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Algumas

Doenças foliares
da cultura da soja

Claudine Dinali Santos Seixas


Londrina, 11 de novembro de 2019

C.D.S. Seixas
Doenças foliares da cultura da soja

 Míldio (chromista)
 Crestamento-bacteriano (bactéria)
 Mancha-bacteriana-marrom (bactéria)
 Oídio (fungo)
 Mancha-alvo (fungo)
 Mancha olho-de-rã (fungo)
 Crestamento-de-Cercospora (fungo)
 Mancha-parda ou septoriose (fungo)
 Ferrugem-asiática (fungo)
Agente causal, sintomas, condições favoráveis
e ciclo da doença.
Patógeno biotrófico (oídio, míldio e ferrugem)
Esporo
Tubo germinativo Peg de penetração
Apressório

Hifa de
Cutícula penetração

Epiderme

Haustório

Patógeno necrotrófico (mancha-alvo)

INFECÇÃO e
COLONIZAÇÃO

Hemibiotrófico (antracnose)
Hospedeiro

Doença

Patógeno Ambiente
Controle

Hospedeiro

Doença

Ambiente
Patógeno
Ciclo geral das doenças (Whetzel)
Fonte: G.N.Agrios

Disseminação Infecção (germinação,


penetração)
(Vento,
Respingos,
Homem) Colonização

Ciclo secundário
Reprodução
Ciclo primário (esporos, partículas,
Sobrevivência células bacterianas)

(Estruturas especializadas, restos de cultura, semente, plantas hospedeiras)


Míldio
Peronospora manshurica
(Chromista - não é fungo)
 Doença comum

 Alta umidade e temperatura amena (20 oC a 24 oC)

 Pode ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento

 Mais comuns nas folhas jovens


(esporângios não são formados em
folhas velhas)

 Não causa perdas APS Net


Míldio

SINTOMAS
Manchas inicialmente verde-claro,

C.V. Godoy
evoluem para amarelo e necrosam.

Na face abaxial aparecem as


estruturas reprodutivas.
R.M. Soares

Pode atingir a vagem - sementes


ficam cobertas com estruturas do
patógeno (transmissão rara).
Ciclo da doença
 Sobrevive como oosporos em folhas e
em sementes

 Esporângios são disseminados pelo


vento

 Germinam em 12 horas sob condições Compêndio

favoráveis

 Penetração por estômato ou


formando apressório
(peg de penetração entre células do mesófilo).

 Forma haustórios
Embrapa
Crestamento bacteriano
Pseudomonas savastanoi pv. glycinea

 Doença bacteriana mais comum no Brasil

 Pode ocorrer desde o início da fase vegetativa

 Alta umidade e temperaturas em torno de 24 oC a 27 oC.

 Sintomas mais evidentes nos terços médio e superior

 Mais comuns nas folhas jovens

 Não causa desfolha

 Não causa perdas


M.C. Meyer
SINTOMAS A.M.R. Almeida

Manchas pequenas, encharcadas,


angulares.
D. Malvick

Ficam amarelas e depois


castanhas. Possuem halo amarelo.
M.C. Meyer

Manchas coalescem.

O tecido necrosa rasga e se solta.

Folhas permanecem na planta. A.M.R. Almeida


Ciclo da doença
 Sobrevive em restos de cultura e sementes

 Penetra nas folhas por aberturas naturais e


ferimentos

 Primeiros sintomas aparecem 3 a 7 dias


após a penetração

A.M.R. Almeida

 Se dissemina por gotículas de


água + vento

Fonte: Manual de Fitopatologia (ESALQ)


Mancha-bacteriana-marrom
Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens

 Doença recentemente relatada na soja no Brasil

 Temperatura de 25 oC a 30 oC e umidade elevada.

 Sintomas mais comuns


no vegetativo (diminuem
após o florescimento)

C.D.S. Seixas
SINTOMAS
 Começam com pequenas lesões
cloróticas que aumentam de tamanho.
Não ocorre encharcamento.

 A clorose começa em forma oval ou


alongada frequentemente na margem
das folhas.

Progride para o centro. Coalescem.

As folhas podem se rasgar.


Ciclo da doença

 Sobrevive em restos de cultura.

 Pode ser transmitida por semente.

 Penetração por ferimentos e estômatos.

 Disseminação por contato entre folhas.

G. E. S. Carneiro
Diagnose bactéria

UFPR
Oídio
Erysiphe diffusa
 Pode causar perdas (relatos de até 30%)
 Fungo biotrófico

 Pode ocorrer em qualquer estádio de


desenvolvimento (mais comum na floração)
 Pode ocorrer em qualquer
parte da planta
 Baixa umidade e temperaturas
amenas (18 oC a 24 oC). C.D.S. Seixas
SINTOMAS
Cobertura esbranquiçada
(micélio e conidios),

C.D.S. Seixas

coloração muda para acinzentado.

Folhas podem secar e cair.


C.D.S. Seixas
Ciclo da doença
 Sobrevivência em plantas voluntárias de
soja e hospedeiros alternativos
(feijão, tremoço-branco, feijão-de-porco, mucuna-branca)

 Colonização superficial – hautórios nas


células da epiderme
S.F.H. Herculano

 Ciclo: 7 a 10 dias

 Disseminação pelo vento

Internet N.M. Kokalis


Mancha-alvo
Corynespora cassiicola

 Aumento na incidência

 Patógeno infecta mais de 70 espécies


C.D.S. Seixas

 Sintomas: folhas (limbo e nervura), hastes, vagens


e raiz

 Umidade acima de 80%,


temperatura de 20 oC a 30 oC

Fonte desconhecida
SINTOMAS
Lesões iniciam por pontuações
pardas com halo amarelado.

Lesões aumentam de tamanho


(até 2 cm). Podem coalescer.

Pontuação escura no centro.

Pode ocorrer desfolha. Fotos: M.C. Meyer


sintomas SINTOMAS
Ciclo da doença

 Sobrevivência em restos de
cultura e na semente
C.D.S. Seixas

 Colonização intracelular

 Conidióforos livres

 Disseminação pelo vento

Internet
Mancha olho-de-rã
Cercospora sojina
 Doença não é comum no Brasil (cvs resistentes)

 Mais comum nas folhas, mas podem ocorrer em caules,


vagens e sementes

 Folhas jovens são mais


suscetíveis

 Mais comum no período


reprodutivo (florescimento e
enchimento de grãos)
C.D.S. Seixas

 Altas umidade e temperatura


SINTOMAS
Começam com manchas pequenas e
escuras.

Manchas tornam-se marrons cercadas


por halo marrom-avermelhado.

O centro da lesão fica castanho-claro a


cinza-claro.

R.M. Soares
Lesões coalescem. Pode ocorrer desfolha.
Ciclo da doença
 Sobrevive em restos de cultura e sementes

 Ciclo de 12 a 14 dias (casa vegetação)

 Se dissemina por gotículas de agua + vento

C.D.S. Seixas

C.D.S. Seixas www.researchgate.com S.F.H. Herculano


Comum ser confundida
Fitotoxidez?
Olho-de-rã

C.D.S. Seixas
C.D.S. Seixas

C.D.S. Seixas

C.D.S. Seixas
C.D.S. Seixas
Crestamento de Cercospora e
mancha-púrpura da semente
Cercospora kikuchii
 Doença de final de ciclo (DFC), comum

 No Brasil é o mais frequente fungo em semente/ Não


afeta a germinação

 Umidade elevada e temperatura de 23 oC a 27 oC


R.W. Schneider

 Doença ocorre nos estádios finais de


enchimento de grãos

M.C. Meyer

 Sintomas: folhas, hastes, vagens e sementes


(comum aparecer sintoma nas hastes primeiro) A.A. Henning
SINTOMAS
Começam com pontuações castanho-
avermelhadas, com bordas difusas

Coalescem. Escurecem

C.V. Godoy

Pode ocorrer desfolha.

Nas hastes ocorrem manchas


avermelhadas
R.W. Schneider
Ciclo da doença

Gail Ruhl

 Sobrevive em restos de cultura e sementes

 Penetração direta ou por estômatos

 Colonização intracelular

 Esporos produzidos em conidióforos livres

 Se dissemina pelo vento


Fonte: Matsumoto & Tomoyasu, 1925
Mancha-parda ou Septoriose
Septoria glycines

 Doença de final de ciclo (DFC), comum

 Ocorre principalmente nas folhas

 Umidade elevada e temperatura de 15oC a 30oC

M.C. Meyer
SINTOMAS – início do ciclo

Começam com pequenas pontuações ou manchas de contorno


irregular, castanho-avermelhadas nas unifolioladas.

T. Loyola

M.C. Meyer
Mancha-parda

SINTOMAS – final do ciclo


Começam com pontuações pardas,

evoluem para manchas


com halo amarelado e
contorno irregular.
Coloração castanha nas
duas faces.

M.C. Meyer

Pode ocorrer desfolha e


maturação precoce.
Ciclo da doença
 Sobrevive em restos de cultura.
M.C. Meyer (baixa frequência em semente)

 Penetração por estômatos

 Colonização intercelular, mas


ocorre morte de células

 Esporos produzidos em picnídios

 Se dissemina pelo vento e


gotículas de água
S.F.H. Herculano
Ferrugem-asiática
Phakopsora pachyrhizi

 Doença mais severa para a cultura

 Perdas podem chegar a 100% Embrapa

 Ocorre principalmente nas folhas

 Pode ocorrer em qualquer estádio de desenvolv.

 Temperatura: 9 oC a 28,5 oC (ótima 18 oC a 26,5 oC)

 Chuvas e longos períodos de molhamento


(mínimo 6 horas)

C.D.S. Seixas
SINTOMAS
Começam com pontos minúsculos
C.V. Godoy
mais escuros que o tecido sadio.

Na face inferior surgem as


estruturas reprodutivas (urédias). C.D.S. Seixas

Com o tempo são formadas mais


urédias na mesma lesão (pústula).
W.M. Paiva
Lesões são angulares. Coalescem.

Pústulas escurecem, as folhas


amarelecem e caem.
Ciclo da doença
 Sobrevive em plantas voluntárias de soja
e hospedeiros alternativos
 Não é transmitida por semente

 Penetração direta e por estômatos

 Esporos produzidos em urédias


E.J. Sikora

 Ciclo: 9 a 11 dias
 Disseminação pelo vento

Frontier
Diagnose
- Procurar sintomas: maior atenção às primeiras semeaduras,
locais com acúmulo de umidade por mais tempo
- Coletar folíolos do terço inferior ou médio e olhar contra
J.T. Yorinori um fundo claro
- Com auxílio de lupa verificar na face inferior se há
estruturas do fungo
- Colocar em câmara úmida, se necessário, ou enviar para
laboratório

J.T. Yorinori

J.T.Yorinori
W.M. Paiva
Quando as doenças ocorrem

Vegetativo/pré-fechamento Reprodutivo/pós-fechamento
podridão ferrugem
Míldio, crest. bact.,
tombamento
ferrugem, oídio DFC

mancha alvo
Manejo Integrado de Doenças:
planejamento, conhecimento e
integração de medidas

» Diagnose correta
» Necessidade/momento de controle
» Como controlar: que estratégias adotar
» Que fungicidas devem ser utilizados
Grata pela atenção
Contato: claudine.seixas@embrapa.br
(43) 9 9902 3020

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