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DE QUE MANEIRA DEVEMOS VIVER NESTE MUNDO

Efésios 4.17-22

UMA NOVA MENTE EM CONTRASTE COM A ANTIGA - O apóstolo


Paulo continua falando sobre a conduta do crente que se torna evidente por meio de
uma espiritualidade dentro da igreja e nos elementos éticos que engrandece através
de uma manifestação de uma “nova vida” em Cristo. Então, Paulo continua a relatar
sobre os novos padrões que se espera dessa nova vida.

UM NOVO ANDAR EM CRISTO v.17.


“Isto, portanto, digo e no Senhor testifico” - Novamente, Paulo torna a
expressar e reforçar a exortação inicial do (v. 1), quando diz: “Rogo-vos, pois, eu”. Ele
novamente faz um apelo pessoal do apóstolo, porém o faz baseado na ordem e
reconhecimento do senhorio de Jesus: “no Senhor testifico”, exorta aos crentes a um
novo andar. Aqui Paulo revela, nos mostrando, que o resultado de tudo isto, resulta
em um novo andar em contraste com o antigo, sendo que a expressão “testifico no
Senhor” mostra a profunda comunhão entre o apóstolo e Cristo. Portanto, sob a
autoridade e a segurança no Senhor. O termo “testificar” está relacionado com
“protesto, exortação solenemente ou asseverar - assegurar com certeza e segurança”.
Aqui Paulo encoraja com base na pessoa do próprio Senhor “Jesus Cristo”.
A conduta do cristão não poder ser igual à dos gentios, é o que Paulo aqui
ressalta - não mais andeis como também andam os gentios - a nova vida em Cristo
não deve aceitar os procedimentos imorais - não devemos aceitar uma conduta
imprópria para o cristão “em tempo nenhum”. As características dos gentios são
pertencentes ao mundo - na vaidade dos seus próprios pensamentos. Paulo nos relata
pelo menos cincos características qualitativas próprias dos gentios ou do mundo
em contraste com a vida em Cristo:
(a) Andam na vaidade dos seus pensamentos: Este termo “vaidade” no grego
revela no sentido de futilidade, perversidade ou fraqueza. Vaidade é o cuidado
exagerado da aparência, pelo prazer ou com o objetivo de atrair a admiração ou
elogios de terceiros. É a necessidade de vangloriar-se, de ostentar, de se exibir.
Vaidade é uma característica de que tem orgulho, de quem tem um conceito
exagerado de suas qualidades, que é soberbo, arrogante, que se acha grandioso. É
uma característica daquele indivíduo que tem a vaidade acima de qualquer coisa. A
“vaidade” é uma consequência oriunda do próprio pensamento humano, a sua
faculdade de raciocínio.
(b) Obscurecido de entendimento v.18: Paulo relata sobre a “falta de faculdade para
entender ou a falta de percepção”, a falta de chegar a um entendimento conclusivo, a
respeito de uma vida com Deus:
(c) Alheio à vida de Deus: A palavra “alheios” no sentido de “ser um estranho, ser
separado de – o que é de fora, que nada tem a ver com Deus”.
“Por causa da ignorância em que vivem”
(d) Ignorância espiritual: conhecido como “cegueira espiritual”. O termo “ignorância”
expressa “alguém que não possui o saber, o conhecimento.
(e) Dureza do coração: A ignorância dos gentios é resultado da “dureza do seu
coração”. A “cegueira espiritual” causa imenso mal ao homem e o impede de ter
acesso ao próprio Deus. O termo que Paulo emprega para “dureza” é que significa
“insensibilidade moral” - cegueira intelectual.
A INCAPACIDADE ESPIRITUAL v.19.
“Os quais, tendo-se tornado insensíveis” - Essa austeridade de caráter ou
dureza de coração levou o homem à incapacidade de sentir, de ter sensibilidade
emocional. Essa insensibilidade está relacionada com: a “apatia, frieza e a
impassibilidade”, isto é, levou a perda do sentimento, se tornaram “insensíveis”.
Diz de pessoas que são incapazes de sentir ou expressar qualquer tipo de
emoções - “tornaram-se insensível de sentimentos” - um coração apático sem
nenhuma sensibilidade; a perca de ter a sensação de sentir dor ou tristeza. Mais uma
vez Paulo nos revela a privação de sentimentos imaculados que nada pode refrear os
desejos imundos que nos leva a ser cativos de mente e depois nos tornamos
insensíveis a Deus e que Se entregaram à dissolução.
O termo “entregaram” significa “render-se” tem a ver como algo que está
totalmente subjugado e dominado. Estes homens que se tornaram insensível de
sentimentos e passaram a ser dominado e subjugado pela “dissolução”. A palavra
“dissolução” significa “lascívia, impudicícia, vida dissoluta “imoralidade”. O homem se
rendeu a uma vida licenciosa, sem qualquer restrição moral. Na sequência da frase
está escrito: Para com avidez, cometerem toda sorte de impureza. A palavra “avidez”
se refere aquele desejo vivo e ardente, imoderado por algo ou alguém, que pode ser
comparado com a “cobiça”. Esse termo pode ser entendido como crime caracterizado
por obtenção de dinheiro ou valores de uma pessoa por meio de pressão violenta ou
ameaça “extorsão”. Um comportamento com uma disposição para ter mais, daquilo
que se cobiça. A “avidez” pode ser comparada com “avareza” que é uma busca
inconstante para satisfazer uma vontade egoísta. Pessoas avarentas são aquelas que
usam a usurpação para adquirir algo através da fraude. Um outro significa deste termo
é “ganância” que é um sentimento humano que se caracteriza pela vontade de possuir
para si próprio tudo o que admira. É a vontade exagerada de possuir qualquer coisa -
É um desejo excessivo direcionado principalmente à riqueza material, contudo é
associada também a outras formas de poder, tal qual influencia às pessoas de tal
maneira que seus praticantes chegam ao cúmulo de corromper terceiros e se deixar
corromper, manipular e enganar chegando ao extremo de tirar a vida de seus
desafetos, uma ambição desenfreada.

O APRENDIZADO DE CRISTO v.20.


“Mas não foi assim que aprendestes a Cristo” - Aqui existe uma restrição, uma
ressalva. O nosso procedimento ou conduta devem ser calcadas pelas verdades que
estão patentes nos Evangelhos, os quais apresentam os ensinamentos do nosso
Senhor Jesus Cristo. O novo caminhar com Cristo é oposto a toda espécie de
imoralidade e isto só é possível com um aprendizado em Cristo. O aprendizado ou
aprendizagem em Cristo é um processo pelo qual as competências, habilidades,
conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como
resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. O discípulo é
aquele que recebe de seu mestre e faz exatamente o que aprendeu dele. O novo
andar calca os pés no caminho traçado ou aberto pelos ensinos de Cristo. Aprender
de Cristo é cultivar e assimilar a doutrina cristã. Esse aprendizado diz respeito à
pessoa, aos atos e aos princípios da doutrina de Cristo. Por isso quem aprendeu de
Cristo não pode praticar os atos próprios da vida paga e ainda chamar-se cristão. O
verdadeiro cristão vive o que aprendeu da doutrina cristã que está na Bíblia. Aprender
de Cristo tem um sentido mais profundo do que simplesmente saber acerca de Cristo.

O VERDADEIRO CONCEITO DE OUVIR DE CRISTO v.21.


“o tendes ouvido” - Paulo começa fazendo uma indagação acerca dos
ensinamentos Cristo para descobrir a veracidade de cada um dos crentes de Éfeso. O
princípio de todo aprendizado vem pelo “ouvir”, mas precisamos saber o conceito
entre “ouvir e escutar” que são duas ações diferentes. Ao longo do dia ouvimos muitas
coisas, mas escutamos muito pouco. Quando ouvimos, não prestamos atenção
profundamente, simplesmente captamos a sucessão de sons que são produzidos ao
nosso redor. Enquanto que, quando escutamos, nossa atenção está dirigida à algum
som ou mensagem específica, ou seja, existe uma intenção; nesse momento, todos os
nossos sentidos se encontram focados no que estamos recebendo e isto que Paulo
diz “se é que, de fato, tendes ouvidos”. A expressão “tendo ouvido” não indica
somente no sentido da capacidade de percepcionar o som, meramente ouvir, mas no
sentido de “perceber, compreender, entender pelo sentido da audição” para chegar ao
completo alcance da significação.
Aqui, Paulo está falando do ouvir espiritualmente que é perceber no íntimo da
alma a comunicação divina (João 6.45), pois, o verbo “ouvir” expressa a mesma ideia
de “aprender” de Cristo que significa uma inclinação ou disposição para saber acerca
de Cristo, ouvindo dele através dos seus ensinamentos ou dos seus ensinadores –
porque quando “ouvimos, aprendemos”. O termo “fostes instruídos” mostra
claramente sobre “alguém que foi ensinado”, correspondente ao ensino – é uma forma
sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos para instruir e
educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas – neste
caso aqui (sinagogas, ruas, praças etc. Este termo pode ser praticado de diferentes
formas. As principais são: o ensino formal, o ensino informal e o ensino não-formal: (a)
O “ensino formal” é aquele praticado pelas instituições de ensino, com respaldo de
conteúdo, forma, certificação, profissionais de ensino, etc.; (b) O “ensino informal” está
relacionado ao processo de socialização do homem. Ocorre durante toda a vida,
muitas vezes até mesmo de forma não intencional; (c) O “ensino não-formal”, por sua
vez, é intencional. Em geral é aquele relacionada a processos de desenvolvimento de
consciência política e relações sociais de poder entre os cidadãos, praticadas por
movimentos populares, associações, grêmios, etc. Todo ensino tem que uma
fundamentação e base com a verdade em Cristo (nele) - “Segundo é a verdade em
Jesus”. Então, concluímos que todo ensino e aprendizado tem que ter a conformidade
ou concordância com as verdades contidas nos evangelhos naquilo que foi ensinado
por Cristo Jesus. Podemos traduz este verso como: “conforme é” a verdade em Cristo.

DESPIR DO VELHO HOMEM v.22.


“no sentindo de que, quanto ao trato passado” - A NVI traduz como: “quanto a
antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se
corrompe por desejos enganosos.” Primeiramente, Paulo fala a respeito “quanto a
antiga maneira de viver”” em contraste com o novo comportamento em Cristo. De
acordo com o versículo 20 Aprender a Cristo é ter uma compreensão e entendimento
da nova criação que ele nos tornou possível a possuir uma nova condição e estado,
uma vida completamente nova que se origina-se somente dele que resulta com o
“despir” do velho homem - Na versão KJV- King James traduz “despojar-vos quanto ao
procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do
engano”. O significado da palavra “despojar ou despojamento” expressa “tirar ou
remover o vestuário”, isto é, despir, tirar do corpo uma roupa já usada ou velha. Paulo
diz que devemos abandonar os trajes antigo, maltrapilhos, esfarrapados, tipificando as
vestes do velho homem.
O velho homem é usado por Paulo para mostrar a “decomposição moral
humana” conhecido por várias designações como - “velha natureza”, “natureza
pecaminosa”, “velho eu”, “velha criatura”. Que se corrompe - mostra o seu sentido de
“destruir, danificar, profanar, corromper, tornando-se podre (decompor-se), estragado,
revelando uma degradação moral”, tendo a ideia de uma corrupção progressiva.
Segundo as concupiscências do engano”.

O VELHO HOMEM ERA CORRUPTO v.22.


“As concupiscências do engano” - O “velho homem” era “corrupto”, no
processo de degenerar-se, no caminho para a ruína, isto é, para a destruição,
dominado por fortes desejos e paixões não controladas, a concupiscência. Paulo usa
aqui neste texto o termo grego para “concupiscência” que expressa o “ardente desejo”,
que está relacionado com os desejos de paixões, cobiças e a apetite sexual. A palavra
“engano” pode nos dar quatro sentidos: o primeiro sentido refere-se a artifício,
falsidade; segundo sentido de atração por tentação de riqueza “sedução” ilusão
“engano dos sentidos ou da mente”; terceiro sentido de atratividade de pecado, isto é,
de prazer que envolve um pecado “enganoso, prazeroso”; e o quarto sentido como
diversões “que aparentemente são boas, mas que são do mal”, dissipação
“esbanjamento”.

O NOVO HOMEM RENOVADO - 4.23-24.


“e vos renoveis no espírito do vosso entendimento” - O ato de “renovar” implica
em transformar novo algo que é velho, dando um aspecto ou afeição de novo a
alguma coisa que indica que, além da rejeição decisiva do velho e a aceitação do novo
que está implícita na conversão, uma renovação interior diária. Existem vários
elementos que contribui para um resultado que ocasionam o envelhecimento ou a
decadência espiritual. Na maioria das vezes a rotina, a imaturidade, a frieza, o
descaso levam por fim, o cristão a se tornar inerte quanto à vida com Deus, resultando
a estagnação da vida cristã. Há pessoas que perdem o vigor e a energia no decorrer
da vida diária cristã, se habituando a uma vida vazia, sem poder, testemunho, oração,
consagração e crescimento. Nesta situação, se não houver uma reversão imediata, o
crente pode afastar-se dos caminhos do Senhor. O termo grego para “renovar” aqui no
texto é o ato de se tornar algo novo, dando lhe aspecto ou feição de novo a alguma
coisa mudando ou modificando para melhor. Este renovo ou revitalização expressa
“uma nova mente ou um novo caráter”. Um renovo no espirito. A renovação deve
atingir estas duas áreas: modo de agir e modo de ser.

O NOVO HOMEM REVESTIDO v24


“e vos revistais do novo homem” - Aqui a frase vos revistais do novo homem
estabelece uma relação com uma “roupa apropriada”. O termo usado por Paulo pode
ser entendido como alguém que passou a possuir uma nova natureza, uma nova
condição de ser, tendo uma nova disposição moral e uma nova posição “honra”. Paulo
enfatiza dizendo que “vos revestais” de “uma roupa apropriada”, usado para descrever
uma “nova natureza” criada em Cristo. O termo “revistais” significa “vestir; revestir ou
tornar a vestir”. Frequentemente usado para vestir uma roupa (trajes cerimoniais).
Depois do novo homem renovado ele deve ser vestido como uma roupa que ajusta
plenamente no novo homem; uma roupa apropriada. Se renovar o “novo homem”
implica em permanecer nesta condição - restaurado e rejuvenescido espiritualmente.

O NOVO HOMEM PROCEDE DO ALTO v.24.


“Criado segundo Deus, em justiça e retidão procedente da verdade” - Este
“revestimento”, Paulo categoricamente diz que é de acordo com ato criador de Deus -
criado segundo Deus. E isto implica, que ninguém, nenhuma instituição humana tem o
poder de fazer um novo homem. De acordo com o termo “criado” refere ao “ato de
criar, fazer com que alguma coisa venha a existência”, sendo, que no Novo
Testamento se refere somente a “vontade de Deus” como a atividade criativa; e como
atividade transformadora de Deus em alusão a vida interior criada ou renovada; uma
mudança completa. O criar “sempre foi de Deus” dando o significado que ninguém tem
a capacidade de fazer, de mudar a si mesmo ou em relação a outro ser humano,
transformando em “um novo homem”. O “novo homem” veio a ter uma existência real,
isto é, só veio à existência segundo Deus.
A ESFERA DA AÇÃO DO NOVO v.24.
“Em justiça e retidão” - Este ato de criação do novo homem indica que ele
agora deve viver, a sua ação de agir dentro da esfera da “justiça e retidão” mostrando
um relacionamento íntimo.

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