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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA, E ENGENHARIAS

Curso de Graduação em Engenharia Civil


IMPERMEABILIZAÇÃO DE ALTO DESEMPENHO
VISANDO A SUSTENTABILIDADE

Enéas de Paula e Silva

Nova Iguaçu, 2012


CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA, E ENGENHARIAS

Curso de Graduação em Engenharia Civil

IMPERMEABILIZAÇÃO DE ALTO DESEMPENHO


VISANDO A SUSTENTABILIDADE

Trabalho de final de curso elaborado pelo aluno


Enéas de Paula e Silva submetido ao Centro
Universitário Geraldo Di Biase Fundação
Educacional Rosemar Pimentel como parte dos
requisitos necessários para obtenção do grau de
Engenheiro Civil.

Nova Iguaçu, 2012


CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA, E ENGENHARIAS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Civil

IMPERMEABILIZAÇÃO DE ALTO DESEMPENHO VISANDO A


SUSTENTABILIDADE

Autor: Enéas de Paula e Silva

BANCA EXAMINADORA

Profº .Eng. José Guilherme Leitão Pinheiro MSc.


CREA-RJ – n.º 83105671-2
Presidente

Prof.º Eng. Alan da Silva Sirqueira MSc.


CREA-RJ – nº2002105339
Membro

Prof.ª Camila Siqueira Grainho MSc.


CREA-RJ – n.º 2006104347
Membro

Aprovado em ______ / _____ / _______

Nova Iguaçu, 2012


É com muita emoção que dedico essa
conquista a Marlene de Aguiar e Silva (in
memoriam) e Jairo de Paula e Silva, pois
com muito esforço, determinação e
superação foram exemplos de vida. Tenho
Certeza que sem eles não conseguiria almejar
esse titulo de Engenheiro, amor infinito e
incondicional, mãe/pai amo vocês.
Agradeço primeiramente a Deus, por me
amparar em todos os momentos difíceis, me
dando força e sabedoria nesses 5 anos de
jornada e nunca me deixando desistir de
conquistar meus objetivos e sonhos.

Agradeço ao meu professor Alan Sirqueira


que se prontificou em me ajudar nessa reta
final, com muito incentivo e apoio.

Agradeço ao meu coordenador/professor


Guilherme Pinheiro, que ao longo desses 5
anos trouxe conselho e experiências de vida
importantíssimos em minha formação
acadêmica, mostrando sempre que é preciso
ter foco e nunca desistir do que se almeja
estando sempre presente nas horas boas e
ruins.

Agradeço aos meus professores: André


Terra, Marcelo Cosmo, Eduardo Lopes, Eber
Lopes, Maria Rita, muito obrigado a vocês
que diretamente foram responsáveis pela
minha formação acadêmica e
consequentemente formação profissional.

Agradeço aos meus amigos de turma : Flavia


Ribeiro, Ricardo Rocha, Fabio Otaviano,
Claudio Aurélio, Thaline Flores, Carlos
Luciano, Vinicius Rodrigues, Rogério
Távora, Thiago Igleses(in memoriam), tenho
certeza que formamos um grande elo de
amizade e companheirismo e vamos levar
nas lembranças para sempre, lembrem-se
quanto maior a luta maior é a glória da
vitória.

Agradeço aos meus coorientadores,


especialistas no tema: Arquiteta Camila
Siqueira, Engenheiro Georg Ischakewitsch e
a Técnida em edificações Daniele Vieira,
vocês foram as pessoas que diretamente
influenciaram na escolha do tema de defesa
do Trabalho de Conclusão de Curso, além de
me ajudarem em seu desenvolvimento com
orientações e materiais de pesquisa.
Agradeço a minha noiva Iris Dayene, que
sempre esteve ao meu lado incentivando,
apoiando e nunca me deixando desistir.

Por ultimo, porém não menos importante


agradeço aos meus irmão e amigos que direta
ou indiretamente acompanharam, torceram e
acreditaram que conseguiria chegar até aqui.
“As emoções são a próxima fronteira a ser
compreendida e conquistada. Gerenciar
nossas emoções não é sedá-las ou supri-las,
mas compreende-las de modo que possamos
inteligentemente direcionar nossas energias e
intenções emocionais. É hora dos seres
humanos crescerem emocionalmente,
amadurecer em cidadãos emocionalmente
gerenciados e responsáveis. Nenhuma pílula
mágica fará isso.”

DocChildre.
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA, E ENGENHARIAS

IMPERMEABILIZAÇÃO DE ALTO DESEMPENHO VISANDO A


SUSTENTABILIDADE

RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Civil

Enéas de Paula e Silva

O tema inerente a sustentabilidade chega ao ápice no momento atual em que o assunto deixou
de ser apenas um item da moda ou somente um assunto que se vale da exploração comercial
para fazer parte de um cenário em que a preocupação com a segurança meio ambiente,
conforto e, mormente a longevidade, se constitui tão importante quanto o tamanho, a
localização, e o valor de um determinado empreendimento. È de suma importância assumir
uma responsabilidade que vai além simplesmente da garantia da estanqueidade, mas da
responsabilidade sobre o ciclo completo de vida do produto. No inerente ao segmento de
impermeabilização este vem se passando por constantes renovações nos  últimos anos com a
utilização de novas soluções que trazem a  reboque os bons conceitos de sustentabilidade.
Sistemas de impermeabilização consagrados como as mantas asfálticas e as resinas de
polímeros, bem como os epoxies, poliuretanos e acrílicos, de fato, igualmente são resultados
de uma evolução recente das novas tecnologias.

.
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA, E ENGENHARIAS

APPLICATION OF STAINLESS STEEL IN CIVIL ENGENEERING

ABSTRACT

Conclusion Paper of Graduation in Civil Engineering

Enéas de Paula e Silva

The inherent sustainability theme reaches its climax at the moment when the subject is no
longer just an item of fashion or just a subject that draws from commercial exploitation to be
part of a scenario in which the concern for environmental safety, comfort and longevity
especially if is as important as the size, location, and value of a particular enterprise. It is very
important to assume a responsibility that goes beyond simply ensuring the tightness, but the
responsibility for the full life-cycle of the product. Inherent in this segment of waterproofing
has been undergoing constant renovations in recent years with the use of new solutions that
bring the trailer good sustainability concepts. Waterproofing systems enshrined as the
blankets asphalt and polymer resins, as well as epoxies, polyurethanes and acrylics, in fact,
are also results of a recent development of new technologies.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: MANTAS ASFÁLTICAS


FIGURA 2: CIMENTOS POLIMÉRICOS
FIGURA 3: POLIURETANOS
FIGURA 4: POLYUREA
FIGURA 5: EPÓXI

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
1.1 Objetivo Geral
1.1.1 Objetivo específico
2. REVISÃO DA LITERATURA 6
2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 6
2.1.1A Construção Civil - Desenvolvimento Sustentável 9
2.1.2Impacto dos RCD nos ambientes urbanos 10

2.2 RECURSOS NATURAIS NAS EDIFICAÇÕES 14


2.2.1 Consumo 15

2.3 IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 17


2.3.1 O sistema de impermeabilização 20
2.3.2 Processos de impermeabilização 22
2.3.2.1 asfálticos 22
2.3.2.2 sintéticos 23
2.3.2.3 cimentícios 23
2.3.2.4 resinas 24

2.4 MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES 36


2.5.1 Análise de Desempenho 40

2.5 IMPERMEABILIZAÇÃO VISANDO A SUSTENTABILIDADE 44


2.5.1 Estudo de caso

2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS


2.6.1 Custo x Benefício

CONCLUSÃO 47

REFERENCIAS 48
4

1. INTRODUÇÃO

Com o advento das lajes de concreto os sistemas e processos de impermeabilização de


coberturas antes de 1970 tinham como matéria prima básica produtos asfálticos ou acrílicos,
com aplicações na forma de emulsões a frio, laminações a quente em várias camadas com
asfalto modificado utilizando estruturantes como papel kraft, véu de fibra de vidro ou
poliéster, mais recentemente sistemas com mantas asfálticas, estes tradicionalmente
empregados até os dias de hoje, sistemas conjugados com neoprene hypalon entre tantos
outros. Sistemas de impermeabilização consagrados como as mantas asfálticas e as resinas de
polímeros, assim como os epóxis, poliuretanos e acrílicos, na realidade, também são frutos de
um progresso atualizado de novas tecnologias de modificação de asfaltos com polímeros e
resinas bicomponentes, totalmente isentas de solventes. Estas tecnologias geraram materiais
muito mais seguros com desempenhos físicos e mecânicos muito mais confiáveis que
os antigos asfaltos oxidados e outros sistemas baseados em cimentos portland e água.No que
concerne à sustentabilidade, esta é palavra de ordem em âmbito mundial, cujo tema atinge
neste momento uma fase onde o assunto deixa ser um modismo ou simplesmente explorado
comercialmente e passa a fazer parte de um cenário onde à preocupação com segurança, meio
ambiente, conforto e, principalmente longevidade, se torna tão importante quanto o tamanho,
a localização, e o valor de um determinado empreendimento. No Brasil, e a exemplo de
outros países, poder público e setor privado se empenham na busca de medidas efetivas, mas
o que se vê, até então, são resultados pontuais.

De modo geral, qualquer mudança suscita desconfiança e apreensão, assim, provavelmente


neste caso não é diferente. Contudo, se retrocedermos um pouco na história, poderemos
observas que aconteceram mudanças em variados setores, produtos, normas e legislações, que
ocasionaram quebra de paradigmas e conceitos e que hoje fazem parte do cotidiano de cada
um de nós, se tornando difícil a convivência sem eles.

Na realidade, o que entendemos pelo conceito de sustentabilidade, é aquilo que supre as


necessidades do presente sem comprometimento da possibilidade de que as gerações futuras
atendam a suas próprias necessidades. Portanto, mesmo quando pensamos em
sustentabilidade na impermeabilização, certamente nos pensamento nãoestará tão somente na
garantia do conforto e estanqueidade da obra, mas também no impacto ambiental Entende-se
por sustentabilidade aquilo que supre as necessidades do presente sem comprometer a
5

possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Sendo assim


quando pensamos em sustentabilidade na impermeabilização, certamente estaremos pensando
não somente na garantia do conforto e estanqueidade da obra, mas também no impacto
ambiental causado pela aplicação de determinado produto, na longevidade do mesmo depois
de aplicado, na preservação da estrutura como um todo e também na destinação final do
mesmo quando da necessidade de sua remoção ocasionado pela aplicação de determinado
produto, na longevidade do mesmo depois de aplicado, na preservação da estrutura como um
todo e também na destinação final do mesmo quando da necessidade de sua remoção.
(NOSSO FUTURO COMUM, EDITORA FGV).

Portanto, não é possível nos privar de assumirmos uma responsabilidade que vai bem além da
simples garantia de estanqueidade, mas sim da responsabilidade sobre o ciclo completo de
vida do produto. Conforme palavras de Philip Kotler, professor de Marketing Internacional da
KellogSchoolof Management na NorthwesternUniversity-USA, “os consumidores julgarão,
cada vez mais as companhias por seu desempenho com respeito ao uso sábio e eficiente dos
materiais e dos processos de produção”.

A equação é nítida, a grande maioria das organizações não está desperta ou não despertou ou
provavelmente não tem conhecimento de como trabalhar essa nova exigência do mercado
consumidor, mormente no Brasil onde 92% da população se dizem preocupada com as
consequências das mutações climáticas. Por um lado estão os consumidores mais exigentes e
preocupados com as mudanças climáticas do planeta. Do outro, organizações em busca da
inovação, resultados positivos e novos mercados. Contudo, no que se refere à
impermeabilização, qual a preocupação que as indústrias, construtoras, engenheiros e
aplicadores devem ter em relação aos produtos e serviços relacionados com a preservação das
estruturas contra a infiltração e vazamentos no aspecto da sustentabilidade?

Majoritariamente, os produtos destinados à impermeabilização são decorridos de fontes


originárias do petróleo, como por exemplo: o asfalto, solventes, polímeros e aditivos e
também de recursos esgotáveis como água e madeira e, seguramente, estes mesmos produtos
ainda serão por muito tempo produzidos através destas fontes. Contudo, cabe à indústria e ao
formulador a consciência na utilização destes recursos por meio do aprimoramento de
tecnologias objetivando cada vez mais à redução da agressão à natureza e ao próprio ser
humano.
6

Neste aspecto podemos perceber e constatar que estamos um passo à frente de diversos
segmentos, todavia, ainda nos falta uma extensa caminhada para que um dia possamos ter
condições de visualizar um determinado produto e conhecer todo o seu ciclo de vida, com
possibilidades de prever o seu reuso ou reciclagem, motivo pelo qual o empenho, dedicação e
sentimento de preservação do meio ambiente devem nos motivar a alcançar estes objetivos
para que o setor possa colaborar na melhora da qualidade de vida em nosso planeta.

O presente trabalho composto de introdução, revisão da literatura e considerações finais, será


amparado na metodologia das pesquisas bibliográficas em livros inerentes ao tema, contando
com um apoio significativo de artigos e publicações on-line.

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

Objetivando verificar os sistemas de impermeabilização de alto desempenho existentes no


mercado, o trabalho versa sobre a compatibilização dos mesmos sistemas com os critérios de
sustentabilidade, com foco na aplicação e pós- ocupação: manutenção e conservação.

1.1.1 Objetivo específico

Analisar o avanço das tecnologias construtivas, a identificação dos materiais de


impermeabilização, o desempenho dos mesmos comumente usados na construção civil.

Analisar a aplicação da impermeabilização de alto desempenho quanto à segurança do


trabalho, a sustentabilidade do meio ambiente, a manutenção e conservação da mesma, com
foco no estudo de caso : “impermeabilização de arquibancadas de complexos esportivos”.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Desenvolvimento Sustentável


No tocante ao desenvolvimento sustentável, Conforme destaca Wines (2000), 1 sua
introdução ocorreu pela primeira vez em 1968 no Clube de Roma como uma objeção ao
modelo econômico abraçado pelos países industrializados, tendo sido a preocupação
ambiental adentrada como imperativa ao crescimento econômico. No transcurso do

1
WINES, J. Green Architecture.Milan: Taschen, 2000.
7

tempo, foi possível perceber que a ótica de progresso que se enleava com o domínio e
transformação da natureza onde os recursos naturais eram vistos como sem limitações e a
preservação ambiental estava limitada à criação de parques e áreas especiais destinadas à
preservação de amostras da natureza objetivando preservar as espécies, passaram a ser
insuficientes.

De acordo com o descrever de Carneiro et al., (2001), 2 os avanços na compreensão


científica do funcionamento do planeta permitiu averiguar a não sustentabilidade do
modelo linear de produção brotando à ótica de desenvolvimento sustentável que surgiu
como decorrência da percepção sobre a incapacidade desse modelo de desenvolvimento e
de preservação ambiental se perpetuar, e até mesmo asseverar a sobrevivência da espécie
humana.

Segundo John (2000), 3 partindo da percepção dos efeitos das alterações do meio ambiente
sobre o homem, a natureza passou a ser vista como contendo um valor em si se
estabelecendo assim, limites para a poluição gerada no processo de produção. A
preservação ambiental passou então a ser vista, sobretudo, como a proteção ao meio
ambiente - flora e fauna - natural. O desenvolvimento, algo contraditório à preservação
ambiental, se torna um mal necessário.

A solidificação desse paradigma na sociedade conforme Lindsey& Campbell (1991 apud


JOHN, 2000),4levou a uma evolutiva regulamentação ambiental objetivando o controle da
poluição e ações mais vastas de proteção à natureza. A preocupação com a disposição de
resíduos, industriais ou de pós-consumo, se concentram, mormente no desenvolvimento de
técnicas adequadas e de remediação de locais e cursos de água contaminados por poluentes.
Assim, se trata de uma visão de melhoria da qualidade ambiental como resultado do controle,
pois essencialmente a forma de produção linear não é questionada, já que, praticamente todos
os processos industriais são considerados aceitáveis, desde que os índices de poluição estejam

2
CARNEIRO, A.P.; CASSA, J.C.S.; BRUM, I.A.S. Reciclagem de Entulho para a Produção de Materiais de
Construção. Projeto entulho bom. EDUFBA; Caixa Econômica Federal. Salvador. 1ª edição. 2001.
3
JOHN, V. M.; AGOPYAN, V. Reciclagem de resíduos da construção. In: Seminário reciclagem de resíduos
sólidos domiciliares. 2000. São Paulo. Anais eletrônico. www.reciclagem.pcc.usp.br. Acesso em setembro 2012
4
LINDSEY, A., CAMPBELL, B.J. Pollution Prevention – U.S. Environmental Policy. In. Waste Materials in
Construction.Goumans, Van der Sloot, Aalbers Eds. Elsevier, London, 1991.
8

dentro dos limites estabelecidos, cujos limites conduziram ao surgimento da engenharia end-
of-pipeespecializada no tratamento de resíduos.

Conforme explicitar de Liddle (1994 apud JOHN, 2000), 5 as atividades da construção


civil ainda não passam por controle, exceto no tocante ao ruído e à disposição final dos
resíduos. Desta forma, para a construção civil essa nova forma de ver o mundo denotou
oportunidades de negócios com a construção de aterros sanitários e estações de
tratamento.

Para Kilbert (1994 apud JOHN, 2000), 6 o início da preocupação ambiental como
resultados das atividades da construção civil foi resultado da crise energética na década
de 1970, que conduziu os países de clima frio a regulamentar as tecnologias construtivas
de maneira a consentir uma diminuição no consumo energético na fase de uso dos
edifícios.

Conforme destacado por Hill et al, (1994 apud JOHN, 2000), 7 a formulação do conceito
de desenvolvimento sustentável de modo geral é creditada a BruntlandComission
(Comissão Mundial para Meio Ambiente e Desenvolvimento) da ONU - Organização das
Nações Unidas, que em 1983 produziu o relatório denominado Nosso Futuro Comum.
Porém, esse documento é resultado da evolução de variados trabalhos internacionais
anteriores como a Conferência de Estocolmo, da ONU, em 1982, e do Clube de Roma,
que publicou em 1980 o texto Limites do Crescimento.

A Conferência sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente das Nações Unidas (Rio/92)


consolida, através da AGENDA 21, a visão de que o desenvolvimento sustentável não
apenas demanda a preservação dos recursos naturais de maneira a garantir para as
gerações futuras iguais condições de desenvolvimento - igualdade entre gerações - mas
também uma maior equidade no acesso aos benefícios do desenvolvimento - a igualdade
8
intrageração. (ONU, 1992).

5
LIDDLE, B.T. Construction for sustainability and the sustainability of the construction industry.In: CIB TG16
Sustainable Construction. Proceedings.Tampa. Flórida, November 1994.
6
KILBERT, C. Establishing principles and a model for sustainable construction. In: CIB TG16 Sustainable
Construction. Proceedings.Tampa. Florida. November, 1994.
7
HILL, R.C.; BERGMAN, J.; BOWEN, P. A.A framework for the attainment of sustainable construction.In: CIB
TG16 Sustainable Construction. Proceedings.Tampa. Flórida, November 1994.
9

De acordo com Carneiro et al., (2001), preservar a natureza, vai demandar uma
reformulação mais ampla dos processos produtivos e de consumo, o que implica em uma
reformulação radical da ótica de impacto ambiental das atividades humanas, passando
ainda a incorporar todos os impactos das atividades de produção e de consumo, desde a
extração da matéria prima, os processos industriais, o transporte e o destino dos resíduos
de produção, e do produto após sua utilização. Desta maneira, desenvolvimento
sustentável pode ser conceituado como aquele que permite atender as necessidades
fundamentais de toda população assegurando a todos a oportunidade de satisfazer suas
aspirações para uma vida melhor sem, no, contudo, afetar a habilidade das gerações
futuras atenderem suas próprias necessidades. Assim, o paradigma do desenvolvimento
sustentável vai implicar na produção de uma maior quantidade de bens com uma menor
quantidade de recursos naturais e poluição. O desenvolvimento sustentável exigirá,
portanto, a desvinculação entre o desenvolvimento e a geração de impactos ambientais.

Diversas e variadas ações devem ser realizadas nesse sentido: redução no consumo de
matérias primas, redução e reciclagem de resíduos, aperfeiçoamento dos projetos,
substituição dos materiais tradicionais por outros mais eficientes e duráveis, redução no
consumo de energia e redução global da poluição gerada (resíduos). As mencionadas
ações devem ocorrer tanto no nível macro (global) quanto no micro (consumidores
individuais). Os desafios concernentes a essa nova ótica de desenvolvimento são,
respectivamente, o crescimento econômico com a preservação da natureza e a justiça
social., pois dessa forma, a proteção ambiental deixa de ser preocupação apenas de
ambientalistas e funcionários de órgãos ambientais e passa a fazer presença no mundo
dos negócios.

2.1.1 A Construção Civil -Desenvolvimento Sustentável

Nenhuma sociedade conforme garante Carneiro et. al., (2001), poderá alcançar o
desenvolvimento sustentável sem que a construção civil, que lhe fornece suporte passe
por intensas transformações.

A cadeia produtiva da construção civil também cognominada construbusiness, apresenta


importantes impactos ambientais em todas as suas etapas: extração de matérias-primas,

8
ONU.Agenda 21. 1982. THE FLETCHER SCHOOL Library Resources Multilateral Projects.
www.tufts.edu./fletcher/multi/chrono.html. Acessoemsetembro 2012
10

produção de materiais, construção, uso e demolição. No Brasil o setor da construção civil


corresponde a 14,8% do PIB brasileiro (SCHNEIDER, 2003). 9

De acordo com John (2000), este tamanho reflete o papel gigantesco que o setor tem em
proporcionar um ambiente construído adequado para o homem e suas complexas
atividades econômicas. A construção civil está presente em todas as regiões do planeta
ocupadas pelo homem. Qualquer sociedade preocupada com esta questão deve colocar o
aperfeiçoamento da construção civil como prioridade.

Conforme destacam Kilbert (1994) apud Carneiro et al., (2001): a diminuição do impacto
ambiental da construção civil é tarefa complexa, sendo necessário atuar em variadas
frentes de forma conjunta e simultânea

 procurar minimizar o consumo e maximizar a reutilização de recursos;


 usar recursos renováveis ou recicláveis;
 proteger o meio ambiente;
 criar um ambiente saudável e não tóxico;
 buscar a qualidade na criação do ambiente construído.

2.1.2 Impacto dos RCD nos ambientes urbanos

A resolução CONAMA nº. 1 de 23/01/1986, conceitua o impacto ambiental como qualquer


alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, ocasionada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente afetem a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e
econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos
recursos naturais (BRASIL, 1986).10

Conforme Jonh (200), o setor da construção civil é responsável pela produção dos bens
com as maiores dimensões físicas do planeta sendo ainda o maior consumidor de recursos
naturais de qualquer economia.

9
SCHNEIDER, D. M. Deposições irregulares de resíduos da construção civil na cidade de São Paulo. 2003.
Tese mestrado – Faculdade de Saúde Publica, Universidade de São Paulo, 130p. São Paulo.
www.reciclagem.pcc.usp.br/ftp/Schneider_DeposiçõesIrregularesdeResíduosdaConstrução - Acesso em outubro
2012
10
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Resolução nº. 01 de 23 de Janeiro de 1986.
Brasília
11

O macro complexo da construção civil utiliza algo entre 20 e 50% do total de recursos
naturais consumidos pela sociedade conforme palavras deSjostrom (1992) apud Carneiro
et al., (2001),11 o que está diretamente relacionado com:

 as altas taxas de geração de resíduos de construção e demolição;


 as necessidades de manutenção e reparos;
 a vida útil das construções, bem como, suas tecnologias;
 as perdas de materiais incorporados nos empreendimentos.

De acordo com Jonh (2000), no transcorrer da vida útil de um edifício, as atividades de


manutenção consomem recursos em volume aproximadamente igual aos despendidos na fase
de produção. O simples conteúdo de energia por unidade de massa dos materiais não constitui
em si um indicador do seu impacto ambiental, porque existe significativa diferença de
eficiência entre os diferentes materiais para uma mesma função. Assim é importante a
quantidade de energia ou material necessário para cumprir determinada função. Outro aspecto
que também deve ser considerado é que diferentes materiais vão apresentar diferentes
durabilidades (ou vidas úteis) em diferentes ambientes. Dessa forma, uma durabilidade
elevada pode compensar um elevado consumo de energia e vice-versa.

Na atualidade, reservas estão bastantes limitadas, a exemplo das reservas mundiais de


cobre, com vida útil estimada em pouco mais de 100 anos, e as reservas de zinco, com
expectativa de aproximadamente 200 anos. Numa cidade como São Paulo, o esgotamento
das reservas próximas da capital faz com que a areia natural já seja transportada de
distâncias superiores a 100 km, implicando enorme consumo de energia e geração de
poluição, além do aumento do custo do produto final (CARNEIRO et al., 2001).

No que se refere ao consumo de agregados para construção civil no Brasil, segundo


dados fornecidos por Valverde (2001), 12 foi de 240 milhões de m³ em 2000 e estima-se
para o ano de 2010 o consumo de 340 milhões de m³. Este dado é verificado pela
produção nacional de cimento Portland, que em 2004 foi de 34 milhões de toneladas.
Considerando-se um traço médio de 1:6, tem-se um consumo de 210 milhões de

11
SJOSTROM, C. Durability and sustainable use of building materials.In: Sustainable use ofmaterials. London:
BRE/RILEM, 1992.
12
VALVERDE, F. M. Balanço Mineral Brasileiro 2001 – Agregados para Construção Civil. 2001. 15 p.
http://www.dnpm.gov.br/portal/assets/galeriaDocumento/BalançoMineral2001/agregados.pdf - Acesso em
outubro 2012
12

toneladas ou 130 milhões de m³ de agregados, na produção de concretos e argamassas,


devendo-se acrescer ainda o material empregado para outros fins.

O setor conforme assevera Carneiro et al., (2001) consome grandes quantidades de materiais
com significativo conteúdo energético que precisam ser transportados a grandes distâncias,
com estimativa de que cerca de 80% da energia utilizada na produção de um edifício é
consumida na produção e transporte de materiais. Os edifícios são responsáveis por cerca de
50% do consumo de energia elétrica no Brasil (ELETROBRÁS, 1998).13

Schneider (2003), ressalva que a indústria da construção civil se destaca como a maior
geradora de resíduos da economia sendo que, usualmente a quantidade de resíduos
gerados é inteiramente proporcional ao grau de desenvolvimento de uma cidade,
resultado das maiores atividades econômicas e dos hábitos de consumo decorrentes.
Desta forma, muito provavelmente os problemas relacionados com a gestão de resíduos
sejam mais intensos nas vinte e seis regiões metropolitanas do país, onde vivem pouco
mais de 40% da população brasileira.

Conforme destaca Schneider (2003), em 1960, 10% da população mundial, ou seja: 300
milhões de habitantes, habitavam em cidades, sendo que,em 40 anos passaram a abrigar
dez vezes mais pessoas, atingindo 3,2 bilhões, cerca de 50% da população mundial.
Como consequência, as cidades passaram a vivem sob impactos e riscos sanitários e
ambientais, tensão social e violência.

A geração de RCD – Resíduos da Construção e Demolição no Brasil, conforme dados


fornecidos por Pinto (1999),14 pode ser estimada em 450 kg/hab.ano, o que representa entre 41
e 70% de todo resíduo sólido municipal. A afirmativa de Pinto (1999), é de que para cada m²
construído equivale à geração de 150 kg de resíduos é fundamentada em três bases de
informação: estimativas de áreas construídas movimento de carga por coletores e
monitoramento de descargas nas áreas utilizadas como destino dos resíduos. Para ele os
principais fatores que contribuem para geração total de RCD - Resíduos da Construção e
Demolição são:

13
ELETROBRÁS Procel. 1998. www.eletrobras.gov.br/procel/. Acesso em outubro 2012
14
PINTO, T.P. Perda de materiais em processos construtivos tradicionais. 1989. Departamento de Engenharia
Civil da Universidade Federal de São Carlos. São Carlos
13

 definição e detalhamento insuficientes em projetos de arquitetura, de estruturas,


formas, instalações, entre outros;
 qualidade inferior dos materiais e componentes de construção disponíveis no
mercado;
 mão de obra não qualificada;
 ausência de procedimentos operacionais e mecanismos de controle de execução e
inspeção.

Conforme dados coletados pelo IBGE (2000), em 4690 municípios brasileiros (85,4% do
total) eram realizados algum tipo de coleta municipal de RCD - Resíduos da Construção e
Demolição. Neste mesmo levantamento foi constatado que 94,5% do lixo coletado por
todos os municípios eram disposto em lixões, aterros controlados ou em aterros
sanitários.

Pinto (1999), esclarece que diversas e variadas são as consequências do vasto volume de
RCD - Resíduos da Construção e Demolição gerado nos centros urbanos, advindos do
fluxo irracional e descontrolado dos resíduos, típico do processo que se denominou de
Gestão Corretiva e das características dos agentes envolvidos, pequenos ou grandes
geradores, pequenos ou grandes coletores. Inexistindo soluções para a captação dos RCD
gerados nas atividades construtivas, seus geradores, ou os pequenos coletores que os
atendem, buscarão inevitavelmente, áreas livres nas proximidades para a disposição dos
resíduos. Estes resíduos são depositados ilegalmente, acumulando-se nas cidades,
gerando custos e agravando problemas urbanos, como enchentes e tráfego.

No entendimento de Carneiro et. al., (2001), o distanciamento e o esgotamento evolutivo


dos bota-foras é fator de complicação para as ações corretas de coleta e disposição dos
RCD, pois o componente custo de deslocamento é parcela importante do custo de coleta,
mesmo em cidades onde os percursos sejam extremamente menores que em regiões
metropolitanas. Nas regiões metropolitanas de SP, BH e RJ, praticamente todos os bota-
foras mais centrais fazem cobrança de taxas para o descarte de resíduos.

No entendimento os Pinto (1999), fundamentais impactos sanitários e ambientais


arrolados aos RCD - Resíduos da Construção e Demoliçãoprovavelmente sejam aqueles
associados às disposições irregulares, uma conjunção de efeitos deteriorantes do
ambiente local:
14

 degradação da paisagem urbana;


 ocupação de vias e logradouros públicos, prejudicando o tráfego de pedestres e de
veículos;
 assoreamento de rios e córregos, com obstrução dos canais de drenagem de águas
pluviais provocando enchentes (é muito frequente o reconhecimento da
concentração de disposições irregulares ao longo de cursos d’água);
 atração de outros resíduos não inertes;
 multiplicação de vetores de doenças com o comprometimento da saúde pública.

Alguns dos impactos são plenamente visíveis e revelam um vasto comprometimento da


qualidade do ambiente e da paisagem local, entretanto, dificilmente podem ser
quantificados e ter seu custo historiado.

2.2 RECURSOS NATURAIS NAS EDIFICAÇÕES

A construção sustentável conforme conceitos de Araujo (2012),15 é um sistema construtivo


que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de
edificação, habitação e uso do homem moderno, com a preservação do meio ambiente e os
recursos naturais, assegurando qualidade de vida para as gerações sejam elas atuais ou futuras,
conceito esta que se encontra de acordo com o conceito de sustentabilidade proposto pelo
relatório Bruntland, da ONU, que lançou as bases da economia sustentável a partir do axioma:
Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das futuras gerações em satisfazer suas próprias necessidades.
Desde seus primórdios, em 1973, ano da Crise do Petróleo, até o presente, a visão sobre o que
é Construção sustentável vem se modificando e aprofundando, à semelhança dos organismos
vivos quando submetidos a pressões para adequar-se e sobreviver.

Conforme ainda Araujo (2012), o conceito de moderna construção sustentável está embasado
no desenvolvimento de um modelo que encare e proponha soluções aos capitais problemas
ambientais de sua época, sem abdicar da moderna tecnologia e à criação de edificações que
atendam as necessidades de seus usuários. Quanto mais sustentável for uma obra, maior será a
responsabilidade por tudo o que consome, gera, processa e descarta. Sua característica mais

15
ARAÚJO, Márcio Augusto. IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica. 2012.
www.idhea.com.br – Acesso setembro 2012
15

marcante deve ser a capacidade de planejar e prever todos os impactos que pode provocar,
antes, durante e depois do fim de sua vida útil.

De acordo com Araujo (2012), no relativo às diretrizes gerais para edificações sustentáveis,
podem ser resumidas em nove passos principais, de conformidade ao que recomendam alguns
dos principais sistemas de avaliação e certificação de obras no mundo.

1) Planejamento Sustentável da obra


2) Aproveitamento passivo dos recursos naturais
3) Eficiência energética
4) Gestão e economia da água
5) Gestão dos resíduos na edificação
6) Qualidade do ar e do ambiente interior
7) Conforto termo-acústico
8) Uso racional de materiais
9) Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis

2.2.1Consumo

A construção e o uso dos edifícios são de acordo com Wines (2000), um dos maiores
consumidores dos recursos naturais no ambiente, com o consumo de 16,6% do fornecimento
mundial de água pura, 25% de sua colheita de madeira e 40% de seus combustíveis fósseis e
materiais manufaturados.

John (2000),16 explicita que esta indústria responde também pelo processo de contaminação
atmosférica, sendo responsável por uma grande parcela das emissões de C02, principal gás
responsável pelo efeito estufa. No Brasil, a indústria cimenteira contribui atualmente com 6%
a 8% do CO2 emitido.

Em função do modo de vida e das crescentes cobranças de conforto da população gerado,


mormente por meio de sistemas e equipamentos supridos com energia proveniente de fontes
não renováveis, o consumo energético tem elevado no mundo todo, sendo os países mais
desenvolvidos os que apresentam maior consumo. No seio deste panorama nacional, as
edificações consomem, para uso e manutenção, 44% do consumo total de energia elétrica do

16
JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição para metodologia de pesquisa e
desenvolvimento. 2000. 120f . Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica da Universidade Federal de São
Paulo. São Paulo, 2000.
16

país, disseminado entre os setores residencial (22%), comercial (14%) e público (8%).
Importante se faz destacar que nesta estimativa ainda não é considerada a parcela de energia
embutida nos materiais que compõem as edificações. (BRASIL, BEN, 2005).

Quanto ao consumo e uso da água,este é outro critério de suma importância a ser considerado
quando se fala em edificações sustentáveis, mormente porque a água se encontra distribuída
de forma desigual no mundo, sendo estimativa de que apenas 2,5% da água do planeta sejam
próprias para o consumo; sendo que a maior parte desta encontra-se na forma de gelo polar ou
em camadas profundas e inacessíveis. Assim sendo, a quantidade de água potável acessível
em lagos, rios ou represas, representa algo em torno de 0,01% do total da água no planeta
(UNEP, 2002).17

Além do mais, o dispêndio de água no mundo vem majorando de maneira exponencial,sendo


que Lemos (2003),18 adverte que apenas para o atendimento da demanda futura para fins
urbanos seriam necessários investimentos na ordem de 11 a 14 bilhões de dólares por ano,
durante os próximos trinta anos.

Conforme ressalta Zakaria (2007), 19 a maioria dos estudos antevê que o consumo de
energia no mundo vai dobrar até 2050 e a China e a Índia serão grandes responsáveis por
este acréscimo, países estes que estão construindo 650 termelétricas, sendo que a emissão
de CO2 delas todas será cinco vezes maior que a economia que o acordo de Kyoto
assinado em 1997 obteria, se todos os países ocidentais tivessem aderido às suas metas, o
que não aconteceu. Em busca de reverter este quadro, o Relatório do Intergovernamental
PanelonClimateChange - IPCC (2007),20 apresenta alternativas tecnológicas para os
setores identificados como principais fontes poluidoras: suprimento de energia,
transporte, indústrias, edifícios, agricultura, queimadas de florestas, incineração de
resíduos.

2.3 IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

17
UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - UNEP.GEO3 - Global Environment Outlook 3.Past,
present e future perspectives. 2002.
18
LEMOS, A. M. O século 21 e a crise da água. Instituto Brasil PNUMA; Comitê brasileiro do programa das
nações unidas para o meio ambiente. 2003. Disponível em:
http://www.estadao.com.br/ext/ciencia/agua/odireitodebeber_1.htm. Acesso setembro 2012
19
ZAKARIA, F. Aquecimento global: é bom se acostumar. Revista Época: Coluna Nosso Mundo. 19 de
fevereiro de 2007
20
http://www.ipcc.ch/ - Acesso outubro 2012
17

Filho (2012),21ressalta que desde muito tempo procuram-se soluções a fim de proteger a vida
útil das construções, no constante trabalho de resistir às infiltrações, ou seja, de proteger-se
contra as intempéries: vento, neve, sol e chuva.

Conforme explicitado por Filho (2012), a água é a grande responsável por 85% dos problemas
das edificações, pois de acordo com levantamentos realizados junto a setores ligados à
construção civil, em cada um dos estados físicos da água (gasoso/líquido/sólido) ela tem um
grau de agressividade. No Brasil não são localizada água no estado sólido (neve), contudo, em
compensação temos na forma gasosa, que é bastante perigosa em face à capacidade de
penetração, que é muito maior que no estado líquido. Não obstante sua importância vital, a
água é o agente canalizador ou provocador da corrosão, acarretando deterioração e
envelhecimento da obra. Assim, a impermeabilização é a atividade da engenharia cujo
objetivo é proteger as obras e edificações e, ainda, manter a água onde se deseja, a fim de
evitar as agressões e a deterioração.

Nos é permitido proferir, que os primeiros materiais utilizados pelo homem foram os
betuminosos, ou seja, os asfaltos e alcatrões, produto este utilizado tradicionalmente nos
banhos romanos e proteção das estacas de madeira na antiguidade, o que se deve a suas
inúmeras características: aglomerante, hidrófugo, quimicamente inerte e apresenta
sensibilidade à temperatura o que facilita sua aplicação. Além do mais, melhora a
estanqueidade das construções - fissuras e trincas. A partir da primeira metade do século
XIX, ocorreu um grande progresso na área da impermeabilização através da Revolução
Industrial, visto que, anteriormente as construções eram pequenas e com coberturas muito
inclinadas para o melhor escoamento da água. Através da industrialização, teve inicio a
construção de grandes vãos horizontais (lajes planas) havendo assim vazamentos frequentes.
Mas desde esta época o betume já era conhecido, com isso foi lançado o asfalto sobre as lajes
planas (fábricas da Inglaterra). (FILHO, 2012)

Conforme ainda Filho (2012), os primeiros problemas provocados pelas trincas tiveram inicio
devido aos efeitos térmicos, pois no calor a estrutura expande, e no frio ela retrai, acarretando
assim fissuras e trincas. Surgiram então os primeiros estruturantes, baseados em produtos da
indústria têxtil, que era grande necessidade de soluções de impermeabilização. Foi à primeira
noção de um processo que aliava impermeabilizante e estruturante.

21
FILHO, Firmino Soares Siqueira. Tecnologia Impermeabilização. Curso de Especialização em
Construção Civil. UFMG. 2012
18

Com o vasto progresso da indústria dos polímeros sintéticos, a partir do início do século XX,
surgiram novos materiais, cujas características de impermeabilidade, elasticidade,
extensibilidade, etc., possibilitaram o desenvolvimento dos sistemas de impermeabilização de
desempenho comparável ao feltro asfáltico, apresentando, em geral, maior facilidade de
execução. No Brasil as primeiras impermeabilizações utilizavam óleo de baleia na mistura das
argamassas para o assentamento de tijolos e revestimentos das paredes das obras que
necessitavam desta proteção. (FILHO, 2012)

Ao ser entendida como item da construção a impermeabilização teve a necessidade de


normalização, passando a ganhar no Brasil impulso especial devido as obras do Metrô da
cidade de São Paulo, que tiveram inicio em 1968. A partir das reuniões bojetivando a criação
das primeiras normas brasileiras de impermeabilização na ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas, ocasionadas em detrimento das obras do Metrô, este grupo pioneiro, após a
publicação da primeira norma em 1975, fundou no mesmo ano o IBI - Instituto Brasileiro de
Impermeabilização para prosseguir com os trabalhos de normalização e iniciar um processo
de divulgação da importância da impermeabilização que prossegue até os dias atuais.

De acordo com Filho (2012), o primeiro e fundamental conceito que deve ser assimilado é o
de que impermeabilização é o envelope da edificação. Em outras palavras, é o sistema
construtivo que resguarda a edificação contra as condições do meio em que está edificada,
sempre objetivando três aspectos, que podem existir juntos ou separadamente:

 Durabilidade da edificação;
 Conforto e saúde do usuário;
 Proteção ao meio ambiente.

Ao analisar cada um dos aspectos individualmente, várias razões são encontradas que justifica
ma importância da impermeabilização em cada um deles. Conforme já abordado, a água é o
basilar elemento provocador da degradação das construções. Ela atua como o próprio agente
agressivo, ou age como veículo condutor de outros agentes (ácidos, sais, álcalis etc.). Se for
desejado, então, uma construção durável, deve-se avaliar toda e qualquer possibilidade de
ataque pela água, e combatê-la radicalmente. Apesar de existir um juízo pré-formado de que
impermeabilização é um item oneroso, e de desempenho passível de questionamento por parte
de diversos engenheiros e arquitetos, uma avaliação simples da relação custo-benefício torna
invalida toda e qualquer afirmativa desta natureza, já que os custos de reparação, não só da
19

impermeabilização, mas também das estruturas e elementos construtivos atacados, chegam a


mais de 5 vezes o custo inicial de uma impermeabilização. Quanto ao desempenho técnico de
uma impermeabilização, com certeza pode ter seus problemas vinculados diretamente a um ou
mais dos seguintes motivos:

 Falta de projeto específico;


 Falta de conhecimentos básicos do construtor;
 Contratação baseada em preço apenas.

Solucionados os citados problemas, não há como argumentar baixo desempenho ou custo


elevado. A partir deste conceito, podemos sair da ótica míope de que impermeabilização é um
piche sobre uma laje, para uma ótica mais abrangente, de que a impermeabilização alcança as
fundações, subsolos, fachadas e coberturas de uma edificação, tornando possível um maior
aproveitamento das áreas e dos equipamentos de serviço e/ou lazer, no verdadeiro papel de
envelope da edificação.

A cada dia mais, se torna de suma importância o conforto e a saúde do usuário, à medida que
a noção de cidadania e de estado de direito progride em nosso país e, mais do que qualquer
discurso político, promessas e planos governamentais, é a mola mestra do desenvolvimento e
crescimento do povo, o único parâmetro real de crescimento e desenvolvimento de uma
nação. Não se admite mais morar sob uma goteira, com manchas, umidade e mofo em paredes
e pisos, causando desconforto e problemas de saúde, principalmente de origem alérgica.
Acrescente-se a isto o problema de conforto visual, que é prejudicado pelos problemas
causados pela água, tornando os ambientes desagradáveis e sem conforto.

A proteção ao meio ambiente é o conceito mais recente que foi incorporado às


impermeabilizações, entretanto, seu alcance é profundo e deve ser cada vez mais proeminente,
tendo como primordiais setores beneficiados pelas impermeabilizações os abaixo
relacionados:

 tratamentos de lagoas e dejetos industriais, evitando contaminação do solo e de


aquíferos subterrâneos;
 criação de canais de irrigação de baixíssimo custo, que possibilitam não só a
agricultura, mas também a arborização de faixas áridas do sertão, através de matas
ciliares ou programas de reflorestamento;
20

 criação de coberturas verdes, fator de altíssima importância na recuperação dos climas


dos grandes centros urbanos, de alta densidade de edificações, população, veículos,
atuando como células de recuperação ambiental, comparável a um sistema de telefonia
celular, que com pequenas células em todo lugar, resolve um problema de
comunicação.

2.3.1 O sistema de impermeabilização

São sistemas que englobam os elementos designados a afiançar as funções do edifício no


transcorrer do tempo, frente à ação dos agentes agressivos. Assim, impermeabilização é um
sistema de proteção contra a ação da água. Segundo a NBR 9575:2003, é o conjunto de
produtos e serviços destinados a conferir estanqueidade a partes de uma construção.
Estanqueidade então é a propriedade de um elemento (ou de um conjunto de componentes) de
impedir a penetração ou passagem de fluídos através de si. Deste modo, impermeabilização é
um conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços) que objetivam proteger as
construções contra a ação deletéria de fluídos, vapores e umidade. É o produto (conjunto de
componentes ou o elemento) resultantes destes serviços. Geralmente a impermeabilização é
composta de um conjunto de camadas com funções específicas.22

O principal fluído atuante é a água, cuja solicitação pode se dar de formas distintas conforme
descrito na sequencia;

 Água por percolação (ex.: chuva, lavagem): paredes, coberturas e pisos.

 Umidade do solo (água capilar): fundações, cortinas, pisos sobre solo.

 Água por pressão (unilateral ou bilateral): piscinas e reservatórios.

 Água de condensação: superfícies expostas ao calor e ao frio.

Portanto, o que resta é se proteger, impedindo o contato com o elemento ou consentindo o


contato, impedindo a penetração de água. Para a execução com sucesso desta proteção,
necessário se faz um sistema de impermeabilização composto por três processos, com cada
um deles possuindo igual importância na formação de um sistema impermeável, e sua correta

22
http://www.primer.com.br/manualdoimpermeabilizador.htm - Acesso outubro 2012
21

construção evita que um determinado componente do sistema se sobrecarregue, assumindo


todas as funções que deveriam ser compartilhadas: base, impermeabilização e durabilidade.

Citando por exemplo, a película impermeável, esta tem a função exclusiva de impedir a
passagem de água, incorporando ainda algumas características elásticas, podendo ser mais ou
menos durável. Todavia, se a base for adequada para absorver parte das solicitações da
estrutura, e as camadas posteriores para acomodar os esforços de cargas e os ataques das
intempéries, o desempenhar, com certeza, será muito melhor. Embasados nestes motivos, este
sistema é dividido em três processos:

 Processos preliminares;
 Processos impermeáveis;
 Processos complementares.

Individualmente, cada um atuará como um anteparo para o outro, e sua perfeita montagem
formará um sistema de alto desempenho. A falha na montagem destes sistemas se torna o
fundamental responsável por inúmeros fracassos de impermeabilização, mesmo quando são
adotados impermeabilizantes de alto desempenho.

É a montagem do sistema que deve merecer a apreciação na elaboração do projeto, pois as


simples descrições de uma camada impermeabilizante como comumente vêem, não pode ser
chamada de projeto, mas apenas de indicação de materiais, e, quase deixa de atacar os pontos
fundamentais para composição do sistema. Os sistemas podem ser de extrema simplicidade, e
na maioria das vezes são repetitivos.

Os processos preliminares são aqueles que devem ser executados antes da aplicação do
impermeabilizante, sendo como que pré-requisitos, sem eles, não haverá sucesso. Os
processos impermeáveis são aqueles em que se trata dos materiais impermeabilizantes
propriamente ditos, já os processos complementares são aqueles que funcionam como
proteções ou complemento dos sistemas, são os anteparos, ou barreiras que consentem que a
vida do sistema se prolongue, estando adequadas às cargas e solicitações que lhe são
impostas. Serviço mal feito tem consequências danosas para a obra. ocasiona atraso, custo
extra, prejuízo financeiro e muita desconfiança por partes dos clientes. Por isso, os cuidados
tomados com os produtos dentro da fábrica, devem se estender ao serviço de aplicação.23

23
http://pcc2339.pcc.usp.br/Arquivos/Aula%2009%20T%20impermeabilizacao.pdf – Acesso outubro 2012
22

2.3.2 Processos de impermeabilização

Ainda de acordo com Filho (2010),24 estes processos são classificados da seguinte forma:

Quanto à flexibilidade

 Flexíveis;
 Rígidos.

Quanto ao tipo de material

2.3.2.1 asfálticos

Mantas - quando são pré-fabricados (estruturas com poliéster, fibras de vidro, polietileno e
outros).

Membranas - quando são moldados no local.

Quanto ao tipo do asfalto

 asfaltos oxidados
 asfaltos modificados (com APP, SBS e outros)
 emulsões (asfálticas e hidro-asfálticas)
 soluções (puras ou com elastômeros ou outros)

Quanto à aplicação

 Aplicados a frio;
 Aplicados a quente;
 Aderidos;
 Flutuantes;
 Semi-aderidos.

2.3.2.2 sintéticos
24
FILHO, Firmino Soares Siqueira. Sistemas Impermeabilizantes. Curso de Especialização em Construção
Civil. UFMG. 2010
23

Os sintéticos, são materiais dos mais variados tipos, sempre em permanente evolução, de
acordo com a petroquímica, estando situado sempre nas famílias das borrachas sintéticas, tipo
plastômeros ou elastômeros, termoplásticos ou termofixos, sendo os mais comuns do mercado
brasileiro os que seguem:

 BUTIL
 EPDM
 PVC
 POLIURETANOS
 POLYUREA
As mantas de diversificados materiais são encontradas em outros países, todavia indisponíveis
no mercado brasileiro, fora as importações esporádicas.

2.3.2.3 cimentícios

No tocante aos cimenticios, estes são processos à base de cimentos, compostos com
areias especiais e aditivos ou adesivos criando uma camada de baixa espessura, forte
resistência e características das mais diversas. Como adesivos, os mais frequentes são
acrílico e PVA e osmais conhecidos são:

 Cristalizantes
 Argamassas acrílicas
 Argamassas não retráteis (grout)

 Argamassas de pegas aceleradas (para tamponamentos)

2.3.2.4 resinas

Estas são altamente especializadas, com emprego mais acentuada as resinas epóxi. Em
alguns casos são encontradas as resinas poliéster, mas ambas têm aplicações peculiares,
bem definidas, como agentes para resistências químicas, ou pressões negativas.
24

FONTE:RBL Engenharia de Impermeabilização

2.4.1 Impermeabilização com pressão positiva

Em se tratando de impermeabilização com pressão positiva (lado do aterro), a


impermeabilização tem como função evitar infiltrações nos subsolos e também a proteção da
estrutura contra degradação pela ação da água. Em pressão positiva os materiais mais
utilizados são os a base de asfaltos, pois possuem maior flexibilidade. Sistemas rígidos, como
argamassas poliméricas, também podem ser utilizados. No item em desenvolvimento serão
abordados três métodos executivos de impermeabilização externa com materiais flexíveis,
detalhando os tipos de materiais, formas de aplicação e as camadas constituintes dos sistemas.
Os detalhamentos de preparo de superfície, proteção mecânica e de drenagem para todos os
sistemas executivos de impermeabilização em contato com o solo, serão os mesmos, por este
motivo só estão descritos no método 1.25

MÉTODO 1: Impermeabilização com manta asfáltica

 Definição

25
Apostila do curso de impermeabilização, ministrado pela arqa. LeonildaFerme,promovido pela Denver
Impermeabilizantes na sede do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, 2005.
25

As mantas asfálticas são produtos impermeabilizantes do tipo flexível, composto por um


estruturante interno, recoberto por um composto asfáltico em ambas as faces, com diversas
opções de acabamento superficial. A NBR 9575 (2003, p. 4) acresce que manta é um produto
pré-fabricado, adquirido por calandragem, extensão ou outros processos, com características
definidas.

Diversos e variados são os tipos de classificação de manta asfáltica. No entendimento de Cruz


(2003),26 e Picchi (1986),27 as mantas asfálticas são divididas em três grupos que são
encontrados no Brasil: com armadura de poliéster não tecido, com alma de polietileno e
composta com PVC. O estruturante de mantas asfálticas com armadura de poliéster não tecido
é impregnado com asfalto e revestido nas duas faces com asfalto, formando uma espessura
total de 2,2 a 3 mm. A manta não tecida de poliéster impregnada por si só é impermeável, não
sendo um simples reforço.

Figura 03: furos com tubo de PVC utilizados para travamento de formas

Fonte: RBL Engenharia de Impermeabilização

Mantas asfálticas com alma de polietileno conforme conceitua Cruz (2003) têm seu
estruturante de polietileno com espessura de em torno de 0,1 mm e revestida em ambas as
faces com asfalto polimérico variando a espessura entre 1,5 e 2,0 mm em cada lado, material
este não resistente a movimentações térmicas de estrutura e a movimentos de tração.

As mantas de asfalto compostas com PVC conforme explica Picchi (1986), são compostas por
um filme impermeável de PVC, contendo uma camada berço de asfalto modificado com

26
CRUZ, J. H. P. Manifestações patológicas de impermeabilizações com o uso de sistema não aderido de
mantas asfálticas: avaliação e análise com auxílio de sistema multimídia. 2003.
27
PICCHI, F. A. Impermeabilização de Coberturas. São Paulo: Pini, 1986.
26

polímeros e a utilização de filmes antiaderentes de polietileno. No caso da camada de


proteção mecânica, a utilidade desta é para absorver e dissipar os esforços estáticos ou
dinâmicos que atuam por sobre a camada impermeável, tendo como objetivo protegê-la
contra a ação deletéria destes esforços, conforme consta na NBR 9575 (ABNT, 2003, p.
3).

Figura 04: proteção mecânica com chapisco de cimento e areia

Fonte: RBL Engenharia de Impermeabilização

MÉTODO 2: Impermeabilização com membrana de asfalto modificado

No tocante as membranas asfálticas conforme Gabrioli& Thomaz (2002) Picchi


(1986) estas são sistemas moldadas no local que consistem da sobreposição de diversas
camadas de asfalto, intercaladas por um estruturante. Os asfaltos mais utilizados são:
oxidados, policondensados ou modificados. O estruturante cumpre a função de absorver os
esforços de tração e cisalhamento, não sendo responsável pela função de impermeabilização,
podem ser utilizados véus de polietileno e feltro asfáltico. Durante a aplicação é de vital
importância assegurar que o asfalto quente ultrapasse o feltro asfáltico em alguns pontos,
fazendo a ligação entre as camadas de asfalto, sistema este indicado para superfícies muito
recortadas, pela facilidade de moldar o material.

Na aplicação de membranas asfálticas aplicadas a quente, Pichi (1986), delineia que é


recomendado à utilização de véu de poliéster como reforço, em substituição ao feltro
27

asfáltico. O véu de poliéster é um filamento contínuo de poliéster, não tecido, conhecido


comercialmente como Bidim.

No entender de Verçoza (1987),28 muitos fatores influenciam na escolha do estruturante, como


por exemplo, o impermeabilizante usado, a resistência mecânica aplicada e durabilidade do
material. Quando se trata de impermeabilização com asfalto a quente, o autor refere-se ao
feltro asfáltico como a opção mais utilizada.

O processo de aplicação tem inicio no aquecimento do asfalto em caldeiras elétricas ou a gás,


onde o controle da temperatura vai depender do tipo de asfalto, normalmente variando entre
180 a 220°C. Esse controle é extremamente importante, pois influencia no desempenho final
da impermeabilização. No momento da aplicação deve-se garantir a fluidez e
consequentemente a espessura da camada e penetração no feltro, com temperatura mínima do
asfalto de 180°C, considerando que no transporte ocorra o resfriamento (GABRIOLI &
THOMAZ, 2002).

Os asfaltos conforme destaca Verçoza (1987),são bastante espessos, não possuindo desta
forma a facilidade de penetrar nos poros da superfície, portanto, para que ocorra a aderência
do asfalto, a superfície deve ser imprimada. Este material não pode ser aplicado sobre
superfícies úmidas, devendo ser aplicado após a imprimação e superfícies perfeitamente
secas, ou seja, devem-se evitar dias com muita umidade ou chuvosos.

MÉTODO 3: Impermeabilização com membrana de emulsão asfáltica

A emulsão asfáltica é obtida misturando o cimento asfáltico em água, normalmente numa


proporção que considera 50 a 65% do cimento citado, 1 a 2% de emulsionante (geralmente
sabão) e o restante de água. É vendido em galões, baldes ou tambores. Trata-se de um sistema
impermeabilizante que é moldado no local, aplicado a frio, de consistência flexível e
monocomponente. O que garante a função impermeabilizadora do processo é a película de
asfalto depositada. No entanto, vale ressaltar que somente após sua secagem é que ela adquire
tal característica. Já o véu de fibra de vidro e a tela de poliéster recebem a função de
estruturantes, resistindo aos movimentos de tração exigidos pela estrutura. As vantagens deste

28
VERÇOZA, E. J. Impermeabilização na construção. 2. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Sagra, 1987.
28

sistema em relação ao de asfalto oxidado a quente é o fato de que dispensa equipamentos de


aquecimento na obra, além de ser de fácil aplicação (PICCHI, 1986).29

Verçoza (1987), ressalva que a impermeabilização com emulsão asfáltica mantém a


elasticidade por muito mais tempo, podendo ser um sistema mais duradouro que o sistema de
asfalto a quente. Para Picchi (1986) deve existir o máximo de cuidado com a espessura das
camadas, não devendo assim utilizar demãos espessas para economizar tempo ou mão de
obra, por que em dias secos e quentes, ocorre a rápida secagem da superfície, impedindo a
evaporação da água do interior, podendo resultar na regressão da emulsão, não ocorrendo à
cura completa da camada.

Verçoza (1987) aponta um consumo de 0,75 kg/m² na primeira e segunda camada de emulsão,
depois intercalar as próximas camadas com a aplicação do véu de vidro, obtendo um consumo
de 0,5 kg/m². O processo deve ter no mínimo 4 kg/m² de emulsão asfáltica com carga,
atingindo uma espessura de aproximadamente 3 mm. A imprimação deve ser feita com a
própria emulsão diluída na proporção 1:1 em volume (emulsão/água), com a finalidade de
obter maior penetração. Após a secagem, começar a aplicação das camadas de emulsão em
sentido cruzado.

A partir da aplicação da segunda camada de emulsão asfáltica, fazer a colocação da tela de


poliéster, havendo mais de um estruturante, deve ser intercalado entre as camadas de emulsão,
o número de camadas será de acordo com cada projeto. Sempre para a aplicação da próxima
camada, deve-se aguardar a cura completa da camada anterior, que pode variar dependendo
das condições climáticas (ventilação e umidade) de 6 a 12 horas. A aplicação é feita com
escova apropriada de pelos (PICCHI, 1986).

De acordo coma NBR 9574 (ABNT, 2008) deve-se garantir o total recobrimento do
estruturante.

MÉTODO 4: Impermeabilização com cimento polimérico

Conforme a NBR 9575 (ABNT, 2003), o cimento polimérico é um revestimento impermeável


rígido, um material bicomponente à base de cimentos especiais, agregados minerais inertes e
polímeros; que forma uma película impermeável. No asseverar de Silveira (2001), 30 é um

29
PICCHI, F. A. Impermeabilização de Coberturas. São Paulo: Pini, 1986.
30
SILVEIRA, M. A. Impermeabilizações com cimentos poliméricos. Revista Téchne: revista de tecnologia
e negócios da construção. São Paulo, ano 10, n. 54, p. 108-110, set. 2001.
29

sistema com excelente aderência a estruturas de concreto, alvenaria e argamassas. O material


suporta movimentações normais da estrutura, mas não pode ser aplicada em estruturas sujeita
a fissuração, e nem sobre argamassas, em idades recentes, que contenham cal. Pode receber
reforço com tela de poliéster. Além da granulometria fechada dos agregados contidos na
porção cimentícia ocorre à formação de um filme de polímero que impede a passagem de
água.

O produto é fornecido em dois componentes: o componente A é a resina e o componente B


contém o pó. Conforme a NBR 9574 (ABNT, 2008), para facilitar a homogeneização do
material, o pó deve ser adicionado aos poucos na resina, misturando-o mecanicamente ou
manualmente para dissolver possíveis grumos que possam se formar. Uma vez misturados os
dois componentes, não se deve demorar mais de 40 minutos para a aplicação em dias com
temperaturas de 25°C. Misturar constantemente o produto durante a aplicação (GABRIOLI &
THOMAZ, 2002).

Quando o sistema de impermeabilização é com cimento polimérico, segundo explana Silveira


(2001), o preparo de superfície é de extrema importância e deve ser cuidadosamente
executado. Paredes diafragma têm um tratamento especial, em função de seu método
construtivo, que impregna argila na superfície do concreto e causa o preenchimento de
possíveis falhas na concretagem com argila. Para este caso, recomenda-se fazer um
jateamento de água e escovação com escova de aço, com a finalidade de retirar toda a argila
existente.

Segundo relatos de Gabrioli& Thomaz (2002),na ocorrência de contenção de concreto,


corrigir saliências, depressões e retirar as partes desagregadas. A superfície deve estar limpa e
seca, sem nata de cimento, óleos e desmoldantes. As falhas de concretagem e ninhos devem
ser recompostos com argamassa de cimento e areia no traço volumétrico de 1:3, amassada
com solução de água e emulsão adesiva, à base de resina acrílica

Contudode acordo com Silveira (2001), Pirondi (1988),31 recomenda executar, nas falhas de
concretagem, sucessivos chapiscos de cimento e areia traço volumétrico de 1:2, quando não
necessitar soluções de epóxi. Executar também o chapisco em toda a área a ser
impermeabilizada. Reparos profundos em concreto devem ser feitos utilizando um disco de
corte para escarear a superfície a ser recuperada, limpar a área e remover todo o concreto
deteriorado. Executar o fechamento do furo com micro-concreto fluido de alto desempenho.
31
PIRONDI, Z. Manual prático da impermeabilização e da isolação térmica.2. ed. São Paulo: Pini, 1988.
30

MÉTODO 5: Impermeabilização com cimentos cristalizantes

NO caso dos cimentos cristalizantes estes são impermeabilizantes bastante rígidos, usados
contra umidade do solo, pressão hidrostática positiva e negativa. Sua maior aplicação é em
subsolos, cortinas, reservatórios enterrados. Aplicados sobre forma de pintura, os cimentos
cristalizantes são materiais que, para desempenhar sua função, necessitam ser utilizados em
superfícies previamente saturadas com água (alvenaria, concreto ou argamassa). Isso se deve
ao fato de que tal produto, quando em contato com a água, forma um gel que penetra na
porosidade do substrato usado, transformando-se a seguir em cristais insolúveis que dão
estabilidade e durabilidade para a estrutura. Além de ser de fácil aplicação, tem ótima
incorporação ao substrato. Os cristalizantes não são indicados para casos onde a estrutura seja
passível de fissuração ou sobre argamassas que tenham sido executadas com incorporação de
cal (SILVEIRA, 2001).

Segundo o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (2009b) este material é assim


desenvolvido “a partir de cimentos e aditivos químicos minerais, que possuem características de
pequena penetração osmótica nos capilares do concreto (ou outro material poroso), previamente
saturado com água, cristalizando e obturando os poros do substrato.”

Quando ocorrer forte pressão do lençol freático, causando jorros de água, deve ser utilizado
cimento de pega rápida e ultrarrápida para fazer um tamponamento nos locais do jorro, não
precisando fazer o rebaixamento do lençol freático (SILVEIRA, 2001).

Cunha & Neumann (1979),32 são enfaticos ao relatar que este tipo de tamponamento é
superficial e ao permanecer a água nos interstícios do concreto, provavelmente irão ocorrer
novos vazamentos em outros pontos, como em fissuras e falhas no concreto, pontos estes, que
facilitam a saída da água. Sendo mais recomendado para casos com pouca pressão de água.

MÉTODO 6: Impermeabilização com injeção no concreto

Processo recomendado para vedar e tamponar infiltrações com pressão de água. Conforme
Cunha & Neumann (1979) o sistema de injeção no concreto pode ser dividido em dois tipos:

32
CUNHA, A. G. da; NEUMANN, W. Manual de impermeabilização e isolamento térmico: como projetar
e executar. 5. ed.ampl. e atual. Rio de Janeiro: Argus, 1979.
31

 Sistema rígido: consistem em injeções de resinas sintéticas reativas, do tipo Epóxi,


aplicadas no local da infiltração, não sendo, entretanto, recomendado nos casos de
infiltrações impetuosas de água ou quando o elemento construtivo apresentar-se
decomposto ou em degradação, pois não oferecerá condições de aderência e da reação
adequada da resina.
 Sistema elástico: baseia-se na técnica de injeção, no lençol freático, de produtos que
se transformarão numa pasta elástica e pegajosa, promovendo o tamponamento da
infiltração de fora pra dentro, garantindo a estanque idade em paredes de concreto, na
rocha ou na terra. Apesar de citado por outros autores, este método não consta na NBR
9574 (ABNT, 2008).

O processo de aplicação de acordo ainda com Cunha & Neumann (1979) consiste em definir
os pontos dentro do concreto que contenham veios de água e perfurá-los. As agulhas especiais
são fixadas nos furos e, mediante bombeamento, injeta-se um líquido colorido. Analisar se a
cor da água que está saindo pelos pontos de infiltração é a mesma que a injetada, sendo assim,
estará determinada com precisão a direção do fluxo da água. As partículas coloidais da massa
em formação ancoram e penetram nos veios de infiltração, entupindo-os ou tamponando-os,
com absoluta segurança.

2.5 MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES

a) Asfalto Oxidado
O asfalto oxidado é o produzido a partir do asfalto de destilação direta por meio da passagem
de ar em temperaturas elevadas,diminuindo pela oxidação a termo-sensibilidade do asfalto de
destilação direta produzindo um material com pontos de amolecimento mais altos e
penetrações variáveis dependendo das matérias-primas e processo de fabricação. Os asfaltos
oxidados não são elásticosno verdadeiro sentido da palavra, se desfiguram menos que 10%,
são quebradiços em baixas temperaturas e possuem baixa resistência à fadiga. São utilizados
para os sistemas de membranas de feltro e asfalto, mantas asfálticas bem como adesivo para
mantas asfálticas. É um sistema de uso decrescente na impermeabilização.
b) Emulsão Asfáltica
A emulsão asfáltica é produzida através da emulsificação em água do asfalto CAP (cimento
asfáltico de petróleo). Normalmente, são adicionadas cargas com o objetivo de melhorar sua
32

resistência ao escorrimento em temperaturas mais elevadas. Possui um teor de sólidos entre


50% a 65%. Apresenta baixa flexibilidade, principalmente depois de envelhecido não tendo
resistência à fadiga e elasticidade.
Alguns fabricantes incorporam látex polimérico para um incremento de flexibilidade. Isto
pode, dependendo da formulação, provoca um aumento da absorção de água do produto. São
utilizados no sistema de membrana de emulsão asfáltica com armaduras de véu de fibra de
vidro, véu ou tela de poliéster ou nylon. Normalmente, é utilizado em serviços de pouca
responsabilidade como terraços, pequenas lajes, banheiros, etc. Não deve ser utilizado em
piscinas, reservatórios ou outros locais com água sob pressão, somente utilizado para água de
percolação.
c) Solução Asfáltica
É produzida, sobretudo a partir da solubilização do asfalto oxidado em solvente adequado, de
maneira a consentir sua aplicação a frio. Após a evaporação do solvente adquire as
propriedades do asfalto antes da solubilização. Seu principal uso é como primer para
utilização dos sistemas de feltro e asfalto ou de mantas asfálticas.

d) Emulsão Polimérica
A emulsão polimérica tem sua produção a partir da emulsificação de polímeros sintéticos,
sendo a acrílica a emulsão mais usada. O impermeabilizante acrílico possui a característica de
boa resistência ao ataque de raios ultravioleta do sol, permitindo a sua aplicação em sistemas
expostos às intempéries. A grande maioria dos impermeabilizantes acrílicos são formulados, a
partir de resinas acrílicas estirenadas. O estireno na formulação, artifício para menor custo,
provoca diminuição da durabilidade do produto, tendendo a craquear, amarelar, aderir sujeira,
etc. O mais adequado é a utilização de resina acrílica pura, pois possui excelente resistência
aos raios ultravioleta, não retém sujeira, não amarela e não perde a flexibilidade. Os
impermeabilizantes acrílicos de mercado possuem propriedades bastante diferenciadas, sendo
que grande parte apresenta alta absorção d’água e baixo teor de sólidos.
Emulsões acrílicas são utilizadas com a incorporação de telas de poliéster ou nylon em
impermeabilizações expostas às intempéries como lajes sheds, abóbadas, etc. Devem sempre
ser aplicadas em lajes com perfeita inclinação de forma a não ocorrer empoçamento d’água.
33

Também é utilizado como pintura refletiva de impermeabilizações asfálticas e isolantes


térmicos de poliuretano expandido, sendo que, neste caso, deve possuir maior capacidade de
recobrimento com a incorporação de maior quantidade de óxido de titânio (TiO2).
e) Asfalto Modificado
É aquele modificado com polímeros, cuja finalidade é de incorporar melhores características
físico-químicas ao asfalto. As principais características do asfalto modificado são: melhor
resistência às tensões mecânicas, redução da termo-sensibilidade, maior coesão entre
partículas, excelente elasticidade/plasticidade, maior plasticidade em baixas temperaturas,
sensível melhora da resistência à fadiga e ao envelhecimento. O asfalto modificado pode ter
características plásticas, quando incorporado polímeros dos tipos APP (Polipropileno
Atático), copolímeros de etileno, ou elástico, com a incorporação de polímeros de SBS
(Estireno-Butadieno-Estireno), poliuretano, etc.É considerado o sistema de maior evolução da
última década, sendo o mais utilizado em todo o mundo, já que incorpora excelentes
propriedades ao asfalto convencional. O asfalto modificado pode ser a quente, base solvente
ou emulsão. São utilizados nos sistemas de membranas asfálticas com incorporação de
armaduras de poliéster ou nylon, bem como mantas asfálticas modificadas que hoje tendem a
ser a maior novidade no mercado brasileiro, sendo o sistema que domina o mercado europeu e
com forte penetração no mercado norte-americano e japonês.

São utilizados em impermeabilização de lajes, inclusive com grandes solicitações, jardineiras,


piscinas, tanques, etc.

f)Mastique – É produzido com a finalidade de calafetar juntas de dilatação, juntas de


retração, fissuras, bem como vedações diversas, como caixilhos, cerâmica, madeira, concreto
e alvenaria, etc. Podem ser elasto-plástico ou plásticos, aplicados a frio ou a quente, mono-
componente ou bicomponente tirotrópico ou autonivelante.

g) Solução Polimérica – É um elastômero solubilizado em solventes apropriados, que


possuem excelentes características de elasticidade, resistência mecânica, resistência à
fadiga, etc.

As mais utilizadas são as do tipo Neoprene-Hypalon, SBS e EPDM. As soluções de EPDM e


Neoprene-Hypalon são resistentes aos raios ultravioleta do sol. Sendo, portanto, indicadas
para impermeabilização exposta às intempéries. Normalmente é utilizada em tanques,
piscinas, etc.
34

h) Resina Epoxídica – É normalmente utilizada em impermeabilização com finalidade


anticorrosiva, pois o sistema possui boa resistência a diversos produtos químicos.
Normalmente, é utilizada em tanques de produtos químicos, de resíduos industriais, etc.
No Estado do Rio de Janeiro, as resinas epoxídicas também são comumente utilizadas em
subsolos sujeiros a subpressão.

A resina epóxi é uma grande aliada do concreto armado, sendo o adesivo estrutural mais
eficiente existente até hoje. Sua capacidade de adesão garante sempre uma perfeita colagem e
ancoragem.

O módulo de elasticidade de um sistema epóxi gira em torno dos 2.000 MPa contra 21.000
MPa do concreto convencional de cimento portland, sendo portanto cerca de 10 vezes mais
elástico que este último, permitindo ao filme absorver fissuras até o limite último de
fissuramento previsto na norma de concreto NBR- 6118.

Composições epóxi comumente atingem a valores superiores a:

 Resistência à compressão – 200 MPa


 Resistência à flexão – 100 MPa
 Resistência à tração – 70 MPa

i) Cimentos Impermeabilizantes – São cimentos de diversos tipos, com incorporação de


outros produtos químicos, que proporcionam características de impermeabilidade. Podem
ser de dois tipos: osmóticos e não osmóticos. Os primeiros, também chamados de
cristalização, possuem características de pequena penetração nos capilares do concreto,
colmatando-os. O segundo tipo, também chamado de revestimento polimérico, é utilizado
com resina (do tipo acrílico), possui melhor aderência ao substrato e maior flexibilidade.

São utilizados para impermeabilização de reservatórios, piscinas, tanques, estações de


tratamento de água, subsolos e cortinas, submetidos a pressões hidrostáticas positivas ou
negativas (lençol freático), podendo também ser utilizado emimpermeabilização de banheiros,
35

cozinhas, lavanderia e outros locais sujeitos à umidade. Os cimentos com incorporação de


polímeros são, no entanto, menos rígidos, podendo, em alguns casos, ser utilizados em
reservatórios elevados, devendo, no entanto, se reforçar os pontos críticos com incorporação
de tela de poliéster ou nylon são sistemas considerados rígidos e, nas estruturas sujeitas a
fissuras, necessitam de tratamento com mástiques nestes locais.

j) Aditivo Impermeabilizante – É um produto à base de estereato, ácido graxo, etc., que


adicionado às argamassas conferem as mesmas características impermeáveis.
Normalmente, pode ser utilizado para impermeabilização de reservatórios, subsolos, etc. É
um sistema rígido de impermeabilização e não deve ser utilizado em estruturas sujeitas a
fissuras ou grandes movimentações.

k) Manta de Polímero – É um produto pré-fabricado à base de polímeros dos tipos butil,


EPDM, PVC, etc., utilizada para impermeabilização de lajes. Estes polímeros apresentam
boas características de impermeabilidade e durabilidade. Normalmente, não são
incorporadas armaduras e geralmente aplicadas pelo sistema não aderido. Exige mão-de-
obra especializada, pois é de difícil execução.

l) Polyurea – Membrana bi-componente, elástica, 100% sólidos, de cura rápida, à base de


poliuréia, livre de COV. A polyurea é aplicada com equipamentos especiais do tipo hot spray,
não oferecendo risco ao aplicador. Vantagens do produto: Reação imediata e cura rápida,
Liberação imediata da área para tráfego leve e de pedestres; Aplicável sob temperaturas de
-15°C a +70°C; Excelente desempenho sob temperaturas de -30°C a +120°C; Alta resistência
à abrasão e química; 100% de sólidos e livre de COV (Compostos Orgânicos Voláteis),
Excelente desempenho sobre substratos fissurados; Resistente a raios UV; Excelente
aderência a diversos substratos.

2.5.1 Análise de Desempenho

Para adotar um sistema de impermeabilização é importante conhecer suas características


técnicas, isto é, analisar seu desempenho através de ensaios laboratoriais, para que se possa
verificar suas propriedades e impropriedades. Como conceito geral, qualquer sistema de
impermeabilização vai ser submetido a diversos esforços físico-químicos e é necessário saber
se estes sistemas atendem a uma determinada exigência. Através dos resultados dos ensaios e
36

do conhecimento das necessidades de uma obra, é que se pode selecionar dentre uma ampla
gama de impermeabilizantes, quais são os mais adequados. Na sequencia estão resumidos os
ensaios normalmente requeridos para se verificar as características de um material ou sistema
impermeabilizante.

 Ensaios de desempenho

a) Ensaio de Tração: Avalia a resistência à tração e alongamento de ruptura do material


ou sistema impermeabilizante. É utilizado um dinamômetro para o ensaio, com corpos
de prova retangulares ou tipo borboleta.

b) Estanqueidade à água: Avalia-se a resistência à pressão hidrostática de um sistema


impermeabilizante. Utiliza-se o permeâmetro da norma DIN 1048 para processos de
cristalização e a DIN 16935 para impermeabilizantes elásticos estruturados com
armadura de reforço.

c) Absorção de água por imersão: Neste ensaio avalia-se a resistência do produto à


penetração da água. Pesa-se um filme impermeabilizante. Emerge o mesmo em água
durante 168 horas. Retira-se o filme, seca-o superficialmente e pesa-se novamente. Por
diferença de peso verifica-se quanto o mesmo absorveu de água. É um ensaio
importante para produtos base água como emulsões acrílicas e emulsões asfálticas.
Existem acrílicos que absorvem mais água que o próprio peso do filme. Isto implica que
o mesmo não é bom impermeabilizante. O ideal é não passar de 15% para emulsões e de
4% para soluções impermeabilizantes. Outras metodologias exigem ensaios por mais
horas de imersão e temperatura d’água variável.

d) Puncionamento Estático: verifica-se a resistência de um sistema ao esforço de


sobrecarga sobre o mesmo. Ex: laje com proteção mecânica, pisos, pesos constantes,
pressão hidrostática, etc.

e) Puncionamento Dinâmico: Avalia-se a resistência a um impacto dinâmico sobre um


sistema impermeável. Ex.: tráfego de veículos ou outros temporários.
37

f) Ensaio de rasgamento: Avalia a resistência do sistema impermeabilizante ao


rasgamento.

g) Ensaio de fadiga: Avalia-se a resistência de fadiga de um sistema impermeabilizante a


um dobramento ou uma película.

É de suma importância para avaliação, por exemplo, os ciclos de trabalho de um ponteamento


de impermeabilização sobre uma junta de dilatação cantos vivos, etc. Em sistema asfalto com
lã de vidro aguenta apenas 1 ciclo no equipamento (ASTM D2930), asfalto oxidado e
poliéster, ao redor de 1500 ciclos, asfalto elastomérico, mais de 300.000 ciclos. Manta de
PVC ou elastômero em solução, mais de 800.000 ciclos.

h) Envelhecimento acelerado: Pode-se utilizar para um ensaio mais simples uma estufa a
110oC e maior sofisticação equipamento de C-UV (ASTM G 53) ou water-o-meter
(ASTM D 412). Verifica-se o grau de envelhecimento do produto em determinado
tempo. Normalmente, este ensaio é conjugado com outros ensaios como fadiga,
resistência à tração, alongamento, flexibilidade etc., para verificar os parâmetros de um
produto antes e depois do envelhecimento.

i) Aderência: Verifica-se a adesão de um sistema sobre o substrato através de ensaio de


tração em dinamômetro.

 Ensaios de caracterização

a) Massa específica

b) Viscosidade – mede a consistência do material; pode-se neste ensaio verificar se o


material é muito pastoso com dificuldade para impregnação de um tecido de reforço.
Utilizam-se, normalmente, aparelhos tipo Stormer ou Copo Ford.

c) % de sólidos em peso: Quantifica-se qual a quantidade de sólidos que possuem um


material impermeabilizante. Isto é, evaporam-se todos os voláteis do produto (água
ou solvente).
38

Neste ensaio, pode ser comparado o teor de sólidos de dois fabricantes distintos e
correlacionar o teor de sólidos, que é efetivamente o filme seco do impermeabilizante com
relação ao custo do produto. Muitas vezes um material que pelo preço/kg é mais caro que
outro, mas possui altos sólidos, passa a ser mais barato por metro quadrado, pois seu consumo
é menor para atingir uma espessura de filme equivalente. Esta avaliação é importante, pois o
fabricante pode adicionar mais água ou solvente no produto para baratear o custo.

O ensaio é normalmente feito em estufa a 110oC, mas pode-se fazer sem a mesma. Pesa-se
uma determinada quantidade de produto (Exemplo: 1 grama), evapora-se o solvente em estufa
e pesa-se novamente. Pela diferença de peso calcula-se o teor de sólidos.

d) Teor de Cinzas: É o ensaio que se verifica quanto o produto tem de cargas minerais.
Pesa-se um filme do material impermeabilizante (já com o solvente volatizado)
coloca-se em uma mufla, com temperatura variando entre 400 a 800oc durante um
determinado tempo. Pesa-se novamente: por diferença de peso calcula-se quanto
possui de cinzas.

Neste ensaio, com temperatura entre 400 a 800oC, evaporam-se todos os componentes
orgânicos (resina, aditivos, etc.)

e) Estabilidade: Verifica-se a estabilidade do produto dentro da embalagem para o


fabricante garantir a vida útil do material dentro da mesma.

f) Secagem ao toque: Verifica-se o tempo de secagem superficial do filme


impermeabilizante.

g) Pot-life. Tempo de vida de utilização para produtos bi-componentes, após a mistura.

h) Cobertura: Ensaio para verificar se um impermeabilizante dos tipos acrílicos, etc.,


possui boa cobertura. No ensaio aplica-se uma demão sobre um papel cartolina
branco com tarjas pretas e verifica o grau de cobrimento da tarja preta. Se o produto
possui baixo cobrimento, significa que possui baixo teor de Dióxido de Titâneo,
importante em alguns produtos.

i) Absorção por coluna d’água: É parecido com o anterior, mas com baixíssima
pressão hidrostática. Cola-se com epóxi um tubo de vidro de 130 a 300 mm sobre o
filme impermeabilizante e outro tubo sobre um vidro. Verifica-se o abaixamento da
39

coluna d’água a cada 24 horas, descontando-se a evaporação calculada do tubo


afixado em vidro. Normalmente, faz-se medições de 5 dias a 30 dias, dependendo do
caso. Pode ser usado para filmes impermeáveis ou para cristalização. Este ensaio não
é o suficiente para avaliar o desempenho de um produto.

j) Flexibilidade a baixa temperatura: Avalia-se a flexibilidade de um determinado


produto a temperaturas menor ou = a 0oC.

Costuma-se dobrar uma película impermeabilizante sobre um mandril de 1 polegada e o


mesmo não deve fissurar a uma determinada temperatura (Ex – 18oC).

k) Análise granulométrica: Normalmente executado em materiais em forma de pó


mede-se a retenção de produto em determinadas peneiras. É utilizado como ensaio
para impermeabilizantes por cristalização.

i) Início e fim de pega: Utilizado para impermeabilizantes de base cimentícia, como


cristalização.

m) Resistência a micro-organismos.

n) Resistência a agentes agressivos (névoa salina, ozona, produtos químicos, etc.).

o) Ensaio de inflamabilidade: Resistência à propagação de chama.

p) Dureza Shore A: Avalia-se o grau de dureza de um produto, muito utilizado para


mástiques.

q) % de polímero em peso: Calcula-se a percentagem de polímero e materiais


impermeabilizantes poliméricos.

r) Caracterização do polímero: Detecção do tipo de polímero utilizado em um


determinado produto.

s) Transmissão de vapor: Mede a resistência de um produto à percolação de vapor de


água ou de outro.

t) Ensaio de potabilidade: Verifica-se se o produto não altera a potabilidade da água.


40

De modo normal, a analise deve ser realizada no momento de especificação em um projeto na


maioria dos ensaios disponíveis, selecionando-se alguns, para serem adotados no recebimento
do material, na obra para controle de qualidade.

2.5 IMPERMEABILIZAÇÃO VISANDO A SUSTENTABILIDADE

Nos dias atuais para se atestar que uma edificação é sustentável, várias construtores recorrem
a selos “CERTIFICAÇÕES VERDES”, como LEED (Leadership in Energy and
Environmental Design ), americano e AQUA, selo brasileiro baseado no modelo HQE
francês. Contudo a impermeabilização não conta tantos pontos a ponto do proprietário da obra
querer aumentar o custo da construção a fim de incluir esta disciplina na Avaliação dos
auditores dos certificados verdes.

Para que a construção tenha a impermeabilização visando a sustentabilidade, o projeto de


impermeabilização deve ser baseado em redução de produtos que geram impactos na
sustentabilidade desde a extração da matéria prima, transporte, manuseio, armazenamento e
aplicação (segurança do trabalho).

Com a redução de etapas construtivas, proposta pelo projeto de impermeabilização, se alcança


a economia de materiais, cimento, areia, pedra, água e materiais poluentes ou agressivos ao
ser humano, como alcatrão e fumo de asfalto. A retirada de proteções de argamassa ou de
concreto, contemplados no projeto de impermeabilização, reduz etapas construtivas e
conseqüentemente o consumo de materiais.

A escolha correta de produtos isentos de solventes protege o aplicador de intoxicações na


execução dos serviços de impermeabilização. A escolha do cimento CPIII – 32 RS para a obra
ocorre com a preocupação da emissão de reduzida de GEEs (gases do efeito estufa).

A impermeabilização com acabamento em tintas alifáticas cor branca, utilizada nos


compartimentos da cobertura e no Telhado, reduz a absorção do calor, colaborando para a
redução do GEEs).

Os sistemas de impermeabilização de alto desempenho são comumente aplicados em projetos


que visam a sustentabilidade e consequentemente os selos verdes (Certificação LEED e
AQUA), são eles:

Escolha produtos de construção de fácil conservação e com limitados impactos


ambientais para estas atividades de conservação:
41

 IMPERMEABILIZAÇÃO COM EPÓXI ISENTO DE SOLVENTES: Produto


totalmente isento de solventes aplicado diretamente sobre a regularização ou sobre o
concreto como acabamento final, facilita qualquer tipo de manutenção (para qualquer
tipo de intervenção, lixar e aplicar outra camada de epóxi). Óleos, graxas e água, não
penetram no produto facilitando a limpeza e a salubridade do local.

 IMPERMEABILIZAÇÃO COM POLYUREA: Produto totalmente isento de solventes


aplicado diretamente sobre a regularização ou sobre o concreto como acabamento
final, facilita qualquer tipo de manutenção (para qualquer tipo de intervenção, lixar e
aplicar outra camada de polyurea). Óleos, graxas e água, não penetram no produto
facilitando a limpeza e a salubridade do local.

Escolha produtos de construção de forma a limitar sua contribuição aos impactos


ambientais da construção:

 REGULARIZAÇÕES E CONTRAPISOS – Argamassas de regularização e


contrapisos com uso de CPIII.

Conhecer o impacto sanitário dos produtos de construção à qualidade do ar interior e à


saúde humana:

 IMPERMEABILIZAÇÃO COM EPÓXI ISENTO DE SOLVENTES:Produto 100%


isento de solventes, que não implica danos a via respiratória do aplicador.
 IMPERMEABILIZAÇÃO COM POLYUREA – Aplicação com equipamento e
vestimentas sem contato com o aplicador.

Eliminação de emissões de fibras e material particulado provenientes dos produtos em


contato com o ar interior:

 IMPERMEABILIZAÇÃO COM POLYUREA E EPÓXI ISENTO DE SOLVENTES


– Produtos que não liberam material particulado, nem fibras cancerígenas.
42

Beneficiar o máximo possível os resíduos de canteiro e de forma corrente com as cadeias


locais existentes, bem como garantir a correta destinação destes resíduos:

 A impermeabilização utilizada como acabamento final ou piso final, elimina várias


etapas do sistema construtivo a fim de eliminar camadas de argamassas e concreto
como pavimentação.
 A execução de contrapiso sucedida pela aplicação do epóxi e posteriormente do piso
diretamente sobre este, elimina uma camada de argamassa de regularização de
aproximadamente 3cm.
 Se compartimentos projetados para ser impermeabilizados com epóxi ou polyurea
fossem impermeabilizados com o sistema usual (argamassa de regularização+manta
asfáltica, proteção com argamassa de cimento e areia espessura 2cm, contrapiso, cola
de assentamento e piso final), o trabalho dos canteiros seria muito maior para estocar
cimento , areia e água e para a fabricação das argamassas.

Limitar os incômodos sonoros:

 Eliminação de argamassas do sistema de impermeabilização diminuindo o efeito


sonoro causados pelas máquinas betoneiras.

Limitar a poluição do ar

 Eliminação da impermeabilização em 98% das áreas usualmente tratadas com manta


asfáltica colada com asfalto a quente. Asfáltoeste , proveniente do CAP(cimento
asfáltico de petróleo), que quando aquecido libera partículas poluentes.

Limitar o consumo de recursos

 Eliminação do consumo de recursos através da otimização de especificações dos


sistemas de impermeabilização do projeto respectivo.
43

 Eliminação de etapas construtivas a fim de reduzir consumo de água e energia durante


as operações.

2.5.1 Estudo de Caso

Para a ratificação dos objetivos deste trabalho de conclusão de curso, foi utilizada como
estudo de caso a arquibancada do Estádio de Remo da Lagoa, Lagoon – RJ.
Nesta arquibancada foi utilizado um sistema de impermeabilização de alto desempenho
visando à sustentabilidade.
2.5.1.1 Descrição da obra:
2.5.1.2 Sistema de impermeabilização comumente utilizado em arquibancadas x sistema de
impermeabilização de alto desempenho utilizado no estudo de caso:

CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONCLUSÃO

No atual mundo globalizado e a cada dia mais e mais estamos nos conscientizando de que
o relacionamento do homem com o meio em que vive não é adequado, com o consumo de
recursos naturais atingem a excessos com vasta produção de resíduos e poluição,
elevando cada vez mais a exclusão e segregação social. As ferramentas para avaliação da
sustentabilidade de edifícios, que incluam requisitos ambientais, sociais e econômicos
podem ser de grande auxílio a projetistas e construtores, uma vez que se tornam um guia
de orientação na escolha de alternativas construtivas e tecnológicas de menor impacto ao
meio-ambiente. Na medida em que os projetos são pensando de forma coerente com o
ambiente em que estão inseridos, haverá menor consumo de recursos com menores custos
de manutenção tanto em termos de energia, água e materiais.

No concernente a atual sustentabilidade nas edificações, esta além de ser fator de


contribuição objetivando a redução do impacto proporcionado ao meio ambiente, se
apresenta como uma das perspectivas para a promoção do bem estar social e aumento da
produtividade dos usuários. Mas apesar das incontestáveis melhorias que estas
alternativas tecnológicas podem resultar, é imprescindível que haja uma reeducação da
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população, atentando sobre as mudanças climáticas que vêm ocorrendo e o futuro do


planeta, para que cada um contribua fazendo a sua parte com consciência ecológica.

Proteger as estruturas contra as infiltrações de água se constitui na condição básica e


necessária a toda e qualquer edificação, independente do pavimento em que a infiltração
possa ocorrer. Deve ser exigência do usuário que todas as partes da edificação estejam
estanques e sem qualquer manifestação de umidade. A utilização de sistemas
impermeabilizantes tem como função primordial resguardar a edificação, consentindo um
acréscimo da vida útil da construção, assegurando a salubridade dos ambientes e melhorando
a qualidade de vida dos usuários. Desta forma, fica a certeza de que prevenir é sempre melhor
que remediar.

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