Artur Ferreira da Silva entendida ai como linguagem autônoma (BRANDI, 2015) capaz de conduzir Bolsista PIBIC/IFF – Licenciando em Teatro (IFF) narrativas polifônicas. Concordando e ampliando as colocações de Luciani (2012) Taianã de Oliveira Mello Garcia Mestranda em Arte Contemporânea (UFF) – Professora EBTT (IFF) que destaca que o operador pode performar a luz estando ou não em cena. INTRODUÇÃO LUZVESTIR A CENA “[Sobre a pesquisa com o coletivo ILUMILUTAS] Porque não é o refletor mais. Pode ter... O que é e como se dá o fazer poético da iluminação teatral? Esse amplo e ainda pouco a gente pode ter uma cena com refletor. Mas a ideia e inclusive o percurso, o suporte explorado questionamento prefigura o cenário onde surge o Laboratório de Estudos da artístico é a arte da performance. Então a gente tem uma certa ousadia de inventar novos equipamentos, novos dispositivos de emissão de luz.” (LEAL, 2020, s/p) Iluminação Cênica – LABIC no Instituto Federal Fluminense campus Campos Centro. Com Esta colocação nos revela que não se trata mais apenas de aprender sobre um intuito de subsidiar e impulsionar as pesquisas na área. Este laboratório tem se voltado para o conjunto de refletores e como utilizá-los. Trata-se de um processo de aquisição de potencial poético de encantamento contido na luz cênica e a inventividade por ela movida. linguagem que passa pela investigação dos materiais e tecnologias da luz e do Entendemos a partir das contribuições de Camargo (2012) que a luz cênica tem sua historicidade e vai se desenrolando junto a história do teatro como um todo e também das corpo. Leal (2018) ao fundar e aprofundar a noção de LUZVESTI (luz + travesti) evoluções tecnológicas. Nos voltaremos aqui para os trabalhos de duas artistas da iluminação deixa claro o corpo e as tecnologias não são justapostos na cena, mas no advento da as quais tivemos contato direto no contexto do Laboratório de Estudos da Iluminação Cênica: contemporaneidade estão unidos um ao outro, corpo-tecnologia, como células Mirella Brandi (multiartista e designer de luz) e Dodi Leal (artista, performer e professora de pixels. teatro na UFSB). As entrevistas aconteceram no primeiro semestre deste ano por meio de CONSIDERAÇÕES FINAIS videoconferência online no Grupo de Estudos em Iluminação Cênica e no I Seminário Online A partir das perspectivas de Leal (2018), Brandi (2015) e Luciani (2012) vemos que de Visualidades da Cena organizados pelo LABIC. Foram diálogos abertos que contaram a poética da luz cênica é intimamente ligada a sua performatividade. O trabalho das também com a participação do público externo e se encontram atualmente disponíveis como duas artistas aqui analisadas desloca nossa percepção sobre a luz. Faz-se ver a episódios do podcast do laboratório. hibridização entre campos, a apropriação de técnicas, uma outra dimensão da iluminação de cena que parte de esferas sensíveis para buscar, construir e inventar os saberes e fazeres da luz. São maneiras onde corpo–luz–tecnologia se imbricam, se misturam, se hibridizam e se transformam mutuamente. Trata-se, portanto, da possibilidade de operar entre fronteiras em deslocamento. REFERÊNCIAS BRANDI, Mirella. A linguagem autônoma da luz como arte performativa: a alteração perceptiva através Imagem 1 (esquerda): Registro do encontro virtual no aplicativo Skype no dia 07 de maio de 2020. Imagem 2 (direita): Screenshot da mesa “O que a luz deixa ver da cena?” no dia 02 de junho de 2020. da luz e seu conteúdo narrativo. Sala Preta, v. 15, n. 2, p. 46-58, 23 dez. 2015. _______________. Bate-papo com Mirella Brandi. Entrevista concedida ao Laboratório de Estudos da A LUZ COMO LINGUAGEM AUTÔNOMA Iluminação Cênica - LABIC. PODLABIC #01, disponível em: https://open.spotify.com/episode/7mNPrllQANeRfzw1jAyvfg, junho, 2020. “A maneira como você opera a luz é uma respiração, não é uma coisa técnica. Você respira CAMARGO, Roberto Gil.. Função estética da luz. São Paulo: Perspectiva, 2012. junto com o espetáculo. E se você não respira junto com o espetáculo ele perde a alma. Ele acontece, mas ele acontece no piloto automático sabe?! E claro os atores podem ser LEAL, Dodi. LUZVESTI – Iluminação cênica, corpomídia e desobediências de gênero. Salvador: Editora maravilhosos, mas o teatro é o conjunto. Não depende só do ator, não depende só do Devires, 2018. diretor, depende de todo mundo.” (BRANDI, 2020, s/p) ___________. O que a luz deixa ver da cena? Entrevista concedida ao Laboratório de Estudos da Iluminação Cênica - LABIC. I Seminário Online de Visualidades da Cena, disponível em: O trecho sintetiza a ideia central de que para além de um fazer técnico, a luz é um https://www.youtube.com/watch?v=pD7ioRuylWg, junho, 2020. fazer performativo, ou seja, que se presentifica na cena. A luz é