UMA NOVA MENTE EM CONTRASTE COM A ANTIGA - O apóstolo
Paulo continua falando sobre a conduta do crente que se torna evidente por meio de uma espiritualidade dentro da igreja e nos elementos éticos que engrandece através de uma manifestação de uma “nova vida” em Cristo. Então, Paulo continua a relatar sobre os novos padrões que se espera dessa nova vida.
UM NOVO ANDAR EM CRISTO v.17.
“Isto, portanto, digo e no Senhor testifico” - Novamente, Paulo torna a expressar e reforçar a exortação inicial do (v. 1), quando diz: “Rogo-vos, pois, eu”. Ele novamente faz um apelo pessoal do apóstolo, porém o faz baseado na ordem e reconhecimento do senhorio de Jesus: “no Senhor testifico”, exorta aos crentes a um novo andar. Aqui Paulo revela, nos mostrando, que o resultado de tudo isto, resulta em um novo andar em contraste com o antigo, sendo que a expressão “testifico no Senhor” mostra a profunda comunhão entre o apóstolo e Cristo. Portanto, sob a autoridade e a segurança no Senhor. O termo “testificar” está relacionado com “protesto, exortação solenemente ou asseverar - assegurar com certeza e segurança”. Aqui Paulo encoraja com base na pessoa do próprio Senhor “Jesus Cristo”. A conduta do cristão não poder ser igual à dos gentios, é o que Paulo aqui ressalta - não mais andeis como também andam os gentios - a nova vida em Cristo não deve aceitar os procedimentos imorais - não devemos aceitar uma conduta imprópria para o cristão “em tempo nenhum”. As características dos gentios são pertencentes ao mundo - na vaidade dos seus próprios pensamentos. Paulo nos relata pelo menos cincos características qualitativas próprias dos gentios ou do mundo em contraste com a vida em Cristo: (a) Andam na vaidade dos seus pensamentos: Este termo “vaidade” no grego revela no sentido de futilidade, perversidade ou fraqueza. Vaidade é o cuidado exagerado da aparência, pelo prazer ou com o objetivo de atrair a admiração ou elogios de terceiros. É a necessidade de vangloriar-se, de ostentar, de se exibir. Vaidade é uma característica de que tem orgulho, de quem tem um conceito exagerado de suas qualidades, que é soberbo, arrogante, que se acha grandioso. É uma característica daquele indivíduo que tem a vaidade acima de qualquer coisa. A “vaidade” é uma consequência oriunda do próprio pensamento humano, a sua faculdade de raciocínio. (b) Obscurecido de entendimento v.18: Paulo relata sobre a “falta de faculdade para entender ou a falta de percepção”, a falta de chegar a um entendimento conclusivo, a respeito de uma vida com Deus: (c) Alheio à vida de Deus: A palavra “alheios” no sentido de “ser um estranho, ser separado de – o que é de fora, que nada tem a ver com Deus”. “Por causa da ignorância em que vivem” (d) Ignorância espiritual: conhecido como “cegueira espiritual”. O termo “ignorância” expressa “alguém que não possui o saber, o conhecimento. (e) Dureza do coração: A ignorância dos gentios é resultado da “dureza do seu coração”. A “cegueira espiritual” causa imenso mal ao homem e o impede de ter acesso ao próprio Deus. O termo que Paulo emprega para “dureza” é que significa “insensibilidade moral” - cegueira intelectual. A INCAPACIDADE ESPIRITUAL v.19. “Os quais, tendo-se tornado insensíveis” - Essa austeridade de caráter ou dureza de coração levou o homem à incapacidade de sentir, de ter sensibilidade emocional. Essa insensibilidade está relacionada com: a “apatia, frieza e a impassibilidade”, isto é, levou a perda do sentimento, se tornaram “insensíveis”. Diz de pessoas que são incapazes de sentir ou expressar qualquer tipo de emoções - “tornaram-se insensível de sentimentos” - um coração apático sem nenhuma sensibilidade; a perca de ter a sensação de sentir dor ou tristeza. Mais uma vez Paulo nos revela a privação de sentimentos imaculados que nada pode refrear os desejos imundos que nos leva a ser cativos de mente e depois nos tornamos insensíveis a Deus e que Se entregaram à dissolução. O termo “entregaram” significa “render-se” tem a ver como algo que está totalmente subjugado e dominado. Estes homens que se tornaram insensível de sentimentos e passaram a ser dominado e subjugado pela “dissolução”. A palavra “dissolução” significa “lascívia, impudicícia, vida dissoluta “imoralidade”. O homem se rendeu a uma vida licenciosa, sem qualquer restrição moral. Na sequência da frase está escrito: Para com avidez, cometerem toda sorte de impureza. A palavra “avidez” se refere aquele desejo vivo e ardente, imoderado por algo ou alguém, que pode ser comparado com a “cobiça”. Esse termo pode ser entendido como crime caracterizado por obtenção de dinheiro ou valores de uma pessoa por meio de pressão violenta ou ameaça “extorsão”. Um comportamento com uma disposição para ter mais, daquilo que se cobiça. A “avidez” pode ser comparada com “avareza” que é uma busca inconstante para satisfazer uma vontade egoísta. Pessoas avarentas são aquelas que usam a usurpação para adquirir algo através da fraude. Um outro significa deste termo é “ganância” que é um sentimento humano que se caracteriza pela vontade de possuir para si próprio tudo o que admira. É a vontade exagerada de possuir qualquer coisa - É um desejo excessivo direcionado principalmente à riqueza material, contudo é associada também a outras formas de poder, tal qual influencia às pessoas de tal maneira que seus praticantes chegam ao cúmulo de corromper terceiros e se deixar corromper, manipular e enganar chegando ao extremo de tirar a vida de seus desafetos, uma ambição desenfreada.
O APRENDIZADO DE CRISTO v.20.
“Mas não foi assim que aprendestes a Cristo” - Aqui existe uma restrição, uma ressalva. O nosso procedimento ou conduta devem ser calcadas pelas verdades que estão patentes nos Evangelhos, os quais apresentam os ensinamentos do nosso Senhor Jesus Cristo. O novo caminhar com Cristo é oposto a toda espécie de imoralidade e isto só é possível com um aprendizado em Cristo. O aprendizado ou aprendizagem em Cristo é um processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. O discípulo é aquele que recebe de seu mestre e faz exatamente o que aprendeu dele. O novo andar calca os pés no caminho traçado ou aberto pelos ensinos de Cristo. Aprender de Cristo é cultivar e assimilar a doutrina cristã. Esse aprendizado diz respeito à pessoa, aos atos e aos princípios da doutrina de Cristo. Por isso quem aprendeu de Cristo não pode praticar os atos próprios da vida paga e ainda chamar-se cristão. O verdadeiro cristão vive o que aprendeu da doutrina cristã que está na Bíblia. Aprender de Cristo tem um sentido mais profundo do que simplesmente saber acerca de Cristo.
O VERDADEIRO CONCEITO DE OUVIR DE CRISTO v.21.
“o tendes ouvido” - Paulo começa fazendo uma indagação acerca dos ensinamentos Cristo para descobrir a veracidade de cada um dos crentes de Éfeso. O princípio de todo aprendizado vem pelo “ouvir”, mas precisamos saber o conceito entre “ouvir e escutar” que são duas ações diferentes. Ao longo do dia ouvimos muitas coisas, mas escutamos muito pouco. Quando ouvimos, não prestamos atenção profundamente, simplesmente captamos a sucessão de sons que são produzidos ao nosso redor. Enquanto que, quando escutamos, nossa atenção está dirigida à algum som ou mensagem específica, ou seja, existe uma intenção; nesse momento, todos os nossos sentidos se encontram focados no que estamos recebendo e isto que Paulo diz “se é que, de fato, tendes ouvidos”. A expressão “tendo ouvido” não indica somente no sentido da capacidade de percepcionar o som, meramente ouvir, mas no sentido de “perceber, compreender, entender pelo sentido da audição” para chegar ao completo alcance da significação. Aqui, Paulo está falando do ouvir espiritualmente que é perceber no íntimo da alma a comunicação divina (João 6.45), pois, o verbo “ouvir” expressa a mesma ideia de “aprender” de Cristo que significa uma inclinação ou disposição para saber acerca de Cristo, ouvindo dele através dos seus ensinamentos ou dos seus ensinadores – porque quando “ouvimos, aprendemos”. O termo “fostes instruídos” mostra claramente sobre “alguém que foi ensinado”, correspondente ao ensino – é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas – neste caso aqui (sinagogas, ruas, praças etc. Este termo pode ser praticado de diferentes formas. As principais são: o ensino formal, o ensino informal e o ensino não-formal: (a) O “ensino formal” é aquele praticado pelas instituições de ensino, com respaldo de conteúdo, forma, certificação, profissionais de ensino, etc.; (b) O “ensino informal” está relacionado ao processo de socialização do homem. Ocorre durante toda a vida, muitas vezes até mesmo de forma não intencional; (c) O “ensino não-formal”, por sua vez, é intencional. Em geral é aquele relacionada a processos de desenvolvimento de consciência política e relações sociais de poder entre os cidadãos, praticadas por movimentos populares, associações, grêmios, etc. Todo ensino tem que uma fundamentação e base com a verdade em Cristo (nele) - “Segundo é a verdade em Jesus”. Então, concluímos que todo ensino e aprendizado tem que ter a conformidade ou concordância com as verdades contidas nos evangelhos naquilo que foi ensinado por Cristo Jesus. Podemos traduz este verso como: “conforme é” a verdade em Cristo.
DESPIR DO VELHO HOMEM v.22.
“no sentindo de que, quanto ao trato passado” - A NVI traduz como: “quanto a antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos.” Primeiramente, Paulo fala a respeito “quanto a antiga maneira de viver”” em contraste com o novo comportamento em Cristo. De acordo com o versículo 20 Aprender a Cristo é ter uma compreensão e entendimento da nova criação que ele nos tornou possível a possuir uma nova condição e estado, uma vida completamente nova que se origina-se somente dele que resulta com o “despir” do velho homem - Na versão KJV- King James traduz “despojar-vos quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano”. O significado da palavra “despojar ou despojamento” expressa “tirar ou remover o vestuário”, isto é, despir, tirar do corpo uma roupa já usada ou velha. Paulo diz que devemos abandonar os trajes antigo, maltrapilhos, esfarrapados, tipificando as vestes do velho homem. O velho homem é usado por Paulo para mostrar a “decomposição moral humana” conhecido por várias designações como - “velha natureza”, “natureza pecaminosa”, “velho eu”, “velha criatura”. Que se corrompe - mostra o seu sentido de “destruir, danificar, profanar, corromper, tornando-se podre (decompor-se), estragado, revelando uma degradação moral”, tendo a ideia de uma corrupção progressiva. Segundo as concupiscências do engano”.
O VELHO HOMEM ERA CORRUPTO v.22.
“As concupiscências do engano” - O “velho homem” era “corrupto”, no processo de degenerar-se, no caminho para a ruína, isto é, para a destruição, dominado por fortes desejos e paixões não controladas, a concupiscência. Paulo usa aqui neste texto o termo grego para “concupiscência” que expressa o “ardente desejo”, que está relacionado com os desejos de paixões, cobiças e a apetite sexual. A palavra “engano” pode nos dar quatro sentidos: o primeiro sentido refere-se a artifício, falsidade; segundo sentido de atração por tentação de riqueza “sedução” ilusão “engano dos sentidos ou da mente”; terceiro sentido de atratividade de pecado, isto é, de prazer que envolve um pecado “enganoso, prazeroso”; e o quarto sentido como diversões “que aparentemente são boas, mas que são do mal”, dissipação “esbanjamento”.
O NOVO HOMEM RENOVADO - 4.23-24.
“e vos renoveis no espírito do vosso entendimento” - O ato de “renovar” implica em transformar novo algo que é velho, dando um aspecto ou afeição de novo a alguma coisa que indica que, além da rejeição decisiva do velho e a aceitação do novo que está implícita na conversão, uma renovação interior diária. Existem vários elementos que contribui para um resultado que ocasionam o envelhecimento ou a decadência espiritual. Na maioria das vezes a rotina, a imaturidade, a frieza, o descaso levam por fim, o cristão a se tornar inerte quanto à vida com Deus, resultando a estagnação da vida cristã. Há pessoas que perdem o vigor e a energia no decorrer da vida diária cristã, se habituando a uma vida vazia, sem poder, testemunho, oração, consagração e crescimento. Nesta situação, se não houver uma reversão imediata, o crente pode afastar-se dos caminhos do Senhor. O termo grego para “renovar” aqui no texto é o ato de se tornar algo novo, dando lhe aspecto ou feição de novo a alguma coisa mudando ou modificando para melhor. Este renovo ou revitalização expressa “uma nova mente ou um novo caráter”. Um renovo no espirito. A renovação deve atingir estas duas áreas: modo de agir e modo de ser.
O NOVO HOMEM REVESTIDO v24
“e vos revistais do novo homem” - Aqui a frase vos revistais do novo homem estabelece uma relação com uma “roupa apropriada”. O termo usado por Paulo pode ser entendido como alguém que passou a possuir uma nova natureza, uma nova condição de ser, tendo uma nova disposição moral e uma nova posição “honra”. Paulo enfatiza dizendo que “vos revestais” de “uma roupa apropriada”, usado para descrever uma “nova natureza” criada em Cristo. O termo “revistais” significa “vestir; revestir ou tornar a vestir”. Frequentemente usado para vestir uma roupa (trajes cerimoniais). Depois do novo homem renovado ele deve ser vestido como uma roupa que ajusta plenamente no novo homem; uma roupa apropriada. Se renovar o “novo homem” implica em permanecer nesta condição - restaurado e rejuvenescido espiritualmente.
O NOVO HOMEM PROCEDE DO ALTO v.24.
“Criado segundo Deus, em justiça e retidão procedente da verdade” - Este “revestimento”, Paulo categoricamente diz que é de acordo com ato criador de Deus - criado segundo Deus. E isto implica, que ninguém, nenhuma instituição humana tem o poder de fazer um novo homem. De acordo com o termo “criado” refere ao “ato de criar, fazer com que alguma coisa venha a existência”, sendo, que no Novo Testamento se refere somente a “vontade de Deus” como a atividade criativa; e como atividade transformadora de Deus em alusão a vida interior criada ou renovada; uma mudança completa. O criar “sempre foi de Deus” dando o significado que ninguém tem a capacidade de fazer, de mudar a si mesmo ou em relação a outro ser humano, transformando em “um novo homem”. O “novo homem” veio a ter uma existência real, isto é, só veio à existência segundo Deus. A ESFERA DA AÇÃO DO NOVO v.24. “Em justiça e retidão” - Este ato de criação do novo homem indica que ele agora deve viver, a sua ação de agir dentro da esfera da “justiça e retidão” mostrando um relacionamento íntimo.