s) + f i (s))ds =
t0 j =1 k→∞
Z t n
( ∑ aij (s) x j (s) + f i (s))ds
(0)
= xi +
t0 j =1
Derivando em relação a t esta equação vemos que xi (t) é solução do problema de valor inicial.
(b) Unicidade:
Sejam X (t) e Y (t) duas soluções do problema de valor inicial (4.2). Então,
Z (t) = X (t) − Y (t)
é solução do problema de valor inicial (4.2) com X (0) = 0 e F (t) = 0. Assim, temos que mostrar que
Z (t) = 0, para todo t.
Rt
Seja u(t) = t (|z1 (s)| + · · · + |zn (s)|)ds. Como
0
Z t Z t
z1 ( t ) = z10 (s)ds, . . . , zn (t) = z0n (s)ds,
t0 t0
então por (4.43) temos
Z t
|z1 (t)| + · · · + |zn (t)| ≤ (|z10 (s)| + · · · + |z0n (s)|)ds
0
Z t n n
≤ ∑ ∑ |aij (s)||z j (s)|ds
0 i =1 j =1
Z t
≤ nM (|z1 (s)| + · · · + |zn (s)|)ds = nMu(t),
0
para t ∈ I, ou seja,
u0 (t) ≤ nMu(t).
Multiplicando a inequação acima por e−nMt obtemos
d −nMt
(e u(t)) ≤ 0, com u(t0 ) = 0.
dt
Isto implica que u(t) = 0, para todo t (verifique!) e portanto Z (t) = 0, para t ∈ I.
Como consequência do resultado que acabamos de provar temos o resultado abaixo para existência e uni-
cidade de soluções de equações lineares de 2a. ordem.
Demonstração do Teorema 2.1 na página 154. Sejam x1 (t) = y(t) e x2 (t) = y0 (t). O problema de valor
inicial é equivalente ao problema 0
X (t) = A(t) X (t) + F (t)
X ( t 0 ) = X (0)
em que
0 1 x1 ( t ) 0 y0
A(t) = , X (t) = F (t) = e X (0) = .
−q(t) − p(t) x2 ( t ) f (t) y00
x2
x1
−1 1 2 0
(b) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
1 −2 0 3
A solução geral é
x1 ( t ) 2t −1 3t 1
= c1 e + c2 e .
x2 ( t ) 1 −2
x2
x1
1 1 1 0
(c) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
−1 3 0 5
A solução geral é
x1 ( t ) 1 1
= c1 et + c2 e5t .
x2 ( t ) −1 3
4 x2
0
x1
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
4 2 −3 0
(d) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
−1 1 0 3
A solução geral é
x1 ( t ) 4 2
= c1 e−3t + c2 e3t .
x2 ( t ) −1 1
4 x2
0
x1
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
1 3 −1 0
(e) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
1 1 0 1
A solução geral é
x1 ( t ) 1 3
= c1 e−t + c2 et .
x2 ( t ) 1 1
4 x2
0
x1
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
2 1 −2 0
(f) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
1 0 0 −1
A solução geral é
x1 ( t ) 2 1
= c1 e−2t + c2 e−t .
x2 ( t ) 1 0
x2
4
0
x1
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
√ √
−a + a2 + 1 −a − a2 + 1
1.2. P =
1 1
√
3a+ a2 +1 0
√
D=
0 3 a − a2 + 1
x1 ( t )
=
x2 ( t )
√ √
2 − a + a2 + 1
c1 e(3a+ a +1)t
1
√ √
( 3a − a 2 + 1 ) t − a − a2 + 1
+ c2 e .
1
−1 23
u = 0
v 0
2 −3
3 23
u = 0
v 0
2 1
0 2x +y
0 02x −3y
0
Obtemos c1 = 8 e c2 = 8 . Assim,
a solução do problema
de valor inicial é
x (t) 3 1
X (t) = = 2x08+y0 e−t + 2x0 −8 3y0 e−5t .
y(t) 2 −2
(b)
4
y
0
x
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
1.5. (a)
−4 6
A=
−1 3
O polinômio caracterı́stico de A é p(t) = det( A − t I2 ) = (−4 − t)(3 − t) = t2 + t − 6 cujas raı́zes
são λ1 = −3, λ2 = 2.
( A − λ1 I2 ) X = 0̄
é
−1 6 x 0
=
−1 6 y 0
cuja solução geral é
W1 = {α(6, 1) | α ∈ R} .
( A − λ2 I2 ) X = 0̄
é
−6 6 x 0
=
−1 1 y 0
cuja solução geral é
W2 = {α(1, 1) | α ∈ R} .
que é o conjunto de todos os autovetores associados a λ2 = 2 acrescentado o vetor nulo. Assim,
W = (1, 1) é um autovetor associado a λ2 = 2.
Assim, a solução do sistema é dada por
−3t 6 2t 1
X ( t ) = c1 e + c2 e
1 1
Substituindo-se t = 0:
1 6 1
X (0) = = c1 + c2
−2 1 1
De onde obtemos que c1 = 3/5 e c2 = −13/5 e portanto a solução do problema de valor inicial é
3 −3t 6 13 2t 1
X (t) = e − e
5 1 5 1
15
10
5
x1
-10
-15
-20
1.6.
1 1 0
A= 1 1 0
0 0 −1
O polinômio caracterı́stico de A é p(t) = det( A − t I3 ) = (−1 − t)[(1 − t)2 − 1] = −t(t + 1)(t − 2) cujas
raı́zes são λ1 = 0, λ2 = −1 e λ3 = 2.
( A − λ1 I3 ) X = 0̄
é
1 1 0 x 0
1 1 0 y = 0
0 0 −1 z 0
( A − λ2 I3 ) X = 0̄
é
2 1 0 x 0
1 2 0 y = 0
0 0 0 z 0
cuja solução geral é
W2 = {α(0, 0, 1) | α ∈ C} .
que é o conjunto de todos os autovetores associados a λ2 = −1 acrescentado o vetor nulo. Assim,
W = (0, 0, 1) é um autovetor associado a λ2 = −1.
( A − λ3 I3 ) X = 0̄
é
−1 1 0 x 0
1 −1 0 y = 0
0 0 −3 z 0
cuja solução geral é
W3 = {α(1, 1, 0) | α ∈ C} .
que é o conjunto de todos os autovetores associados a λ3 = 2 acrescentado o vetor nulo. Assim, U =
(1, 1, 0) é um autovetor associado a λ3 = −1.
Assim, a solução do sistema é dada por
1 0 1
X (t) = c1 −1 + c2 e−t 0 + c3 e2t 1
0 1 0
Substituindo-se t = 0:
1 1 0 1
X (0) = 1 = c1 −1 + c2 0 + c3 1
−1 0 1 0
1.7.
0 −3 3
A = −3 0 3
−3 −3 6
O polinômio caracterı́stico de A é p(t) = det( A − t I3 ) = t(t2 − 6t + 9) cujas raı́zes são λ1 = 0 e λ2 = 3.
( A − λ1 I3 ) X = 0̄
é
0 −3 3 x 0
−3 0 3 y = 0
−3 −3 6 z 0
cuja solução geral é
W1 = {α(1, 1, 1) | α ∈ R} .
que é o conjunto de todos os autovetores associados a λ1 = 0 acrescentado o vetor nulo. Assim, V =
(1, 1, 1) é um autovetor associado a λ1 = 0.
( A − λ2 I3 ) X = 0̄
é
−3 −3 3 x 0
−3 −3 3 y = 0
−3 −3 3 z 0
W2 = {α(1, 0, 1) + β(0, 1, 1) | α, β ∈ R} .
1 1 0
X (t) = c1 1 + c2 e3t 0 + c3 e3t 1
1 1 1
2i −2 i −1 + 2 i 0
2.1. (a) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
1 1 0 −1 − 2 i
A solução geral é
x1 ( t ) − t 0 2
= c1 e cos 2t − sen 2t +
x2 (t) 1 0
2 0
c2 e−t cos 2t + sen 2t
0 1
x2
x1
1 1 2i +2 0
(b) P = eD= são tais que A = PDP−1 .
−2 i − 1 2i −1 0 2−2i
x1 ( t ) 1 0
= c1 e2tcos 2t − sen 2t +
x2 (t) −1 −2
0 1
c2 e2t cos 2t + sen 2t
−2 −1
x2
x1
" √ #
3i
− 21 −
2√ 2√ 0
(c) As matrizes P = eD= 2 √ são tais que A = PDP−1 .
−3 − 3 i −3 + 3 i 0 1
−2 + 3i
2
A solução geral é
√ √
x1 ( t ) t 2 0
= c1 e− 2 cos 23 t − sen 23 t √ +
x2 ( t ) −3 3
√ √
t 0 2
c2 e− 2 cos 23 t √ + sen 23 t
3 −3
x2
1.5
0.5
0
x1
−0.5
−1
−1.5
√
3√ 3√ 3− 5i 0√
(d) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
−2 − 5 i −2 + 5 i 0 3+ 5i
A solução geral é
√ √
x1 ( t ) 3 0
= c1 e3t cos 5t − sen 5t √ +
x2 ( t ) −2 5
√ √
0 3
c2 e3t cos 5t √ + sen 5t
5 −2
3 x2
0
x1
−1
−2
−3
−3 −2 −1 0 1 2 3
1 1 −2 i 0
(e) As matrizes P = eD= são tais que A = PDP−1 .
−i i 0 2i
A solução geral é
x1 ( t ) 1 0
= c1 cos 2t − sen 2t +
x2 (t) 0 1
0 1
c2 cos 2t + sen 2t
1 0
3 x2
0
x1
−1
−2
−3
−3 −2 −1 0 1 2 3
2.2. (a) Se | a
| > 4:
P= √4 √4
− a + a 2 − 16 − a − a2 − 16
" √ #
a+ a2 −16
2 √
0
D= a− a2 −16
0 2
Se | a
| < 4:
4
√ 4
√
P=
" −a + i 16 − a2 − a − #i 16 − a2
√
2
a+i 16− a
2 √
0
D= a−i 16− a2
0 2
| a| >
Se 4: √
x1 ( t ) ( a+ a2 −16
) t √4
= c1 e 2 +
x2 ( t ) − a + a2 − 16
√
c2 e(
a− a2 −16
2 )t √4 .
− a − a2 − 16
| a| <
Se 4:
√
x1 ( t ) at 16 − a 2 4
= c1 e 2 (cos( 2 t)
x2 ( t ) −a
√
at 2 0
− e 2 sen( 162−a t) √ )+
16 − a2
√
at
2 √ 0
c2 e (cos( 16 − a t)
2
16− a2
√
at 4
+ e 2 sen( 16 − a2 t) )
−a
a = ±4:
Se
x1 ( t ) ± 2t ±2 ± 2t 1
= ( c1 + c2 t ) e + c2 e
x2 ( t ) −2 0
(b) Se a <
1/2: √ √
−1 + 1 − 2a −1 − 1 − 2a
P=
2 2
√
−1 + 1 − 2a √0
D=
0 −1 − 1 − 2a
Se a >
1/2: √ √
−1 + i 2a − 1 −1 − i 2a − 1
P=
2 2
√
−1 + i 2a − 1 0
√
D=
0 −1 − i 2a − 1
a < 1/2:
Se √
√
x1 ( t ) −1 + 1 − 2a
= c1 e(−1+ 1−2a)t +
x2 ( t ) 2
√
√
−1 − 1 − 2a
c2 e(−1− 1−2a)t .
2
a > 1/2:
Se
√
x1 ( t ) −1
= c1 e−t (cos( 2a − 1t)
x2 ( t ) 2
√
√
2a − 1
− e−t sen( 2a − 1t) )+
0
√
√
2a − 1
c2 e−t (cos( 2a − 1t)
0
√
− 1
+ e−t sen( 2a − 1t) )
2
(c) Se a >
" 0: #
− √1a
√1
P= a
1 1
√
1+ a 0√
D=
0 1− a
Se a <
" 0: #
i √i
− √− a −a
P=
1 1
√
1 + i −a 0√
D=
0 1 − i −a
a > 0:
Se " # " #
x1 ( t ) √ √1 √ − √1a
= c1 e ( 1 + a ) t a + c2 e ( 1 − a ) t .
x2 ( t ) 1 1
a < 0:
Se
√
x1 ( t ) 0
= c1 (et cos( − at)
x2 ( t ) " # 1
√ − √1
− et sen( − at) −a )+
0
" #
√ − √1−a
c2 (et cos(
− at)
0
√
0
+ et sen( − at) ).
1
2.3. (a)
1 1 0
A = −1 1 0
0 0 1
( A − λ1 I3 ) X = 0̄
é
0 1 0 x 0
−1 0 0 y = 0
0 0 0 z 0
ou
y = 0
−x = 0
0 = 0
( A − λ2 I3 ) X = 0̄
é
−i 1 0 x 0
−1 − i 0 y = 0
0 0 −i z 0
ou
−ix + y = 0
−x − iy = 0
iz = 0
e
λ1 0 0 1 0 0
D= 0 λ2 0 = 0 1+i 0
0 0 λ2 0 0 1−i
x10 (t) =
x2 ( t )
2.4. (a) ou em termos de matrizes, X 0 (t) = AX (t), em que A =
x 0 (t) = − mk x1 (t)
2
0 1
.
− mk 0
(b) As matrizes q
" #
1 1 k
m i 0
P= qk q
k ,D = q
m i − m i 0 − k
i
m
x1 ( t )
são tais que A = PDP−1 . A solução geral do sistema é =
x2 ( t )
" #!
q
1
q 0
c1 cos mk t − sen mk t q k +
0 m
" # !
q 0 q
1
k k
c2 cos m t q
k + sen m t
m
0
q q
u(t) = x1 (t) = c1 cos mk t + c2 sen mk t
0
x1
−2
−4
−6
−8
−8 −6 −4 −2 0 2 4 6 8
(b) As matrizes
4 1 0 1
P= , J=
8 0 0 0
são tais que A = PJP−1 .
x1 ( t ) 4 1 4
Assim, a solução geral é = c1 + c2 +t
x2 ( t ) 8 0 8
x2
x1
3.2. (a) Se | a
| > 4:
P= √4 √4
− a + a 2 − 16 − a − a2 − 16
" √ #
a+ a2 −16
2 √
0
D= a− a2 −16
0 2
Se | a
| < 4:
4
√ 4
√
P=
" −a + i 16 − a2 − a − #i 16 − a2
√
2
a+i 16− a
2 √
0
D= a−i 16− a2
0 2
são tais que A = PDP−1 .
Se a = 4:
2 1 2 1
P= eJ=
−2 0 0 2
Se a = −4:
−2 1 −2 1
P= eJ=
−2 0 0 −2
−
são tais que A = PJP 1 .
| a| >
Se 4:
x1 ( t )
=
x2 ( t )
√
a+ a2 −16
√4
c1 e( 2 )t +
− a + a2 − 16
√
c2 e (
a− a2 −16
2 )t √4 .
− a − a2 − 16
| a| <
Se 4:
x1 ( t )
=
x2 ( t )
√
at 16− a2 4
c1 e (cos( 2 t)
2
−a
√
16− a 2
√ 0
− sen( 2 t) )+
16 − a2
√
at
2 √ 0
c2 e (cos( 16 − a t)
2
2
16 − a
√
4
+ sen( 16 − a2 t) )
−a
a = ±4:
Se
x1 ( t ) ±2 1
= (c1 + c2 t)e±2t + c2 e±2t
x2 ( t ) −2 0
√ √
−1 + 1 − 2a −1 − 1 − 2a
P=
2 2
√
−1 + 1 − 2a 0
√
D=
0 −1 − 1 − 2a
Se a > 1/2: √ √
−1 + i 2a − 1 −1 − i 2a − 1
P=
2 2
√
−1 + i 2a − 1 0
√
D=
0 −1 − i 2a − 1
são tais que A = PDP−1 .
Se a = 1/2:
1 1 −1 1
P= eJ=
−2 0 0 −1
são tais que A = PJP−1 .
a < 1/2:
Se
x1 ( t )
=
x2 ( t )
√
√
−1 + 1 − 2a
c1 e(−1+ 1−2a)t +
2
√
√
−1 − 1 − 2a
c2 e(−1− 1−2a)t .
2
a > 1/2:
Se
√
x1 ( t ) − t −1
= c1 e (cos( 2a − 1t)
x2 ( t ) 2
√
√
2a − 1
− e−t sen( 2a − 1t) )+
0
√
√
2a − 1
c2 e−t (cos( 2a − 1t)
0
√
−1
+ e−t sen( 2a − 1t) )
2
a = 1/2:
Se
x1 ( t ) − t 1 − t 1 1
= c1 e + c2 e +t
x2 ( t ) −2 0 −2
2 1 0
obtemos que A = PJP−1 , em que J = 0 2 0
0 0 4
A solução geral do sistema é
z( A − λIn )W = zV3 = 0̄
o que implica que z = 0. Substituindo-se z = 0 na equação inicial temos
xV + yV3 = 0̄.
Como V e V3 são linearmente independentes, então
x = y = 0.
497
498 Séries de Fourier e Equações Diferenciais Parciais
1 L nπt
Z
an = f (t) cos dt, para n = 0, 1, 2, . . . (5.2)
L −L L
1 L nπt
Z
bn = f (t) sen dt, para n = 1, 2, . . . (5.3)
L −L L
O teorema seguinte, cuja demonstração será realizada somente no final desta seção,
afirma que para toda função f : [− L, L] → R contı́nua por partes, cuja derivada f 0
também é contı́nua por partes a série de Fourier de f converge.
Teorema 5.1 (Fourier). Seja L um número real maior que zero. Para toda função f : [− L, L] → R contı́nua por partes
tal que a sua derivada f 0 também seja contı́nua por partes, a série de Fourier de f
∞ ∞
a0 nπt nπt
S f (t) = + ∑ an cos + ∑ bn sen ,
2 n =1
L n =1
L
em que
1 L nπt
Z
an = f (t) cos dt para n = 0, 1, 2, . . .
L −L L
1 L nπt
Z
bn = f (t) sen dt, para n = 1, 2, . . .
L −L L
converge para f nos pontos de (− L, L) em que f é contı́nua. Ou seja, podemos representar f por sua série de Fourier:
∞ ∞
a0 nπt nπt
f (t) = + ∑ an cos + ∑ bn sen , para t ∈ (− L, L) em que f é contı́nua.
2 n =1
L n =1
L
O termo constante Z L
a0 1
= f (t) dt
2 2L −L
a0
representa a média da função f no intervalo [− L, L] e está escrito desta forma (
e
2
não simplesmente a0 ) somente para que a fórmula que vale para os coeficientes dos
cossenos da série de Fourier fique valendo também para o termo constante (n = 0).
Exemplo 5.1. Seja L um número real maior que zero. Considere a função
f : [− L, L] → R dada por
(0) 1, se cL < t ≤ dL,
f (t) = f c,d (t) = para c e d fixos satisfazendo −1 ≤ c < d ≤ 1.
0, caso contrário,
(0) nπt
Vamos calcular a série de Fourier de f c,d . Fazendo a mudança de variáveis s =
L
obtemos
1 dL 1 dL
Z Z
a0 = f (t)dt = dt = d − c,
L cL L cL
1 dL nπt 1 dL nπt 1 nπd
Z Z
an = f (t) cos dt = cos dt = sen s , para n = 1, 2, . . .
L cL L L cL L nπ nπc
1 dL nπt 1 dL nπt 1 nπd
Z Z
bn = f (t) sen dt = sen dt = − cos s , para n = 1, 2, . . .
L cL L L cL L nπ nπc
Logo,
∞ ∞
a0 nπt nπt
S f (t) = + ∑ an cos + ∑ bn sen
2 n =1
L n =1
L
∞ ∞
d−c 1 sen nπd − sen nπc nπt 1 cos nπc − cos nπd nπt
=
2
+
π ∑ n
cos
L
+
π ∑ n
sen
L
.
n =1 n =1
y y
N=0 N=1
1.5 1.5
1 1
0.5 0.5
t t
y y
N=2 N=3
1.5 1.5
1 1
0.5 0.5
t t
y y
N=4 N = 10
1.5 1.5
1 1
0.5 0.5
t t
Figura 5.1 – Somas parciais da série de Fourier da função do Exemplo 5.1, para N = 0, 1, 2, 3, 4, 10
Exemplo 5.3. Vamos calcular a série de Fourier da função f : [−π, π ] → R dada por
0, se −π ≤ t < −π/4
f (t) = 1, se −π/4 ≤ t < π/2
0, se π/2 ≤ t < π
(0)
Portanto, usando os coeficientes que obtivemos para f c,d no Exemplo 5.1, com
1 1
c = − e d = temos que
4 2
3 1 ∞ 1 nπ nπ 1 ∞ 1 nπ nπ
S f (t) = + ∑ sen + sen cos nt + ∑ cos − cos sen nt.
8 π n =1 n 2 4 π n =1 n 2 4
Pelo Teorema 5.1 (de Fourier) temos que f pode ser representada por sua série de
Fourier
3 1 ∞ 1 nπ nπ 1 ∞ 1 nπ nπ
f (t) = S f (t) = + ∑ sen + sen cos nt + ∑ cos − cos sen nt,
8 π n =1 n 2 4 π n =1 n 2 4
π π
para t 6= − e t 6= .
4 2
(0)
Esta função é a extensão periódica da função f = f com perı́odo igual a 2π.
− 41 , 21
Logo, a sua série de Fourier é a mesma da função do Exemplo anterior
∞ ∞
3 1 1 nπ nπ 1 1 nπ nπ
Sg (t) = +
8 π ∑ n
sen
2
+ sen
4
cos nt +
π ∑ n
cos
2
− cos
4
sen nt.
n =1 n =1
Pelo Teorema 5.1 (de Fourier) temos que g pode ser representada por sua série de
Fourier
∞ ∞
3 1 1 nπ nπ 1 1 nπ nπ
g(t) = Sg (t) = +
8 π ∑ n
sen
2
+ sen
4
cos nt +
π ∑ n
cos
2
− cos
4
sen nt,
n =1 n =1
π π
para t 6= − + 2nπ e t 6= + 2nπ, n ∈ Z.
4 2
y
1.5
1
0.5
t
-5π/2 -2π -3π/2 -π -π/2 π/2 π 3π/2 2π 5π/2
Figura 5.2 – Soma parcial da série de Fourier da função do Exemplo 5.4, com N = 10
Exemplo 5.5. Seja L um número real maior que zero. Seja m um inteiro positivo. Seja
um : [− L, L] → R definida por
mπt
um (t) = cos
, para t ∈ [− L, L]
L
πt
Fazendo a mudança de variáveis s = ,
L
Z L
1 mπt 1
Z π
a0 = cos dt = cos msds = 0,
L −L L π −π
Usando o fato de que cos ms cos ns = 21 [cos(m + n)s + cos(m − n)s], temos então que
1
Z π
an = [cos(m + n)s + cos(m − n)s]ds
2π −π
1 π 1 π
= sen(m + n)s + sen(m − n)s =0
2π (m + n) −π 2π (m − n) −π
e para n = m,
Z L
1 mπt 1 1
Z π Z π
am = cos2 dt = cos2 ms ds = [1 + cos 2ms]ds = 1.
L −L L π −π 2π −π
1 L mπt nπt
Z
bn = cos sen dt
L −L L L
1 π
Z
= cos ms sen ns ds
π −π
Usando o fato de cos ms sen ns = 21 [sen(m + n)s + sen(m − n)s], temos que
1
Z π
bn = [sen(m + n)s + sen(m − n)s]ds = 0
2π −π
Nestas integrais usamos relações que podem ser obtidas somando-se ou subtraindo-
se duas das relações abaixo.
cos(m + n)s
= cos ms cos ns − sen ms sen ns
cos(m − n)s
= cos ms cos ns + sen ms sen ns
sen(m + n)s = sen ms cos ns + cos ms sen ns
sen(m − n)s = sen ms cos ns − cos ms sen ns.
Exemplo 5.6. Seja L um número real maior que zero. Seja m um inteiro positivo. Seja
vm : [− L, L] → R definida por
mπt
vm (t) = sen , para t ∈ [− L, L]
L
Usando o fato de que sen ms cos ns = 21 [sen(m + n)s + sen(m − n)s] obtemos que
1
Z π
an = [sen(m + n)s + sen(m − n)s]ds = 0
2π −π
Usando o fato de que sen ms sen ns = 21 [− cos(m + n)s + cos(m − n)s] temos que
1
Z π
bn = [− cos(m + n)s + cos(m − n)s]ds = 0
2π −π
E para n = m,
Z L
1 mπt 1 1
Z π Z π
bm = sen2 dt = sen2 ms ds = [1 − cos 2ms]ds = 1
L −L L π −π 2π −π
1 L nπt 1 L nπt
Z Z
an ( g, L) = g(t) cos dt, bn ( g, L) = g(t) sen dt,
L −L L L −L L
então para quaisquer números α e β,
Demonstração.
an (α f + βg, L) =
Z L Z L Z L
1 nπt 1 nπt 1 nπt
(α f (t) + βg(t)) cos dt = α f (t) cos dt + β g(t) cos dt =
L −L L L −L L L −L L
αan ( f , L) + βan ( g, L).
bn (α f + βg, L) =
Z L Z L Z L
1 nπt 1 nπt 1 nπt
(α f (t) + βg(t)) sen dt = α f (t) sen dt + β g(t) sen dt =
L −L L L −L L L −L L
αbn ( f , L) + βbn ( g, L).
Exemplo 5.7. Seja L um número real maior que zero. Seja n um inteiro positivo. Seja
f : [− L, L] → R definida por
15πt 31πt
f (t) = 3 − 2 cos + 4 sen , para t ∈ [− L, L]
L L
Usando a Proposição 5.2 temos que os coeficientes da série de Fourier de f são dados
por
15πt 31πt
an ( f , L) = 3an (1, L) − 2an (cos , L) + 4an (sen , L) = 3an (u0 , L) − 2an (u15 , L) + 4an (v31 , L)
L L
15πt 31πt
bn ( f , L) = 3bn (1, L) − 2bn (cos , L) + 4bn (sen , L) = 3bn (u0 , L) − 2bn (u15 , L) + 4bn (v31 , L)
L L
Como já calculamos estes coeficientes nos exemplos anteriores e obtivemos que
1, se n = 0,
a n ( u0 , L ) = bn (u0 , L) = 0, para n = 1, 2, . . .
0, caso contrário,
1, se n = 15,
an (u15 , L) = bn (u15 , L) = 0, para n = 1, 2, . . .
0, caso contrário,
1, se n = 31,
an (v31 ) = 0, para n = 1, 2, . . . , bn (v31 , L) =
0, caso contrário,
então temos que a série de Fourier da função deste exemplo é ela própria:
15πt 31πt
S f (t) = 3 − 2 cos + 4 sen = f ( t ).
L L
e é ı́mpar, se
h(−t) = −h(t), para todo t ∈ [− L, L].
Lembramos também que se h : [− L, L] → R é uma função ı́mpar, então
Z L
h(t)dt = 0,
−L
Já vimos que se uma função f : [− L, L] → R é contı́nua por partes com derivada f 0
também contı́nua por partes, então pelo Teorema 5.1 ela pode ser representada por
sua série de Fourier
∞ ∞
a0 nπt nπt
S f (t) = + ∑ an cos + ∑ bn sen .
2 n =1
L n =1
L
nπt nπt
Se a função f é par, então f (t) sen é ı́mpar e f (t) cos é par (verifique!). Logo,
L L
os coeficientes da série de Fourier de f são dados por:
1 L
Z L
nπt 2 nπt
Z
an = f (t) cos dt = f (t) cos dt, para n = 0, 1, 2, . . .
L −L L L 0 L
1 L nπt
Z
bn = f (t) sen dt = 0, para n = 1, 2, . . .
L −L L
nπt
Analogamente, se a função f : [− L, L] → R é ı́mpar, então f (t) sen é par e
L
nπt
f (t) cos é ı́mpar (verifique!) e assim os coeficientes da série de Fourier de f são
L
dados por:
1 L nπt
Z
an = f (t) cos dt = 0 para n = 0, 1, 2, . . .
L −L L
1 L nπt 2 L nπt
Z Z
bn = f (t) sen dt = f (t) sen dt, para n = 1, 2, . . .
L −L L L 0 L
y y
t -L L
-L L
Figura 5.3 – Prolongamentos par e ı́mpar de uma função definida inicialmente somente no intervalo [0, L]
Para as funções f que são definidas apenas em [0, L] podemos prolongá-las de forma
que elas se tornem par ou ı́mpar no intervalo [− L, L]:
f (−t), se − L ≤ t < 0
f˜(t) = é par
f ( t ), se 0 ≤ t < L
− f (−t), se − L ≤ t < 0
f˜(t) = é ı́mpar.
f ( t ), se 0 ≤ t < L
E assim temos o seguinte resultado.
Corolário 5.3. Seja L um número real maior que zero. Para toda função f : [0, L] → R contı́nua por partes tal que a sua
derivada f 0 também seja contı́nua por partes.
em que
Z L
2 nπt
an = f (t) cos dt, para n = 0, 1, 2, . . .
L 0 L
converge para f nos pontos do intervalo (0, L) em que f é contı́nua. Ou seja, podemos representar f por sua série
de cossenos de Fourier:
∞
a0 nπt
f (t) = + ∑ an cos , para t ∈ (0, L) em que f é contı́nua.
2 n =1
L
converge para f nos pontos do intervalo (0, L) em que f é contı́nua. Ou seja, podemos representar f por sua série
de senos de Fourier:
∞
nπt
f (t) = ∑ bn sen L
, para t ∈ (0, L) em que f é contı́nua.
n =1
(0) (0)
a0 = 2a0 ( f 0,1 , L) = 2, an = 2an ( f 0,1 , L) = 0,
Sc f (t) = 1,
∞ ∞
2 1 − (−1)n nπt 4 1 (2n + 1)πt
Ss f (t) =
π ∑ n
sen
L π ∑ 2n + 1
sen
L
.
n =1 n =0
y y y
N=1 N=3 N=5
1 1 1
t t t
L L L
y y y
N=7 N=9 N = 11
1 1 1
t t t
L L L
Figura 5.4 – A função f : [0, L] → R dada por f (t) = 1 para t ∈ [0, L] e as somas parciais da série de Fourier de
senos de f , para N = 1, 3, 5, 7, 9, 11
Assim, os termos de ı́ndice par da série de senos são nulos. Pelo Corolário 5.3 temos
que
∞ ∞
2 1 − (−1)n nπt 4 1 (2n + 1)πt
f (t) = Ss f (t) =
π ∑ n
sen
L π ∑ 2n + 1
sen
L
, para t ∈ (0, L).
n =1 n =0
Assim, os termos de ı́ndice par da série de cossenos (exceção de a0 ) são nulos. Pelo
Corolário 5.3 temos que f pode ser representada por sua série de cossenos e por sua
série de senos de Fourier
∞ ∞
L 2L (−1)n − 1 nπt L 4L 1 (2n + 1)πt
f (t) =
2
+ 2
π ∑ n 2
cos
L
= − 2
2 π ∑ ( 2n + 1 ) 2
cos
L
,
n =1 n =0
∞
2L (−1)n+1 nπt
=
π ∑ n
sen
L
,
n =1
y y y
L N=0 L N=1 L N=3
t t t
L L L
Figura 5.5 – A função f : [0, L] → R dada por f (t) = t para t ∈ [0, L] e somas parciais da sua série de Fourier de
cossenos para N = 0, 1, 3
y y y
L N=1 L N=2 L N=3
t t t
L L L
y y y
L N=4 L N=5 L N=6
t t t
L L L
Figura 5.6 – A função f : [0, L] → R dada por f (t) = t para t ∈ [0, L] e as somas parciais da sua série de Fourier
de senos de f , para N = 1, 2, 3, 4, 5, 6
−2 2L
a2(2l +1) = L =− .
(2l + 1)2 π 2 (2l + 1)2 π 2
2 L nπx
Z
bn = f ( x ) sen( )dx
L 0 L
(1) (0) (1)
= 2 bn ( f 0,1/2 ) + Lbn ( f 1/2,1 ) − bn ( f 1/2,1 )
2L nπ/2 2L nπ 2L nπ
= (−s cos s + sen s) − cos s − 2 2 (−s cos s + sen s)
2
n π 2 0 nπ nπ/2 n π nπ/2
4L nπ nπ nπ 2L nπ
= − cos + sen + cos
n2 π 2 2 2 2 nπ 2
4L sen nπ 2
= , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
b2k = 0
4L(−1)k
b2k+1 = .
(2k + 1)2 π 2
Como a função f é contı́nua com sua derivada f 0 também contı́nua, pelo Corolário
5.3, ela pode ser representada por sua série de cossenos e por sua série de senos de
Fourier:
∞ 2 cos nπ n
L 2L 2 − 1 − (−1) nπt
f (t) =
4
+ 2
π ∑ n 2
cos
L
n =1
∞
L L (−1)n − 1 2nπt
=
4
+ 2
π ∑ n 2
cos
L
n =1
∞
L 2L 1 2(2n + 1)πt
=
4
− 2
π ∑ ( 2n + 1 ) 2
cos
L
n =0
∞ sen nπ
4L nπt
f (t) =
π2 ∑ n2 2 sen L
n =1
∞
4L (−1)n (2n + 1)πt
=
π2 ∑ 2
sen
L
n=0 (2n + 1)
Vários coeficientes são nulos e não é por acaso. Sempre que um coeficiente é cal-
culado por uma integral de 0 a L de uma função h(t) que é simétrica em relação
ao ponto (t, y) = ( L2 , 0), ou seja, tal que h(t) = −h( L − t), para t ∈ [0, L/2], o seu
valor é igual a zero (verifique!). No exemplo anterior isto ocorreu com os coeficien-
tes de ı́ndice ı́mpar da série de cossenos e com os de ı́ndice par da série de senos
(verifique!). Isto é análogo ao que ocorre com funções ı́mpares sendo integradas em
intervalos simétricos.
y y y
N=0 N=2 N=6
t t t
L L L
Figura 5.7 – A função f : [0, L] → R, dada por f (t) = t se t ∈ [0, L/2] e f (t) = L − t se t ∈ [ L/2, L] e somas
parciais da série de Fourier de cossenos para N = 0, 2, 6
y y y
N=1 N=3 N=5
t t t
L L L
Figura 5.8 – A função f : [0, L] → R, dada por f (t) = t se t ∈ [0, L/2] e f (t) = L − t se t ∈ [ L/2, L] e somas
parciais da série de Fourier de senos para N = 1, 3, 5
N
a0 nπx nπx
SN (x) = + ∑ an cos + bn sen ,
2 n =1
L L
obtemos
Z L
1
SN (x) = f (t)dt
2L −L
N Z L Z L
1 nπx nπt nπx nπt
+
L ∑ cos
L −L
f (t) cos
L
dt + sen
L −L
f (t) sen
L
dt =
n =1
!
Z L N
1 1 nπx nπt nπx nπt
= + ∑ (cos cos + sen sen ) f (t)dt =
L −L 2 n =1 L L L L
!
Z L N
1 1 nπ (t − x )
= + ∑ cos f (t)dt (5.4)
L −L 2 n =1 L
Mas
N
s N
1 1 1 1
sen( N + )s − sen s = ∑ sen(n + )s − sen(n − )s = 2 sen ∑ cos ns
2 2 n =1
2 2 2 n =1
Logo,
1 N sen( N + 12 )s
+ ∑ cos ns = .
2 n =1 2 sen 2s
π (t − x )
Substituindo-se s por obtemos
L
π (t − x )
1 N
nπ (t − x ) sen( N + 12 )
2 n∑
+ cos = L . (5.5)
=1 L π ( t − x )
2 sen
2L
Substituindo-se (5.5) em (5.4) obtemos
π (t − x )
Z L sen( N + 1 )
1 2 L
SN (x) = f (t)dt
L −L π (t − x )
2 sen
2L
Substituindo-se f pela sua extensão periódica de perı́odo 2L, f˜, usando o fato de que
neste caso as integrais anteriores podem ser calculadas de − L + x até L + x e fazendo
a mudança de variáveis s = t − x obtemos
π (t − x )
Z L+ x sen( N + 1 )
1 2 L
SN (x) = f˜(t)dt =
L − L+ x π (t − x )
2 sen
2L
πs
Z L sen( N + 1 )
1 2 L f˜( x + s)ds
= πs (5.6)
L −L 2 sen
2L
Tomando-se f ( x ) = 1 em (5.6) obtemos
πs
Z L sen( N + 1 )
1 2 L = 1.
πs (5.7)
L −L 2 sen
2L
1 πs
1
Z L sen( N + 2 ) L
SN (x) − f (x) = f˜( x + s) − f ( x ) πs ds =
L −L 2 sen
2L
s
Z L ˜
1 f ( x + s) − f˜( x ) 2 1 πs
= πs sen( N + 2 ) L ds. (5.8)
L −L s sen
2L
˜ ˜0
Como f é contı́nua por partes com derivada f também contı́nua por partes, então
para x ∈ (− L, L) tal que f ( x ) é contı́nua temos que a função
s
f˜( x + s) − f˜( x ) 2
g(s) = πs
s sen
2L
é contı́nua por partes. Pois, pelo Teorema do valor médio, se f 0 é contı́nua em x,
então g é contı́nua em s = 0. Se f não é contı́nua em x, então os limites laterais de
f 0 (ξ ) quando ξ tende a zero existem. Assim, segue do lema que apresentaremos a
seguir que
Z L
1 1 πs
lim (S N ( x ) − f ( x )) = lim g(s) sen( N + ) ds = 0.
N →∞ N →∞ L −L 2 L
Lema 5.4 (Riemann-Lebesgue). Seja g : R → R uma função contı́nua por partes, então
Z b
lim g(s) sen λs ds = 0
λ→∞ a
Demonstração. Seja
Z b
I (λ) = g(s) sen λs ds (5.9)
a
b− πλ
Z b Z
π
|2I (λ)| = g(s) sen λs ds − g(s + ) sen λs ds =
a a− πλ λ
Z a Z b− π Z b
π λ π π
≤ | g(s + )| ds + | g(s) − g(s + )| ds + | g(s + )| ds
a− πλ λ a λ b− πλ λ
Z b− π
2Mπ λ π
≤ + | g(s) − g(s + )| ds < 2e,
λ a λ
2Mπ π e
para λ > tal que | g(s) − g(s +
)| < , para todo s ∈ [ a, b]. O caso geral
e λ b−a
segue da aplicação do argumento acima para cada parte de g que é contı́nua.
Se
dun
( x ) ≤ an , para todo x ∈ [ a, b], n = 1, 2, . . .
dx
e
∞
∑ an < ∞,
n =0
então
∞
du dun
(x) = ∑ ( x ), para todo x ∈ [ a, b].
dx n =1
dx
N
SN (x) = ∑ u n ( x ),
n =1
S N ( x + h) − S N ( x )
q N ( x, h) = ,
h
u( x + h) − u( x )
q( x, h) = .
h
N
e
Existe N0 ∈ N tal que M, N > N0 implica ∑ an <
3
. Então,
n= M
N du N
dun
N
e
|S N ( x ) − S M ( x )| = ∑ ( x ) ≤ ∑ ( x ) ≤ ∑ an < ,
0 0 n
(5.11)
n= M dx n= M dx n= M
3
para todo x ∈ [ a, b]. Deixando N fixo e passando ao limite quando M tende a infinito
obtemos
e
|S0N ( x ) − g( x )| ≤ . (5.12)
3
Sejam M, N > N0 . Pelo Teorema do Valor Médio aplicado a S N ( x ) − S M ( x ) e por
(5.11) obtemos que existe ξ entre x e x + h tal que
e
|q N ( x, h) − q M ( x, h)| = |S0N (ξ ) − S0M (ξ )| < .
3
Deixando N fixo e passando ao limite quando M tende a infinito obtemos
e
|q N ( x, h) − q( x, h)| ≤ , para todo h tal que x + h ∈ [ a, b]. (5.13)
3
Como lim q N ( x, h) = S0N ( x ), existe δ > 0 tal que 0 < h < δ implica que
h →0
e
|q N ( x, h) − S0N ( x )| < (5.14)
3
De (5.13), (5.14) e (5.12) segue-se que
|q( x, h) − g( x )|
≤ |q( x, h) − q N ( x, h)| + |q N ( x, h) − S0N ( x )| + |S0N ( x ) − g( x )|
e e e
< + +
3 3 3
Se
|un ( x )| ≤ an , para todo x ∈ [ a, b], n = 1, 2, . . .
e
∞
∑ an < ∞,
n =0
então
∞
lim u( x ) =
x → x0
∑ xlim
→ x0
u n ( x ),
n =1
N
SN (x) = ∑ un ( x )
n =1
Ln = lim un ( x )
x → x0
N
S̃ N = ∑ Ln
n =1
∞ ∞
Existe L = ∑ Ln , pois | Ln | ≤ an e ∑ an < ∞.
n =1 n =1
Logo, existe N0 ∈ N tal que para N > N0 temos que
N
e
| L − S̃ N | = | L − ∑ Ln | < 3 . (5.15)
n =1
N
e
Também existe N1 ∈ N tal que M, N > N1 implica ∑ an <
3
. Então,
n= M
N N N
e
|S N ( x ) − S M ( x )| = ∑ un ( x ) ≤ ∑ |un ( x )| ≤ ∑ an < , (5.16)
n= M n= M n= M
3
para todo x ∈ [ a, b]. Deixando N fixo e passando ao limite quando M tende a infinito
obtemos
e
|S N ( x ) − u( x )| < , para todo x ∈ [ a, b]. (5.17)
3
Seja N > max{ N0 , N1 }. Como lim S N ( x ) = S̃ N , então existe δ > 0 tal que para
x → x0
| x − x0 | < δ,
e
|S̃ N − S N ( x )| < (5.18)
3
De (5.15), (5.18) e (5.16) segue-se que
e e e
| L − u( x )| ≤ | L − S̃ N | + |S̃ N − S N ( x )| + |S N ( x ) − u( x )| < + +
3 3 3
1 L nπt 1 L nπt
Z Z
f : [− L, L] → R, −1 ≤ c < d ≤ 1 an ( f , L) = f (t) cos dt bn ( f , L ) = f (t) sen dt
L −L L L −L L
(0)
(0)
1, se t ∈ [cL, dL] a0 ( f c,d , L) = d−c (0)
nπd
1
f c,d (t) = bn ( f c,d , L) = − nπ cos s
nπd
0, caso contrário (0) 1 nπc
an ( f c,d , L) = sen s
nπ nπc
(1) L 2 2
a0 ( f c,d , L) = 2 (d − c ) (1)
(1)
t, se t ∈ [cL, dL] (1) bn ( f c,d , L) =
f c,d (t) = an ( f c,d , L) = nπd
0, caso contrário nπd L
(−s cos s + sen s)
L n2 π 2
( s sen s + cos s ) nπc
2
n π 2
nπc
(2) L2 3
a0 ( f c,d , L) = 3 (d − c3 ) (2)
(2)
t2 , se t ∈ [cL, dL] (2) bn ( f c,d , L) =
f c,d (t) = an ( f c,d , L) = nπd
0, caso contrário L2
2s sen s + 2 − s2 cos s
L2
nπd
2 − 2 sen s + 2s cos s
n3 π 3
3
n π 3 s nπc
nπc
1.2. Mostre que uma função f : [− L, L] → R é ı́mpar, então os coeficientes da sua série de Fourier são dados
por
1 L nπt
Z
an = f (t) cos dt = 0 para n = 0, 1, 2, . . .
L −L L
1 L nπt 2 L nπt
Z Z
bn = f (t) sen dt = f (t) sen dt, para n = 1, 2, . . .
L −L L L 0 L
L
1.3. (a) Mostre que se uma função h : [0, L] → R é simétrica em relação ao ponto (t, y) = ( , 0), ou seja, se
2
L
h ( L − t ) = − h ( t ), para t ∈ [0, ],
2
então Z L
h(t) dt = 0.
0
L
(b) Mostre que se f : [0, L] → R é simétrica em relação à reta t = , ou seja, tal que
2
L
f ( t ) = f ( L − t ), para t ∈ [0, ],
2
então os coeficientes de ı́ndice par da série de senos de Fourier são nulos, ou seja, b2k = 0, para
k = 1, 2, 3 . . . (Sugestão: use o item anterior.)
L
(c) Mostre que se f : [0, L] → R é simétrica em relação ao ponto (t, y) = ( , 0), ou seja, tal que
2
L
f ( t ) = − f ( L − t ), para t ∈ [0, ],
2
então os coeficientes de ı́ndice par da série de cossenos de Fourier são nulos, a2k = 0, para k =
0, 1, 2. . . . (Sugestão: use o item (a).)
(2)
1.4. Determine a série de Fourier da função f c,d : [− L, L] → R dada por
t2 ,
(2) se cL < t ≤ dL,
f c,d (t) = para c e d fixos satisfazendo −1 ≤ c < d ≤ 1.
0, caso contrário,
1.7. Determine as séries de Fourier de senos e de cossenos da função f : [0, L] → R dada por
y y y
N=0 N=2 N=4
t t t
L L L
Figura 5.9 – Somas parciais da série de Fourier de cossenos da função f (t) = t( L − t), para t ∈ [0, L], para
N = 0, 2, 4.
y y
N=1 N=3
L/2 L/2
t t
L L
Figura 5.10 – Somas parciais da série de Fourier de senos da função f (t) = t( L − t), para t ∈ [0, L], para N = 1, 3
y y y
N=0 N=1 N=3
1 1 1
t t t
L L L
y y y
N=5 N=7 N=9
1 1 1
t t t
L L L
Figura 5.11 – A função f : [0, L] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [ L/2, L] e f (t) = 0, caso contrário e as somas
parciais da sua série de Fourier de cossenos, para N = 0, 1, 3, 5, 7, 9.
y y y
N=1 N=2 N=3
1 1 1
t t t
L L L
y y y
N=5 N=6 N=7
1 1 1
t t t
L L L
Figura 5.12 – A função f : [0, L] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [ L/2, L] e f (t) = 0, caso contrário e as somas
parciais da sua série de Fourier de senos, para N = 1, 2, 3, 5, 6, 7.
y y y
N=0 N=2 N=6
1 1 1
t t t
L L L
y y y
N = 10 N = 14 N = 18
1 1 1
t t t
L L L
Figura 5.13 – A função f : [0, L] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [ L/4, 3L/4] e f (t) = 0, caso contrário e as
somas parciais da sua série de Fourier de cossenos, para N = 0, 2, 6, 10, 14, 18.
y y y
N=1 N=3 N=5
1 1 1
t t t
L L L
y y y
N=7 N=9 N = 11
1 1 1
t t t
L L L
Figura 5.14 – A função f : [0, L] → R definida por f (t) = 1, se t ∈ [ L/4, 3L/4] e f (t) = 0, caso contrário e as
somas parciais da sua série de Fourier de senos, para N = 1, 3, 5, 7, 9, 11.
y y y
N=1 N=2 N=3
t t t
L L L
y y y
N=4 N=5 N=6
t t t
L L L
Figura 5.15 – A função f : [0, L] → R definida por f (t) = t − L/2, se t ∈ [ L/2, L] e f (t) = 0, caso contrário e as
somas parciais da sua série de Fourier de cossenos, para N = 1, 2, 3, 4, 5, 6.
y y y
N=1 N=2 N=3
t t t
L L L
y y y
N=4 N=5 N=6
t t t
L L L
Figura 5.16 – A função f : [0, L] → R definida por f (t) = t − L/2, se t ∈ [ L/2, L] e f (t) = 0, caso contrário e as
somas parciais da sua série de Fourier de senos, para N = 1, 2, 3, 4, 5, 6.
y y y
N=0 N=2 N=4
t t t
L L L
Figura 5.17 – A função f : [0, L] → R, f (t) = t, se t ∈ [0, L/4], f (t) = L/4, se t ∈ [ L/4, 3L/4] e f (t) = L − t, se
t ∈ [3L/4, L] e somas parciais da sua série de Fourier de cossenos para N = 0, 2, 4.
y y y
N=1 N=3 N=5
t t t
L L L
Figura 5.18 – A função f : [0, L] → R, f (t) = t, se t ∈ [0, L/4], f (t) = L/4, se t ∈ [ L/4, 3L/4] e f (t) = L − t, se
t ∈ [3L/4, L] e somas parciais da sua série de Fourier de senos para N = 1, 3, 5.
(a) Encontre uma solução particular e a solução geral da equação diferencial 2y00 + y = f (t).
(b) Encontre a solução do problema de valor inicial
2y00 + y = f (t),
y(0) = 0, y0 (0) = 0
(a) Encontre uma representação de f em série de Fourier que contenha somente termos em cossenos.
(b) Encontre uma representação de f em série de Fourier que contenha somente termos em senos.
(c) Encontre uma representação de f em série de Fourier que contenha termos em cossenos e senos.
∂u ∂2 u
= α2 2
∂t ∂x
chamada equação do calor em uma barra. Aqui α > 0 é uma constante que depende
do material que compõe a barra é chamada de difusividade térmica.
Se λ = 0 : X ( x ) = c1 + c2 x.
√ √
Se λ < 0 : X ( x ) = c1 sen( −λ x ) + c2 cos( −λ x ).
As condições de fronteira X (0) = 0 e X ( L) = 0 implicam que
Se λ > 0 :
Substituindo-se x = 0 e X = 0 na solução geral de X 00 − λX = 0,
√ √
X ( x ) = c1 e λx
+ c2 e − λx
,
X ( x ) = c1 + c2 x,
α2 n2 π 2
T 0 (t) + T (t) = 0,
L2
Logo, o problema
∂2 u
∂u
= α2 2
∂t ∂x
u(0, t) = 0, u( L, t) = 0.
nπx − α2 n22π2 t
un ( x, t) = Xn ( x ) Tn (t) = sen e L para n = 1, 2, 3, . . .
L
∂2 u
∂u
= α2 2
∂t ∂x
u(0, t) = 0, u( L, t) = 0.
Mas uma solução deste tipo não necessariamente satisfaz a condição inicial
u( x, 0) = f ( x ),
Esta é a série de Fourier de senos de f ( x ). Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514,
se a função f : [0, L] → R é contı́nua por partes tal que a sua derivada f 0 também
seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
Z L
2 nπx
cn = f ( x ) sen dx, n = 1, 2, 3 . . . (5.23)
L 0 L
Vamos verificar que realmente (5.22) com os coeficientes dados por (5.23) é a solução
do problema de valor inicial. Claramente (5.22) satisfaz as condições de fronteira e
a condição inicial é satisfeita para os valores de x ∈ (0, L) tais que f ( x ) é contı́nua.
Vamos ver que (5.22) satisfaz a equação do calor. Cada termo da série satisfaz a
equação do calor. Basta provarmos que podemos passar as derivadas para dentro do
sinal de somatório. Isto decorre da aplicação do Teorema 5.5 na página 529 usando
o fato de que
n
α2 n2 π 2 2 2
∂un − α π2 t1
∂t ( x, t) ≤ M L2
cn e L
2 2
n
∂un nπ − α π2 t1
∂x ( x, t) ≤ M L e L
cn
n
∂2 u n n2 π 2 2 2
− α π2 t1
∂x2 ( x, t) ≤ M L2
cn e L
RL
para M = L2 0 | f ( x )|dx, 0 ≤ x ≤ L, 0 < t1 ≤ t ≤ t2 , n = 1, 2, 3, . . . e que
∞ n
α2 n2 π 2 2 π2
−α
∑ L2
t1
e L2 < ∞,
n =1
∞ 2 π2
n
nπ −α
∑ L
t1
e L2 < ∞,
n =1
∞ n
n2 π 2 2 π2
−α
∑ L2
t1
e L2 < ∞.
n =1
Observamos que a temperatura em cada ponto da barra tende a zero quando t tende
a +∞, ou seja,
∞
lim u( x, t) = ∑ cn lim un ( x, t) = 0, para x ∈ [0, L],
t→∞ t→∞
n =1
que decorre da aplicação do Teorema 5.6 na página 531, usando o fato de que
2 2
n
− α π2 t1
|cn un ( x, t)| ≤ M e L
para 0 < t1 ≤ t ≤ t2 , 0 ≤ x ≤ L, n = 1, 2, 3, . . . e
∞ 2 2
n
− α π2 t1
∑ e L < ∞.
n =1
y y y
t=0 t = 10 t = 20
20 20 20
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
y y y
t = 40 t = 80 t = 160
20 20 20
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
y y y
t = 320 t = 640 t = 1280
20 20 20
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
Figura 5.19 – Solução, u( x, t), do PVIF do Exemplo 5.12 tomando apenas 3 termos não nulos da série.
A solução é então
∞
nπx − n2 π2
u( x, t) = ∑ cn sen 40
e 1600 t
n =1
1 40 nπx
Z
cn = = f ( x ) sen dx
20 0 40
(1) (0) (1)
= 2 bn ( f 0,1/2 , 40) + 40bn ( f 1/2,1 , 40) − bn ( f 1/2,1 , 40)
80 nπ/2 80 nπ 80 nπ
= (− s cos s + sen s ) − cos s − (− s cos s + sen s )
n2 π 2 nπ n2 π 2
0 nπ/2 nπ/2
160 nπ nπ nπ 80 nπ
= − cos + sen + cos
n2 π 2 2 2 2 nπ 2
160 sen nπ 2
= , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
Entretanto, coeficientes de ı́ndice par são nulos:
c2k = 0
160(−1)k
c2k+1 = .
(2k + 1)2 π 2
Portanto, a solução do problema é
=0 (2n + 1) 40
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
u(0, t) = T1 , u( L, t) = T2
Observe que uma função somente de x (derivada parcial em relação a t nula), tal que
a segunda derivada (em relação a x) é igual a zero satisfaz a equação do calor. Assim,
T2 − T1
v( x, t) = T1 + x
L
u( x, t) = v( x, t) + u0 ( x, t),
ou ainda,
∞
T2 − T1
nπx
f ( x ) − T1 −
L
x= ∑ cn sen L
.
n =1
T2 − T1
Esta é a série de Fourier de senos de f ( x ) − T1 − L x. Assim, pelo Corolário 5.3
na página 514, se a função f : [0, L] → R é contı́nua por partes tal que a sua derivada
f 0 também seja contı́nua
por partes, então os coeficientes da série de Fourier de senos
T2 − T1
de f ( x ) − T1 − L x são dados por
Z L
T2 − T1
2 nπx
cn = f ( x ) − T1 − x sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
L 0 L L
Observe que
T2 − T1
lim u( x, t) = T1 + x, para x ∈ [0, L]
t→∞ L
ou seja, quando t tende a mais infinito, a solução u( x, t) tende a solução
T2 − T1
v( x, t) = T1 + x
L
chamada solução estacionária ou solução de equilı́brio. Observe que a solução
estacionária é solução do problema
2
∂u 2∂ u
= =0
α
∂x2
∂t
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
u(0, t) = T1 , u( L, t) = T2
∂2 u
∂u
∂t = ∂x2
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < 40
u(0, t) = 10, u(40, t) = 30
A solução é então
∞
x nπx − n2 π2
u( x, t) = 10 + + ∑ cn sen e 1600 t
2 n =1 40
3
x 2 x, se 0 ≤ x < 20
g( x ) = f ( x ) − 10 − = 3
2 60 − 2 x, se 20 ≤ x ≤ 40
ou seja,
1 40
nπx 3 3
Z
(1) (0) (1)
cn = g( x ) sen dx = 2 bn ( f 0,1/2 , 40) + 60bn ( f 1/2,1 , 40) − bn ( f 1/2,1 , 40)
20 0 40 2 2
120 nπ/2 120 nπ 120 nπ
= (−s cos s + sen s) − cos s − 2 2 (−s cos s + sen s)
2
n π 2 0 nπ nπ/2 n π nπ/2
240 nπ 120
= − cos(nπ/2) + sen(nπ/2) + cos(nπ/2)
n2 π 2 2 nπ
240 sen nπ 2
= , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
Observe que
x
lim u( x, t) = 10 + , para x ∈ [0, L]
t→∞ 2
ou seja, quando t tende a mais infinito a solução tende a solução estacionária
x
v( x, t) = 10 + .
2
y y y
50 t=0 50 t = 20 50 t = 80
40 40 40
30 30 30
20 20 20
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
y y y
50 t = 160 50 t = 320 50 t = 640
40 40 40
30 30 30
20 20 20
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
Figura 5.20 – Solução, u( x, t), do PVIF do Exemplo 5.13 tomando apenas 3 termos não nulos da série.
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
∂u (0, t) = 0, ∂u ( L, t) = 0
∂x ∂x
Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma
função de t, ou seja,
u( x, t) = X ( x ) T (t).
Calculando-se as derivadas parciais temos que
∂u ∂2 u
= X ( x ) T 0 (t) e = X 00 ( x ) T (t).
∂t ∂x2
Substituindo-se na equação diferencial obtemos
X ( x ) T 0 (t) = α2 X 00 ( x ) T (t).
Dividindo-se por α2 X ( x ) T (t) obtemos
X 00 ( x ) 1 T 0 (t)
= 2 .
X (x) α T (t)
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de
t. Isto só é possı́vel se eles forem iguais a uma constante
X 00 ( x ) 1 T 0 (t)
= 2 = λ.
X (x) α T (t)
Se λ < 0 :
Substituindo-se x = 0 e X 0 = 0 em
√ √ √
X 0 ( x ) = −λ(c1 cos( −λx ) − c2 sen( −λx )),
Agora substituindo-se x = L e X 0 = 0 em
√ √
X 0 ( x ) = −λc2 sen( −λx ),
obtemos √
c2 sen( −λL) = 0.
√
Logo, se c2 6= 0, então −λL = nπ, para n = 1, 2, 3, . . .. Logo,
n2 π 2
λ=− , n = 1, 2, 3, . . .
L2
Portanto, o problema de valores de fronteira (5.24) tem solução não nula somente se
n2 π 2
λ=0 ou λ=− , n = 1, 2, 3, . . .
L2
Substituindo-se estes valores de λ em (5.26) vemos que o problema de valores de
fronteira (5.24) tem soluções fundamentais
nπx
X0 = 1 e Xn ( x ) = cos , para n = 1, 2, 3, . . . .
L
2 2
Substituindo-se λ = − n Lπ2 na equação diferencial (5.25) obtemos
α2 n2 π 2
T 0 (t) + T (t) = 0
L2
Logo, o problema
∂u ∂2 u
= α2 2
∂t ∂x
∂u ∂u
(0, t) = 0, ( L, t) = 0.
∂x ∂x
tem soluções fundamentais
nπx − α2 n22π2 t
un ( x, t) = Xn ( x ) Tn (t) = cos e L para n = 0, 1, 2, 3, . . . .
L
Combinações lineares das soluções fundamentais são também solução (verifique!),
N N
nπx − α2 n22π2
∑ cn un (x, t) = ∑ cn cos
t
u( x, t) = e L
n =0 n =0
L
Mas uma solução deste tipo não necessariamente satisfaz a condição inicial u( x, 0) =
f ( x ), para uma função f ( x ) mais geral. Vamos supor que a solução do problema de
valor inicial e de fronteira seja uma série da forma
∞ ∞
nπx − α2 n22π2 t
u( x, t) = ∑ cn un ( x, t) = ∑ cn cos
L
e L . (5.27)
n =0 n =0
∂2 u n 2 2 α2 n2 π 2
≤ M n π e − L2 t1
cn
∂x2 ( x, t ) 2
L
L
para M = L2 0 | f ( x )|dx, 0 < t1 ≤ t ≤ t2 , 0 < x1 ≤ x ≤ x2 < L, n = 1, 2, 3, . . . e que
R
∞
α2 n2 π 2 − α2 n22π2
∑
t1
e L < ∞,
n =1 L2
∞
nπ − α2 n22π2
∑
t1
e L < ∞,
n =1
L
∞
n2 π 2 − α2 n22π2
∑
t1
2
e L < ∞.
n =1 L
y y y
t=0 t = 10 t = 20
20 20 20
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
y y y
t = 40 t = 80 t = 160
20 20 20
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
Figura 5.21 – Solução, u( x, t), do PVIF do Exemplo 5.14 tomando apenas 3 termos não nulos da série.
A solução é então
∞
nπx − n2 π2
u( x, t) = ∑ cn cos 40
e 1600 t
n =0
1 40
Z
c0 = f ( x )dx = 10,
40 0
1 40 nπx
Z
cn = f ( x ) cos dx
20 0 40
(1) (0) (1)
= 2 bn ( f 0,1/2 , 40) + 40bn ( f 1/2,1 , 40) − bn ( f 1/2,1 , 40)
80 nπ/2 80 nπ 80 nπ
= ( s sen s + cos s ) + sen s − ( s sen s + cos s )
n2 π 2 nπ n2 π 2
0 nπ/2 nπ/2
160 nπ 80 80
= cos − 2 2 − 2 2 cos nπ
n2 π 2 2 n π n π
2 cos nπ 2 − 1 − (− 1 ) n
= 80 , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
Entretanto, alguns termos são nulos:
c2k+1 = 0
2 cos kπ − 2 (−1)k − 1
c2k = 80 = 40
(2k)2 π 2 k2 π 2
e
c2·2l = 0
−2 80
c2(2l +1) = 40 2 2
=− .
(2l + 1) π (2l + 1)2 π 2
Observe que a solução tende a v( x, t) = 10, quando t tende a mais infinito, que é a
solução estacionária.
2.2. Encontre a temperatura u( x, t) em uma barra de metal com 40 cm de comprimento, isolada dos lados e
que está inicialmente a uma temperatura uniforme de 20◦ C, supondo que α = 1 e que suas extremidades
são mantidas a temperatura de 0◦ C e 60◦ C respectivamente. Qual a temperatura estacionária?
2.3. Considere uma barra com 40 cm de comprimento , α = 1, isolada dos lados e que está inicialmente a
temperatura dada por u( x, 0) = 3x/2, 0 ≤ x ≤ 40 e que as extremidades estão isoladas.
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0, X (0) = 0, X 0 ( L) = 0
(2n+1)2 π 2
tem solução não trivial somente se λ = − 4L2
, para n = 0, 1, 2, 3 . . .
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0, X 0 (0) = 0, X ( L) = 0
(2n+1)2 π 2
tem solução não trivial somente se λ = − 4L2
, para n = 0, 1, 2, 3 . . .
2.6. Resolva o seguinte problema de valor inicial e de fronteira que corresponde ao problema do calor em
uma barra de comprimento L, que do lado esquerdo está mantida a temperatura zero e do lado direito é
mantida isolada.
2
2∂ u
∂u
= α
∂x2
∂t
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
u(0, t) = 0, ∂u ( L, t) = 0
∂x
2.7. Resolva o seguinte problema de valor inicial e de fronteira que corresponde ao problema do calor em
uma barra de comprimento L, que do lado esquerdo está mantida a temperatura fixa T1 e do lado direito
é mantida isolada.
2
2∂ u
∂u
= α
∂x2
∂t
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
u(0, t) = T , ∂u ( L, t) = 0
1
∂x
2.8. Resolva o problema de valor inicial e de fronteira usando o método de separação de variáveis
∂2 u
∂u ∂u
= 2 +2
∂t ∂x ∂x
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
u(0, t) = 0, u( L, t) = 0
u( x, t) = v( x ) + u0 ( x, t),
∂2 u
∂u 3
= −
2 40
∂t ∂x
u ( x, 0 ) = f ( x ) = 20, 0 < x < 40
u(0, t) = 0, u(40, t) = 60
Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma
função de t, ou seja,
u( x, t) = X ( x ) T (t).
Calculando-se as derivadas parciais e substituindo-se na equação diferencial obte-
mos
X ( x ) T 00 (t) = a2 X 00 ( x ) T (t).
Dividindo-se por a2 X ( x ) T (t) obtemos
X 00 ( x ) 1 T 00 (t)
= 2 .
X (x) a T (t)
X 00 ( x ) 1 T 00 (t)
= 2 = λ.
X (x) a T (t)
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0,
(
X (0) = 0, X ( L) = 0 (5.29)
00 2 0
T (t) − a λT (t) = 0, T (0) = 0 (5.30)
∂u
0= ( x, 0) = X ( x ) T 0 (0).
∂t
A equação (5.29) com as condições de fronteira foi resolvida no problema do calor
em uma barra com condições homogêneas - equação (5.19) na página 547 - e tem
solução não identicamente nula somente se
n2 π 2
λ=− , n = 1, 2, 3, . . .
L2
e tem como soluções fundamentais
nπx
Xn ( x ) = sen .
L
2 2
Substituindo-se λ = − n Lπ2 na equação (5.30) obtemos
a2 n2 π 2
T 00 (t) + T (t) = 0.
L2
Para resolver esta equação temos que encontrar as raı́zes da sua equação carac-
terı́stica:
a2 n2 π 2 anπ
r2 + =0 ⇔ r=± i.
L2 L
Logo, a solução geral da equação diferencial para T (t) é
anπt anπt
T (t) = c1 cos + c2 sen .
L L
Com a condição inicial T 0 (0) = 0 concluı́mos que a equação diferencial para T (t)
com a condição inicial T 0 (0) = 0 tem soluções fundamentais (verifique!)
anπt
Tn (t) = cos
L
Logo, o problema
∂2 u 2
2∂ u
= a
∂t2 ∂x2 (5.31)
∂u
u(0, t) = u( L, t) = 0;
( x, 0) = 0, 0 < x < L
∂t
tem soluções fundamentais
nπx anπt
un ( x, t) = Xn ( x ) Tn (t) = sen cos para n = 1, 2, 3, . . . . (5.32)
L L
y n = 1, t = 0 y n = 2, t = 0
x x
L L/2 L
y n = 3, t = 0 y n = 4, t = 0
x x
anπt nπx
Figura 5.22 – Modos naturais de vibração un ( x, t) = cos sen , para n = 1, 2, 3, 4 e t = 0.
L L
anπt nπx
un ( x, t) = [cos ] sen
L L
é chamada modo normal (ou natural) de vibração, onda estacionária ou harmônico
2L
e o seu perı́odo fundamental na variável x é igual a e é chamado comprimento de
n
onda do modo normal. Os modos normais de vibração podem ser vistos como senos
anπt
com amplitude variando de forma cossenoidal Rn (t) = cos com frequências
L
anπ
chamadas frequências naturais da corda. Portanto, neste caso, os perı́odos
L
2L
fundamentais da corda são Tn = . Observe, também, que cada modo normal
na
un ( x, t) tem n − 1 pontos fixos no intervalo 0 < x < L.
x x x
x x x
x x x
4aπt 4πx L
Figura 5.23 – Modo natural de vibração u4 ( x, t) = cos sen , para t = 0, . . . , .
L L 4a
N N
nπx anπt
u( x, t) = ∑ cn un ( x, t) = ∑ cn sen L
cos
L
n =1 n =1
Mas uma solução deste tipo não necessariamente satisfaz a condição inicial
u( x, 0) = f ( x ), para uma função f ( x ) mais geral. Assim, vamos supor que a solução
do problema de valor inicial e de fronteira seja uma série da forma
∞ ∞
nπx anπt
u( x, t) = ∑ cn un (x, t) = ∑ cn sen L
cos
L
(5.33)
n =1 n =1
Esta é a série de Fourier de senos de f ( x ). Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514,
se a função f : [0, L] → R é contı́nua por partes tal que a sua derivada f 0 também
seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
Z L
2 nπx
cn = f ( x ) sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
L 0 L
2L
para cada x, é periódica com relação a t com perı́odo fundamental T = , se c1 6= 0.
a
nπ ( x − at)
anπt nπx 1 nπ ( x + at)
un ( x, t) = cos sen = sen + sen
L L 2 L L
∞ ∞
!
1 nπ ( x − at) nπ ( x + at)
2 n∑
u( x, t) = cn sen + ∑ cn sen
=1 L n =1
L
1 ˜
f ( x − at) + f˜( x + at) ,
= (5.34)
2
x x x
x x x
x x x
Figura 5.24 – Solução de D’Alembert, u( x, t), do Problema da Corda Presa nas Extremidades
Deixamos como exercı́cio para o leitor verificar que se f é contı́nua por partes com
as suas derivadas, f 0 e f 00 , também contı́nua por partes, então para ( x, t) tal que f˜00
é contı́nua em x − at e x + at temos que u( x, t) dado pela solução de d’Alembert,
(5.34), satisfaz a equação da onda e u( x, 0) = f ( x ) para todo x ∈ [0, L].
x, se 0 ≤ x < 20,
f (x) =
40 − x, se 20 ≤ x ≤ 40.
2
∂ u ∂2 u
=4 2
2
∂t ∂x
∂u
u( x, 0) = f ( x ), ( x, 0) = 0, 0 < x < 40
∂t
u(0, t) = 0, u(40, t) = 0
∞
nπx nπt
u( x, t) = ∑ cn sen 40
cos
20
n =1
1 40 nπx
Z
cn = f ( x ) sen( )dx
20 0 40
(1) (0) (1)
= 2 bn ( f 0,1/2 , 40) + 40bn ( f 1/2,1 , 40) − bn ( f 1/2,1 , 40)
80 nπ/2 80 nπ 80 nπ
= (− s cos s + sen s ) − cos s − (− s cos s + sen s )
2
n π 2
0 nπ
nπ/2 2
n π 2
nπ/2
160 nπ nπ nπ 80 nπ
= − cos + sen + cos
n2 π 2 2 2 2 nπ 2
160 sen nπ 2
= , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
Entretanto, coeficientes de ı́ndice par são nulos:
c2k = 0
160(−1)k
c2k+1 = .
(2k + 1)2 π 2
Portanto, a solução é dada por
1 ˜
f ( x − 2t) + f˜( x + 2t) ,
u( x, t) = (5.35)
2
y y y
t=0 t=5 t = 10
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
y y y
t = 15 t = 20 t = 25
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
y y y
t = 30 t = 35 t = 40
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma
função de t, ou seja,
u( x, t) = X ( x ) T (t)
Derivando e substituindo-se na equação obtemos
a2 X 00 ( x ) T (t) = X ( x ) T 00 (t).
X 00 ( x ) 1 T 00 (t)
= 2
X (x) a T (t)
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de
t. Isto só é possı́vel se eles forem iguais a uma constante
X 00 ( x ) 1 T 00 (t)
= 2 = λ.
X (x) a T (t)
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias, uma com condições de fron-
teira e a outra com condição inicial:
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0,
(
X (0) = 0, X ( L) = 0 (5.36)
00 2
T (t) − a λT (t) = 0, T (0) = 0 (5.37)
0 = u( x, 0) = X ( x ) T (0).
n2 π 2
λ=− , n = 1, 2, 3, . . .
L2
e tem como soluções fundamentais
nπx
Xn ( x ) = sen , para n = 0, 1, 2, 3, . . . .
L
2 2
Substituindo-se λ = − n Lπ2 na equação (5.37) obtemos
a2 n2 π 2
T 00 (t) + T (t) = 0.
L2
Para resolver esta equação temos que encontrar as raı́zes da sua equação carac-
terı́stica:
a2 n2 π 2 anπ
r2 + =0 ⇔ r=± i.
L2 L
Logo, a solução geral da equação diferencial para T (t) é
anπt anπt
T (t) = c1 cos + c2 sen .
L L
Usando a condição inicial T (0) = 0 concluı́mos que a equação diferencial para T (t)
com a condição inicial T (0) = 0 tem soluções fundamentais (verifique!)
anπt
Tn (t) = sen , para n = 1, 2, 3, . . . .
L
Logo, o problema
2 2
∂ u 2∂ u
= a
∂t2 ∂x2 (5.38)
u(0, t) = u( L, t) = 0; u( x, 0) = 0, 0 < x < L
nπx anπt
un ( x, t) = Xn ( x ) Tn (t) = sen sen para n = 1, 2, 3, . . . . (5.39)
L L
chamadas modos normais (ou naturais) de vibração, ondas estacionárias ou
2L
harmônicos e o seu perı́odo fundamental na variável x é igual a e é chamado
n
comprimento de onda do modo normal. Os modos normais de vibração podem ser
anπt
vistos como senos com amplitude variando de forma senoidal Rn (t) = sen
L
anπ
com frequências chamadas frequências naturais da corda. Portanto, neste
L
2L
caso, os perı́odos fundamentais da corda são Tn = . Observe, também, que cada
na
modo normal un ( x, t) tem n − 1 pontos fixos no intervalo 0 < x < L.
Assim, vamos supor que a solução do problema de valor inicial e de fronteira seja
uma série da forma
∞ ∞
nπx anπt
u( x, t) = ∑ cn un (x, t) = ∑ cn sen L
sen
L
. (5.40)
n =1 n =1
∂u
Para satisfazer a condição inicial ( x, 0) = g( x ), devemos ter
∂t
∞
∂u anπ nπx
g( x ) = ( x, 0) = ∑ cn sen . (5.41)
∂t n =1
L L
Esta é a série de Fourier de senos de g( x ). Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514,
se a função g : [0, L] → R é contı́nua por partes tal que a sua derivada g0 também
seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
Z L
anπ 2 nπx
cn = g( x ) sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
L L 0 L
Observe que a solução do problema de valor inicial e de fronteira
∞
nπx anπt
u( x, t) = ∑ cn sen L
sen
L
n =1
2L
para cada x, é periódica com relação a t com perı́odo fundamental T = , se c1 6= 0.
a
nπ ( x − at)
anπt nπx 1 nπ ( x + at)
un ( x, t) = sen sen = cos − cos
L L 2 L L
1 ∞ nπ ( x − at)
nπ ( x + at)
2 n∑
u( x, t) = c n cos − cos .
=1 L L
Por outro lado, supondo que a série de Fourier da integral de g é a série das integrais,
integrando-se (5.41), obtemos
Z x+ at ∞
nπ ( x − at)
nπ ( x + at)
g̃(y)dy = a ∑ cn cos − cos .
x − at n =1
L L
em que g̃ é a extensão de g que é ı́mpar e periódica de perı́odo 2L. Logo, temos que
Z x+ at
1
u( x, t) = g̃(y)dy. (5.42)
2a x − at
Deixamos como exercı́cio para o leitor verificar que se g é contı́nua por partes com a
sua derivada, g0 , também contı́nua por partes, então para ( x, t) tal que g̃0 é contı́nua
em x − at e x + at temos que u( x, t) dado pela solução de d’Alembert, (5.42), satisfaz
∂t ( x, 0) = g ( x ) para todo x ∈ (0, L ) onde g é contı́nua.
a equação da onda e ∂u
A solução é então
∞
nπx nπt
u( x, t) = ∑ cn sen 40
sen
20
n =1
nπ
em que são os coeficientes da série de senos de g( x ), que são os coeficientes
20 cn
obtidos para f ( x ) do Exemplo 5.15 na página 582 dividos por 10, ou seja,
nπ 1 40 nπx
Z
cn = g( x ) sen dx
20 20 0 40
16 sen nπ2
= n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
320 sen nπ
2
cn = , n = 1, 2, 3 . . .
n3 π 3
Portanto, a solução é dada por
y y y
t=0 t=5 t = 10
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
y y y
t = 15 t = 20 t = 25
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
y y y
t = 30 t = 35 t = 40
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
u( x, t) = u( f ) ( x, t) + u( g) ( x, t),
2L
que para cada x, é periódica com relação a t com perı́odo T =
.
a
Usando (5.34) na página 580 e (5.42) na página 580 podemos escrever a solução do
problema de valor inicial e de fronteira como
Z x+ at
1 ˜ 1
f ( x − at) + f˜( x + at) +
u( x, t) = g̃(y)dy (5.43)
2 2a x − at
Deixamos como exercı́cio para o leitor verificar que se f é contı́nua por partes com
suas derivadas, f 0 e f 00 , também contı́nuas por partes e g é contı́nua por partes com
a sua derivada, g0 , também contı́nua por partes, então para ( x, t) tal que g̃0 e f˜00 são
contı́nuas em x − at e x + at temos que u( x, t) dado pela solução de d’Alembert,
(5.43), satisfaz a equação da onda e
u( x, 0) = f ( x ) para x ∈ [0, L];
∂u
( x, 0) = g( x ) para x ∈ (0, L) onde g é contı́nua.
∂t
A solução é a soma das soluções dos problemas dados nos Exemplos 5.15 e 5.16, ou
seja,
∞ ∞
nπx nπt nπx nπt
u( x, t) = ∑ cn sen cos + ∑ dn sen sen
n =1
40 20 n =1
40 20
em que cn e nπ
20 dn são os coeficientes da série de senos de f ( x ) e de g ( x ), respectiva-
mente, ou seja,
160 sen nπ
Z 40
1 nπx 2
cn = f ( x ) sen dx = , n = 1, 2, 3 . . .
20 0 40 n2 π 2
16 sen nπ
Z 40
nπ 1 nπx 2
dn = g( x ) sen dx = n = 1, 2, 3 . . .
20 20 0 40 n2 π 2
320 sen nπ
2
dn = , n = 1, 2, 3 . . .
n3 π 3
Portanto, a solução é dada por
y y y
t=0 t=5 t = 10
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
y y y
t = 15 t = 20 t = 25
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
y y y
t = 30 t = 35 t = 40
10 10 10
x x x
20 40 20 40 20 40
-10 -10 -10
3.2. Determine o deslocamento, u( x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nas extremidades,
com coeficiente a = 2, solta do repouso, de forma que o deslocamento inicial seja dado por sen(πx/20),
para 0 < x < 40. Qual o perı́odo fundamental da corda?
3.3. Determine o deslocamento, u( x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nas extremidades, com
coeficiente a = 2, com deslocamento inicial nulo, colocada em movimento de forma que a velocidade
inicial seja dada por
x, se 0 ≤ x < 10
g( x ) = 10, se 10 ≤ x < 30
40 − x, se 30 ≤ x ≤ 40
3.4. Determine o deslocamento, u( x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nas extremidades, com
coeficiente a = 2, com deslocamento inicial nulo, colocada em movimento de forma que a velocidade
inicial seja dada por sen(πx/20), para 0 < x < 40. Qual o perı́odo fundamental da corda?
3.5. Determine o deslocamento, u( x, t), de uma corda de 40 cm de comprimento, presa nas extremidades, com
coeficiente a = 2, com deslocamento inicial f ( x ), colocada em movimento de forma que a velocidade
inicial seja g( x ) em que
x, se 0 ≤ x < 10
f ( x ) = g( x ) = 10, se 10 ≤ x < 30
40 − x, se 30 ≤ x ≤ 40
3.6. Resolva o problema de valor inicial e de fronteira usando o método de separação de variáveis
2
∂ u ∂2 u ∂u
= +2
2
∂t ∂x ∂x
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
∂u
( x, 0) = 0. 0 < x < L.
∂t
u(0, t) = 0, u( L, t) = 0.
3.7. Encontre as equações diferenciais ordinárias e as condições de fronteira associadas às soluções funda-
mentais do problema:
2
∂ u ∂2 u ∂u
2
= 2
− u + ; 0 < x < 1, t>0
∂t ∂x ∂x
∂u
(1, t); t ≥ 0,
u(0, t) = 0 =
∂x
u( x, 0) = 0; 0 < x < 1,
∂u
( x, 0) = g( x ); 0 < x < 1.
∂t
Verifique que se f é contı́nua por partes com suas derivadas, f 0 e f 00 , também contı́nuas por partes e g é
contı́nua por partes com a sua derivada, g0 , também contı́nua por partes, então para ( x, t) tal que g̃0 e f˜00
∂2 u ∂2 u
+ 2 =0
∂x2 ∂y
∂2 u ∂2 u
∂u
= α2 + 2 =0
∂t ∂x2 ∂y
∂2 u ∂2 u ∂2 u
= a2 + 2 = 0.
∂t2 ∂x2 ∂y
y
u(x,b)=g(x)
b
u(0,y)=h(y) u(a,y)=k(y)
u(x,0)=f(x) a
A solução deste problema é a soma das soluções dos problemas com apenas uma das
funções f ( x ), g( x ), h(y) e k (y) não nulas (verifique!).
Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma
função de y, ou seja,
u( x, y) = X ( x )Y (y)
Derivando e substituindo-se na equação obtemos
X 00 ( x )Y (y) = − X ( x )Y 00 (y).
Dividindo-se por X ( x )Y (y) obtemos
X 00 ( x ) Y 00 (y)
=− .
X (x) Y (y)
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de
y. Isto só é possı́vel se eles forem iguais a uma constante
X 00 ( x ) Y 00 (t)
=− = λ.
X (x) Y (y)
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0, X (0) = 0
(
(5.44)
00
Y (y) + λY (y) = 0, Y (0) = 0, Y (b) = 0 (5.45)
n2 π 2
λ= , para n = 1, 2, 3, . . .
b2
e neste caso a solução é da forma
nπy
Y (y) = c1 sen , n = 1, 2, 3, . . .
b
n2 π 2
Substituindo-se λ = b2
na equação (5.44) obtemos
n2 π 2
X 00 ( x ) − X ( x ) = 0.
b2
Esta equação tem solução geral
nπ x nπ x
X ( x ) = ĉ1 e− b + ĉ2 e b .
Vamos supor que a solução do problema de Dirichlet seja uma série da forma
∞ ∞
nπy nπx
u( x, y) = ∑ cn un (x, y) = ∑ cn sen b
senh
b
. (5.46)
n =1 n =1
Esta é a série de Fourier de senos de k(y). Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514,
se a função k : [0, b] → R é contı́nua por partes tal que a sua derivada k0 (y) também
seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
Z b
nπa 2 nπy
cn senh = k(y) sen dy, n = 1, 2, 3 . . . (5.47)
b b 0 b
Vamos verificar que realmente (5.46) com os coeficientes dados por (5.47) é a solução
do problema de valor inicial. Claramente (5.46) satisfaz as condições de fronteira e
a condição inicial é satisfeita para os valores de x ∈ (0, a) tais que f ( x ) é contı́nua.
Vamos ver se (5.46) satisfaz a equação de Laplace. Cada termo da série satisfaz a
equação de Laplace. Basta provarmos que podemos passar as derivadas para den-
tro do sinal de somatório. Isto decorre da aplicação do Teorema 5.5 na página 529
usando o fato de que
nπa nπa
2Me− 2Me−
Z b
1 2 b b
|cn | ≤ |k(y)|dy ≤ ≤ ,
senh nπa
b b 0 1 − e −2
nπa
b 1 − e −2
πa
b
nπ ( a− x1 )
−
≤ 2M nπ e
∂un b
cn ( x, y ) ,
∂x b 1 − e− 2πa b
nπ ( a− x1 )
∂2 u n n2 π 2 e − b
∂x2 ( x, y) ≤ 2M b2
cn
2πa ,
1 − e− b
nπ ( a− x1 )
nπ e− b
∂un
∂y ( x, y) ≤ 2M b
cn
2πa ,
1 − e− b
nπ ( a− x1 )
∂2 u n n2 π 2 e − b
∂y2 ( x, y) ≤ 2M b2
cn
2πa ,
1 − e− b
2
Rb
para M = b 0 |k(y)|dy, 0 < x1 ≤ x ≤ x2 < a, 0 < y1 ≤ y ≤ y2 < b, n = 1, 2, 3, . . . e
∞
nπ − nπ(a−x1 )
∑ b
e b < ∞,
n =1
∞
n2 π 2 − nπ (a−x1 )
∑ 2
e b < ∞.
n =1 b
com
y, se 0 ≤ y ≤ 1
k(y) =
2 − y, se 1 ≤ y ≤ 2
A solução é então
∞
nπy nπx
u( x, y) = ∑ cn sen 2
senh
2
n =1
x y
Figura 5.29 – Solução do problema de Dirichlet do Exemplo 5.18 tomando apenas 3 termos não nulos da série
8 sen nπ
2
cn = , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2 senh 3nπ
2
c2k = 0
8(−1)k
c2k+1 = .
(2k + 1)2 π 2 senh 3(2k+
2
1) π
2
∂ u ∂2 u
+ 2 = 0, 0 < x < a, 0 < y < b,
∂x2
∂y
u( x, 0) = 0, u( x, b) = 0, 0 < x < a,
u(0, y) = h(y), u( a, y) = 0, 0 < y < b.
Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma
função de y, ou seja,
u( x, y) = X ( x )Y (y)
Derivando e substituindo-se na equação obtemos
X 00 ( x )Y (y) = − X ( x )Y 00 (y).
X 00 ( x ) Y 00 (y)
=− .
X (x) Y (y)
X 00 ( x ) Y 00 (t)
=− = λ.
X (x) Y (y)
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0,
(
X ( a) = 0 (5.48)
00
Y (y) + λY (y) = 0, Y (0) = 0, Y (b) = 0 (5.49)
n2 π 2
λ= , para n = 1, 2, 3, . . .
b2
e a solução é da forma
nπy
Y (y) = c1 sen , n = 1, 2, 3, . . .
b
n2 π 2
Substituindo-se λ = b2
na primeira equação diferencial obtemos
n2 π 2
X 00 ( x ) − X ( x ) = 0,
b2
que com a condição X ( a) = 0 tem solução (verifique!)
nπ ( x − a ) nπ ( x − a ) nπ
X ( x ) = c2 ( e b − e− b ) = C̃2 senh( ( x − a))
b
Logo, o problema formado pela equação de Laplace e as condições de fronteira
u( x, 0) = u( x, b) = 0, para 0 < x < a e u( a, y) = 0, para 0 < y < b, tem soluções
fundamentais
nπy nπ
un ( x, y) = X ( x )Y (y) = sen senh( ( x − a))
b b
Vamos supor que a solução do problema de Dirichlet seja uma série da forma
∞ ∞
nπy nπ
u( x, y) = ∑ cn un (x, y) = ∑ cn sen b
senh(
b
( x − a)).
n =1 n =1
Esta é a série de Fourier de senos de h(y). Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514,
se a função h : [0, b] → R é contı́nua por partes tal que a sua derivada h0 também seja
contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
Z b
nπa 2 nπy
−cn senh = h(y) sen dy, n = 1, 2, 3 . . .
b b 0 b
Podemos evitar o sinal negativo se escrevemos
∞ ∞
nπy nπ
u( x, y) = ∑ un ( x, y) = ∑ cn sen b
senh(
b
( a − x )) (5.50)
n =1 n =1
e neste caso
Z b
nπa 2 nπy
cn senh = h(y) sen( )dy, n = 1, 2, 3 . . . (5.51)
b b 0 b
Vamos verificar que realmente (5.50) com os coeficientes dados por (5.51) é a solução
do problema de valor inicial. Claramente (5.50) satisfaz as condições de fronteira e
a condição inicial é satisfeita para os valores de y ∈ (0, b) tais que h(y) é contı́nua.
Vamos ver se (5.50) satisfaz a equação de Laplace. Cada termo da série satisfaz a
equação de Laplace. Basta provarmos que podemos passar as derivadas para den-
tro do sinal de somatório. Isto decorre da aplicação do Teorema 5.5 na página 529
usando o fato de que
nπa nπa
2Me− 2Me−
Z b
1 2 b b
|cn | ≤ |k(y)|dy ≤ ≤ ,
senh nπa
b b 0 1 − e −2
nπa
b 1 − e −2
πa
b
nπx1
nπ e− b
∂un
∂x ( x, y) ≤ 2M b
cn
2πa ,
1 − e− b
nπx
∂2 u n
2 2 − b1
≤ 2M n π e
cn
∂x2 ( x, y ) ,
b2 1 − e− 2πa
b
nπx
− b1
≤ 2M nπ e
∂un
cn ( x, y ) ,
∂y b 1 − e− 2πa
b
nπx1
∂2 u n n2 π 2 e − b
∂y2 ( x, y) ≤ 2M b2
cn
2πa
1 − e− b
2
Rb
para M = b 0 |h(y)|dy, 0 < x1 ≤ x ≤ x2 < a, 0 < y1 ≤ y ≤ y2 < b, n = 1, 2, 3, . . .
e
∞
nπ − nπx1
∑ b
e b < ∞,
n =1
∞
n2 π 2 − nπx1
∑ 2
e b < ∞.
n =1 b
com
y, se 0 ≤ y ≤ 1
h(y) =
2 − y, se 1 ≤ y ≤ 2
A solução é então
∞
nπy nπ
u( x, y) = ∑ cn sen 2
senh(
2
(3 − x ))
n =1
x y
Figura 5.30 – Solução do problema de Dirichlet do Exemplo 5.19 tomando apenas 3 termos não nulos da série
em que cn senh( 3nπ 2 ) são os coeficientes da série de senos de h ( y ), que são os mesmos
da função k (y) do Exemplo 5.18 na página 605, ou seja,
Z 2
3nπ nπy
cn senh( ) = h(y) sen( )dy
2 0 2
8 sen nπ2
= , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
8 sen nπ
2
cn = , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2 senh 3nπ
2
Ou ainda,
c2k = 0
8(−1)k
c2k+1 = .
(2k + 1)2 π 2 senh 3(2k+
2
1) π
Como dissemos anteriormente a solução deste problema é a soma das soluções dos
problemas com apenas uma das funções f ( x ), g( x ), h(y) e k(y) não nulas, que deno-
tamos por u( f ) ( x, y), u( g) ( x, y), u(h) ( x, y) e u(k) ( x, y), respectivamente. Ou seja,
com
y, se 0 ≤ y ≤ 1
h(y) = k(y) =
2 − y, se 1 ≤ x ≤ 2
A solução é então
∞
nπ (3 − x )
nπy nπx
u( x, y) = ∑ cn sen
2
senh
2
+ senh
2
n =1
x y
Figura 5.31 – Solução do problema de Dirichlet do Exemplo 5.20 tomando apenas 3 termos não nulos da série
Ou ainda,
c2k = 0
8(−1)k
c2k+1 = .
(2k + 1)2 π 2 senh 3(2k+
2
1) π
com
y, se 0 ≤ y < 1/2
k(y) = 1/2, se 1/2 ≤ y < 3/2
2 − y, se 3/2 < y ≤ 2
com
y, se 0 ≤ y < 1/2
h(y) = 1/2, se 1/2 ≤ y < 3/2
2 − y, se 3/2 < y ≤ 2
4.6. Vamos considerar o problema de valor de contorno em um retângulo gerado pela equação de Laplace
2 2
∂ u + ∂ u = 0, 0 < x < a, 0 < y < b,
∂x2 ∂y2
∂u ∂u
∂y ( x, 0) = f ( x ), ∂y ( x, b ) = g ( x ), 0 < x < a
∂u ∂u
∂x (0, y ) = h ( y ), ∂x ( a, y ) = k ( y ), 0 < y < b
Este problema é chamado problema de Neuman. A solução deste problema é a soma das soluções dos
problemas com apenas uma das funções f ( x ), g( x ), h(y) e k(y) não nulas.
(a) Resolva o problema
∂2 u ∂2 u
+ 2 = 0, 0 < x < a, 0 < y < b,
∂x2
∂y
∂u ∂u
∂y ( x, 0) = 0, ∂y ( x, b ) = 0, 0 < x < a
∂u ∂u
∂x (0, y ) = 0, ∂x ( a, y ) = k ( y ), 0 < y < b
(c) Por analogia escreva a solução dos problemas com somente f ( x ) diferente de zero, com somente
g( x ) diferente de zero e determine a solução do problema de Neuman no caso geral
2 2
∂ u + ∂ u = 0, 0 < x < a, 0 < y < b,
2 ∂y2
∂x
∂u ∂u
∂y ( x, 0) = f ( x ), ∂y ( x, b ) = g ( x ), 0 < x < a
∂u ∂u
∂x (0, y ) = h ( y ), ∂x ( a, y ) = k ( y ), 0 < y < b
(d) Explique por que este problema não tem solução única.
(e) Explique por que o problema só tem solução se
Z b Z b Z a Z a
k (y)dy = h(y)dy = g( x )dx = f ( x )dx = 0
0 0 0 0
4.7. Encontre as equações diferenciais ordinárias e as condições de fronteira associadas às soluções funda-
mentais do problema:
2
∂ u ∂2 u ∂u
2
+ 2 = u − ; 0 < x < 1, 0 < y < 1
∂x ∂y ∂x
∂u
u(0, y) = 0 = (1, y); 0 < y < 1,
∂x
∂u
( x, 1) = 0; 0 < x < 1,
∂y
u( x, 0) = f ( x ); 0 < x < 1.
1 L nπt
Z
an = f (t) cos dt
L −L L
1 0 nπt 1 L nπt
Z Z
= f (t) cos dt + f (t) cos dt
L −L L L 0 L
1 0 −nπs 1 L nπt
Z Z
= f (−s) cos (−ds) + f (t) cos dt
L L L L 0 L
1 0 nπs 1 L nπt 2 L nπt
Z Z Z
= − f (s) cos ds + f (t) cos dt = f (t) cos dt
L L L L 0 L L 0 L
Separando a integral em duas partes, usando a mudança de variáveis t = −s na primeira parte e usando
o fato de que o seno é ı́mpar e a função f é par:
1 L nπt
Z
bn = f (t) sen dt
L −L L
1 0 nπt 1 L nπt
Z Z
= f (t) sen dt + f (t) sen dt
L −L L L 0 L
1 0 −nπs 1 L nπt
Z Z
= f (−s) sen (−ds) + f (t) sen dt
L L L L 0 L
Z 0 Z L
1 nπs 1 nπt
= f (s) sen ds + f (t) sen dt = 0
L L L L 0 L
1.2. Separando a integral em duas partes, usando a mudança de variáveis t = −s na primeira parte e usando
1 L nπt
Z
an = f (t) cos dt
L −L L
1 0 nπt 1 L nπt
Z Z
= f (t) cos dt + f (t) cos dt
L −L L L 0 L
1 0 −nπs 1 L nπt
Z Z
= f (−s) cos (−ds) + f (t) cos dt
L L L L 0 L
Z 0 Z L
1 nπs 1 nπt
= f (s) cos ds + f (t) cos dt = 0
L L L L 0 L
Separando a integral em duas partes, usando a mudança de variáveis t = −s na primeira parte e usando
o fato de que o seno e a função f são ı́mpares:
1 L nπt
Z
bn = f (t) sen dt
L −L L
1 0 nπt 1 L nπt
Z Z
= f (t) sen dt + f (t) sen dt
L −L L L 0 L
Z 0 Z L
1 −nπs 1 nπt
= f (−s) sen (−ds) + f (t) sen dt
L L L L 0 L
1 0 nπs 1 L nπt 2 L nπt
Z Z Z
= − f (s) sen ds + f (t) sen dt = f (t) sen dt
L L L L 0 L L 0 L
1.3. (a) Dividindo a integral em duas partes, fazendo a mudança de variáveis t = L − s na segunda parte e
usando o fato de que
obtemos
Z L Z L/2 Z L
h(t) dt = h(t) dt + h(t) dt
0 0 L/2
Z L/2 Z 0
= h(t) dt + h( L − s) (−ds)
0 L/2
Z L/2 Z 0
= h(t) dt + h(s) ds = 0
0 L/2
2kπ ( L − t)
2kπt 2kπt
h( L − t) = f ( L − t) sen = f (t) sen 2kπ − = f (t) sen −
L L L
2kπt
= − f (t) sen = −h(t)
L
2kπ ( L − t)
2kπt 2kπt
h( L − t) = f ( L − t) cos = − f (t) cos 2kπ − = − f (t) cos −
L L L
2kπt
= − f (t) cos = −h(t)
L
nπt
1.4. Fazendo a mudança de variáveis s = L e integrando-se por partes duas vezes obtemos
1 dL 1 dL 2 L2 3
Z Z
a0 = f (t)dt = t dt = ( d − c3 )
L cL L cL 3
1 dL 1 dL 2 L2
Z nπd
nπt nπt
Z Z
an = f (t) cos dt = t cos dt = 3 3 s2 cos s ds
L cL L L cL L n π nπc
L2
nπd Z nπd
2
= s sen s − 2 s sen s
n3 π 3
nπc nπc
L 2 nπd
2
= s − 2 sen s + 2s cos s
n3 π 3
nπc
L2
Z dL
1 dL 2
Z nπd
1 nπt nπt
Z
bn = f (t) sen dt = t sen dt = 3 3 s2 sen s ds
L cL L L cL L n π nπc
L 2 nπd Z nπd
= −s2 cos s +2 s cos s
n3 π 3 nπc nπc
L2 2
nπd
= 2s sen s + ( 2 − s ) cos s
n3 π 3
nπc
∞ ∞
a0 nπt nπt
S (2) (t) = + ∑ an cos + ∑ bn sen
f c,d 2 n =1
L n =1
L
nπd
s2 − 2 sen s + 2s cos s
∞
L2 L2 nπt
=
6
( d3 − c3 ) +
π3 ∑ n3
nπc
cos
L
n =1
nπd
L2 ∞ 2s sen s + (2 − s2 ) cos s nπt
+
π3 ∑ n3
nπc
sen
L
n =1
1.5. (a) A função é ı́mpar. A sua série de Fourier de perı́odo 2L é dada por
∞
nπt
S f (t) = ∑ bn sen L
.
n =1
com Z L
nπt 2 nπ 2
bn = 2 f (t) sen dt = − cos s = (1 − (−1)n ).
0 L nπ 0 nπ
Assim, os termos de ı́ndice par (com exceção do primeiro) são iguais a zero e neste caso a série de
Fourier de f é dada por
4 ∞ 1 (2k + 1)πt
π k∑
S f (t) = sen .
=0
2k + 1 L
(b) A função é par. Logo, a sua série de Fourier de perı́odo 2L é dada por
∞
a0 nπt
S f (t) = + ∑ an cos
2 n =1
L
L (0) (1)
a0 = 2 a0 ( f 0,1 , L) − a0 ( f 0,1 , L)
2
L
=
2
L (0) (1)
an = 2 an ( f 0,1 , L) − an ( f 0,1 , L)
2
L nπ 2 nπ
= sen s − 2 2 (s sen s + cos s)
nπ 0 n π 0
2 2
= 0 − 2 2 ((−1) − 1) = − 2 2 ((−1)n − 1).
n
n π n π
Assim, os termos de ı́ndice par (com exceção do primeiro) são iguais a zero e neste caso a série de
Fourier de f é dada por
∞
L 4 1 (2k + 1)πt
S f (t) =
4
+ 2
π ∑ ( 2k + 1 ) 2
cos
L
.
k =0
1.6. A função f é ı́mpar e periódica de perı́odo 2L. Logo, a sua série de Fourier é da forma
∞
nπt
S f (t) = ∑ bn sen L
.
n =1
2 L nπx
Z
bn = f ( x ) sen dx
L 0 L
(1) (0) (1)
= 2 bn ( f 0,1/2 ) + Lbn ( f 1/2,1 ) − bn ( f 1/2,1 )
2L nπ/2 2L nπ 2L nπ
= (−s cos s + sen s) − cos s − 2 2 (−s cos s + sen s)
2
n π 2 0 nπ nπ/2 n π nπ/2
4L nπ nπ nπ 2L nπ
= − cos + sen + cos
n2 π 2 2 2 2 nπ 2
4L sen nπ 2
= , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
4L(−1)k
b2k+1 = .
(2k + 1)2 π 2
2 L 2 L −2L2 L2
Z Z
a0 = f (t)dt = (−t2 + Lt) dt = + L2 =
L 0 L 0 3 3
(2) (1)
an = 2 − an ( f 0,1 , L) + L an ( f 0,1 , L)
2L2 2 2 2L2
= − 3 3 n π − 2 sen nπ + 2nπ cos nπ + 2 2 (nπ sen nπ + cos nπ − 1)
n π n π
2L 2 2L 2
= (− cos nπ − 1) = 2 2 ((−1)n+1 − 1)
n2 π 2 n π
Entretanto, os coeficientes de ı́ndice ı́mpar são nulos. Podemos separar os termos em de ı́ndice par e de
ı́ndice ı́mpar
a2k+1 = 0
−4L2 − L2
a2k = 2 2
= 2 2.
(2k) π k π
(2) (1)
bn = 2 −bn ( f 0,1 , L) + L bn ( f 0,1 , L)
2L2 2L2
= − 3 3 2nπ sen nπ + 2 − n2 π 2 cos nπ − 2 + 2 2 (−nπ cos nπ + sen nπ )
n π n π
4L2 4L2 n +1
= (− cos nπ + 1) = 3 3 ((−1) + 1)
n3 π 3 n π
∞
4L2 (−1)n+1 + 1 nπt
Ss f (t) =
π3 ∑ n 3
sen
L
n =1
∞
8L2 1 (2n + 1)πt
=
π3 ∑ ( 2n + 1 ) 3
sen
L
n =0
nπ
(0) (0) 2 2 sen nπ
1.8. (a) a0 = 2a0 ( f 1/2,1 , L) = 1, an = 2an ( f 1/2,1 , L) = nπ sen s nπ = − nπ 2 ,
nπ 2
(0) 2 2((−1)n −cos nπ
2 )
bn = 2bn ( f 1/2,1 , L) = − nπ cos s nπ = − .
nπ
2
1 2 ∞ sen nπ nπt 1 2 ∞
(−1)n (2n + 1)πt
Sc f (t) = − ∑
2 π n =1 n
2
cos
L
= −
2 π ∑ 2n + 1
cos
L
.
n =0
2 ∞ cos nπ − (− 1 ) n
nπt
π n∑
2
Ss f (t) = sen
=1 n L
3nπ 3nπ −sen nπ )
(0) (0) 2 4 2(sen 4 4
(b) a0 = 2a0 ( f 1/4,3/4 , L) = 1, an = 2an ( f 1/4,3/4 , L) = nπ sen s nπ = nπ ,
4
3nπ nπ
(0) 2 4 2(cos 3nπ
4 −cos 4 )
bn = 2bn ( f 1/4,3/4 , L) = − nπ cos s nπ = − nπ .
4
∞ sen 3nπ nπ
1 2 4 − sen 4 nπt
Sc f (t) = +
2 π ∑ n
cos
L
n =1
∞cos nπ 3nπ
2 4 − cos 4 nπt
Ss f (t) = ∑
π n
sen
L
n =1
(1) (0)
(c) a0 = 2 a0 ( f 1/2,1 , L) − L2 a0 ( f 1/2,1 , L) = L4 ,
2L((−1)n −cos nπ
(1) (0) 2 )
an = 2 an ( f 1/2,1 , L) − L2 f 1/2,1 , L) = n2 π 2
,
L(nπ (−1) +2 sen nπ
n
(1) (0) 2 )
bn = 2 bn ( f 1/2,1 , L) − L2 bn ( f 1/2,1 , L) = n2 π 2
.
L 2L ∞ (−1)n − cos nπ nπt
Sc f (t) = + 2 ∑ 2
cos .
8 π n =1 n2 L
L ∞ nπ (−1)n + 2 sen nπ nπt
Ss f (t) = − 2 ∑ 2
sen
π n =1 n2 L
(1) (0) (0) (1)
(d) a0 = 2 a0 ( f 0,1/4 , L) + L4 a0 ( f 1/4,3/4 , L) + La0 ( f 3/4,1 , L) − a0 ( f 3/4,1 , L) = 3L
8 ,
2L(cos nπ 3nπ n
4 +cos 4 −1−(−1) )
(1) (0) (0) (1)
an = 2 an ( f 0,1/4 , L) + L4 an ( f 1/4,3/4 , L) + Lan ( f 3/4,1 , L) − an ( f 3/4,1 , L) = 2
n π 2 ,
2L ( sen nπ +sen 3nπ )
(1) ( 0 ) ( 0 ) ( 1 )
bn = 2 bn ( f 0,1/4 , L) + L4 bn ( f 1/4,3/4 , L) + Lbn ( f 3/4,1 , L) − bn ( f 3/4,1 , L) = 4
n2 π 2
4
.
3L 2L ∞ cos nπ 3nπ
4 + cos 4 − 1 − (−1)
n
nπt
Sc f (t) = + 2 ∑ 2
cos .
16 π n =1 n L
2L ∞ sen nπ 3nπ
4 + sen 4 nπt
Ss f (t) = 2 ∑ 2
sen .
π n =1 n L
1.9. (a) Como f : R → R é contı́nua por partes com a derivada f 0 também contı́nua por partes, ı́mpar e
periódica de perı́odo igual a 2 podemos escrevê-la em termos de sua série de Fourier como
∞
f (t) = ∑ bm sen mπt, para t 6= n, n ∈ Z.
m =1
com Z 1 mπ
2 2
bm = 2 f (t) sen mπt dt =
cos s = ((−1)m − 1)
0 mπ 0 mπ
A solução da equação homogênea correspondente é
√ √
2 2
y(t) = c1 cos t + c2 sen t
2 2
Podemos procurar uma solução particular da forma
∞
y(t) = ∑ ( Am cos mπt + Bm sen mπt)
m =1
∞
y00 (t) = − ∑ (m2 π2 Am cos mπt + m2 π2 Bm sen mπt)
m =1
∞ ∞
∑ [( Bm (1 − 2m2 π2 ) − bm ] sen mπt + ∑ Am cos mπt) = 0
m =1 m =1
Fazendo t = 0 e t = 1 obtemos
bm
Am = 0, Bm = , para m = 1, 2, . . .
1 − 2m2 π 2
Substituindo-se t = 0 e y0 = 0 obtemos
√ ∞
(−1)m − 1
c2 = −2 2 ∑ 2 2
m=1 1 − 2m π
e a solução do PVI é
∞
! √ ∞
√ (−1)m − 1 2 2 (−1)m − 1
y(t) = −2 2 ∑ 2 2
sen t+ ∑ 2 2
sen mπt
m=1 1 − 2m π m=1 m (1 − 2m π )
2 π
1.10.
y y y
N=0 N=1 N=3
1 1 1
t t t
-1 1 -1 1 -1 1
(a) A função é par, contı́nua por partes, de perı́odo igual a 2. Logo, a sua série de Fourier é dada por
∞
a0
S f (t) = + ∑ am cos mπt
2 m =1
(0) (1)
a0 = 2 a0 ( f 0,1 , 1) − a0 ( f 0,1 , 1)
= 2−1 = 1
(0) (1)
an = 2 an ( f 0,1 , 1) − an ( f 0,1 , 1)
2 nπ 2 nπ
= sen s − 2 2 (s sen s + cos s)
nπ 0 n π 0
2 2
= 0 − 2 2 ((−1)n − 1) = − 2 2 ((−1)n − 1).
n π n π
Assim, os termos de ı́ndice par (com exceção do primeiro) são iguais a zero e neste caso a série de
(1)
cossenos de f 0,1 é dada por
∞
1 4 1
S f (t) = +
2 π2 ∑ ( 2k + 1)2
cos(2k + 1)πt,
k =0
(b) Como a função f é contı́nua por partes com derivada f 0 também contı́nua por partes, então a série
de Fourier de f , S f (t), converge para f (t) nos pontos onde f é contı́nua, que é o caso de t = 0. Logo,
S f (0) = f (0) = 1.
S f (t + 100) = S f (t + 50 · 2) = S f (t).
Assim,
1 1 1
S f (100.5) = S f (100 + ) = S f ( ) = .
2 2 2
Além disso, para t = 1/2 a função f também é contı́nua, logo
1 1 1
S f (100.5) = S f ( ) = f ( ) = .
2 2 2
1.11. (a) Estendendo-se f ao intervalo [− L, L] de forma que ela seja par obtemos uma série de Fourier em
que os coeficientes dos termos de senos são nulos. Os coeficientes podem ser obtidos da tabela na
página 533.
(0) (0)
a0 = 2a0 ( f 0,1 , L) = 2, an = 2an ( f 0,1 , L) = 0,
f (t) = 1, para 0 ≤ t ≤ L
(b) Estendendo-se f ao intervalo [− L, L] de forma que ela seja ı́mpar obtemos uma série de Fourier em
que os coeficientes dos termos de cossenos são nulos. Os coeficientes podem ser obtidos da tabela
na página 533.
(0) 2(cos nπ − 1) 2(1 − (−1)n )
bn = 2bn ( f 0,1 , L) = − = .
nπ nπ
∞ ∞
2 1 − (−1)n nπt 4 1 (2n + 1)πt
f (t) =
π ∑ n
sen
L
=
π ∑ 2n + 1
sen
L
, para 0 ≤ t ≤ L.
n =1 n =0
então os coeficientes que podem ser obtidos da tabela na página 533 são dados por.
(0) (0)
a0 = a0 ( f 0,1 , L) = 1, an = an ( f 0,1 , L) = 0,
∞ ∞
1 1 1 − (−1)n nπt 1 1 1 (2n + 1)πt
f (t) = +
2 π ∑ n
sen
L
= +
2 π ∑ 2n + 1
sen
L
, para − L ≤ t ≤ L.
n =1 n =0
u( x, 0) = f ( x ) = 20, 0 < x < 40
u(0, t) = 0, u(40, t) = 0
A solução é então
∞
nπx − n2 π2
u( x, t) = ∑ cn sen 40
e 1600 t
n =1
em que cn são os coeficientes da série de senos de f ( x ), ou seja,
1 40 nπx
Z
cn = f ( x ) sen( )dx
20 0 40
(0)
= 2 20bn ( f 0,1 , 40)
2 nπ
= −20 cos s
nπ 0
40
= (1 − cos(nπ ))
nπ
40
= (1 − (−1)n ), n = 1, 2, 3 . . .
nπ
Portanto, a solução é dada por
40 ∞ 1 − (−1)n nπx − n2 π2
u( x, t) = ∑
π n =1 n
sen
40
e 1600 t
=0 2n + 1 40
(b)
π2
80 ∞
n
80 e− 1600 t
π2 t 80 1
|u( x, t)| ≤ ∑
π n =1
e − 1600
= π 2
π 1 − e− 1600 t
= π 2
π e 1600 t − 1
, para 0 < x < 40,
é equivalente a
80
π2
e 1600 t ≥ π
+ 1.
|u( x, t)|
Ou seja, se
! !
80 80
1600 1600
t≥ ln π
+1 = 2 ln π
+1 ≈ 200 segundos,
π2 |u( x, t)| π 10
∂2 u
∂u
∂t = ∂x2
A solução é então
∞
3x nπx − n2 π2
u( x, t) = + ∑ cn sen e 1600 t
2 n =1
40
3x 3x
g( x ) = f ( x ) − = 20 −
2 2
ou seja,
1 40 nπx
Z
cn = g( x ) sen( )dx
20 0 40
(0) 3 (1)
= 2 20bn ( f 0,1 , 40) − bn ( f 0,1 , 40)
2
40 nπ 120 nπ
= − cos s − 2 2 (−s cos s + sen s)
nπ 0 n π 0
40 120
= − (cos(nπ ) − 1) − 2 2 (−nπ cos(nπ ))
nπ n π
40(1 + 2(−1)n )
= , n = 1, 2, 3 . . .
nπ
Portanto, a solução é dada por
3x 40 ∞ 1 + 2(−1)n nπx − n2 π2
u( x, t) =
2
+ ∑
π n =1 n
sen
40
e 1600 t
3x
Quando t tende a mais infinito a solução tende a solução estacionária v( x, t) = .
2
2.3. (a) Temos que resolver o problema
∂u ∂2 u
=
∂x2
∂t
u( x, 0) = f ( x ) = 3x
2 , 0 < x < 40
∂u
∂u
(0, t) = 0, (40, t) = 0
∂t ∂t
A solução é então
∞
nπx − n2 π2
u( x, t) = ∑ cn cos 40
e 1600 t
n =0
1 40
Z
c0 = f ( x )dx = 30,
40 0
1 40 nπx
Z
cn = f ( x ) cos dx
20 0 40
nπ
3 (1) 120
= 2 an ( f 0,1 , 40) = 2 2 (s sen s + cos s)
2 n π 0
(−1) − 1n
= 120 , n = 1, 2, 3 . . .
n2 π 2
Portanto, a solução é dada por
Se λ = 0 : X ( x ) = c1 + c2 x.
√ √
Se λ < 0 : X ( x ) = c1 sen( −λx ) + c2 cos( −λx ).
As condições de fronteira X (0) = 0 e X 0 ( L) = 0 implicam que
Se λ > 0 : √ √
Substituindo-se x = 0 e X = 0 em X ( x ) = c1 e λ x + c2 e− λ x , obtemos que 0 = c1 + c2 , ou seja,
c2 = −c1 . Logo, √ √
− e − λ x ).
X ( x ) = c1 ( e λx
√ √ √
Agora substituindo-se x = L e X 0 = 0 em X 0 ( x ) = λc1 (e λ x + e− λ x ), obtemos que se c1 6= 0,
então √ √
e λ L = e− λ L
o que não é possı́vel se λ > 0 (só é possı́vel se λ = 0).
Se λ = 0 :
Substituindo-se x = 0 e X = 0 em X ( x ) = c1 + c2 x, obtemos que c1 = 0. Logo,
X ( x ) = c2 x.
(2n + 1)2 π 2
λ=− , n = 0, 1, 2, 3, . . .
4L2
Se λ = 0 : X ( x ) = c1 + c2 x.
√ √
Se λ < 0 : X ( x ) = c1 sen( −λx ) + c2 cos( −λx ).
As condições de fronteira X 0 (0) = 0 e X ( L) = 0 implicam que
Se λ > 0 : √ √ √
Substituindo-se x = 0 e X 0 = 0 em X 0 ( x ) = λ(c1 e λ x − c2 e− λ x ), obtemos que 0 = c1 − c2 , ou
seja, c2 = c1 . Logo, √ √
X ( x ) = c1 ( e λx
+ e− λx
).
√ √
Agora substituindo-se x = L e X = 0 em X ( x ) = c1 (e λx + e− λ x ), obtemos que se c1 6= 0, então
√ √
e λL
= −e− λL
X ( x ) = c1 .
(2n + 1)2 π 2
λ=− , n = 0, 1, 2, 3, . . .
4L2
2.6. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de t, ou seja,
u( x, t) = X ( x ) T (t).
α2 X 00 ( x ) T (t) = X ( x ) T 0 (t)
X 00 ( x ) 1 T 0 (t)
= 2 = λ.
X (x) α T (t)
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias com condições de fronteira X (0) = X 0 ( L) = 0 que
decorrem do fato de que 0 = u(0, t) = X (0) T (t) e 0 = ∂u 0
∂x ( L, t ) = X ( L ) T ( t ):
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0, X (0) = 0, X 0 ( L) = 0
(
(5.52)
T 0 (t) − α2 λT (t) = 0 (5.53)
Se λ = 0 : X ( x ) = c1 + c2 x.
√ √
Se λ < 0 : X ( x ) = c1 sen( −λx ) + c2 cos( −λx ).
As condições de fronteira X (0) = 0 e X 0 ( L) = 0 implicam que (5.52) tem solução não identicamente nula
somente se λ < 0 (conforme exercı́cio anterior), mais que isso λ tem que ter valores dados por
(2n + 1)2 π 2
λ=− , n = 0, 1, 2, 3, . . .
4L2
ou seja, a equação o problema de valores de fronteira (5.52) tem solução
(2n + 1)πx
X ( x ) = c1 sen , para n = 0, 1, 2, 3, . . . .
2L
(2n+1)2 π 2
Substituindo-se λ = − 4L2
na equação diferencial (5.53) obtemos
α2 (2n + 1)2 π 2
T 0 (t) + T (t) = 0
4L2
que tem como solução
2 (2n+1)2 π 2
−α t
T ( t ) = c2 e 4L2 , para n = 0, 1, 2, 3, . . . .
Logo, o problema formado pela equação diferencial parcial e as condições de fronteira tem soluções
fundamentais
(2n + 1)πx − α2 (2n+21)2 π2 t
u2n+1 ( x, t) = X ( x ) T (t) = sen e 4L
2L
Além disso, combinações lineares dessas soluções são também solução
N N
(2n + 1)πx − α2 (2n+21)2 π2 t
u( x, t) = ∑ c2n+1 u2n+1 (x, t) = ∑ c2n+1 sen 2L
e 4L
n =0 n =0
são soluções. Então, para satisfazer a condição inicial u( x, 0) = f ( x ), temos que impor a condição
∞
(2n + 1)πx
f ( x ) = u( x, 0) = ∑ c2n+1 sen 2L
.
n =0
Esta não é a série de Fourier de senos de f ( x ). Entretanto, estendendo f ao intervalo [0, 2L] de forma que
ela seja simétrica em relação a reta x = L, ou seja,
f (x) se x ∈ [0, L]
f˜( x ) =
f (2L − x ) se x ∈ [ L, 2L]
então
∞
(2n + 1)πx
f˜( x ) = ∑ c2n+1 sen 2L
.
n =0
pois
Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514, se a função f : [0, L] → R é contı́nua por partes tal que a sua
derivada f 0 também seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
para n = 0, 1, 2, 3 . . .
∂v ∂2 u
= α2 2 = 0
∂t ∂x
que satisfaz as condições
∂u
u(0, t) = T1 , ( L, t) = 0
∂x
Logo, a solução do problema é
u( x, t) = v( x, t) + u0 ( x, t),
em que u0 ( x, t) é a solução de
2
2∂ u
∂u
= α
∂x2
∂t
u( x, 0) = f ( x ), 0 < x < L
∂u
u(0, t) = 0, ( L, t) = 0
∂x
2.8. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de t, ou seja,
u( x, t) = X ( x ) T (t).
X 00 ( x ) + 2X 0 ( x ) T 0 (t)
= = λ.
X (x) T (t)
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias com condições de fronteira X (0) = X ( L) = 0 que
decorrem do fato de que 0 = u(0, t) = X (0) T (t) e 0 = u( L, t) = X ( L) T (t):
X 00 ( x ) + 2X 0 ( x ) − λX ( x ) = 0,
(
X (0) = 0, X ( L) = 0 (5.54)
0
T (t) − λT (t) = 0 (5.55)
Se λ = −1 : X ( x ) = c1 e− x + c2 xe− x .
√ √
Se λ < −1 : X ( x ) = c1 e− x sen( −1 − λ x ) + c2 e− x cos( −1 − λ x )).
As condições de fronteira X (0) = 0 e X ( L) = 0 implicam que (5.54) tem solução não identicamente nula
somente seλ < −1, mais que isso λ tem que ter valores dados por
n2 π 2
λ = −1 − , n = 1, 2, 3, . . .
L2
ou seja, o problema de valores de fronteira (5.54) tem solução
nπx
X ( x ) = c1 e− x sen , para n = 1, 2, 3, . . . .
L
n2 π 2
Substituindo-se λ = −1 − L2
na equação diferencial (5.55) obtemos
n2 π 2
T 0 ( t ) + (1 + ) T (t) = 0
L2
que tem solução
2 π2
−n t
T ( t ) = c2 e − t e L2 , para n = 1, 2, 3, . . . .
Logo, o problema formado pela equação diferencial parcial e as condições de fronteira tem soluções
fundamentais
nπx − n2 π2 2 t
un ( x, t) = X ( x ) T (t) = e− x−t sen e L
L
N N
nπx − n2 π2 2
∑ cn un (x, t) = ∑ cn e−x−t sen
t
u( x, t) = e L
n =1 n =1
L
Esta é a série de Fourier de senos de f ( x )e x . Assim, se a função f : [0, L] → R é contı́nua por partes tal
que a sua derivada f 0 também seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
Z L
2 nπx
cn = f ( x )e x sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
L 0 L
∂u ∂2 u ∂u ∂2 u
2.9. (a) − α2 2 = 0 + g( x ) − α2 20 = g( x ).
∂t ∂x ∂t ∂x
u( x, 0) = v( x ) + u0 ( x, 0) = v( x ) + f ( x ) − v( x ) = f ( x ), u(0, t) = v(0) + u0 (0, t) = v(0) = T1 ,
u( L, t) = v( L) + u0 ( L, t) = v( L) = T2
(b) A solução de
v00 = 40
3
v(0) = 0, v(40) = 60
3 2
é v( x ) = x . A solução de
80
∂2 u
∂u
=
∂x2
∂t
3
u( x, 0) = 20 − x2 , 0 < x < 40
80
u(0, t) = 0, u(40, t) = 0
é
∞
nπx − n2 π2
u( x, t) = ∑ cn sen 40
e 1600 t
n =1
em que cn são os coeficientes da série de senos de
3 2
g( x ) = 20 − x
80
ou seja,
1 40 nπx
Z
cn = g( x ) sen( )dx
20 0 40
(0) 3 (2)
= 2 20bn ( f 0,1 , 40) − bn ( f 0,1 , 40)
80
40 nπ 120 nπ
= − cos s − 3 3 2s sen s + 2 − s2 cos s
nπ 0 n π 0
40 120
= − (cos(nπ ) − 1) − 3 3 (2 − n2 π 2 ) cos(nπ ) − 2
nπ n π
40 2π n (−1) − 6(−1)n + π 2 n2 + 6
2 2 n
= , n = 1, 2, 3 . . .
π 3 n3
A solução é então
∞
nπx nπt
u( x, t) = ∑ cn sen 40
cos
20
n =1
1 40 nπx
Z
cn = f ( x ) sen( )dx
20 0 40
(1) (0) (0) (1)
= 2 bn ( f 0,1/4 , 40) + 10bn ( f 1/4,3/4 , 40) + 40bn ( f 3/4,1 , 40) − bn ( f 3/4,1 , 40)
80 sen nπ 3nπ
4 + sen 4
= 2 2
, n = 1, 2, 3 . . .
π n
∞ sen nπ 3nπ
80 4 + sen 4 nπx nπt
u( x, t) =
π2 ∑ n 2
sen
40
cos
20
n =1
∞
nπx
f ( x ) = sen 2πx = ∑ cn sen 40
n =1
Logo,
(
1, se n = 2,
cn =
0, se n 6= 2.
π π
u( x, t) = sen( x ) cos( t)
20 10
2π
Perı́odo fundamental igual a π/10 = 20 segundos.
A solução é então
∞
nπx nπt
u( x, t) = ∑ cn sen 40
sen
20
n =1
nπ
em que 20 cn são os coeficientes da série de senos de g( x ), ou seja,
nπ 1 40 nπx
Z
cn = g( x ) sen( )dx
20 20 0 40
80 sen nπ
4 + sen 4
3nπ
= n = 1, 2, 3 . . .
π2 n2
∞
πx nπ nπx nπt
g( x ) = sen = ∑ cn sen sen .
20 n =1
20 40 20
Logo,
(
nπ 1, se n = 2,
cn =
20 0, se n 6= 2.
Assim,
10 π π
u( x, t) = sen( x ) sen( t)
π 20 10
2π
Perı́odo fundamental da corda é igual a π/10 = 20 segundos.
3.5. Temos que resolver o problema
2
∂ u ∂2 u
= 4
2 ∂x2
∂t
∂u
u( x, 0) = f ( x ), ( x, 0) = g( x ), 0 < x < 40
∂t
u(0, t) = 0, u(40, t) = 0
A solução é a soma das soluções dos problemas com apenas uma das funções f ( x ) e g( x ) não nulas.
∞ ∞
nπx anπt nπx anπt
u( x, t) = ∑ cn sen L
cos
L
+ ∑ dn sen
L
sen
L
n =1 n =1
nπ
em que cn e 20 dn são os coeficientes da série de senos de f ( x ) e de g( x ), respectivamente, ou seja,
1 40 nπx
Z
cn = f ( x ) sen( )dx
20 0 40
80 sen nπ
4 + sen 4
3nπ
= , n = 1, 2, 3 . . .
π2 n2
nπ 1 40 nπx
Z
dn = g( x ) sen( )dx
20 20 0 40
80 sen nπ
4 + sen 4
3nπ
= 2 2
n = 1, 2, 3 . . .
π n
3.6. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de t, ou seja,
u( x, t) = X ( x ) T (t).
Derivando e substituindo na equação diferencial obtemos
X ( x ) T 00 (t) = X 00 ( x ) T (t) + 2X 0 ( x ) T (t).
Dividindo-se por X ( x ) T (t) obtemos
X 00 ( x ) + 2X 0 ( x ) T 00 (t)
=
X (x) T (t)
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto só é possı́vel
se eles forem iguais a uma constante, ou seja,
X 00 ( x ) + 2X 0 ( x ) T 00 (t)
= = λ.
X (x) T (t)
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias com condições de fronteira X (0) = X ( L) = 0 e
∂u
T 0 (0) = 0 que decorrem do fato de que 0 = u(0, t) = X (0) T (t), 0 = u( L, t) = X ( L) T (t) e ( x, 0) =
∂t
0
X ( x ) T (0) = 0:
X 00 ( x ) + 2X 0 ( x ) − λX ( x ) = 0, X (0) = 0, X ( L) = 0
(
(5.56)
T 00 (t) − λT (t) = 0, T 0 (0) = 0 (5.57)
Se λ = −1 : X ( x ) = c1 e− x + c2 xe− x .
√ √
Se λ < −1 : X ( x ) = c1 e− x sen( −1 − λ x ) + c2 e− x cos( −1 − λ x )).
As condições de fronteira X (0) = 0 e X ( L) = 0 implicam que (5.56) tem solução não identicamente nula
somente se λ < −1, mais que isso λ tem que ter valores dados por
n2 π 2
λ = −1 − , n = 1, 2, 3, . . .
L2
ou seja, o problema de valores de fronteira (5.56) tem solução
nπx
X ( x ) = c1 e− x sen , para n = 1, 2, 3, . . . .
L
n2 π 2
Substituindo-se λ = −1 − L2
em (5.57) obtemos
n2 π 2
T 00 (t) + (1 + ) T (t) = 0, T 0 (0) = 0
L2
que tem solução
r !
n2 π 2
T (t) = c2 cos 1+ t , para n = 1, 2, 3, . . . .
L2
Logo, o problema formado pela equação diferencial parcial e as condições de fronteira tem soluções
fundamentais r !
−x nπx n2 π 2
un ( x, t) = X ( x ) T (t) = e sen cos 1+ t
L L2
Esta é a série de Fourier de senos de f ( x )e x . Assim, se a função f : [0, L] → R é contı́nua por partes tal
que a sua derivada f 0 também seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
Z L
2 nπx
cn = f ( x )e x sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
L 0 L
3.7. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de t, ou seja,
u( x, t) = X ( x ) T (t)
X 00 ( x ) + X 0 ( x ) T 00 (t)
= +1
X (x) T (t)
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de t. Isto só é possı́vel
se eles forem iguais a uma constante
X 00 ( x ) + X 0 ( x ) T 00 (t)
= + 1 = λ.
X (x) T (t)
3.8.
∂u a ˜0 1
( x, t) = f ( x + at) − f˜0 ( x − at) + ( g̃( x + at) + g̃( x − at))
∂t 2 2
2
∂ u 2
a ˜00 a 0
f ( x + at) + f˜0 ( x − at) + g̃ ( x + at) − g̃0 ( x − at)
2
( x, t) =
∂t 2 2
∂u 1 ˜0 1
f ( x + at) + f˜0 ( x − at) +
( x, t) = ( g̃( x + at) − g̃( x − at))
∂x 2 2a
∂2 u 1 ˜00 1
f ( x + at) + f˜00 ( x − at) + g̃00 ( x + at) − g̃00 ( x − at)
2
( x, t) =
∂x 2 2a
˜
u( x, 0) = f ( x ) = f ( x )para x ∈ [0, L];
∂u
( x, 0) = g( x ) para x ∈ (0, L) onde g é contı́nua.
∂t
1 ˜
f ( at) + f˜(− at) = 0,
u(0, t) =
2
1 ˜
f ( L + at) + f˜( L − at − 2L) = 0.
u( L, t) =
2
4. Equação de Laplace (página 617)
4 sen nπ
4 + sen 4
3nπ
cn = , n = 1, 2, 3 . . .
π 2 n2 senh( 3nπ
2 )
Portanto, a solução é dada por
∞ sen nπ 3nπ
4 4 + sen 4 nπy nπx
u( x, y) =
π2 ∑ n2 senh( 3nπ
sen
2
senh
2
n =1 2 )
4 sen nπ 3nπ
4 + sen 4
cn = , n = 1, 2, 3 . . .
π 2 n2 senh 3nπ
2
Portanto, a solução é dada por
∞ sen nπ 3nπ
4 4 + sen 4 nπy nπx
u( x, y) =
π2 ∑ n2 senh( 3nπ
sen
2
senh
2
n =1 2 )
4.3. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de y, ou seja,
u( x, y) = X ( x )Y (y)
Derivando e substituindo-se na equação obtemos
X 00 ( x )Y (y) + X ( x )Y 00 (y) = 0
que pode ser reescrita como
X 00 ( x ) Y 00 (y)
=−
X (x) Y (y)
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de y. Isto só é possı́vel
se eles forem iguais a uma constante
X 00 ( x ) Y 00 (y)
=− = λ.
X (x) Y (y)
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias
00
X ( x ) − λX ( x ) = 0, X (0) = 0, X ( a) = 0
Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y (0) = 0,
n2 π 2
A primeira equação com as condições de fronteira tem solução somente se λ = a2
, para n = 1, 2, 3, . . .
e neste caso a solução é da forma
nπx
X ( x ) = c1 sen , n = 1, 2, 3, . . .
a
são soluções.
Mas para satisfazer a condição inicial u( x, b) = g( x ), temos que ter
∞ ∞ h
nπx nπy nπ i nπ
g( x ) = ∑ cn sen a
senh
a
= ∑ cn senh(
a
b) sen(
a
x ).
n =1 n =1
Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514 se as funções g( x ), g0 ( x ) são contı́nuas por partes, então os
coeficientes são dados por
Z a
nπ 2 nπx
cn senh( b) = g( x ) sen( )dx, n = 1, 2, 3 . . .
a a 0 a
4.4. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de y, ou seja,
u( x, y) = X ( x )Y (y)
X 00 ( x )Y (y) + X ( x )Y 00 (y) = 0
X 00 ( x ) Y 00 (y)
=− = λ.
X (x) Y (y)
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias
00
X ( x ) − λX ( x ) = 0, X (0) = 0; X ( a) = 0
Y 00 (y) + λY (y) = 0, Y (b) = 0
n2 π 2
A primeira equação com as condições de fronteira tem solução somente se λ = a2
, para n = 1, 2, 3, . . .
e neste caso a solução é da forma
nπx
X ( x ) = c1 sen , n = 1, 2, 3, . . .
a
são soluções.
Mas para satisfazer a condição inicial u( x, 0) = f ( x ), temos que ter
∞ ∞ h
nπx nπ nπ i nπ
f (x) = − ∑ cn sen
a
senh(
a
b) = − ∑ cn senh(
a
b) sen(
a
x ).
n =1 n =1
Assim, pelo Corolário 5.3 na página 514 se as funções f ( x ), f 0 ( x ) são contı́nuas por partes, então os
coeficientes são dados por
Z a
nπ 2 nπx
−cn senh( b) = f ( x ) sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
a a 0 a
e neste caso Z a
nπ 2 nπx
cn senh( b) = f ( x ) sen( )dx, n = 1, 2, 3 . . .
a a 0 a
4.5. 2
∂ u ∂2 u
+ 2 =0
∂x2
∂y
u( x, 0) = f ( x ), u( x, b) = g( x ), 0 < x < a
u(0, y) = h(y), u( a, y) = k (y), 0 < y < b
∞
nπx nπy
∑ cn
( g)
u( g) ( x, y) = sen senh
n =1
a a
∞
nπy nπ ( a − x )
∑ cn
(h)
u(h) ( x, y) = sen senh
n =1
b b
∞
nπy nπx
∑ cn
(k)
u(k) ( x, y) = sen senh
n =1
b b
com coeficientes dados por
Z a
(f) nπ 2 nπx
cn senh b= f ( x ) sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
a a 0 a
Z a
( g) nπ 2 nπx
cn senh b= g( x ) sen dx, n = 1, 2, 3 . . .
a a 0 a
nπa 2 b nπy
Z
(h)
cn senh = h(y) sen dy, n = 1, 2, 3 . . .
b b 0 b
Z b
(k) nπa 2 nπy
cn senh = k(y) sen dy, n = 1, 2, 3 . . .
b b 0 b
4.6. (a) Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de y,
ou seja,
u( x, y) = X ( x )Y (y)
Derivando e substituindo-se na equação obtemos
X 00 ( x )Y (y) + X ( x )Y 00 (y) = 0
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de y. Isto só é
possı́vel se eles forem iguais a uma constante
X 00 ( x ) Y 00 (t)
=− = λ.
X (x) Y (y)
X 00 ( x ) − λX ( x ) = 0, X 0 (0) = 0
n2 π 2
A segunda equação com as condições de fronteira tem solução somente se λ = 0 ou λ = b2
, para
n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solução é da forma
nπy
Y ( y ) = c1 , Y (y) = c1 cos , n = 1, 2, 3, . . .
b
são soluções.
∂u
Mas para satisfazer a condição inicial ∂x ( a, y ) = k(y), temos que ter
∞
∂u nπ nπy nπa
k(y) = ( a, y) = ∑ cn cos senh
∂x n =1
b b b
∞ h
nπ nπa i nπy
= ∑ cn b senh b cos b .
n =1
Esta é a série de Fourier de cossenos de k (y) com primeiro coeficiente nulo. Assim, pelo Corolário
5.3 na página 514 se as funções k(y), k0 (y) são contı́nuas por partes, então os coeficientes são dados
por
nπ nπa 2 b nπy
Z
cn senh = k(y) cos( )dy, n = 1, 2, 3 . . .
b b b 0 b
e para ter solução o primeiro coeficiente da série de cossenos de k(y) tem que ser igual a zero,
Z b
k(y)dy = 0
0
(b) Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de y,
ou seja,
u( x, y) = X ( x )Y (y)
Derivando e substituindo-se na equação obtemos
X 00 ( x )Y (y) + X ( x )Y 00 (y) = 0
que pode ser reescrita como
X 00 ( x ) Y 00 (y)
=−
X (x) Y (y)
O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de y. Isto só é
possı́vel se eles forem iguais a uma constante
X 00 ( x ) Y 00 (t)
=− = λ.
X (x) Y (y)
n2 π 2
A segunda equação com as condições de fronteira tem solução somente se λ = 0 ou λ = b2
, para
n = 1, 2, 3, . . . e neste caso a solução é da forma
nπy
Y ( y ) = c1 , Y (y) = c1 cos , n = 1, 2, 3, . . .
b
A primeira equação diferencial com a condição X 0 ( a) = 0 tem solução
nπ ( x − a ) nπ ( x − a ) nπ ( x − a)
X ( x ) = c2 ( e b + e− b ) = C̃2 cosh
b
Logo, o problema formado pela equação diferencial parcial e as condições de fronteira tem soluções
da forma
nπy nπ ( x − a)
un ( x, y) = X ( x )Y (y) = cn cos cosh
b b
Além disso, pode-se provar que também séries
∞
nπy nπ ( x − a)
u( x, y) = c0 + ∑ cn cos b
cosh
b
n =1
são soluções.
∂u
Mas para satisfazer a condição inicial ∂x ( a, y ) = h(y), temos que ter
∞
∂u nπ nπy nπa
h(y) = (0, y) = ∑ cn cos senh
∂x n =1
b b b
∞ h nπ nπa i nπy
= ∑ cn b senh b cos b .
n =1
Esta é a série de Fourier de cossenos de h(y) com primeiro coeficiente nulo. Assim, pelo Corolário
5.3 na página 514 se as funções h(y), h0 (y) são contı́nuas por partes, então os coeficientes são dados
por
nπ nπa 2 b nπy
Z
cn senh = k(y) cos dy, n = 1, 2, 3 . . .
b b b 0 b
e para ter solução o primeiro coeficiente da série de cossenos de h(y) tem que ser igual a zero,
Z b
h(y)dy = 0
0
(c)
u( x, y) = c0 + u( f ) ( x, y) + u( g) ( x, y) + u(h) ( x, y) + u(k) ( x, y),
em que
∞
nπx nπ (y − b)
u( f ) ( x, y) = ∑ cn cos a
cosh
a
n =1
∞
nπx nπy
u( g) ( x, y) = ∑ cn cos a
cosh
a
n =1
∞
nπy nπ ( x − a)
u(h) ( x, y) = ∑ cn cos b
cosh
b
n =1
∞
nπy nπx
u(k) ( x, y) = ∑ cn cos b
cosh
b
n =1
com coeficientes dados por
Z a
( f ) nπ nπb 2 nπx
cn senh = f ( x ) cos dx, n = 1, 2, 3 . . .
a a a 0 a
( g) nπ nπb 2 a nπx
Z
cn senh = g( x ) cos( )dx, n = 1, 2, 3 . . .
a a a 0 a
Z b
(h) nπ nπa 2 nπy
cn senh = k(y) cos dy, n = 1, 2, 3 . . .
b b b 0 b
Z b
(k) nπ nπa 2 nπy
cn senh = k (y) cos( )dy, n = 1, 2, 3 . . .
b b b 0 b
(d) Por que uma constante somada a uma solução também é solução do problema.
(e) Pois para que tenha solução f ( x ), g( x ), h(y) e k(y) tem que possuir uma série de cossenos com o
termo constante igual a zero.
4.7. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de x por uma função de y, ou seja,
u( x, y) = X ( x )Y (y)
X 00 ( x ) + X 0 ( x ) Y 00 (y)
= 1− = λ.
X (x) Y (y)
[1] Rodney Josué Biezuner: Notas de Aula de Equações Diferenciais Ordinárias Básicas. Website.
http://www.mat.ufmg.br/~rodney/notas de aula/eda.pdf.
[2] William E. Boyce e Richard C. DiPrima: Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno.
Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora S.A., Rio de Janeiro, 9a. edição, 2010.
[3] F. Brauer e J. A. Nohel: Ordinary Differential Equations: A First Course. W. A. Benjamin, Inc., New York,
1967.
[4] Ricardo Motta Pinto Coelho: Fundamentos em Ecologia. Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 2000.
[5] Djairo G. de Figueiredo e Aloisio F. Neves: Equações Diferenciais Aplicadas. SBM, Rio de Janeiro, 2a. edição,
2005.
[6] Djairo Guedes de Figueiredo: Análise de Fourier e Equações Diferenciais Parciais. IMPA, Rio de Janeiro, 1977.
[7] Morris W. Hirsch e Stephen Smale: Differential Equations, Dynamical Systems and Linear Algebra. Academic
Press, Inc., New York, 1974.
667
668 Bibliografia
[8] Donald Kreider, Donald R. Ostberg, Robert C. Kuller e Fred W. Perkins: Introdução à Análise Linear. Ao
Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro, 1972.
[9] Erwin Kreiszig: Matemática Superior. Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora S.A., Rio de Janeiro, 2a. edição,
1985.
[10] Paulo Cupertino de Lima: Equações Diferenciais C. Website. http://www.mat.ufmg.br/~lima/apostilas/apostila edc
[11] E. C. de Oliveira e M. Tygel: Métodos Matemáticos para Engenharia. SBM, Rio de Janeiro, 2005.
[12] Reginaldo J. Santos: Álgebra Linear e Aplicações. Imprensa Universitária da UFMG, Belo Horizonte, 2010.
[13] Reginaldo J. Santos: Um Curso de Geometria Analı́tica e Álgebra Linear. Imprensa Universitária da UFMG,
Belo Horizonte, 2010.
[14] Jorge Sotomayor: Lições de Equações Diferenciais Ordinárias. IMPA, Rio de Janeiro, 1979.
[15] Jaime E. Villate: Introdução aos Sistemas Dinâmicos: uma abordagem prática com Maxima. Website.
http://villate.org/doc/sistemasdinamicos/sistdinam-1 2.pdf.
[16] Dennis G. Zill: Equações Diferenciais com Aplicações em Modelagem. Thomson, São Paulo, 2a. edição, 2011.
[17] Dennis G. Zill e Michael R. Cullen: Equações Diferenciais. Makron Books, São Paulo, 3a. edição, 2001.