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69353460 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIAPORTEMPODECONTRIBUIÇÃO.

TEMPO
DE SERVIÇO RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL INSUFICIENTE. EXTINÇÃO SEM
RESOLUÇÃO DE MÉRITO. RESP REPETITIVO 1352721/SP. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. 1. A aposentadoriaportempodecontribuição integral, antes ou depois da EC/98,
necessita da comprovação de 35 anos de serviço, se homem, e 30 anos, se mulher, além do
cumprimento da carência, nos termos do art. 25, II, da Lei nº 8213/91. Aos já filiados quando do
advento da mencionada Lei, vige a tabela de seu art. 142 (norma de transição), em que, para cada
ano de implementação das condições necessárias à obtenção do benefício, relaciona-se um número
de meses de contribuição inferior aos 180 exigidos pela regra permanente do citado art. 25, II. O art.
4º, por sua vez, estabeleceu que o tempo de serviço reconhecido pela Lei vigente deve ser
considerado como tempo de contribuição, para efeito de aposentadoria no regime geral da
previdência social (art. 55 da Lei nº 8213/91). 2. Nos termos do artigo 55, §§2º e 3º, da Lei nº
8.213/1991, é desnecessário a comprovação do recolhimento de contribuições previdenciárias pelo
segurado especial ou trabalhador rural no período anterior à vigência da Lei de Benefícios, caso
pretenda o cômputo do tempo de serviço rural, no entanto, tal período não será computado para
efeito de carência (TRF3ª Região, 2009.61.05.005277-2/SP, Des. Fed. Paulo Domingues, DJ
09/04/2018; TRF3ª Região, 2007.61.26.001346-4/SP, Des. Fed. Carlos Delgado, DJ 09/04/2018;
TRF3ª Região, 2007.61.83.007818-2/SP. Des. Fed. Toru Yamamoto. DJ 09/04/2018; EDCL no
AGRG no RESP 1537424/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 05/11/2015; AR 3.650/RS, Rel. Ministro ERICSON
MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
11/11/2015, DJe 04/12/2015). 3. Foi garantida ao segurado especial a possibilidade do
reconhecimento do tempo de serviço rural, mesmo ausente recolhimento das contribuições, para o
fim de obtenção de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão
ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente. No entanto, com relação ao
período posterior à vigência da Lei nº 8.213/91, caso pretenda o cômputo do tempo de serviço rural
para fins de aposentadoriaportempodecontribuição, cabe ao segurado especial comprovar o
recolhimento das contribuições previdenciárias, como contribuinte facultativo. 4.Considerando a
dificuldade do trabalhador rural na obtenção da prova escrita, o Eg. STJ vem admitindo outros
documentos além daqueles previstos no artigo 106, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91, cujo rol não
é taxativo, mas sim, exemplificativo, podendo ser admitido início de prova material sobre parte do
lapso temporal pretendido, bem como tempo de serviço rural anterior à prova documental, desde
que complementado por idônea e robusta prova testemunhal. Nesse passo, a jurisprudência
sedimentou o entendimento de que a prova testemunhal possui aptidão para ampliar a eficácia
probatória da prova material trazida aos autos, sendo desnecessária a sua contemporaneidade para
todo o período de carência que se pretende comprovar. Precedentes. 5. No que tange à possibilidade
do cômputo do labor rural efetuado pelo menor de idade, o próprio C. STF entende que as normas
constitucionais devem ser interpretadas em benefício do menor. Por conseguinte, a norma
constitucional que proíbe o trabalho remunerado a quem não possua idade mínima para tal não pode
ser estabelecida em seu desfavor, privando o menor do direito de ver reconhecido o exercício da
atividade rural para fins do benefício previdenciário, especialmente se considerarmos a dura
realidade das lides do campo que obrigada ao trabalho em tenra idade (ARE 1045867, Relator:
Ministro Alexandre de Moraes, 03/08/2017, RE 906.259, Rel: Ministro Luiz Fux, in DJe de
21/09/2015). 6. Os documentos acostados pela parte autora são: ficha de identificação civil e
criminal expedida pela Secretaria de Segurança Pública onde seu pai está qualificado como lavrador
(ID 65680729 - Pág. 2); Declaração de que a autora estudou em escola de zona rural em 1977;
1978; 1979 e 1981, estando seu pai qualificado como lavrador (ID 65680729 - Pág. 1); Certidão de
casamento do pai da autora - lavrador; sua certidão de nascimento onde o pai está qualificado como
lavrador; sua certidão de Casamento onde ambos estão qualificados como lavradores (ID 65680726
- Pág. 2); certidão de nascimento do filho Carlos Fernando de Jesus Santos pai lavrador; sua CTPS
onde a maioria dos vínculos são rurais (ID 65680727 - Pág. 1/9); CTPS do seu marido (ID
65680729 - Pág. 1/7); Documento do Sitio da autora, neste Município. 7. Consoante entendimento
desta Eg. Sétima Turma, é possível a extensão da qualificação de lavrador em documento de
terceiro, considerado familiar próximo, apenas quando se tratar de hipótese de agricultura de
subsistência em que o labor é exercido em regime de economia familiar. 8. Os documentos em
nome de seu pai não aproveitam a autora porque eles comprovam que ele possui vínculos de
trabalho urbano em seu histórico laborativo, notadamente na empresa PAPELOK INDÚSTRIA E
COMÉRCIO Ltda, na empresa POLENGHI INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS Ltda, o que
descaracteriza de plano a alegada qualidade de rurícola. 9. A corroborar a condição de trabalhador
urbano ostentada por seu genitor, verifica-se que nessa qualidade de segurado ele recebeu benefício
de auxílio-doença por acidente do trabalho, bem como recebe benefício de aposentadoria por tempo
de contribuição (NB 42/116.319.820-7) com renda mensal atual de R$ 2.343,65 (dois mil, trezentos
e quarenta e três reais e sessenta e cinco centavos), (ID 65680748 - Pág. 13/16) 10. De igual sorte,
os documentos em nome de seu esposo não socorrem a autora pois os vínculos constantes na CTPS
são personalíssimos, não se estendendo a terceiros. Ademais, comprovam que o labor rural por ele
exercido não era exercido em regime de economia familiar. 11. Ainda que assim não fosse, colho
dos autos que o marido da autora recebe benefício por incapacidade desde 01/07/1995, encontrando-
se inclusive aposentado por invalidez desde 24/03/1999, presumindo-se sua INATIVIDADE
profissional, de modo que a autora deveria ter instruído o pedido com indícios de prova material em
nome próprio. (ID 65680748 - Pág. 8/12). 12. Considerando que o conjunto probatório foi
insuficiente à comprovação da atividade rural, seria o caso de se julgar improcedente a ação, uma
vez que parte autora não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia, ex vi do art. 373, I, do
CPC/2015. 13. Entretanto, adota-se o entendimento consolidado pelo C. STJ, em julgado proferido
sob a sistemática de recursos repetitivos, conforme art. 543-C, do CPC/1973, no sentido de que a
ausência de conteúdo probatório eficaz a instruir a inicial, implica a carência de pressuposto de
constituição e desenvolvimento válido do processo, impondo a sua extinção sem o julgamento do
mérito (art. 485, IV, do NCPC), propiciando ao autor intentar novamente a ação caso reúna os
elementos necessários (RESP 1352721/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
CORTE ESPECIAL, julgado em 16/12/2015, DJe 28/04/2016). 14. Ônus da sucumbência:
Condenação da parte autora no ressarcimento das despesas processuais eventualmente
desembolsadas pela autarquia, bem como nos honorários advocatícios, que ficam arbitrados em
10% (dez por cento) do valor atualizado da causa, ficando suspensa a exigibilidade, nos termos do
disposto nos artigos 11, §2º e 12, ambos da Lei nº 1.060/50, e §3º do artigo 98 do CPC, já que deu
causa à extinção do processo sem resolução do mérito. 15. De ofício, processo extinto, sem
resolução do mérito, com fulcro no art. 485, IV do CPC/2015. Prejudicados os apelos do INSS e da
parte autora. (TRF 3ª R.; ApCiv 5696008-89.2019.4.03.9999; SP; Sétima Turma; Relª Desª Fed.
Inês Virgínia Prado Soares; Julg. 30/11/2020; DEJF 10/12/2020)

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67/2008 e do TST nº 35/2009.

69353452 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.


TRABALHO RURAL RECONHECIDO. REQUISITOS SATISFEITOS. 1. A aposentadoria por
tempo de contribuição integral, antes ou depois da EC/98, necessita da comprovação de 35 anos de
serviço, se homem, e 30 anos, se mulher, além do cumprimento da carência, nos termos do art. 25,
II, da Lei nº 8213/91. Aos já filiados quando do advento da mencionada Lei, vige a tabela de seu art.
142 (norma de transição), em que, para cada ano de implementação das condições necessárias à
obtenção do benefício, relaciona-se um número de meses de contribuição inferior aos 180 exigidos
pela regra permanente do citado art. 25, II. O art. 4º, por sua vez, estabeleceu que o tempo de
serviço reconhecido pela Lei vigente deve ser considerado como tempo de contribuição, para efeito
de aposentadoria no regime geral da previdência social (art. 55 da Lei nº 8213/91). 2. Nos termos do
artigo 55, §§2º e 3º, da Lei nº 8.213/1991, é desnecessário a comprovação do recolhimento de
contribuições previdenciárias pelo segurado especial ou trabalhador rural no período anterior à
vigência da Lei de Benefícios, caso pretenda o cômputo do tempo de serviço rural, no entanto, tal
período não será computado para efeito de carência (TRF3ª Região, 2009.61.05.005277-2/SP, Des.
Fed. Paulo Domingues, DJ 09/04/2018; TRF3ª Região, 2007.61.26.001346-4/SP, Des. Fed. Carlos
Delgado, DJ 09/04/2018; TRF3ª Região, 2007.61.83.007818-2/SP. Des. Fed. Toru Yamamoto. DJ
09/04/2018; EDCL no AGRG no RESP 1537424/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 05/11/2015; AR 3.650/RS, Rel.
Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 11/11/2015, DJe 04/12/2015). 3. - Foi garantida ao segurado especial a
possibilidade do reconhecimento do tempo de serviço rural, mesmo ausente recolhimento das
contribuições, para o fim de obtenção de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-
doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente.
No entanto, com relação ao período posterior à vigência da Lei nº 8.213/91, caso pretenda o
cômputo do tempo de serviço rural para fins de aposentadoria por tempo de contribuição, cabe ao
segurado especial comprovar o recolhimento das contribuições previdenciárias, como contribuinte
facultativo. 4. Considerando a dificuldade do trabalhador rural na obtenção da prova escrita, o Eg.
STJ vem admitindo outros documentos além daqueles previstos no artigo 106, parágrafo único, da
Lei nº 8.213/91, cujo rol não é taxativo, mas sim, exemplificativo, podendo ser admitido início de
prova material sobre parte do lapso temporal pretendido, bem como tempo de serviço rural anterior
à prova documental, desde que complementado por idônea e robusta prova testemunhal. Nesse
passo, a jurisprudência sedimentou o entendimento de que a prova testemunhal possui aptidão para
ampliar a eficácia probatória da prova material trazida aos autos, sendo desnecessária a sua
contemporaneidade para todo o período de carência que se pretende comprovar. Precedentes. 5. No
que tange à possibilidade do cômputo do labor rural efetuado pelo menor de idade, o próprio C. STF
entende que as normas constitucionais devem ser interpretadas em benefício do menor. Por
conseguinte, a norma constitucional que proíbe o trabalho remunerado a quem não possua idade
mínima para tal não pode ser estabelecida em seu desfavor, privando o menor do direito de ver
reconhecido o exercício da atividade rural para fins do benefício previdenciário, especialmente se
considerarmos a dura realidade das lides do campo que obrigada ao trabalho em tenra idade (ARE
1045867, Relator: Ministro Alexandre de Moraes, 03/08/2017, RE 906.259, Rel: Ministro Luiz Fux,
in DJe de 21/09/2015). 6. No caso, diante das robustas provas materiais, não há dúvida em
reconhecer a atividade rural da parte autora, exercida em regime de economia familiar, pelo período
pleiteado, qual seja, de 01/07/1976 a 31/10/1991, devendo ser considerado como tempo de
contribuição, não podendo tal período ser computado para efeito de carência, nos termos do art. 55,
§2º, da Lei nº 8.213/1991. 7. Dúvidas não subsistem sobre a possibilidade de extensão da
qualificação de lavrador de um cônjuge ao outro constante de documento apresentado, para fins de
comprovação da atividade campesina, que indique, por exemplo, o marido como trabalhador rural
(STJ, 3ª Seção, ERESP 1171565, relator Ministro Nefi Cordeiro, DJe 05.03.2015), especialmente
quando houver documentos em seu nome que atestem sua condição de rurícola 8. Consoante
entendimento desta Eg. Sétima Turma, é possível a extensão da qualificação de lavrador em
documento de terceiro, considerado familiar próximo, apenas quando se tratar de hipótese de
agricultura de subsistência em que o labor é exercido em regime de economia familiar, sendo esta a
hipótese dos autos. 9. Por ocasião do pedido administrativo - em 10/04/2019, o INSS apurou 182
contribuições ou 15 anos, 01 mês e 06 dias (fls 48 e. 86) 10. A par disso, somando-se o tempo de
labor rural reconhecido pelo INSS com o tempo ora reconhecido, (de 101/07/1976 a 31/10/1991),
verifica-se que a parte autora, na data do requerimento administrativo (10/04/2019), possuía tempo
de serviço/contribuição superior ao exigido. 11. Para o cálculo dos juros de mora e correção
monetária, portanto, aplicam-se, (1) até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, os índices
previstos no Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos da Justiça Federal, aprovado
pelo Conselho da Justiça Federal; e, (2) na vigência da Lei nº 11.960/2009, considerando a natureza
não-tributária da condenação, os critérios estabelecidos pelo Egrégio STF, no julgamento do RE nº
870.947/SE, realizado em 20/09/2017, na sistemática de Repercussão Geral, quais sejam, (2.1) os
juros moratórios serão calculados segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança, nos
termos do disposto no artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009; e
(2.2) a correção monetária, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E.
12. O termo inicial do benefício deve ser fixado a partir do pedido administrativo - 10/04/2019,
observada a prescrição quinquenal. 13. Vencido o INSS, a ele incumbe o pagamento de honorários
advocatícios, fixados em 10% do valor das prestações vencidas até a data da sentença (Súmula nº
111/STJ). 14. No que se refere às custas processuais, delas está isenta a Autarquia Previdenciária,
tanto no âmbito da Justiça Federal (Lei nº 9.289/96, art. 4º, I) como da Justiça Estadual de São
Paulo (Lei nº 9.289/96, art. 1º, § 1º, e Leis Estaduais nºs 4.952/85 e 11.608/2003). Tal isenção,
decorrente de Lei, não exime o INSS do reembolso das custas recolhidas pela parte autora (artigo
4º, parágrafo único, da Lei nº 9.289/96), inexistentes, no caso, tendo em conta a gratuidade
processual que foi concedida à parte autora. 15. Recurso provido. (TRF 3ª R.; ApCiv 5325328-
21.2020.4.03.9999; SP; Sétima Turma; Relª Desª Fed. Inês Virgínia Prado Soares; Julg. 30/11/2020;
DEJF 10/12/2020)

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67/2008 e do TST nº 35/2009.

82345466 - PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO. RECONHECIMENTO DE PERÍODO DE LABOR RURAL. REGIME DE
ECONOMIA FAMILIAR. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL. DOCUMENTAÇÃO
EM NOME DO GENITOR. NECESSIDADE DE COLHEITA DA PROVA ORAL. SENTENÇA
ANULADA. RECURSO PREJUDICADO. 1. Controvertem as partes acerca do direito do Autor ao
cômputo do período de atividade rural, como segurando especial, em regime de economia familiar
(01/01/1968 a 31/01/1974) para que integre o tempo de contribuição apurado para o NB
102.876.717-7, bem como o direito ao cálculo da renda mensal tomando-se por base os períodos de
contribuição na atividade de sócio empresário a partir de 1989. 2. A comprovação do efetivo labor
como trabalhador rural em regime de economia familiar (segurado especial) se dá nos termos do art.
106 da Lei nº 8.213/91 e, na esteira de precedentes do STJ, por meio de início razoável de prova
material, complementado por prova testemunhal. É certo que, por ser apenas o início de prova, os
documentos não precisam abranger todo o período a ser comprovado. Ademais, a circunstância de
ser o Autor menor de idade ao tempo do labor que pretende comprovar, por si, não constitui óbice
ao reconhecimento do exercício de atividade rural, na esteira da jurisprudência do STJ (AR
200702755958, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, STJ. Terceira Seção, DJE 30/04/2013) e do
TRF1 (AC 0048054-60.2012.4.01.9199/MG, Rel. Desembargadora Federal Ângela Catão, TRF da
1ª Região. Primeira Turma, e-DJF1 p. 859 de 19/08/2013; AC 0037148-35.2017.4.01.9199, JUIZ
FEDERAL GRIGÓRIO CARLOS DOS SANTOS, TRF1. 2ª CÂMARA REGIONAL
PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, e-DJF1 13/02/2020). Todavia, consoante a
jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça: "Conquanto não se exija a
contemporaneidade da prova material durante todo o período que se pretende comprovar o exercício
de atividade rural, deve haver ao menos um início razoável de prova material contemporânea aos
fatos alegados, admitida a complementação da prova mediante depoimentos de testemunhas. "
(AgRg no REsp 1148294/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 07/10/2014). 3. A parte autora juntou relevante prova documental da sua condição de
segurado especial no período discutido (dos 14 anos de idade aos 20 anos de idade), já que
apresentou certidão de casamento dos genitores ocorrido em 16/07/1943 em que consta a profissão
de lavrador do seu genitor, bem como a carteira do sindicato dos trabalhadores rurais de 09/01/1987
do genitor e a certidão do óbito também do genitor ocorrido em 01/11/1998 na Fazenda Malhada.
Tal documentação é apta a configurar início razoável de prova material. 4. Nas causas
previdenciárias em que se pretende a concessão de benefício decorrente do exercício de atividade
rural em regime de economia familiar, a qualidade de segurado especial deve ser demonstrada por
meio de razoável início de prova material, corroborado pela prova testemunhal, razão pela qual é
imprescindível, para tal fim, a realização de audiência de instrução e julgamento, oportunidade em
que o julgador tem contato direto com a parte autora, nela podendo apurar inclusive a verdadeira
extensão da prova documental apresentada. 5. Também o tema referente ao recolhimento das
contribuições na condição de sócio-gerente merece maiores investigações. É que embora as guias de
recolhimentos existentes nos autos em nome da empresa não se prestem à comprovação do
desempenho da atividade pelo Autor, que junta aos autos contrato social de 04/05/2007, Declaração
do Imposto de Renda relativo ao ano-calendário de 2006 e guias de recolhimentos relativas à
empresa Bar Vermelho e Lanchonete sobre pro labore de sócios em somente algumas competências
nos anos de 1989 a 1994 (fls. 46/59) e depois de períodos posteriores à concessão do benefício (fls.
60 a 74), o certo é que o documento à fl. 75 (rolagem única) traz a relação de trabalhadores da
empresa Bar Vermelho e Lanchonete LTDA, dentre os quais consta o Autor e a sua data de
admissão em 05/07/1989. Assim, importante prosseguir na instrução da controvérsia, notadamente
com a apresentação da documentação a cargo da autarquia previdenciária para a matéria. 6.
Sentença anulada de ofício. Recurso prejudicado. (TRF 1ª R.; AC 0012214-71.2008.4.01.3300; Relª
Juíza Fed. Conv. Olívia Mérlin Silva; DJF1 19/08/2020)

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67/2008 e do TST nº 35/2009.

82149500 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO. INCÊNDIO. FORÇA MAIOR. PROVA TESTEMUNHAL IDÔNEA. RUÍDO.
EXPOSIÇÃO HABITUAL E PERMANENTE. EPI. 1. Para comprovar o labor desenvolvido na
condição de menor de idade para a Cerâmica Santa Luzia Ltda. de 30/06/1967 a 30/05/1970, o autor
apresentou uma declaração datilografada e datada de 20/11/1998, fls. 12, bem como cópia de laudo
pericial elaborado pelo Instituto de Criminalística acerca do incêndio que atingiu o escritório da
empresa de contabilidade que mantinha a guarda dos documentos de sua empregadora, tais como
anotações de pagamentos a empregados, fls. 13/28. 2. Os três testemunhos colhidos em audiência
confirmaram que houve um incêndio que atingiu o escritório do contador da cerâmica; que o autor
trabalhou na cerâmica sem carteira assinada, sendo os salários pagos aos seus pais; o labor iniciou
por volta de 1966/1967 e perdurou até 1970, aproximadamente, fls. 134/140. 3. O incêndio que
atingiu o escritório do contador da empresa configura motivo de força maior a viabilizar a
comprovação do tempo de contribuição com base na prova testemunhal, conforme ressalva contida
no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/1991. 4. Não surpreende o reconhecimento de trabalho urbano a
partir dos doze anos de idade, que se encontra em sintonia com o disposto no art. 7º, § 1º, II, da
Instrução Normativa INSS/DC 77/2015, que haure fundamento de validade na Constituição Federal
de 1967. 5. O INSS enquadrou como especiais por exposição a risco os períodos de trabalho do
autor de 04/09/1978 a 01/07/1987, de 03/01/1988 a 14/08/1991 e de 08/09/1991 a 25/08/1995,
conforme Formulários de Informações Sobre Atividades Exercidas em Condições Especiais (DSS-
8030) e laudos técnicos elaborados por profissionais de segurança do trabalho, fls. 90/96. 6. A
pressão sonora superou o limite previsto na legislação previdenciária: 80dB (A) fixado pelo Decreto
nº 53.831/1964, que prevaleceu até 05/03/1997, quando houve majoração para 90dB (A) pelo
Decreto nº 2.172/1997. 7. O período de 30/06/1967 a 30/05/1970 deve ser acrescido ao tempo de
contribuição reconhecido em sede administrativa: vinte e nove anos, nove meses e quatro dias, fls.
58. O somatório é suficiente para superar trinta e dois anos, sete meses e vinte e dois dias de
contribuição, conforme contagem realizada pela própria autarquia, fls. 75, o até 16/12/1998, o que
viabiliza o gozo da aposentadoria proporcional por tempo de contribuição, nos termos do art. 53, II,
da Lei nº 8.213/1991 c/c art. 3º da Emenda Constitucional nº 20/1998. 8. Remessa não provida.
(TRF 1ª R.; RN 0002334-66.2006.4.01.3804; Primeira Câmara Regional Previdenciária de Juiz de
Fora; Rel. Juiz Fed. Conv. Ubirajara Teixeira; DJF1 02/05/2018)

Nota: Repositório autorizado do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008 e do TST nº 35/2009.

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