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Universidade Federal do Piauı́ - UFPI

Centro de Tecnologia - CT
Departamento de Engenharia Elétrica
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia - CEE/CT034

Redes inteligentes e geração distribuı́da

Prof. Me. Andrei Carvalho Ribeiro

Universidade Federal do Piauı́ - UFPI

Teresina - Piauı́

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Sumário

1 Redes inteligentes e geração distribuı́da


Tecnologias de informação e comunicação
Medições inteligentes
Armazenamento de energia
Gestão eficiente do sistema de iluminação pública
Veı́culos elétricos e hı́bridos
Qualidade de energia
Autorrestabelecimento e autocura do sistema
Geração distribuı́da
Casas inteligentes e cidades inteligentes

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Redes inteligentes I

Definição
As redes inteligentes (smart grids) são redes elétricas e de Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC) que carregam, além de energia elétrica,
dados que, mediante uma série de funções, permitem monitorar, supervisi-
onar, controlar, proteger e atuar para uma melhor gestão do sistema.
As redes inteligentes incorporam funcionalidades, como:
medição inteligente;
qualidade de energia;
autorrestabelecimento e autocura do sistema;
mobilidade elétrica (carros elétricos);
armazenamento de energia;
gestão eficiente do sistema de iluminação pública;
gestão da energia elétrica em consumidores (casas inteligentes);
geração distribuı́da;
integração com outros serviços (medição compartilhada, por exemplo).

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Redes inteligentes II

Resolução Normativa no 464 (novembro de 2011), que regulamenta


tarifas diferentes por horário de consumo.
Resolução Normativa no 481 (abril de 2012), que regulamenta des-
conto de 80% para os empreendimentos que entrarem em operação co-
mercial até 31 de dezembro de 2017, aplicável aos 10 primeiros anos de
operação da usina na Tust e Tusd.
Resolução Normativa no 482 (abril de 2012), que define as condições
gerais de acesso a micro e minigeração de eletricidade, alterada em 2015
pela Resolução no 687.
Resolução Normativa no 502 (agosto de 2012), que regulamenta os
requisitos básicos para medição eletrônica para o grupo B.

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Redes inteligentes III

Um novo modelo de geração, em que coexistem a geração centralizada


e a geração descentralizada, está se estabelecendo. Os usuários agora
podem ter geração própria, tornando-se simultaneamente produtores e
consumidores de energia elétrica, denominados “prossumidores” (pro-
sumer).
A inserção de fontes renováveis na rede de distribuição, principalmente
nas instalações em baixa tensão, aumenta a complexidade da operação
do sistema de distribuição.
A implantação de redes elétricas inteligentes é vista como a efetiva
consolidação da modernização do setor de energia elétrica, e por isso,
é uma temática amplamente debatida no âmbito mundial.

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Redes inteligentes IV

Trata-se de um modelo tecnológico com relativa complexidade concei-


tual, que necessita de uma vasta diversidade de tecnologias, de equi-
pamentos e de fabricantes, com inúmeros benefı́cios provenientes da
efetiva implantação em toda a cadeia de fornecimento e consumo de
energia elétrica.
No que tange à polı́tica energética nacional, o desenvolvimento do
sistema de energia inteligente poderá trazer os seguintes benefı́cios:
promoção da segurança energética;
modicidade tarifária;
redução da assimetria de informações;
aperfeiçoamento dos processos regulatórios;
promoção da diversificação da matriz energética;
estı́mulo ao uso eficiente do sistema elétrico.

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Redes inteligentes V

Figura 1: Smart grid: conexões entre veı́culos e rede elétrica.

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Tecnologias de informação e comunicação I

Com a evolução das tecnologias de informação e comunicação, em es-


pecial das tecnologias sem fio de curta e longa distância e da utilização
da própria rede elétrica como meio para tráfego de informações por
meio dos sistemas de power line communication (PLC), tornaram-se
viáveis o uso e a integração com as redes de energia elétrica para uma
melhor gestão da rede de energia.

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Tecnologias de informação e comunicação II

Figura 2: Power Line Communication.

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Tecnologias de informação e comunicação III

A solução para transmissão de dados nas redes inteligentes de ener-


gia pode adotar simultaneamente diferentes tecnologias. Do ponto de
vista do meio pelo qual trafega a informação, há soluções cabeadas
(fibra óptica, cabo coaxial ou cabos metálicos) ou sem fio (redes de
celulares, radiofrequência, como WiMax, ZigBee, Bluetooth, satélites,
entre outros).

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Medições inteligentes I

O mercado interno de venda de medidores era de 4 milhões de me-


didores/ano em 2010, e cerca de 90% dos medidores vendidos eram
eletrônicos. Dentre os consumidores, de 2,5 a 3 milhões eram novos, e
o mercado de substituição estava em torno de 1 milhão. Os primeiros
medidores eletrônicos eram similares aos eletromecânicos.
O conceito de medidores inteligentes traz grandes vantagens que ex-
cedem as funcionalidades básicas dos medidores eletromecânicos ou
eletrônicos convencionais e respondem às necessidades latentes de me-
lhoria de gestão e eficiência da medição, tais como:
detecção de fraude;
corte e religamento remoto;
comunicação bidirecional;
medição a distância.

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Medições inteligentes II

A solução de medição inteligente (MI) a ser implantada prevê a futura


adoção de tarifação pré-paga de energia, possibilitando que o consu-
midor possa gerenciar seus gastos com esse insumo. As redes LAN e
WAN serão a base que permitirá às concessionárias realizar a gestão
no ponto de entrega, possibilitando o corte e religamento, a coleta de
dados de energia, a identificação de eventos de fraude, a falta de ener-
gia em circuitos secundários e primários e outras funcionalidades ainda
em fase de definição, de forma remota e instantânea.
Um novo sistema de medição possibilitará ao consumidor maior eficiência
no consumo de energia, pois ele terá mais informações sobre o seu per-
fil. Outros benefı́cios são a possibilidade de atendimento remoto pela
concessionária; o melhor monitoramento da rede pela distribuidora, de-
vido ao fluxo de comunicação consumidor-concessionária; a redução de
perdas técnicas e não técnicas; e a oferta de novos serviços aos consu-
midores.

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Pré-pagamento de energia elétrica I

Historicamente, o pré-pagamento de energia elétrica surgiu na Ingla-


terra. No Brasil, seu uso localiza-se nas telecomunicações, em princı́pio
com a ideia do “orelhão” (telefone público) que utiliza fichas e cartão.
A mesma ideia foi utilizada pela telefonia celular móvel, com cartão e
créditos.
Os paı́ses com maior número de consumidores na modalidade de pré-
pagamento de energia elétrica são África do Sul, Nova Zelândia e Reino
Unido. Na América Latina, o pré-pagamento é realidade na Argentina,
Bolı́via, Colômbia, Peru e Venezuela.
Basicamente, o consumidor compra “crédito” de eletricidade nos pon-
tos de venda. O ponto de venda é parte do sistema de informação
disponı́vel da concessionária. Essa é a chave para o sucesso de um
sistema de pré-venda.

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Pré-pagamento de energia elétrica II

O consumidor entra com o código no medidor, que o decodifica de


forma a registrar (creditar) a quantidade de energia em kWh que foi
comprada no ponto de venda.
As principais vantagens para a concessionária nesse modelo de pré-
pagamento são:
eliminação de cortes e religamentos de serviço;
redução de custos de operação, financeiros e de fraude;
recuperação de clientes inativos;
utilização racional dos recursos energéticos;
oferecimento ao usuário de uma ferramenta que permite evitar a “ex-
clusão social” que significa não ter acesso ao uso de energia elétrica.

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Armazenamento de energia I

A possibilidade de gestão de armazenamentos de energia para uso fu-


turo de forma eficiente e com custos competitivos sempre foi um ob-
jetivo a ser alcançado. Existem diversas formas de armazenamento de
energia disponı́veis hoje, com eficiência e custos bem distintos. Dentre
elas, as principais são:
armazenamento de energia mecânica;
armazenamento eletroquı́mico;
armazenamento direto de energia elétrica;
armazenamento de energia térmica;
armazenamento quı́mico.
.

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Gestão eficiente do sistema de iluminação pública I

Um dos principais consumidores de energia são os sistemas de ilu-


minação pública das cidades, que têm um consumo constante e que,
em geral, começam a atuar no horário de pico do sistema. Uma me-
lhor gestão desse tipo de carga trará bons resultados em economia de
energia e recursos.
O uso de tecnologias de iluminação mais adequadas, dependendo do
tipo de aplicação, por exemplo, o uso de lâmpadas LED com con-
trole de dimerização, sistemas de detecção de presença e sistemas de
medição individual, além da possibilidade de corte e acionamento re-
moto de cada luminária, permitirão uma medição, controle do nı́vel
de iluminação e desligamento ou acionamento de modo autônomo ou
ainda programado em uma central. Esses sistemas permitirão reduzir
o consumo e aumentar a vida útil das lâmpadas.

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Gestão eficiente do sistema de iluminação pública II

Hoje temos luminárias autossupridas com uso de painéis fotovoltaicos


e baterias que permitem o uso de luminárias em regiões em que a rede
não chega ou onde as possibilidades de se ter sistemas de energia zero
(zero energy) são interessantes.
Sistemas georreferenciados permitirão a avaliação, de uma central, do
consumo de energia e do nı́vel de iluminação de uma cidade, um bairro
ou de uma rua especı́fica. Poderemos programar o acendimento ou
apagamento das luminárias, definindo um conceito novo de despacho
de iluminação similar ao despacho de geração das usinas hidrelétricas.
Podemos avaliar e programar a manutenção do sistema de luminárias
em função do nı́vel de queima de lâmpadas e acessórios, e da vida útil
e das intervenções feitas.

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Veı́culos elétricos e hı́bridos I

O carro elétrico nasceu praticamente na mesma época em que o carro


com motor a explosão, movido a gasolina, e chegou a ser numeri-
camente predominante em algumas cidades americanas. No entanto,
perdeu rapidamente sua primeira batalha para o carro a combustão
interna, que era mais barato.
A rede de abastecimento de gasolina e diesel rapidamente se expandiu,
os problemas com o peso e o tempo de duração das baterias limitado ao
número de ciclo de carga e recarga, a autonomia do veı́culo e o tempo
de recarga das baterias inviabilizaram o mercado de carros elétricos.

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Veı́culos elétricos e hı́bridos II

Existem vários tipos de carros elétricos e hı́bridos que podemos classi-


ficar nos modelos a seguir:
Carro elétrico a bateria (CEB): usa energia de baterias carregadas na
rede elétrica;
Carro elétrico hı́brido (CEH): a energia elétrica é fornecida por um ge-
rador a bordo acionado por um motor de combustão interna (MCI) que
usa um combustı́vel convencional como fonte de energia;
Carro elétrico hı́brido, plug-in (CEHP): um CEH equipado com mais
baterias que tanto usa energia da rede quanto do gerador embarcado.
Carro elétrico com células a combustı́vel (CECC): usa energia gerada por
uma célula a combustı́vel a partir de hidrogênio.

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Veı́culos elétricos e hı́bridos III

Benefı́cios para a sociedade


Poderemos utilizar a energia acumulada na bateria como fonte de ener-
gia elétrica de reserva para a residência ou para exportar para a rede
elétrica, dependendo de sistemas que conversem com os sistemas de
gestão de energia da residência ou da concessionária de energia, para
viabilizar a recarga da bateria ou o uso da energia armazenada na ba-
teria.
Há um ganho evidente na eficiência energética de toda a cadeia, prin-
cipalmente na conversão da energia elétrica do veı́culo em força motriz
nas rodas. O uso de veı́culos elétricos e hı́bridos aumentaria muito a
eficiência do setor de transporte.

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Veı́culos elétricos e hı́bridos IV

Além disso, haverá redução de emissão de gases poluentes e melhoria


de qualidade do ar nas grandes cidades, impactando o setor de saúde. A
redução de emissões ocorre até mesmo com a utilização de energéticos
análogos para geração de energia elétrica. Dar-se-ia também redução
de ruı́do nos centros urbanos.
A manutenção do veı́culo elétrico será muito diferente da manutenção
do motor a explosão, pois haverá redução de partes mecânicas que
sofrem maior desgaste. A indústria brasileira de veı́culos e componentes
poderia participar da cadeia mundial de produção de veı́culos elétricos
e hı́bridos e/ou de seus componentes, como motores, acionamentos e
baterias.

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Veı́culos elétricos e hı́bridos V

Impactos
Haverá necessidade de implantação de novos pontos de abastecimento
e de adaptação das instalações residenciais e dos sistemas de medição
para permitir tarifas diferenciadas, como pré-pagamento.
Haverá a possibilidade de se utilizar a energia das baterias como fonte
suplementar de energia em residências, e para injetar na rede. Deverá
ser feita uma modelagem da curva de carga e do impacto da carga de
veı́culos, em função dos horários e hábitos dos usuários. O carrega-
mento de madrugada será incentivado para evitar o horário de pico e
o uso mais eficiente dos vales da curva de carga.

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Veı́culos elétricos e hı́bridos VI

Baterias e carregadores
As baterias predominantes nos atuais carros elétricos e hı́bridos são as
de ı́ons de lı́tio, que têm maior densidade de carga e que, portanto,
pesam menos e são de menor volume, além de suportarem mais ciclos
de carga e recarga.
São de custo muito alto, cerca de 60% do valor do veı́culo, o que
dificulta a redução do preço final dos carros elétricos.
No Brasil, a Itaipu Binacional desenvolveu um projeto com a utilização
dessa bateria em um Palio Weekend da Fiat convertido para elétrico e
também em outras aplicações.

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Veı́culos elétricos e hı́bridos VII

Figura 3: Palio Weekend Elétrico

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Veı́culos elétricos e hı́bridos VIII

Figura 4: Palio é abastecido em Itaipu também por energia gerada por


células solares.

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Qualidade de energia I

Com os medidores inteligentes será permitido melhor monitoramento


de parâmetros ligados à qualidade da energia, tanto no quesito de
qualidade de serviço como no de produto.
Na qualidade de serviço são avaliados os indicadores ligados à conti-
nuidade do serviço, como a duração e a frequência de desligamentos
equivalentes (DEC e FEC) e individuais (DIC e FIC) e ao tempo de
restabelecimento do serviço.
Na qualidade do produto poderemos avaliar também os indicadores
ligados à qualidade da tensão fornecida, por exemplo, a flutuação
da tensão dentro de limites aceitáveis; o nı́vel de harmônicas do sis-
tema; o nı́vel de cintilação (flicker); os afundamentos ou elevações de
tensão (SAGs e Swells); surtos ocasionados por manobras ou surtos
atmosféricos.

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Autorrestabelecimento e autocura do sistema I

O autorrestabelecimento de zonas escuras pode ser feito com a au-


tomação de chaves de transferência associadas a sistemas inteligentes
que detectam e isolam as faltas na rede, permitindo em seguida fazer
transferências de blocos de carga que foram desligados para outros cir-
cuitos, ou seja, dessa maneira ocorre uma autocura do sistema, com
as zonas consideradas desligadas e que estavam às escuras voltando a
ser energizadas.
Os principais benefı́cios de um sistema com autocura são as reduções
dos tempos de restabelecimento do serviço de fornecimento de energia
elétrica, dos custos operacionais para o restabelecimento e do número
de clientes afetados pelas interrupções do fornecimento.

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Geração distribuı́da I

A micro e a minigeração distribuı́da consistem na produção de energia


elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes
renováveis de energia elétrica ou cogeração qualificada, conectadas à
rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.
A microgeração distribuı́da refere-se a uma central geradora de energia
elétrica, com potência instalada menor ou igual a 75 quilowatts (kW),
enquanto que a minigeração distribuı́da diz respeito às centrais gera-
doras com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3
megawatt (MW), para a fonte hı́drica, ou 5 MW para as demais fontes.

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Geração distribuı́da II

A seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST estabelece os procedimentos


para acesso de micro e minigeração distribuı́da ao sistema de distri-
buição Para que a central geradora seja caracterizada como micro ou
minigeração distribuı́da, são obrigatórias as etapas de solicitação e de
parecer de acesso. A solicitação de acesso é o requerimento formu-
lado pelo acessante (consumidor), e que, uma vez entregue à acessada
(distribuidora), implica a prioridade de atendimento, de acordo com a
ordem cronológica de protocolo.

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Casas inteligentes e cidades inteligentes I

As casas inteligentes têm sistemas de serviços e sistemas de segurança


automatizados, que proporcionam uma melhor qualidade de vida a seus
usuários. O uso de sensores e atuadores acoplados a sistemas au-
tomatizados que permitam o controle automático de acesso, nı́vel de
iluminação de ambientes, padrão adequado de conforto ambiental, con-
trole de consumo de energia elétrica, gás natural ou GLP e água são a
base do conceito de casas inteligentes.
O conceito de “Internet das coisas” também faz parte da ideia da
casa inteligente, pois permite que os eletrodomésticos da residência se
comuniquem e tomem decisões com base na inteligência incorporada a
cada um ou por meio de um sistema de gestão da residência.

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Casas inteligentes e cidades inteligentes II

As casas inteligentes permitem uma melhor gestão do uso da ener-


gia elétrica com equipamentos que permitem ao usuário observar seu
padrão de consumo e de demanda todos os dias do ano e, desse modo,
atuar sobre os hábitos de consumo e modificar a intensidade e o tempo
de uso de equipamentos.
Outra possibilidade de redução do uso seria a troca dos equipamentos
por outros mais eficientes, que realizam a mesma função com a mesma
qualidade de serviço, porém despendendo menos energia elétrica.
Outra alternativa possı́vel seria a troca do energético-eletricidade por
outro energético, quando for vantajoso, tanto no quesito eficiência
energética quanto na questão econômica, o que indica a utilização
de sistemas hı́bridos ou flexı́veis, trocando-se de energético quando se
quiser ou ainda trabalhando de forma complementar.

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Casas inteligentes e cidades inteligentes III

Um exemplo disso são os carros hı́bridos com motor a combustão a


gasolina e elétricos. No caso de aquecimento de água para banho,
existem também sistemas hı́bridos solar-gás natural ou GLP ou solar-
elétrico, nos quais a energia solar é a fonte energética principal e os
outros são complementares.
Algumas empresas já oferecem soluções para a gestão de energia elétrica
da residência com medição dos circuitos que alimentam a casa saindo
do quadro de distribuição de energia elétrica e, em alguns casos, me-
didores em pontos especı́ficos de consumo.
Esses sistemas permitem acompanhar a demanda e a energia consu-
mida, permitindo ao usuário saber quais são os principais consumos da
casa, em que hora do dia ou dia da semana, e também as flutuações
em função de hábitos diferentes nos dias úteis e finais de semana e

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Casas inteligentes e cidades inteligentes IV

em diferentes estações do ano (inverno, verão, primavera, outono), de-


vido às mudanças de temperatura ambiente, o que facilita a gestão da
energia elétrica.
Alguns sistemas incorporam a possibilidade de controlar o horário de
pontos de consumo da casa, por exemplo, o horário de banho das
pessoas.
Esse tipo de função pode ser importante quando se têm tarifas diferen-
tes em diferentes perı́odos do dia, como no caso da tarifa branca que
será implantada no Brasil, que prevê três tarifas diferentes para o dia,
que mostra a comparação da tarifa convencional com a tarifa branca.
Futuramente, as casas inteligentes poderão também “conversar” com
os sistemas das empresas de energia ou ainda com o mercado de com-
pra e venda de energia elétrica para adquirir e vender energia quando
produzida, por geração própria solar ou eólica, por exemplo, e/ou ar-
mazenada nas residências, nas baterias dos veı́culos elétricos.
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Casas inteligentes e cidades inteligentes V

As cidades inteligentes já incorporam gestão de todos os serviços da


cidade para seus moradores, como transporte, fornecimento de energia
elétrica, água e saneamento, gás, telefonia, coleta de resı́duos, ilu-
minação pública, segurança, sistemas de saúde etc.
Alguns paı́ses adotaram sistemas de medição de serviços integrados uti-
lizando calhas técnicas com todos os serviços, o que reduz custos de
implantação, manutenção e operação. O uso de sistemas georreferenci-
ados integrados e bancos de dados associados permite minimizar efeitos
de intervenções em uma ou mais redes de serviço sobre as outras.

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Referências I

MOREIRA, José Roberto Simões. Energias renováveis, geração


distribuı́da e eficiência energética . Rio de Janeiro, LTC, 2019.

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