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2. ESTADO DE DEFORMAÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO
dl
εl = (2.1)
l
Deve-se observar que toda deformação longitudinal está associada a uma deformação
transversal. A relação entre a deformação transversal e a longitudinal é chamada coeficiente
de Poisson (S. D. Poisson, 1781-1840, FRA), constante na região elástica, de acordo com a
equação 2.2. Convencionalmente as tensões e deformações de tração são consideradas
positivas, enquanto que as de compressão são negativas, daí o sinal negativo na equação 2.2.
Experimentalmente o matemático e pesquisador encontrou ν = 0,25 para materiais
isotrópicos, e ν = 0,25 a 0,35 para metais. Para estruturas convencionais de concreto adota-se
εt
ν =− (2.2)
εl
As deformações axiais são bastante utilizadas para estimar a flexibilidade e a rijeza de barras
carregadas axialmente. Considerando uma barra axialmente tracionada em regime elástico, e
substituindo a equação 2.1 na equação da Lei de Hooke tem-se o alongamento da barra de
acordo com a equação 2.3.
P ⋅l
dl = (2.3)
E⋅A
Considere agora uma barra metálica de seção constante e circular sob tração. A área da seção
transversal é definida de acordo com a equação 2.4. Quando a barra sofre uma deformação
longitudinal εl, ocorre também uma variação no diâmetro da seção φ, decorrente da
deformação transversal εt, de acordo com a equação 2.5.
π ⋅φ 2
A= (2.4)
4
dφ
= ε t = −ν ⋅ ε l (2.5)
φ
Diferenciando-se a equação 2.4 obtêm-se a variação total da área da barra, conforme equação
2.6.
π ⋅φ
dA = 2 ⋅ ⋅ dφ (2.6)
4
π ⋅φ π ⋅φ π ⋅φ 2
dA = 2 ⋅ ⋅ dφ = 2 ⋅ ⋅ φ ⋅ ε t = −2 ⋅ ⋅ν ⋅ ε l = −2 ⋅ν ⋅ ε l ⋅ A (2.7)
4 4 4
Assim, a variação da área da referida barra pode ser obtida com a equação 2.8.
dA
= − 2 ⋅ν ⋅ ε l (2.8)
A
Admitindo uma barra de seção retangular com largura b e espessura t, a área da seção
transversal é dada de acordo com a equação 2.9.
A = b⋅t (2.9)
db
= ε t = −ν ⋅ ε l (2.10)
b
dt
= ε t = −ν ⋅ ε l (2.11)
t
E a variação total da área da seção pode ser obtida diferenciando-se a equação 2.9.
dA = b ⋅ dt + t ⋅ db (2.12)
Substituindo as equações 2.10 e 2.11 na equação acima, e considerando a equação 2.2, tem-se:
dA = b ⋅ ε t ⋅ t + t ⋅ ε t ⋅ b = 2 ⋅ ε t ⋅ b ⋅ t = −2 ⋅ν ⋅ ε l ⋅ b ⋅ t = −2 ⋅ν ⋅ ε l ⋅ A (2.13)
Assim, de maneira semelhante à barra de seção circular, a variação específica da área da seção
retangular é:
dA
= − 2 ⋅ν ⋅ ε l (2.14)
A
A variação do volume de uma barra pode ser facilmente definida com base no que foi exposto
anteriormente. O volume é definido de acordo com a equação 2.15.
V = A⋅l (2.15)
Diferenciando-se a equação 2.15 obtêm-se a variação total do volume da barra, de acordo com
a equação 2.16.
dV = A ⋅ dl + l ⋅ dA (2.16)
dV dl dA
= + (2.17)
V l A
dV
= ε l − 2 ⋅ν ⋅ ε l = (1 − 2 ⋅ν ) ⋅ ε l (2.18)
V
Em ensaios de vigas e lajes de concreto armado sob flexão é comum o monitoramento das
barras da armadura principal (tração) e da superfície comprimida de concreto (compressão),
principalmente quando o objetivo é estudar o comportamento das tensões e dos elementos já
fissurados, como mostra a figura 2.1. Este monitoramento é bastante realizado atualmente
com extensômetros mecânicos na superfície do concreto e extensômetros elétricos de
resistência para o concreto e o aço. Uma vez determinadas as propriedades dos materiais, o
registro das deformações permite estimar os esforços solicitantes em diversos pontos dos
modelos
P/2 P/2