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Aula 15
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AULA 15
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Sumário
1 - Introdução ................................................................................................................................................................................ 4
2 - Conceito ..................................................................................................................................................................................... 5
3 - Classificação dos bens públicos ............................................................................................................................ 10
3.1 - Quanto à titularidade .......................................................................................................................................... 10
3.2 - Quanto à destinação ............................................................................................................................................ 13
3.3 - Quanto a natureza patrimonial ................................................................................................................... 15
3.4 - Quanto à natureza física .................................................................................................................................. 15
4 - Regime Jurídico (características) ........................................................................................................................ 18
4.1 - Inalienabilidade (alienabilidade condicionada) ............................................................................... 18
4.2 - Impenhorabilidade ................................................................................................................................................ 19
4.3 - Imprescritibilidade ................................................................................................................................................ 23
4.4 - Não onerabilidade .................................................................................................................................................. 24
5 - Afetação X Desafetação .............................................................................................................................................. 31
6 - Alienação ................................................................................................................................................................................ 34
7 - Aquisição ................................................................................................................................................................................ 38
8 - Formas de uso.................................................................................................................................................................... 40
9 - Institutos de Direito Público que possibilitam ao Poder Público conferir o uso
privativo de bens públicos................................................................................................................................................. 42
9.1 - Autorização de uso ............................................................................................................................................... 42
9.2 - Permissão de uso ................................................................................................................................................... 43
9.3 - Concessão de uso .................................................................................................................................................. 47
9.4 - Concessão de direito real de uso............................................................................................................... 48
9.5 - Concessão de uso especial para fins de moradia ......................................................................... 50
9.6 - Autorização de Uso na MP 2.220/2001 ................................................................................................ 55
9.7 - Cessão de uso........................................................................................................................................................... 57
10 - Institutos de Direito Privado que possibilitam ao Poder Público conferir o uso
privativo de bens públicos................................................................................................................................................. 62
10.1 - Enfiteuse .................................................................................................................................................................... 62
10.2 - Direito de superfície .......................................................................................................................................... 63
10.3 - Locação ....................................................................................................................................................................... 63
10.4 - Comodato .................................................................................................................................................................. 63
11 - Principais Bens Públicos em espécie.............................................................................................................. 64
11.1 - Terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras .................................................... 65
11.2 - Terrenos de Marinha......................................................................................................................................... 65
11.3 - Terrenos Reservados (Terrenos Marginais) ................................................................................... 65
1 - Introdução
Para a perfeita conceituação de “bens públicos”, devemos partir
inicialmente da noção de “domínio público”, expressão mais abrangente e que
envolve não só o “domínio patrimonial”, relativo ao direito de propriedade que o
Estado exerce sobre os bens que compõem o seu patrimônio, como também o
“domínio eminente”, de natureza política, que o Estado tem sobre todos os bens
existentes no seu território, com o poder de regulamentar ou restringir o seu
uso ou até de transferi-los compulsoriamente para o patrimônio estatal
(passando a exercer, também, o “domínio patrimonial”) mediante a
desapropriação.
2 - Conceito
O conceito de bem público tem causado certa controvérsia na doutrina,
existindo basicamente três posições distintas. A primeira corrente entende
que são bens públicos somente aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público (José dos Santos Carvalho Filho).1 A segunda corrente defende
que bens públicos são todos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de
Direito Público Interno e às pessoas jurídicas de Direito Privado da
1
José dos Santos Carvalho Filho, Manual de direito administrativo, p. 1157.
2
Hely Lopes Meirelles, Direito administrativo brasileiro, p. 549.
3
Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de direito administrativo, p. 913.
Questão 02 (FCC - Juiz Estadual/TJ SC/2015) Pela perspectiva tão somente das
definições constantes do direito positivo brasileiro, consideram-se “bens públicos” os
pertencentes a:
a) um estado, mas não os pertencentes a um território.
b) um município, mas não os pertencentes a uma autarquia.
c) uma sociedade de economia mista, mas não os pertencentes ao distrito federal.
d) uma fundação pública, mas não os pertencentes a uma autarquia.
e) uma associação pública, mas não os pertencentes a uma empresa pública.
Comentários:
A questão exigia que o aluno dominasse a identificação das pessoas jurídicas de
direito público, dado que a elas pertencem os bens públicos. São pessoas
jurídicas de direito público:
Pessoa Jurídica de Direito
Público
Não se incluem no
Incluem-se no Conceito Conceito
Sociedades de
União Economia
Mista
Estados
Empresas
Públicas
Municípios
Distrito Federal e
Territórios
Autarquia
Fundação Pública
segmento. Essa empresa, deficitária, está sendo acionada judicialmente por diversos
credores, em especial por dívidas trabalhistas. Em um desses processos, foi requerida a
penhora de dois terrenos vagos. O pedido:
a) não pode ser deferido, tendo em vista que os bens públicos são impenhoráveis e
inalienáveis.
b) não pode ser deferido, porque a execução dos débitos das empresas estatais deve ser
feita por meio de expedição de precatórios.
c) pode ser deferido, tendo em vista que os terrenos pertencem a pessoa jurídica
submetida a regime jurídico típico das empresas privadas, e sequer estão afetados a
prestação de serviço público.
d) pode ser deferido em grau de subsidiariedade, ou seja, uma vez demonstrado que já se
tentou atingir os bens públicos não afetados da empresa.
e) pode ser deferido, mas não pode ser determinada a hasta pública para venda dos bens,
tendo em vista que as empresas estatais se submetem à lei de licitações para alienação de
seus bens.
Comentários:
Vide comentário da questão anterior. Contudo, tem sido recorrente encontrarmos no STF
decisões que aplicam a determinados prestadores de serviço público a impenhorabilidade
de seus bens enquanto afetados à prestação destes.
Gabarito, letra C.
Tomemos como exemplo a ilha de São Luís, em que está situada a sede da
Capital do Estado do Maranhão. Tendo em vista a redação anterior, a União
Federal considerava-se proprietária de diversos terrenos na cidade, submetendo
a população a encargos como foros e taxas de ocupação. A situação também
impedia que os particulares obtivessem créditos junto a instituições financeiras
mediante o oferecimento do terreno como garantia.
Com a nova redação, tais áreas saíram do domínio patrimonial da União,
ressalvadas, por disposição constitucional expressa, as áreas afetadas ao
serviço público e à unidade ambiental federal, bem como as áreas previstas no
art. 26, II.
Deve-se ter presente, também, que a circunstância de a Floresta
Amazônica ser considerada “patrimônio nacional”, por força do art. 225, § 4º,
da Constituição Federal, não lhe confere o caráter de bem público. A Floresta
Amazônica é considerada, apenas, espaço territorial especialmente protegido,
legitimando a imposição de restrições especiais sobre o uso da propriedade, em
função de interesses ambientais.
Quanto aos Estados, de acordo com o disposto no art. 26 da CRFB,
incluem-se entre os seus bens:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras
da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
4
José dos Santos Carvalho Filho, Manual de direito administrativo, p. 1229.
5
Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de direito administrativo, p. 917.
b) do subsolo.
4.2 - Impenhorabilidade
A penhora é medida judicial, de natureza constritiva, que recai sobre o
patrimônio do devedor, cujo objetivo é possibilitar a satisfação do credor
quando a obrigação não for honrada pelo devedor. O procedimento judicial de
penhora não se aplica aos bens públicos de qualquer espécie, pois na
execução por quantia certa contra a Fazenda Pública o pagamento dos credores
deve ser feito por meio do regime de precatórios, conforme previsto no art. 100
da Constituição Federal.
O regime dos precatórios foi criado com o objetivo de conciliar, à luz do
sistema orçamentário brasileiro, a impenhorabilidade dos bens públicos com a
necessidade de fazer valer as decisões judiciais definitivas que determinem aos
entes públicos o pagamento de valores a particulares.
Nesse contexto, o legislador constituinte estipulou uma solução bastante
lógica. Ora, se as despesas públicas somente podem ser realizadas se houver
autorização na lei orçamentária, o pagamento de débitos da Fazenda Pública
decorrentes de decisão judicial transitada em julgado deve considerar tal
peculiaridade, sob pena de serem comprometidos os recursos
orçamentariamente destinados a atender despesas específicas. Nessa linha,
estabeleceu-se que, passada em julgado a decisão, o juiz comunicará o fato ao
Tribunal que consolidará em ordem cronológica os casos recebidos até o dia 1º
(conforme definido em lei), bem como os que tenham idade igual ou superior a
60 anos.
Registramos que no texto expresso do dispositivo, com a redação dada
pela EC 62/2009, foi previsto que, para gozar da preferência em virtude da
idade, o credor deveria ter 60 anos ou mais “na data de expedição do
precatório”. Entretanto, o STF considerou que a restrição é inconstitucional
porque “ultraja a isonomia (CF, art. 5º, caput) entre os cidadãos credores da
Fazenda Pública, na medida em que discrimina, sem qualquer fundamento,
aqueles que venham a alcançar a idade de sessenta anos não na data da
expedição do precatório, mas sim posteriormente, enquanto pendente este e
ainda não ocorrido o pagamento”. Assim, todos os que tenham idade superior
ou igual a 60 anos, independentemente da data em que completaram o
requisito, podem ser beneficiários da regra (ADI 4425/DF).
A aplicação dessas regras de preferência entre os próprios precatórios de
natureza alimentícia (em virtude de idade, deficiência ou doença grave)
somente ocorrerá para débitos cujo montante seja de no máximo o triplo do
que a lei define como pequeno valor, permitindo-se o fracionamento do
montante devido para que o credor receba o limite com preferência e o restante
na ordem de apresentação do precatório.
Em suma, existem quatro situações diversas quanto ao pagamento de
valores devidos pelas Fazendas Públicas em virtude de decisão judicial
transitada em julgado. Se o crédito é de pequeno valor, o pagamento não
dependerá de expedição de precatório, realizando-se diretamente a Requisição
de Pequeno Valor (RPV). Quanto aos demais créditos, o pagamento será
feito mediante precatório, com três ordens (filas) distintas.
Em primeiro lugar, serão pagos os créditos de natureza alimentícia cujos
titulares sejam pessoas com idade igual ou superior a 60 anos ou portadoras de
doenças graves; posteriormente, será a vez dos demais créditos de natureza
alimentícia; por fim, serão pagos os créditos que não possuem essa natureza.
Repisamos que nas três ordens os precatórios devem ser pagos na ordem
cronológica da apresentação.
Por outro lado, nos casos de preterimento de seu direito de
precedência ou de não alocação orçamentária. Por outro lado, nos casos de
preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação
orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o credor
pode requerer ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda que
autorize o sequestro da quantia necessária à satisfação do débito (CF, art. 100,
§ 6º). Registramos que essas são as únicas hipóteses de sequestro de valores
4.3 - Imprescritibilidade
Outra característica de todo e qualquer bem público é a sua
imprescritibilidade, ou seja, a impossibilidade de ser adquirido por meio de
usucapião (prescrição aquisitiva). A usucapião é instituto jurídico que permite
àquele que possua determinado bem, sob certas condições e durante certo
tempo, a aquisição da propriedade.
A regra constitucional da imprescritibilidade dos bens públicos não
possui exceção, e a qualquer tempo o ente público pode reivindicar algum
bem de sua propriedade que esteja na posse de terceiros.
Não há exceções!
A Constituição Federal previu, nos arts. 183, § 3º, e 191, parágrafo único,
que os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião, não fazendo
referência aos bens públicos móveis. Contudo, não há dúvidas na doutrina e
na jurisprudência de que todos os bens públicos são imprescritíveis,
conforme disposto no art. 102 do Código Civil de 2002 que, sem prever
qualquer exceção, assevera que “os bens públicos não estão sujeitos a
usucapião”. Tal entendimento é aplicável, inclusive, para os bens dominicais,
tendo o Supremo Tribunal Federal cristalizado a tese mesmo durante a vigência
do Código Civil de 1916, mediante a edição da Súmula 340, nos termos a seguir
transcritos:
STF – Súmula 340 – “Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como
os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”.
Comentários:
As sociedades de economia mistas são pessoas jurídicas de direito privado.
A regra é que seus bens não afetados à uma finalidade pública, em virtude de não serem
bens públicos, não são impenhoráveis e muito menos inalienáveis. É possível que sobre
um bem de uma sociedade de economia seja feita penhora e alienação. Aprofundaremos
este ponto adiante.
Gabarito: alternativa “e”.
Questão 09 (FCC - Juiz do Trabalho/TRT 18ª Região/2014 - ADAPTADA) No tocante ao
regime legal dos bens das entidades pertencentes à Administração pública, é correto
afirmar:
a) Os bens pertencentes a autarquia são impenhoráveis, mesmo para satisfação de
obrigações decorrentes de contrato de trabalho regido pela Consolidação da Legislação
Trabalhista.
b) Os bens pertencentes às entidades da Administração indireta são bens privados e,
portanto, passíveis de penhora.
c) A imprescritibilidade é característica que se aplica tão somente aos bens públicos de
uso comum e especial, não atingindo os bens dominicais.
d) A regra da imprescritibilidade dos bens públicos, por ter origem legal, não se aplica ao
instituto da usucapião especial urbana, de status constitucional.
Comentários:
Pode-se dizer que os bens públicos compreendem os bens de propriedade das pessoas
jurídicas de direito público, logo os bens de autarquias municipais, estaduais, da União e
do Distrito Federal são bens públicos e como tais, dotados de impenhorabilidade.
Gabarito: letra A.
Questão 10 (FCC - Procurador do Banco Central do Brasil/BACEN/2006) Exceções
constitucionais à regra da imprescritibilidade dos imóveis públicos
a) são os terrenos de marinha.
b) não há.
c) são as terras devolutas.
d) são os prédios declarados inservíveis.
e) são os bens adquiridos por execução judicial ou dação em pagamento.
Comentários:
Simples rápido e objetivo. Os bens públicos não podem ser adquiridos por usucapião. Não
há exceções!
Gabarito, letra B.
Questão 11 (FCC – JT - TRT 6ª REGIÃO/TRT 6/2013) Paulo, proprietário de terreno
lindeiro a uma área abandonada de titularidade da União, passou a ocupar e exercer a
vigilância da referida área, sem sofrer qualquer oposição da União. Considerando o regime
jurídico dos bens públicos, Paulo
a) não poderá usucapir a área, haja vista a impossibilidade de oneração dos bens públicos,
que só pode ser afastada por lei específica.
b) poderá usucapir a área, observados os prazos e requisitos legais, desde que a mesma
não esteja afetada a finalidade pública específica.
c) poderá usucapir a área, mediante o instituto da investidura, se comprovado que o
terreno é inaproveitável.
d) não poderá usucapir a área, haja vista a imprescritibilidade dos bens públicos, seja qual
for a sua natureza.
e) somente poderá usucapir a área se a mesma for remanescente de desapropriação ou
de obra pública e não comportar, isoladamente, aproveitamento para edificação urbana.
Comentários:
Como já explanado os bens públicos são dotados de imprescritibilidade e, exatamente por
isto, não podem ser adquiridos por usucapião. Assim, as alternativas B, C e E são falsas.
A letra A está falsa, eis que os bens públicos também não podem ser onerados (dados
como garantia real).
Gabarito, letra D.
Questão 12 (FCC – Juiz Estadual TJAL/TJ AL/2015) No ano de 1963, o Supremo
Tribunal Federal adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o no 340: Desde a
vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem
ser adquiridos por usucapião. Independentemente de eventual opinião doutrinária
minoritária em sentido contrário, tal conclusão, atualmente,
a) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião
dos bens públicos imóveis, mas o Código Civil admite tal sujeição em relação aos bens
públicos dominicais móveis ou semoventes.
b) mostra-se superada, eis que vigora novo Código Civil.
c) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não
sujeição à usucapião dos bens públicos imóveis, e o Código Civil prevê a mesma não
sujeição quanto aos bens públicos em geral, sem excepcionar os dominicais.
d) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal excepciona os bens dominicais da
não sujeição à usucapião.
e) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não
sujeição à usucapião dos bens públicos em geral, superando, nesse ponto, disposição do
Código Civil em sentido contrário.
Comentários:
Questão simples, mas com necessidade de domínio do conteúdo. A imprescritibilidade é
uma das principais características dos Bens Públicos e não há exceção sobre tal
característica.
O STF editou a Súmula 340 que possui o entendimento segundo o qual até mesmo os
bens dominicais, que são desafetados, sem finalidade pública alguma a eles atrelada
(consoante será explicado adiante) são imprescritíveis. Vejamos o enunciado da súmula:
Súmula 340 – STF - Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens
públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
Referida súmula encontra-se perfeitamente válida em nosso ordenamento jurídico tento em
vista os artigos da Constituição Federal e o artigo do Código Civil já acima elencados.
Gabarito, letra C.
Questão 13 (FCC - Juiz Estadual/TJ CE/2014) Acerca dos bens públicos, é correto
afirmar:
a) A imprescritibilidade é característica dos bens públicos de uso comum e de uso
especial, sendo usucapíveis os bens pertencentes ao patrimônio disponível das entidades
de direito público.
b) As terras devolutas indispensáveis à preservação ambiental constituem, nos termos do
art. 225, caput, da Constituição Federal, bem de uso comum do povo.
c) Os bens pertencentes aos Conselhos Federais e Regionais de Fiscalização são bens
públicos, insuscetíveis de constrição judicial para pagamentos de dívidas dessas
entidades.
(...) (RE 539224, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 22/05/2012,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-118 DIVULG 15-06-2012 PUBLIC 18-06-2012 RT v. 101, n.
923, 2012, p. 684-690)
Gabarito, letra C.
Questão 14 (FCC - Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de
Janeiro/2015) Uma concessionária de serviço de distribuição de energia elétrica estava,
em razão de atraso na recomposição de equilíbrio econômico-financeiro já reconhecido
pelo poder concedente, com fluxo de caixa negativo, o que ocasionou inadimplência de
muitos compromissos, especialmente trabalhistas. Para garantia de alguns débitos, foram
penhorados bens imóveis afetados ao serviço concedido. Esses bens
a) têm natureza de bens públicos sujeitos ao regime jurídico de direito privado, porque
penhoráveis, cabendo ao poder concedente zelar e providenciar o necessário para que a
prestação do serviço público não seja interrompida.
b) podem receber proteção do regime jurídico de direito público em razão de sua afetação
à prestação de serviço público e, portanto, à concessão, mesmo pertencendo a pessoa
jurídica de direito privado na condição de bens reversíveis.
c) dependem de autorização legislativa para serem penhorados, porque consistem em
bens públicos de uso especial, de modo que dependem de prévia desafetação.
d) têm natureza de bens privados dominicais, porque apesar de estarem afetados a
prestação de um serviço público, pertencem a pessoa jurídica de direito privado.
e) pertencem, obrigatoriamente, por expressa disposição legal, ao poder concedente
durante toda a vigência do contrato de concessão de serviço público, ficando registrados
em nome do titular do serviço público, que deverá impugnar as penhoras como terceiro.
Comentários:
A empresa objeto da questão é uma concessionária de serviço de distribuição de
energia elétrica, uma pessoa jurídica de direito privado, seus bens não são públicos.
Entretanto os bens penhorados são afetados à realização do serviço e, embora bem
particulares, gozam das regras próprias do regime jurídico de bens públicos.
Neste sentido:
O recorrente foi denunciado perante a Justiça comum estadual pela prática de receptação
dolosa de uma balança de precisão furtada da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
(...) Primeiro, note-se que as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de
economia mista) são dotadas de personalidade jurídica de direito privado, mas possuem
regime híbrido, a depender da finalidade da estatal: se presta serviço público ou explora a
atividade econômica, predominará o regime público ou o privado. É certo que a ECT é
empresa pública, pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço postal, que,
conforme o art. 21, X, da CRFB, é de natureza pública e essencial, encontrando-se aquela
empresa, por isso, sob o domínio do regime público. Ela é mantida pela União e seus bens
pertencem a essa mantenedora, consubstanciam propriedade pública e estão integrados à
prestação de serviço público. Daí que eles são insusceptíveis de qualquer constrição que
afete a continuidade, regularidade e qualidade da prestação do serviço. Nesse contexto,
vê-se que é plenamente justificada a tutela a bens, serviços e interesses da União diante
do furto de bem pertencente à ECT, razão pela qual se atraiu a competência da Justiça
Federal (art. 109, IV, da CRFB), vista a conexão entre o furto (principal) e a receptação em
questão (acessório). Também se acha albergada nessa tutela a incidência da referida
majorante, não se podendo falar que foi dada, no caso, uma interpretação extensiva
desfavorável ao conceito de bens da União. (...) Precedentes citados do STF: AgRg no RE
393.032-MG, DJe 18/12/2009; RE 398.630-SP, DJ 17/9/2004, e QO na ACO 765-RJ, DJe
4/9/2009. REsp 894.730-RS, Rel. originária Min. Laurita Vaz, Rel. para acórdão Min.
Arnaldo Esteves Lima, julgado em 17/6/2010. (grifo nosso)
Além disso, encontramos na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal uma
tendência a se aplicar algumas prerrogativas de direito público às empresas estatais que
prestam serviços públicos em regime não concorrencial. Apenas para se ter uma ideia,
tanto o Superior Tribunal de Justiça quanto o Supremo Tribunal Federal entenderam que a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em que pese ser constituída sob a
forma de empresa pública, está abrangida dentro do conceito de Fazenda Pública.
É que, por prestar de forma exclusiva serviço público de competência da União (art.
21, X, CF), não desempenha a ECT atividade econômica, segundo entenderam os
julgadores. Assim, os Correios estariam incluídos no conceito de Fazenda Pública,
gozando de todos os benefícios e prerrogativas processuais inerentes, conforme
sedimentou o STF:
2. O Pleno do Supremo Tribunal Federal declarou, quando do julgamento do RE 220.906,
Relator o Ministro MAURÍCIO CORRÊA, DJ 14.11.2002, à vista do disposto no artigo 6o do
decreto-lei nº 509/69, que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é "pessoa jurídica
equiparada à Fazenda Pública, que explora serviço de competência da União".(CF, artigo
21, X) (STF - ACO: 765 RJ, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento:
01/06/2005,Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-211 DIVULG 06-11-2008 PUBLIC 07-
11-2008 )
Ainda é cedo para se afirmar que toda e qualquer empresa estatal que preste serviço
público em regime não concorrencial deve ser considerada como ente integrante da
Fazenda Pública e, portanto, ter seus bens submetidos a tal regime jurídico. Contudo, é
cada vez mais comum o deferimento de benefícios aplicáveis apenas às pessoas jurídicas
de direito público também a empresas estatais.
A título de exemplo, analisando o caso concreto referente à Companhia de Águas do
Estado de Alagoas, o Supremo Tribunal Federal entendeu ser possível a sujeição das
execuções desta ao regime de precatórios. Em decisão divulgada no Informativo 812, o
STF entendeu que às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público
próprio do Estado e de natureza não concorrencial devem ser aplicadas o regime de
precatórios.
Neste sentido:
EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Constitucional. Sociedade de
economia mista. Regime de precatório. Possibilidade. Prestação de serviço público próprio
do Estado. Natureza não concorrencial. Precedentes. 1. A jurisprudência da Suprema
Corte é no sentido da aplicabilidade do regime de precatório às sociedades de economia
mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. 2.
A CASAL, sociedade de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de água
e saneamento no Estado do Alagoas, presta serviço público primário e em regime de
exclusividade, o qual corresponde à própria atuação do estado, haja vista não visar à
obtenção de lucro e deter capital social majoritariamente estatal. Precedentes. 3. Agravo
regimental não provido.
(RE 852302 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em
15/12/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-037 DIVULG 26-02-2016 PUBLIC 29-02-
2016)
Gabarito, letra B.
Questão 15 (FCC - Juiz Estadual/TJ PI/2015) Nos termos do Código Civil, é
consequência do caráter de “uso comum do povo” de um bem público, por contraste com
os bens dominicais, a:
a) possibilidade de integrar o patrimônio de pessoas jurídicas de direito público a que se
tenha dado estrutura de direito privado.
b) necessária gratuidade do uso.
c) impossibilidade de alienação.
d) insuscetibilidade à usucapião.
e) possibilidade de integrar o patrimônio de pessoas jurídicas da Administração Direta.
Comentários:
Para que um bem de uso comum do povo possa ser alienado, necessária a sua
desafetação de uma finalidade pública. Por outro lado, os bens dominicais já estão
desafetados e, portanto, passíveis de alienação, observados os requisitos legais.
Gabarito, letra C.
Questão 16 (FCC - Procurador do Tribunal de Contas de Rondônia/TCE RO/2010)
Dentre as características inerentes ao regime jurídico aplicável aos bens públicos pode-se
afirmar que:
a) a inalienabilidade aplica-se aos bens de uso comum do povo e aos bens de uso especial
enquanto conservarem essa qualificação, passando a condição de alienáveis com a
desafetação.
b) a inalienabilidade é absoluta, na medida em que a alienação de todo e qualquer bem
público pressupõe sua prévia desafetação e ingresso no regime jurídico de direito privado.
c) a impenhorabilidade é absoluta, aplicando-se indistintamente a todos os bens de
titularidade da Administração Direta e Indireta.
d) a imprescritibilidade é relativa, na medida em que os bens dominicais da Administração
Direta podem ser objeto de usucapião.
e) tanto a impenhorabilidade quanto a imprescritibilidade são relativas em relação a
Administração Direta, uma vez que aplicáveis apenas e tão somente aos bens de uso
comum do povo e bens de uso especial.
Comentários:
Como característica dos bens públicos temos a inalienabilidade. Os bens públicos,
em geral, não podem ter a sua propriedade transmitida. Entretanto, essa característica,
diferentemente da imprescritibilidade, não é absoluta.
Há a possibilidade de um bem público ser alienado, nos termos dos artigos 100 e
101 do Código Civil:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis,
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da
lei.
Gabarito, letra A.
Questão 17 (FCC - Procurador do Estado do Mato Grosso/PGE MT/2011) Os bens
imóveis pertencentes à Administração Pública:
a) são inalienáveis, quando de uso comum do povo e de uso especial, enquanto mantida a
afetação ao serviço público.
b) podem ser alienados mediante autorização legal prévia, exceto os bens dominicais.
c) são impenhoráveis, exceto os de titularidade de autarquias e fundações.
d) não podem ser objeto de subsequente afetação a serviço público, quando anteriormente
de uso privativo da Administração.
e) podem ser objeto de utilização por particular, total ou parcial, desde que em caráter
precário e a título oneroso.
Comentários:
A alternativa correta pode ser inferida a partir do artigo 100 do Código Civil.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis,
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Gabarito, letra A.
5 - Afetação X Desafetação
A afetação e a desafetação são fatos administrativos dinâmicos que
indicam a alteração das finalidades do bem público. Também podem ser
denominados de consagração ou desconsagração.
Importante se estudar o instituto da afetação eis que possui consequência
direta na inalienabilidade do bem público. Os bens públicos afetados (que
possuem uma destinação específica) não podem, enquanto permanecerem
nesta situação ser alienados.
Assim, os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial não
são suscetíveis de alienação enquanto assim estiverem destinados. Por outro
lado, acaso ocorra a sua desafetação, tais bens serão considerados bens
dominicais e poderão ser alienados, por não estarem afetados a um fim
público.
Apesar da afetação ser possível pela simples destinação do bem, pelo uso,
a desafetação não é admitida pela doutrina pelo simples fato do não uso.
Para Celso Antônio Bandeira de Melo em virtude do instituto da
desafetação retirar a proteção do bem público quanto a indisponibilidade e
inalienabilidade, tornando-o mais vulnerável às ingerências administrativas,
seria necessária uma maior cautela para que esse bem fosse desafetado.
Para o Autor em caso de desafetação de um:
a) Bem de uso comum do povo – seria necessária uma lei ou um ato
do Executivo previamente autorizado por lei;
6 - Alienação
A alienação de bens públicos é a transferência de sua propriedade a
terceiros. Como já visto, os bens públicos são sujeitos à alienabilidade
condicionada (podem ser alienados desde que desafetados e observados os
requisitos legais), salvo os casos em que isto é materialmente impossível (ex.:
a) interesse público;
b) avaliação prévia; e
c) licitação, que será dispensada nas hipóteses contempladas no art. 17,
II, da Lei nº 8.666/1993. No caso de alienação de bens móveis, a Lei alude
apenas a licitação, o que poderia levar à interpretação de que a
modalidade licitatória dependeria do valor de avaliação do bem. Não
obstante, pensamos que o melhor entendimento é o de Marçal Justen
Filho6, segundo o qual a alienação de bens móveis só pode ser feita por
meio das modalidades licitatórias do leilão ou da concorrência, uma vez
que o convite e a tomada de preços são modalidades que restringem a
livre participação de interessados. Digno de nota que o leilão somente pode
ser utilizado para a alienação de bens móveis da administração avaliados,
isolada ou globalmente, em quantia não superior a R$ 1.430.000,00 (um
milhão, quatrocentos e trinta mil reais, conforme Decreto nº 9.412, de 18
de junho de 2018), para valores superiores é obrigatória a realização de
licitação na modalidade da concorrência.
6
Marçal Justen Filho, Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, p. 177.
7 - Aquisição
A forma de aquisição da propriedade pode ser originária ou derivada.
É originária quando não há qualquer manifestação de vontade do anterior
proprietário, não havendo relação jurídica deste com o adquirente.
Assim, como não há transmissão de uma pessoa para outra, não é
necessário título de transferência e não há vínculo com o passado, de forma
que o bem é adquirido sem qualquer restrição, sem qualquer ônus (são
exemplos a usucapião e a acessão).
Em contrapartida, a aquisição é derivada quando resulta de transmissão
de uma pessoa para outra, havendo necessária relação jurídica entre alienante
e adquirente. Nesse caso, é imprescindível a existência de título de transmissão
==118060==
7
José dos Santos Carvalho Filho, Manual de direito administrativo, p. 1174-1180.
8 - Formas de uso
Consoante lições da professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro8, a utilização
de bens públicos por particulares dá lugar a uma dupla classificação:
a) pelo critério da conformidade à destinação principal do bem, o uso de
bens públicos pode ser normal ou anormal;
b) pelo critério da exclusividade, o uso pode ser comum ou privativo.
8
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 762.
9
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 768
Ato Discricionário
Precário
10
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 769-770.
A propósito da previsão contida na letra “b” supra, a lei deixa expresso que
o direito de outorga transferido não será considerado herança, para todos os
efeitos legais (art. 2º, § 5º).
A outorga do direito de ocupação e utilização de área pública urbana para
instalação de quiosque, trailer, feira e banca de venda de jornais e de revistas
será extinta nos seguintes casos (art. 3º):
a) advento do termo (fim do prazo estabelecido pelo Município);
b) descumprimento das obrigações assumidas;
c) revogação do ato pelo poder público municipal, desde que
demonstrado o interesse público de forma motivada.
Ato Discricionário
Precário
Contrato Administrativo
Não Precário
Tal direito não se aplica, naturalmente, aos imóveis públicos, nos termos
do parágrafo 3º:
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
§ 1º O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo,
acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam
contínuas.
Por fim, tais direitos dos artigos 1º e 2º também serão garantidos aos
ocupantes regularmente inscritos de imóveis públicos com até duzentos e
cinquenta metros quadrados e que estejam situados em área urbana, quanto a
imóveis da União, Estados, DF e Municípios (artigo 3º).
Além disso, poderá o Poder Público também escolher local diverso quando
o imóvel ocupado for (artigo 5º):
É necessário que se preste atenção no lapso temporal que o enunciado traz para a
questão.
Gabarito, letra B.
Questão 23 (FCC – Procurador do Estado do Maranhão/PGE MA/2016) Em janeiro de
1993, Maurício Quevedo passou a residir em terreno urbano que lhe fora vendido “de
boca” por outro posseiro antigo, ali construindo sua residência, um barraco de
aproximadamente setenta metros quadrados, ocupando dois terços do terreno assim
adquirido. Em janeiro deste ano, Maurício procurou aconselhar-se com advogado, que
verificou a situação dominial do terreno, constatando tratar-se de propriedade registrada
em nome do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. Diante de tal situação, o
referido posseiro:
a) faz jus à usucapião do terreno, visto que se trata de imóvel particular da entidade
autárquica.
b) não possui direito subjetivo de permanecer no imóvel, pois o princípio da boa-fé não é
oponível ao interesse público.
c) tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem
objeto da posse, desde que comprove não ser proprietário ou concessionário, a qualquer
título, de outro imóvel urbano ou rural.
d) deve requerer ao INCRA a abertura de processo de legitimação de posse, visto tratar-se
de ocupante de terra devoluta.
e) deve solicitar à Secretaria do Patrimônio da União – SPU a declaração de aforamento
do imóvel, passando a recolher o foro anual.
Comentários:
Para responder questões que tratam sobre a concessão de uso especial para fins de
moradia é necessário prestar bastante atenção às datas postas no item. A Medida
Provisória nº 2.220/2001 que trata sobre o referido assunto, já sofreu algumas alterações e
atualmente tem o seguinte texto:
Art. 1º Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel
público situado em área com características e finalidade urbanas, e que o utilize para sua
moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia
em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a
qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de
2017)
§ 1º A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo concessionário mais
de uma vez.
§ 3º Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, na posse de
seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
Gabarito, letra C.
Questão 24 (FCC – Defensor Público do Estado do Espírito Santo/DPE ES/2016)
Disciplinada na Medida Provisória nº 2.220/2001, a concessão de uso especial para fins de
moradia:
a) pode ser concedida àquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de
imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para fins comerciais.
b) constitui direito que não está sujeito a transmissão por sucessão causa mortis.
c) será conferida de forma gratuita ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
d) beneficia todo aquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por no mínimo
dez anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados
de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família.
e) é espécie de ato administrativo discricionário, não sujeito à obtenção pela via judicial.
Comentários:
A questão foi elaborada antes da última mudança na Medida Provisória, mas seu gabarito
ainda permanece correto. Para acertar a questão é necessário conhecer o texto da Medida
Provisória nº 2.220/2001, mais especificamente o seu artigo 1º, §1º:
Art. 1º Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel
público situado em área com características e finalidade urbanas, e que o utilize para sua
moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia
em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a
qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de
2017)
§ 1º A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
Gabarito, letra C.
10.1 - Enfiteuse
É o instituto pelo qual o proprietário atribui a outrem o domínio útil de
imóvel, pagando a pessoa que o adquire (enfiteuta) ao proprietário (senhorio
direto) uma pensão ou foro anual, certo e invariável. Esse domínio útil
poderá ser transferido a terceiro, hipótese em que o senhorio direto terá direito
de preferência para reaver o imóvel. Se o senhorio direto não exercer o seu
direito de preferência para reaver o imóvel e o domínio útil deste for transferido
a um terceiro, aquele terá direito a receber a importância denominada
laudêmio. A enfiteuse era regulada nos arts. 678 a 694 do antigo Código Civil
(Lei nº 3.071, de 1º.01.1916). Contudo, o atual Código Civil proibiu a
instituição de novas enfiteuses, reconhecendo apenas a existência daquelas
instituídas anteriormente a sua vigência. Registramos que, por constarem em
legislação específica (Decreto-lei nº 9.760/1946), permanecem em vigor as
regras relativas aos denominados “terrenos de marinha” (pertencentes à
União). Nessa linha, o art. 49, §3º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) afirmou que “a enfiteuse continuará sendo aplicada aos
terrenos de marinha e seus acrescidos, situados na faixa de segurança, a partir
da orla marítima”. A propósito das normas aplicáveis à matéria, vale lembrar
que a enfiteuse dos imóveis públicos pertencentes à União Federal é regulada
pelo Decreto-lei nº 9.760/1946, e que haverá dispensa de licitação para o
aforamento de imóveis nos seguintes casos: a) aforamento de bens imóveis
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de
programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública (art. 17, I, f,
10.3 - Locação
É um contrato de direito privado, em que uma das partes se obriga a ceder
à outra o uso e gozo de coisa não fungível, tendo como contrapartida o
pagamento de determinada importância (aluguel) por período determinado de
uso do bem. O instituto da locação está regulado no Código Civil, arts. 565 a
578. Existe, ainda, uma lei específica para locação de imóveis urbanos (Lei nº
8.245/1991), mas esta deixou assentado no art. 1º, parágrafo único, a, nº 1,
que continuam regulados pelo Código Civil as locações de imóveis de
propriedade da União, Estados e Municípios, bem como de suas autarquias e
fundações públicas.
10.4 - Comodato
Nos termos do art. 579 do Código Civil, comodato é o empréstimo gratuito
de coisa não fungível. A diferença básica entre o comodato e a locação é que,
enquanto a locação é onerosa para o locatário, o comodato é gratuito para o
comodatário. A disciplina jurídica do comodato está expressa nos arts. 579 a
585 do Código Civil.
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos;
11.8 - Ilhas
As ilhas São porções de terra cercadas de água por todos os lados. Podem
ser classificadas como ilhas marítimas, fluviais e lacustres, conforme se
localizem, respectivamente, no mar, nos rios e nos lagos. As ilhas marítimas se
subdividem em ilhas oceânicas (não têm relação com o relevo continental) e
ilhas costeiras (surgem do próprio relevo continental). Em relação às ilhas
oceânicas e costeiras, José dos Santos Carvalho Filho 11 , interpretando a
Constituição Federal, conclui que:
integram, como regra, o domínio da União;
nelas pode haver áreas do domínio dos Estados, Municípios ou de
terceiros particulares;
nas ilhas costeiras, pertence ao Município a área em que estiver
localizada a sua sede; e
na hipótese da letra “c”, excluem-se do domínio municipal as
áreas afetadas a serviço público ou a qualquer unidade ambiental
federal.
11.10 - Cemitérios
Os cemitérios classificam-se em públicos e privados. Os cemitérios
privados são instituídos em terrenos de domínio particular (não são bens
públicos), mas se sujeitam ao controle do Poder Público.
11
José dos Santos Carvalho Filho, Manual de direito administrativo, p. 1231.
Conforme disposto no inciso VII, do artigo 20, da Constituição Federal a alternativa a está
correta.
As demais letras, todas, foram extraídas de incisos dos artigos 20 e 26 da Constituição
Federal, senão vejamos:
Letra B – Falso. Apenas as terras devolutas situadas na faixa de fronteira pertencem à
União (art. 20, inciso II, da CRFB);
Letra C - Falso. As terras devolutas destinadas à preservação ambiental também
pertencem à União.
Letra D – Falso, conforme artigo 26, inciso II, da CRFB.
Gabarito: Letra “A”.
Questão 26 (FCC - Procurador Legislativo/Cam Mun SP/2014) Uma empresa
concessionária de gás encanado, ao realizar perfurações no subterrâneo de uma rua,
situada em área urbana, descobre um veio aurífero. O veio descoberto pertence:
a) à União, pois as jazidas, em lavra ou não, constituem propriedade distinta da do solo,
para efeito de exploração ou aproveitamento.
b) ao Município, pois situado em logradouro urbano municipal, seguindo a regra pela qual a
propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e
profundidade úteis ao seu exercício.
c) à empresa concessionária e ao Município, em iguais partes, em virtude de constituir
aquisição originária por achado de tesouro, regulada pelo Código Civil.
d) ao Estado-Membro, pois o serviço concedido é de titularidade estadual e a descoberta
se deu em decorrência de tal atividade, seguindo a regra accessorium sequitur summ
principale.
e) aos trabalhadores que realizaram a descoberta e à empresa concessionária, em iguais
partes, em aplicação analógica da legislação sobre garimpo, que determina a partilha da
exploração entre garimpeiros e concessionários da lavra.
Comentários:
Para correta resolução dessa questão, é necessário conhecer o texto constitucional que
trata sobre os bens da União.
A descoberta de um veio aurífero significa a descoberta de uma mina de ouro, recurso
mineral, cuja propriedade pertence à União, nos termos do artigo 20, inciso IX, da CRFB:
Art. 20. São bens da União:
(...)
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo.
Gabarito: Letra “A”.
Questão 27 (FCC - Juiz Estadual/TJ PE/2015) Observe as seguintes características,
atribuíveis a determinados bens públicos:
E em caráter residual:
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
(...)
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Ocorre que, para o STJ, nos casos em que o bem público foi ocupado
irregularmente, a pessoa não tem direito de ser indenizada pelas acessões
feitas, assim como não tem direito à retenção pelas benfeitorias realizadas,
mesmo que fique provado que a pessoa estava de boa-fé.
É que a ocupação irregular de bem público não pode ser classificada como
posse, mas mera detenção, possuindo, portanto, natureza precária.
Segundo consolidou o STJ, a posse é o direito reconhecido a quem se
comporta como proprietário, não havendo como reconhecer a posse a quem,
por proibição legal, não possa ser proprietário. Assim, a ocupação de área
pública, quando irregular, não pode ser reconhecida como posse, mas como
mera detenção.
Ademais, eventual inércia ou omissão da Administração não tem o efeito
de afastar ou distorcer a aplicação da lei. O imóvel público é indisponível, de
modo que eventual omissão dos governos implica responsabilidade de seus
agentes, nunca vantagem de indivíduos às custas da coletividade.
Por fim, não se pode afirmar que tal ato configurará enriquecimento sem
causa da Administração, eis que esta provavelmente terá um custo para
demolir a construção feita ou, no máximo regularizá-la para adequá-la à
13 - Resumão da aula
Domínio Público
Domínio público possui um conceito mais extenso que o de propriedade, pois ele inclui bens que não
pertencem ao poder público. O chamado domínio eminente, como expressão da soberania nacional, é o
poder político, pelo qual o Estado submete à sua vontade todas as coisas do seu território”.
Bens públicos
1ª Corrente: Bens da União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas de
Direito Público.
2ª Corrente: Acrescenta à primeira corrente todos os bens das Empresas Públicas e Sociedades de
economia Mista.
3ª Corrente: Acrescenta à segunda corrente a afetação à serviço público aqueles bens pertencentes às
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista e ainda considera os Bens de particulares que estejam
afetados a prestação de serviços públicos (concessionárias e permissionárias).
Quanto à destinação podem ser a) bens de uso comum do povo, b) bens de uso especial ou c) bens
dominicais;
Quanto à natureza patrimonial podem ser a) bens indisponíveis por natureza, b) bens patrimoniais
indisponíveis, e c) bens patrimoniais disponíveis.
Quanto à natureza física podem ser a) bens de domínio hídrico (águas correntes, águas dormentes
ou potenciais de energia hidráulica), ou b) bens do domínio terrestre (do solo ou do subsolo);
Afetação
Quando um bem estiver sendo utilizado para um determinado fim público, assim sendo os bens de uso
comum do povo e os bens de uso especial. Os bens dominicais são desafetados, ou seja, sem uma
finalidade pública específica.
Pode ser expressa (lei ou ato normativo) ou tácita (atuação direta da Administração sem prévia manifestação
ou por fenômeno natural ou destinação natural do bem).
a) Inalienabilidade,
b) Impenhorabilidade,
c) Imprescritibilidade, e
d) Não onerabilidade.
Sendo bens públicos imóveis, a alienação dependerá da existência dos seguintes requisitos:
Sendo bens públicos móveis, a autorização legislativa não é necessária. Os requisitos exigidos são:
a) interesse público;
b) avaliação prévia; e
c) licitação, que será dispensada nas hipóteses contempladas no art. 17, II, a Lei nº 8.666/1993. No
caso de alienação de bens móveis, a Lei alude apenas a licitação, o que poderia levar à
interpretação de que a modalidade licitatória dependeria do valor de avaliação do bem.
Diz-se normal quando está em conformidade com a destinação principal do bem e fala-se em uso anormal
quando o bem é utilizado em finalidades para as quais normalmente não são destinados.
Também se classifica o uso em comum, exercido indistintamente por todos os que compõem a coletividade,
ou privativo quando exercido com exclusividade por pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas.
O uso privativo é classificado conforme institutos de direito público ou de direito privado que possibilitam ao
poder público conferir o uso privativo dos bens públicos.
e) Autorização de uso;
f) Permissão de uso;
g) Concessão de Direito Real;
h) Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia;
i) Cessão de uso.
1) Autorização de uso
Trata-se de ato discricionário e precário onde a Administração consente que o particular utilize
um bem público segundo seu interesse. O ato não exige prévia licitação e pode ser revogável a
qualquer tempo sem necessidade de indenização. A principal característica da autorização é o
predomínio do interesse do particular, cabendo-lhe – segundo seu interesse – utilizar ou não o bem
autorizado.
2) Permissão de uso
Trata-se de ato ainda discricionário e precário, com segurança maior que a autorização de uso.
Contudo, também poderá ser revogável a qualquer tempo sem a necessidade de indenização ao
particular.
Embora sejam atos administrativos, a doutrina entende pela necessidade de prévia licitação
para as permissões de uso de bem público.
Enquanto as autorizações e permissões são ATOS administrativos, a concessão de uso de bem
público é um CONTRATO.
Utiliza-se a concessão em contratos de maior vulto, onde o particular faz significativos
investimentos e assume obrigações perante terceiros e encargos financeiros elevados que não se
justificariam, salvo pela possibilidade de utilização de bem público por prolongado prazo e com
segurança na utilização.
Tratando-se de contrato administrativo é absolutamente necessária a realização de prévia
licitação, razão pela qual o ato não é precário. Cabível, portanto o direito a indenização ao particular
em caso de rescisão se a causa não for a ele imputável.
A depender da remuneração pela utilização do bem público, a concessão de uso poderá ser
gratuita ou remunerada.
5) Cessão de uso
Fundamenta-se no benefício coletivo decorrente da atividade desempenhada pelo cessionário.
O mais comum é que a Administração ceda bens entre órgãos da mesma pessoa (Secretaria de
Justiça cede prédio para a Secretaria de Administração do mesmo Estado), mas pode ocorrer a cessão entre
órgãos de entidades públicas diversas ou para pessoas privadas que desempenhem finalidades não
lucrativas.
a) Enfiteuse: o proprietário atribui a outrem o domínio útil de imóvel, pagando a pessoa que o adquire
(enfiteuta) ao proprietário (senhorio direto) uma pensão ou foro anual, certo e invariável.
b) Direito de superfície: o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado,
mediante escritura pública devidamente registrada.
c) Locação: trata-se do uso e gozo de coisa não fungível, tendo como contrapartida o pagamento de
determinada importância (aluguel) por período determinado de uso do bem
Por fim aponto que a jurisprudência considera indevida a indenização por acessões construídas sobre área
pública irregularmente ocupada.
14 - Jurisprudência correlata
STJ – REsp 1353976/MG (DJe 23/04/2018)
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. DESAPROPRIAÇÃO DIRETA. PRETENSÃO DE
EXPROPRIAÇÃO EXCLUSIVA DAS BENFEITORIAS MANTIDAS EM ÁREA PÚBLICA.
INTERESSE PROCESSUAL DA ADMINISTRAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. LINHA
VERDE/MG.
(REsp 850.970/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado
em 01/03/2011, DJe 11/03/2011)
4. "A ocupação de bem público não passa de simples detenção, caso em que se afigura
inadmissível o pleito de proteção possessória contra o órgão público. Não induzem
posse os atos de mera tolerância (art.
497 do Código Civil/1916)" (REsp 489.732/DF, Rel. Min. Barros Monteiro, Quarta
Turma, DJ 13.6.2005).
alienante. Nesse sentido: AgInt no REsp 1572310/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/05/2018, DJe 14/05/2018; AgRg nos EDcl no AREsp
692.040/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
15/09/2015, DJe 10/11/2015.
característica foi bem trabalhada até aqui. A alternativa correta sintetiza bem a
imprescritibilidade.
Gabarito: Letra “C”.
(...)
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I.
Comentários
Analisando o item I, é possível inferir que ele é correto em virtude do
artigo 17, da Lei nº 8.666/1993:
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à
existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de
licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes
casos:
Gabarito: Incorreto.
Ter possuído, até 30 de junho de 2001, como seus, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros
quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-os para
sua moradia ou de sua família, desde que não seja proprietário ou
concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. Esses
são os requisitos para que se exerça o direito:
a) à concessão de direito real de uso, o que depende de concordância
discricionária da Administração Pública.
b) à concessão de uso especial para fins de moradia, cujo título pode ser
obtido por via administrativa ou judicial.
c) ao usucapião pro moradia de imóvel público, o que depende de
decisão judicial.
d) ao usucapião extraordinário de imóvel público, o que depende de
decisão administrativa ou judicial.
e) de aforamento sobre bens públicos, o que depende de processo
administrativo perante o órgão registral competente.
Questão 23 (FCC – Procurador do Estado do Maranhão/PGE MA/2016)
17 - Gabaritos
2) E 3) D 4) C 5) C
1) C
7) A 8) E 9) A 10) B
6) B
12) C 13) C 14) B 15) C
11) D
17) A 18) E 19) C 20) B
16) A
22) B 23) C 24) C 25) A
21) B
27) B 28) A 29) E 30) C
26) A
32) C 33) C 34) E 35) C
31) D
37) D 38) B 39) B 40) E
36) E
42) E 43) C 44) E 45) C
41) E
47) C 48) E 49) C 50) E
46) E
18 - Considerações Finais
Chegamos ao final de mais uma aula.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco.
Espero que tenham aproveitado!
Bons estudos!
Renato Borelli
19 - Referências bibliográficas
ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. DIREITO ADMINISTRATIVO
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