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São Carlos
2005
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento
da Informação do Serviço de Biblioteca - EESC/USP
DEDICATÓRIA
Ao Senhor meu Deus pela força que me proporciona a cada dia e a minha
Mãezinha do Céu pelo amor, carinho e entusiasmo durante toda minha vida.
À minha filha Laís Regina. Amo-te demais filha. Pelas alegrias e satisfações
passadas nos períodos de retorno à família. Foram momentos que me fortaleceram a
continuar o mestrado, mesmo com a sofrida distância.
AGRADECIMENTOS
Ao conterrâneo e amigo Edson Costa de Assis Júnior pelo convívio nestes dois
anos. Sou bastante grato pelas contribuições dadas ao trabalho e pela amizade e
conversas compartilhadas neste período tão importante para nós dois. Ao amigo
alagoano Jefferson Lins da Silva pela companhia e amizade neste último ano.
Aos demais alagoanos que fizeram ou fazem parte do convívio neste período:
Alexandre “Topó”, André Dória, Eduardo Toledo, Fábio Lopes, Gustavo Codá,
Jerônymo Pereira, Márcio Felix, Rafael Piatti, Saulo Almeida, Valber Pedrosa e Walter
Oliveira.
iv
RESUMO
ABSTRACT
The present work deals with dimensioning and verification of the safety
conditions of reinforced concrete structural elements, taking into account the material
non-linearity. It includes a new proposal for the simultaneous verification of the
ultimate limit states (ULS) and the serviceability limit states (SLS) for reinforced
concrete bending elements, enhancing Finite Element applications with physical non-
linearities. The alternative proposals for the material safety factors include the use of
mean values for the stress-strain relationships and the strength of materials; reference
values that allow the composition of global safety coefficients that do not dependent on
the type of failure, brittle in the concrete or ductile in the steel and, finally, means
values for the concrete and steel stress-strain relationships, keeping the stresses always
lower than the design strength values. Rectangular and T-type cross-sectional areas in
pure bending were analyzed, using the alternative proposals. Statically determinate and
hyperstatic beams were also studied to verify the safety conditions, including the
redistribution of the internal forces in the hyperstatic cases. According to the analyses
performed it is apparent that the third proposal is the most adequate and satisfies
simultaneously the ULS and SLS verifications, being viable for practical applications.
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.4 – Razão ente os momentos resistentes com diferentes resistência dos
materiais – König et al. (1997) e Ahner & Tue (1997) [adaptada].................................38
Figura 3.5 – Razão ente os momentos resistentes da seção retangular submetida à flexão
simples. ...........................................................................................................................39
Figura 3.9 – Seção do tipo “T” submetida à flexão: a) sem armadura de compressão e b)
armadura de compressão ( 2φ 6,30mm ) . .........................................................................43
ix
Figura 3.10 – Seção do tipo “T” submetida à flexão: a) taxa de armadura de compressão
ρ = 0, 25% e b) taxa de armadura de compressão ρ = 0,50% . .....................................44
Figura 4.4 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de
referência.........................................................................................................................51
Figura 4.5 – Fator de carga vs. deslocamento: a) análise com valores médios e b) análise
com valores de referência................................................................................................52
Figura 4.6 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de
referência realizadas no presente trabalho. .....................................................................53
Figura 4.7 – Viga contínua com dois vãos – Wittek e Meiswinkel (2000).....................53
Figura 4.10 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de
referência.........................................................................................................................56
Figura 4.11 – Fator de carga vs. deslocamento: a) análise com valores médios e b)
análise com valores de referência. ..................................................................................56
Figura 4.12 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de
referência realizadas no presente trabalho. .....................................................................57
Figura 4.15 – Fator de carga vs. deslocamento no meio do vão da viga biapoiada. .......62
Figura 4.19 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga apoiada-engastada sem
redistribuição...................................................................................................................66
Figura 4.20 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga apoiada-engastada com
redistribuição...................................................................................................................70
Figura 4.24 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga biengastada sem
redistribuição...................................................................................................................75
Figura 4.25 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga biengastada: a) com
redistribuição de δ = 0,88 e b) com redistribuição de δ = 0, 75 ....................................79
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.8 – Resultados das análises com ou sem redistribuição dos esforços solicitantes
da viga apoiada-engastada...............................................................................................72
Tabela 4.9 – Momentos fletores máximos na viga biengastada sem redistribuição para
análise não-linear. ...........................................................................................................76
SUMÁRIO
RESUMO ...........................................................................................VI
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 01
1.1 Considerações iniciais ............................................................................. 01
1.2 Objetivo.................................................................................................... 02
1.3 Justificativa.............................................................................................. 03
1.4 Metodologia ............................................................................................. 04
REFERÊNCIAS ................................................................................ 85
APÊNDICE A ................................................................................... 93
INTRODUÇÃO
das Diferenças Finitas (MDF), Método dos Elementos Finitos (MEF) e Método dos
Elementos de Contorno (MEC).
O estudo da não-linearidade física tem evoluído bastante, tanto no aspecto das
formulações teóricas quanto na melhoria da qualidade das implementações
computacionais. Melhorias nos modelos não-lineares, como otimizações nas rotinas de
cálculo, agilizam o processamento de estruturas usuais de concreto, cujas rotinas de
cálculo podem se tornar viáveis para uso nos escritórios de projeto de estruturas, sob a
forma de programas computacionais.
1.2 Objetivo
1.3 Justificativa
1.4 Metodologia
NÃO-LINEARIDADE FÍSICA
1
CERVENKA, V. (1970) Inelastic finite element analysis of reinforced concrete panels under in plane
loads. Ph. D. thesis, University of Colorado.
Capítulo 2 – Não-linearidade física 8
pavimentos de concreto armado, será designada por ANPAV, sendo que os elementos
utilizados no presente estudo são a seguir descritos.
x
j
y i
Li
sendo:
ux translação segundo o eixo local x;
uy translação segundo o eixo local y;
uz translação segundo o eixo local z;
θx Rotação em torno do eixo local x;
θy Rotação em torno do eixo local y;
θz Rotação em torno do eixo local z;
Li comprimento do elemento finito.
Gauss. Concluíram que empregando um número de camadas superior a oito (8), o erro
de integração torna-se praticamente desprezível.
Nos exemplos analisados, foram utilizadas dez (10) camadas nas seções
transversais estratificadas. A Figura 2.2 mostra um elemento de seção retangular com
estratificação da seção transversal.
c
y
h
2
h
Li
bw
2
bw
σc
fcm
Trecho 1
fcm
2 Trecho 2
Εc1
Εc
ε c1 ε cu εc
Figura 2.3 – Diagrama tensão-deformação para compressão axial do concreto, CEB-FIP MC90.
2
Ec ε c ε c
⋅ −
Ec1 ε c1 ε c1
σc = − ⋅ f cm para ε c < ε cu (2.1)
E ε
1+ c − 2 ⋅ c
Ec1 ε c1
−1
2 εc 4 ε
2
1
σ c = − ⋅ξ − ⋅ + ε − ξ ⋅ ⋅ f cm para ε c > ε cu
c
2
ε cu ε cu ε c1 cu ε c1 (2.2)
ε c1 ε c1
ε
c1
ε cu 1 1 Ec 1 1 E
2
1
= ⋅ + 1 + ⋅ ⋅ c + 1 − (2.3)
ε c1 2 2 Ec1 4 2 Ec1 2
ε 2 E ε E
4 cu c − 2 + 2 cu − c
ε c1 Ec1 ε c1 Ec1
ξ= 2
(2.4)
ε cu Ec
⋅ − 2 + 1
ε c1 Ec1
sendo:
σc tensão normal de compressão do concreto;
f cm resistência à compressão do concreto;
Ec módulo tangente do concreto;
Ec1 módulo secante da origem ao pico de compressão do concreto;
εc deformação específica de compressão do concreto;
ε c1 deformação específica corresponde à f cm ;
ε cu deformação última do concreto;
ξ parâmetro adimensional.
σc
ft
α.ft
Εc
εt εm εc
Figura 2.4 – Diagrama tensão-deformação para tração axial do concreto, Figueiras (1983).
sendo:
ft resistência à tração no concreto;
εm deformação específica limite do concreto à tração ( ε m = 0, 0020 ) ;
α coeficiente que impõe o grau de enrijecimento ( 0,5 ≤ α ≤ 0, 7 ) .
2
Enrijecimento à tração, designa a contribuição do concreto íntegro, entre duas fissuras sucessivas, que
exerce sobre a rigidez de um elemento de concreto armado fletido ou tracionado no estádio II.
Capítulo 2 – Não-linearidade física 15
σs
fy
Εs
ε ys ε smax εs
Figura 2.5 – Diagrama tensão-deformação para o aço – elastoplástico perfeito.
Alternativamente o modelo para o aço poderia ser considerado com o fez Pinto
(2002) que admitiu diagrama bilinear, porém com possibilidade de encruamento
positivo, conforme Figura 2.6.
σs
fy Ε's
Εs
ε ys ε smax εs
sendo:
σs tensão normal de tração do aço;
fy resistência de escoamento do aço ( Es = 210000 MPa ) ;
Es módulo de elasticidade do aço;
'
Es módulo de elasticidade do aço após escoamento;
εs deformação específica de tração do aço;
ε ys deformação específica do aço correspondente à resistência de
escoamento;
ε s max deformação específica máxima permitida para o aço ( ε yu = 10 0 00 ) .
3
Capítulo
f
σ max ≤ σ adm = (3.2)
γi
sendo:
f resistência obtida em ensaio padronizado;
γi coeficiente de segurança.
Apenas em 1978 a NB-1, denominada NBR 6118:1978, passou a utilizar o método dos
estados limites, que será comentado posteriormente.
Castro et al. (1997), salientam que a transposição de uma norma inicialmente
baseada em tensões admissíveis para estados limites é feita de maneira a não afetar de
forma significativa os resultados globais. Assim, apesar da mudança brusca na parte
conceitual embutida nos métodos, os resultados não devem divergir significativamente
quando o projetista dimensiona a estrutura utilizando uma ou outra versão.
R
p f = P ( R ≤ S ) = P ( R − S ≤ 0 ) = P ≤ 1 (3.3)
S
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 22
mostra a eq.(3.5).
γ f = γ f 1 ⋅γ f 2 ⋅γ f 3 (3.5)
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 23
considera os possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas
construtivos, seja por deficiência do método de cálculo empregado. Por fim, o
coeficiente γ f 2 leva em conta a ocorrência simultânea das ações, sendo substituído por
γ f2
Cargas acidentais de edifícios
ψ0 ψ1 ψ2
tanto na majoração das ações quanto nos seus efeitos, pois o resultado não será alterado.
De acordo com a NBR 8681:2003, se os cálculos dos esforços solicitantes atuantes
forem feitos em regime elástico linear, o coeficiente γ f pode ser multiplicado tanto no
Sd = S ( γ f ⋅ Fk ) (3.6)
Sd = γ f ⋅ S k = γ f ⋅ S ( Fk ) (3.7)
sendo:
Fk ação característica;
S d ,k esforço solicitante de cálculo ou característico.
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 24
Entretanto, se o cálculo dos esforços solicitantes for feito por um processo não-
linear, o coeficiente γ f deverá ser aplicado à ação característica, conforme eq.(3.8),
Sd = S ( γ f ⋅ Fk ) (3.8)
Ações
Combinações de
Permanentes ( γ g = γ f ) Variáveis ( γ q = γ f )
ações
Desfavorável Favorável Geral Temporária
Normais 1,4 1,0 1,4 1,2
Especiais ou de
1,3 1,0 1,2 1,0
construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0
n
Fd = γ g ⋅ Fgk + γ q ⋅ Fq1k + ∑ψ 0 j ⋅ Fqik (3.9)
j =2
sendo:
Fgk valor característico das ações permanentes diretas;
Fq1k valor característico da ação variável principal;
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 25
γ f 2 é variável de acordo com a análise que se deseja fazer, conforme Tabela 3.1.
De acordo com a NBR 6118:2003, o estado limite de serviço (ELS) deve ser
verificado com uma das combinações mostradas abaixo. Nos exemplos apresentados no
capítulo 4 deste trabalho, foram utilizadas as combinações quase-permanentes e
combinações freqüentes.
Concreto Aço
Combinações
γc γs
Estádios I e II. A separação entre esses dois estádios em peças fletidas é definida pelo
momento de fissuração.
A NBR 6118:2003 estabelece valores de abertura máxima característica das
fissuras em função da classe de agressividade ambiental, conforme apresentado na
Tabela 3.4, apenas para elementos estruturais de concreto armado.
CAA I wk ≤ 0, 4 mm
CAA IV wk ≤ 0, 2 mm
φ σs 4
wk = ⋅
⋅ + 45 (3.13)
12,5 ⋅ηi Es ρ r
φ σ s 3 ⋅σ s
wk = ⋅ ⋅ (3.14)
12,5 ⋅ηi Es f ctm
sendo:
φ diâmetro da barra ou do conjunto de barras tracionadas;
coeficiente de conformação superficial da armadura considerada, para
ηi
barra com alta aderência η1 = 2, 25 ;
Es módulo de elasticidade do aço;
σs tensão de tração no centro de gravidade da armadura, calculada no
estádio II;
A
taxa geométrica de armadura, sendo ρ r = s - taxa de área das
ρr Acr
barras relativa à área do concreto envolvente;
f ctm resistência média à tração do concreto.
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 28
Rst Rst
(a)
Rst Rst
(b)
Figura 3.1 – Formação de fissuras: a) sistemática e b) assistemática, Mollica Júnior (1986) [adaptada].
Devido a cargas
Outro Vibrações sentidas no piso l
acidentais 350
M 3 M 3
( EI )eq = Ecs r
⋅
c I + 1 −
r
⋅ I II ≤ Ecs ⋅ I c (3.15)
M M
a a
sendo:
Ic momento de inércia da seção bruta de concreto;
momento de inércia da seção fissurada de concreto no estádio II,
I II E
calculada com α e = s ;
Ecs
momento fletor na seção crítica do vão considerado, momento
Ma máximo no vão para vigas biapoiadas ou contínuas e no apoio para
balanços, para a combinação de ações considerada nessa avaliação;
Mr momento de fissuração do elemento estrutural;
Ecs módulo de elasticidade secante do concreto.
f ctm ⋅ I c
Mr =α ⋅ (3.16)
yt
sendo:
Fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na
α flexão com a resistência à tração direta, sendo 1,2 para seções do tipo
“T” ou duplo “T” e 1,5 para seções retangulares;
yt distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
2
f ctm resistência à tração direta do concreto - f ctm = 0,30 ⋅ f ck 3
em MPa .
Oliveira (2001) – ANPAV, emprega a metodologia utilizada por Fusco (1981), que
considera a decalagem do diagrama tensão-deformação para o concreto entre os
instantes t0 e t , na qual esta translação do diagrama tem razão ϕ paralelamente ao eixo
de ε c .
Segundo a NBR 6118:2003, a flecha adicional diferida no tempo para vigas de
concreto armado pode ser calculada de maneira aproximada pela multiplicação da
flecha imediata pelo fator α f dado pela eq.(3.17).
∆ξ
αf = (3.17)
1 + 50 ⋅ ρ '
sendo:
As'
ρ' taxa geométrica de armadura de compressão ρ ' = ;
b⋅d
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 32
∆ξ
ξ (t ) =
2 para t > 70 meses
t – tempo em meses;
t0 – idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa
duração.
a∞ = a0 ⋅ (1 + α f ) (3.18)
sendo:
a∞ flecha final no tempo infinito;
a0 flecha imediata em virtude das cargas permanentes.
fym = fyk
fyd
Εs
ε smax ε
4 .10
7
7
3.5 .10
7
3 .10
7
2.5 .10
(Pa)
7
2 .10
Tensão
1.5 .10
7
1 .10
7
6
5 .10
0
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005
0 εc 1.36⋅εcu
(ε)
Deformação
Deformação
Valor médio
Valor de projeto
Proposta de dimensionamento
Sd ≤ Rd (3.19)
Rsys
S (γ q ⋅ Q + γ g ⋅ G ) ≤ (3.20)
γ gl
sendo:
S esforços solicitantes;
γq fator de segurança parcial para ações variáveis;
Q ações variáveis;
γg fator de segurança parcial para ações permanentes;
G ações permanentes;
Rsys capacidade resiste da estrutura;
γ gl fator de segurança global para resistência da estrutura.
f cm = 1,10 ⋅ f ck
(3.21)
f ym = 1,10 ⋅ f yk
3
As resistênciass médias descritas não são as médias obtidas por meio de análise estatística.
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 36
f ck f cm
f cd = e f cm = 1,10 ⋅ f ck ⇒ = 1,10 ⋅1,5 = 1, 650 (3.22)
1,5 f cd
f yk f ym
f yd = e f ym = 1,10 ⋅ f yk ⇒ = 1,10 ⋅1,15 = 1, 265 (3.23)
1,15 f yd
4
König G., Soukov D., Jungwirth F. (1997) – Sichere Betonproduktion für Stahlbetontragwerke,
intermediate report 2, March 1997.
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 37
f cm
= 0,85 (3.24)
f ck
f cR = 0,85 ⋅ f ck
(3.25)
f yR = 1,10 ⋅ f yk
f ck f cR
f cd = e f cR = 0,85 ⋅ f ck ⇒ = 0,85 ⋅1,5 = 1, 275 (3.26)
1,5 f cd
f yk f yR
f yd = e f yR = 1,10 ⋅ f yk ⇒ = 1,10 ⋅1,15 = 1, 265 (3.27)
1,15 f yd
Figura 3.4 – Razão ente os momentos resistentes com diferentes resistência dos materiais – König et al.
(1997) e Ahner & Tue (1997) [adaptada].
sendo:
M pl momento resistente obtido com as resistências médias e de referência,
segundo a eq.(3.21) e eq.(3.25);
M pl ,d momento resistente obtido com as resistências de cálculo.
Figura 3.5 – Razão ente os momentos resistentes da seção retangular submetida à flexão simples.
utilizado pela NBR 6118:2003. Assim, o coeficiente global de segurança pode ser
determinado analiticamente conforme a eq.(3.28).
f cm
f cm = 0,85 ⋅ f ck ⇒ = 0,85 ⋅1, 4 = 1,19 (3.28)
f cd
f ym f yk
= 1,19 ⇒ f ym = 1,19 ⋅ ⇒ f ym = 1, 035 ⋅ f yk (3.29)
f yd 1,15
f cR = 0,85 ⋅ f ck
(3.30)
f yR = 1, 035 ⋅ f yk
M
M
(a) (b)
Figura 3.6 – Seção transversal submetida à flexão: a) retangular e b) do tipo “T”. Medidas em cm.
(a) (b)
Figura 3.7 – Seção retangular submetida à flexão: a) sem armadura de compressão e b) armadura de
compressão ( 2φ 6,30mm ) .
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 43
(a) (b)
Figura 3.8 – Seção retangular submetida à flexão: a) taxa de armadura de compressão ρ = 0, 25% e b)
Os resultados obtidos para a seção do tipo “T” são mostrados na Figura 3.9 e
Figura 3.10.
(a) (b)
Figura 3.9 – Seção do tipo “T” submetida à flexão: a) sem armadura de compressão e b) armadura de
compressão ( 2φ 6,30mm ) .
Capítulo 3 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 44
(a) (b)
Figura 3.10 – Seção do tipo “T” submetida à flexão: a) taxa de armadura de compressão ρ = 0, 25% e
EXEMPLOS E APLICAÇÕES
tangente do aço e do concreto, de acordo com o CEB-FIP MC90, cujas expressões serão
mostradas posteriormente.
Na análise do ELU foram consideradas diferentes propriedades mecânicas para
os materiais, verificando-se o comportamento para as resistências de projeto, médias e
de referência.
ftu = 1, 08 ⋅ f y (4.1)
sendo:
ftu resistência última do aço;
fy resistência de escoamento do aço.
Capítulo 4 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 48
f cm = f ck + 8 em MPa (a )
f ym = f yk (b)
(4.2)
f cR = 0,85 ⋅ f ck (c)
f yR = 1,10 ⋅ f yk (d)
1
f + ∆f 3
Ec = α e ⋅ ck (a )
f cmo (4.3)
Es = 210000 MPa ( b)
sendo:
ae = 2,15 ×104 MPa
∆f = 8 MPa
f cmo = 10 MPa
Medidas em cm
a) Regime elástico-linear
M d = 42, 44 kNm m ; h = 18 cm → d = 15 cm
portanto, As = 7, 05 cm 2
γ ST
= 1,18 considerados os valores médios e γ ST = 1, 27 para os valores de referência,
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
X
... ... ...
Medidas em cm
Figura 4.4 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de referência.
(a) (b)
Figura 4.5 – Fator de carga vs. deslocamento: a) análise com valores médios e b) análise com valores de
referência.
Figura 4.6 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de referência realizadas no
presente trabalho.
Neste exemplo foi analisada a viga contínua com dois vãos estudada por
Wittek e Meiswinkel (2000). A viga contínua está submetida à carga uniformemente
distribuída, com seção transversal de 20 cm de largura e 70 cm de altura, como mostra a
Figura 4.7.
Medidas em cm
Figura 4.7 – Viga contínua com dois vãos – Wittek e Meiswinkel (2000).
Capítulo 4 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 54
-
As
As As
Medidas em cm
momento negativo – junto ao apoio e As = 16, 60cm 2 nos vãos do elemento. Com os
valores das áreas das armaduras longitudinais foram calculados os coeficientes de
Apoio Vão
Caso
VM VR VM VR
Presente trabalho 1,15 1, 26 1, 27 1, 27
z
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) (15) (16)X
... ... ...
Medidas em cm
Figura 4.10 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de referência.
(a) (b)
Figura 4.11 – Fator de carga vs. deslocamento: a) análise com valores médios e b) análise com valores de
referência.
Figura 4.12 – Fator de carga vs. deslocamento – análises com valores médios e de referência realizadas no
presente trabalho.
f cm = f ck + 1, 65 ⋅ sd (4.4)
sendo:
f cm resistência média à compressão;
f ck resistência característica à compressão;
sd desvio-padrão.
Quando não for realizado ensaio laboratorial, o desvio padrão pode ser adotado
em função da condição de preparo do concreto. De acordo com a NBR 12655:1996 para
condição A∗, o desvio padrão é de 4, 0MPa . Porém, não se tem recomendação alguma
para o aço. No presente trabalho, será adotada a proposta de Oliveira (2001) que
considera a resistência média do aço igual à resistência característica. Esta proposta
torna-se condizente em virtude da invariabilidade do módulo de deformação
longitudinal do aço e resistência com pequeno desvio-padrão. Oliveira (2004) em
ensaios laboratoriais de barras (φ 5, 0 − φ12,5 ) encontrou resultados de resistência média
∗
Condição A – aplicável às classes C10 até C80, o cimento e os agregados são medidos em massa, a água
de amassamento é medida em massa ou volume com dispositivo dosador e corrigida em função da
umidade dos agregados.
Capítulo 4 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 59
ELU: Fd ,u = 1, 4 ⋅ 25 + 1, 4 ⋅ 5, 0
Fd ,u = 42, 00 kN m (4.5)
Fd ,u = 26,50 kN m (4.6)
Fd ,u = 27, 00 kN m (4.7)
1
Ec = 5600 ⋅ f ck 2
Medidas em cm
a) Regime elástico-linear
M d = 189, 00 kN ⋅ m ; h = 50 cm → d = 47 cm
γ ST
= 1, 24 considerando os valores médios e γ ST = 1,19 para os valores de referência.
b) Regime não-linear
Nesta análise foi considerada a armadura dimensionada com o regime elástico-
linear, mostrado acima. A viga foi discretizada em 15 nós e 14 elementos, com maior
densidade na região de momento máximo e seção transversal estratificada em 10
camadas, como mostra a Figura 4.14.
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) (15)
X
... ... ...
Medidas em cm
Figura 4.15 – Fator de carga vs. deslocamento no meio do vão da viga biapoiada.
5 q ⋅ L4
ao = ⋅ (4.9)
384 ( EI )eq
Valor (cm)
Flecha
Análise não-linear NBR 6118:2003
Imediata 1,54 1,57
tempo de recorrência (70 meses), em que a flecha final resultou em 2,32 , Tabela 4.3.
Portanto, satisfazendo o limite de aceitabilidade sensorial estabelecido pela
NBR 6118:2003.
A verificação da abertura característica de fissuras para o ELS (combinação
freqüente – CF) foi realizada segundo as prescrições da NBR 6118:2003. As expressões
e os limites de abertura máxima de fissuras foram mostrados no capítulo 3 deste
trabalho. Foi desenvolvida uma rotina no software MathCad para verificação de
aberturas de fissuras. Na análise numérica considerou-se φ = 16, 00 mm para as
armaduras longitudinais tracionadas dispostas em duas camadas e classe de
agressividade ambiental tipo I (CAA I); assim, a abertura máxima de fissuras no vão
para a viga biapoiada foi de 0,11 mm . A NBR 6118:2003 recomenda uma abertura
máxima de fissuras de 0,40 mm para a classe de agressividade tipo I. Desta forma, a
abertura máxima das fissuras encontradas para a viga biapoiada satisfez a prescrição
normalizada ( wap = 0,11 ≤ wk = 0, 40 mm ).
Medidas em cm
portanto, As = 5, 25 cm 2 → Domínio 2
a.2) Engaste
M d = 189, 00 kN ⋅ m ; h = 55 cm → d = 51 cm
-
As
As
Medidas em cm
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) (15) (16)(17)
X
... ... ...
Medidas em cm
Figura 4.19 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga apoiada-engastada sem redistribuição.
Capítulo 4 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 67
Tabela 4.4 – Momentos fletores máximos na viga apoiada-engastada sem redistribuição para análise não-
linear.
5 q ⋅ L4
ao = ⋅ (4.10)
72 ⋅ 3 ( EI )eq
Valor (cm)
Flecha
Análise não-linear NBR 6118:2003
Imediata 0,59 1, 20
Final 0,89 2, 74
x ≤ 0,50
d
para f ck ≤ 35MPa (a)
(4.12)
x ≤ 0, 40
d
para f ck > 35MPa (b )
c.1) Vão
M d = 111,33 kN ⋅ m ; h = 55 cm → d = 51 cm
c.2) Engaste
M d = 175, 77 kN ⋅ m ; h = 55 cm → d = 51 cm
Figura 4.20 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga apoiada-engastada com redistribuição.
se redução da margem de segurança (fator de carga) da estrutura pelo fato de ter sido
realizada a redistribuição dos esforços solicitantes; isto, porém, não aconteceu,
provavelmente, em virtude da baixa redistribuição dos esforços, no caso apenas 7% .
A Tabela 4.6 mostra os esforços solicitantes para as análises não-lineares
considerando a redistribuição. Os momentos fletores obtidos no regime não-linear
foram maiores que os calculados quando se utilizou a redistribuição dos esforços
solicitantes; sendo maiores, também, para todas as análises, sem considerar a
redistribuição – exceto para a proposta de dimensionamento de estados limites que ficou
bastante próximo do valor elástico no engaste.
Tabela 4.6 – Momentos fletores máximos na viga apoiada-engastada com redistribuição para análise não-
linear.
Final 0,89 2, 66
Tabela 4.8 – Resultados das análises com ou sem redistribuição dos esforços solicitantes da viga apoiada-
engastada.
Caso ( cm 2 ) wk - ( mm ) γ gl
Pelo fato da redistribuição dos esforços solicitantes ter sido pequena, apenas
7%, as diferenças nas áreas das armaduras também foram insignificantes. Nos dois
casos analisados, a estrutura mostrou-se segura e com reserva de carga, satisfazendo
tanto o ELU como o ELS.
As aberturas de fissuras apresentaram valores diferentes para os dois casos. A
situação mais desfavorável foi para o caso sem redistribuição dos esforços, com uma
abertura de 0, 21 no vão em virtude da menor taxa de armadura em relação às demais
seções.
Capítulo 4 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 73
Medidas em cm
a.2) Engaste
M d = 126, 00 kN ⋅ m ; h = 40 cm → d = 37 cm
Sob o ponto de vista prático, parte da armadura inferior deveria ser prolongada até o
apoio. Isso não foi considerado no exemplo, por não modificar os conceitos envolvidos.
- -
As As
As
Medidas em cm
Medidas em cm
Figura 4.24 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga biengastada sem redistribuição.
Tabela 4.9 – Momentos fletores máximos na viga biengastada sem redistribuição para análise não-linear.
Para a verificação dos ELS procedeu-se do mesmo modo que nos casos
anteriormente estudados. A combinação utilizada é a quase permanente – CQP com o
valor do carregamento descrito apresentado na eq.(4.6). As verificações foram feitas
com a proposta de dimensionamento e de forma simplificada como prescreve a
NBR 6118:2003.
De acordo com a Resistência dos Materiais a flecha elástica máxima para uma
viga biengastada é expressa pela eq.(4.13). As expressões para o cálculo da rigidez
equivalente e da flecha diferida no tempo prescrito pela NBR 6118:2003 já foram
apresentadas no capítulo 3.
1 q ⋅ L4
ao = ⋅ (4.13)
384 ( EI )eq
Valor (cm)
Flecha
Análise não-linear NBR 6118:2003
Imediata 0,55 1, 08
Final 1, 03 2, 45
coeficiente de fluência de 1,84 (ϕ(t ,to ) = 1,84 ) , não satisfez o limite estabelecido pela
c) Regime elástico-linear
Os momentos e armaduras provenientes da redução dos momentos são
mostrados na Tabela 4.11. As disposições das armaduras e discretização dos elementos
foram as mesmas consideradas no caso sem redistribuição, Figura 4.22 e Figura 4.23,
respectivamente.
Capítulo 4 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 78
(a)
(b)
Figura 4.25 – Fator de carga vs. deslocamento no vão da viga biengastada: a) com redistribuição de
δ = 0,88 e b) com redistribuição de δ = 0, 75 .
30
25
20
1000 ⋅θ pl 15
10 Ruptura
pelo aço
Ruptura pelo
concreto
5
0
0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45
x
d
Coeficiente de
Posição da linha θ pl ,lim
dos exemplos anteriores. O valor das aberturas de fissuras para as três situações
analisadas, com ou sem redistribuição dos esforços solicitantes, constam da Tabela 4.14.
Capítulo 4 – Abordagens normativas e nova consideração de segurança 82
CONCLUSÃO E SUGESTÃO
AHNER, C.; TUE, N.V. (1997). A new safety format for the design of reinforced
concrete structures with non-linear behaviour of materials. (Leipzig Annual Civil
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Janeiro.
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de estruturas: método dos estados limites. In: JORNADAS SUL-AMERICANAS DE
ENGENHARIA ESTRUTURAL, 28., 1997, São Carlos. Anais... São Carlos:
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MODELING, 1999, Munich. Proceedings... Munich: ECCM. 1 CD-ROM.
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the bearing capacity of whole structure. (Leipzig Annual Civil Engineering Report,
1). Disponível em:<http://www.uni-
leipzig.de/~massivb/institut/lacer/lacer01/l01_21.pdf >. Acesso em: 5 May 2004.
DIMENSIONAMENTO DE SEÇÃO
RETANGULAR E DO TIPO “T”
σc σ
fyd
σcd σcd
σc
Εs
εc 2‰ 3,5‰ εc 10‰ ε
(a) (b)
εc2
σ c = σ cd ⋅ ε c − (A.1)
4
onde ε c é dado em 0
00 , e σ cd é expresso pela eq.(A.2).
σ cd = 0,85 ⋅ f cd (A.2)
A.2.1.1 Sub-domínio 2a
O diagrama de tensões de compressão do concreto é parabólico. Esta situação
ocorre quando ε c ≤ 2 0 00 simultaneamente com ε st = 10 0 00 , estado limite último de
distância a ela de uma fibra genérica, onde atua a tensão σ 'c , como mostra a Figura
A.3.
c < cd c < 2‰
dν
x σ'c ε'c
ν
ν
10‰
ν
ε 'c = ε c ⋅ (a )
x
ε 'c 2
σ 'c = σ cd ⋅ ε 'c − (b) (A.3)
4
x
Rcc = bw ⋅ ∫ σ 'c ⋅ dν
0
(c)
5 ⋅ bw ⋅ σ cd ⋅ x 2 ⋅ ( 3 ⋅ d − 8 ⋅ x )
Rcc = (A.4)
3⋅(d − x)
2
σc < σcd
zG
x σ'c Rcc
z'G
ν
5 ⋅ σ cd ⋅ x 2 ⋅ ( 3 ⋅ d − 8 ⋅ x )
Ahachurada = (a )
3⋅(d − x)
2
x (A.5)
zG' =
∫
0
σ 'cd ⋅ν ⋅ dν
( b)
Arachurada
x ⋅ ( 8 ⋅ d − 23 ⋅ x )
z 'G = (A.6)
4 ⋅ (3 ⋅ d − 8 ⋅ x )
zG = x − z 'G (A.7)
A.2.1.2 Sub-domínio 2b
O diagrama das tensões de compressão do concreto torna-se parábolo-
retângulo. Neste sub-domínio, o encurtamento do concreto ( ε c ) varia entre 2 0 00 e
x = a + x' (A.8)
Apêndice A – Dimensionamento de seção retangular e do tipo “T” 98
2‰ < c <3,5‰ cd
x' 2‰ x'
x
a a
d-x
10‰
2 a
= (a )
10 d − x
(A.9)
d−x
a= (b)
5
5 ⋅ x '+ d
x= (a )
6
(A.10)
6⋅ x − d
x' = ( b)
5
6⋅ x − d 2 d −x
Rcc = bw ⋅ σ cd ⋅ + b ⋅ ⋅ σ cd ⋅ (a )
5 3 5
(A.11)
b ⋅σ
Rcc = w cd ⋅ (16 ⋅ x − d ) (b)
15
Apêndice A – Dimensionamento de seção retangular e do tipo “T” 99
σcd
x'/2
x' zG
x'/2
3a
_ x Rcc
8
a z' G
5a
_
8
x '2 2 3
Rcc ⋅ zG = bw ⋅ σ cd ⋅ + bw ⋅ σ cd ⋅ ⋅ a ⋅ ⋅ a + x ' (A.12)
2 3 8
3 1
⋅ (6 ⋅ x − d ) + ⋅ ( d − x ) ⋅ (9 ⋅ x − d )
2
(A.13)
zG = 10 4
16 ⋅ x − d
z 'G = x − zG (A.14)
A.2.1.3 Domínios 3 e 4
Nestes domínios a deformação do concreto é constante e igual a 3,5 0 00
2 3,5
= (a )
a x
a + x' = x (b)
4 (A.15)
a= ⋅x (c)
7
3
x' = ⋅ x (d)
7
Apêndice A – Dimensionamento de seção retangular e do tipo “T” 100
3,5‰
2‰ x'
x
a
d-x
εsd
Figura A.7 – Diagrama de deformação do concreto nos domínios 3 e 4.
2
Rcc = bw ⋅ σ cd ⋅ x '+ b ⋅ ⋅ σ cd ⋅ a (a )
3
(A.16)
17
Rcc = ⋅ bw ⋅ σ cd ⋅ x (b)
21
33
Rcc ⋅ zG = ⋅ bw ⋅ σ cd (a )
98
(A.17)
33 ⋅ bw ⋅ σ cd ⋅ x 2
zG = ( b)
98 ⋅ Rcc
99 2
zG = ⋅x (A.18)
238
z'G = x − zG (A.19)
Apêndice A – Dimensionamento de seção retangular e do tipo “T” 101
sendo:
Rst = As ⋅ σ st força resistente da armadura tracionada;
Rsc = A ⋅ σ sc
'
s força resistente da armadura comprimida;
σ st = Es ⋅ ε st tensão na armadura tracionada;
σ sc = Es ⋅ ε sc tensão na armadura comprimida;
M momento externo atuante na seção transversal.
Dados de entrada
Transformação de unidades
• Momento atuante
Dimensionamento da armadura
• Coeficientes ponderadores das resistências ( γc e γs ou γcR e γsR)
Concreto γc := 1.40
Aço γs := 1.15
Equacionamento
Apêndice A – Dimensionamento de seção retangular e do tipo “T” 103
Estimativa Inicial
2
x := 1cm As := 1cm
Resolução do sistema
2
As = 11.583cm x = 22.77cm
−3
Concreto εcc ( x) = 3.5 × 10
−3
Armadura tracionada εst ( x) = 3.724 × 10
−3
Deformação na tensão de escoamento εyd = 2.07 × 10
da armadura tracionada
b
εc σcd
hf
Rsc
εsc Rcc
x
Asc
h d
Rcc = Rccf + Rccn
Ast
εst Rst
bw c
Figura A.8 – Seção do tipo “T”, diagrama de deformações e tensões de compressão no concreto.
b b-bw
hf
x x
bw bw bw
( M n ) , conforme:
M = M f + Mn (A.21)
A.3.1.1 1º Caso
O diagrama das tensões de compressão na mesa é parabólico, Figura A.10.
Desse modo, a deformação é ε c 2 ≤ 2 0 00 e a tensão de compressão σ c 2 ≤ σ cd .
b-bw
εc 2 < 2‰ σc < σcd
ε'c σ' c zG
hf
x εc3 Rccf
ν σc3 z'G
ν
10‰
bw
d
hf < x ≤ (A.22)
6
ν
ε 'c = ε c 2 (A.23)
x
10 ⋅ x
ε c2 = ( 0 00 ) (A.24)
d−x
x
Rccf = ( b − bw ) ⋅ ∫ σ 'c ⋅ dν (A.25)
x−hf
pela eq.(A.27),
5 ⋅ σ cd ⋅ ( b − bw ) ⋅ h f 5
Rccf = ⋅ ( 2 ⋅ x − h f ) − ⋅ ( 3 ⋅ x 2 − 3 ⋅ x ⋅ h f + h f 2 ) (A.26)
d−x 3⋅(d − x)
x
Rccf ⋅ z 'Gf = ( b − bw ) ⋅ ∫ σ 'c ⋅ν ⋅ dν (A.27)
x−h f
2 5
⋅ ( 3 ⋅ x 2 − 3 ⋅ x ⋅ h f + h 2f ) − ⋅ ( 4 ⋅ x 3 − 6 ⋅ x 2 ⋅ h f + 4 ⋅ x ⋅ h 2f − h3f )
3 4 ⋅(d − x)
z 'Gf = (A.28)
5
2 ⋅ x − hf − ⋅ ( 3 ⋅ x 2 − 3 ⋅ x ⋅ h f + h 2f )
3⋅(d − x)
eq.(A.29).
A.3.1.2 2º Caso
O diagrama das tensões de compressão na mesa é parábolo-retângulo, Figura
A.11.
b-bw
εc2 >2‰ σc2 = σcd
2‰ x'< hf
hf x
x εc3 σc3
ν
d-x
εsfd
bw
x − x' d − x
= (a )
2 10
(A.30)
6⋅ x − d
x' = ( b)
5
eq.(A.31).
d d
< x < + 0,833 ⋅ h f (A.31)
6 6
Apêndice A – Dimensionamento de seção retangular e do tipo “T” 108
x− x '
Rccf = ( b − bw ) ⋅ ∫ σ 'c ⋅ dν + ( b − bw ) σ cd ⋅ x ' (A.32)
x−h f
Integrando a equação acima, onde σ 'c é dado pela eq.(A.3), ε 'c pela eq.(A.23)
5
x '+ d − x ⋅ x ' + 2 x ⋅ ( h f − x ' ) − h f −
2 2
Rccf = ( b − bw ) ⋅ σ cd ⋅ (A.33)
25
− ⋅ h 3
− x '3
+ 3 x ⋅ ( x ' 2
− h 2
) + 3 x 2
⋅ ( h − x ' )
3 ⋅ ( d − x )
2 f f f
x− x ' x'
Rccf ⋅ z 'Gf = ( b − bw ) ⋅ ∫ σ 'c ⋅ν ⋅ dν + ( b − bw ) ⋅ σ cd ⋅ x '⋅ x − (A.34)
x−hf
2
x' 10
x ' x − 2 + 3 d − x 3 x ( h f − x ' ) + 3 x ( x − h f ) + h f − x ' −
2 2 2 3 3
( )
z 'Gf = ÷
25
− 4 x ( h f − x ') + 6 x ( x ' − h f ) + 4 x ( h f − x ' ) + x ' − h f
3 2 2 2 3 3 4 4
4 ( d − x )2
(A.35)
h f 3 − x '3 + 3x ( x '2 − h f 2 ) +
5 25
÷ x '+
x ' + 2 x ( h f − x ') − h f −
2 2
d−x 3 ( d − x ) 3 x ( h f − x ' )
2
2
x − x' x
= (a )
2 3,5
(A.36)
3
x' = ⋅ x ( b)
7
7
No limite com o 3o caso, x ' = h f , virá: x = ⋅ h f . Portanto, estará também no
3
caso 2 quando a eq.(A.37) for satisfeita.
7
0, 259 ⋅ d ≤ x < ⋅ h f (A.37)
3
pela eq.(A.3). A resultante Rccf é dada pela eq.(A.32) e sua posição pela eq.(A.34),
ν ν
ε 'c = ε c 2 ⋅ = 3,5 ⋅ ( 0 00 ) (A.38)
x x
3,5
x '+ 2 x ⋅ x ' + 2 x ⋅ ( h f − x ' ) − h f −
2 2
Rccf = ( b − bw ) ⋅ σ cd ⋅ 2 (A.39)
− 3,5 ⋅ h 3 − x '3 + 3x ⋅ ( x '2 − h 2 ) + 3 x 2 ⋅ ( h − x ' )
12 x 2
f f f
x ' 3,5
x ' x − 2 + 3x 3 x ( h f − x ' ) + 3 x ( x − h f ) + h f − x ' −
2 2 2 3 3
z 'Gf = ÷
3
− 3,5 4 x3 h − x ' + 6 x 2 x '2 − h 2 + 4 x h 3 − x '3 + x '4 − h 4
16 x 2 ( f ) ( f ) ( f ) f
(A.40)
h f 3 − x '3 + 3 x ( x '2 − h f 2 ) +
3,5 2
x ' + 2 x ( h f − x ') − h f 2 −
3,5
÷ x '+
2x 12 x 2 3 x 2 ( h f − x ' )
A.3.1.3 3º Caso
O diagrama das tensões de compressão na mesa é retangular.
Apêndice A – Dimensionamento de seção retangular e do tipo “T” 110
b-bw
εc2 >2‰ σc2 = σcd
hf x
x εc3 σc3 = σcd
d-x
εsfd
bw
d
+ 0,833 ⋅ h f < x < 0, 259 ⋅ d (A.41)
6
expressões:
Rccf = ( b − bw ) ⋅ σ cd ⋅ h f (A.42)
hf
z 'Gf = x − (A.43)
2
sendo:
Rccf força resistente à compressão do concreto proveniente da contribuição
da mesa;
Rccn força resistente à compressão do concreto proveniente da contribuição
da nervura, calculada conforme a seção retangular;
SEÇÃO T
Rotina de dimensionamento de seção T de concreto armado submetida a flexão
simples.
Foi considerado diagrama parábolo-retângulo para o concreto e diagrama bilinear para o
aço.
Domínios de verificação 2 - 3 - 4.
Dados de entrada
Transformação de unidades
OBS: Para o progrma fazer uma análise como seção retangular deve-se considerar:
• Largura da mesa do elemento estrutural (b) igual a largura da nervura (bw) -> b = bw.
• Momento atuante
Dimensionamento da armadura
Concreto γc := 1.40
Aço γs := 1.15
Características Mecânicas
Equacionamento
Estimativa Inicial
2
x := 1cm As := 1cm
Resolução do sistema
2
As = 9.604cm x = 4.821cm
−3
Concreto εcc ( x) = 1.143 × 10
−4
Armadura comprimida εsc ( x) = 4.318 × 10
−3
Deformação na tensão de escoamento εyd = 2.07 × 10
da armadura tracionada
B
Apêndice
VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE
RESISTENTE DE SEÇÃO
RETANGULAR E DO TIPO “T”
SEÇÃO RETANGULAR
Rotina de cálculo que determina o valor do momento resistente de seção retangular
de concreto armado submetida a flexão simples.
Foi considerado diagrama parábolo-retângulo para o concreto e diagrama bilinear
para o aço.
Domínios de verificação 2 - 3 - 4.
Dados de entrada
Transformação de unidades
Concreto γc := 1.00
Aço γs := 1.00
Propriedades Mecânicas
Equacionamento
Estimativa Inicial
x := 1cm M := 1kN⋅ m
Resolução do sistema
M = 229.923kN⋅ m x = 17.597cm
Limites dos domínios
−3
Concreto εcc ( x) = 3.5 × 10
−3
Armadura tracionada εst ( x) = 5.848 × 10
−3
Armadura comprimida εsc ( x) = 2.903 × 10
−3
Deformação na tensão de escoamento εyd = 2.381 × 10
da armadura tracionada
Apêndice B – Verificação da capacidade resistente de seção retangular e do tipo “T” 117
SEÇÃO T
Rotina de cálculo que determina o valor do momento resistente de seção T de
concreto armado submetida a flexão simples.
Foi considerado diagrama parábolo-retângulo para o concreto e diagrama bilinear
para o aço.
Domínios de verificação 2 - 3 - 4.
Dados de entrada
Transformação de unidades
OBS: Para o progrma fazer uma análise como seção retangular deve considerar:
• Largura da mesa do elemento estrutural (b) igual a largura da nervura (bw) -> b = bw.
Concreto γc := 1.40
Aço γs := 1.15
Propriedades Mecânicas
Equacionamento
Estimativa Inicial
x := 1cm M := 1kN⋅ m
Resolução do sistema
M = 236.147kN⋅ m x = 5.497cm
−3
Concreto εcc ( x) = 1.324 × 10
−4
Armadura comprimida εsc ( x) = 6.016 × 10
−3
Deformação na tensão de escoamento εyd = 2.07 × 10
da armadura tracionada