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A PATOLOGIA DA PEDRA
DETERIORAÇÕES DA PEDRA, JUNTAS E ELEMENTOS METÁLICOS
ARLINDO BEGONHA
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Arlindo Begonha Patologia dos Materiais 2017/2018
Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
SUMÁRIO
1. DETERIORAÇÕES DA PEDRA
1. DETERIORAÇÕES DA PEDRA
1. DETERIORAÇÕES DA PEDRA
1.1. DESAGREGAÇÃO GRANULAR
1.1.1. CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA
Caracteriza-se pelo aumento da rugosidade das superfícies devido à presença de grãos minerais salientes,
resultantes do desengaste dos grãos por acção das forças de cristalização de sais solúveis e consequente
perda de material.
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
A desagregação granular conduz ao arredondamento das arestas, ao adoçamento das formas e à perda
de pormenores de cantarias e esculturas.
A desagregação granular pode afectar apenas os grãos mais superficiais ou, em casos extremos, a
globalidade da pedra.
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
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Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das
formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
Santillana del Mar, Cantabria, Espanha – Colegiata de Santa Juliana – Capitéis no Claustro (2016/07/17)
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das
formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
Leça do Balio, Matosinhos, Portugal – Igreja de Santa Maria de Leça do Mosteiro de Leça do Balio – Portal Sul (2016/10/31)
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das
formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
Paço de Sousa, Penafiel, Portugal – Mosteiro de Paço de Sousa – Portal Oeste (2008/02/11)
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das formas e
perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
Paço de Sousa, Penafiel, Portugal – Mosteiro de Paço de Sousa – Portal Oeste (2008/02/11)
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das formas e
perda de pormenores de cantarias e esculturas
Arlindo Begonha Patologia dos Materiais 2017/2018
Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
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Rates, Póvoa de Varzim, Portugal – Igreja de São Pedro de Rates – Portal Sul (2001/08/17)
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das
formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das
formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
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2010/12/18
2010/12/10
2010/12/11
2010/12/11
Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Portal Oeste Manuelino
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento
das formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Portal Oeste Manuelino – Imagem de São João Baptista
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das formas e
perda de pormenores de cantarias e esculturas
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2010/12/11
2010/12/10
2010/12/10
2010/12/10
Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Portal Oeste Manuelino – Pormenores
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas,
adoçamento das formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Pormenores da Fachada Oeste
Desagregação granular do granito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das
formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Caminha, Portugal – Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz de Caminha – Portal Principal (2002/05/10)
Desagregação granular do aplito – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das
formas e perda de pormenores de cantarias e esculturas
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Desagregação granular – Aumento da rugosidade das superfícies, arredondamento das arestas, adoçamento das formas e
perda de pormenores de cantarias e esculturas
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A desagregação granular pode ser uniforme, conduzindo ao recuo de toda a superfície da pedra paralelamente à
superfície original ou pode ser diferencial, conduzindo à formação de zonas em relevo relativamente às mais
afectadas pela deterioração.
1991/07/18 2010/10/26
1.1.2. LOCALIZAÇÃO
- Zonas húmidas não lixiviadas, localizadas nas áreas mais baixas do rés-do-chão das fachadas, submetidas
à ascensão capilar de soluções salinas;
- Zonas húmidas não lixiviadas, situadas sob locais de permanência das aves com depósitos espessos de
guano;
1.1.2.1. ZONAS SUBMETIDAS A ASCENSÃO POR CAPILARIDADE DE SOLUÇÕES SALINAS A PARTIR DO SOLO
Fachada principal
Portal Sul
Desagregação granular intensa do calcário associada a ascensão por capilaridade de soluções salinas a partir do solo
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Desagregação granular intensa do calcário associada a ascensão por capilaridade de soluções salinas a partir do solo
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Amarante, Portugal – Igreja do Convento de São Gonçalo – Colunas da Fachada Oeste (2004/05/14)
Desagregação granular intensa do granito associada a ascensão por capilaridade de urina e de soluções salinas a partir do solo
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Lado exposto a Oeste (1994/04/18) Lado exposto a Sul (1994/04/18) Lado exposto a Sul (2009/07/09)
2008/05/02
2008/02/08
Porto, Portugal – Igreja de Nossa Senhora da Lapa
Desagregação granular do granito do Porto associada a forte exposição à chuva
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Portal Oeste Manuelino (2011/01/22)
Desagregação granular intensa do granito associada a forte exposição à chuva
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Portal Oeste Manuelino (2010/12/10)
Desagregação granular intensa do granito associada a forte exposição à chuva
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Portal Oeste Manuelino (2010/12/11)
Desagregação granular intensa do granito associada a forte exposição à chuva
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1.1.2.3. ZONAS SOB LOCAIS DE PERMANÊNCIA DAS AVES QUE EXIBEM DEPÓSITOS ESPESSOS DE GUANO
Desagregação granular do granito sob cornijas com espessas camadas de guano dos pombos
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Medalhão representado o Rei Salomão Medalhão representado o Rei David Medalhão representado o Rei Salomão
Desagregação granular do granito sob cornijas com espessas camadas de guano dos pombos
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Desagregação granular do granito sob elementos com espessas camadas de guano dos pombos
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde – Fachada Oeste
Desagregação granular intensa do granito em zonas adjacentes a juntas onde foram utilizadas argamassas de cimento
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A halite, a nitratite e o niter, devido à elevada solubilidade, precipitam sob elevadas concentrações das
soluções salinas. Consequentemente, no momento da cristalização, não resta senão pouca quantidade
de solução na rede porosa da rocha.
É nos poros mais finos, em particular nas interligações e nos estreitamentos, que precipitam os sais mais
solúveis, desenvolvendo-se pressões de cristalização muito fortes que conduzem ao desengaste dos grãos.
Nos diapositivos seguintes, apresentam-se imagens obtidas por MEV de diferentes aspectos da halite,
nitratie, niter e gesso associados à desagregação granular.
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Vila do Conde – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde (Arlindo Begonha, 2003c)
Desagregação granular MVC 1, MVC 4, MVC 6, MVC 7, MVC 9 e MVC 10 do granito – Halite (NaCl)
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H
Mos
H
H
IMC 5 – Halite (H) e moscovite (Mos) IMC 5 – Halite IMC 13 – Halite IMC 5 – Halite
Cau
H
H
Mos Cau
IMC 5 – Halite IMC 5 – Halite IMC 8 – Halite (H)e moscovite (Mos) IMC 13 – Halite (H) e caulinite (Cau)
Caminha – Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz de Caminha (Arlindo Begonha, 2004b)
Desagregação granular IMC 5, IMC 8 e IMC 13 do granito – Halite (NaCl)
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Vila Praia de Âncora, Caminha – Casa do Sr. Dr. João Morais Cabral (Arlindo Begonha, 2002b)
Desagregação granular ÂNCORA 2, ÂNCORA 3, ÂNCORA 4 e ÂNCORA 5 do gneisse de Gandra – Halite (NaCl)
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Vila Praia de Âncora, Caminha – Casa do Sr. Dr. João Morais Cabral (Arlindo Begonha, 2002b)
Desagregação granular ÂNCORA 2, ÂNCORA 3, ÂNCORA 4 e ÂNCORA 5 do gneisse de Gandra – Halite (NaCl)
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SGA 13 – Gesso SGA 17 – Gesso SGA 9 – Gesso SGA 13 – Gesso (G) entre brushite (B)
Paço de Sousa – Mosteiro de Paço de Sousa – Portal Oeste (Frederico Cardoso, 2008)
Desagregação granular PS 8 do granito – Gesso (CaSO4· 2H2O)
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ÂNCORA 4- Gesso ÂNCORA 4- Gesso ÂNCORA 1- Gesso ÂNCORA 4 - Gesso ÂNCORA 4 - Gesso
ÂNCORA 4 - Gesso ÂNCORA 4 - Gesso ÂNCORA 4 - Gesso ÂNCORA 4 - Gesso ÂNCORA 4 - Gesso
Vila Praia de Âncora, Caminha – Casa do Sr. Dr. João Morais Cabral (Arlindo Begonha, 2002b)
Desagregação granular ÂNCORA 1 e ÂNCORA 4 do gneisse de Gandra – Gesso (CaSO4· 2H2O)
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Miramar, Vila Nova de Gaia – Capela do Senhor da Pedra – CSP 10 (Joana Bré, 2008)
Caminha – Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz de Caminha – IMC 20 (Arlindo Begonha, 2004b)
Tarouca – Igreja do Mosteiro de São João de Tarouca – SJT 1 e SJT 14 (Arlindo Begonha, 2002a)
Desagregação granular do granito – Gesso (CaSO4· 2H2O)
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A halite nem sempre é o principal mineral de sal solúvel responsável pela desagregação granular.
- PS 23 - Nitratite + gesso;
Os diapositivos seguintes mostram imagens e espectros obtidos por MEV dos minerais de sais solúveis
identificados por esta técnica.
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Paço de Sousa, Penafiel – Mosteiro de Paço de Sousa – Interior da Capela-mor (Frederico Cardoso, 2008)
Desagregação granular PS 23 de granito – Nitratite (NaNO3) e gesso (CaSO4· 2H2O)
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Paço de Sousa, Penafiel – Mosteiro de Paço de Sousa – Interior da Capela-mor (Frederico Cardoso, 2008)
Desagregação granular PS 21 de granito – Niter (KNO3), trona (Na3H(CO3)2⋅2H2O), gaylussite (Na2Ca(CO3)2⋅5H2O) e halite (NaCl)
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Contudo, por vezes, a desagregação granular está associada a minerais de sais solúveis menos comuns.
São exemplo amostras de desagregação granular obtidas abaixo da cúpula do torre do Edifício da
Câmara Municipal do Porto onde os minerais responsáveis pela degradação do granito do Porto são a
aptitalite (K3Na(SO4)2), a arcanite (K2SO4), a singenite (K2Ca(SO4)2⋅H2O), a atacamite (Cu2Cl(OH)3) e, em
menor quantidade, o gesso (CaSO4⋅2H2O).
Ap
Ap
Ap
Ap
Ar
Ap Ar
Ap
CMP 12 – Aptitalite CMP 12 – Aptitalite (Ap) e arcanite (Ar) CMP 12 – Aptitalite (Ap) e arcanite (Ar)
Porto – Edifício da Câmara Municipal do Porto (Vasco Freitas et al., 2005)
Desagregação granular CMP 1, CMP 8 e CMP 12 do granito do Porto – Aptitalite (K3Na(SO4)2), arcanite (K2SO4), singenite (K2Ca(SO4)2 ⋅ H2O),
atacamite (Cu2Cl(OH)3), gesso (CaSO4 ⋅ 2H2O) e cinzas volantes
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At
G
CMP 12 – Arcanite CMP 12 – Atacamite (At) sobre feldspato potásico (F) CMP 8 – Gesso (G)
Porto – Edifício da Câmara Municipal do Porto (Vasco Freitas et al., 2005)
Desagregação granular CMP 1, CMP 8 e CMP 12 do granito do Porto – Aptitalite (K3Na(SO4)2), arcanite (K2SO4), singenite (K2Ca(SO4)2 ⋅ H2O),
atacamite (Cu2Cl(OH)3), gesso (CaSO4 ⋅ 2H2O) e cinzas volantes
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CMP 12 – Singenite CMP 1 – Cinza volante de superfície CMP 1 – Cinza volante de superfície lisa rica
lisa rica em Fe e Zn em Fe e Zn - espectro
Porto – Edifício da Câmara Municipal do Porto (Vasco Freitas et al., 2005)
Desagregação granular CMP 1, CMP 8 e CMP 12 do granito do Porto – Aptitalite (K3Na(SO4)2), arcanite (K2SO4), singenite (K2Ca(SO4)2 ⋅ H2O),
atacamite (Cu2Cl(OH)3), gesso (CaSO4 ⋅ 2H2O) e cinzas volantes
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- A quantidade de material que cai pelo toque das superfícies com as mãos;
Atribuem-se, assim, por este processo, geralmente três graus de intensidade: forte a muito forte, intermédia
e fraca a inexistente.
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A velocidade de propagação dos ultra-sons, o ensaio com fita adesiva e o valor do ressalto obtido pelo
esclerómetro de Schmidt são métodos essencialmente não destrutivos que eventualmente permitem
estimar o grau da intensidade da desagregação granular.
Referir-se-ão apenas o ensaio com fita adesiva e o valor do ressalto obtido pelo esclerómetro de
Schmidt.
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O ensaio com fita adesiva (Scotch Tape Test) é um método expedito que consiste na determinação do
peso do material pétreo que adere à fita adesiva em superfícies afectadas por desagregação granular,
permitindo estimar a intensidade da mesma.
- Utilizar um comprimento específico de fita adesiva adequado a cada uma das pedras a analisar;
- Remover a fita após cerca de 90 segundos de aplicação, aproveitando a fita livre e puxando
firmemente sem tremer nem arrastar a uma taxa de 10 mm por segundo a um ângulo de 90º;
- Pesar a fita com o material solto que aderiu à mesma numa balança com sensibilidade de 0,001 g;
- Repetir os procedimentos em pelo menos mais 2 áreas da mesma pedra a estimar o grau de
intensidade da desagregação granular.
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde (2014/11/05)
Ensaio da fita adesiva – Colocação e alisamento da fita adesiva sobre a pedra a determinar
o grau da intensidade da desagregação granular
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Vila do Conde, Portugal – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde (2014/11/05)
Ensaio da fita adesiva – Material que aderiu às fitas adesivas - 10 fitas sobre o mesmo local
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O esclerómetro ou martelo se Schmidt foi desenvolvido por Ernest Schmidt em 1948 como um ensaio não
destrutivo de forma a estudar a resistência do betão, apesar de alguns autores o considerarem como um
ensaio destrutivo. Mais tarde foi adaptado às rochas.
É um aparelho usado em conjunto com outros ensaios pouco destrutivos ou não destrutivos
fundamentalmente para estimar a dureza superficial da rocha e correlacioná-la com a resistência à
compressão da mesma.
O método consiste na produção de uma reacção elástica pelo impulso de uma massa conhecida, que
choca contra o material, sobre uma superfície de contacto. Assim, é possível medir a quantidade de
energia recuperada no ressalto da massa, o que permite obter um índice de dureza da superfície ensaiada
(valor do ressalto designado por R) sobre uma escala graduada acoplada ao martelo.
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Quanto mais brando, for o material, maior é a quantidade de energia que ele absorve e menor é a
altura do ressalto. Através desse valor (R) e a partir de um ábaco (figura do diapositivo seguinte), é
possível, tendo em conta a posição do martelo relativamente à superfície a ensaiar e a densidade da
rocha, determinar a resistência à compressão uniaxial em MPa da mesma.
É de salientar, que este ensaio é um ensaio superficial, uma vez que os valores determinados são
representativos de uma camada até ± 5 cm de profundidade, devendo realizar-se o mais distanciado
de descontinuidades como fissuras e fendas, bem como outro tipo de condições que possam adulterar
as leituras.
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Ábaco para determinação da resistência à compressão uniaxial através dos valores obtidos com o esclerómetro de Schmidt
(adaptado de Hoek, 2007).
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Este ensaio, para além de permitir obter in situ, de uma forma simples, não destrutiva e rápida, a
resistência à compressão uniaxial dos materiais a ensaiar, apresenta outro tipo de vantagens, tais como:
- É económico e expedito;
Por outro lado, apresenta desvantagens tais como: é pouco preciso quando utilizado fora da gama de
rochas com resistência entre 20-150 MPa (Guerreiro, 2000); depende da sensibilidade do operador.
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De acordo com a ASTM D5873-05 (2001) e Aydin e Basu (2005), devem-se efectuar na superfície a
ensaiar pelo menos 10 leituras, eliminando-se as leituras parciais que defiram mais de 7 pontos da média
das 10 leituras. Se existirem mais de 2 leituras parciais nesta situação, deve-se eliminar o conjunto de 10
leituras efectuadas e repeti-las noutra zona.
A norma ISRM (1978) e Aydin e Basu (2005) referem que se deve calcular a média dos valores superiores
de 50% de 20 leituras.
Arlindo Begonha Patologia dos Materiais 2017/2018
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1.1.4.3. VALOR DO RESSALTO OBTIDO PELO ESCLERÓMETRO DE SCHMIDT – CASO DE ESTUDO NO MOSTEIRO DA
SERRA DO PILAR (MÁRCIO MADUREIRA, 2008)
Na tese desenvolvida no Mosteiro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, Márcio Madureira (2008) optou por
realizar leituras pedra a pedra e, nos casos em que havia diferentes intensidades de desagregação granular,
separar as leituras em cada uma dessas áreas, utilizando o número total de leituras, no cálculo das médias de
cada pedra e/ou área com diferentes intensidades de desagregação granular.
Com este ensaio, o autor pretendeu obter uma noção dos valores característicos para as diferentes
intensidades de desagregação existentes nas pedras do monumento e tentar estabelecer valores limite
(mínimo e máximo) de referência para as diferentes intensidades.
Arlindo Begonha Patologia dos Materiais 2017/2018
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Segundo Márcio Madureira (2008), este ensaio poderá ser utilizado como referência temporal relativa da
velocidade de deterioração das pedras, servindo de valor de comparação a futuras aplicações noutro
tipo de rochas e monumentos.
O autor procurou igualmente avaliar até que ponto o impacto provocado pelas balas de canhão
durante as guerras liberais teve directa ou indirectamente influência na menor ou maior intensidade
e/ou velocidade de deterioração das pedras comparativamente às zonas das mesmas que não
sofreram o impacto das balas.esmas que não sofreram o impacto das balas.
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Uma vez que na bibliografia estudada não foram encontradas referências da utilização do esclerómetro
em pedras deterioradas, não estavam disponíveis intervalos de referência para a resistência à
compressão uniaxial no âmbito das diferentes deteriorações. Foi assim necessário definir uma primeira
escala de resistência à compressão uniaxial provável.
Esta escala foi definida exclusivamente para os três níveis de intensidade da desagregação granular. A
sua elaboração efectuou-se, tendo como base resultados obtidos com o martelo de Schmidt em locais
onde a cartografia prévia não levantava qualquer dúvida.
Terminada esta fase inicial, passou-se a aplicar o esclerómetro de forma sistemática em duas zonas
anteriormente cartografadas. Nas zonas estudadas, foram realizadas várias determinações da
resistência superficial da pedra. O número de determinações efectuadas em cada pedra foi função da
sua dimensão e do grau de intensidade existente.
Relativamente aos registos efectuados, atribuiu-se a cada pedra uma identificação numérica e os
valores obtidos da resistência à compressão uniaxial foram registados para posterior tratamento
estatístico.
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Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
Vila Nova de Gaia, Portugal – Igreja do Mosteiro da Serra do Pilar (Márcio Madureira, 2008)
Numeração das pedras do portal da igreja onde se efectuaram as leituras com o esclerómetro de Schmidt
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Vila Nova de Gaia, Portugal – Igreja do Mosteiro da Serra do Pilar (Márcio Madureira, 2008)
Numeração das pedras da zona inferior da fachada Norte da torre sineira onde se efectuaram as leituras com o esclerómetro de Schmidt
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No total, Marcio Madureira (2008) realizou 1814 determinações a que corresponderam 160 valores
médios de resistência à compressão uniaxial em 121 pedras distintas, correspondendo a 770
determinações em 54 pedras na fachada Norte da torre sineira, 554 determinações em 45 pedras no
portal da igreja, 20 determinações em duas pedras no túnel da escadaria de acesso à cobertura da
igreja e 470 determinações em 20 pedras atingidas por balas de canhão (283 determinações nos pontos
onde não houve impacto e 187 determinações nas zonas de impacto) obtidas na fachada Oeste da
sacristia, na fachada Sul da antiga messe dos oficiais, no portal da igreja, na parede a Norte do portal
da igreja e na fachada Oeste da torre sineira.
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- As resistências à compressão uniaxial determinadas nas pedras da fachada Norte da torre sineira e do
portal da igreja;
Nas pedras, em que o esclerómetro foi utilizado com diferentes orientações, não foi possível determinar
o valor médio, pelo que as células não se encontram preenchidas.
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Resistência média à compressão uniaxial obtida em Resistência média à compressão uniaxial obtida em pedras da
pedras do portal da igreja (Márcio Madureira, 2008) fachada Norte da Torre sineira (Márcio Madureira, 2008)
Intensidade de desagregação granular Média das Resistência à compressão Intensidade de desagregação granular Média das Resistência à compressão
Nº da pedra
Nº da pedra Cartografia Esclerómetro leituras uniaxial (MPa)
Cartografia Esclerómetro leituras uniaxial (MPa) 1 Média 30,3 44
1 Média 26,3 36 2 Média 25,4 33
3 Média 24,5 31
2 Média 26,8 36 5 Média 21,2 27
3 Média 36,1 59 6 Média 22 28
7 Média 23,2 29
4 Média 25,1 33 8 Forte 17,2 21
5 Média 28,9 40 9 Média 21,7 27
6 Média 39 76 12 Média 25,7 33
14 Média 21,8 28
9 Média 28,4 39 16 Forte 16,8 20
10 Média 29,5 42 17 Média 21,1 27
18 Média 31,8 47
11 Média 36,3 60 19 Média 22,1 28
12B Média 30,5 44 22 Média 25,4 33
23 Forte 15 19
13 Média 34,5 55 26 Média 38,2 66
14 Média 30 43 27 Média 33,3 51
28 Média 32,8 50
15 Média 29 40 28 Média 24,3 31
16 Média 27,7 38 29 Média 29,9 43
17A Média 25,5 34 29 Média 29,5 42
30 Média 31,2 46
18 Forte 21,5 27 31 Média 21,6 27
19 Média 27,1 37 32 Média 62
33 Média 27,8 41
20 Média 29,6 42 34 Média 27,8 41
21 Média 37,8 65 35 Média 29,4 45
40 Média 32,2 48
22 Média 34,1 54 42 Média 27,7 38
23 Média 32,7 49 44 Média 32,8 50
45 Média 31,3 46
24 Média 30,9 45 46 Média 33,2 51
26 Média 39 76 47 Média 32,3 49
48 Média 28,5 39
27 Média 37 63 49 Média 29,2 41
28 Fraca 53,3 152 50 Forte 13,5 17
29 Média 35,1 58 50 Média 27,3 37
51 Forte 14,7 19
30 Fraca 49,7 127 51 Média 25,2 33
31 Média 36,1 59 52 Média 27,9 39
53 Média 29 40
32 Fraca 50,2 130 54 Média 24,8 32
33 Média 30,4 44 55 Forte 13,6 18
55 Média 26,8 36
34 Média 30,4 44 56 Forte 12,6 17
35 Média 30,4 44 56 Média 26,6 36
57 Média 27,8 38
36 Média 37,3 63 58 Forte 14,9 19
37 Média 28,3 39 58 Média 26,7 36
38 Média 32,1 48 59 Média 25,9 34
60 Média 27,5 38
42 Média 36,1 59 60 Média 26,9 36
44 Média 36,9 62 61 Média 29,9 43
62 Média 20,8 25
45 Média 34,6 56 63 Média 22,2 28
46 Média 41,2 79 64 Média 23,4 30
65 Média 29 40
47 Fraca 44,1 93 66 Média 29,5 42
48 Média 24,9 32 67 Média 26 34
68 Média 26,1 35
49 Média 24,1 31 69 Média 26,4 35
50 Fraca 51,1 135 70 Média 31,2 46
71 Forte 13,7 18
51 Fraca 47,9 116 72 Forte 17,3 21
52 Média 32,3 49 73 Forte 11 15
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Conclui-se assim que os valores limite da escala de intensidade da desagregação granular propostos no
se ajustam à classificação da intensidade da desagregação granular atribuída na cartografia das
formas de deterioração.
Efectivamente, apenas uma pedra afectada por desagregação granular foi classificada
diferentemente pelos dois métodos. De realçar ainda, que neste caso, o valor de 27 MPa obtido pelo
esclerómetro de Schmidt se situa perto do limite de 25 MPa proposto anteriormente que separa a
desagregação granular de intensidade média da desagregação granular de intensidade forte.
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O quadro seguinte apresenta os valores médios da resistência à compressão uniaxial obtidos para as
pedras afectadas por desagregação granular na fachada Norte da torre sineira, no portal da igreja e
no conjunto dos dois locais.
Poder-se-á então esperar uma evolução rápida das situações de desagregação granular média para
forte, uma vez que a maior parte das pedras estudadas já se encontram perto do limite inferior
estabelecido para este tipo de desagregação de 25 MPa.
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No Mosteiro da Serra do Pilar, verifica-se que, para além das deteriorações originadas pelos agentes
naturais e/ou antropogénicos, o monumento sofreu o impacto de vários projécteis durante as guerras
liberais. As zonas afectadas pelos impactos estão mais deterioradas e são designadas por “bala”. As
pedras onde ocorreu o impacto de balas de canhão são apelidadas por “pedra”.
O quadro seguinte apresenta os valores da resistência à compressão uniaxial obtidos nas balas e pedras
localizadas na torre sineira, portal da igreja, fachada Oeste da sacristía, fachada Sul da antiga messe
dos oficiais e zona circular da igreja (zona orientada a Noroeste).
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Resistências à compressão uniaxial obtidas nas “balas” e “pedras” (Márcio Madureira, 2008)
Intensidade de desagregação Resistência à
Localização Bala/pedra
Descrição granular de acordo com o compressão uniaxial
(*) %
esclerómetro (MPa)
Bala 1 Forte 19
1 Bala 1 57
Pedra 1 Média 33
Bala 2 Média 27
Bala 2 64
Pedra 2 Média 43
Bala 3 Média 39
Bala 3 46
Pedra 3 Média 84
Bala 4 Forte 23
Bala 4 66
Pedra 4 Média 35
Bala 5 Média 33
Bala 5 83
Pedra 5 Média 40
Bala 6 Forte 17
Bala 6 50
Pedra 6 Média 34
Bala 7 Forte 24
Bala 7 70
Pedra 7 Média 34
Bala 8 Média 27
Bala 8 80
Pedra 7 Média 34
Bala 9 Média 26
2 Bala 9 41
Pedra 8 Média 63
Bala 10D Forte 24
Bala 10 72
Pedra 10D Média 34
Bala 10E Média 35
Bala 10 60
Pedra 10E Média 58
Bala 11D Média 25
Bala 11 72
Pedra 11D Média 34
Bala 11E Média 31
Bala 11 54
Pedra 11E Média 58
Bala 12D Média 26
Bala 12 60
Pedra 12D Média 44
Bala 12E Forte 23
Bala 12 51
Pedra 12E Média 46
Bala 13 Forte 19
Bala 13 57
Pedra 13 Média 34
Bala 14 Média 26
Bala 14 50
Pedra 14 Média 53
Bala 15 Média 37
Bala 15 58
Pedra 15 Média 64
3
Bala 16 Média 36
Bala 16 61
Pedra 16 Média 59
Bala 17 Média 28
Bala 17 41
Pedra 17 Média 68
Bala 18 Média 33
Bala 18 44
Pedra 18 Média 76
4
Bala 20I Média 41
Bala 20 75
Pedra 20I Média 55
Bala 21 Forte 22
5 Bala 21 58
Pedra 21 Média 39
(*) 1 - Torre sineira; 2 - Fachada Oeste da sacristia; 3 - Fachada Sul da antiga messe dos oficiais; 4
- Portal da Igreja; 5 - Zona circular da igreja (zona orientada a Noroeste).
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Comparando as resistências à compressão uniaxial obtidas com o esclerómetro de Schmidt nas balas com
as determinadas nas pedras, ou seja, as zonas não sujeitas a impacto, verifica-se que os valores da
resistência à compressão uniaxial da pedra são sempre superiores aos obtidos nas balas (figura seguinte),
podendo concluir-se que o impacto das balas terá influenciado a resistência superficial da pedra.
Resistências à compressão uniaxial obtidas nas “balas” e “pedras” (Márcio Madureira, 2008)
Os resultados mostram reduções da resistência da ordem dos 20 a 60% entre as resistências à compressão
uniaxial da zona dos impactos (balas) e a resistência à compressão uniaxial das pedras onde ocorreu o
impacto de balas de canhão (pedras). O impacto das balas de canhão contribuiu para a diminuição da
resistência superficial da pedra, comparativamente às zonas das pedras não sujeitas ao impacto das balas.
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1.1.4.4. VALOR DO RESSALTO OBTIDO PELO ESCLERÓMETRO DE SCHMIDT – CASO DE ESTUDO NO MUSEU DO
VINHO DO PORTO NA RUA DA REBOLEIRA (ANA FILIPA OLIVEIRA, 2017)
Na tese desenvolvida no Museu do Vinho do Porto, na Rua da Reboleira, Ana Filipa Oliveira (2017) aplicou os
mesmos procedimentos e valores limite (mínimo e máximo) de referência para as diferentes intensidades de
desagregação granular empregues anteriormente por Márcio Madureira (2008) no Mosteiro da Serra do Pilar.
A autora procurou comprovar a metodologia e comparar resultados, uma vez que a pedra utilizada nos dois
edifícios é a mesma: o granito do Porto.
O ensaio com o esclerómetro de Schmidt foi executado em pedras ou áreas de pedras previamente
numeradas e cartografadas.
No total, Ana Filipa Oliveira realizou 1206 determinações com o esclerómetro de Schmidt a que
corresponderam 63 valores médios em 36 pedras distintas.
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Interior – Fachada Sul – Piso -2 Vão esquerdo Vão central Vão direito
Muro de suporte – Lado esquerdo Ombreira direita Ombreira esquerda Ombreira esquerda
Porto, Portugal – Museu do Vinho do Porto, na Rua da Reboleira (Ana Filipa Oliveira, 2017)
Cartografia das deteriorações e numeração das pedras onde se efectuaram as leituras com o esclerómetro de Schmidt
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Porto, Portugal – Museu do Vinho do Porto, na Rua da Reboleira (Ana Filipa Oliveira, 2017)
Cartografia das deteriorações e numeração das pedras onde se efectuaram as leituras com o esclerómetro de Schmidt
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Interior – Face Oeste e Exterior Exterior Vão esquerdo Face voltada a Vão central
face Norte Face Oeste Face Sul Ombreira direita Norte Ombreira esquerda
Fachada Sul – Piso 1 – Vão esquerdo – Ombreira esquerda Interior – Fachada Sul – Piso 1
Porto, Portugal – Museu do Vinho do Porto, na Rua da Reboleira (Ana Filipa Oliveira, 2017)
Cartografia das deteriorações e numeração das pedras onde se efectuaram as leituras com o esclerómetro de Schmidt
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Porto, Portugal – Museu do Vinho do Porto, na Rua da Reboleira (Ana Filipa Oliveira, 2017)
Cartografia das deteriorações e numeração das pedras onde se efectuaram as leituras com o esclerómetro de Schmidt
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A autora verificou que apenas na pedra 12 E havia discrepância entre as intensidades atribuídas. Foi
considerada como afectada por desagregação granular de intensidade forte na cartografia das
deteriorações e como afectada por desagregação granular de intensidade média a partir do valor da
resistência à compressão uniaxial (σmax = 26 MPa) determinada pelo esclerómetro de Schmidt, conforme
se pode observar nas tabelas dos dois diapositivos seguintes.
Pode-se assim concluir que a atribuição da intensidade da desagregação granular pela cartografia das
deteriorações em três graus, inexistente a fraca, média e forte, baseada numa avaliação sensorial que
inclui a quantidade de material que cai pelo toque das superfícies com a mão, a observação da
rugosidade da superfície e do adoçamento das formas e a perda de material pétreo ocorrido até
então, tem significado, comprovando os resultados encontrados por Márcio Madureira (2008).
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Resistência média à compressão uniaxial obtida pelo esclerómetro de Schmidt e intensidades de desagregação granular atribuídas pela
cartografia das deteriorações e pelo esclerómetro de Schmidt em pedras do Museu do Vinho do Porto (Ana Filipa Oliveira, 2017)
Resistência média à compressão uniaxial obtida pelo esclerómetro de Schmidt e intensidades de desagregação granular atribuídas pela
cartografia das deteriorações e pelo esclerómetro de Schmidt em pedras do Museu do Vinho do Porto (Ana Filipa Oliveira, 2017)
Resistência à
Número da Desagregação granular
Média das compressão
pedra/área
leituras uniaxial
de pedra Cartografia Esclerómetro
(MPa)
26 W 39 66
27 W 41 76
28 W 42 80
29 W 40 69
30 W 32 45
30 N 40 69
30 N 18 21
30 N 20 24
30 N 36 55
30 E 37 60
31 W 27 37
31 N 31 43
31 E 34 50
32 W 30 42
32 N 29 39
33 N 37 60
33 E 38 65
34 W 32 45
34 N 31 43
34 E 37 60
35 W 39 66
36 W 29 39
36 N 26 34
36 E 32 45
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Com efeito, apenas uma face de uma pedra afetada por desagregação granular, em 63 analisadas,
foi classificada diferentemente pelos dois métodos. De realçar ainda que, neste caso, o valor de 26 MPa
obtido pelo esclerómetro de Schmidt se situa perto do limite de 25 MPa que separa a desagregação
granular de intensidade média da desagregação granular de intensidade forte. Estes resultados
confirmam os obtidos por Márcio Madureira (2008) no granito do Porto empregue no Mosteiro da Serra
do Pilar.
O valor médio da resistência à compressão uniaxial obtido para a média de 37 pedras/área de pedra
com desagregação granular de intensidade média foi de 49 MPa ± 12,8 MPa, variando entre 26 MPa e
80 MPa.
O valor médio da resistência à compressão uniaxial obtido para a média de 26 pedras/área de pedra
com desagregação granular de intensidade forte foi de 22 MPa ± 2,5 MPa, variando entre 18 MPa e 25
MPa (Tabela do diapositivo seguinte).
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Intervalo de
Número de Média da
valores para a
valores médios resistência à Desvio
resistência à
Tipo de deterioração de compressão Padrão
compressão
pedras/áreas uniaxial (MPa) uniaxial (MPa)
de pedra (MPa)
[min – máx]
Desagregação
granular de 37 49 12,8 [26 – 80]
intensidade média
Desagregação
granular de 26 22 2,5 [18 – 25]
intensidade forte
Na Fachada Norte da Torre Sineira e no Porta da Igreja do Mosteiro da Serra do Pilar, Márcio Madureira
(2008) obteve valores médios muito semelhantes para a resistência à compressão uniaxial em pedras com
desagregação granular de intensidade forte ou média, respetivamente iguais a 19 MPa ± 2,0 MPa e 43 MPa ±
11,8 MPa.
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1.2. ALVÉOLOS
Os alvéolos são pequenas cavidades, normalmente com abertura mais ou menos circular, diâmetro em geral
não ultrapassando os 10 mm e profundidade máxima idêntica ao diâmetro da abertura. Em determinadas
situações, verifica-se que o diâmetro da abertura do alvéolo é inferior ao seu diâmetro máximo.
Segundo Daniel Jeannette (1980), Silva Hermo et al. (1996), López (1998), Arlindo Begonha, (2001, 2004a), a
formação de alvéolos em calcários, arenitos e granitos é considerada como fenómeno extremo de
desagregação granular diferencial.
Os alvéolos em edifícios e monumentos graníticos são raros e parecem estar associados a locais fortemente
afectados por fortes correntes de ar e/ou ambientes marinhos que proporcionam fortes fluxos de
evaporação, tal como sucede na fachada Oeste da Igreja de São Gonçalo de Amarante (Arlindo Begonha,
2004a), na Capela do Senhor da Pedra em Miramar (Joana Bré, 2008) e no Mosteiro da Serra do Pilar (Márcio
Madureira, 2008).
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Amarante, Portugal – Igreja do Convento de São Gonçalo – Fachada Oeste (2005/05/ 06)
2008/12/14
2012/08/27
2008/12/14
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De acordo com Aires-Barros (1991), a alveolização é a desagregação superficial da rocha numa espessura
que vai de décimos de milímetro a cerca de meio centímetro, mantendo-se a parte interna sã. A velocidade
de alteração e erosão varia, originando zonas escavadas mais ou menos profundas, separadas por tabiques.
O aspecto geral é o de alvéolos múltiplos, de formas e dimensões variadas.
Alvéolos em calcário
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Siracusa, Sicília, Itália – Isola di Ortigia – Hotel des Etrangers et Miramare (2011/08/28)
Alvéolos em calcário
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1.3. PLACAS
1.3.1. CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA
As placas acompanham a superfície exterior das pedras, sendo delimitadas por duas superfícies paralelas.
De um modo geral, apresentam forma planar, mas no caso de colunas e balaústres, podem exibir formas
cilíndricas ou tronco-cónicas.
Em pedras de cunhais ou salientes, podem estender-se continuamente por duas ou mais faces
perpendiculares.
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1992/03/19
1992/03/18 1992/03/18
Grijó, Vila Nova de Gaia, Portugal – Mosteiro de São Salvador de Grijó – Claustro
Placas cilíndricas de granito afectadas por desagregação granular com as cicatrizes bem evidentes
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Viana do Castelo, Portugal – Hospital da Santa Casa da Misericórdia – Loggia do rés do chão (Anastácia Silva, 2012)
Placas cilíndricas de granito com as cicatrizes bem evidentes
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Viana do Castelo, Portugal – Hospital da Santa Casa da Misericórdia – Loggia do rés do chão – 4ª coluna (2011/11/25)
(Anastácia Silva, 2012)
Placas cilíndricas de granito com as cicatrizes bem evidentes
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Paço de Sousa, Penafiel, Portugal – Igreja do Mosteiro de Paço de Sousa – Portal Oeste – Lado Orientado a Sudoeste
Placas cilíndricas e tronco-cónicas de granito com as cicatrizes bem evidentes (Frederico Cardoso, 2008))
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Uma placa normalmente estende-se por uma área compreendida entre a dezena e a centena de
centímetros quadrados, podendo, contudo ,cobrir uma área de várias centenas de centímetros quadrados.
Constituem formações pouco espessas relativamente ao comprimento e largura. As placas podem atingir
20 ou mesmo 30 mm de espessura, mas em geral variam entre os 2 mm e os 11 mm.
No Hospital de Santo António, a espessura média das placas é igual a 4,5 mm, estando os valores mais
frequentes compreendidos entre os 3 e 5 mm (Begonha, 2001).
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1992/04/23 1992/01/03
Viana do Castelo, Portugal – Hospital da Santa Casa da Misericórdia – Loggia do rés do chão (Anastácia Silva, 2012)
Placas cilíndricas de granito com grande espessura e cicatrizes bem evidentes
Arlindo Begonha Patologia dos Materiais 2017/2018
Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
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A maior parte das placas do Hospital de Santo António, incluindo as de menor espessura, é bastante dura e
compacta, mas podem estar afectadas por desagregação granular, sendo então bastante frágeis.
Durante a sua evolução, as placas vão progressivamente destacando-se da pedra, acabando por se
separar, afastar, abaular, fendilhar e cair, deixando cicratizes facilmente reconhecíveis.
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A face interior da placa (voltada para o interior da pedra) e a zona da pedra de onde a placa se destacou
apresentam um material pulverulento e aspectos de desagregação granular.
Por vezes, a seguir à queda de uma placa, voltam sucessivamente a formar-se, a destacar-se e a cair novas
gerações de placas que, segundo Fitzner e Heinrichs (1991, 1994), são sempre menos desenvolvidas e
espessas que as anteriores.
A formação de uma placa pode demorar dezenas de anos, pelo que, em zonas com elevados índices de
poluição ar como a cidade do Porto, podem exibir filmes negros na sua superfície.
As placas afectam todo o tipo de rochas como, por exemplo, os granitos, calcários, mármores, arenitos e
basaltos.
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2008/02/08 2005/09/08
Porto, Portugal – Igreja de Nossa Senhora da Lapa – Fachada principal – Rés do chão
Placas planas de granito do Porto revestidas por filmes negros
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1.3.2. LOCALIZAÇÃO
- Zonas húmidas, não lixiviadas, localizadas nas áreas mais baixas do rés-do-chão das fachadas, submetidas
à acção da ascensão capilar de soluções salinas, normalmente abaixo das pedras afectadas pela
desagregação granular;
- Zonas húmidas, não lixiviadas, localizadas acima de elementos arquitectónicos horizontais como cornijas e
varandas.
Aparecem também, em determinados monumentos, sobretudo associadas às zonas mais expostas à acção
directa da chuva, vento e Sol, caracterizadas por ciclos rápidos de molhagem e secagem, frequentemente
ligadas a pedras de esquinas que apresentam maior superfície de evaporação.
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O gesso é o mineral de sal solúvel responsável pela formação das placas, aparecendo por vezes em
grande quantidade na face interior das mesmas e no material pulverulento.
Na face exterior das placas, o gesso normalmente não aparece ou, quando tal sucede, é sempre em
quantidades bastante reduzidas.
Alguns minerais de sais solúveis como a halite, nitratite, niter, brushite, whewellite e weddellite podem
também aparecer, mas em quantidade muito inferior à do gesso.
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H Ni
1.4. PLAQUETAS
1.4.1. CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA
As plaquetas caracterizam-se por acompanharem a superfície exterior das pedras, sendo delimitadas por
duas superfícies paralelas, em geral não tão bem definidas como no caso das placas.
Constituem formações pouco espessas, não ultrapassando normalmente os dois milímetros, estendendo-se
por áreas inferiores a um centímetro quadrado até aos três centímetros quadrados, apresentando
geralmente forma planar.
Apresentam-se usualmente afectadas por desagregação granular, pelo que a sua resistência mecânica é
muito baixa.
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Durante a sua evolução, vão-se progressivamente destacando da pedra, acabando por se separar e cair.
Tal como nas placas, a face interior das plaquetas e a zona da pedra de onde a plaqueta se destacou,
apresentam aspectos de desagregação granular.
Uma pedra afectada por plaquetas exibe, de uma maneira geral, uma sucessão de zonas empoladas
(zonas onde as plaquetas já se destacaram e afastaram da pedra, mas ainda não caíram) e de zonas
semelhantes a crateras (zonas onde as plaquetas já caíram).
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Porto, Portugal – Museu do Vinho do Porto na Rua da Reboleira – Fachada Sul – Piso 2
Cornija abaixo do Frontão Frontão – Superfície exterior revestida por um filme castanho claro
(2011/10/28) (2011/10/28)
Viana do Castelo, Portugal – Hospital da Santa Casa da Misericórdia (Anastácia Silva, 2012)
Plaquetas afectadas por desagregação granular de granito – Aspecto macroscópico
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As plaquetas formam-se em zonas húmidas, não lixiviadas, mais baixas das fachadas, sujeitas à ascensão
capilar de soluções salinas a partir do solo. Não se localizam abaixo das pedras com placas, podendo
formar-se quer ao lado de pedras afectadas por placas ou desagregação granular de intensidade média a
forte, quer acima destas.
Tal como no caso das placas, as plaquetas estão associadas à cristalização de minerais de sais pouco
solúveis, nomeadamente o gesso, no interior da rede porosa das rochas, segundo planos paralelos à
superfície exterior das pedras.
Alguns minerais de sais solúveis como a halite, nitratite, niter, brushite, weddellite e whewellite podem
igualmente aparecer, mas em quantidade muito inferior à do gesso.
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G G
Q G
HMV 38 – Gesso HMV 31 – Gesso (G) reveste quartzo (Q) HMV 38 – Whewellite
Caminha – Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz de Caminha (Arlindo Begonha, 2004b)
Plaquetas IMC 7, IMC 16 e IMC 18 afectadas por desagregação granular do granito – Gesso (CaSO4· 2H2O), halite (NaCl),
nitratite (NaNO3) e niter (KNO3)
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Caminha – Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz de Caminha (Arlindo Begonha, 2004b)
Plaqueta IMC 3 afectada por desagregação granular do granito – Weddellite (CaC2O4· 2H2O)
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As crostas negras caracterizam-se, como o seu nome indica, pela sua cor negra. Contrariamente aos tipos
de danos descritos anteriormente, as crostas negras não são formadas por fragmentos das pedras, mas por
depósitos que cobrem as superfícies das pedras e argamassas das juntas e, em muitos casos, as superfícies
exteriores de placas e plaquetas.
A superfície das crostas negras é mais ou menos irregular e raramente acompanha a rugosidade superficial
das pedras que recobre. A espessura das crostas negras pode variar entre menos de 1 mm e mais de 10
mm.
As crostas negras mais espessas apresentam superfície com relevo com forma dendrítica característica,
idêntica à forma de couve-flor ou a excreções coralígenas ou esponjosas de aspecto escoriáceo.
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Crostas negras com rugosidade diferente da do granito do Porto, localizando-se sob cornija
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Porto, Portugal – Hospital de Santo António – Consola sobre as escadas de acesso ao telhado (2009/06/01)
Crostas negras espessas, com superfície idêntica à da couve-flor e que se formaram sob uma consola
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Exibem uma zona superficial pouco resistente, mas as zonas intermédia e interior são bastante compactas e
resistentes, permanecendo unidas após a sua extracção para amostragem.
Apesar de aparentemente não parecerem afectar o granito subjacente, as crostas negras acabam por
empolar, "explodir" e cair, arrancando a película mais superficial da pedra e originando formas semelhantes
a crateras lunares de impacte de meteoritos, as quais são delimitadas por uma zona anelar de crosta negra
empolada e separada da pedra. A pedra subjacente pode exibir desagregação granular intensa.
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1.5.2. LOCALIZAÇÃO
A formação de crostas negras está associada a zonas húmidas e protegidas das fachadas, sujeitas a
molhagem indirecta por capilaridade, designadamente sob cornijas e consolas e em zonas recuadas e
nichos.
Sob as cornijas, formam-se a alguns centímetros e simetricamente a juntas abertas por onde circula a água
da chuva. A extensão lateral e vertical destas crostas depende da área no interior da qual a humidade se
propaga por capilaridade.
Observa-se assim uma alternância de zonas escuras, recobertas por crostas negras, e zonas claras
adjacentes às juntas, lavadas pela água da chuva.
Pedras afectadas por desagregação granular não apresentam crostas negras, devido à queda mais ou
menos contínua de material pétreo, impedindo assim o seu desenvolvimento.
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Siracusa, Sicília, Itália – Isola di Ortigia – Chiesa di Santa Maria della Concezione – Século XVII (2011/08/28)
Crostas negras formadas sobre calcário, localizando-se sob cornija
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Venezia, Itália – Giudeca – S.S. Redentore (2000/06/21) Potsdam, Alemanha – Orangerie (1996/10/03)
Crostas negras sob os panejamentos mais salientes de estátuas de calcário, colocadas em nichos
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Porto, Portugal – Hospital de Santo António - Cornija sob o Pórtico tetrastilo Sul da fachada Este ( 2010/10/26)
Crostas negras formadas sobre o granito do Porto, localizando-se simetricamente em relação
a juntas abertas por onde circula a água da chuva
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1.5.3. COMPOSIÇÃO
As crostas negras são essencialmente constituídas por cristais de gesso resultantes sobretudo da evaporação
das águas das chuvas e cinzas volantes e poeiras silicatadas que aderiram às superfícies húmidas.
As cinzas volantes mais abundantes são porosas, de natureza carbonosa e ricas em enxofre. Resultam da
queima incompleta de combustíveis fósseis.
Aparecem igualmente cinzas volantes perfeitamente esféricas, de superfície mais ou menos lisa, constituídas
basicamente por silício e alumínio e que resultam da fusão de partículas de argila durante o processo de
queima de carvão em centrais térmicas. Estas cinzas podem conter teores menores noutros elementos
como o potássio e sódio. Na região do Porto, têm como principal origem a queima de carvão das minas do
Pejão na Central Térmica da Tapada do Outeiro, em Gondomar. Actualmente, esta central queima apenas
derivados do petróleo.
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Por vezes, aparecem cinzas volantes perfeitamente esféricas que denotam uma estrutura superficial mais ou
menos rugosa, sendo constituídas por óxido de ferro. Formam-se a partir da fusão do aço em centrais
térmicas. Na região do Porto, terão como principal origem a Siderurgia Nacional, na Maia, que usa sucata
para produzir aço.
Raramente, aparecem igualmente cinzas volantes perfeitamente esféricas, de superfície lisa, constituídas
por óxido de titânio. Na região do Porto, a sua génese poderá ser a tinta branca empregue por exemplo
em automóveis, incluídos na sucata utilizada para o fabrico de aço na Siderurgia Nacional, na Maia.
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Nos diapositivos seguintes, apresentam-se imagens obtidas por MEV de diversas crostas negras recolhidas
sobre vários tipos de granito em diversos monumentos da cidade do Porto, nomeadamente no Hospital de
Santo António, Torre dos Clérigos, Palácio do Freixo, Igreja de Nossa Senhora da Lapa e Edifício da Reitoria
da Universidade do Porto, bem como no Mosteiro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia e no Hospital da
Santa Casa da Misericórdia, em Viana do Castelo.
Confirma-se que as crostas negras são basicamente constituídas por gesso, contendo grande quantidade
de cinzas volantes porosas carbonosas, cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al e partículas
silicatadas de quartzo, feldspatos e micas (poeiras).
Por vezes, identificaram-se a halite e cinzas volantes perfeitamente esféricas que denotam uma estrutura
superficial mais ou menos rugosa, sendo constituídas por óxido de ferro.
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P5.59 – Gesso P5.38 – Gesso P5.144 – Gesso e partículas silicatadas P5.42B - Gesso
P5.38 – Gesso, cinza volante P5.115 – Gesso sob a forma de P5.115 – Gesso sob a forma de P5.59 – Gesso
porosa carbonosa e partículas rosas do deserto, partículas rosas do deserto, cinza volante
silicatadas silicatadas e cinzas volantes porosa carbonosa e partículas
lisas, ricas em Si e Al silicatadas
P5.144 – Cristal de gesso sobre LAPA 20 – Cinzas volantes P5.115 – Gesso sob a forma de P5.115 – Gesso, cinza volante
gesso porosas carbonosas e rosas do deserto e cinza porosa carbonosa e partículas
partículas silicatadas volante porosa carbonosa silicatadas
P5.115 – Gesso, cinza volante P5.115 – Cinza volante porosa P5.38 – Cinzas volante lisas, ricas P5.115 – Cinzas volante lisas,
porosa carbonosa, partículas carbonosa, gesso e partículas em Si e Al, cinza volante porosa ricas em Si e Al, gesso e
silicatadas e cinza volante lisa, silicatadas carbonosa, partículas partículas silicatadas
rica em Si e Al silicatadas e gesso
P5.115 – Gesso e partículas P5.115 – Gesso P5.115 – Gesso e partículas silicatadas P5.115 - Gesso
silicatadas
P5.115 – Gesso, cinza volante P5.115 – Cinza volante porosa P5.115 – Cinzas volantes lisas, P5.115 – Gesso e cinza volante
porosa carbonosa e partículas carbonosa, gesso e partículas ricas em Si e Al, gesso e lisa, rica em Si e Al
silicatadas silicatadas partículas silicatadas
P5.149 – Halite P5.149 – Cinza volante porosa carbonosa, P5.149 – Cinza volante porosa
gesso e partículas silicatadas carbonosa e gesso
Porto – Hospital de Santo António
Crostas negras P5.38, P5.42B, P5.59, P5.115, P5.144 e P5.149 formadas sobre o granito do Porto – Gesso (CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas
carbonosas, cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al, partículas silicatadas (poeiras) e rara halite (NaCl)
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TC 8 – Gesso sob a forma de rosas do TC 8 – Gesso sob a forma de rosas do TC 8 – Cinzas volantes porosas carbonosas
deserto deserto
TC 8 – Cinzas volantes porosas carbonosas TC 8 – Cinza volante porosa carbonosa TC 8 – Cinza volante lisa, rica em Si e Al
PF 13 – Cinza volante porosa PF 13 – Cinza volante porosa PF 22 – Cinza volante de PF 22 – Cinza volante de
carbonosa, gesso e partículas carbonosa – Espectro superfície lisa, rica em Si e Al, superfície lisa – Espectro
silicatadas gesso e partículas silicatadas
LAPA 24 – Aspecto geral – Rosas LAPA 20 – Gesso sob a forma LAPA 24 – Gesso sob a forma LAPA 23 – Gesso sob a forma de
do deserto de rosas do deserto e poeiras de rosas do deserto rosas do deserto
silicatadas
LAPA 24 – Gesso sob a forma de LAPA 24 – Gesso sob a forma de LAPA 23 – Gesso sob a forma LAPA 23 – Gesso sob a forma de
rosas do deserto rosas do deserto de rosas do deserto rosas do deserto
LAPA 14 – Gesso sob a forma de LAPA 14 – Gesso sob a forma LAPA 14 – Gesso sob a forma LAPA 14 – Gesso sob a forma de
rosas do deserto, cinzas de rosas do deserto, cinzas de rosas do deserto e poeiras rosas do deserto, cinza volante
volantes porosas carbonosas e volantes porosas carbonosas e silicatadas porosa carbonosa e poeiras
poeiras silicatadas poeiras silicatadas silicatadas
LAPA 14 – Gesso sob a forma de LAPA 14 – Gesso, cinzas LAPA 14 – Cinza volante porosa LAPA 14 – Cinza volante porosa
rosas do deserto e poeiras volantes porosas carbonosas e carbonosa, gesso e poeiras carbonosa e gesso
silicatadas poeiras silicatadas silicatadas
Porto – Igreja de Nossa Senhora da Lapa (Arlindo Begonha, 2005)
Crosta negra LAPA 14 formada sobre o granito do Porto – Gesso (CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas carbonosas e partículas silicatadas
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LAPA 37 – Gesso, cinzas LAPA 37 – Cinza volante porosa LAPA 37 – Cinza volante porosa LAPA 37 – Cinza volante porosa
volantes porosas carbonosas e carbonosa, gesso e poeiras carbonosa, gesso e poeiras carbonosa, gesso e poeiras
poeiras silicatadas silicatadas silicatadas silicatadas
LAPA 37 – Cinza volante porosa LAPA 37 – Cinza volante de LAPA 20 – Cinza volante de LAPA 20 – Cinza volante de
carbonosa, gesso e poeiras superfície lisa rica em Si e Al, superfície lisa rica em Si e Al, superfície lisa rica em Si e Al,
silicatadas gesso e poeiras silicatadas gesso e poeiras silicatadas gesso e poeiras silicatadas
FCUP 10 – Gesso e cinza volante FCUP 10 - Gesso FCUP 11 - Gesso FCUP 11 - Gesso
rugosa de óxido de ferro
Porto – Edifício da antiga FCUP, actual Reitoria da Universidade do Porto (Rosa Oliveira, 2001)
Crostas negras FCUP 10 e FCUP 11 formadas sobre o granito do Porto – Gesso (CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas carbonosas, cinzas
volantes de superfície lisa ricas, em Si e Al, poeiras silicatadas (poeiras) e cinzas volantes de superfície rugosa constituídas por óxido de ferro
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FCUP 10 – Gesso FCUP 11 – Gesso e cinzas FCUP 11 – Gesso e cinza FCUP 11 – Cinza volante porosa
volantes porosas carbonosas volante porosa carbonosa carbonosa e gesso
FCUP 11 – Cinza volante porosa FCUP 11 – Cinza volante porosa FCUP 11 – Cinzas volantes de FCUP 11 – Cinza volante de
carbonosa e gesso carbonosa e gesso superfície lisa ricas, em Si e Al e gesso superfície lisa, rica em Si e Al e gesso
Porto – Edifício da antiga FCUP, actual Reitoria da Universidade do Porto (Rosa Oliveira, 2001)
Crostas negras FCUP 10 e FCUP 11 formadas sobre o granito do Porto – Gesso (CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas carbonosas, cinzas
volantes de superfície lisa ricas, em Si e Al, poeiras silicatadas (poeiras) e cinzas volantes de superfície rugosa constituídas por óxido de ferro
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SP 26 – Gesso, cinza volante SP 26 – Gesso e partículas SP 26 – Gesso e partículas SP 26 – Cinza volante porosa
porosa carbonosa e partículas silicatadas silicatadas carbonosa e gesso
silicatadas
Vila Nova de Gaia – Mosteiro da Serra do Pilar (Márcio Madureira, 2008)
Crostas negras SP 2, SP 22 e SP 33 obtidas no claustro e crosta negra SP 26 recolhida na igreja formadas sobre o granito do Porto – Gesso
(CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas carbonosas, cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al e partículas silicatadas (poeiras)
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MLB 17 – Aspecto geral – Rosas MLB 19 – Aspecto geral – Rosas MLB 29 – Aspecto geral – Rosas HMV 17 – Aspecto geral – Rosas
do deserto do deserto do deserto do deserto
MLB 17 – Aspecto geral – Gesso MLB 19 – Aspecto geral – Gesso MLB 17 – Aspecto geral – Gesso MLB 29 – Aspecto geral – Gesso
(rosas do deserto) (rosas do deserto) (rosas do deserto) (rosas do deserto)
Leça do Balio, Matosinhos – Igreja de Santa Maria de Leça do Mosteiro de Leça do Balio (Ana Moutinho, 2005)
Crostas negras MLB 17, MLB 19 e MLB 29 formadas sobre granito – Gesso (CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas de natureza carbonosa,
partículas silicatadas (poeiras) e raras cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al
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MLB 19 – Gesso (rosas do MLB 17 – Gesso (rosas do MLB 17 – Gesso (rosas do MLB 19 – Gesso
deserto) e poeiras silicatadas deserto) e poeiras silicatadas deserto) e poeiras silicatadas (rosas do deserto)
Leça do Balio, Matosinhos – Igreja de Santa Maria de Leça do Mosteiro de Leça do Balio (Ana Moutinho, 2005)
Crostas negras MLB 17, MLB 19 e MLB 29 formadas sobre granito – Gesso (CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas de natureza carbonosa,
partículas silicatadas (poeiras) e raras cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al
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MLB 17 – Gesso, cinza volante MLB 17 – Cinza volante porosa MLB 17 – Cinza volante porosa MLB 19 – Cinza volante porosa
porosa carbonosa e poeiras carbonosa, gesso e poeiras carbonosa, gesso e poeiras e gesso sobre a sua superfície
MLB 29 – Cinza volante porosa MLB 19 – Cinza volante porosa MLB 17 – Cinza volante porosa MLB 17 – Cinza volante lisa, rica
carbonosa, gesso e poeiras carbonosa e gesso carbonosa, gesso e poeiras em Si e Al e gesso
Leça do Balio, Matosinhos – Igreja de Santa Maria de Leça do Mosteiro de Leça do Balio (Ana Moutinho, 2005)
Crostas negras MLB 17, MLB 19 e MLB 29 formadas sobre granito – Gesso (CaSO4· 2H2O), cinzas volantes porosas de natureza carbonosa,
partículas silicatadas (poeiras) e raras cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al
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MVC 5 – Aspecto geral – Gesso MVC 5 – Gesso (rosas do MVC 5 – Gesso (rosas do MVC 5 – Gesso (rosa do
(rosas do deserto) deserto) e poeiras silicatadas deserto) e poeiras silicatadas deserto) e poeiras silicatadas
MVC 5 – Gesso (rosas do MVC 5 – Cinzas volantes MVC 5 – Cinza volante porosa MVC 5 – Halite
deserto) e poeiras silicatadas porosas carbonosas e gesso carbonosa, gesso e poeiras
Vila do Conde – Igreja de São João Baptista, Matriz de Vila do Conde (Arlindo Begonha, 2003c)
Crosta negra MVC 5 formada sobre granito – Gesso (CaSO4· 2H2O), partículas silicatadas (poeiras), cinzas volantes porosas de natureza
carbonosa e rara halite (NaCl)
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ISC 21 – Gesso e cinzas volantes ISC 21 – Gesso e poeiras ISC 21 – Gesso e poeiras ISC 21 – Gesso e poeiras
porosas carbonosas silicatadas silicatadas silicatadas
ISC 21 – Gesso e poeiras ISC 21 – Gesso e poeiras ISC 21 – Cinza volante porosa ISC 21 – Cinza volante porosa
silicatadas silicatadas carbonosa entre gesso carbonosa entre gesso
Vila do Conde – Igreja de Santa Clara (Ana Luís Costa Leite, 2008)
Crosta negra ISC 21 formada sobre granito – Gesso (CaSO4· 2H2O), partículas silicatadas (poeiras)
e cinzas volantes porosas de natureza carbonosa
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HMV 06 – Aspecto geral – Rosas HMV 06 – Gesso – Rosas do HMV 06 – Gesso – Rosas do HMV 06 – Gesso – Rosas do
do deserto deserto deserto deserto
HMV 06 – Gesso – Rosas do HMV 06 – Gesso – Rosas do HMV 06 – Gesso – Rosas do HMV 06 – Gesso – Rosas do
deserto deserto deserto deserto
HMV 06 – Gesso – Rosas do HMV 21 – Gesso – Rosas do HMV 43 – Gesso – Rosas do HMV 43 – Gesso – Rosas do
deserto deserto deserto deserto
HMV 21 – Gesso – Rosas do HMV 43 – Gesso – Rosas do HMV 21 – Gesso – Rosas do HMV 43 – Gesso (G) revestindo
deserto deserto deserto cristal de quartzo (Q)
HMV 43 – Halite sobre cristais de HMV 43 – Halite sobre cristais de HMV 21 – Halite sobre cristais de HMV 21 – Halite sobre cristais de
gesso gesso gesso gesso
Mo
HMV 43 – Cinza volante de HMV 43 – Cinza volante de HMV 43 – Partículasde quartzo HMV 43 – Partícula de moscovite
superfície lisa rica em Si e Al superfície lisa rica em Si e Al (Q) sobre cristais de gesso (Mo) sobre cristais de gesso
1.5.4. GÉNESE
A estrutura e composição mineralógica das crostas negras reflecte a sua própria génese, constituindo
provavelmente o tema mais discutido pelos investigadores que se dedicam ao estudo das deteriorações e
da conservação dos monumentos.
As primeiras teorias sobre a génese das crostas negras reflectem os tipos de rochas dos monumentos
inicialmente estudados. O facto de a maior parte dos monumentos ter sido construída com rochas
carbonatadas (calcários, arenitos calcários e mármores) conduziu a uma sobrevalorização dos fenómenos
de transformação da calcite em gesso por acção das águas das chuvas ácidas.
Arlindo Begonha Patologia dos Materiais 2017/2018
Faculdade de Engenharia Patologia da Pedra
Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
Contudo, as crostas negras formam-se sobre qualquer tipo de substrato poroso, rocha ou não, incluindo
granitos muito pobres em cálcio como o granito do Porto, grés siliciosos sem teores significativos em cálcio
como os grés vermelhos da Alsácia, empregues na Catedral de Strasbourg, tijolos, argamassas e betões.
Aparecem igualmente sobre materiais não porosos como metais (estátuas de bronze e zinco por exemplo).
Os locais onde as crostas negras aparecem são comuns, independentemente do material sobre o qual se
formam: locais húmidos, protegidos da acção directa da chuva (não há lixiviação), mas onde a mesma
consegue chegar por capilaridade através do meio poroso.
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Calcário – London, England, Reino Unido – Big Ben (1998/03/21) Calcário – Venezia, Veneto, Itália – S. Giovanni Crisostomo (2000/06/24)
Cálcário – Ljubljana, Eslovénia – Mestni Tri 1 (1998/10/10) Granito do Porto – Porto, Portugal – Hospital de Santo António (2010/10/26)
Crostas negras formadas sobre diversos tipos de rochas em locais protegidos da acção directa da chuva
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RCR 1 – Gesso sob a forma de rosas do deserto RCR 1 – Gesso sob a forma de rosas do deserto
G
Ps PS
RCR 1 – Gesso sob a forma de rosas do deserto RCR 1 – Gesso (G) sob a forma de rosas do
deserto e partículas silicatadas (Ps)
Porto – Garagem Aurora na Rua de Corte Real
Crosta negra RCR 1 formada sobre betão – Gesso (G) (CaSO4· 2H2O) sob a forma de rosas do deserto e partículas silicatadas (PS) (poeiras)
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HSJ 1 – Cinzas volantes porosas HSJ 1 – Cinzas volantes porosas HSJ 1 – Cinzas volantes porosas HSJ 1 – Cinzas volantes porosas
carbonosas carbonosas carbonosas carbonosas
HSJ 1 – Cinzas volantes porosas HSJ 1 – Cinzas volantes porosas HSJ 1 – Cinzas volantes porosas HSJ 1 – Cinzas volantes porosas
carbonosas carbonosas carbonosas carbonosas
Porto – Hospital de São João
Crostas negras HSJ 1 e HSJ 2 formadas sobre betão – Gesso, cinzas volantes porosas carbonosas ricas em enxofre e
cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al
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HSJ 1 – Cinza volante porosa HSJ 1 – Cinza volante porosa HSJ 1 – Cinzas volantes porosas HSJ 1 – Cinzas volantes lisas,
carbonosa carbonosa carbonosas ricas em Si e Al
HSJ 2 – Gesso HSJ 2 – Gesso HSJ 1 – Gesso e cinzas volantes HSJ 2 – Gesso
porosas carbonosas
Porto – Hospital de São João
Crostas negras HSJ 1 e HSJ 2 formadas sobre betão – Gesso, cinzas volantes porosas carbonosas ricas em enxofre e
cinzas volantes de superfície lisa, ricas em Si e Al
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Filtro de ar com diversos tipos de Partículas de hidrocarbonetos e cinzas Cinza volante porosa carbonosa rica em
partículas volantes de superfície lisa ricas em Si e Al enxofre e partículas de hidrocarbonetos
Partículas de hidrocarbonetos Cinza volante porosa carbonosa rica em Cinza volante porosa carbonosa rica em
enxofre e partículas de hidrocarbonetos enxofre e partículas de hidrocarbonetos
Filtro de ar usado na monitirização da qualidade do ar na cidade do Porto – Observação por MEV de partículas de hidrocarbonetos,
cinzas volantes porosas carbonosas ricas em enxofre e cinzas volantes de superfície lisa ricas em Si e Al
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Além disso, Arlindo Begonha et al., (1996) e Arlindo Begonha (2001) mostraram que em ambientes urbanos
e/ou industriais como a cidade do Porto, a água da chuva é rica nos iões Ca2+ e SO42- e numa proporção
de 1:1, ou seja, igual à estequeométrica do gesso, conforme se pode constatar na figura do diapositivo
seguinte.
Assim, quando a água da chuva evapora, o gesso cristaliza. Consequentemente, após cada episódio de
precipitação, a espessura das crostas negras vai gradualmente aumentando.
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20,0
AJUSTE (PORTO)
r = 0,882
15,0
SO4 2- (mg/l)
10,0
5,0 GESSO
AJUSTE (PORTO)
0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0
Ca 2+ (mg/l)
Águas das chuvas do Porto: Variação das concentrações de Ca2+ em função das de SO42-
(Arlindo Begonha et al. 1996; Arlindo Begonha, 1997)
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Tal como as crostas negras, os filmes negros formam-se em zonas com índices de poluição do ar
significativos ou elevados, não sendo igualmente constituídos por material pétreo, mas por depósitos que
cobrem as superfícies das pedras e argamassas das juntas e, em determinados casos, as superfícies
exteriores de placas e plaquetas.
Na cidade do Porto, a grande maioria das pedras que exibe cor negra ou cinzenta escura apresenta-se
revestida por filmes negros.
Esta deterioração é, consequentemente, a principal responsável pela cor negra ou cinzenta escura exibida
pelos edifícios e monumentos e, em grande medida, pelo tom cinzento característico da cidade, apesar de
o granito do Porto ser uma rocha de cor clara (leucocrata).
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1996/05/11 2016/10/24
Porto, Portugal – Palácio do Conde de Vizela do Arquitecto Marques da Silva na Rua das Carmelitas
Filmes negros – Aspecto geral castanho escuro ou negro da fachada,
contrastando com a cor clara do granito do Porto após remoção dos filmes negros
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1996/05/11 2016/10/24
Porto, Portugal – Palácio do Conde de Vizela do Arquitecto Marques da Silva na Rua das Carmelitas
Filmes negros – Aspecto geral castanho escuro ou negro da fachada,
contrastando com a cor clara do granito do Porto após remoção dos filmes negros
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1996/05/11 2016/10/24
Porto, Portugal – Palácio do Conde de Vizela do Arquitecto Marques da Silva na Rua das Carmelitas
Filmes negros – Aspecto geral castanho escuro ou negro da fachada,
contrastando com a cor clara do granito do Porto após remoção dos filmes negros
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Os filmes negros são, conforme o nome indica, formações superficiais muito finas, de cor negra ou castanha
muito escura. Recobrem e aderem fortemente à superfície das pedras graníticas, mantendo, devido à sua
reduzida espessura, a rugosidade superficial da pedra, contrariamente ao que sucede com as crostas
negras.
Com o objectivo de determinar a espessura média dos filmes negros do Hospital de Santo António, foram
realizadas 81 medições em 9 amostras (5 da fachada Este, 3 da fachada Sul e 1 da fachada Norte),
utilizando a lupa binocular.
Na Igreja do Carmo, realizaram-se 21 medições à lupa binocular nas amostras IC3, IC7 e IC9 com o intuito
de calcular a espessura média dos filmes negros que as recobrem.
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Observação e determinação da espessura das amostras de filmes negros P5.95 (a) e P6.26 (b) na lupa binocular
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Os valores obtidos são apresentados nos dois quadros do diapositivo seguinte. Em média, os filmes negros do
Hospital de Santo António têm espessuras compreendidas entre os 80 e 210 µm, variando aproximadamente
entre os 40 e 370 µm.
A espessura média dos filmes negros da Igreja do Carmo varia entre os 58 e os 125 µm, atingindo um
máximo de 239 µm, valores da mesma ordem de grandeza dos obtidos para os filmes negros do Hospital de
Santo António (médias entre 80 e 210 µm, atingindo valores de 370 µm).
Confirmou-se também o contraste nítido entre os filmes negros e os substratos graníticos, corroborando a
tese de que os filmes negros se formam a partir de fontes exógenas relativamente ao granito do Porto.
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Espessuras dos filmes negros do Hospital de Santo António, no Porto obtidas por observação à lupa binocular
Espessuras dos filmes negros da Igreja do Carmo, no Porto obtidas por observação à lupa binocular
IC7 (6 medições) 58 37 - 92
Os filmes negros são normalmente baços, homogéneos e duros, aderindo de tal forma à superfície das
pedras graníticas, que a sua remoção em trabalhos de limpeza é difícil. Por vezes, apresentam brilho
metálico, ou aspecto brilhante, idêntico a asfalto fresco.
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Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
1992/04/23
Dezembro 2005
1992/04/21
1992/04/14
Porto, Portugal – Hospital de Santo António
Filmes negros – Rugosidade da pedra não é alterada pela formação de filmes negros
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Universidade do Porto Deteriorações da pedra, juntas e elementos metálicos
2008/05/30
2008/11/14
Porto, Portugal – Igreja de Nossa Senhora da Lapa
Filmes negros – Rugosidade da pedra não é alterada pela formação de filmes negros
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2005/09/08
2008/05/30
Porto, Portugal – Igreja de Nossa Senhora da Lapa
Filmes negros exibindo brilho metálico e a rugosidade da pedra
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1.6.2. LOCALIZAÇÃO
- Zonas expostas, mas não sujeitas nem à acção directa dos ventos associados aos episódios de
precipitação nem à escorrência;
- Zonas mais baixas onde há ascensão por capilaridade e desagregação granular fraca ou inexistente;
- Zonas mais baixas das fachadas, submetidas ao salpico da chuva a partir do solo ou passeios.
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Porto, Portugal – Hospital de Santo António – Fachada Este – Pórtico hexastilo (2010/10/26)
Filmes negros – Zonas expostas, mas não sujeitas nem à acção directa dos ventos associados aos episódios de precipitação nem à escorrência
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Porto, Portugal – Hospital de Santo António – Torreão a Sul do Pórtico Hexastilo (2016/11/23)
Filmes negros – Fachada sujeita a molhagem, mas não a escorrência
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