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Séries de Fourier
Exercícios
Exercício 1
Considerar a função f : [0, π] → R definida por f (x) = x sen(x).
Exercício 2
Considerar a função f : [−π, π] → R definida por f (x) = x2 .
+∞
X 1 π2
3. Calcular a soma da série = .
n=1
n2 6
+∞
X 1 π2
4. Calcular a soma da série 2
= .
n=1
(2n − 1) 8
+∞
X 1 π2
5. Calcular a soma da série 2
= .
n=1
(2n) 24
∂u(x, t) 1 ∂ 2 u(x, t)
EDP − = 0, 0 < x < 1, 0 < t;
∂t 4 ∂x2
CF ux (0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF ux (1, t) = 0, 0 ⩽ t;
CI u(x, 0) = f (x) = 100x(1 − x), 0 ⩽ x ⩽ 1.
1
2
Exercício 4
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − α2 = 0, − L ⩽ x ⩽ +L, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF u(−L, t) = u(+L, t), 0 ⩽ t;
CF ux (−L, t) = ux (+L, t), 0 ⩽ t;
h π i3
CI u(x, 0) = f (x) = cos x , − L ⩽ x ⩽ +L.
L
Exercício 5
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − α2 = 0, 0 ⩽ x ⩽ +L, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF ux (0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF u(+L, t) = 0, 0 ⩽ t;
CI u(x, 0) = f (x), 0 ⩽ x ⩽ +L.
Exercício 6
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − 32 + 2u(x, t) = 0, 0 < x < +π, 0 < t;
∂t ∂x2
CF u(0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF u(π, t) = 0, 0 ⩽ t;
CI u(x, 0) = f (x) = sen (4x) , 0 ⩽ x ⩽ +π.
Sugestões:
(1) Procurar solução na forma u(x, t) = exp(−2t)w(x, t) e determinar a função w(x, t) ou então . . .
(2) Procurar solução na forma u(x, t) = X(x)T (t) e usar o método de separação de variáveis, também
denominado método de expansão em autofunções.
Exercício 7
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP − α2 + βu(x, t) = 0, 0 ⩽ x ⩽ +L, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF u(0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF u(+L, t) = 0, 0 ⩽ t;
N
X nπ
CI u(x, 0) = f (x) = bn sen x , − L ⩽ x ⩽ +L.
n=1
L
3
Exercício 8
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
EDP −2 = 0, 0 ⩽ x ⩽ +1, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF ux (0, t) = +1, 0 ⩽ t;
CF u(+1, t) = −1, 0 ⩽ t;
3π 5
CI u(x, 0) = f (x) = x + cos2 x − , 0 ⩽ x ⩽ +1.
4 2
Exercício 9
Resolver o problema de valor inicial e de fronteira para a equação da difusão-convecção
Essa forma de u(x, t) essencialmente fatora a parte da solução que é devida ao termo de convecção
−ux (x, t) da EDP. Note que o fator exponencial consiste de uma exponencial “viajante” que se move
para a direita com velocidade 1/2. Depois de derivar de acordo com a necessidade e substituir na EDP
da difusão-conveção, determine o problema para a função w(x, t), que é um problema mais simples e
possivelmente já resolvido.
Respostas e soluções
Solução 1
1. Como o objetivo é obter uma série de cossenos de Fourier S[f ](x) para f (x), devemos estender essa
função da forma apropriada. A função f : [0, +π] → R definida por f (x) = x sen(x) deve ser estendida
ao intervalo f : [−π, +π] → R como função par e, posteriormente, deve ser estendida a toda a reta real
f : R → R como função 2π-periódica.
Dessa forma, a série de Fourier S[f ](x) da função f (x) assim estendida é uma série de Fourier de
cossenos. Os coeficientes de Euler-Fourier podem ser calculados pelas fórmulas alternativas.
Para o coeficiente a0 temos
2 +π
Z
a0 = x sen(x) dx
π 0
π
2
= (x(− cos(x)) − 1(− sen(x)))
π
0
2
= [−π cos(π)]
π
= 2.
4
2 +π
Z
an = x sen(x) cos(nx) dx
π 0
Z +π
1
= x[2 cos(nx) sen(x)] dx
π 0
Z +π
1
= x[sen((n + 1)x) − sen((n − 1)x)] dx
π 0
+π
1 cos((n + 1)x) cos((n − 1)x) sen((n + 1)x) sen((n − 1)x)
= x − + − − − .
π n+1 n−1 (n + 1)2 (n − 1)2
0
2 +π
Z
a1 = x sen(x) cos(x) dx
π 0
1 +π
Z
= x sen(2x) dx
π 0
+π
1 cos(2x) sen(2x)
= x − − −
π 2 22
0
1 π cos(2π)
= −
π 2
1
=− .
2
Consequentemente, a série de cossenos de Fourier da função f (x) = x sen(x) é
+∞
1 X 2(−1)n−1
S[f ](x) = 1 − cos(1x) + cos(nx)
2 n=2
n2 − 1
1 1 1 1 1
= 1 − cos(1x) − 2 cos(2x) − cos(3x) + cos(4x) − cos(5x) + · · · .
2 22 − 1 32 − 1 42 − 1 52 − 1
2. As figuras abaixo mostram: primeiro, o gráfico de f (x); segundo, os gráficos de uma soma parcial da
série de Fourier S3 [f ](x) com apenas três parcelas juntamente com o gráfico de f (x) para comparação;
terceiro, o gráfico da soma da série de Fourier de f (x). Como f (x) é contínua em todos os pontos de
seu domínio, pelo Teorema de Dirichlet sobre a convergência pontual da série de Fourier os gráficos
de f (x) e de S[f ](x) são exatamente iguais.
Gráfico de f (x):
3. Basta usar o teorema sobre a convergência das séries de Fourier com o valor x = π/2 (ponto de
continuidade da função) para obter
π 1 1 1 1 1
=1−2 − + − + − + ···
2 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
π 2 2 2 2 2
∴ =1+ − + − + − ···
2 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
π 2 2 2 2 2
∴ −1=+ − + − + − ···
2 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
π−2 1 1 1 1 1
=+ − + − + − ··· .
4 1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11
6
Portanto,
+∞
X (−1)n+1 1 1 1 1 1 1
2−1
=+ 2 − 2 + 2 − 2 + 2 − 2 + ···
n=1
(2n) 2 − 1 4 − 1 6 − 1 8 − 1 10 − 1 12 −1
1 1 1 1 1 1
=+ − + − + + + ···
1 · 3 3 · 5 5 · 7 7 · 9 9 · 11 11 · 13
π−2
= .
4
Solução 2
+∞
π2 X (−1)n
1. S[f ](x) = +4 cos(nx).
3 n=1
n2
+∞
X (−1)n+1 π2
2. usar a série de Fourier de f em x = 0 e deduzir que = .
n=1
n2 12
+∞
X 1 π2
3. Usar a série de Fourier de f em x = π e deduzir que 2
= .
n=1
n 6
+∞
X 1 π2
4. Usar os dois primeiros resultados e deduzir que = .
n=1
(2n − 1)2 8
+∞
X 1 π2
5. Usar os dois primeiros resultados e deduzir que = .
n=1
(2n)2 24
2 +1
Z
a0 = 100x(1 − x) dx
1 0
100
= .
3
Os demais coeficientes an para n ∈ N são dados por
2 +1
Z
an = 100x(1 − x) cos(nπx) dx
1 0
200[1 + (−1)n ]
=− (n ∈ N).
π 2 n2
Logo, a solução é
+∞
50 X 200[1 + (−1)n ]
2 2
n π
u(x, t) = − 2 2
cos(nπx) exp − t .
3 n=1
π n 4
Observamos que a solução estacionária, isto é, o valor limite da solução quando t tende ao infinito, é
+∞
50 X 200[1 + (−1)n ]
2 2
n π 50
lim u(x, t) = lim − 2 n2
cos(nπx) exp − t = .
t→+∞ t→+∞ 3 π 4 3
n=1
7
3 1π 12 π 2 α 2 1 3π 32 π 2 α2
u(x, t) = cos x exp − t + cos x exp − t .
4 L L2 4 L L2
+∞ nπ 2 2 2
X n
π3
w(x, t) = bn sen x exp − 2
t
n=1
π π
+∞
X
bn sen (nx) exp −32 n2 t .
=
n=1
Z +π
2
bn = f (x) sen (nx) dx (n ∈ N).
π 0
Como f (x) = sen(4x), os coeficientes da série de Fourier de senos da extensão ímpar e 2π-periódica de
f podem ser avaliados por simples inspeção,
n bn wn (x, y)
n=1; b1 = 0; w1 (x, y)= 0;
n=2; b2 = 0; w2 (x, y)= 0
n=3; b3 = 0; w3 (x, y)= 0
n=4; b4 =+1; w4 (x, y)=+1 sen(4x) exp −32 42 t
n⩾5; bn = 0; wn (x, t)= 0
w(x, t) = w4 (x, t)
= +1 sen(4x) exp (−144t) .
u(x, t) = exp(−2t)w(x, t)
= exp(−2t) sen(4x) exp (−144t)
= sen(4x) exp (−146t) .
∂u(x, t) ∂u(x, t)
= X(x)T ′ (t); = X ′ (x)T (t);
∂t ∂x
∂ 2 u(x, t)
= X ′′ (x)T (t).
∂x2
10
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
− 32 + 2u(x, t) = 0
∂t ∂x2
∴ X(x)T ′ (t) − 32 X ′′ (x)T (t) + 2X(x)T (t) = 0 (X(x)T (t) ̸= 0)
X(x)T
′ (t) X ′′ (x)
T (t)
X(x)T
(t)
∴ − 32 + 2
=0
X(x)T
(t) X(x) T (t)
X(x)T
(t)
T ′ (t) X ′′ (x)
∴ − 32 +2=0
T (t) X(x)
X ′′ (x) T ′ (t)
∴ 32 = +2
X(x) T (t)
X ′′ (x) 1 T ′ (t) 2
∴ = 2 + 2.
X(x) 3 T (t) 3
Como a igualdade precedente é válida para todo x ∈ [0, +π] e para todo t > 0 e já que o lado esquerdo da
igualdade depende apenas da variável espacial x e o lado direito da igualdade depende apenas da variável
temporal t, deduzimos que essas duas expressões são iguais a uma constante, denotada por σ e denominada
constante de separação. Consequentemente,
X ′′ (x) 1 T ′ (t) 2
= 2 + 2 = σ,
X(x) 3 T (t) 3
o que é equivalente a
X ′′ (x) 1 T ′ (t) 2
= σ; + 2 =σ
X(x) 32 T (t) 3
X ′′ (x) − σX(x) = 0; T ′ (t) − 32 σ − 2 T (t) = 0.
Dessa forma a equação diferencial parcial ut (x, t)−32 uxx (x, t)+2u(x, t) = 0 transforma-se em duas equações
diferenciais ordinárias,
De fato, em caso contrário devemos ter T (t) ≡ 0 e isso significa que u(x, t) ≡ 0, que é solução da equação
diferencial parcial e também verifica as condições de fronteira mas não é suficiente para os propósitos do
problema, em vista da condição inicial u(x, 0) = f (x).
Em resumo, a equação diferencial parcial juntamente com as condições homogêneas de fronteira do tipo
de Dirichlet conduzem a duas equações diferenciais ordinárias, sendo uma delas associada a condições de
fronteira também homogêneas,
X(0) = 0; X(π) = 0.
A análise do problema de valor de fronteira na variável espacial x é feita em três casos separados.
C ASO 1: CONSTANTE DE SEPARAÇÃO POSITIVA . No caso em que σ > 0 escrevemos σ = +λ2 > 0 e a
solução geral da equação diferencial X ′′ (x) − λ2 X(x) = 0 é X(x) = A exp(+λx) + B exp(−λx). Em vista das
condições de fronteira homogêneas, X(0) = 0 e X(π) = 0 implicam que A = 0 e B = 0, isto é, X(x) ≡ 0.
Isso significa que u(x, t) ≡ 0, que é solução da equação diferencial parcial e verifica as condições de fronteira
mas não é suficiente para os propósitos do problema, em vista da condição inicial u(x, 0) = f (x).
11
C ASO 2: CONSTANTE DE SEPARAÇÃO NULA . No caso em que σ = 0 a solução geral da equação diferen-
cial X ′′ (x) − λ2 X(x) = 0 é X(x) = A + Bx. Em vista das condições de fronteira homogêneas, X(0) = 0 e
X(π) = 0 implicam que A = 0 e B = 0, isto é, X(x) ≡ 0 e novamente obtemos somente a solução trivial
u(x, t) ≡ 0 que possivelmente não resolve a condição inicial u(x, 0) = f (x).
C ASO 3: CONSTANTE DE SEPARAÇÃO NEGATIVA . No caso em que σ < 0 escrevemos σ = −λ2 < 0 e a
solução geral da equação diferencial X ′′ (x) + λ2 X(x) = 0 é X(x) = A cos(λx) + B sen(λx). Em vista das
condições de fronteira homogêneas, X(0) = 0 e X(π) = 0 implicam que A = 0 e B sen(λx) = 0. Nesse
último caso selecionamos B ̸= 0; consequentemente, sen(λπ) = 0, isto é, λ = λn = n com n ∈ N são os
autovalores e X(x) = Xn (x) = Bn sen(nx) com n ∈ N são as correspondentes autofunções.
Associados aos autovalores λn = n com n ∈ N temos a equação diferencial ordinária na variável tempo-
ral t,
T ′ (t)
dt = −32 n2 − 2 dt
∴
T (t)
Z ′ Z
T (t)
−32 n2 − 2 dt
∴ dt =
T (t)
∴ ln |T (t)| = −32 n2 t − 2t + cn
exp (ln |T (t)|) = exp −32 n2 t − 2t exp (cn )
∴
Tn (t) = Cn exp −32 n2 t − 2t
∴ (Cn = exp(cn ); n ∈ N).
Logo,
que é solução da equação diferencial parcial e das condições de fronteira mas não é suficiente para os pro-
pósitos do problema, em vista da condição inicial u(x, 0) = f (x).
Sendo assim, usamos o princípio da superposição generalizado e escrevemos a solução formal como
+∞
X
u(x, t) = un (x, t)
n=0
+∞
X
bn sen(nx) exp −32 n2 t − 2t .
=
n=0
A solução formal resolve a equação diferencial parcial e as condições de fronteira. Resta determinar os
coeficientes bn ∈ R com n ∈ N de modo que a condição inicial também seja verificada. Para isso, devemos
verificar a condição
f (x) = u(x, 0)
+∞
X
bn sen(nx) exp −32 n2 · 0 − 2 · 0
=
n=0
+∞
X
= bn sen(nx).
n=0
Para isso, realizamos a extensão ímpar e 2π-periódica da função f e os coeficientes bn são exatamente os
coeficientes da série de Fourier de senos de f e valem
2 +π
Z
bn = f (x) sen(nx) dx (n ∈ N).
π 0
12
Como f (x) = sen(4x), os coeficientes da série de Fourier de senos da extensão ímpar e 2π-periódica de
f podem ser avaliados por simples inspeção
n bn un (x, y)
n=1; b1 = 0; u1 (x, y)= 0;
n=2; b2 = 0; u2 (x, y)= 0
n=3; b3 = 0; u3 (x, y)= 0
n=4; b4 =+1; u4 (x, y)=+1 sen(4x) exp −32 42 t
n⩾5; bn = 0; un (x, t)= 0
u(x, t) = u4 (x, t)
= sen(4x) exp −32 42 t − 2t
Solução 7 A solução é
+∞ nπ 2 2 2
X n π α
u(x, t) = + bn sen x exp − − b t .
n=1
L L2
em que a função v(x) resolve a EDP e as condições não homogêneas de fronteira; por outro lado, a função
w(x, t) resolve a EDP e as condições homogêneas de fronteira.
Mais especificamente, a função v(x) é solução do problema de valor de fronteira
∂v(x) ∂ 2 v(x)
EDO −2 = v ′′ (x) = 0, 0 ⩽ x ⩽ +1;
∂t ∂x2
CF vx (0) = +1;
CF v(+1) = −1.
Logo, v(x) = x − 2.
E a função w(x, t) é solução do problema de valor inicial e de fronteira
∂w(x, t) ∂ 2 w(x, t)
EDP −2 = 0, 0 ⩽ x ⩽ +1, 0 ⩽ t;
∂t ∂x2
CF wx (0, t) = 0, 0 ⩽ t;
CF w(+1, t) = 0, 0 ⩽ t;
1 3π
CI u(x, 0) = f (x) − v(x) = cos x , 0 ⩽ x ⩽ +1.
2 2
13
1 3π 32 π 2
w(x, t) = cos x exp − t .
2 2 2
Finalmente, a solução do problema original é