Segundo a teoria Freudiana o consciente serve como bloqueio para as
pulsões do inconsciente, porém e necessário entender que o ser humano é um
ser social, isto é, tratar do ser humano sem tratar de suas interações sociais não é tratar de um ser humano. O problema levantado é a "consciência responsável" diante dos desejos do inconsciente. Como pode ser essa responsável por aquilo que é natural de um ser? Deveríamos de fato sentir culpa por nossas pulsões? A resposta é sim! Pois dentro da teoria Freudiana, nossa responsabilidade se encontra no superego, embora para Freud nós nascêssemos apenas com o Id( desejos, libidos) logo cedo somos restringidos pelas regras que ditam os relacionamentos sociais tanto que isso começa a fazer parte de nós. Embora o senso de culpa, ou moralidade varia de cultura para cultura ele existe, mesmo que não siga um padrão.
O filme Dogville parece tratar um pouco disso, uma comunidade isolada
vivendo aquilo que basicamente lhe apraz, como se de fato apenas o que existe é o Id, pois do começo ao fim os moradores procuram fazer à Grace aquilo que lhes é melhor, ou aquilo que eles querem, sem se importar com o outro em momento algum. Até mesmo aquele que parecia mais se importar com a Grace agia puramente baseado em seus desejos e impulsos. O que parece ao final, que o superego aplica ao Id a correção necessária, demonstrando que precisa haver uma mistura (Ego) para que haja pelo menos uma vida em sociedade.
Outra questão a ser pensada é a culpa existir por algo que
simplesmente somos e que as vezes nem chega a acontecer, mas permanece apenas no inconsciente. Para Freud a culpa é necessária como fator refreador das nossas pulsões, é o resultado direto do nosso superego com nosso Id, isto é, este conjunto de regras que são externas a nós colidindo de frente com nossos desejos e paixões. A culpa passa a ser então uma fundamental ferramenta para as civilizações.