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ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: Patologia das Construções Aula: 04 – 2° Bimestre


TURMA:20201-ECVN10-XIII Valor: 0,5

Compatibilidade de projeto e o uso do BIM

ARTIGO 1

INCOMPATIBILIDADE DE PROJETOS E SEUS MALEFÍCIOS PARA A OBRA


Publicado em 29/11/2013

Introdução
A Incompatibilidade de Projetos é um dos temas que incomoda a todos os profissionais quando
responsáveis pela gestão de projeto de qualquer empreendimento.

O que fazer? Qual o desafio? Excluir, conviver ou minimizar?

Pela experiência e vivencia de obras, as informações, comentários e publicações, podemos


afirmar que jamais devemos tomar a decisão de exclusão ou eliminação das incompatibilidades
dos projetos, pois os mesmos podem apresentar custos acima do previsto, inviabilizando o
empreendimento. Também corre-se o risco de sempre existir a probabilidade de situações de
incompatibilidade. Portanto, voltaríamos à estaca zero.
Por outro lado, a convivência com situações de incompatibilidade de projetos em qualquer
empreendimento, pode trazer no final da obra uma qualidade a desejar, devido as diversas
adaptações (os famosos “tapa-buracos”), causando vários retrabalhos ao logo deste
empreendimento, acarretando com isso um aumento no custo previsto e no prazo pré-
determinado, podendo gerar a insatisfação do Cliente.
Portanto a melhor situação é minimizar, o que significa fazer as adequações necessárias, através
de reuniões entre todos os projetistas e interessados no empreendimento, identificando todas as
possíveis incompatibilidades, procurando manter o orçamento e o prazo previsto.
Através de um planejamento executivo bem elaborado e uma equipe coerente com o objetivo do
escopo proposto, podemos manter o prazo pré-determinado do empreendimento e atingir os
resultados previstos, sempre procurando a melhor qualidade, atento com a preservação do meio
ambiente e com a segurança dos colaboradores.
Podemos citar que a atenção na definição do prazo é de suma importância, não podendo ser
subestimado. A viabilidade do empreendimento esta relacionado com o custo indireto, que está
diretamente vinculado ao prazo. Atraso na execução leva a perda do resultado previsto.
O custo direto representa o valor real do empreendimento em relação ao mercado, podendo ter
melhores resultados através de uma equipe de suprimentos eficiente que trará melhor aquisição
na compra dos materiais e equipamentos, devido ao melhor planejamento.

Conclusão
Portanto, é importante um estudo minucioso abrangendo todas as características do
empreendimento para torná-lo lucrativo. Mas tudo isto não funciona se não existir um
acompanhamento/controle constante de todo processo e uma equipe comprometida e focada no
objetivo proposto pelo empreendimento.

Sobre os Autores:
Sérgio Augusto Leal Vidal, Engenheiro Civil pela PUC-MG, curso de Mestrado em Saneamento
pela UFMG, atuou com Professor de Materiais de Construção no curso da PUC-MG, além de
aulas, sendo responsável pelo Laboratório, trabalhou como profissional em empresas de médio e
grande porte, desde Supervisor até Gerente de Obras, atualmente trabalha como autônomo dando
assessoria e executando obras diversas.
Marina Gomes Batista, Administração de Empresa pela Faculdade Pitágoras-MG, atuando no
setor de planejamento da MIP Engenharia.
Felipe Bitencourt, Engenheiro Civil pela Faculdades Kennedy – MG, atuando a produção com
engenheiro civil da Construtora Santo Antônio.
Contexto: O presente artigo faz parte de uma série de 5 que analisaram os desafios para se
entregar projetos de Construção e Montagem dentro do prazo estabelecido contratualmente. Foi
realizada uma pesquisa com 23 participantes que determinaram 5 causas mais contundentes para
o atraso de projetos. A pesquisa foi realizada no mês de outubro de 2013 com a Turma 3 de Pós
Graduação em Gestão de Projetos de Construção e Montagem do IETEC, sob a orientação e
coordenação do Professor Ítalo Coutinho.

Disponível em: <https://pmkb.com.br/artigos/incompatibilidade-de-projetos-e-seus-maleficios-


para-a-obra/>. Acesso em 27/05/2020.

ARTIGO 2

USO DO BIM SERÁ OBRIGATÓRIO A PARTIR DE 2021 NOS PROJETOS E


CONSTRUÇÕES BRASILEIRAS
Publicado por INBEC em notícias: atualizado [25/01/2020]; criado [18/12/2018]

O uso do Building Information Modelling (BIM) será obrigatório a partir de


2021 nos projetos e construções brasileiras. Esse foi o teor do Decreto
Presidencial assinado em maio de 2018 para democratizar a plataforma no país. Seis
meses após o anúncio da medida, os trabalhos de comitês espalhados pelo Brasil se
concentram em implantar a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, proposta pelo
Governo Federal. Santa Catarina, inclusive, foi o primeiro estado a definir que até 2019
as licitações de obras públicas fossem feitas com a metodologia BIM.

Complementarmente ao decreto, foi publicado o documento Construção Inteligente,


pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), no qual são
detalhados objetivos, ações, responsabilidades, metas e compromissos para a efetiva
difusão desse novo paradigma da indústria da construção.

O MDIC exerceu a presidência do Comitê Estratégico de Disseminação do BIM, criado


em 2017 como primeiro passo para a propor a estratégia para BIM no país , com a
participação de outros oito ministérios. O trabalho de formulação conta com a
colaboração de diferentes instituições, entre elas, o Sinaenco.

Entre as metas estipuladas, está a de aumentar em 10 vezes a implantação do BIM, de


forma que 50% do PIB da Construção Civil tenha adotado a metodologia até 2024.
Atualmente, 9,2% das empresas do setor da construção (que correspondem a 5% do PIB
do setor) utilizam o BIM em suas rotinas de trabalho, de acordo com pesquisa e estudos
da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentada no documento.

Prazos Escalonados

De acordo com o VP de Arquitetura do Sinaenco/SP, Eduardo Nardelli, as empresas de


Arquitetura e Engenharia consultiva deverão se preparar para utilizar a metodologia,
considerando que o governo tem expectativa de, em 10 anos, o BIM estar disseminado
nas obras públicas.

A proposta da Estratégia BIM BR é que a exigência do BIM nas compras do Poder


Público seja feita de forma escalonada, para conferir tempo de adaptação ao mercado e
ao setor público.

Assim, os prazos para implementação foram divididos em três etapas:


- A partir de janeiro de 2021: a exigência de BIM se dará na elaboração de modelos
para a Arquitetura e Engenharia nas disciplinas de estrutura, hidráulica, AVAC e elétrica
na detecção de interferências, na extração de quantitativos e na geração de documentação
gráfica a partir desses modelos;

- A partir de janeiro de 2024: os modelos deverão contemplar algumas etapas que


envolvem a obra, como o planejamento da execução da obra, na orçamentação e na
atualização dos modelos e de suas informações como construído (“as built”), além das
exigências da primeira fase.

- A partir de janeiro de 2028: passará a abranger todo o ciclo de vida da obra ao


considerar atividades do pós-obra. Será aplicado, no mínimo, nas construções novas,
reformas, ampliações ou reabilitações, quando consideradas de média ou grande
relevância, nos usos previstos na primeira e na segunda fases e, além disso, nos serviços
de gerenciamento e de manutenção do empreendimento após sua conclusão.

Para o professor Sergio Scheer, especialista participante do Comitê Estratégico de


Implementação do BIM, o uso dessa tecnologia vai beneficiar a Construção Civil. “ Os
projetos serão melhor desenvolvidos e as construções terão mais qualidade. O setor
sofrerá com menos desperdício e retrabalho, o que vai fazer com que o uso do recurso
público envolvido seja melhor aproveitado”, garante.

Com essa ação, a expectativa é de uma redução de custo que pode chegar a 20%, de
acordo com estudos contratados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
(ABDI).

Ações estratégicas para disseminação do BIM

A iniciativa elaborada durante um ano por um grupo formado por sete ministérios, conta
com nove diretrizes:

- Difundir o BIM e seus benefícios;


- Coordenar a estruturação do setor público para a adoção do BIM;

- Criar condições favoráveis para o investimento, público e privado;

- Estimular a capacitação;

- Propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e as cont ratações
públicas;

- Desenvolver normas técnicas, guias e protocolos específicos;

- Desenvolver a Plataforma e a Biblioteca Nacional BIM;

- Estimular o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM;

- Incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros de


interoperabilidade.

- Mudanças, capacitação e frentes de trabalho.

- Mudanças podem gerar certo desconforto, ainda que o objetivo seja facilitar a vida de
Engenheiros, Arquitetos, Projetistas e todos aqueles que vivenciam a cadeia da
construção. Isso porque a pouca mão de obra qualificada, as dificuldades e a falta de
padrões de desenho brasileiros causam receio por parte dos profissionais.

Mas o mesmo aconteceu na década de 1980, quando a tecnologia CAD (Computer Aided
Design) veio ao Brasil. A transição não foi simples, segundo Scheer. Mas hoje é possível
perceber quão forte é sua utilização no mercado, depois que os profissionais da
construção passaram por capacitação. No caso do CAD, ele permite apenas que se crie
representações de elementos construtivos, e não uma simulação virtual completa da
obra como é no BIM.

Conforme Scheer, a implementação da tecnologia BIM na Construção Civil será bem


mais drástica do que a mudança que aconteceu com a chegada da tecnologia CAD.

Por isso, para o professor, o principal desafio será a capacitação. “As pessoas têm que
estar convencidas de que essa mudança é positiva. É uma mudança severa nas práticas,
mas será por um bom motivo”, afirma.

Na opinião do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José


Carlos Martins, a criação da Estratégia BIM é essencial, porque o governo é capaz de
incentivar as empresas a migrar para essa plataforma tecnológica, tanto por meio de
compras públicas quanto por capacitação.
Capacitar, inclusive, consta nas seis frentes de trabalho definidas na Estratégia de
Implementação:

- Regulamentação e Normalização;

- Plataforma BIM;

- Capacitação de Recursos Humanos;

- Compras governamentais;

- Infraestrutura tecnológica;

- Comunicação.

O Brasil no cenário mundial

A tecnologia BIM chegou ao Brasil em meados dos anos 2000. Em relação a outros
países, o Brasil segue na média quando o assunto é a adoção da ferramenta. “Ainda
estamos muito devagar, precisamos acelerar. O decreto é um aviso”, diz Scheer. Agora,
com o anúncio do Governo Federal, espera-se que esse cenário seja diferente.

A inspiração da equipe que desenvolveu a estratégia de implementação do BIM vem do


Reino Unido, referência no uso da tecnologia. Lá, foi estabelecida a data m arco de 4 de
abril de 2016 para que todos os fornecedores do Governo comprovem o uso do BIM
em obras públicas.

No Reino Unido já é exigido BIM Nível 2 (modelagem e interoperalidade) e deverá


chegar ao BIM Nível 3 até 2025. A ideia principal do governo é reduzir o custo de
projeto, além de diminuir a emissão de carbono.

Na América do Sul, o Chile foi o pioneiro na adoção da tecnologia BIM em projetos


públicos. Em 2016, o governo chileno divulgou o Plano BIM, que estabelece que todas as
obras públicas estejam inseridas na plataforma tecnológica a partir de 2020.

No Brasil, Santa Catarina foi o primeiro estado a definir que até 2019 as licitações de
obras públicas sejam feitas com a metodologia BIM. Para ajudar construtoras e
incorporadoras, o governo local lançou o Caderno de Projetos em BIM. O documento,
escrito por um grupo técnico criado em 2014, determina a padronização e a formatação
que orientam o desenvolvimento de projetos em BIM.

Biblioteca BIM
A iniciativa da ABDI vem para facilitar a troca de informações entre os profissionais
da Construção Civil. Quando um projetista, por exemplo, vai modelar um edifício em
BIM ele utiliza um banco de dados de materiais prontos.

Portas, paredes e canos têm especificidades. Com a biblioteca, todas as especificidades


necessárias para um projeto constarão no documento. É uma espécie de cadastro de
produtos e serviços, com preços, que podem ser utilizados nas obras.

“As bibliotecas digitais servirão para que União, governos estaduais e prefeituras
possam reduzir despesas e trabalho, além de prestar contas de forma mais transparente
à população. É uma tecnologia que deve ser adotada como prioridade”, afirma o
presidente da ABDI, Guto Ferreira.

O que é BIM

A sigla BIM significa Building Information Modeling (sugiro a leitura do artigo desse
link). O mesmo que Modelagem de Informação da Construção, em português.

O BIM nada mais é que uma maneira eficiente de reunir todas as informações de uma
construção de forma integrada e organizada. Esse conjunto de informações vai desde o
modelo em si da edificação até seu orçamento. Isto é, acompanha a obra em todo o seu
ciclo de vida.

A tecnologia BIM permite criar digitalmente modelos virtuais precisos de uma


construção. Os modelos oferecem informações detalhadas de cada parte de um projeto, o
que possibilita melhor análise e controle. Com o BIM, também é possível integrar
softwares de diferentes fabricantes para que eles possam “conversar” entre si usando uma
linguagem comum e aberta.

Além de integrar todos os dados em um único local, o seu uso também facilita
o compartilhamento do projeto entre diferentes profissionais durante o processo de
construção.

Esses profissionais podem inclusive trabalhar no mesmo projeto e ao mesmo tempo.


Desde Arquitetos, Engenheiros, Projetistas, Fornecedores de Materiais, Gerentes
Ambientais e clientes. Assim, todos podem interagir com o projeto de um
edifício, gerando maior valor agregado.
A tecnologia BIM minimiza erros que seriam comuns no processo de projeto em 2D,
por exemplo. Com o BIM, constrói-se maquetes eletrônicas, obtendo plantas, cortes e
vistas. É possível simular como ficará cada detalhe estrutural da construção.

A tecnologia é tão eficaz que fornece informações aprofundadas de cada parte da


evolução de um empreendimento. Além de permitir a atualização no modelo em tempo
real.

MBA em Plataforma BIM - Modelagem 3D, Planejamento 4D e Orçamento 5D / 6D


/ 7D

Com Coordenação dos Prof. M. Sc. Rogério Lima e M. Sc. Luiz Augusto Contier, o MBA
em Plataforma BIM objetiva formar Gestores de BIM (BIM Managers) para atuar no
desenvolvimento de projetos, gerenciamento e execução de obras prediais, que façam uso
desta tecnologia.

Com a evolução das ferramentas tecnológicas, podemos afirmar, nos dias atuais, que a
implementação BIM (Building Information Modeling) se faz presente, o que representa
uma evolução dos processos convencionais (CAD) nas práticas de concepção, produção,
gestão e entrega de projetos arquitetônicos e execução de obras, como também uma
revolução, tanto no mercado como também no ensino e práticas
de Engenharia e Arquitetura.

Portanto, é de extrema importância formar profissionais especialistas em BIM com


habilidades e competências para atuar com esta nova plataforma e poder então encabeçar
este processo de transformação na indústria da Construção Civil.
Fontes:

- Governo estabelece metas e prazos para implementação do BIM

- Governo Federal vai exigir uso do BIM a partir de 2021

- BIM será obrigatório para obras públicas a partir de 2021

- BIM será obrigatório para obras públicas a partir de 2021

Disponível em: <https://www.inbec.com.br/blog/uso-bim-sera-obrigatorio-partir-2021-projetos-


construcoes-brasileiras>. Acesso em 27/05/2020.

Refletindo...
A partir da análise dos artigos apresentados, redija um texto com sua opinião sobre o
futuro da engenharia: quanto aos profissionais e às ferramentas tecnológicas. O que se
espera em relação à prevenção de patologias oriundas das incompatibilidades de projetos
após a difusão da tecnologia BIM?

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