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– ESTUDO DE COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE –

PREFEITURA DE RONDA ALTA


ATIVIDADE DO SITE CPFL: 449483214

Erechim/RS – 24/03/2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE RONDA ALTA, representando o
poder Executivo Municipal, registrada no CNPJ número 87.711.503/0001-53,
com sede na AVENIDA 15 DE NOVEMBRO S/N, Ronda Alta/RS, em atenção à
nota 4, item 5.3.4.1 da NBR 14039 - Instalações elétricas de média tensão de
1,0 kV a 36,2 kV, de 05/2005, que dispõe:

“O sistema geral de proteção da unidade consumidora deve permitir


coordenação com o sistema de proteção da concessionária, ser
dimensionado e ajustado de modo a permitir adequada seletividade entre
os dispositivos de proteção da instalação”

vem, por intermédio de seu responsável técnico Dilamar de Almeida,


empresa ALMEIDA & BRIGHENTI PROJETOS E OBRAS ELETRICAS
LTDA - ME registrada no CPNJ 20.158.560/0001-86, sito a Rua Paraná 57,
Apartamento 33 Sala A, Bairro Centro, CEP 99.700-294, Erechim/RS,
apresentar o ESTUDO DE COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE DO
SISTEMA DE PROTEÇÃO de sua unidade consumidora, requerendo desde
logo a sua análise técnica e posterior liberação de execução por parte da
Concessionária, nos termos do item 8.1.1.5 do GED CPFL 2855 –
Fornecimento em Tensão Primária 15 kV, 25 kV e 34,5 kV – Volume 1, GED
CPFL 15303 – Conexão de Micro e Minigeração Distribuída sob o Sistema
de Compensação de energia Elétrica.

Erechim, 25 de março de 2020.

_____________________________________________
PREFEITURA DE RONDA ALTA

_____________________________________________
ALMEIDA & BRIGHENTI PROJETOS E OBRAS ELETRICAS LTDA - ME
Dilamar de Almeida
CREA/RS No. RS107818

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Tel.Cel: (54) 99975-6182 • Email: engdila@hotmail.com.br
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Controle de Alterações
Versão Data Alterações Realizadas Responsável
1.0 29/01/2020 Versão original Dilamar de
Almeida
2.0 23/03/2020 Revisão geral Dilamar de
Almeida

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1. Introdução
O novo posto de transformação da PREFEITURA DE RONDA ALTA
localiza-se próximo ao TR 602643, o qual possui uma potência instalada de
225 kVA e demanda contratada de 175,5 kW.
O presente estudo prevê a instalação de painéis solares, cuja potência
total é de 175 kW.

Assim, em resumo:
Potência instalada: 225 kVA
Demanda contratada: 175 kW
Potência dos painéis solares: 175 kW

Considerando as instalações citadas, como potência instalada e a


geração fotovoltaica deste fornecimento, o presente estudo apresenta as
adequações necessárias ao sistema de proteção no ponto de conexão da
unidade consumidora com a rede da Concessionária de Energia.

2. Informações gerais

Responsável técnico: Dilamar de Almeida


CREA/RS: RS107818
Telefone: (54) 99975-6182
Email: engdila@hotmail.com

3. Informações do ponto de suprimento

Tensão de suprimento: 23,1 kV


Ponto de conexão: SDI22
Referência: TR 602643
Município: Ronda Alta/RS

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4. Transformadores de força

Conforme já referido no item 1 deste documento, o transformador de


força é de 225 kVA. Este transformador possui as seguintes especificações:

Transformador 1
Potência nominal: 225 kVA
Tensão: 23,1/0,38 kV
Impedância: 6%
Grupo de Ligação: Dyn1
Meio isolante: À seco

5. Corrente nominal da instalação

Considerando a potência de instalada de 225 kVA e a tensão de


suprimento trifásica de 23,1 kV a corrente nominal da instalação é calculada
a partir das equações (1) e (2), conforme a seguir:
𝑆
𝐼 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 = 𝑉 (1)
𝑥 √3

225
𝐼 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 = 23,1𝑥 = 5,6 𝐴 (2)
√3

A corrente nominal da unidade consumidora será de 5,6 A.

6. Equivalente Thevenin e curto-circuito no ponto de conexão

SBase = 100 MVA


VBase = 23,1 kV
Z+ = 3,45 + j 4,04 pu
Z0 = 4,04 + j 10,89 pu
Icc 3f Assim. = 0,483kA
Icc 3f Sim. = 0,47kA
Icc 2ft Sim. = 0,462kA
Icc 2f Sim. = 0,407kA
Icc 1f Sim. = 0,342kA
Icc 1fmín. (40Ω) Sim. = 0,197kA

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7. Equipamento de proteção instalado no ponto de conexão

Conforme PRODIST – Módulo 3 – Seção 3.3 – item 5.4.8, quando há


geração distribuída instalada e conectada com a concessionária a tomada
de energia ou conexão com a mesma deve ser através de chaves faca.
Em série com a chave faca da tomada de energia será instalado um
disjuntor de Média Tensão nas instalações internas da unidade
consumidora, acionado através de relés secundários1. A seguir são
apresentadas as especificações dos referidos dispositivos de proteção:

Chave da tomada de energia:


Chave fusível LB, In 400, 24 kV, NBI: 125 kV

Disjuntor MT da instalação consumidora:


Tipo de equipamento: Disjuntor trifásico
Isolação dielétrica: À Vacuo
Corrente nominal: 630 A
Tensão nominal: 24 kV
Máxima capacidade de interrupção simétrica: 16 kA

Relé fabricante: Pextron


Relé modelo: URP600
Fonte auxiliar: No-break 1,2 kVA – 0-240/115 V

8. Definição dos TC’s de proteção da instalação particular

O dimensionamento dos transformadores de corrente de proteção


devem observar os preceitos técnicos definidos pela NBR 6856 -
Transformador de corrente - Especificação e ensaios.

1
Nos termos do item 5.3.1.2 da ABNT NBR 14039:2005.

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8.1. Tipo dos TCs

Os TCs serão de baixa reatância – Tipo B –, cuja reatância de


dispersão é desprezível em relação à impedância do circuito secundário com
carga nominal2.

8.2. Erro da transformação de corrente

Os relés de sobrecorrente devem atuar adequadamente para correntes


de curto-circuito. Não há necessidade de obter exatidão absoluta na
corrente secundária do relé, mas um valor aproximado de sua grandeza. Na
operação normal do sistema a corrente de carga é pequena, e o fluxo
magnético do TC opera com um valor pequeno, dentro da região linear da
curva de magnetização. Neste caso o erro do TC é pequeno. Durante o
período onde a corrente de curto-circuito é alta, a prioridade é não fazer
medições, mas sim, fazer a proteção atuar adequadamente o mais rápido
possível. Portanto, neste caso, o importante é rapidez e não precisão3.
Diante dessas considerações, a precisão definida para os
transformadores de corrente dessa instalação é de Erro = 10%.

8.3. Fator de sobrecorrente (FS)

O Fator de Sobrecorrente do TC (FS) é definido pela relação da


máxima corrente de curto-circuito que pode passar pelo TC e a sua corrente
primária nominal, para que a precisão de sua classe seja mantida4. Assim, o
Fator de Sobrecorrente adotado será de FS = 20.

8.4. Corrente Nominal e Relação de Transformação de


Corrente

A corrente nominal do TC deve ser maior do que a carga plena da


instalação.
Conforme calculado na equação (2), a corrente do fornecimento da
instalação é de 5,6 A. Portanto, requerendo um TC de pelo menos 10 A de
corrente primária, a fim de liberar a carga para o sistema interno.

2
KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 2ª. ed. Florianópolis, UFSC:2005.
p. 9.
3
KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 2ª. ed. Florianópolis, UFSC:2005.
p. 11.
4
KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 2ª. ed. Florianópolis, UFSC:2005.
p. 12.

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Todavia, também deve ser satisfeita a condição dada pela equação (3),
a fim de garantir que não haverá saturação do TC em razão do seu Fator de
Sobrecorrente.
𝐼𝑐𝑐 𝑡𝑟𝑖𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜
𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑎 ≤ (3)
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

Considerando a corrente de falta no ponto de entrega da instalação, o


cálculo é apresentado em (4):
0,483𝑘𝐴
𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑎 ≤ = 24𝐴 (4)
20

Portanto, a relação indicada para o TC desta instalação deverá ser de


50-5, o que atende tanto a corrente de plena carga, quanto ao critério de
saturação de 20 vezes a corrente nominal do TC.

8.5. Fator Térmico (FT)

O Fator de Térmico do TC (FT) é definido como a máxima relação


entre a corrente primária admissível em regime permanente e a sua corrente
nominal5. Considerando que a corrente da instalação em média tensão é de
5,6 A e a corrente do TC é de 50 A, indica-se o fator térmico FT = 1,0.

8.6. Classe de Exatidão

A exatidão expressa o erro máximo que o TC admite para uma


condição especificada. Pode ser calculado a partir da expressão (5):

𝑉𝑠 = 𝑍𝑠 . 𝐼𝑠 (5)

Onde:
Vs: Tensão de saturação [V]
Zs: Ztc+Zc+Zr
Ztc: Impedância do TC
Zc: Impedância dos cabos
Zr: Impedância dos relés
Is: Icc/RTC
Icc: Corrente de curto-circuito
RTC: Relação nominal do TC = N2/N1

5
KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 2ª. ed. Florianópolis, UFSC:2005.
p. 20.

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O Ztc pode ser calculado a partir da seguinte expressão:

𝑍𝑡𝑐 = 0,00234 × 𝑅𝑇𝐶 + 0,0262 (6)

𝑍𝑡𝑐 = 0,00234 × 20 + 0,0262 (7)

𝑍𝑡𝑐 = 73 𝑚Ω (8)

O Zc considerou 2 metros do condutor 2,5 mm² de cobre, cuja


resistência elétrica é de 7,41 Ohms/km:

𝑍𝑐 = 0,002 × 7,41 = 14,82 𝑚Ω (9)

Por fim, a impedância do relé (Zr), é calculada em (10), (11) e (12):

𝑍𝑟 = 𝑍𝑓𝑎𝑠𝑒 + 3 × 𝑍𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 (10)

Onde:
𝑍𝑓𝑎𝑠𝑒 − 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒
𝑍𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 − 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜

𝑍𝑟𝑒𝑙é = 0,01 + 3 × 0,01 (11)

𝑍𝑟𝑒𝑙é = 40 𝑚Ω (12)

Em relação ao cálculo de Is, o mesmo é apresentado em (13),


considerando a máxima corrente secundária do TC:
483
𝐼𝑠 = = 48𝐴 (13)
10

Com posse de todas as informações necessárias, Vs resulta em:

𝑉𝑠 = 𝑍𝑠 . 𝐼𝑠 (14)

𝑉𝑠 = (0,073 + 0,015 + 0,040) × 48 = 6 𝑉 (15)

Portanto, a classe de exatidão 10B20 atende às exigências da norma e


garante a fidelidade da corrente lida pelo TC neste ponto.

8.7. Corrente suportável de curta duração

A corrente suportável nominal de curta duração (It/t) é definida de


acordo com os ajustes de proteção das instalações. Como é possível verificar
no Coordenograma (apresentado nos anexos, ao final deste documento), em
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1 segundo a máxima corrente de curto-circuito prevista é de 21 A. Desta
forma, um TC igual ou superior a 1 kA/ 1s atende satisfatoriamente este
requisito.

8.8. Corrente de crista suportável

Por fim, a corrente de crista nominal da corrente suportável (Id), pode


ser calculada conforme equações (16) e (17):

𝐼𝑑 = 𝐼𝑐𝑐 3𝛷 𝑎𝑠𝑠𝑠𝑖𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑥 √2 (16)

𝐼𝑑 = 0,483𝑘𝐴 𝑥 √2 = 0,7𝑘𝐴 (17)

Portanto, Id deverá ser de 0,7 kA ou superior, a fim de que o TC não


seja submetido a esforços superiores a sua capacidade nominal.

9. Ajustes de proteção de sobrecorrente do sistema supridor –


RGE Sul

Conforme informado pela RGE Sul no documento: dados para estudo


de proteção atividade 449483214.pdf o sistema de proteção a montante do
ponto de conexão da unidade consumidora possui os seguintes ajustes:

CIRCUITO: SDI22
Religador: NULEC
Modelo: ADVC2
Pickup de fase: 150A
Curva de fase: Kyle 118 (x1)
Instantâneo de fase: 400A

Pickup de neutro: 55A


Curva de neutro: Kyle 133 (x1)
Instantâneo de neutro: 400A

10. Definição dos ajustes de proteção de sobrecorrente da


instalação

A seguir são apresentados os critérios de ajustes e memória de cálculo


utilizado para a definição dos parâmetros do relé que será instalado pela
instalação particular logo após o ponto de conexão com a RGE Sul.

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10.1. Sobrecorrente temporizado de fase (função ANSI 51F)

A função temporizada de fase (51F), conforme ensina o autor João


Mamede Filho6, deve ter um valor de ajuste inferior à mínima corrente de
curto-circuito entre fases na zona de proteção do relé. Além disso, é
importante considerar que este ajuste não deve limitar a carga normal de
suprimento de energia da instalação particular.
Em relação à carga, definiu-se que o ajuste não pode ser inferior a 1,1
pu da carga instalada.
Portanto, utilizou-se o critério de cálculo indicado abaixo:
𝐼𝑐𝑐 𝑓𝑎𝑠𝑒−𝑓𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜
1,1 𝑥 𝐼 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 ≤ 51𝐹 ≤ (18)
2

Adotando-se os valores de corrente de carga nominal – equação (2) –


e curto-circuito dupla-fase calculado (item 5 do documento), obtém-se:
0,407𝑘𝐴
1,1 𝑥 5,6𝐴 ≤ 51𝐹 ≤ (19)
2

6,2𝐴 ≤ 51𝐹 ≤ 204𝐴 (20)

Ajuste de fase (51F) definido: 7 A

10.2. Sobrecorrente instantâneo de fase (função ANSI 50F)

O ajuste 50F deve ter o menor valor de corrente possível, de modo a


trazer rapidez na operação do sistema de proteção quando de um curto-
circuito interno às instalações internas da unidade consumidora.
Todavia, esta função não deve operar para a corrente de inrush na
energização dos transformadores e deve manter a seletividade com o
restante do sistema de proteção.
A corrente de inrush real, nos termos do GED 2912 da CPFL é calculado
conforme abaixo:

1
𝐼𝑛𝑟𝑢𝑠ℎ = 1 1 (21)
+
𝐼𝑐𝑐3𝐹 𝐼𝑖𝑛𝑟𝑢𝑠ℎ

Substituindo-se os valores:

6
FILHO, João Mamede. Manual de Equipamentos Elétricos. 3ª. ed. Rio de Janeiro, LTC:2005. p.720.
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1
𝐼𝑛𝑟𝑢𝑠ℎ = 1 1 = 68 A em 0,1 s (22)
+
0,483𝑘𝐴 0,079𝑘𝐴

Ajuste de fase (50F) definido: 100 A

10.3. Sobrecorrente de neutro (função ANSI 51N)

Já a função temporizada de neutro (51N) deve ter um valor inferior à


mínima corrente de curto-circuito entre fase e terra na zona de proteção do
relé. Além disso, deve ser previsto um fator de segurança no seu ajuste para
que a soma dos erros dos TCs não induza a um desligamento indevido do
sistema.
Portanto, o critério definido para o ajuste desta proteção é
apresentado na equação (23):
𝐼𝑐𝑐 𝑓𝑎𝑠𝑒−𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜
0,3 𝑥 𝐼 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ≤ 51𝐹 ≤ (23)
2

Adotando-se os valores de corrente de carga nominal (equação 2) e


curto-circuito fase-terra mínimo (item 5 do documento), obtém-se:
197𝐴
0,3 𝑥 7𝐴 ≤ 51𝑁 ≤ (24)
2

2,1𝐴 ≤ 51𝑁 ≤ 98,5 𝐴 (25)

Ajuste de neutro (51N) definido: 5 A.

10.4. Sobrecorrente instantâneo de neutro (função ANSI 50N)

O ajuste 50N deve ter o menor valor de corrente possível, de modo a


trazer rapidez na operação do sistema de proteção quando de um curto-
circuito interno às instalações internas da unidade consumidora no setor de
23,1 kV. O acoplamento Dy dos transformadores bloqueia a passagem de
correntes de sequência zero do secundário dos transformadores para o
primário, não havendo influência desta proteção para curtos-circuitos
envolvendo a terra no setor de baixa tensão das instalações.
Todavia, esta função deve ser seletiva com as proteções instaladas no
sistema da RGE Sul para faltas entre os enrolamentos AT do transformador
e os TC’s de proteção.
Ajuste de neutro (50N) definido: 50 A.
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10.5. Definição dos tipos de curva e dial de tempo para o relé
da instalação particular

A RGE Sul utiliza como critério de análise de coordenação e


seletividade o tempo mínimo de ajuste de 300 ms entre as proteções de sua
rede e as do acessante. Portanto, na elaboração do estudo foi considerado
este critério, buscando atendê-lo na maior faixa possível.
Os coordenogramas resultantes são apresentados nos anexos ao final
deste documento, sendo eles:
- Coordenograma 1 – Proposta de ajuste de proteção dos relés da instalação
particular;
- Coordenograma 2 – Seletividade entre o religador da RGE Sul e os relés da
instalação particular;
- Coordenograma 3 – Seletividade entre o religador da RGE Sul e os relés da
instalação particular: Proteções de fase;
- Coordenograma 4 – Seletividade entre o religador da RGE Sul e os relés da
instalação particular: Proteções de neutro.

RESUMO DOS AJUSTES DE SOBRECORRENTE

10.5.1. Ajuste de fase

Fabricante: Pextron
Tipo: URP600
TC: 50/5 – 10B20
Pickup: 0,7 A (secundários)
Curva: 0,10 EI (padrão IEC)
Instantâneo: 10A (secundários)
Religamento automático: bloqueado

10.5.2. Ajuste de neutro

Fabricante: Pextron
Tipo: URP600
TC: 50/5 – 10B20
Pickup: 0,50 A (secundários)
Curva: 0,1 EI (padrão IEC)
Instantâneo: 5 A (secundários)
Religamento automático: bloqueado

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11. Disjuntor e barramentos de baixa tensão

A corrente de interrupção exprime a capacidade de ruptura do


disjuntor7. Em outras palavras, o maior valor de corrente elétrica que o
equipamento pode conduzir sem que seja comprometida a sua integridade.
Em relação aos disjuntores, bem como todos os elementos que
compõem o barramento de baixa tensão, os mesmos serão dimensionados
com capacidade de interrupção simétrica de curto-circuito superior aos
seguintes valores calculados:

Curto-circuito no barramento de 380/220V da instalação:


Icc 3f Sim. = 8 kA
Icc 2ft Sim. = 7 kA
Icc 2f Sim. = 6 kA
Icc 1f Sim. = 6kA

Salienta-se que a recomendação é de que não apenas o disjuntor geral,


mas todos os disjuntores BT tenham capacidade de interrupção superior aos
valores indicados acima, a fim de evitar a sua superação e consequente avaria.
A corrente nominal do disjuntor de baixa tensão é definida a partir das
equações (26) e (27), conforme a seguir:
𝑆
𝐼𝑛 𝑑𝑖𝑠𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑟 𝐵𝑇 = (26)
𝑉 𝑥 √3

225
𝐼𝑛 𝑑𝑖𝑠𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑟 𝐵𝑇 = 0,38 𝑥 = 341 𝐴 (27)
√3

A corrente nominal do disjuntor de BT, portanto, será de 500 A.

12. Geração fotovoltaica

O projeto de geração terá como fonte primária a energia solar


fotovoltaica, sendo que a energia elétrica gerada será utilizada para
compensar o consumo local. O sistema de operação será “on grid”, onde o
sistema tem dependência da rede da concessionária. A mesma não permite o
funcionamento isolado do sistema quando há falta de energia.
A potência máxima de geração é de 175,5kW. A configuração do sistema será
composta com 450 módulos fotovoltaicos policristalinos de 390W cada, e
XX inversores trifásicos 380V – 60HZ. Cada inversor vai receber XXX
módulos fotovoltaicos.

7
FILHO, João Mamede. Manual de Equipamentos Elétricos. 3ª. ed. Rio de Janeiro, LTC:2005. p.432
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Observação: os catálogos dos módulos fotovoltaicos e dos inversores estão
anexados no site de projetos particulares da RGE – atividade número
449483214.

13. Ajustes das Proteções - Geração fotovoltaica

Conforme o GED CPFL 15303 – Conexão de Micro e Minigeração


Distribuída sob o Sistema de Compensação de energia Elétrica – Versão 1.6
– são necessárias as seguintes que constam na tabela 1.

Tabela 1 - Proteções necessárias para instalações com geração fotovoltaica

13.1 Ajustes da Proteção ANSI 27 – Subtensão

A proteção do elemento 27 será ajustada em 2 estágios, para atuar


caso haja um decaimento, abaixo do percentual permitido, na tensão
nominal.

RTP = 23100V/1,73 – 115/1,73 V

- 1º Estágio 90% da tensão de fase - tempo de 100s


- 2º Estágio 85% da tensão de fase - tempo de 1s

Ajuste (27) 1º Estágio = 23100 x 0,9 = 20790V primário


Ajuste (27) 2º Estágio = 23100 x 0,85 = 19635V primário

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13.2 Ajustes da Proteção ANSI 59 – Sobretensão

A proteção do elemento 59 será ajustada para atuar caso haja uma


elevação na tensão nominal, superior a 105% num tempo de até 100s e 108%
instantaneamente.

RTP = 23100V/1,73 – 115/1,73 V

- 1º Estágio 1,05% da tensão de fase - tempo de 100s


- 2º Estágio 1,08% da tensão de fase - tempo de 0s

Ajuste (59) 1º Estágio = 23100 V x 1,05 = 24255V primário


Ajuste (59) 2º Estágio = 23100V x 1,08 = 24948 V primário

13.3 Ajustes da Proteção ANSI 81 – Subfrequência e


sobrefrequência

A proteção do elemento 81 - subfrequência será ajustada para


atuar caso haja uma variação na frequência da rede ou do gerador
fotovoltaico.

- 1º Estágio em 59,5Hz - tempo de 30s


- 2º Estágio em 57Hz - tempo de 0s

- 1º Estágio em 60,5Hz - tempo de 30s


- 2º Estágio em 61Hz - tempo de 0s

13.4 Ajustes da Proteção ANSI 67 – Sobrecorrente direcional

A proteção do elemento 67 será ajustada para atuar caso ocorra um


fluxo de corrente (falta) no sentido da concessionária. O relé detectará este
fluxo de corrente reversa e atuará diretamente no disjuntor de MT,
separando a alimentação proveniente da concessionária.
A função 67 será ajustada em 10% acima da corrente nominal da
unidade geradora, num tempo de 0,5s. E 20% acima da corrente nominal da
unidade geradora, num tempo de 0,05s.

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Ajuste da função 67 = 0,77A secundários – 7,7A primários

13.5 Ajustes da Proteção ANSI 25 – Sincronismo

A função 25 se dará somente nestas condições:

a) linha viva – barra morta


b) linha viva – barra viva

Observação: “linha” entende-se como concessionária e “barra”


como o acessante ou geração.

Os ajustes dos parâmetros para a realização do sincronismo


são oriundos de fábrica, ou seja, já estão inseridos no inversor.
Conforme a figura do Anexo B.2 – Diagrama Unifilar Funcional do
GED CPFL 15303 – Conexão de Micro e Minigeração Distribuída sob o
Sistema de Compensação de energia Elétrica – Versão 1.6, o sincronismo se
dará através do disjuntor de BT.

13.6 Ajustes da Proteção ANSI 59N – Sobretensão de neutro

A proteção 59N irá operar quando houver faltas a terra na


rede de distribuição da concessionária. O primário do TP é ligado
em estrala aterrada e o secundário em delta aberto.

RTP = 23100V/1,73 – 115/1,73 V

Ajuste 59N = 23100V/1,73 x 0,2 = 4620V primário com atuação em 0,5s

13.7 Ajustes da Proteção ANSI 32 – Direcional de potência

A proteção do elemento 32 será ajustada para atuar caso


ocorra um fluxo acima da potência total da instalação, no sentido
da concessionária. O relé detectará este fluxo de potência reversa e
atuará diretamente no disjuntor de MT. Esse elemento será
ajustado em 10% acima da potência total de geração.
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- Potência total da geração: 175,5kW
- Ajuste da função 32: 175,5kW x 1,1 = 193kW
- Temporização: 1s

13.8 Ajustes da Proteção ANSI 78 – Medição de ângulo de fase

O relé de deslocamento de fase, tem como princípio de


funcionamento a variação angular. Esta proteção compara os ciclos
elétricos indicando se existe ou não deslocamento de fase de
tensão.

- Ângulo de partida por salto angular: 20º


- Mínima tensão de bloqueio: 60V

13.9 Ajustes da Proteção ANSI 7 (81 df/dt) – Taxa de variação


de frequência

O relé de taxa de variação de frequência (df/dt) é um relé que tem a


capacidade em detectar lentas variações de frequência no sistema. Para esta
proteção o ajuste é de 2 Hz/s para variação da frequência.

Erechim, 25 de março de 2020.

_____________________________________________
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Dilamar de Almeida
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Referências
[1] ABNT. NBR 14039:2005 – Instalações Elétricas em Média Tensão de 1,0 kV a 36,2
kV. Rio de Janeiro. Mai, 2005.
[2] ABNT. NBR 6856:2015 – Transformador de Corrente – Especificação. Rio de
Janeiro. Mar, 2015.
[3] CPFL. GED 2855 – Fornecimento em Tensão Primária 15 kV, 25 kV e 34,5 kV –
Volume 1. Mai/2016.
[4] CPFL. GED-2856 - Fornecimento em Tensão Primária 15kV 25kV e 34.5kV -
Volume 2 – Tabelas. Dez/2016.
[5] CPFL. GED 2912 - Proteção de Redes Aéreas de Distribuição – Sobrecorrente.
Ago, 2016.
[6] CPFL. GED15303 - Compensação de energia Elétrica – Versão 1.6. Jun/2019.
[7] MAMEDE FILHO, Joao. Manual de Equipamentos Elétricos. 3.ed. Rio de Janeiro,
RJ: LTC, c2005.
[8] KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 2ª. ed.
Florianópolis, UFSC:2005.

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ANEXOS
– COORDENOGRAMAS –

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COORDENOGRAMA – SELETIVIDADE ENTRE RELÉS
RGE Sul x RELÉS DA INSTALAÇÃO PARTICULAR

10 2 3 4 5 7 100 2 3 4 5 7 1000 2 3 4 5 7 10000 2 3 4 5 7


1000 1000

700 700

500 500

400 400

300 300

200 200

100 100

70 70

50 50

3 40 40

4
30 30

1. Phase unit of recloser RL SDI22 2. Ground unit of recloser RL SDI22


1 23.1kV - 2 23.1kV 1 L L 1 23.1kV - 2 23.1kV 1 L L
20 Fast: N/A Fast: N/A 20
Slow: Kyle 118 MinTrip=150. Mult=1. Add=0. Slow: Kyle 133 MinTrip=55. Mult=1. Add=0.
2 High curr. trip=400. Delay=0. High curr. trip=400. Delay=0.

S
10 10
E
C 1
O
N 7 7
D
S
5 5

4 3. Phase relay 51_PREFEITURA PEXTRON(EI) TD=0.1 4. Ground relay 51N_PREFEITURA PEXTRON(EI) TD=0.1 4
2 23.1kV - 1 23.1kV 1 L L 2 23.1kV - 1 23.1kV 1 L L
CTR=50:5 Pickup=0.7A Inst=100A TP@ 5.0=0.3333s CTR=50:5 Pickup=0.5A Inst=50A TP@ 5.0=0.3333s
3 3

2 2

1 1

.7 .7

.5 .5

.4 .4

.3 .3

.2 .2

.1 .1

.07 .07

.05 .05

.04 .04

.03 .03

.02 .02

.01 .01
10 2 3 4 5 7 100 2 3 4 5 7 1000 2 3 4 5 7 10000 2 3 4 5 7
CURRENT (A)

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Vermelho (1): Proteção de sobrecorrente de fase da RGE Sul


Azul (2): Proteção de sobrecorrente de neutro da RGE Sul
Preto (3): Proteção de sobrecorrente de fase da instalação particular
Marrom (4): Proteção de sobrecorrente de neutro da instalação particular

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ANEXOS
– DOCUMENTOS ADICIONAIS –

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DIAGRAMA UNIFILAR, MOSTRANDO A LOCALIZAÇÃO DOS
PRINCIPAIS COMPONENTES (TC, TP, DISJUNTOR, CHAVES,
ETC.) E ATUAÇÃO DAS PROTEÇÕES

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ART – COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE DA
PROTEÇÃO

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