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Mauro Magliano
Perito Criminal Federal
Instituto Nacional de Criminalística
O crime contra o meio ambiente só ocorre
quando a degradação de recursos naturais não
é autorizada pelo poder público.
Experiências da Polícia Federal
1. Marco Legal
2. Marco Científico
3. Auxílio à Instrução Processual
4. Estudo de casos (Redação de
laudos)
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental,
sempre que possível, fixará o montante do prejuízo
causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de
multa.
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que
possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido ou pelo meio ambiente.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor
fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação
para apuração do dano efetivamente sofrido.
VERA = VUD + VUI + VO + VE
600
500
Nº de Laudos
400
300
200
100
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Ano
Vegetação
Localização próxima à Terra Indígena Floresta x Cerrado x Pastagens
Desmatamentos na área examinada - 1997 a 2009
Fonte: PRODES
Desmatamento em RL = 3.267,5870 ha
Considerações para valoração no Laudo Pericial
1) O somatório das parcelas do VERA carece de método científico consensual.
2) Instrução Normativa MMA Nº 06/2006 :
“o responsável por explorar vegetação em terras públicas, bem como o
proprietário ou possuidor de área com exploração de vegetação, sob qualquer
regime, sem autorização ou em desacordo com essa autorização, fica também
obrigado a efetuar a reposição florestal”
3) Considerou-se apenas os custos de revegetação para reposição:
a) A densidade das árvores em uma condição natural (4x3 metros);
b) O preço para aquisição de mudas nativas em viveiros florestais;
c) a mão-de-obra (abertura de covas + adubagem + correção + plantio);
d) acompanhamento técnico (coroamento, adubação de cobertura,
replantio, controle de formigas cortadeiras, visitas técnicas por 3 anos).
4) Detalhes técnicos devem constar em PRAD, com ART e devidamente
aprovado pelo órgão ambiental competente.
Custo médio de revegetação = R$ 3166,00/hectare
Outra análise possível:
(valor da madeira + lenha retirada) + Revegetação
(VUD) + Recuperação parcial do VERA
1. Destruição de APP e Reserva Legal na
Amazônia(MT)
2. Ocupação de Área Protegida – Loteamento
(DF)
3. Mineração de cascalho, caulim e quartzo (MG)
4. Calçamento de ATPF
5. Referências de preço
Localização
Parques
Vegetação
31 Laudos produzidos
Tipos de ocupação
Uso do solo
Considerações para valoração no Laudo Pericial
1) A utilização de novas áreas para moradias tem efeitos econômicos no
mercado imobiliário.
2) O adensamento urbano em áreas protegidas traz graves conseqüências
ambientais (enchentes, redução para áreas de lazer e agricultura)
3) Para a reversão das áreas à destinação original (PDOT), considerou-se:
a) os custos referentes ao processo de retirada das moradias;
b) os custos referentes à adequação ao retorno às características rurais, e
de acordo com a legislação florestal (pesquisa de mercado).
4) Utilização de valores do SINAPI (Sistema Nacional de Preços e Índices para
a Construção Civil) da Caixa para cálculo dos custos de demolição e remoção
de entulho para área licenciada.
5) Obtenção de valores de áreas construídas junto ao Governo do DF
Valores para 1 dos 31 laudos
Valores para 1 dos 31 laudos
1. Destruição de APP e Reserva Legal na
Amazônia(MT)
2. Ocupação de Área Protegida – Loteamento
(DF)
3. Mineração de cascalho, caulim e quartzo (MG)
4. Calçamento de ATPF
5. Referências de preço
Considerações para valoração no Laudo Pericial
a) Cascalho:
volume de 29.400m3 de cascalho, avaliado em R$294.000,00,
equivalente a US$131.838,60.
b) Caulim:
volume de 6.125m3 de caulim, avaliado em US$511.152,70.
c) Quartzo industrial:
volume 6.125m3 de quartzo industrial, avaliado em
US$863.931,30 (U$ 1=R$2,23; em 22/04/2009).
TOTAL: 9.500 m² 41.650 m³
R$3.360.437,18
1. Destruição de APP e Reserva Legal na
Amazônia(MT)
2. Ocupação de Área Protegida – Loteamento
(DF)
3. Mineração de cascalho, caulim e quartzo (MG)
4. Calçamento de ATPF
5. Referências de preço
ATPFs com diferentes teores na 1ª e 2ª vias,
esquentando madeiras retiradas de locais ou
volumes não autorizados (dano ambiental)
QUARTZO E FELDSPATO - BA
PARÂMETROS NECESSÁRIOS PARA CÁLCULO:
área total da lavra de 14.630 m2
altura média das bancadas de 6,90 m
volume aproveitável de 100.947 m³
proporção de 30% de quartzo e 10% de feldspato
recuperação de lavra de 20%
densidade do quartzo e do feldspato de 2,6 t/m3
produção total de aproximadamente 15.748 toneladas
de quartzo e 5.249 toneladas de feldspato.
VALOR DE USO DIRETO: US$ 1.708.696,17 de quartzo e
de R$ 321.161,36 de feldspato, potencialmente extraídos;
QUARTZO E FELDSPATO – Castro Alves - BA
Quais os danos ambientais causados com a extração
mineral? E possível fixar o montante do prejuízo? Em
caso positivo, qual?
Para simplificar o quesito, a valoração foi realizada
apenas pelo uso direto isto é o valor de mercado da
areia - R$ 30,00/m³ - sabendo que foi retirado
360.000 m³ do local, o que totaliza R$
10.800.000,00.
o custo de recuperação da área degradada, pode ser
obtido junto ao empreendedor, que o deve prever
em atendimento ao Decreto n° 97.632/89
O local examinado apresenta declives abruptos, indicativos da
escavação da areia e sua posterior remoção. A área escavada é de
aproximadamente quinze mil metros quadrados, com altura de corte média
de 0,8 metro. Em alguns pontos toda a areia foi extraída, atingindo-se a
camada argilosa localizada abaixo. A nordeste do local apontado na Figura
2 há indícios de extração de grande volume de areia, os quais não puderam
ser confirmados com os recursos disponíveis para exame. Depreende-se
então que o volume total de areia extraída estimado é de, no mínimo, 12.000
metros cúbicos.
Destes, o Valor de Uso Direto mínimo, pode ser
estimado, tomando-se como base de cálculo o valor
de referência da areia extraída. O volume extraído
deste material totalizou 12.000 metros cúbicos, ao
custo de R$8,00/m3 (oito reais por metro cúbico),
resultando em R$96.000,0 (noventa e seis mil reais).
Portaria 0543/03 da Secretaria de Estado Fazenda
do Maranhão:
www.sefaz.ma.gov.br/legislacao/portaria
O VERA foi mensurado unicamente em função do
valor de uso direto (VUD) do recurso ambiental
(madeira), o qual foi valorado em R$ 9.775.506,84
(nove milhões, setecentos e setenta e cinco mil,
quinhentos e seis reais, oitenta e quatro centavos).
Tal resultado levou em conta os dados da Licitação
da Flona Nacional Bom Futuro2, dentre eles o
volume de madeira com diâmetro maior que 45 cm
(82,693 m3/ha), distribuído em quatro grupos de
espécies:
Grupo de Espécies 1 – 7,832 m3; Grupo de Espécies 2
– 16,762 m3/ha; Grupo de Espécies 3 – 32,911 m3/ha
e Grupo de Espécies 4 – 25,188 m3/ha e valor
proposto pelo vencedor da licitação por grupos de
espécies que foi de R$ 116,00/m3 (Grupo de
Espécies 1); R$ 75,00/m3 (Grupo de Espécies 2); R$
56,00/m3 (Grupo de Espécies 3) e R$ 29,00/m3
(Grupo de Espécies 4), além da área
explorada/desmatada que foi calculada em
993,6432 hectares.
Experiências da Polícia Federal
Magliano.mmm@dpf.gov.br