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MAT040 — Lista 03 de EDC

Séries de Fourier
Exercícios
Exercício 1
Considerar a função f : [0, π] → R definida por f (x) = x sen(x).

1. Determinar a série de cossenos de Fourier S[f ](x) da função f (x).


2. Esboçar os gráficos de f (x) e da série de cossenos de Fourier S[f ](x).
3. Calcular a soma da série
+∞
X (−1)n+1 1 1 1 1 1 1
2−1
=+ 2 − 2 + 2 − 2 + 2 − 2 + ···
n=1
(2n) 2 − 1 4 − 1 6 − 1 8 − 1 10 − 1 12 −1
1 1 1 1 1 1
=+ − + − + + + ··· .
1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11 11 · 13

Exercício 2
Considerar a função f : [−π, π] → R definida por f (x) = x2 .

1. Determinar a série de Fourier S[f ](x) da função f (x).


+∞
X (−1)n+1 π2
2. Calcular a soma da série = .
n=1
n2 12

+∞
X 1 π2
3. Calcular a soma da série = .
n=1
n2 6

+∞
X 1 π2
4. Calcular a soma da série 2
= .
n=1
(2n − 1) 8

+∞
X 1 π2
5. Calcular a soma da série 2
= .
n=1
(2n) 24

Equações diferenciais parciais


Exercícios
Exercício 3
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão

∂u(x, t) 1 ∂ 2 u(x, t)
EDP − = 0, 0 < x < 1, 0 < t;
∂t 4 ∂x2
CF ux (0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF ux (1, t) = 0, 0 ⩽ t;
CI u(x, 0) = f (x) = 100x(1 − x), 0 ⩽ x ⩽ 1.

1
2

Exercício 4
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão

∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − α2 = 0, − L ⩽ x ⩽ +L, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF u(−L, t) = u(+L, t), 0 ⩽ t;
CF ux (−L, t) = ux (+L, t), 0 ⩽ t;
h  π i3
CI u(x, 0) = f (x) = cos x , − L ⩽ x ⩽ +L.
L

Exercício 5
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão

∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − α2 = 0, 0 ⩽ x ⩽ +L, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF ux (0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF u(+L, t) = 0, 0 ⩽ t;
CI u(x, 0) = f (x), 0 ⩽ x ⩽ +L.

Exercício 6
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira

∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − 32 + 2u(x, t) = 0, 0 < x < +π, 0 < t;
∂t ∂x2
CF u(0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF u(π, t) = 0, 0 ⩽ t;
CI u(x, 0) = f (x) = sen (4x) , 0 ⩽ x ⩽ +π.

Sugestões:

(1) Procurar solução na forma u(x, t) = exp(−2t)w(x, t) e determinar a função w(x, t) ou então . . .
(2) Procurar solução na forma u(x, t) = X(x)T (t) e usar o método de separação de variáveis, também
denominado método de expansão em autofunções.

Exercício 7
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão

∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − α2 + βu(x, t) = 0, 0 ⩽ x ⩽ +L, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF u(0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF u(+L, t) = 0, 0 ⩽ t;
N
X  nπ 
CI u(x, 0) = f (x) = bn sen x , − L ⩽ x ⩽ +L.
n=1
L
3

Exercício 8
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão

∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP −2 = 0, 0 ⩽ x ⩽ +1, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF ux (0, t) = +1, 0 ⩽ t;
CF u(+1, t) = −1, 0 ⩽ t;
 3π  5
CI u(x, 0) = f (x) = x + cos2 x − , 0 ⩽ x ⩽ +1.
4 2

Exercício 9
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão-convecção

∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t) ∂u(x, t)


EDP − + = 0, 0 < x < L, 0 < t;
∂t ∂x2 ∂x
CF u(0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF u(L, t) = 0, 0 ⩽ t;
x
CI u(x, 0) = f (x) = exp , 0 ⩽ x ⩽ L.
2
Sugestão: Procure solução na forma
 
x − t/2
u(x, t) = exp w(x, t).
2

Essa forma de u(x, t) essencialmente fatora a parte da solução que é devida ao termo de convecção
−ux (x, t) da EDP. Note que o fator exponencial consiste de uma exponencial “viajante” que se move
para a direita com velocidade 1/2. Depois de derivar de acordo com a necessidade e substituir na EDP
da difusão-conveção, determine o problema para a função w(x, t), que é um problema mais simples e
possivelmente já resolvido.

Respostas e soluções

Solução 1
1. Como o objetivo é obter uma série de cossenos de Fourier S[f ](x) para f (x), devemos estender essa
função da forma apropriada. A função f : [0, +π] → R definida por f (x) = x sen(x) deve ser estendida
ao intervalo f : [−π, +π] → R como função par e, posteriormente, deve ser estendida a toda a reta real
f : R → R como função 2π-periódica.
Dessa forma, a série de Fourier S[f ](x) da função f (x) assim estendida é uma série de Fourier de
cossenos. Os coeficientes de Euler-Fourier podem ser calculados pelas fórmulas alternativas.
Para o coeficiente a0 temos

2 +π
Z
a0 = x sen(x) dx
π 0
π
2
= (x(− cos(x)) − 1(− sen(x)))
π
0
2
= [−π cos(π)]
π
= 2.
4

Para os demais coeficientes an temos

2 +π
Z
an = x sen(x) cos(nx) dx
π 0
Z +π
1
= x[2 cos(nx) sen(x)] dx
π 0
Z +π
1
= x[sen((n + 1)x) − sen((n − 1)x)] dx
π 0
     +π
1 cos((n + 1)x) cos((n − 1)x) sen((n + 1)x) sen((n − 1)x)
= x − + − − − .
π n+1 n−1 (n + 1)2 (n − 1)2
0

A análise deve ser dividida em dois casos. No caso em que n ̸= 1 temos


 
1 π cos((n + 1)π) π cos((n − 1)π)
an = − +
π n+1 n−1
n+1 n−1
(−1) (−1)
=− +
n+1 n−1
 
1 1
= (−1)n−1 −
n−1 n+1
n−1
2(−1)
=
(n − 1)(n + 1)
2(−1)n−1
= .
n2 − 1
No caso em que n = 1 temos

2 +π
Z
a1 = x sen(x) cos(x) dx
π 0
1 +π
Z
= x sen(2x) dx
π 0
     +π
1 cos(2x) sen(2x)
= x − − −
π 2 22
0
 
1 π cos(2π)
= −
π 2
1
=− .
2
Consequentemente, a série de cossenos de Fourier da função f (x) = x sen(x) é
+∞
1 X 2(−1)n−1
S[f ](x) = 1 − cos(1x) + cos(nx)
2 n=2
n2 − 1
 
1 1 1 1 1
= 1 − cos(1x) − 2 cos(2x) − cos(3x) + cos(4x) − cos(5x) + · · · .
2 22 − 1 32 − 1 42 − 1 52 − 1

Outra apresentação possível para a série é


+∞
1 X 2(−1)n−1
S[f ](x) = 1 − cos(1x) + cos(nx)
2 n=2
(n − 1)(n + 1)
 
1 1 1 1 1
= 1 − cos(1x) − 2 cos(2x) − cos(3x) + cos(4x) − cos(5x) + · · ·
2 1·3 2·4 3·5 4·6
5

2. As figuras abaixo mostram: primeiro, o gráfico de f (x); segundo, os gráficos de uma soma parcial da
série de Fourier S3 [f ](x) com apenas três parcelas juntamente com o gráfico de f (x) para comparação;
terceiro, o gráfico da soma da série de Fourier de f (x). Como f (x) é contínua em todos os pontos de
seu domínio, pelo Teorema de Dirichlet sobre a convergência pontual da série de Fourier os gráficos
de f (x) e de S[f ](x) são exatamente iguais.

Gráfico de f (x):

Gráfico da soma parcial S3 [f ](x) da série de Fourier de


f (x).

Gráfico da soma da série de Fourier de f (x).

3. Basta usar o teorema sobre a convergência das séries de Fourier com o valor x = π/2 (ponto de
continuidade da função) para obter

 
π 1 1 1 1 1
=1−2 − + − + − + ···
2 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
π 2 2 2 2 2
∴ =1+ − + − + − ···
2 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
π 2 2 2 2 2
∴ −1=+ − + − + − ···
2 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
π−2 1 1 1 1 1
=+ − + − + − ··· .
4 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
6

Portanto,
+∞
X (−1)n+1 1 1 1 1 1 1
2−1
=+ 2 − 2 + 2 − 2 + 2 − 2 + ···
n=1
(2n) 2 − 1 4 − 1 6 − 1 8 − 1 10 − 1 12 −1
1 1 1 1 1 1
=+ − + − + + + ···
1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11 11 · 13
π−2
= .
4

Solução 2
+∞
π2 X (−1)n
1. S[f ](x) = +4 cos(nx).
3 n=1
n2
+∞
X (−1)n+1 π2
2. usar a série de Fourier de f em x = 0 e deduzir que = .
n=1
n2 12
+∞
X 1 π2
3. Usar a série de Fourier de f em x = π e deduzir que 2
= .
n=1
n 6
+∞
X 1 π2
4. Usar os dois primeiros resultados e deduzir que = .
n=1
(2n − 1)2 8
+∞
X 1 π2
5. Usar os dois primeiros resultados e deduzir que = .
n=1
(2n)2 24

Solução 3 A solução formal é


+∞
−n2 π 2
 
a0 X
u(x, t) = + an cos(nπx) exp t .
2 n=1
4

O coeficiente a0 é dado por

2 +1
Z
a0 = 100x(1 − x) dx
1 0
100
= .
3
Os demais coeficientes an para n ∈ N são dados por

2 +1
Z
an = 100x(1 − x) cos(nπx) dx
1 0
200[1 + (−1)n ]
=− (n ∈ N).
π 2 n2
Logo, a solução é
+∞
50 X 200[1 + (−1)n ]
 2 2 
n π
u(x, t) = − 2 2
cos(nπx) exp − t .
3 n=1
π n 4

Observamos que a solução estacionária, isto é, o valor limite da solução quando t tende ao infinito, é
+∞
50 X 200[1 + (−1)n ]
 2 2 
n π 50
lim u(x, t) = lim − 2 n2
cos(nπx) exp − t = .
t→+∞ t→+∞ 3 π 4 3
n=1
7

Solução 4 A solução formal é


+∞  2 2 2 
a0 X h  nπ   nπ i n π α
u(x, t) = + an cos x + bn sen x exp − t .
2 n=1
L L L2

O coeficiente a0 é dado por


Z +L
2
a0 = f (x) dx .
L 0

Os demais coeficientes an para n ∈ N são dados por


Z +L
2  nπ 
an = f (x) cos x dx .
L 0 L

Além disso, os coeficientes bn para n ∈ N são dados por


Z +L
2  nπ 
bn = f (x) cos x dx .
L 0 L

Entretanto, através da fórmula trigonométrica


1 
cos(a) cos(b) = cos(a + b) + cos(a − b)
2
escrevemos
1
[cos(a)]3 = cos(a)[cos(a) cos(a)] = cos(a) [cos(2a) + cos(0)]
2
1 1 1 1
= [cos(a) cos(2a)] + cos(a) = [cos(3a) + cos(−a)] + cos(a)
2 2 4 2
1 3
= cos(3a) + cos(a).
4 4
Assim,
h  π i3 3 π  1  3π 
cos x = cos x + cos x
L 4 L 4 L
e, portanto, a0 = 0, a1 = 34 , a2 = 0, a3 = 1/4, an = 0 para n ⩾ 4 e bn = 0 para todo n ∈ N. Logo, a solução é

3  1π   12 π 2 α 2  1  3π   32 π 2 α2 
u(x, t) = cos x exp − t + cos x exp − t .
4 L L2 4 L L2

Solução 5 A solução formal é


+∞
(2n − 1)2 π 2 α2
X  (2n − 1)π   
u(x, t) = a2n−1 cos x exp − t .
n=1
2L 22 L2

Os coeficientes a2n−1 para n ∈ N são dados por


Z +L  (2n − 1)π 
2
a2n−1 = f (x) cos x dx ,
L 0 2L

em que realizamos a extensão de f à reta real em três etapas:


1. extensão de f ao intervalo [0, 2L] como função simétrica em relação ao ponto x = L;
2. extensão de f ao intervalo [−2L, +2L] como função par;
8

3. extensão de f à reta real como função 4L-periódica.

Solução 6 Apresentamos duas soluções, que são detalhadas a seguir.


Solução 1: O problema de valor inicial e de fronteira modela a difusão térmica em uma barra fina e
extensa, de comprimento L = π, feita de material homogêneo e condutor de calor, com temperatura inicial
dada por u(x, 0) = f (x) = sen(4x) e com as duas extremidades da barra mantidas a temperaturas fixas
iguais a zero, u(0, t) = 0 e u(π, t) = 0. A parcela ut (x, t) indica a taxa de variação da temperatura em
relação ao tempo no ponto da barra de abscissa x e no instante t. Essa taxa de variação depende do termo
−α2 uxx (x, t) que decorre da difusão térmica; e também depende do termo +βu(x, t) que decorre da perda
de energia para o meio ambiente, que supomos estar à temperatura nula.
Como a barra não está perfeitamente isolada termicamente ao longo de seu comprimento, em decorrên-
cia dessa interpretação física do problema procuramos solução na forma
u(x, t) = exp (−2t) w(x, t)
em que w(x, t) é uma nova função incógnita a ser determinada. Para estabelecer a equação diferencial parcial
associada a w(x, t) devemos calcular as derivadas parciais de u(x, t) envolvidas na equação da difusão
térmica,
∂u(x, t) ∂w(x, t) ∂u(x, t) ∂w(x, t)
= −2 exp (−2t) w(x, t) + exp (−2t) ; = exp (−2t) ;
∂t ∂t ∂x ∂x
∂ 2 u(x, t) ∂ 2 w(x, t)
= exp (−2t) .
∂x2 ∂x2
Agora substituímos essas expressões na equação diferencial parcial dada e obtemos
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
− 32 + 2u(x, t) = 0
∂t ∂x2
∂w(x, t) ∂ 2 w(x, t)
∴ −2 exp (−2t) w(x, t) + exp (−2t) − 32 exp (−2t) + 2 exp (−2t) w(x, t) = 0
∂t ∂x2
(( ∂w(x, t) ∂ 2 w(x, t) ((
∴ −( 2 exp (−2t)
((( w(x, t) + exp (−2t) − 32 exp (−2t) +(2 exp (−2t)
((( w(x, t) = 0
(( ∂t ∂x2 ((
∂w(x, t) ∂ 2 w(x, t)
∴ + exp (−2t) − 32 exp (−2t) =0
 ∂t ∂x2
∂ 2 w(x, t)

∂w(x, t)
∴ + exp (−2t) − 32 =0 (exp (−2t) ̸= 0)
∂t ∂x2
∂w(x, t) ∂ 2 w(x, t)
∴ − 32 =0
∂t ∂x2
que é a equação da difusão relacionada a uma barra totalmente isolada.
As condições de fronteira são tais que
u(0, t) = exp (−2t) w(0, t) = 0 ⇒ w(0, t) = 0;
u(π, t) = exp (−2t) w(π, t) = 0 ⇒ w(π, t) = 0,
que são as condições homogêneas do tipo de Dirichlet, em que fixamos os valores da função (iguais a zero)
nas duas extremidades da barra.
Adicionalmente, a condição inicial é tal que
u(x, 0) = exp (−2 · 0) w(x, 0) = f (x) ⇒ w(x, 0) = f (x),
que é a mesma condição inicial do problema original.
Portanto, a nova função incógnita w(x, t) é solução do problema de valor inicial e de fronteira
∂w(x, t) ∂ 2 w(x, t)
EDP − 32 = 0, 0 < x < π, 0 < t;
∂t ∂x2
CF w(0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF w(π, t) = 0, 0 ⩽ t;
CI w(x, 0) = f (x) = sen (4x) , 0 ⩽ x ⩽ π.
9

A solução formal desse problema já foi suficientemente detalhada e é dada por

+∞  nπ   2 2 2 
X n
π3
w(x, t) = bn sen x exp − 2
t
n=1
π π

+∞
X
bn sen (nx) exp −32 n2 t .

=
n=1

Os coeficientes bn ∈ R para n ∈ N são exatamente os coeficientes da série de Fourier de senos da extensão


ímpar e 2π-periódica da função f e valem

Z +π
2
bn = f (x) sen (nx) dx (n ∈ N).
π 0

Como f (x) = sen(4x), os coeficientes da série de Fourier de senos da extensão ímpar e 2π-periódica de
f podem ser avaliados por simples inspeção,

n bn wn (x, y)
n=1; b1 = 0; w1 (x, y)= 0;
n=2; b2 = 0; w2 (x, y)= 0
n=3; b3 = 0; w3 (x, y)= 0

n=4; b4 =+1; w4 (x, y)=+1 sen(4x) exp −32 42 t
n⩾5; bn = 0; wn (x, t)= 0

Logo, a solução w(x, t) do problema auxiliar é

w(x, t) = w4 (x, t)
= +1 sen(4x) exp (−144t) .

Finalmente, a solução do problema original é

u(x, t) = exp(−2t)w(x, t)
= exp(−2t) sen(4x) exp (−144t)
= sen(4x) exp (−146t) .

Solução 2: Usamos o método de separação de variáveis, também denominado método de expansão em


autofunções, e procuramos a solução na forma

u(x, t) = X(x)T (t).

As derivadas parciais de u(x, t) em relação às variáveis t e x são

∂u(x, t) ∂u(x, t)
= X(x)T ′ (t); = X ′ (x)T (t);
∂t ∂x
∂ 2 u(x, t)
= X ′′ (x)T (t).
∂x2
10

Agora substituímos essas expressões na equação diferencial parcial dada e obtemos

∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
− 32 + 2u(x, t) = 0
∂t ∂x2
∴ X(x)T ′ (t) − 32 X ′′ (x)T (t) + 2X(x)T (t) = 0 (X(x)T (t) ̸= 0)
X(x)T
  ′ (t) X ′′ (x)
T (t)
 X(x)T
 (t)

∴   − 32 + 2 
=0
X(x)T

 (t) X(x) T (t)
 X(x)T
 (t)
T ′ (t) X ′′ (x)
∴ − 32 +2=0
T (t) X(x)
X ′′ (x) T ′ (t)
∴ 32 = +2
X(x) T (t)
X ′′ (x) 1 T ′ (t) 2
∴ = 2 + 2.
X(x) 3 T (t) 3

Como a igualdade precedente é válida para todo x ∈ [0, +π] e para todo t > 0 e já que o lado esquerdo da
igualdade depende apenas da variável espacial x e o lado direito da igualdade depende apenas da variável
temporal t, deduzimos que essas duas expressões são iguais a uma constante, denotada por σ e denominada
constante de separação. Consequentemente,

X ′′ (x) 1 T ′ (t) 2
= 2 + 2 = σ,
X(x) 3 T (t) 3

o que é equivalente a

X ′′ (x) 1 T ′ (t) 2
= σ; + 2 =σ
X(x) 32 T (t) 3
X ′′ (x) − σX(x) = 0; T ′ (t) − 32 σ − 2 T (t) = 0.


Dessa forma a equação diferencial parcial ut (x, t)−32 uxx (x, t)+2u(x, t) = 0 transforma-se em duas equações
diferenciais ordinárias,

X ′′ (x) − σX(x) = 0; T ′ (t) − 32 σ − 2 T (t) = 0.




As condições de fronteira são tais que

u(0, t) = X(0)T (t) = 0 ⇒ X(0) = 0;


u(π, t) = X(π)T (t) = 0 ⇒ X(π) = 0.

De fato, em caso contrário devemos ter T (t) ≡ 0 e isso significa que u(x, t) ≡ 0, que é solução da equação
diferencial parcial e também verifica as condições de fronteira mas não é suficiente para os propósitos do
problema, em vista da condição inicial u(x, 0) = f (x).
Em resumo, a equação diferencial parcial juntamente com as condições homogêneas de fronteira do tipo
de Dirichlet conduzem a duas equações diferenciais ordinárias, sendo uma delas associada a condições de
fronteira também homogêneas,

X ′′ (x) − σX(x) = 0; T ′ (t) − 32 σ − 2 T (t) = 0;




X(0) = 0; X(π) = 0.

A análise do problema de valor de fronteira na variável espacial x é feita em três casos separados.
C ASO 1: CONSTANTE DE SEPARAÇÃO POSITIVA . No caso em que σ > 0 escrevemos σ = +λ2 > 0 e a
solução geral da equação diferencial X ′′ (x) − λ2 X(x) = 0 é X(x) = A exp(+λx) + B exp(−λx). Em vista das
condições de fronteira homogêneas, X(0) = 0 e X(π) = 0 implicam que A = 0 e B = 0, isto é, X(x) ≡ 0.
Isso significa que u(x, t) ≡ 0, que é solução da equação diferencial parcial e verifica as condições de fronteira
mas não é suficiente para os propósitos do problema, em vista da condição inicial u(x, 0) = f (x).
11

C ASO 2: CONSTANTE DE SEPARAÇÃO NULA . No caso em que σ = 0 a solução geral da equação diferen-
cial X ′′ (x) − λ2 X(x) = 0 é X(x) = A + Bx. Em vista das condições de fronteira homogêneas, X(0) = 0 e
X(π) = 0 implicam que A = 0 e B = 0, isto é, X(x) ≡ 0 e novamente obtemos somente a solução trivial
u(x, t) ≡ 0 que possivelmente não resolve a condição inicial u(x, 0) = f (x).
C ASO 3: CONSTANTE DE SEPARAÇÃO NEGATIVA . No caso em que σ < 0 escrevemos σ = −λ2 < 0 e a
solução geral da equação diferencial X ′′ (x) + λ2 X(x) = 0 é X(x) = A cos(λx) + B sen(λx). Em vista das
condições de fronteira homogêneas, X(0) = 0 e X(π) = 0 implicam que A = 0 e B sen(λx) = 0. Nesse
último caso selecionamos B ̸= 0; consequentemente, sen(λπ) = 0, isto é, λ = λn = n com n ∈ N são os
autovalores e X(x) = Xn (x) = Bn sen(nx) com n ∈ N são as correspondentes autofunções.
Associados aos autovalores λn = n com n ∈ N temos a equação diferencial ordinária na variável tempo-
ral t,

T ′ (t) − 32 −n2 − 2 T (t) = 0


 

T ′ (t)
dt = −32 n2 − 2 dt


T (t)
Z ′ Z
T (t)
−32 n2 − 2 dt

∴ dt =
T (t)
∴ ln |T (t)| = −32 n2 t − 2t + cn
exp (ln |T (t)|) = exp −32 n2 t − 2t exp (cn )


Tn (t) = Cn exp −32 n2 t − 2t

∴ (Cn = exp(cn ); n ∈ N).

Logo,

un (x, t) = Xn (x)Tn (t)


= Bn sen (nx) Cn exp −32 n2 t − 2t


= bn sen (nx) exp −32 n2 t − 2t



(bn = Bn Cn ; n ∈ N)

que é solução da equação diferencial parcial e das condições de fronteira mas não é suficiente para os pro-
pósitos do problema, em vista da condição inicial u(x, 0) = f (x).
Sendo assim, usamos o princípio da superposição generalizado e escrevemos a solução formal como
+∞
X
u(x, t) = un (x, t)
n=0
+∞
X
bn sen(nx) exp −32 n2 t − 2t .

=
n=0

A solução formal resolve a equação diferencial parcial e as condições de fronteira. Resta determinar os
coeficientes bn ∈ R com n ∈ N de modo que a condição inicial também seja verificada. Para isso, devemos
verificar a condição

f (x) = u(x, 0)
+∞
X
bn sen(nx) exp −32 n2 · 0 − 2 · 0

=
n=0
+∞
X
= bn sen(nx).
n=0

Para isso, realizamos a extensão ímpar e 2π-periódica da função f e os coeficientes bn são exatamente os
coeficientes da série de Fourier de senos de f e valem

2 +π
Z
bn = f (x) sen(nx) dx (n ∈ N).
π 0
12

Como f (x) = sen(4x), os coeficientes da série de Fourier de senos da extensão ímpar e 2π-periódica de
f podem ser avaliados por simples inspeção

n bn un (x, y)
n=1; b1 = 0; u1 (x, y)= 0;
n=2; b2 = 0; u2 (x, y)= 0
n=3; b3 = 0; u3 (x, y)= 0

n=4; b4 =+1; u4 (x, y)=+1 sen(4x) exp −32 42 t
n⩾5; bn = 0; un (x, t)= 0

Finalmente, a solução do problema original é

u(x, t) = u4 (x, t)
= sen(4x) exp −32 42 t − 2t


= sen(4x) exp (−146t) .

Solução 7 A solução é
+∞  nπ    2 2 2 
X n π α
u(x, t) = + bn sen x exp − − b t .
n=1
L L2

Solução 8 A solução é da forma

u(x, t) = v(x) + w(x, t)

em que a função v(x) resolve a EDP e as condições não homogêneas de fronteira; por outro lado, a função
w(x, t) resolve a EDP e as condições homogêneas de fronteira.
Mais especificamente, a função v(x) é solução do problema de valor de fronteira

∂v(x) ∂ 2 v(x)
EDO −2 = v ′′ (x) = 0, 0 ⩽ x ⩽ +1;
∂t ∂x2
CF vx (0) = +1;
CF v(+1) = −1.

Logo, v(x) = x − 2.
E a função w(x, t) é solução do problema de valor inicial e de fronteira

∂w(x, t) ∂ 2 w(x, t)
EDP −2 = 0, 0 ⩽ x ⩽ +1, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF wx (0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF w(+1, t) = 0, 0 ⩽ t;
1  3π 
CI u(x, 0) = f (x) − v(x) = cos x , 0 ⩽ x ⩽ +1.
2 2
13

Observamos que a condição inicial do problema para a função w(x, t) é

w(x, 0) = f (x) − v(x)


h  3π  5 i
= x + cos2 x − − [x − 2]
4 2
h 1 1  2 · 3π  5 i
= x + + cos x − − [x − 2]
2 2 4 2
1  3π 
= cos x .
2 2
Logo,

1  3π   32 π 2 
w(x, t) = cos x exp − t .
2 2 2
Finalmente, a solução do problema original é

u(x, t) = v(x) + w(x, t)


 32 π 2  +∞   2 2 2 
1  3π  X  nπ  n π α
= x − 2 + cos x exp − t .+ bn sen x exp − −b t .
2 2 2 n=1
L L2

Solução 9 A solução do problema é


  +∞
4 (x − t/2) X 1
u(x, t) = exp − sen((2n − 1)πx).
π 2 n=1
(2n − 1)

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