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Etelvina Gloria
Fernando Rocha
Frank Landes
Jose Evangelista Filho
Waléria Soares
Belo Horizonte
2007
Jose Evangelista Filho Etelvina Gloria
Waléria Soares Fernando
Rocha
TRABALHO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA:
Trabalho Informal
Belo Horizonte
2007
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................3
2 ORIGEM........................................................................................................................................................................ 4
3 TRABALHO INFORMAL NO BRASIL.................................................................................................................... 5
4 CONSEQUÊNCIAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA.....................................................................................5
5 INSEGURANÇA............................................................................................................................................................7
6 TRABALHO INFORMAL POR OPÇÃO.................................................................................................................. 7
7 CONCLUSÃO................................................................................................................................................................ 7
8 REFERENCIAS.............................................................................................................................................................8
9 ANEXOS.........................................................................................................................................................................9
1 INTRODUÇÃO
Nos anos 70 o mercado de trabalho Brasileiro já era bem definido em trabalho formal nas
grandes indústrias, fábricas, comércio e construção civil e o subemprego ou trabalho
informal, formado por pessoas mal sucedidas no trabalho formal.
Através das pesquisas industriais do século passado foi possível detectar uma mudança
crucial no comportamento das empresas brasileiras. Até a década de 80, os postos de
trabalho destruídos pelas crises eram recriados nos períodos de crescimento econômico.
A partir dos anos 90, grande parte dos postos de trabalho eliminada só ressurgiria na
informalidade, isto é, ocupados por trabalhadores sem carteira assinada.
O pesquisador e economista Lauro Ramos explica que os dois grandes pólos industriais,
São Paulo e Rio, perderam empresas para o interior do país. O fantasma do desemprego
levou muita gente para a informalidade.
Nos Estados Unidos, a porcentagem que o empregador paga de encargos sobre a folha
de pagamentos é de 9,03%. Na Dinamarca, 11,6%; no vizinho Uruguai o custo é de
48,05%. Na rica Alemanha, 60%. O Brasil é o campeão mundial absoluto em encargos
trabalhistas: 102,76%, mais do que o próprio salário.
2 ORIGEM
O uso da expressão trabalho informal tem suas origens nos estudos realizados pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT) no âmbito do Programa Mundial de
Emprego de1972. Ela aparece, de forma particular, nos relatórios a respeito das
condições de trabalho em Gana e Quênia, na África. Nestes países, constatou-se um
grande contingente de trabalhadores vivendo de atividades econômicas consideradas à
margem da lei e desprovidas de qualquer proteção ou regulação pública.
"O problema do Brasil nesse campo é que a lei trabalhista é uma lei única tanto para
uma megaempresa, quanto para uma microempresa, e isso cria um problema porque
são situações diferentes. Situações diferentes exigem tratamentos diferenciados,
infelizmente a nossa lei não permite isso", afirma o professor da USP. sociólogo José
Pastore
"De fato, o Brasil é o campeão dos encargos trabalhistas. Além disso, dispõe apenas de
uns 15 mil fiscais (entre Ministério do Trabalho e Previdência) para fiscalizar a força de
trabalho de pouco mais 82 milhões de pessoas", afirma o pesquisador da Fipe, o
economista José Pastore.
Para que esses benefícios existam para menos da metade dos trabalhadores, a maioria
ficou fora. Na opinião do ex-ministro do Trabalho, Edward Amadeo, a legislação dividiu o
Brasil em duas classes de trabalhadores: a dos que têm tudo e a dos que não têm nada.
"É um mito dizer que a legislação protege, porque, na verdade, ela tem protegido cada
vez menos os trabalhadores. Por quê? Porque cada vez menos trabalhadores
conseguem ser absorvidos pelas empresas por contrato formal", afirma Amadeo.
Estar ou não na legalidade virou uma questão de conveniência. Para o economista Lauro
Ramos, essa é uma conseqüência do país ter se acomodado com uma informalidade
alta por muito tempo.
Com base nessa investigação que captura a informalidade principalmente pela ótica da
renda do PIB, mas checam também os dados pela ótica do consumo e da produção, é
que os técnicos das contas nacionais conseguem identificar os setores nos quais há
maior presença do não registrado e do informal, que são agropecuária, vestuário,
serviços prestados às empresas, às famílias, de construção, servidos privados não
mercantis, de transportes e comércio. Essa conta é diferente daquela que está nos
dados divulgados ontem, oficialmente, pelo IBGE e que considera só as microempresas
urbanas.
O único órgão público que levou em conta a existência da oficina foi o IBGE, que em
2003 fez um levantamento das empresas informais nas cidades brasileiras. O número é
assustador: mais de dez milhões de firmas, que ocupavam quase 14 milhões de
pessoas.
No Brasil, empresário que assina a carteira dos funcionários sofre uma concorrência
brutal e desleal dos que não fazem isso.
O pedreiro trabalha com luvas e capacete, conforme a lei. Nesta obra, do servente ao
mestre, todos os empregados são registrados em carteira e contam com a proteção da
CLT, a Consolidação das Leis do Trabalho.
O patrão se sente seguro por estar regularizado. Mas enfrenta um grave problema: a
concorrência dos empreiteiros informais, os ‘gatos’, que não registram seus empregados
e podem cobrar muito menos.
"O informal, ele na verdade não tem carga tributária nenhuma. O que ele vai se
preocupar é em pagar o salário do empregado e mais nada. Ele não tem INSS, não tem
ISS, não tem PIS, não tem Cofins, não tem contribuição sindical, não tem IPI, não tem
nada!”, reclama o empreiteiro Elídio Calixto de Azevedo.
Um contrato legal (com registro) tende a ser visto como justo, mas em apenas alguns
casos os contratos ilegais (sem registro) são percebidos como injustos. Trata-se de uma
curiosa dissociação que demonstra o papel da CLT no Brasil, isto é, um código do
trabalho legítimo a ponto de influenciar as práticas do contrato "informal" e ao mesmo
tempo incapaz de instituir parâmetros mínimos que orientem a legitimidade dos contratos
de trabalho. A CLT definiu parâmetros do bom contrato de trabalho, mas foi incapaz de
definir o inaceitável.
5 INSEGURANÇA
Durante a pesquisa de Ramires, um dos fatos que mais chamou a atenção do sociólogo
foi a preocupação excessiva dos camelôs com a violência nas ruas. "Achei que era por
causa da fiscalização, que os preocupa também, mas é a violência - tanto entre eles, em
busca de melhores pontos, como também daqueles que saem de casa com intuito de
agredi-los - que os aflige." Ramires afirma que isso é muito freqüente, sobretudo, com
aqueles que necessitam ficar à noite junto de sua barraca para protegê-la do vandalismo
e até mesmo de saques. Para o camelô, a rua é uma "terra de ninguém", comenta.
Mas, para virar um informal por opção essa pessoa tem que ter certas qualidades e
disposição para sempre inovar e, assim enfrentar os desafios do trabalho
“independente”.
Sendo informal não há auxílio doença, aposentadoria, pensão por morte e nem têm
garantidos os benefícios dos contratados em carteira: férias, gratificação de um terço do
salário nas férias, descanso remunerado, décimo terceiro, pagamento de hora extra,
licenças maternidade e paternidade, e, em caso de demissão, aviso prévio de 30 dias,
permissão para sacar o FGTS e multa de 40% sobre o saldo do fundo, além do seguro
desemprego.
7 CONCLUSÃO
O aumento na ocupação do trabalho ocorreu pelo lado informal, cuja proporção no total
subiu sistematicamente de 43% em 1992 até 50,9% em 2000. Os salários reais
cresceram mais entre os "sem carteira assinada" que entre os "com carteira", essa
economia “subterrânea” ou “desorganizada”, como a definem variados autores,
movimentava, segundo os estudos do IBGE, 12,89 bilhões de reais e era composta, em
2000, por 9,47 milhões de empresas, cujos lucros haviam alcançado a cifra de R$ 5,2
bilhões. É digno de nota que a grande maioria (mais de 95%) destas empresas e/ou
emprendimentos informais, não contou com auxílio financeiro público ou privado
A informalidade, de acordo com o economista Eduardo Giannetti, criou dois brasis. "Você
tem um Brasil que é cada vez menor, que é menos representativo do todo, que é um
Brasil incluído no mundo da formalidade. E você tem um gigantesco Brasil que está
excluído de uma condição que deveria ser natural na vida de qualquer cidadão, que é ter
um emprego, uma situação normal de vida, estar trabalhando dentro de um marco legal
do país".
8 REFERENCIAS
Revista Brasileira de Ciências Sociais, Rev. bras. Ci. Soc .vol.18no. 53 São Paulo
Oct.2003.
http://www.rhinfo.com.br/historia.htm
ZAVALA,Rodrigo
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/sonosso/gd310101.htm
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/profliberal/empresas.html
SOUZA,Andrea Crocci de(Bolsista FAPIC/Reitoria); Mirta Lerena Manzo de
Misailidis (Faculdade de Direito - PUC-Campinas,Grupo de Pesquisa de Ciências
Humanas)*.
ANEXO A
METODOLOGIA DE TRABALHO: QUESTIONÁRIO QUALITATIVO
a) 1 ano
b) 2 anos
c) 3 anos
d) outros (acima de três anos)
a) 1 salário mínimo
b) 2 salários mínimos
c) 3 salarios mínimos
d) outros (acima de três salários mínimos)
3 ) Quantas horas o senhor(a) trabalha semanalmente?
a) 40 horas
b) 45 Horas
c) 50 Horas
d) outros (mais de 50 horas)
a) flexibilidade de horário
b) ausência de patrão
c) maior salário
d) outros
a) conhecidos já trabalhavam
b) vocação
c) ultima opção
d) outros
a) não
b) sim
c) talvez
d) outros
a) exterior
b) outros estados
c) fabricação própria
d) outros
a) venda mercadoria
b) venda de serviço
c) outros
10) O senhor(a) paga algum plano de previdência?
a) sim
b) não
a) sim
b) não
a) sim
b) não
ANEXO B
AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO QUALITATIVO
Trabalho informal em que atuam: Comerciantes da Feira Hippie - Av. Afonso Pena
1 ) Há quanto tempo o senhor(a) trabalha no trabalho informal ?
20%
a) 1 ano
4% b) 2 anos
c) 3 anos
60% d) outros
16%
12%
20%
Conclusão: Dos 25 Trabalhadores Informais que participaram
desta pesquisa, cerca de 40%informaram que: a media de
faturamento é de 1 salário mínimo, contra 20% responderam
que a media é de 2 salários mínimos
3 ) Quantas horas o senhor(a) trabalha semanalmente?
20%
a) 40 horas
44% b) 45 Horas
16% c) 50 Horas
d) outros
20%
4% 4%
0%
a) sem benefícios
0% futuros (FGTS, seguro
desemprego)
b) insegurança financeira
40%
c) fiscalização
60%
d) outros
4%
20% a) conhecidos já
trabalhavam
40% b) vocação
c) ultima opção
d) outros
36%
Conclusão: Dos 25 Trabalhadores Informais que participaram
desta pesquisa, cerca de 40% informaram que: a oportunidade de
trabalhar informalmente surgiu por conhecidos já trabalhando,
contra 20% que responderam que foi por ultima opção.
7 ) O senhor(a) se considera ilegal?
8% 0%
8%
a) não
b) sim
c) talvez
d) outros
84%
8% 8%
20% a) exterior
b ) outros estados
c) fabricação própria
d) outros
64%
12%
a) venda mercadoria
24% b) venda de serviço
c) outros
64%
32%
a) Sim
b) Não
68%
40%
a) Sim
b) Não
60%
20%
a) Sim
b) Nao
80%
Conclusão: Dos 25 Trabalhadores Informais que participaram
desta pesquisa, cerca de 80% informaram que: não trocaria seu
trabalho informal por um emprego formalcom todos os
benefícios, contra 20% que trocariam.