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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA de Mairiporã
2ª VARA JUDICIAL
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SENTENÇA - MANDADO

Processo Digital nº: 1003206-68.2017.8.26.0338


Classe - Assunto Reintegração / Manutenção de Posse - Esbulho / Turbação / Ameaça
Requerente: Roberto Olivas Ventura e outro
Requerido: Atila Cristian de Lima e outro

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIELA AOKI DE ANDRADE MARIA, liberado nos autos em 30/04/2020 às 13:42 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). DANIELA AOKI DE ANDRADE MARIA

Vistos.

Trata-se de AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE


ajuizada por ROBERTO OLIVAS VENTURA e SOIPÊ AGROPECUÁRIA LTDA. LTDA.,
ambos devidamente qualificados nos autos, em face de MOISÉS de tal, ÁTILA
CRISTIAN DE LIMA e CAMILA DA SILVA NASCIMENTO, alegando, em síntese,
que são proprietários registrais de imóveis rurais com área total de 244.609,91
m², matrícula nº. 36.002, e área inicial de 1.555.912,60 m², matrícula nº. 35.432,
que, por sua vez, restaram invadidas pelo requerido, caracterizando esbulho
possessório. Requerem a procedência da ação para reintegrar a posse dos
imóveis aos autores, bem como que o réu seja condenado na obrigação de fazer
atinente a demolir todas as edificações e instalações levantadas no local e
restabelecer as características ambientais da área degradada (fls. 01/13).
Juntaram documentos (fls. 14/31).

Às fls. 41/46 foi pretendida emenda à inicial para


inclusão da pessoa jurídica
a Soipê no polo ativo do feito, assim como ampliação da
tutela de urgência e pedidos formulados na presente demanda. Juntaram
documentos (fls. 47/54).

À fl. 56 foi recebido o aditamento à inicial.

À fl. 63 foi designada audiência de justificação para 03


de maio de 2018.

Audiência de justificação realizada em 03 de maio de


2018, extinguiu o feito em relação ao requerido Moisés "de tal", assim como o
indeferimento da liminar de reintegração de posse (fls. 70/71).

Embargos de declaração às fls. 80/81 em que o

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embargante anota omissão na decisão prolatada na audiência de justificação,
pois não teria apreciado o pleito de "6.1.2" de fl. 12.

Camila da Silva Nascimento e Á Átila


tila Cristian de Lima
contestaram o feito, alegando, preliminarmente, a necessidade de retificação do
polo passivo do feito para inclusão de Camila que está na posse do imóvel
questionado; ventilaram ilegitimidade ativa da parte autora, posto que vendeu o

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ferido imóvel para Soute Imóveis, que, por sua vez, vendeu para a corré Camila,
não havendo o que Roberto e Soipê reclamarem; impugnou o valor da causa,
anotando que deve corresponder ao valor do imóvel; aduziram inépcia da inicial.
No mérito, alegam que a corré Camila adquiriu o imóvel por instrumento particular
de Soute Imóveis, cuja posse acumulada pelos possuidores anteriores somam
mais de sessenta anos, iniciando com Paulo Franco em 24 de setembro de 1958,
que vendeu para João Vicente em 16 de março de 1993, que vendeu para
Antonio
A ntonio Jorge em 19 de jjaneiro
aneiro de 1996, que alienou paraa Soute Imóveis em 17
de agosto de 2015, e, por fim, alienou para a corré Camila em 10 de outubro de
2015, não havendo que se falar em turbação ou esbulho possessório; assevera
que a parte ré fez melhorias no imóvel e vem preservando o meio ambiente por
meio de plantio de arvores nativas e frutíferas, conforme comprovantes acostados
à defesa; aduz que as faturas de energia elétrica estão cadastradas em nome da
corré; promoveu denunciação da lide à Soute Imóveis, tendo em vista ter alienado
o imóve à corré Camila. Requer o acolhimento das preliminares ou,
subsidiariamente, a improcedência da ação com a condenação dos autores por
litigância de má-fé (fls. 82/94). Juntou documentos (fls. 95/191).

Manifestaram os corréus sobre os embargos de


declaração opostos (fls. 196/197). Juntaram documentos (fls. 198/203).

Instadas (fl. 193), a parte requerida especificou as


provas que pretende produzir (fls. 207) e a parte autora manifestou-se pelo
julgamento antecipado do feito (fls. 281/291, documentos às fls. 292/295).

Réplica às fls. 208/215. Juntaram documentos (fls.


216/243).

Renovado o pedido de liminar às fls. 250/252.

Manifestações da parte ré às fls. 256/257 e


documentos às fls. 258/261 e 270/276.

Manifestações da parte autora às fls. 262/268 e 268.

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À fl. 277 foi determinado que a parte ré comprovasse a
quitação dos valores apontados no contrato de fls. 125/138, seguido de
manifestação da parte requerida à fl. 280 indagando sua impossibilidade.

É o relatório. FUNDAMENTO E DECIDO.

De pronto, observo que a demanda comporta


julgamento antecipado, nos moldes do art. 355, I, do CPC, pois as provas

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documentais apresentadas são suficientes à perfeita aferição da controvérsia, e,
na esteira da jurisprudência, “o magistrado tem o poder-dever de julgar
antecipadamente a lide, desprezando a realização de audiência para produção de
provas, ao constatar que o acervo documental é suficiente para nortear e instruir
seu entendimento” (STJ - AgRg no Ag 693.982 SC Rel. Min. JORGE
SCARTEZZINI 4ª Turma J. 17.10.2006, in DJ 20.11.2006, p. 316).

Inicialmente, retifique-se o polo passivo do feito para


incluir Camila da Silva Nascimento, tendo em vista ausência de controvérsia
sobre estar na posse do imóvel. Anote-se.

Afasto a preliminar de ilegitimidade ativa, eis que, não


obstante supostamente ter vendido o imóvel controvertido, é certo que restou
demonstrado nos autos que figuram como proprietários registrais junto as
matrículas respectivas, donde se vê sua pertinência subjetiva.

Por sua vez, nos temos do artigo 292, incisos I, II e §


3º, do Código de Processo Civil, o valor da causa deve corresponder ao benefício
patrimonial pretendido pela parte. Com efeito, como a ação de reintegração de
posse oposta pelos autores se prestam a pugnar pela posse do bem, o valor da
causa, no presente caso, deve corresponder ao valor do bem, qual seja, R$
40.000,00 (fl. 18). Anote-se, sem prejuízo, providencie a serventia a certificação
da correção das custas recolhidas, caso penda valor a recolher, intime-se a parte
autora, no prazo de 15 (quinze) dias, para promover o recolhimento da
complementação das custas processuais incidentes na espécie, sob pena de
expedição de certidão para inscrição em dívida ativa.

A inicial não é inepta, pois da sua leitura é possível


compreender os fatos narrados, que correspondem aos argumentos jurídicos
alinhavados, em tese suficientemente pertinentes para lastrear os pedidos
formulados.

Afasto, ainda, a denunciação da lide, posto que

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restringe-se às ações de garantia, isto é, àquela em que se discute a obrigação
legal ou contratual do denunciado em garantir o resultado da demanda,
indenizando o garantido em caso de derrota (e. g. seguro), artigo 125 do CPC.
Todavia, no caso dos autos, entendo não ser hipótese de listisconsórcio passivo
necessário, de modo que inadmito, eis que não restara excluída a possibilidade
da parte requerida veicular ação autônoma regressiva em face de eventual
evicção, prestigiando-se a celeridade processual.

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Ainda, anoto que a presente demanda tem base no "jus
possidendi", reclamando ação petitória/dominial, eis que a posse a ser defendida
tem respaldo na propriedade do imóvel, de modo que serão apreciados os
requisitos relativos a tais ações e não as possessórias. Ademais, pela leitura da
exordial bem é de ver que a parte autora pretende a posse lastreada no domínio,
pois afirma que é a legítima proprietário do imóvel. E, assim sendo, incide no caso
a Súmula nº. 487 do C. STF, preconizando que "Será deferida a posse a quem,
evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada".

Ausentes outras preliminares e presentes as condições


da ação e pressupostos processuais, inexistente, ainda, qualquer nulidade, além
de devidamente observados os princípios do contraditório e ampla defesa, passo
à análise do mérito.

No mérito, o pedido é procedente.

A ação reivindicatória é utilizada pelo proprietário que


já teve a posse do bem, mas perdeu e deseja reavê-la de quem injustamente o
possua ou detenha.

Assim, está fundada no direito de sequela, ou seja, no


direito que o proprietário tem de perseguir o bem, onde quer que se encontre e
recuperá-lo de quem o detenha ou possua de forma injusta. Ainda, também
possui fundamento no direito de propriedade e o exercício pleno de seus poderes,
conforme art. 1.228 do CC.

"Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e


dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem
quer que injustamente a possua oudetenha."

Nessa diapasão, só pode reivindicar aquele que for seu


proprietário, diga-se proprietário registral, aquele que tiver o título devidamente
registrado no Cartório de Registro de Imóveis competente.

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São três os requisitos para o exercício de sequela,
conforme o STJ: a) a prova do domínio da coisa reivindicada; b) a
individualização do bem; e c) a comprovação da posse injusta.

Senão vejamos: "A ação reivindicatória (art. 1228 do


Código Civil), fundada no direito de sequela, outorga ao proprietário o direito de
pleitear a retomada da coisa que se encontra indevidamente nas mãos de

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terceiro, tendo como requisitos específicos: (i) a prova do domínio da coisa
reivindicada; (ii) a individualização do bem; e (iii) a comprovação da posse injusta"
(REsp 1152148/SE, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão).

“A reivindicatória, de natureza real e fundada no direito


de sequela, é a ação própria à disposição do titular do domínio para requerer a
restituição da coisa de quem injustamente a possua ou detenha (CC/1916, art.
524 e CC/2002, art. 1.228), exigindo a presença concomitante de três requisitos:
a prova da titularidade do domínio pelo autor, a individualização da coisa e a
posse injusta do réu.” (Recurso Especial nº 1.060.259 MG. Relator Ministro Raul
Araújo. Quarta Turma. Julgado em 04/04/2017).

Com efeito, a parte autora comprovou a titularidade do


imóvel pela matrícula de nº 36.002 (fls. 16/18), de propriedade de
e Roberto Olivas
Ventura, e matrícula de nº. 35.432 ((fls. 19/22), de propriedade de Soipé
Agropecuária
A gropecuária LTDEA – ME.

Por sua vez, a individuação do imóvel é possível extrair


das próprias matrículas, que, aliás, não foi impugnada as respectivas localizações
pela parte ré (fls. 16/18 e 19/22).

Por fim, a posse injusta está devidamente delineada


pela narrativa dos fatos, eis que a parte requerida alega ter adquirido o imóvel em
10 de outubro de 2015, todavia, a alienante Soute Imóveis nunca foi proprietária
registral ou titular de domínio sobre o bem, sequer dos direitos sobre o imóvel
controvertido, tendo em vista que o negócio jurídico entabulado entre Soute
Imóveis e Roberto Olivas Ventura, autor, fora rescindido por descumprimento
contratual (fls. 292/295). Aliás, note-se que o contrato realizado entre Soute
Imóveis com a corré Camila data de 10/10/2015 (fls. 117/122), sendo que Soute
Imóveis teria negociado a adquisição do imóvel do autor posteriormente à
conclusão deste contrato, ou seja, em 17/10/2016 (fls. 124 e 125/139), denotando-
se a posse injusta dos corréus, não havendo que se falar em terceiros de boa-fé.

Impende consignar que, mesmo que seja entendido

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que a presente demanda trata-se de ação possessória, a posse anterior está
demonstrada no próprio contrato do autorr Roberto com a Soute Imóveis (fls. 124
e 125/139); o esbulho está anotado pela rescisão contratual (fls. 292/295),
afastando a aquisição da propriedade pela Soute, o que, por sua vez, obsta que
realizasse negócio do referido imóvel com terceiro, que, aliás, deveria ter
pesquisado sua regularidade antes de ter negociado, restando ao réu posse
injusta em relação aos reais proprietários; a data do fato é 10/10/2015, data da

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conclusão do contrato da corréé Camila com Soute (fls. 117/122) antes mesmo de
Soute ter nagociado referido imóvel com o autor Roberto (fls. 124 e 125/139); e a
continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da
posse, na ação de reintegração, evidenciada pelas próprias manifestações dos
corréus que admitem estarem no imóvel, apenas se defende com as alegações
que é proprietário da área questionada, presente, pois, os requisitos legais
previstos nos artigos 560 e 561, ambos do CPC).

O E. TJSP: "Reintegração de posse Posse e esbulho


demonstrados Prova da ocupação efetiva e do domínio sobre a propriedade
Reconhecimento Proteção possessória que não se confunde com o
reconhecimento do direito de propriedade - Requisitos legais Art. 927 do
CPC/73 Ocupação e construção ilegal e clandestina - Arts. 96, 97,1201, 1216 a
1222, 1248, V, do Código Civil Não reconhecimento da construção como
benfeitoria e sim acessão (art. 1248, V, Código Civil) Impossibilidade legal de se
interpretar como de boa-fé uma atividade ilícita. AJG Deferimento Artigo 98 do
CPC e Lei nº 1.060/50. Recurso não provido." (TJSP; Apelação Cível
1002787-43.2016.8.26.0642; Relator (a): Henrique Rodriguero Clavisio; Órgão
Julgador: 18ª Câmara de Direito Privado; Foro de Ubatuba - 2ª Vara; Data do
Julgamento: 21/08/2017; Data de Registro: 21/08/2017).

Por fim, não há que se falar na condenação, nestes


autos específicos, dos corréus em restabelecer as características ambientais do
imóvel ocupado, posto que não demonstrados nos autos que, de fato, foram
provocados danos ambientais, degradação ou descaracterização da área,
restando meras alegações desprovidas de comprovação.

Logo, impõe pelo acolhimento do pleito autoral.

Por derradeiro, com fulcro nos requisitos do artigo 489,


§ 1º do CPC, aponto que todas as soluções jurídicas abrangidas por esta
sentença afastam todas as outras arguidas pelas partes no curso da lide, vez que
são incapazes de infirmar a sua conclusão.

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Ante o exposto, e por tudo o que consta dos autos
JULGO PROCEDENTE EM PARTE a ação, com resolução do mérito, na forma
do art. 487, I, do CPC, para: a) EMITIR os autores na posse dos imóveis melhor
especificados nos autos, e, por consequência; b) CONDENAR os requeridos a
desocuparem os imóveis, restituindo-se a posse aos requerentes; e c)
CONDENAR os requeridos na obrigação de fazer atinente a providenciar a
demolição das obras realizadas, que deverá ocorrer as suas expensas, no prazo

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de 30 (trinta) dias a contar do trânsito em julgado da demanda.

Antevendo possível recurso voluntário, mormente


diante da presença dos requisitos do artigo 561 do Código de Processo Civil, eis
que decorrem da própria sentença de mérito ora prolatada, DEFIRO, em parte, à
parte autora a liminar de reintegração de posse, vedado qualquer ato de
disposição da área em discussão ou demolição das obras realizadas pelos
corréus até o trânsito em julgado da presente demanda. INTIME(M)-SE o(s) réu(s)
para desocupação voluntária no prazo de 15 (quinze) dias (permitida a retirada
dos bens móveis de sua propriedade), SOB PENA DE REINTEGRAÇÃO
FORÇADA, que deverá ser realizada tão logo o Oficial de Justiça verifique que a
desocupação não ocorreu, lavrando-se o competente auto circunstanciado.
Servira a presente, por cópia digitada, como MANDADO.

Consigno que, tendo em vista o deslinde do feito,


entendo que perdeu o objeto os Embargos de Declaração de fls. 80/81, posto que
a proibição dos corréus de tornarem na posse dos imóveis decorre da própria
decisão que determina sua reintegração liminar, supra deferida.

Providencie a serventia a retificação do valor da causa


para constar R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), assim como certifique a correção
das custas iniciais recolhidas, e, caso penda valor a recolher, intime-se a parte
autora para que no prazo de 15 (quinze) dias promova o recolhimento da
complementação das custas processuais incidentes na espécie, sob pena de
expedição de certidão para inscrição em dívida ativa.

Ante a sucumbência mínima da arte autora e que a


parte ré deu causa ao ajuizamento da ação, de modo que arcará com as custas e
despesas processuais, além de honorários advocatícios que fixo em 10% sobre o
valor da causa (art. 85, §2º, e 86, parágrafo único, ambos do NCPC).

Na hipótese de interposição de apelação, tendo em


vista a nova sistemática estabelecida pelo NCPC que extinguiu o juízo de
admissibilidade a ser exercido pelo Juízo "a quo" (art. 1.010 do NCPC) , sem

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nova conclusão, intime-se a parte contrária para que ofereça resposta no prazo
lega. Havendo recurso adesivo, também deve ser intimada a parte contrária para
oferecer contrarrazões. Decorrido o prazo, com ou sem manifestação,
encaminhem-se os autos ao Egrégio Tribunal "ad quem", com as anotações e
cautelas de praxe e com as nossas homenagens (art. 1.010, §3º CPC/15).

Oportunamente, arquivem-se os autos com as cautelas

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de praxe.

P. I. C. Mairiporã, 28 de abril de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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