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Curso Regular de Língua Portuguesa

Prof. Ludimila Lamounier,

AULA 05

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 05

AULA 05

Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Vozes verbais.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Aspectos Introdutórios – Verbos 02
1.1 Formação dos Verbos 03
2. Classificação dos verbos quanto à flexão 04
3. Flexão dos Verbos 06
3.1. Emprego dos Tempos Verbais 08
4. Locuções Verbais 15
4.1. Tempos Compostos 17
5. Tempos Primitivos e Derivados 20
6. Conjugação Verbal 24
7. Correlação Verbal 31
8. Vozes Verbais 36
8.1. Conversão de Vozes Verbais 39
8.2. Diferença entre Verbos Reflexivos, Pronominais e
42
Intransitivos
Questões Propostas 43
Gabarito 52
Questões Comentadas 52

Olá, concurseiro fiscal!


Vamos, hoje, para mais uma aula: Aula 05 de Língua Portuguesa para
o Curso Regular. Precisamos estudar bastante porque vários editais
estão abertos e a concorrência é sempre grande.

DICA DA VEZ – PRECISO DORMIR


Uma dúvida frequente dos concurseiros é sobre o sono. Muitos
questionam a quantidade ideal de horas de sono. Isso é muito
complicado, porque a necessidade de um é diferente da de outro.
Alguns candidatos passam a dormir muito pouco, cerca de quatro horas
por noite, para sobrar mais tempo livre para os estudos.
Mas, cuidado! Dormir muito pouco pode ser mais prejudicial do que não
ter as horas a mais para o estudo. Os médicos afirmam que fixamos o
aprendizado durante o sono, por isso é importante dormir.
Além disso, também precisamos descansar, senão não rendemos no dia

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seguinte, não é mesmo?
Em relação à quantidade de horas, a questão é muito relativa. Eu
preciso dormir, no mínimo, 6 horas por dia. E acredito que, para a
maioria das pessoas, a quantidade mínima ideal é por volta de 6 a 7
horas.
O que eu quero que você tenha em mente é o seguinte: não se culpe
quando for dormir, pensando que poderia estar estudando. O sono é tão
importante quanto o estudo. Seu sucesso virá de uma combinação bem
feita entre estudo, dedicação e descanso.

Vamos começar a nossa aula de hoje?


Esta aula trata de: Emprego/correlação de tempos e modos
verbais. Vozes verbais.
Precisamos de bastante atenção e concentração para a aula de hoje,
certo?

1. Aspectos Introdutórios – Verbos

Você se lembra de que começamos a ver a classe de palavras


“verbo” na Aula 03? Sugiro que retorne a esta para recordar o que
estudamos sobre o assunto, caso você não esteja muito seguro.
Verbo é a palavra variável em pessoa, número, tempo, modo e voz
que indica um processo (ação, desejo, estado, mudança de estado,
fenômeno) representado no tempo. Quando procuramos um verbo no
dicionário, nós o encontramos no modo infinitivo (andar, comer, fazer,
sorrir, ser, dormir), que significa o “nome do verbo”, ou seja, a sua
denominação.
Aprendemos, também, que o verbo se flexiona em número
(singular e plural), em pessoa (primeira, segunda e terceira,
singular e plural) e em modo (indicativo, subjuntivo e imperativo – e
formas nominais). Além disso, também temos a flexão de tempo
(tempos do modo indicativo e tempos do modo subjuntivo).
O verbo é uma classe de palavra muito importante e que estará
presente em várias outras aulas, como as aulas sobre sintaxe,
concordância e regência.
Na aula de hoje, vamos ver o emprego e a correlação de
tempos e modos verbais.
Além disso, parte desta aula será dedicada a um assunto muito
cobrado em provas de concurso: vozes verbais.

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1.1 Formação dos Verbos

Na formação dos verbos, temos que observar a presença do radical,


que é a parte invariável e contém a significação do verbo. Com
base no radical, surgem as outras formas verbais. Isso porque, ao
radical, podem-se juntar a vogal temática, o tema e as desinências
modo-temporal e número-pessoal. Note, porém, que nem todas as
formas verbais possuem todos esses elementos.
A vogal temática é o elemento que forma o tema verbal e expressa
a que conjugação pertence o verbo. Ela se localiza entre o radical e a
desinência do infinitivo impessoal –r.
A vogal temática –a indica os verbos da 1ª conjugação (cantar,
lavar, andar, amar), por sua vez, a vogal temática –e indica os
verbos da 2ª conjugação (beber, comer, viver, dizer) e a vogal
temática –i indica os verbos da 3ª conjugação (partir, pedir, fugir,
sair).
É importante salientar que o presente do subjuntivo e os tempos dele
derivados não possuem vogal temática.
O tema é a união do radical com a vogal temática. Para tanto,
fazemos a retirada da desinência do infinitivo impessoal –r.
Exemplo: falar, beber, pedir, andar.
As desinências são os elementos que expressam as flexões de
modo, tempo, número e pessoa: desinência modo-temporal e
desinência número-pessoal.
A desinência modo-temporal se refere ao modo e ao tempo do
verbo. Atenção: a desinência modo-temporal não está presente em
todas as formas verbais, como o presente e o pretérito perfeito do
indicativo.
Exemplo: cantávamos – “va” é a desinência que indica o pretérito
imperfeito do indicativo.
A desinência número-pessoal se refere ao número e à pessoa do
verbo.
Exemplo: cantávamos – “mos” é a desinência que indica a 1ª pessoa do
plural (nós).
Por fim, podemos dizer que os verbos são divididos nas formas
rizotônicas e arrizotônicas.
Nas formas rizotônicas, a sílaba tônica (lembram-se da Aula 02?)
recai no radical, ou seja, na sua parte estática. São rizotônicas a 1ª,
a 2ª e a 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural do presente
do indicativo e do subjuntivo e as correspondentes do imperativo, os

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particípios irregulares (aceso, morto, pago); a 1ª e a 3ª do singular
do pretérito perfeito de alguns verbos irregulares (coube, fiz, fez).
Exemplo:
Fala, ando, vendem, partes. (Perceba que as sílabas tônicas recaem no
radicais.)
Por sua vez, as formas arrizotônicas possuem a sílaba tônica fora
do radical.
Exemplo:
Andais, venderei. (Perceba que as sílabas tônicas recaem fora os radicais.)

2. Classificação dos verbos quanto à flexão

Neste tópico, vamos estudar a classificação de verbos quanto à


flexão.
Antes de começarmos, chamo a atenção para a existência de verbos
impessoais (verbos sem sujeito). O verbo unipessoal é aquele que
não apresenta sujeito com o qual possa concordar. Assim, eles são
sempre usados na 3ª pessoa do singular. Exemplos: verbos que
indicam fenômenos da natureza (chover, nevar, ventar, relampejar,
gear), verbo “haver” no sentido de existir, acontecer, ocorrer,
realizar-se e verbo “fazer” se indicar tempo decorrido.

Os verbos se dividem em: regulares, irregulares, anômalos, defectivos


e abundantes.
A seguir, veremos cada tipo separadamente.

Verbos regulares
Os verbos regulares mantêm o mesmo radical ao se flexionarem.
Exemplos: eu ando, tu andas, ele anda, nós andamos, vós andais, eles
andam.

Verbos irregulares
Os verbos irregulares possuem alterações no seu radical ou nas suas
desinências (flexão). Essas alterações devem ser gráficas e fonéticas,
ao mesmo tempo, para dar ao verbo o caráter de irregular.
Exemplo: saber (eu sei, ele soube), medir (eu meço, tu medes), dar (eu
dei, ele deu).
Agir (eu ajo): não é irregular, porque a alteração foi apenas

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fonética.

Verbos anômalos
Os verbos anômalos são os irregulares que possuem variações mais
graves.
Exemplo: ser e ir (são apenas esses dois).

Verbos abundantes
Os verbos abundantes são aqueles que possuem duas (às vezes três)
formas distintas em algum tempo, modo, pessoa e, principalmente,
no particípio.
Exemplo: aceitar (aceitado e aceito), expressar (expressado e expresso),
fixar (fixado e fixo), misturar (misturado e misto).
Quando o verbo possui mais de um particípio, este possui a
classificação de regular (terminados em ado ou ido) e irregular
(terminados em do, go, to, so). Normalmente, os particípios regulares
são usados na voz ativa com os auxiliares ter e haver.
Exemplos: O tiro havia matado o ladrão.
O ladrão foi morto por um tiro.

Verbos defectivos
Os verbos defectivos não possuem determinadas formas (tempo,
pessoa, modo), ou seja, eles não são passíveis de conjugação em
todas as formas.
Exemplos: falir, abolir, reaver, colorir, remir, etc.
É importante destacar que o defeito deste tipo de verbo ocorre na
conjugação do presente do indicativo. Assim, se conjugarmos um
verbo na 1ª pessoa do presente do indicativo e sua pronúncia se
confundir com a de outro verbo ou se não existir eufonia (som
harmônico), estamos diante de um verbo defectivo.
Exemplos: falir (eu falo – confunde-se com o verbo falar), soer (eu
soo – confunde-se com o verbo soar), abolir (eu abulo – confunde-se
com eu a bulo), remir (eu remo – confunde-se com remar).
Vamos estudar, ainda nesta aula, os tempos primitivos e derivados.
Mas, saliento, aqui, que os tempos derivados do presente do
indicativo (presente do subjuntivo e imperativo) também sofrem o
mesmo problema “de defeito”. Percebam, assim, que o verbo terá sua
conjugação normal para outros tempos e modos.
Podemos dividir os verbos defectivos em dois:

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a) O verbo apenas não tem a 1ª pessoa do singular;
Exemplo: explodir, colorir, abolir, delinquir.
b) O verbo apenas tem a 1ª e a 2ª pessoas do plural;
Exemplo: adequar, reaver.

3. Flexão dos Verbos

Repito, aqui, parte da Aula 03, para que fique mais fácil a
continuidade de estudo.
Vamos rever juntos?

FLEXÃO DE NÚMERO
Singular: o verbo se refere a uma pessoa ou coisa.
Exemplo: Trabalho, trabalhas, trabalha.

Plural: o verbo tem como sujeito mais de uma pessoa ou coisa.


Exemplo: Trabalhamos, trabalhais, trabalham.

FLEXÃO DE PESSOA
O verbo se flexiona para designar as três pessoas do discurso (no
singular ou no plural), ou seja:
1ª pessoa - aquela que fala (eu e nós).
2ª pessoa - aquela a quem se fala (tu e vós).
3ª pessoa - aquela de quem se fala (ele, ela, eles, elas).
Singular: eu, tu, ele, ela.
Plural: nós, vós, eles, elas.

FLEXÃO DE MODO
Modos são as diversas formas que possui o verbo para demonstrar a
atitude da pessoa que fala em referência ao fato, à ação que anuncia.
Indicativo: expressa atitude de certeza.
Exemplo: Trabalhei bastante para conquistar o salário que tenho.

Subjuntivo: indica atitude de dúvida, de desejo, de hipótese.

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Exemplo: Se você vier a Brasília, visite o Palácio da Alvorada.

Imperativo: exprime atitude de vontade (ordem, convite, conselho,


súplica, pedido).
Exemplo: Marisa, faça aquele bolo de chocolate.

Não devemos deixar de estudar as formas nominais do verbo:


infinitivo, gerúndio e particípio. Elas recebem esse nome porque,
além do valor verbal, podem ter a função de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio).
Infinitivo: é uma forma verbal que enuncia a ação, o estado, o fato
ou o fenômeno de modo vago ou indefinido.
Infinitivo Pessoal: ligado às pessoas do discurso. É
conjugável (tem sujeito).
Exemplo: Andar eu, andares tu, andar ele, andarmos nós,
andardes vós, andarem eles.

Infinitivo Impessoal: não é flexionável. É, como já vimos, o


“nome do verbo”.
Exemplo: Andar (1ª conjugação), comer (2ª conjugação), partir
(3ª conjugação).

Gerúndio: é uma forma verbal que indica a ação em processo.


Exemplo: Maria está estudando agora.

Particípio: é uma forma verbal que corresponde a um adjetivo e,


dessa forma, pode flexionar-se, em alguns casos, em número e
gênero.
Exemplo: Os museus europeus merecem ser visitados.
Conforme já mencionado, alguns verbos possuem mais de uma
forma de particípio: a regular (ado, ido), empregada com os verbos
TER e HAVER (tempo composto) e a irregular, empregada com os
verbos SER e ESTAR (voz passiva – vamos estudar nesta aula).
Ainda temos alguns verbos que possuem somente a forma irregular:
abrir (aberto), fazer (feito), dizer (dito), escrever (escrito), cobrir
(coberto), etc.

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Outra coisa importante: alguns verbos admitem tanto a forma
regular quanto a irregular para qualquer dos verbos auxiliares que os
acompanhem. São eles: pagar, pegar, ganhar e gastar.
Por fim, menciono o verbo chegar, que possui apenas o particípio
regular (chegado). Muitas pessoas fazem confusão e acham que
chego é a forma irregular do particípio. Chego é, na verdade, a
conjugação da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (eu
chego).

FLEXÃO DE TEMPO
Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o processo
representado pelo verbo.
São três tempos naturais: presente, pretérito, futuro. Ou seja,
indicam um acontecimento no momento em que se fala, antes do
momento em que se fala e após o momento em que se fala.
Tempos do Indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito
imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro
do pretérito.
Tempos do Subjuntivo: presente, pretérito imperfeito e futuro.
No próximo tópico, vamos estudar, com mais detalhes, o emprego
dos tempos verbais.

3.1 Emprego dos Tempos Verbais

TEMPOS DO INDICATIVO

Presente
O presente enuncia o fato como atual. Também pode ocorrer da
seguinte forma:
a) O fato acontece no mesmo momento em que se fala.

Exemplo: Vejo fantasmas na sala.

b) O fato acontece de maneira comum, ou seja, uma ação


habitual.

Exemplo: Todos os dias, Luiza escova os cabelos.

c) O fato é, na verdade, um princípio, um dado ou um conceito.


Perceba que há uma dissociação de tempo.

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Exemplo: Muitos casais se divorciam todos os anos.

d) O fato é passado, mas queremos dar maior vivacidade.

Exemplo: As tropas americanas assumem o comando e derrotam o


Iraque.

e) O fato acontece no futuro.

Exemplo: Amanhã eu faço o jantar.

Pretérito
O pretérito se refere a fatos passados, conforme o momento em que
falamos. Ele pode ser: perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.

Pretérito Perfeito
O pretérito perfeito se refere a um fato ocorrido em época passada e
já concluído antes do momento em que se fala.
Exemplos: Joana soube do casamento de Ana e João.
Li um livro em inglês.

Observação: O pretérito perfeito em sua forma composta (pretérito


perfeito composto) expressa, normalmente, a repetição ou a
continuidade de um fato.
Exemplos: Tenho ido a bons restaurantes.
Luiza tem viajado nos últimos meses.

Pretérito Imperfeito
O pretérito imperfeito se refere ao seguinte:
a) O fato se realizou, mas não se concluiu, ou o fato apresenta
determinada duração.
Exemplos: Ele se tratava naquele hospital antes de falecer.
As negociações aconteciam sem que João percebesse.
b) O fato acontecia no momento em que sobreveio outro (ações
simultâneas).

Exemplo: João estudava na biblioteca, quando Mariana chegou.

c) O fato é uma ação passada habitual ou repetida.


Exemplo: Sempre que eu tossia, ele espirrava.

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Pretérito Mais-Que-Perfeito
O pretérito mais-que-perfeito se refere a um fato anterior a outro fato
que também é passado.
Exemplo: Quando cheguei ao aeroporto, o avião já decolara.
Observação: O pretérito mais-que-perfeito em sua forma composta
(pretérito mais-que-perfeito composto) é o modo mais usual de
usarmos este tipo de pretérito. Vale observar que a forma simples
está em desuso.
Exemplo: Quando cheguei ao aeroporto, o avião já tinha decolado.

Futuro
O futuro pode ser: do presente ou do pretérito.

Futuro do Presente
O futuro do presente se refere a um fato que se realizará em um
momento posterior ao presente. Também pode se referir a uma
afirmação com valor de certeza.
Exemplos: Pouparei metade do meu salário após ganhar o aumento.
De todas as noivas de Brasília, você será a mais linda.

Observação 1: O futuro do presente em sua forma composta (futuro


do presente composto) pode expressar: futuro acontecimento de um
fato que se iniciou no momento presente; fato futuro que terá sido
concluído antes de outro, também no futuro; ou incerteza a respeito
de fatos passados.
Exemplos: Até você chegar, terei arrumado a mesa para o jantar.
Ano que vem, quando você voltar, eu já terei comprado meu
apartamento.
Terá Ana conhecido sua mãe?
Observação 2: O futuro do presente pode ser empregado com valor
de imperativo ou para indicar a incerteza sobre fatos presentes.
Exemplos: Honrarás (igual a honre) tua família.
Naquela cidade acontecerá umas festas religiosas.

Futuro do Pretérito
O futuro do pretérito se refere ao seguinte:
a) O fato é posterior em relação a outro já ocorrido.

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Exemplo: João disse à Ana que teriam dinheiro para viajar.

b) O fato não chegou a acontecer.

Exemplo: Eu ganharia a medalha, mas Joana passou na frente.

c) O fato é incerto.

Exemplo: Os policiais atiraram balas que seriam de borracha.

d) O fato é uma hipótese em relação a uma condição.

Exemplo: Se você tivesse poupado seu dinheiro, não pagaria mais


aluguel.

e) Polidez.

Exemplo: Você poderia me dar uma ajuda?

Observação: O futuro do pretérito em sua forma composta pode ser


empregado nos três primeiros casos acima.
Exemplo: Eu teria conquistado a medalha, mas fiquei doente.

TEMPOS DO SUBJUNTIVO

Presente
O presente do subjuntivo enuncia o fato como hipótese, dúvida,
desejo, probabilidade, suposição.
Exemplos: Espero que passem no concurso de analista.
Talvez Joana te dê o presente de aniversário.
Deus te proteja!
Largue o emprego e verás as consequências.

Pretérito Imperfeito
O pretérito imperfeito do subjuntivo apresenta um fato passado,
porém posterior e dependente de outra ação passada. Como o
presente do subjuntivo, também indica suposição, probabilidade,
hipótese, condição.
Exemplos: Marina receou que eu desistisse da viagem.
Joana duvidava que Pedro fizesse o trabalho.

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Se eu pudesse, faria a viagem.
Oxalá me escutasse.

Futuro
O futuro do subjuntivo apresenta um fato que ainda acontecerá, mas
que é dependente (condicional, temporal ou conformativo) de outra
ação também futura.
Exemplos: Quando vendermos todas as joias, estaremos ricos.
Se for necessário, venderemos a casa.
Quando ele comprar a casa, faremos uma festa.
Se ele vier a tempo, tomaremos o vinho.

Observação 1: O futuro do subjuntivo pode ser empregado em sua


forma composta.
Exemplos: Quando eu tiver comprado a nova casa, darei muitas festas.
Conversarei com os alunos que não tiverem entendido a
matéria.

Observação 2: Temos também o pretérito perfeito composto do


subjuntivo, que é formado pelo presente do subjuntivo mais o
particípio de um verbo. Ele indica uma hipótese ou um desejo em
relação a outro fato situado no futuro.
Exemplo: Eu duvido que Joana tenha ido ao casamento.

Observação 3: Temos também o pretérito mais-que-perfeito


composto do subjuntivo, que é formado pelo pretérito imperfeito do
subjuntivo mais o particípio de um verbo. Ele indica uma hipótese no
passado em relação a outro fato hipotético também no passado.
Exemplo: Eu pensei o que teria acontecido se Joana tivesse chegado.

Ainda nesta aula, estudaremos melhor os tempos compostos.

Veja, logo em seguida, uma questão que trata do assunto de


modos e tempos verbais.

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Questão – (FCC) Advogado – Sabesp/2014
(Adaptada)

O conceito de desenvolvimento sustentável evoluiu ao longo do


tempo e incorporou, para além do capital natural, também
aspectos de desenvolvimento humano. Desta forma é possível
distinguir três dimensões do Desenvolvimento Sustentável
(AYUSO e FULLANA, 2002):
− Sustentabilidade ambiental: deve garantir que o
desenvolvimento seja compatível com a manutenção dos
processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos
recursos naturais;
− Sustentabilidade econômica: deve garantir que o
desenvolvimento seja economicamente eficiente, beneficie
todos os agentes de uma região afetada e os recursos sejam
geridos de maneira que se conservem para as gerações
futuras;
− Sustentabilidade social e cultural: deve garantir que o
desenvolvimento sustentável aumente o controle dos indivíduos
sobre suas vidas, seja compatível com a cultura e os valores
das pessoas, e mantenha e reforce a identidade das
comunidades.
Atualmente, também se associa o Desenvolvimento Sustentável
ou Sustentabilidade à responsabilidade social. Responsabilidade
social é a forma ética e responsável pela qual a Empresa
desenvolve todas as suas ações, políticas, práticas e atitudes,
tanto com a comunidade quanto com o seu corpo funcional.
Enfim, com o ambiente interno e externo à Organização e com
todos os agentes interessados no processo.
Assim, as definições de Educação Ambiental são abrangentes e
refletem a história do pensamento e visões sobre educação,
meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade
na cultura empresarial, por meio das ações e projetos de
Educação Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.
(Adaptado de: Guia de Educação Ambiental. Programa de Educação
Ambiental − PEA Sabesp, p. 23-4.
http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=176)

“É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade


na cultura empresarial, por meio das ações e projetos de
Educação Ambiental esteja alinhada a esses conceitos” (último
parágrafo do texto)

O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o


verbo grifado na frase acima está em:

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a) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...
b) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...
c) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...
d) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento
humano.
e) ... e reforce a identidade das comunidades.

Comentários
Esta questão trata do emprego dos modos e dos tempos
verbais. O comando solicita que o aluno analise as alternativas
e marque aquela que apresenta uma forma verbal que esteja
no mesmo tempo e modo que o verbo grifado na sentença
dada.
A primeira coisa que temos que fazer é verificar em qual tempo
e modo se encontra a forma verbal grifada no enunciado
(esteja). Ao fazermos essa análise, percebemos que a sentença
que contém essa forma verbal expressa um sentido de
hipótese, ou seja, não é uma frase que expressa um fato certo
de acontecer.
Vimos que o modo indicativo expressa atitude de certeza e que
o modo subjuntivo indica atitude de dúvida, de desejo, de
hipótese. Estudamos também que o tempo presente do modo
subjuntivo enuncia o fato como hipótese, dúvida, desejo,
probabilidade, suposição.
Assim, identificamos que a forma verbal esteja está no
presente do subjuntivo.
Vamos examinar as alternativas?
a) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...
Nesta alternativa, o verbo está no presente do indicativo.

b) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...


Nesta alternativa, o verbo está no presente do indicativo.

c) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...


Nesta alternativa, o verbo está no presente do indicativo.

d) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento


humano.
Nesta alternativa, o verbo está no pretérito perfeito do
indicativo.

e) ... e reforce a identidade das comunidades.


Nesta alternativa, o verbo está no presente do
subjuntivo. Esta é a resposta da questão.
Gabarito: E

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4. Locuções Verbais

As locuções verbais são combinações de verbos (ligados ou não por


preposição) que formam uma unidade que denota ideias, geralmente,
não indicadas pelos tempos simples e compostos (formados com os
verbos auxiliares ter e haver).
Para a formação de uma locução verbal (também conhecida como
perífrase verbal), usaremos combinações, de forma que um dos
verbos fique fixo no infinitivo, gerúndio ou particípio (verbo
principal) e o outro se flexione em modo, tempo e número (verbo
auxiliar). Vários verbos podem ser usados como auxiliar, mas estes
são os mais comuns: ser, estar, ficar, ter, haver, ir, parecer, etc.

Vamos estudar, agora, alguns exemplos de locução verbal.


Verbo auxiliar SER + PARTICÍPIO: As mulheres foram penteadas
pelo João.
Verbo auxiliar ESTAR + PARTICÍPIO: A mulher está cercada pelos
familiares.
Verbo auxiliar TER + PREPOSIÇÃO + INFINITIVO: A mulher tem
de ser acompanhada pelo médico.
Verbo auxiliar COMEÇAR (ENTRAR, PASSAR) + A + INFINITIVO:
A mulher começou a chorar compulsivamente.
Verbo auxiliar ANDAR (ESTAR, FICAR, IR, VIR) + GERÚNDIO: A
mulher está comprando uma casa nova.
Verbo auxiliar DEVER + INFINITIVO: A mulher não deve chorar
compulsivamente.
Verbo auxiliar ACABAR (DEIXAR, PARAR) + DE + INFINITIVO: A
mulher acabou de falar há dois minutos.
Verbo auxiliar HAVER + DE + INFINITIVO: Pedro há de escutar os
gritos.
Verbo auxiliar IR + GERÚNDIO: É importante que você vá mexendo
o caldo pouco a pouco.
Verbo auxiliar IR + INFINITIVO: Não vá embora agora, Maria vai
fritar umas batatas.

ATENÇÃO! Muitas vezes, a reunião de dois verbos não forma uma


locução verbal ou um tempo composto. Podemos ter, em vez disso,
por exemplo, orações reduzidas de infinitivo. Mas isso é tema da Aula
06, na qual estudaremos as orações.

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Exemplos: Ainda falta comer as batatas. (duas orações=dois verbos)
Ele deve comer as batatas. (locução verbal)

A questão que vamos ver aborda um pouco do que foi


estudado acima.

Questão – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2014
(Adaptada)
A prefeitura municipal, através da Secretaria de Assistência
Social, promove a Campanha Imposto de Renda Solidário,
projeto cujo objetivo é, através de doação do imposto de renda
devido, ajudar a financiar projetos de defesa e promoção dos
direitos de crianças e adolescentes de Chapadão do Sul.
A ideia é que todos que queiram participar direcionem parte do
valor devido ao Fundo Municipal dos Direitos da Infância e
Adolescência (FMDCA) e assim participem da Campanha. A
doação, estabelecida pela Lei n. 8.069/90, é simples, não traz
ônus a quem colabora e os valores doados são abatidos do
imposto de renda devido.
O valor destinado ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, respeitados os limites legais, é integralmente
deduzido do IR devido na declaração anual ou acrescido ao IR a
restituir. Quem quiser contribuir deve procurar um escritório de
contabilidade e solicitar que seu imposto de renda seja
destinado ao FMDCA de Chapadão do Sul.
A doação pode ser dirigida a um projeto de escolha do doador,
desde que esteja inscrito no CMDCA-Conselho Municipal de
Direitos da Criança e do Adolescente, que analisará e aprovará
o repasse do recurso e posteriormente fiscalizará sua execução.
(Adaptado de: <http://www.ocorreionews.com.br>. Acesso em: 19
mar. 2014.)

No desenvolvimento da argumentação do texto, o modo e


tempo verbais são usados para indicar uma
possibilidade, uma hipótese em (expressões sublinhadas no
texto)

a) “ajudar a financiar”
b) “queiram participar”
c) “são abatidos”
d) “deve procurar”
e) “analisará e aprovará”

Comentários
Esta questão trata do emprego de locuções verbais, dos
modos e dos tempos verbais. O comando solicita que o
aluno analise as alternativas e marque aquela que apresenta
uma forma verbal que expresse possibilidade, hipótese.

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Observe que, entre as alternativas, há locução verbal e voz
passiva (estudaremos ainda nesta aula). Mas, você só precisa
saber os conceitos de modo e tempo verbal para resolver esta
questão.
Aprendemos que o modo subjuntivo é aquele que indica
atitude de dúvida, de desejo, de hipótese, não é mesmo?
Dessa forma, fica muito fácil resolver a questão, pois a única
alternativa que possui forma verbal (no caso, locução verbal no
presente do subjuntivo) no modo subjuntivo é a alternativa b –
“queiram participar”.
Gabarito: B

4.1 Tempos Compostos

Como já vimos, tempo composto é o tempo formado por um verbo


flexionado (auxiliar) e por outro no particípio (principal). Os auxiliares
são TER e HAVER.
Para facilitar, vou reunir, aqui, os tempos compostos que já
estudamos anteriormente nesta aula.

Modo indicativo
Pretérito perfeito composto: presente do indicativo (auxiliar) +
particípio (principal). Expressa, normalmente, a repetição ou a
continuidade de um fato.
Exemplo: Ele tem caminhado no parque.

Pretérito mais-que-perfeito composto: pretérito imperfeito do


indicativo (auxiliar) + particípio (principal). Ele se refere a um fato
anterior a outro fato que também é passado.
Exemplo: Ele tinha caminhado no parque.

Futuro do presente composto: futuro do presente do indicativo


(auxiliar) + particípio (principal). Ele indica futuro acontecimento de
um fato que se iniciou no momento presente, fato futuro que terá sido
concluído antes de outro, também no futuro, ou incerteza a respeito
de fatos passados.
Exemplo: Ele terá comprado um casaco novo.

Futuro do pretérito composto: futuro do pretérito do indicativo


(auxiliar) + particípio (principal). Ele se refere a fato posterior em
relação a outro já ocorrido, a fato que não chegou a acontecer ou a

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fato incerto.
Exemplo: Ele teria comprado um casaco novo.

Modo subjuntivo
Pretérito perfeito composto do subjuntivo: presente do
subjuntivo (auxiliar) + particípio (principal). Ele indica uma hipótese
ou um desejo em relação a outro fato situado no futuro.
Exemplo: Eu duvido que ele tenha caminhado no parque.

Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo: pretérito


imperfeito do subjuntivo (auxiliar) + particípio (principal). Ele indica
uma hipótese no passado em relação a outro fato hipotético também
no passado.
Exemplo: Eu imaginei o que teria acontecido se ele tivesse caminhado no
parque.

Futuro composto do subjuntivo: futuro do subjuntivo (auxiliar) +


particípio (principal). Ele apresenta um fato que ainda acontecerá,
mas que é dependente (condicional, temporal ou conformativo) de
outra ação também futura.
Exemplo: Quando ele tiver comprado um casaco novo, eu também
comprarei um.

Formas nominais
Infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal (auxiliar) +
particípio (principal). Ele enuncia a ação, o estado, o fato ou o
fenômeno de modo vago ou indefinido.

Gerúndio composto: gerúndio (auxiliar) + particípio (principal). Ele


indica a ação em processo.

Vamos ver uma questão sobre tempos compostos?

Questão – (CESPE) Cargos de Nível Superior –


INCA/2010
(Adaptada)

Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao


longo da história tem sido seu constante anseio de buscar

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novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos, investigar
possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o
conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos
dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,
este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças
impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e
incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes
atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu
insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar
em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem
depara-se com seus limites. [...]

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José


E. Assad (Coord.).
Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185
(com adaptações).

Julgue o seguinte item.


Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem como
a coerência de sua argumentação, se, em lugar de “tem sido”
(expressão em negrito no texto), fosse usada a forma verbal é;
no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter
contínuo e constante dos aspectos mencionados.

Comentários
Esta questão trata do emprego de tempos compostos. Para
resolver esta questão é necessário que o aluno analise a
afirmativa e julgue a troca da forma verbal tem sido pela forma
é.
Observe que a forma verbal tem sido se encontra no pretérito
perfeito composto do indicativo. O que aprendemos sobre esse
tempo verbal? O pretérito perfeito composto indica um
fato passado repetido ou que se prolonga até o presente.
Por sua vez, a forma verbal é está no presente do indicativo, o
qual expressa, principalmente, um fato como atual, simultâneo
ao ato enunciado.
Veja a sentença reescrita:
“Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao
longo da história é seu constante anseio de buscar novas
perspectivas, abrir horizontes desconhecidos, investigar
possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o
conhecimento.”
Ao analisarmos a substituição proposta, notamos que não há
qualquer problema na correção gramatical. Vemos, entretanto,
que houve mudança no sentido, pois a opção empregada no
texto ressalta o caráter contínuo e constante dos aspectos
mencionados, fato que não acontece com o emprego do
presente do indicativo.
Gabarito: CERTA

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5. Tempos Primitivos e Derivados

Tempos primitivos são aqueles que dão origem a outros tempos, ou


seja, é por meio deles que se formam os tempos derivados. Temos
dois tempos primitivos e uma forma nominal que dão origem aos
outros tempos e formas nominais.
Vamos ver esses tempos primitivos e os seus derivados?
Presente do indicativo
A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo forma todo o
presente do subjuntivo. Por sua vez, o presente do subjuntivo forma
todo o imperativo negativo e parte do imperativo afirmativo (você,
nós, vocês).
Exemplo: verbo andar

presente do indicativo presente do subjuntivo


ando ande
andamos andes
anda ande
andamos andemos
andais andeis
andam andem

A 2ª pessoa do singular do presente do indicativo forma parte do


imperativo afirmativo (tu sem a letra s).
A 2ª pessoa do plural do presente do indicativo forma parte do
imperativo afirmativo (vós sem a letra s).

Pretérito perfeito do indicativo


A 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo forma o
pretérito mais-que-perfeito do indicativo, o pretérito imperfeito do
subjuntivo e o futuro do subjuntivo.
Exemplo: verbo andar

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pretérito perfeito do pretérito mais-que-
indicativo perfeito do indicativo
andara
andaras
andara
andáramos
andáreis
3ª p.p. - andaram andaram

pretérito perfeito do pretérito imperfeito do


indicativo subjuntivo
andasse
andasses
andasse
andássemos
andásseis
3ª p.p. - andaram andassem

pretérito perfeito do
futuro do subjuntivo
indicativo
andar
andares
andar
andarmos
andardes
3ª p.p. - andaram andarem

Infinitivo impessoal
O infinitivo impessoal forma o futuro do presente do indicativo, o
futuro do pretérito do indicativo, o pretérito imperfeito do indicativo, o
infinitivo pessoal, o gerúndio e o particípio.
Exemplo: verbo andar

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pretérito imperfeito do
infinitivo impessoal
indicativo
andar andava
andavas
andava
andávamos
andáveis
andavam

futuro do presente do
infinitivo impessoal
indicativo
andar andarei
andarás
andará
andaremos
andareis
andarão

futuro do pretérito do
infinitivo impessoal
indicativo
andar andaria
andarias
andaria
andaríamos
andaríeis
andariam

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infinitivo impessoal infinitivo pessoal
andar andar
andares
andar
andarmos
andardes
andarem

infinitivo impessoal particípio


andar andado

infinitivo impessoal gerúndio


andar andando

Formação do imperativo afirmativo


As pessoas TU e VÓS se originam do presente do indicativo sem o s
final. Por sua vez, as outras pessoas se formam com base no presente
do subjuntivo.
Exemplo: verbo andar

presente do indicativo imperativo afirmativo


____
andas anda

andai

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presente do subjuntivo imperativo afirmativo
____

ande ande
andemos andemos
andeis
andem andem

Formação do imperativo negativo


É o presente do subjuntivo antecedido da palavra não.
Exemplo: verbo andar

presente do subjuntivo imperativo negativo


____
andes não andes
ande não ande
andemos não andemos
andeis não andeis
andem não andem

6. Conjugação Verbal

Conjugar um verbo é colocá-lo em todas as modificações que


expressam o modo, o tempo, a pessoa e a voz. A Conjugação
Verbal é formada por radical mais as características modais e
temporais e, ainda, as desinências.
Geralmente, as bancas cobram, nos concursos, a conjugação de
algum verbo regular mais difícil, pouco utilizado no cotidiano do
candidato. Além disso, elas gostam de cobrar verbos irregulares,
anômalos, defectivos, etc.
Vamos, então, ver as conjugações de verbos regulares, que servirão
de modelo para auxiliar você a conjugar algum outro verbo regular
mais difícil. Assim, para conjugar esse verbo mais difícil, basta
adequar seu radical às terminações da respectiva conjugação.

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Vamos usar os seguintes verbos: 1ª conjugação – cantar (tema a),
2ª conjugação – mover (tema e) e 3ª conjugação – partir (tema i).
Você fará o seguinte: retire as terminações ar, er e ir; logo após,
você deve pegar o radical e colocar as desinências.
Exemplo de verbo regular (comum) no presente do indicativo:
verbo cantar - radical CANT + desinências (o, as , a, amos, ais, am)
= canto, cantas, canta, cantamos, cantais, cantam.
Exemplo de verbo regular (menos comum no dia a dia) no
presente do indicativo: verbo consumar - radical CONSUM +
desinências (o, as, a, amos, ais, am) = consumo, consumas,
consuma, consumamos, consumais, consumam.
Com base nesses exemplos, você pode usar o método para todas as
três conjugações. Outra dica é examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo
constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), como por exemplo:
• verbos repor, depor, supor, dispor e propor, que derivam de
pôr;
• verbos conter, reter, deter e manter, que derivam de ter;
• verbos convir, provir, advir e intervir, que derivam de vir.

Atenção! Observe os verbos seguintes.


a) O verbo requerer não é derivado do verbo querer. Veja: no
presente do indicativo, conjugamos - requeiro, requeres,
requer, requeremos, requereis, requerem e no presente do
subjuntivo, conjugamos - requeira, requeiras, requeira,
requeiramos, requeirais, requeiram.

b) O verbo precaver-se não é derivado do verbo ver. Ele é


defectivo. No presente do indicativo, apenas se conjuga na 1ª
pessoa e na 2ª pessoa do plural (precavemos, precaveis). Dessa
forma, por não existir a 1ª pessoa do singular do presente do
indicativo, também não existe o presente do subjuntivo.

c) O verbo reaver é derivado do verbo haver, porém somente se


conjuga se existir a letra “v” na conjugação do haver. Assim, no
presente do indicativo, só existem as formas da 1ª pessoa e da
2ª pessoa do plural (reavemos, reaveis). Por ele não ter a 1ª
pessoa do singular do presente do indicativo, não possui
presente do subjuntivo. No pretérito perfeito, conjugamos:
reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram.

d) O verbo prover não é derivado do verbo ver, apesar de


possuírem a mesma forma na 1ª pessoa do singular do presente

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do indicativo e do subjuntivo. Veja: no presente do indicativo,
conjugamos - provejo, provês, provê, provemos, provedes,
proveem; no pretérito perfeito do indicativo: provi, proveste,
proveu, provemos, provestes, proveram e no presente do
subjuntivo, conjugamos - proveja, provejas, proveja,
provejamos, provejais, provejam.
Mas, e os verbos irregulares? Eles são realmente um problema, por
isso, aconselho, em suas leituras, observar os verbos e como estão
conjugados. Isso ajuda na memorização de verbos conhecidos ou não,
pois os conhecidos também geram muitas dúvidas na hora da prova,
não é mesmo?
Preste atenção em verbos como ser, estar, ter, haver, pedir,
caber, trazer. Também em verbos terminados nos hiatos “air”,
“oer”, “uir” (possuir, cair, abstrair, contrair, moer, roer, doer,
restituir, constituir, concluir, distribuir, etc.). Nesses verbos, a
pegadinha pode recair em formas erradas como: possue, restitue,
constitue, móe, etc. Observe que as formas corretas são as que
empregam a desinência i (segunda e terceira conjugações): possui,
restitui, constitui, mói, etc.
O verbo “viger” é defectivo. Ele não apresenta, no presente do
indicativo, a 1ª pessoa do singular. Portanto, não temos também o
presente do subjuntivo e o imperativo.
Outros verbos importantes: verbos terminados no hiato “ear”
(nortear, manusear, homenagear, passear, saborear, pleitear,
sortear, arrear, pentear, etc). Tenha muito cuidado, pois esses verbos
intercalam um “i” em sua desinência em algumas formas rizotônicas
(motivos fonéticos). Como exemplo, veja o verbo pentear: eu
penteio, tu penteias, ele penteia, nós penteamos, vós penteais, eles
penteiam.
Alguns verbos como mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar
e intermediar também costumam causar certa confusão. Isso
porque eles possuem um “e” eufônico intercalado nas formas
rizotônicas. Como exemplo, veja o verbo mediar: eu medeio, tu
medeias, ele medeia, nós mediamos, vós mediais, eles medeiam.
Não podemos nos esquecer dos verbos terminados nos hiatos
“oar” e “uar” (abençoar, amaldiçoar, perdoar, efetuar, continuar,
tatuar, etc). Atenção com o presente do subjuntivo: perdoe, perdoes,
perdoe, perdoemos, perdoeis, perdoem.
As bancas examinadoras também costumam explorar, nas questões,
os verbos vir e ver no futuro do subjuntivo. Observe:

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ver vir
vir vier
vires vieres
vir vier
virmos viermos
virdes vierdes
virem vierem

Quanto aos verbos construir (radical - constru) e destruir


(radical - destru), classificamo-nos como verbos abundantes.
Isso porque, além da forma regular de conjugação (a qual se equivale
à do verbo possuir: construo, construis, construi, construímos,
construís, construem), ainda possui a conjugação irregular, na qual a
2ª pessoa e 3ª pessoa do singular do presente do indicativo
apresentam o ditongo aberto “ói". Observe: construo, constróis,
constrói, construímos, construís, constroem – de maneira semelhante
aos verbos terminados em “oer”.
Por fim, quero chamar a sua atenção para alguns verbos que
possuem diferenças gráficas e fonéticas em suas conjugações.
Dessa forma, perceba o seguinte:

a) Verbos terminados em “car” (ficar, abarcar, clinicar, dedicar,


emboscar, etc.): trocamos o “c” por “qu” antes da letra “e”
(fiquei, abarquemos, clinique, dediqueis, embosquem, etc.).
b) Verbos terminados em “gar” (abrigar, afagar, advogar,
comungar, achegar, chegar, etc.): colocamos a letra “u” antes
da letra “e” (abrigue, afaguemos, adogue, comungues,
achegueis, cheguem, etc.).
c) Verbos terminados em “çar” (abraçar, disfarçar, adoçar,
bagunçar, caçar, desembaçar, etc.): retiramos a “ç” antes da
letra “e” (abrace, disfarcem, adoces, baguncemos, cace,
desembaceis, etc.).
d) Verbos terminados em “ger” (proteger, reger, eleger, ranger,
etc.): alteramos a letra “g” pela letra “j” antes das letras “o” e
“a” (protejo, reja, elejam, ranjamos, etc.).
e) Verbos terminados em “gir” (divergir, erigir, inflingir, fugir,
etc.): alteramos a letra “g” pela letra “j” antes das letras “o” e
“a” (divirjo, erija, inflinjam, fujamos, etc.).
f) Verbos “pedir”, “impedir”, “expedir”, “despedir”, “medir”:
alteramos a letra “d” por “ç” antes das letras “o” e “a” (peça,
impeçamos, expeça, despeçam, meçamos, etc.).
g) Verbos terminados em “ingir” (fingir, cingir, constringir, tingir,

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etc.): alteramos a letra “g” pela letra “j” antes das letras “o” e
“a” (finjir, cinja, constinjamos, tinjam, etc.).
h) Verbos “doer” e “prazer”: só possuem a conjugação na 3ª
pessoa (dói, doem, prazia, praziam, etc.).
i) Verbo “perder”: alteramos a letra “d” pela letra “c” antes das
letras “o” e “a” (perco, perca, percais, percam, etc.).
j) Verbo “dizer” e derivados (contradizer, predizer, maldizer,
desdizer, etc.): mudamos a letra “z” pela letra “g” antes das
letras “o” e “a” (digo, digas, digamos, digam, etc.). Além disso,
o verbo “dizer” aceita as formas “dize” e “diz” para a 2ª pessoa
do singular do imperativo afirmativo.
k) Verbo “valer”: alteramos a letra “l” pelo dígrafo “lh” antes das
letras “o” e “a” (valho, valha, valhais, valhamos, etc.).
l) Os verbos averiguar, enxaguar, aguar, apaniguar, apaziguar,
apropinguar, desaguar e obliquar, após o Acordo Ortográfico
(visto na Aula 02), apresentam duas formas, ambas corretas,
de conjugação. Qualquer dúvida em relação a isso, volte à Aula
02.

Para facilitar a memorização, veja um resumo das desinências.


Modo indicativo
Presente: o, as, a, amos, ais, am
o, es, e, emos, eis, em
o, es, e, imos, is, em

Pretérito perfeito: ei, aste, ou, amos, astes, aram


i, este, eu, emos, estes, eram
i, este, iu, imos, istes, iram

Pretérito imperfeito: ava, avas, ava, ávamos, áveis, avam


ia, ias, ia, iamos, ieis, iam
ia, ias, ia, iamos, ieis, iam

Pretérito mais-que-perfeito: ara, aras, ara, áramos, áreis, aram


era, eras, era, êramos, êreis, eram
ira, iras, ira, iramos, ireis, iram

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Futuro do presente: arei, arás, ará, aremos, areis, arão
erei, erás, erá, eremos, ereis, erão
irei, irás, irá, iremos, ireis, irão

Futuro do pretérito: aria, arias, aria, aríamos, aríeis, ariam


eria, erias, eria, eríamos, eríeis, eriam
iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam

Modo subjuntivo
Presente: e, es, e, emos, eis, em
a, as, a, amos, ais, am
a, as, a, amos, ais, AM

Pretérito imperfeito: asse, asses, asse, assemos, asseis, assem


esse, esses, esse, êssemos, êsseis, essem
isse, isses, isse, íssemos, ísseis, issem

Futuro: ar, ares, ar, armos, ardes, arem


er, eres, er, ermos, erdes, erem
ir, ires, ir, irmos, irdes, irem

Imperativo
Afirmativo: -, a, e, emos, ai, em
-, e, a, amos, ei, am
-, e, a, amos, i, AM

Negativo: -, es, e, emos, eis, em


-, as, a, amos, ais, am
-, as, a, amos, ais, am

Formas nominais
Infinitivo não flexionado: ar, er, ir

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Infinitivo flexionado: ar, ares, ar, armos, ardes, arem
er, eres, er, ermos, erdes, erem
ir, ires, ir, irmos, irdes, irem

Gerúndio: ando, endo, indo

Particípio: ado, ido, ido

A seguir, veremos uma questão que trata desse assunto.

Questão – (FGV) Consultor de Orçamentos – Senado


Federal/2008
(Adaptada)
Observe as formas verbais, corretamente flexionadas, do
verbo “intervier”: interviesse e interveio. Assinale a
alternativa em que não haja correspondência entre as
formas verbais:
a) ver - vir
b) remediar - remedeie
c) adequar - adéquo
d) reaver - reavejo
e) maquiar - maquio

Comentários
Temos, aqui, uma questão comum em provas da banca FGV. A
banca apresenta formas verbais conjugadas de maneira correta
e questiona qual a alternativa que possui outras formas verbais
que não foram conjugadas corretamente.
Em primeiro lugar, notamos que as formas verbais
apresentadas, no comando, do verbo intervier: interviesse e
interveio são apenas um dado a mais, em nada interfere
na resolução da questão.
Dessa forma, precisamos analisar as opções propostas pela
banca FGV. Cada alternativa contém o infinitivo impessoal
de um verbo e uma forma conjugada dele. Vamos lá?

a) ver e forma vir. Na teoria estudada, foi comentado que o


verbo ver é tema recorrente em provas de concurso, por causa
da confusão que ele gera no futuro do subjuntivo. A forma vir
é a correta para a 1ª pessoa e a 3ª pessoa do futuro do
subjuntivo. Se você ainda tem alguma dúvida, sugiro que
reveja o quadrinho dos verbos ver e vir apresentado nesta aula.
b) remediar e forma remedeie. Vimos que o verbo remediar
pertence a um grupo de verbos (mediar, ansiar,
incendiar, intermediar, odiar) muito “perigosos”, porque

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possui a letra “e” intercalada nas formas rizotônicas (por
causa de aspecto eufônico). Assim, a forma apresentada
está correta.
c) adequar e forma adéquo. O verbo adequar é um assunto
complicado. Em geral, ele é considerado, por muitos
gramáticos, um verbo defectivo, ou seja, com falhas na
conjugação do presente do indicativo (conjugação
somente nas formas arrizotônicas “adequamos” e
“adequais”). Assim, o verbo não possuirá, também, todo o
presente do subjuntivo, todo o imperativo negativo e parte do
imperativo afirmativo, conforme visto na teoria sobre tempos
primitivos e tempos derivados.
Porém, outros gramáticos já admitem a conjugação do
verbo “adequar” de forma completa: eu adéquo, tu
adéquas, ele adéqua, nós adequamos, vós adequais, eles
adéquam.
Sob o último aspecto, percebe-se que a alternativa está correta
e foi, assim, considerada pela banca. Portanto, percebemos a
posição da banca FGV em relação ao assunto. O problema é
que nem todas as bancas comungam da mesma opinião. Sobre
isso, cito a banca CESPE, que considerou errada uma questão
com a forma “adéquam” em um concurso realizado em 2012.
d) reaver e forma reavejo. Conforme vimos, temos que ter
bastante atenção com o verbo reaver, pois, também, sempre
aparece nas provas. Ele é derivado do verbo haver, porém
somente se conjuga se existir a letra “v” na conjugação
do haver. Dessa maneira, no presente do indicativo, só
existem as formas da 1ª pessoa e da 2ª pessoa do plural
(reavemos, reaveis). Por ele não ter a 1ª pessoa do singular do
presente do indicativo, não possui presente do subjuntivo.
Percebemos que a alternativa trouxe justamente uma das
formas inexistentes, a 1ª pessoa do singular do presente do
indicativo. Esta á a resposta da questão.
e) maquiar e forma maquio. O verbo maquiar também gera
dúvidas, pois é comumente considerado como irregular pelos
alunos. Mas, ele é regular e possui conjugação similar ao
verbo copiar (copio), por exemplo. Desse modo, o verbo
maquiar não pertence ao grupo de verbos - mediar, ansiar,
incendiar, intermediar, odiar, remediar (tema da alternativa
b).
Gabarito: D

7. Correlação Verbal

A correlação verbal é a conexão existente entre os verbos


(formas verbais) no período. Desse modo, os verbos
determinam uma correspondência, ou seja, uma relação
harmoniosa, entre si. Ela é a responsável por originar enunciados
mais precisos e inteligíveis.

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Nesse contexto, é necessário perceber que existem os verbos
independentes (empregados nos tempos primitivos e no modo
imperativo), que não necessitam (mas podem) relacionar-se com
outros verbos para existirem corretamente num período. Assim, são
independentes o presente do indicativo, o pretérito perfeito do
indicativo e o modo imperativo.
É por causa de uma correlação verbal mal articulada que vemos
algumas frases com problemas em sua estrutura, de forma que não
conseguem transmitir coerência, clareza, precisão e objetividade, ou
seja, não apresentam os aspectos básicos da textualidade.
Em seguida, apresento alguns casos de formas verbais que se
relacionam de modo lógico e harmônico entre si. Temos, então, que
prestar bastante atenção nas conexões entre os tempos e modos
verbais, ou seja, na correlação verbal.
a) Presente do indicativo + pretérito perfeito composto do
subjuntivo:
Exemplo: Acredito que João tenha dito tudo a Francisco.
b) Presente do indicativo + presente do subjuntivo:
Exemplo: Peço-te que me estendas a tua mão.
c) Pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do
subjuntivo:
Exemplo: Pedi-te que me estendesses a mão.
d) Pretérito imperfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito
composto do subjuntivo:
Exemplo: Ana queria que João tivesse dito tudo a Francisco.
e) Futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:
Exemplo: Quando Ana disser tudo a João, Francisco ficará triste.
f) Futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do
indicativo:
Exemplo: Quando Ana disser tudo a João, Francisco já terá ficado
triste.
g) Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do
pretérito composto do indicativo:
Exemplo: Se Ana tivesse dito tudo a João, Francisco teria ficado
triste.
h) Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do
pretérito do indicativo:
Exemplo: Se Ana tivesse dito tudo a João, Francisco ficaria triste.

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i) Pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do


indicativo:
Exemplo: Se Ana dissesse tudo a João, Francisco ficaria triste.

Analisaremos, a seguir, uma questão sobre correlação verbal.

Questão – (FCC) Analista Judiciário – Área


Administrativa – TRT – 2ª Região (SP)/2014

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma


discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de
gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”.
A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo
possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra
de colégio.” Questão de gosto.
Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa
razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da
reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da
mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos
conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta
engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar.
Afinal, gosto não se discute.
Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio
vale a palavra, a ausência vale a presença - tudo se relativiza
ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que tudo
dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma
definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho
numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em
sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a
servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas
ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as
nossas contradições.
(Emiliano Barreira, inédito)

Está plenamente adequada a correlação entre tempos e


modos verbais em:
a) Se alguém apelasse para a tal “questão de gosto”,
dificilmente nós, reputados polemistas, haveremos de
concordar.
b) Seria necessário que todos gostassem das fórmulas
ditatoriais do gosto para que se impeça um debate calcado em
princípios argumentativos.
c) Caso um de nós a tome em sentido absoluto, a questão de
gosto acabará por impedir que debatamos com alguma
seriedade.

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d) Caso sejam levadas a sério, suas ponderações teriam
soterrado as tais razões de gosto que alegassem os seus
interlocutores.
e) Somente nos restaria engolir em seco, se admitirmos que a
tal da questão de gosto tivesse alguma relevância.

Comentários
Esta questão explora o assunto correlação verbal. O
enunciado questiona qual alternativa apresenta a sentença
plenamente adequada em relação à correlação entre tempos e
modos verbais.
Vamos ver as alternativas?
a) Se alguém apelasse para a tal “questão de gosto”,
dificilmente nós, reputados polemistas, haveremos de
concordar.
Nesta alternativa, empregaram-se o pretérito imperfeito do
subjuntivo e o futuro do presente do indicativo.
Observe que a sentença está com sua textualidade
comprometida. Uma proposta é usarmos o futuro do pretérito
do indicativo no lugar do futuro do presente do indicativo. Veja
como a frase fica com a devida correlação verbal:
Se alguém apelasse para a tal “questão de gosto”, dificilmente
nós, reputados polemistas, haveríamos de concordar.
Outra proposta seria substituirmos o pretérito imperfeito do
subjuntivo pelo futuro do subjuntivo. Veja como a frase fica
com a devida correlação verbal:
Se alguém apelar para a tal “questão de gosto”, dificilmente
nós, reputados polemistas, haveremos de concordar.

b) Seria necessário que todos gostassem das fórmulas


ditatoriais do gosto para que se impeça um debate
calcado em princípios argumentativos.
Nesta alternativa, empregaram-se o futuro do pretérito do
indicativo, o pretérito imperfeito do subjuntivo e o presente do
subjuntivo.
Observe que a sentença está com sua textualidade
comprometida. Uma proposta é usarmos o pretérito imperfeito
do subjuntivo no lugar do presente do subjuntivo. Veja como a
frase fica com a devida correlação verbal:
Seria necessário que todos gostassem das fórmulas ditatoriais
do gosto para que se impedisse um debate calcado em
princípios argumentativos.
Outra proposta seria substituirmos o futuro do pretérito do
indicativo pelo futuro do presente do indicativo e usar o futuro
do subjuntivo no lugar do pretérito imperfeito do subjuntivo.
Veja como a frase fica com a devida correlação verbal:

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Será necessário que todos gostem das fórmulas ditatoriais do
gosto para que se impeça um debate calcado em princípios
argumentativos.

c) Caso um de nós a tome em sentido absoluto, a questão


de gosto acabará por impedir que debatamos com
alguma seriedade.
Nesta alternativa, empregaram-se o presente do subjuntivo, o
futuro do presente do indicativo e o presente do subjuntivo.
Observe que a sentença está correta quanto à correlação entre
os tempos e modos verbais.
Você percebeu que o caso de correlação verbal desta
alternativa não consta da lista dada neste tópico da aula? Isso
aconteceu porque a lista não é exaustiva, ou seja, temos vários
outros casos de verbos que “combinam” entre si - foram
apresentados os casos mais comuns. O importante é que
você preste atenção nas frases e observe o sentido
transmitido por elas. Por meio dessa observação e do
que estamos aprendendo, você será capaz de identificar
se os verbos foram correlacionados de forma correta.

d) Caso sejam levadas a sério, suas ponderações teriam


soterrado as tais razões de gosto que alegassem os seus
interlocutores.
Nesta alternativa, empregaram-se o presente do subjuntivo, o
futuro do pretérito composto do indicativo e o pretérito
imperfeito do subjuntivo.
Observe que a sentença está com sua textualidade
comprometida. Uma proposta é usarmos o pretérito mais-que-
perfeito composto do subjuntivo no lugar do presente do
subjuntivo e o pretérito perfeito do indicativo no lugar do
pretérito imperfeito do subjuntivo. Veja como a frase fica com a
devida correlação verbal:
Caso tivessem sido levadas a sério, suas ponderações teriam
soterrado as tais razões de gosto que alegaram os seus
interlocutores.
Outra proposta seria substituirmos o futuro do pretérito
composto do indicativo pelo futuro do presente composto do
indicativo e usar o pretérito perfeito do indicativo no lugar do
pretérito imperfeito do subjuntivo. Veja como a frase fica com a
devida correlação verbal:
Caso sejam levadas a sério, suas ponderações terão soterrado
as tais razões de gosto que alegaram os seus interlocutores.

e) Somente nos restaria engolir em seco, se admitirmos


que a tal da questão de gosto tivesse alguma relevância.
Nesta alternativa, empregaram-se o futuro do pretérito do
indicativo, o futuro do subjuntivo e o pretérito imperfeito do
subjuntivo.

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Observe que a sentença está com sua textualidade
comprometida. Uma proposta é usarmos o pretérito imperfeito
do subjuntivo no lugar do futuro do subjuntivo. Veja como a
frase fica com a devida correlação verbal:
Somente nos restaria engolir em seco, se admitíssemos que a
tal da questão de gosto tivesse alguma relevância.
Outra proposta seria substituirmos o futuro do pretérito do
indicativo pelo futuro do presente do indicativo e usar o
presente do subjuntivo no lugar do pretérito imperfeito do
subjuntivo. Veja como a frase fica com a devida correlação
verbal:
Somente nos restará engolir em seco, se admitirmos que a tal
da questão de gosto tenha alguma relevância.
Gabarito: C

8. Vozes Verbais

Chegamos a um tópico muito importante da aula de hoje: vozes


verbais. Acredito ser o assunto mais cobrado pelas bancas
examinadoras quando se trata do estudo de verbos. Por isso, estude
com bastante cuidado, certo?
Aqui, cabe uma observação: o assunto vozes verbais está bastante
conectado a vários tópicos que aprenderemos na Aula 06 (sintaxe).
Nela, veremos os termos da oração (ex: sujeito, objeto direto, etc.), a
transitividade de verbos (ex: verbo transitivo, intransitivo, etc.).
Esses conceitos são importantes para que você tenha um completo
domínio de vozes verbais. Por isso, sugiro que, após o estudo da Aula
06, você volte aqui e faça uma revisão.
Todo verbo assume uma forma para expressar sua relação com o
sujeito. Isso é o que chamamos voz verbal. Na Língua Portuguesa, o
sujeito pode assumir três papéis. Veja:
a) o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo – voz ativa. O
sujeito é denominado sujeito agente. É a voz mais comum na
Língua Portuguesa, pois é empregada para expressar as ações
de maneira mais objetiva e clara.
Exemplo: O empresário fechou a fábrica de pneus.

b) o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo – voz passiva. O


sujeito é denominado sujeito paciente. Quando temos voz
passiva, o verbo principal deve ser transitivo direto ou transitivo
direto e indireto.
Exemplo: A fábrica de pneus foi fechada pelo empresário.

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c) o sujeito pratica e sofre a ação expressa pelo verbo – voz
reflexiva. O sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo.
Exemplo: A famosa modelo olhou-se no espelho antes do desfile.
Observação: alguns autores incluem, nessa classificação, a voz
recíproca, que é aquela formada por verbo e por pronome recíproco.
Assim, os sujeitos praticam a ação de modo mútuo ou
correspondente.
Por sua vez, outros gramáticos dividem a voz reflexiva em voz
reflexiva propriamente dita e voz reflexiva recíproca. Mas, o conceito
permanece o mesmo.
Exemplo: Joana e Pedro abraçaram-se durante o encontro.
A seguir, veremos com mais detalhes a voz passiva.

Voz passiva
É a voz empregada quando queremos dar ênfase ao sujeito como
objeto da ação. Ela pode ser formada por meio de duas formas:
a) voz passiva analítica: é formada por verbo auxiliar (em geral,
ser ou estar) e pelo particípio do verbo principal.
A voz passiva analítica pode apresentar o denominado agente da
passiva, que é o termo que, na verdade, pratica a ação verbal (o
sujeito é paciente, lembra-se disso?). O agente da passiva vem
sempre acompanhado de preposição. Geralmente, temos a
preposição “por” (pelo, pela), mas também são usadas as
preposições “a” e “de”.
Exemplos: O apartamento foi vendido pelo Pedro.
O carro de João é movido a gás.
O local da entrevista foi tomado de jornalistas.

O verbo auxiliar também pode ser outros, além de ser e estar,


como: andar, ficar, viver, ir, vir, etc.
Exemplos: Maria ficou envergonhada pelo que disse.
Pedro veio acompanhado por sua filha.
b) voz passiva sintética: é formada por verbo (deve ser
obrigatoriamente transitivo direto ou transitivo direto e indireto) e
pelo pronome “se” (pronome apassivador ou partícula
apassivadora). Ainda veremos, durante o curso, outras funções
que podem ser exercidas pelo “se”.
A voz passiva sintética não apresenta agente da passiva e também
é conhecida como voz passiva pronominal.

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Exemplos: Venderam-se poucos pneus ontem.
Reformou-se o apartamento que Ana vendeu.
Observação: a voz passiva de infinitivo é formada por preposição
mais verbo no infinitivo.
Exemplo: A medalha foi difícil de conquistar. (ser conquistada)

Vamos fazer uma questão?

Questão – (FGV) Consultor de Orçamentos – Senado


Federal/2008
(Adaptada)

“Graças à firmeza com que agiu, foi possível não só


diagnosticar as violações como deflagrar todo o processo que
está levando ao aperfeiçoamento das instituições, em que o
combate à corrupção, legítimo, deve, todavia, ser realizado
dentro da lei.”
Com base no fragmento de texto acima, julgue o item
abaixo.

Há somente uma estrutura em voz passiva.

Comentários
A banca apresenta uma sentença e questiona a existência de
estruturas em voz passiva.
Para resolver este tipo de questão, sugiro, em primeiro lugar,
marcar todas as ocorrências de verbo no trecho do comando.
Vamos fazer isso?
Graças à firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar
as violações como deflagrar todo o processo que está levando
ao aperfeiçoamento das instituições, em que o combate à
corrupção, legítimo, deve, (todavia), ser realizado dentro da lei.

Agora, vamos analisar cada forma verbal de modo a


identificar se estão ou não na voz passiva.
Graças à firmeza com que agiu, foi possível: “agiu” está na
voz ativa; “foi possível” é uma estrutura com verbo de ligação
(estudaremos na Aula 06) e não denota ação verbal, assim não
há como designar sua voz verbal. Alguns autores denominam
esse tipo de estrutura “voz medial”, mas esta não é prevista na
Nomenclatura Gramatical Brasileira;
não só diagnosticar as violações: oração na voz ativa;
como deflagrar todo o processo: oração na voz ativa;

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que está levando ao aperfeiçoamento das instituições:
oração na voz ativa;
em que o combate à corrupção, legítimo, deve, (todavia),
ser realizado dentro da lei: oração na voz passiva – observe
a presença de sujeito passivo (“o combate à corrupção”).
Por todo o exposto, vemos que a questão está correta.
Gabarito: CERTA

8.1 Conversão de Vozes Verbais

Neste tópico, veremos como fazer a conversão entre os tipos de voz


(voz ativa para passiva e vice-versa) e entre os subtipos (voz passiva
sintética para analítica e vice-versa).

Voz ativa para voz passiva analítica (e vice-versa)


Você deve colocar o verbo da ação no particípio e conjugar o verbo
auxiliar na mesma forma (modo, tempo) em que se encontra o verbo
da ação. Logo após, o elemento que é o objeto direto na voz ativa
será transformado em sujeito da voz passiva. O termo que é o sujeito
da voz ativa se transforma em agente da passiva. Não se esqueça de
que o verbo auxiliar concorda em número e pessoa com o sujeito da
voz passiva e de que o particípio concorda em gênero e número com
esse mesmo sujeito. Atente-se para o fato de que não há qualquer
mudança ou troca em relação aos demais complementos (objeto
indireto, predicativo do objeto e outros).
Exemplos: Os dois arquitetos terminaram os projetos complementares da
casa. (voz ativa)
Os projetos complementares da casa foram terminados pelos
dois arquitetos. (voz passiva analítica)
Observe os seguintes termos nas sentenças:
Os dois arquitetos (sujeito) terminaram (verbo da ação) os projetos
complementares da casa (objeto direto).

Os projetos complementares da casa (sujeito - paciente) foram (verbo


auxiliar) terminados (verbo principal) pelos dois arquitetos (agente da
passiva).

Caso o verbo da ação esteja acompanhado por um verbo auxiliar, este


não é alterado na transposição para a voz passiva (apenas a
concordância é alterada). Para fazer essa conversão, você precisa

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colocar o verbo principal no particípio e conjugar o verbo “ser” na
mesma forma (modo, tempo) em que se encontra o verbo principal.

Exemplos: Os dois arquitetos estão terminando os projetos


complementares da casa. (voz ativa)
Os projetos complementares da casa estão sendo
terminados pelos dois arquitetos. (voz passiva analítica)

Voz ativa para voz passiva sintética (e vice-versa)


Para fazer a conversão da voz ativa para a voz passiva sintética,
trocamos o sujeito da voz ativa pelo pronome “se” (partícula
apassivadora). Nunca se esqueça das alterações exigidas pela
concordância. Não se preocupe – veremos concordância com detalhes
na Aula 07.
Exemplos: Os arquitetos terminaram o projeto da casa. (voz ativa)
Terminou-se o projeto da casa. (voz passiva sintética)
Observe, acima, que o verbo terminar concorda com o projeto da casa
(sujeito da voz passiva). Também perceba que o verbo, geralmente,
antecede o sujeito na voz passiva sintética.

Voz passiva sintética para voz passiva analítica (e vice-versa)


Para fazer a conversão da voz passiva sintética para a voz passiva
analítica, trocamos o pronome “se” (partícula apassivadora) pelo
verbo auxiliar conjugado na mesma forma em que se encontra o
verbo da voz passiva sintética. Logo após, você deve passar o verbo
da voz passiva sintética para o particípio. Observe que o sujeito é o
mesmo, paciente em ambos os casos.
Exemplo: Não se construiu a casa. (voz passiva sintética)
A casa não foi construída. (voz passiva analítica)
Note, no exemplo acima, que o sujeito (paciente) é o mesmo (a
casa). Perceba, também, que o verbo auxiliar (foi) está no mesmo
modo e tempo do verbo da voz passiva sintética (construiu).

A seguir, veremos uma questão sobre vozes verbais.

Questão – (CESPE) Nível Superior – Telebras/2013


(Adaptada)
Fragmento IV – A primeira mensagem de texto
Em 3/12/1992, Neil Papworth, um engenheiro da Vodafone,

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enviou a primeira mensagem de texto a seu colega Richard
Jarvis: “FELIZ NATAL”. Papworth enviou a mensagem usando
um teclado de computador, já que os telefones celulares ainda
não possuíam teclados alfabéticos. Seriam necessários anos até
que os telefones comerciais incorporassem essa funcionalidade.
O Communicator 9110 da Nokia foi lançado em 1998 e tornou-
se um dos primeiros dispositivos a transmitir mensagens de
texto e dados. Calcula-se que, em 2011, mais de 2,3 trilhões de
mensagens de texto tenham sido enviadas em todo o mundo.
Internet: <www.discoverybrasil.uol.com.br> (com adaptações).

Com base no fragmento de texto acima, julgue o item


abaixo.

No fragmento IV, a expressão “foi lançado” (expressão


sublinhada no fragmento) poderia ser corretamente substituída
por “lançou-se”, sem prejuízo para o sentido do período.

Comentários
Este é um tipo de questão comum em provas da banca CESPE.
A banca apresenta uma sentença em alguma voz verbal e
solicita que o candidato verifique se a conversão para outro tipo
(ou subtipo) de voz foi feito de modo correto. Perceba que, em
nenhum momento, a banca comenta que a questão é sobre
vozes verbais. Geralmente, em questões sobre vozes verbais, o
CESPE faz dessa forma, certo?

Note que a expressão “foi lançado” se encontra na voz


passiva analítica. Por sua vez, a expressão proposta para
a substituição está na voz passiva sintética.

Aprendemos que é muito importante observar o tempo, o


modo, o número e a pessoa das formas verbais no momento de
se fazer a substituição.
Vamos ver a sentença?
O Communicator 9110 da Nokia foi lançado em 1998 e tornou-
se um dos primeiros dispositivos...
Tanto a forma verbal foi lançado quanto a forma lançou-se
estão na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo. Dessa forma, não haveria prejuízo na parte
gramatical. Porém, o comando questiona prejuízo para o
sentido do período. E, realmente, ocorre mudança de sentido.
Observe que a forma “lançou-se” expressa reflexividade, assim
como a forma “tornou-se” (ocorre até um paralelismo entre as
formas verbais). Essa confusão (ambiguidade) entre a voz
passiva sintética e a voz reflexiva acontece em algumas
situações. Desse modo, o aluno deve ficar bastante atento para
isso.

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A questão está errada, pois o sentido do período fica
prejudicado.
Gabarito: ERRADA

8.2 Diferença entre Verbos Reflexivos, Pronominais e


Intransitivos

É importante perceber a diferença existente entre os verbos reflexivos


e os verbos pronominais. Dessa forma, os verbos reflexivos denotam
uma ação praticada e sofrida, ao mesmo tempo, pelo sujeito.
Exemplo: João se feriu com a navalha de seu pai.
Observe que esse tipo de verbo pode ser empregado de outra forma,
sem identificar reflexividade.
Exemplo: João feriu sua irmã com a navalha de seu pai.
Os verbos pronominais, por sua vez, possuem o pronome como parte
integrante deles. Eles não aceitam outra forma de conjugação, ou
seja, eles só se conjugam com o pronome “junto” dele (o pronome
integra o significado do verbo). Os verbos pronominais, geralmente,
expressam sentimentos (dignar-se, queixar-se, arrepender-se,
atrever-se, etc.).
Exemplo: João se queixou do hotel em que ficou hospedado.
Por sua vez, os verbos intransitivos (não possuem objeto direto ou
indireto) como “sorrir-se”, “ir-se”, “ajoelhar-se”, etc. apresentam o
pronome “se” para indicar realce, de forma a expressar, na maioria
das vezes, uma ação espontânea. O “se” é denominado, então,
partícula de realce.
Exemplo: João ajoelhou-se perante o altar.

Aqui, encerramos nossa aula sobre verbos. Espero que você tenha
aproveitado tanto a teoria quanto as questões comentadas. Se você
tiver qualquer dúvida, me escreva.
Agora, é hora de testar e aprofundar os conhecimentos vistos na
parte teórica da aula: vamos resolver a bateria de 18 questões! Em
primeiro lugar, as questões serão apresentadas em forma de lista,
para que você possa resolvê-las normalmente. Em segundo lugar,
após a conclusão da última questão, verifique seu rendimento pelo
gabarito e, por último, proceda à correção pelos comentários
apresentados.
É importante que você leia atentamente todos os comentários,
ainda que tenha acertado a questão.

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Isso é essencial para aprender o que você precisa!
Vamos à resolução?

QUESTÕES PROPOSTAS

Questão 01 – (FCC) Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 21ª


Região (RN)/2003
(Adaptada)

Ganhamos a guerra, não a paz


Os físicos se encontram numa posição não muito diferente da de Alfred Nobel. Ele
inventou o mais poderoso explosivo jamais conhecido até sua época, um meio de
destruição por excelência. Para reparar isso, para aplacar sua consciência humana,
instituiu seus prêmios à promoção da paz e às realizações pacíficas. Hoje (*), os
físicos que participaram da fabricação da mais aterradora e perigosa arma de todos
os tempos sentem-se atormentados por igual sentimento de responsabilidade, para
não dizer culpa. E não podemos desistir de advertir e de voltar a advertir, não
podemos e não devemos relaxar em nossos esforços para despertar nas nações do
mundo, e especialmente nos seus governos, a consciência do inominável desastre
que eles certamente irão provocar, a menos que mudem sua atitude em relação uns
aos outros e em relação à tarefa de moldar o futuro.
Ajudamos a criar essa nova arma, no intuito de impedir que os inimigos da
humanidade a obtivessem antes de nós, o que, dada a mentalidade dos nazistas,
teria significado uma inconcebível destruição e escravização do resto do mundo.
Entregamos essa arma nas mãos dos povos norte-americano e britânico, vendo
neles fiéis depositários de toda a humanidade, que lutavam pela paz e pela
liberdade. Até agora, porém, não conseguimos ver nenhuma garantia das liberdades
que foram prometidas às nações no Pacto do Atlântico. Ganhamos a guerra, não a
paz. As grandes potências, unidas na luta, estão agora divididas quanto aos acordos
de paz. Prometeu-se ao mundo que ele ficaria livre do medo, mas, na verdade, o
medo aumentou enormemente desde o fim da guerra. Prometeu-se ao mundo que
ele ficaria livre da penúria, mas grandes partes dele se defrontam com a fome,
enquanto outras vivem na abundância. (...)
Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável instituição, o espírito
de fé e confiança, de generosidade e fraternidade entre os homens, prevalecer na
mente daqueles de cujas decisões dependem nossos destinos. Do contrário, a
civilização humana estará condenada.
(Albert Einstein, Escritos da maturidade. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1994)
(*) Este texto foi escrito em 1945, logo depois do fim da II Guerra Mundial.

Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável instituição, o
espírito de fé e confiança, de generosidade e fraternidade entre os homens,

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prevalecer na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos
destinos. Do contrário, a civilização humana estará condenada.

Observa-se que, no trecho em negrito, empregou-se o verbo


a) poder como auxiliar do verbo criar
b) criar como auxiliar do verbo prevalecer
c) motivar como auxiliar de prevalecer
d) criar como auxiliar do verbo poder
e) poder como auxiliar do verbo prevalecer

Questão 02 – (FGV) Técnico Superior Jurídico – DPE-RJ/2014


(Adaptada)

ESQUECERAM O PRINCIPAL

Houve um tempo em que os ditos setores progressistas pautavam suas ações por
filosofias coerentes. Assim, advogados da infância buscavam promover os interesses
das crianças, feministas visavam a afirmar a autonomia das mulheres e militantes
dos direitos de homossexuais tentavam acabar com a discriminação contra gays,
mas sem perder de vista teses mais gerais da esquerda não marxista, que incluíam
a ampliação das liberdades e a despenalização do direito.

As coisas mudaram. E para pior, a meu ver. Hoje, os defensores das criancinhas
debateram para que o Congresso mantenha um mecanismo jurídico que permite
mandar para a cadeia o pai que não paga em dia pensão do filho. Pouco importa
que a prisão por dívidas represente um retrocesso de 2600 anos – uma das
reformas de Sólon que facilitou a introdução da democracia em Atenas foi
justamente o fim da servidão por dívidas – e que é quase certo que, encarcerado, o
pai da criança terá muito menor probabilidade de honrar seus compromissos
financeiros.

As feministas agora apoiam o acórdão do Supremo Tribunal Federal que retirou das
mulheres o direito de decidir se querem ou não processar companheiros, tornando
agressões leves no âmbito do lar um crime de ação pública incondicionada. Pouco
importa que isso torne as mulheres menos livres e introduza uma diferenciação de
gênero (na situação inversa, um homem pode decidir se processa ou não).

Por fim, homossexuais pedem a edição de uma lei que torne crime referir-se a gays
em termos depreciativos ou condenatórios. Pouco importa que tal medida, se
adotada, representaria uma limitação da liberdade de expressão, o mais
fundamental dos princípios democráticos.

É natural que grupos de ativistas se especializem e, ao fazê-lo, percam de vista as


grandes questões, mas fico com a impressão de que estão colocando a parte à
frente do todo.

Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 7/01/2014.

O segmento do texto (sublinhado no texto) em que há um erro de norma


culta no que diz respeito ao emprego de tempos verbais é:

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a) “As feministas agora apoiam o acórdão do Supremo Tribunal Federal que retirou
das mulheres o direito de decidir se querem ou não processar companheiros...”
b) “Pouco importa que isso torne as mulheres menos livres e introduza uma
diferenciação de gênero (na situação inversa, um homem pode decidir se processa
ou não)”.
c) “Por fim, homossexuais pedem a edição de uma lei que torne crime referir-se a
gays em termos depreciativos ou condenatórios”.
d) “Pouco importa que tal medida, se adotada, representaria uma limitação da
liberdade de expressão, o mais fundamental dos princípios democráticos”.
e) “É natural que grupos de ativistas se especializem e, ao fazê-lo, percam de vista
as grandes questões, mas fico com a impressão de que estão colocando a parte à
frente do todo”.

Questão 03 – (FGV) Assistente Administrativo – FUNARTE/2014


(Adaptada)

A GRATIDÃO

Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo tempo que possa ser
dispensado à sua leitura. Falam-nos de gratidão e poderão fazer-nos pensar no
quanto a gratidão fará, ou não, parte das nossas vidas. Estou certo de que sabereis
extrair a moral da história.

Uma brasileira, sobrevivente de um campo de extermínio nazista, contou que, por


duas vezes, esteve numa fila que a encaminhava para a câmara de gás. E que, nas
duas vezes, o mesmo soldado alemão a retirou da fila.

Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França. Quando as tropas de


Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que não se concedesse visto para quem
tentasse fugir do nazismo. Contrariando o ditador, Aristides salvou dez mil judeus
de uma morte certa. Pagou bem caro pela sua atitude humanitária. Salazar
destituiu-o do cargo e o fez viver na miséria até o fim da vida. Diz um provérbio
judeu que “quem salva uma vida salva a humanidade”. Em sinal de gratidão, há
vinte árvores plantadas em sua memória no Memorial do Holocausto, em Jerusalém.
E Aristides recebeu dos israelenses o título de “Justo entre as Nações”, o que
equivale a uma canonização católica.

Quando um empregado de um frigorífico foi inspecionar a câmara frigorífica, a porta


se fechou e ele ficou preso dentro dela. Bateu na porta, gritou por socorro, mas
todos haviam ido para suas casas. Já estava muito debilitado pela baixa
temperatura, quando a porta se abriu e o vigia o resgatou com vida. Perguntaram
ao vigia-salvador: Por que foi abrir a porta da câmara, se isso não fazia parte de
sua rotina de trabalho? Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, vejo
centenas de empregados que entram e saem, todos os dias, e esse é o único
funcionário que me cumprimenta ao chegar e se despede ao sair. Hoje ele me disse
“bom dia” ao chegar. E não percebi que se despedisse de mim. Imaginei que
poderia lhe ter acontecido algo. Por isso o procurei e o encontrei.

Talvez a gratidão devesse ser uma rotina nas nossas vidas, algo indissociável da
relação humana, mas talvez ande arredada dos nossos cotidianos, dos nossos
gestos. E se começássemos cada dia dando gracias a la vida, como faria a Violeta?

(José Pacheco, Dicionário de valores)

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“Talvez a gratidão devesse ser uma rotina em nossas vidas...”; a forma


verbal que está corretamente conjugada no mesmo tempo e modo da forma
sublinhada é:

a) requisesse (requerer)
b) entretesse (entreter)
c) passeiasse (passear)
d) convisse (convir)
e) desdissesse (desdizer)

Questão 04 – (FCC) Analista Judiciário – TRF–2ª Região/2014

Quando penso em comprar uma ilha, nenhuma dessas excelências me seduz mais
do que as outras, nem todas juntas constituem a razão do meu desejo.
Estará adequada a nova correlação entre os tempos e os modos verbais
caso se substituam os elementos sublinhados da frase acima, na ordem
dada, por:
a) Quando eu pensava – houvesse de seduzir – tinham constituído
b) Se eu viesse a pensar – seduziria - constituiriam
c) Se eu vier a pensar – seduziria - constituíam
d) Quando eu ficava pensando – seduzira - constituiriam
e) Se eu vier a pensar – terá seduzido – viriam a constituir

Questão 05 – (FCC) Analista Judiciário – TRF–2ª Região/2014

Atentando-se para a voz verbal, é correto afirmar que em:

a) E por que nos seduz a ilha? - não há possibilidade de transposição para a voz
passiva.
b) Tudo isso existe fora das ilhas - a transposição para a voz passiva resultará na
forma verbal tem existido.
c) Por bondade abstrata nos tornamos atrozes - ocorre um caso de voz passiva.
d) A ideia de fuga tem sido alvo de crítica severa - o elemento sublinhado é agente
da passiva.
e) Amemos a ilha - a transposição para a voz passiva resultará na forma verbal seja
amada.

Questão 06 – (FGV) Fiscal de Rendas – SEFAZ-RJ/2010


(Adaptada)

Na frase “A liberdade supõe a operação sobre alternativas;”, o verbo irregular foi


flexionado corretamente.
Assinale a alternativa em que se apresenta flexão incorreta da forma
verbal.
a) Eles impunham condições para que o acordo fosse assinado.
b) O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de seleção.
c) Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação caráter eliminatório.

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d) Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da revista será certa.
e) É necessário que atentemos para a questão da mudança de paradigma científico.

Questão 07 – (FCC) Assistente Técnico-Administrativo – MF/2009


(Adaptada)

Feliz aniversário, Charles Darwin!


Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela é,
afinal, a maior responsável pelo barroco processo que leva os organismos
complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias
e arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios,
partilham identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar
milênios em vida suspensa (no gelo, por exemplo).
A contribuição de Darwin para a ciência e para a história, porém, continua viva, e
muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso ele já merece os
parabéns. Feliz aniversário, Darwin.
(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08)

Julgue o item seguinte.

A forma verbal "completaria" (sublinhada no texto) se refere a uma ação que vai
ocorrer no futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam.

Questão 08 – (ESAF) Auditor Fiscal do Trabalho - MTE/2010


(Adaptada)

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, ao anunciar


que a taxa básica do BCE não seria mudada, alertou os governos da União
Europeia sobre o déficit crescente das contas públicas, um perigo para a economia,
pois enfraquece o crescimento na zona do euro. A advertência vale para o Brasil,
embora as causas do nosso déficit sejam diferentes das da União Europeia.
A crise que se iniciou em 2008 nos EUA para depois atingir todas as economias, no
quadro da globalização, ao contrário da de 1929, levou os governos a optarem pela
intervenção pública para salvar o sistema bancário e para dar um impulso à
economia. Isso se traduziu como forte pressão sobre as finanças públicas, que
estão acusando déficits muito elevados.
(O Estado de S. Paulo, 16/01/2010.)

Julgue o seguinte item.

A substituição de “se traduziu” (em negrito no texto) por foi traduzido prejudica a
correção gramatical do período.

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Questão 09 – (ESAF) Assistente Técnico-Administrativo – MF/2009
(Adaptada)

A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante
que discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por
juízes, nem sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na
proteção a suspeitos de falcatruas. (...)
(Zero Hora, 27/2/2009)

Julgue o item abaixo:

O emprego do subjuntivo em discipline (sublinhado no texto) justifica-se por se


tratar de uma informação categórica, de uma informação indiscutível.

Questão 10 – (FCC) Analista Judiciário – TRF–2ª Região/2014

O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão corretos em:

a) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando as ações predatórias, para que
a cidade não sucumba aos atropelos do turismo selvagem.
b) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para que obtesse, agora em
definitivo, o prestígio de um polo turístico de inegável valor histórico.
c) A revalorização e a nova proeminência de Paraty não prescindiram e não
requiseram mais do que o esquecimento e a passagem do tempo.
d) Quando se imaginou que Paraty havia sido para sempre renegada a um segundo
plano, eis que ela imerge do esquecimento, em 1974.
e) A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância estratégica de Paraty,
até que, a partir de 1855, sobreviram longos anos de esquecimento.

Questão 11 – (CESPE) Analista Judiciário – TSE/2007


(Adaptada)

A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim,


era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides
Lobo. (...)

Julgue o item abaixo.

A substituição de “estivera” (sublinhado no trecho) por tinha estado prejudica a


correção gramatical do período.

Questão 12 – (FCC) Analista Judiciário – TRT-8ª Região/2010

...secavam as fibras num varal e (...) as carregavam para a propriedade, onde eram
prensadas e enfardadas...

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Invertendo-se as vozes passiva e ativa da frase acima, a frase correta


resultante será:

a) As fibras eram secadas num varal e carregadas para a propriedade, onde a


prensava e enfardava.
b) As fibras secavam num varal e eram carregadas para a propriedade, onde lhes
prensavam e enfardavam.
c) As fibras eram secas num varal e carregadas para a propriedade, onde as
prensavam e enfardavam.
d) As fibras secaram num varal e foram carregadas para a propriedade, onde lhes
prensavam e enfardavam.
e) As fibras ficavam secando num varal e lhes carregavam para a propriedade, onde as
prensavam e enfardavam.

Questão 13 – (FCC) Assistente Administrativo – FUNARTE/2014


(Adaptada)

...de um outro galo que apanhe o grito...

O verbo que se encontra conjugado nos mesmos tempo e modo que o


grifado na frase acima está presente nos seguintes versos de João Cabral
de Melo Neto, retirados de Morte e Vida Severina:
a) Por onde andará a gente / que tantas canas cultiva?
b) Os rios que correm aqui / têm a água vitalícia...
c) Quem sabe se nesta terra / não plantarei minha sina?
d) só morte tem encontrado / quem pensava encontrar vida...
e) primeiro é preciso achar / um trabalho de que viva.

Questão 14 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ–SP/2009

Conheci ontem o que é celebridade. Estava comprando gazetas a um homem que as


vende na calçada da Rua de S. José, esquina do Largo da Carioca, quando vi chegar
uma mulher simples e dizer ao vendedor com voz descansada:
− Me dá uma folha que traz o retrato desse homem que briga lá fora.
− Quem?
− Me esqueceu o nome dele.
Leitor obtuso, se não percebeste que “esse homem que briga lá fora” é nada menos
que o nosso Antônio Conselheiro, crê-me que és ainda mais obtuso do que pareces.
A mulher provavelmente não sabe ler, ouviu falar da seita de Canudos, com muito
pormenor misterioso, muita auréola, muita lenda, disseram-lhe que algum jornal
dera o retrato do Messias do sertão, e foi comprá-lo, ignorando que nas ruas só se
vendem as folhas do dia. Não sabe o nome do Messias; é “esse homem que briga lá
fora”. A celebridade, caro e tapado leitor, é isto mesmo. O nome de Antônio
Conselheiro acabará por entrar na memória desta mulher anônima, e não sairá
mais. Ela levava uma pequena, naturalmente filha; um dia contará a história à filha,
depois à neta, à porta da estalagem, ou no quarto em que residirem.

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(Machado de Assis, Crônica publicada em A semana, 1897. In Obra completa, vol.III, Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 763)

Considerado o contexto, está correto o que se afirma em:

a) Estava comprando indica, entre ações simultâneas, a que se estava processando


quando sobrevieram as demais. (trecho sublinhado no texto)
b) dera exprime ação ocorrida simultaneamente a disseram. (trechos sublinhados
no texto)
c) acabará por entrar expressa um desejo. (trecho sublinhado no texto)
d) levava designa fato passado concebido como permanente. (trecho sublinhado no
texto)
e) residirem exprime fato possível, mas improvável. (trecho sublinhado no texto)

Questão 15 – (FGV) Fiscal de Rendas – SEFAZ (RJ)/2008.2


(Adaptada)

(...) A propósito, Noberto Bobbio, em “Elogio da serenidade e outros escritos


morais”, já observara que “nenhuma questão moral, proposta em qualquer campo,
encontrou até hoje solução definitiva”.
(...)
(Everardo Maciel. Disponível em: www.braudel.org.br)

A forma verbal observara (sublinhada no texto) é equivalente de:


a) tivera observado
b) houvesse observado
c) tinha observado
d) tem observado
e) estava observando

Questão 16 – (FGV) Assessor Técnico – Informática (Administrador de


Banco de Dados) – DETRAN (RN)/2010

Convivas de boa memória


Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as
publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem boa memória. A vida é
cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a
memória fraca seja exatamente não me acudir agora o nome de tal antigo; mas era
um antigo, e basta.
Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém que
tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem nomes, e
somente raras circunstâncias. A quem passe a vida na mesma casa de família, com
os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo
pela continuidade e repetição. Como eu invejo os que não esqueceram a cor das
primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que enfiei ontem. Juro só

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que não eram amarelas porque execro essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e
confusão.
E antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem nos livros
confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta
outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos
e evocar todas as coisas que não achei nele. Quantas ideias finas me acodem então!
Que de reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas
lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os seus
altares, e os generais sacam das espadas que tinham ficado na bainha, e os clarins
soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.
É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas
alheias; assim podes também preencher as minhas.
(Assis, Machado de. Dom Casmurro – Editora Scipione – 1994 – pág. 65)

Na construção de uma das opções abaixo foi empregada uma forma verbal
que segue o mesmo tipo de uso do verbo “haver” em “Há dessas
reminiscências que não descansam...” (1º parágrafo). Assinale-a:

a) Todos eles hão de sentir o mesmo gosto pela política.


b) Naquela época choveram cartas de apoio à sua candidatura.
c) Faz muitos anos que tudo isso aconteceu.
d) Todos os alunos haviam estudado muito para aquela prova.
e) Os homens fizeram um abaixo-assinado para resolver o problema.

Questão 17 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos 4 e 8 – TC-


DF/2014
(Adaptada)
(Texto para as questões 17 e 18)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca promover a


consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia brasileiras,
com inovação e competitividade, por meio do intercâmbio com outros países. No
âmbito do programa, serão concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de
estudos no exterior para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior interessados em
trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se imperativo no início do século XXI,
devido à extrema velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há
décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes para países centrais,
com resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai acelerar
a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência brasileira. Essa
iniciativa louvável talvez inspire outras não menos importantes — como o estímulo
à mobilidade nacional de estudantes —, que ainda são incipientes. Estudantes do
Acre, de Rondônia ou do Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada
de um ano em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma
forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam com uma
temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa troca de experiências seria
um instrumento de coesão e compreensão dos diferentes aspectos culturais e de
problemas comuns e específicos de diferentes regiões brasileiras.
Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º 11, jun.-
jul./2012, p. 7 (com adaptações).

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Julgue o seguinte item.

A forma verbal “Há” (sublinhada no texto) poderia ser corretamente substituída por
Fazem.

Questão 18 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos 4 e 8 – TC-


DF/2014
(Adaptada)
(Resolva com base no texto da Questão 17)

Julgue o seguinte item.

Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto caso a locução


“têm enviado” (sublinhado no texto) fosse substituída por “enviaram”.

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E D E B E D E E E A
11 12 13 14 15 16 17 18
E C E A C C E E

QUESTÕES COMENTADAS

Questão 01 – (FCC) Analista Judiciário – Área Administrativa –


TRT – 21ª Região (RN)/2003
(Adaptada)

Ganhamos a guerra, não a paz


Os físicos se encontram numa posição não muito diferente da de
Alfred Nobel. Ele inventou o mais poderoso explosivo jamais
conhecido até sua época, um meio de destruição por excelência. Para
reparar isso, para aplacar sua consciência humana, instituiu seus
prêmios à promoção da paz e às realizações pacíficas. Hoje (*), os

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físicos que participaram da fabricação da mais aterradora e perigosa
arma de todos os tempos sentem-se atormentados por igual
sentimento de responsabilidade, para não dizer culpa. E não podemos
desistir de advertir e de voltar a advertir, não podemos e não
devemos relaxar em nossos esforços para despertar nas nações do
mundo, e especialmente nos seus governos, a consciência do
inominável desastre que eles certamente irão provocar, a menos que
mudem sua atitude em relação uns aos outros e em relação à tarefa
de moldar o futuro.
Ajudamos a criar essa nova arma, no intuito de impedir que os
inimigos da humanidade a obtivessem antes de nós, o que, dada a
mentalidade dos nazistas, teria significado uma inconcebível
destruição e escravização do resto do mundo. Entregamos essa arma
nas mãos dos povos norte-americano e britânico, vendo neles fiéis
depositários de toda a humanidade, que lutavam pela paz e pela
liberdade. Até agora, porém, não conseguimos ver nenhuma garantia
das liberdades que foram prometidas às nações no Pacto do Atlântico.
Ganhamos a guerra, não a paz. As grandes potências, unidas na luta,
estão agora divididas quanto aos acordos de paz. Prometeu-se ao
mundo que ele ficaria livre do medo, mas, na verdade, o medo
aumentou enormemente desde o fim da guerra. Prometeu-se ao
mundo que ele ficaria livre da penúria, mas grandes partes dele se
defrontam com a fome, enquanto outras vivem na abundância. (...)
Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável
instituição, o espírito de fé e confiança, de generosidade e
fraternidade entre os homens, prevalecer na mente daqueles de cujas
decisões dependem nossos destinos. Do contrário, a civilização
humana estará condenada.
(Albert Einstein, Escritos da maturidade. Tradução de Maria Luiza X. de A.
Borges. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994)
(*) Este texto foi escrito em 1945, logo depois do fim da II Guerra Mundial.

Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável


instituição, o espírito de fé e confiança, de generosidade e
fraternidade entre os homens, prevalecer na mente daqueles
de cujas decisões dependem nossos destinos. Do contrário, a
civilização humana estará condenada.

Observa-se que, no trecho em negrito, empregou-se o verbo


a) poder como auxiliar do verbo criar
b) criar como auxiliar do verbo prevalecer
c) motivar como auxiliar de prevalecer

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d) criar como auxiliar do verbo poder
e) poder como auxiliar do verbo prevalecer

Comentários
Esta questão trata de locuções verbais. O enunciado apresenta um
trecho do texto e questiona sobre o emprego de verbos auxiliares e
principais e da correspondência entre eles.
Vamos revisar?
As locuções verbais são combinações de verbos (ligados ou não por
preposição) que formam uma unidade que denota ideias, geralmente,
não indicadas pelos tempos simples e compostos (formados com os
verbos auxiliares ter e haver).
Para a formação de uma locução verbal (também conhecida como
perífrase verbal), usamos combinações, de forma que um dos verbos
fique fixo no infinitivo, gerúndio ou particípio (verbo principal) e o
outro se flexione em modo, tempo e número (verbo auxiliar).
Para resolver questões como esta, temos que marcar os termos
solicitados e, após isso, examinar o trecho do texto. Desse
modo, vamos ver?
Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável instituição, o
espírito de fé e confiança, de generosidade e fraternidade entre os homens,
prevalecer na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos destinos.
No momento em que analisamos as formas verbais, percebemos que
motivar conforma uma oração e criar conforma outra. Assim, são
independentes e não formam locução verbal entre si nem com outras
formas verbais. Alerto que veremos orações na Aula 06.
Por sua vez, temos a locução possa prevalecer, a qual foi
interrompida pelos outros termos do período.
É preciso bastante cuidado com o deslocamento de termos,
como ocorreu nesta questão. Para facilitar, reescreva a sentença
de uma forma sem interrupções. Veja duas opções:
“Que” o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável instituição, o
espírito de fé e confiança, de generosidade e fraternidade entre os homens,
possa prevalecer na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos
destinos.
Possa prevalecer o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável
instituição, o espírito de fé e confiança, de generosidade e fraternidade entre
os homens, na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos
destinos.

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Perceba, então, que a alternativa e apresenta a resposta, ou seja, a
locução verbal possa prevalecer (auxiliar poder + principal
prevalecer).
GABARITO: E

Questão 02 – (FGV) Técnico Superior Jurídico – DPE-RJ/2014


(Adaptada)

ESQUECERAM O PRINCIPAL

Houve um tempo em que os ditos setores progressistas pautavam


suas ações por filosofias coerentes. Assim, advogados da infância
buscavam promover os interesses das crianças, feministas visavam a
afirmar a autonomia das mulheres e militantes dos direitos de
homossexuais tentavam acabar com a discriminação contra gays, mas
sem perder de vista teses mais gerais da esquerda não marxista, que
incluíam a ampliação das liberdades e a despenalização do direito.

As coisas mudaram. E para pior, a meu ver. Hoje, os defensores das


criancinhas deblateram para que o Congresso mantenha um
mecanismo jurídico que permite mandar para a cadeia o pai que não
paga em dia pensão do filho. Pouco importa que a prisão por dívidas
represente um retrocesso de 2600 anos – uma das reformas de Sólon
que facilitou a introdução da democracia em Atenas foi justamente o
fim da servidão por dívidas – e que é quase certo que, encarcerado, o
pai da criança terá muito menor probabilidade de honrar seus
compromissos financeiros.

As feministas agora apoiam o acórdão do Supremo Tribunal Federal


que retirou das mulheres o direito de decidir se querem ou não
processar companheiros, tornando agressões leves no âmbito do lar
um crime de ação pública incondicionada. Pouco importa que isso
torne as mulheres menos livres e introduza uma diferenciação de
gênero (na situação inversa, um homem pode decidir se processa ou
não).

Por fim, homossexuais pedem a edição de uma lei que torne crime
referir-se a gays em termos depreciativos ou condenatórios. Pouco
importa que tal medida, se adotada, representaria uma limitação da
liberdade de expressão, o mais fundamental dos princípios
democráticos.

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Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 05
É natural que grupos de ativistas se especializem e, ao fazê-lo,
percam de vista as grandes questões, mas fico com a impressão de
que estão colocando a parte à frente do todo.

Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 7/01/2014.

O segmento do texto em que há um erro de norma culta no que


diz respeito ao emprego de tempos verbais é

a) “As feministas agora apoiam o acórdão do Supremo Tribunal


Federal que retirou das mulheres o direito de decidir se querem ou
não processar companheiros...”

b) “Pouco importa que isso torne as mulheres menos livres e


introduza uma diferenciação de gênero (na situação inversa, um
homem pode decidir se processa ou não)”.

c) “Por fim, homossexuais pedem a edição de uma lei que torne crime
referir-se a gays em termos depreciativos ou condenatórios”.

d) “Pouco importa que tal medida, se adotada, representaria uma


limitação da liberdade de expressão, o mais fundamental dos
princípios democráticos”.

e) “É natural que grupos de ativistas se especializem e, ao fazê-lo,


percam de vista as grandes questões, mas fico com a impressão de
que estão colocando a parte à frente do todo”.

Comentários
Esta questão trata de emprego de tempos verbais e correlação
verbal. O enunciado apresenta alternativas com trechos do texto e
questiona em qual delas há erro de norma culta no que diz respeito
ao emprego de tempos verbais.
Vimos que, para cada fato a ser enunciado, usamos uma flexão de
tempo e modo que será a responsável pelo correto significado que a
sentença quer expressar. Assim, o presente do indicativo enuncia o
fato como atual e o pretérito perfeito do indicativo se refere a um
fato ocorrido em época passada e já concluído antes do momento em
que se fala.
Também estudamos, na parte teórica da aula, a correlação de
tempos e modos verbais. Vimos que os verbos se articulam
harmonicamente entre si para tornar uma sentença coerente, coesa,
precisa e inteligível.
Ao analisarmos as alternativas desta questão, percebemos que a
alternativa d contém um tempo verbal mal empregado.

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Vamos ver isso?

“Pouco importa que tal medida, se adotada, representaria uma limitação da


liberdade de expressão, o mais fundamental dos princípios democráticos”.
Note como o verbo “representar” (futuro do pretérito do indicativo)
foi empregado de forma equivocada. O correto seria usar o presente
do subjuntivo, que se encaixa perfeitamente no trecho.

Veja:
“Pouco importa que tal medida, se adotada, represente uma limitação da
liberdade de expressão, o mais fundamental dos princípios democráticos”.

Observe que, nos outros dois trechos do texto onde o autor usa a
expressão “pouco importa”, foi empregado o presente do subjuntivo
de forma correta (represente e torne). Veja a seguinte transcrição:
“Pouco importa que a prisão por dívidas represente um retrocesso de 2600
anos...”
“Pouco importa que isso torne as mulheres menos livres e introduza uma
diferenciação de gênero (na situação inversa, um homem pode decidir se
processa ou não)”.
GABARITO: D

Questão 03 – (FGV) Assistente Administrativo –


FUNARTE/2014
(Adaptada)

A GRATIDÃO

Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo tempo que
possa ser dispensado à sua leitura. Falam-nos de gratidão e poderão
fazer-nos pensar no quanto a gratidão fará, ou não, parte das nossas
vidas. Estou certo de que sabereis extrair a moral da história.

Uma brasileira, sobrevivente de um campo de extermínio nazista,


contou que, por duas vezes, esteve numa fila que a encaminhava
para a câmara de gás. E que, nas duas vezes, o mesmo soldado
alemão a retirou da fila.

Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França. Quando


as tropas de Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que não se
concedesse visto para quem tentasse fugir do nazismo. Contrariando
o ditador, Aristides salvou dez mil judeus de uma morte certa. Pagou
bem caro pela sua atitude humanitária. Salazar destituiu-o do cargo e

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o fez viver na miséria até o fim da vida. Diz um provérbio judeu que
“quem salva uma vida salva a humanidade”. Em sinal de gratidão, há
vinte árvores plantadas em sua memória no Memorial do Holocausto,
em Jerusalém. E Aristides recebeu dos israelenses o título de “Justo
entre as Nações”, o que equivale a uma canonização católica.

Quando um empregado de um frigorífico foi inspecionar a câmara


frigorífica, a porta se fechou e ele ficou preso dentro dela. Bateu na
porta, gritou por socorro, mas todos haviam ido para suas casas. Já
estava muito debilitado pela baixa temperatura, quando a porta se
abriu e o vigia o resgatou com vida. Perguntaram ao vigia-salvador:
Por que foi abrir a porta da câmara, se isso não fazia parte de sua
rotina de trabalho? Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos,
vejo centenas de empregados que entram e saem, todos os dias, e
esse é o único funcionário que me cumprimenta ao chegar e se
despede ao sair. Hoje ele me disse “bom dia” ao chegar. E não
percebi que se despedisse de mim. Imaginei que poderia lhe ter
acontecido algo. Por isso o procurei e o encontrei.

Talvez a gratidão devesse ser uma rotina nas nossas vidas, algo
indissociável da relação humana, mas talvez ande arredada dos
nossos cotidianos, dos nossos gestos. E se começássemos cada dia
dando gracias a la vida, como faria a Violeta?

(José Pacheco, Dicionário de valores)

“Talvez a gratidão devesse ser uma rotina em nossas vidas...”;


a forma verbal que está corretamente conjugada no mesmo
tempo e modo da forma sublinhada é:

a) requisesse (requerer)

b) entretesse (entreter)

c) passeiasse (passear)

d) convisse (convir)

e) desdissesse (desdizer)

Comentários
Esta questão trata de conjugação verbal. O enunciado apresenta
um verbo (devesse) conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo
e solicita para marcar a alternativa que apresenta outra forma verbal
conjugada corretamente, também, no pretérito imperfeito do
subjuntivo.

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É provável que, em questões que abordam esse tema, a banca
apresente verbos que causam dúvidas aos candidatos.
Sugiro vermos cada verbo constante das alternativas para
resolvermos a questão. Vamos ver?
Alternativa a. Verbo “requerer”.
Na parte teórica, chamei atenção para o verbo requerer. Ele não é
derivado do verbo querer, como pode parecer. Veja: no presente do
indicativo, conjugamos - requeiro, requeres, requer, requeremos,
requereis, requerem, no presente do subjuntivo, conjugamos -
requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram e no
pretérito imperfeito do subjuntivo, conjugamos – requeresse,
requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis e
requeressem.
Assim, a forma correta é “requeresse” e não “requisesse”.

Alternativa b. Verbo “entreter”.


O verbo entreter é derivado verbo ter e conjuga-se tal como ele. Você
se lembra da dica de examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo
constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), e, com base nisso, fazer sua conjugação?

Assim, temos a forma “entretivesse” como correta.

Alternativa c. Verbo “passear”

Passear faz parte do grupo de verbos terminados no hiato “ear”


(nortear, manusear, homenagear, passear, saborear, pleitear,
sortear, arrear, pentear, etc). Tenha muito cuidado, pois esses verbos
intercalam um “i” em sua desinência em algumas formas rizotônicas
(motivos fonéticos). Salienta-se que, no pretérito imperfeito do
subjuntivo, não existe essa vogal eufônica.
Dessa maneira, a forma correta é “passeasse”.

Alternativa d. Verbo “convir”

O verbo convir é derivado verbo vir e conjuga-se tal como ele.


Lembre-se da dica de examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo
constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), e, com base nisso, fazer sua conjugação?

Assim, temos a forma “conviesse” como correta.

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Alternativa e. Verbo “desdizer”

O verbo desdizer é derivado verbo dizer e conjuga-se tal como ele.


Lembre-se da dica de examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo
constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), e, com base nisso, fazer sua conjugação?
Assim, a forma “desdissesse” está correta.
GABARITO: E

Questão 04 – (FCC) Analista Judiciário – TRF–2ª Região/2014

Quando penso em comprar uma ilha, nenhuma dessas excelências me


seduz mais do que as outras, nem todas juntas constituem a razão do
meu desejo.
Estará adequada a nova correlação entre os tempos e os
modos verbais caso se substituam os elementos sublinhados
da frase acima, na ordem dada, por:

a) Quando eu pensava – houvesse de seduzir – tinham constituído

b) Se eu viesse a pensar – seduziria – constituiriam

c) Se eu vier a pensar – seduziria - constituíam

d) Quando eu ficava pensando – seduzira - constituiriam

e) Se eu vier a pensar – terá seduzido – viriam a constituir

Comentários
Esta questão trata de correlação de tempos e modos verbais. O
enunciado apresenta uma sentença e propõe alternativas com novas
correlações verbais feitas por meio de substituições às formas
verbais originais.
Para resolver a questão, precisamos analisar cada alternativa.

Alternativa a. Quando eu pensava – houvesse de seduzir – tinham


constituído.
Ao trocarmos “Quando penso” por “Quando eu pensava”, ou seja, o
presente do indicativo pelo pretérito imperfeito do indicativo, também

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temos que trocar as outras formas verbais por esse mesmo pretérito.
Dessa forma, a sentença correta ficaria assim:
Quando pensei em comprar uma ilha, nenhuma dessas excelências me
seduzia mais do que as outras, nem todas juntas constituíam a razão do
meu desejo.

Alternativa b. Se eu viesse a pensar – seduziria – constituiriam.


Ao trocarmos “Quando penso” por “Se eu viesse a pensar”, ou seja, o
presente do indicativo pelo pretérito imperfeito do subjuntivo,
também somos obrigados a trocar as outras formas verbais pelo
futuro do pretérito do indicativo. Dessa forma, a sentença está
correta:
Se eu viesse a pensar em comprar uma ilha, nenhuma dessas excelências
me seduziria mais do que as outras, nem todas juntas constituiriam a razão
do meu desejo.
Esta é a resposta da questão.

Alternativa c. Se eu vier a pensar – seduziria - constituíam


Ao trocarmos “Quando penso” por “Se eu vier a pensar”, ou seja, o
presente do indicativo pelo futuro do subjuntivo, também somos
obrigados a trocar as outras formas verbais pelo futuro do presente
do indicativo. Dessa forma, a sentença estaria correta assim:
Se eu vier a pensar em comprar uma ilha, nenhuma dessas excelências me
seduzirá mais do que as outras, nem todas juntas constituirão a razão do
meu desejo.

Alternativa d. Quando eu ficava pensando – seduzira –


constituiriam.

Ao trocarmos “Quando penso” por “Quando eu ficava pensando”, ou


seja, o presente do indicativo pelo pretérito imperfeito do indicativo,
também devemos trocar as outras formas verbais pelo mesmo
pretérito (da mesma forma que ocorreu na alternativa a). Dessa
maneira, a sentença estaria correta assim:
Quando eu ficava pensando em comprar uma ilha, nenhuma dessas
excelências me seduzia mais do que as outras, nem todas juntas
constituíam a razão do meu desejo.

Alternativa e. Se eu vier a pensar – terá seduzido – viriam a


constituir.

Ao trocarmos “Quando penso” por “Se eu vier a pensar”, ou seja, o


presente do indicativo pelo futuro do subjuntivo, também devemos

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trocar as outras formas verbais pelo futuro do presente do indicativo
(da mesma forma que ocorreu na alternativa c). Dessa maneira, a
sentença estaria correta assim:
Quando eu ficava pensando em comprar uma ilha, nenhuma dessas
excelências me seduzirá mais do que as outras, nem todas juntas
constituirão a razão do meu desejo.
GABARITO: B

Questão 05 – (FCC) Analista Judiciário – TRF–2ª Região/2014

Atentando-se para a voz verbal, é correto afirmar que em:

a) E por que nos seduz a ilha? - não há possibilidade de transposição


para a voz passiva.
b) Tudo isso existe fora das ilhas - a transposição para a voz passiva
resultará na forma verbal tem existido.
c) Por bondade abstrata nos tornamos atrozes - ocorre um caso de
voz passiva.
d) A ideia de fuga tem sido alvo de crítica severa - o elemento
sublinhado é agente da passiva.
e) Amemos a ilha - a transposição para a voz passiva resultará na
forma verbal seja amada.

Comentários
Esta questão aborda vozes verbais. O enunciado apresenta
alternativas e solicita para marcar aquela em que está correta a
afirmação referente a esse assunto. Vamos rever esse tópico tão
importante?
Todo verbo assume uma forma para expressar sua relação com o
sujeito. Isso é o que chamamos voz verbal. Na Língua Portuguesa, o
sujeito pode assumir três papéis:
a) o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo – voz ativa. O
sujeito é denominado sujeito agente. É a voz mais comum na
Língua Portuguesa, pois é empregada para expressar as ações
de maneira mais objetiva e clara.
Exemplo: O empresário fechou a fábrica de pneus.

b) o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo – voz passiva. O


sujeito é denominado sujeito paciente. Quando temos voz

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passiva, o verbo principal deve ser transitivo direto ou transitivo
direto e indireto.
Exemplo: A fábrica de pneus foi fechada pelo empresário.

c) o sujeito pratica e sofre a ação expressa pelo verbo – voz


reflexiva. O sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo.
Exemplo: A famosa modelo olhou-se no espelho antes do desfile.
Observação: alguns autores incluem, na classificação acima, a voz
recíproca, que é aquela formada por verbo e por pronome recíproco.
Assim, os sujeitos praticam a ação de modo mútuo ou
correspondente. Por sua vez, outros gramáticos dividem a voz
reflexiva em voz reflexiva propriamente dita e voz reflexiva recíproca.
Mas, o conceito permanece o mesmo.
A voz passiva pode ser dividida em:
a) voz passiva analítica: é formada por verbo auxiliar (em geral,
ser ou estar) e pelo particípio do verbo principal.
A voz passiva analítica pode apresentar o denominado agente da
passiva, que é o termo que, na verdade, pratica a ação verbal (o
sujeito é paciente, lembra-se disso?). O agente da passiva vem
sempre acompanhado de preposição (ex: por, de, a).
b) voz passiva sintética: é formada por verbo (deve ser
obrigatoriamente transitivo direto ou transitivo direto e indireto) e
pelo pronome “se” (pronome apassivador ou partícula
apassivadora).
A voz passiva analítica não apresenta agente da passiva e também
é conhecida como voz passiva pronominal

Para resolver a questão, precisamos analisar cada alternativa.

Alternativa a. E por que nos seduz a ilha? não há possibilidade de


transposição para a voz passiva.

A alternativa sugere que a sentença, que se encontra na voz ativa,


não é passível de ser transposta para a voz passiva. O verbo seduzir é
um verbo transitivo direto, que admite transposição de voz ativa para
passiva. Você se lembra como fazemos a transposição da voz ativa
para a passiva? Vamos rever?
Voz ativa para voz passiva analítica: você deve colocar o verbo da
ação no particípio e conjugar o verbo auxiliar na mesma forma (modo,
tempo) em que se encontra o verbo da ação. Logo após, o elemento
que é o objeto direto na voz ativa será transformado em sujeito da
voz passiva. O termo que é o sujeito da voz ativa se transforma em

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agente da passiva. Não se esqueça de que o verbo auxiliar concorda
em número e pessoa com o sujeito da voz passiva e de que o
particípio concorda em gênero e número com esse mesmo sujeito.
Atente-se para o fato de que não há qualquer mudança ou troca em
relação aos demais complementos (objeto indireto, predicativo do
objeto e outros).
Então, a frase E por que nos seduz a ilha? Ficaria assim: E por que somos
seduzidos pela ilha?

Alternativa b. Tudo isso existe fora das ilhas a transposição para a voz
passiva resultará na forma verbal tem existido.

Diferente da alternativa a, a frase da alternativa b (que está na voz


ativa) não pode ser convertida voz passiva. Isso porque o verbo
“existir” é intransitivo e não admite transposição de voz ativa para
passiva.

Alternativa c. Por bondade abstrata nos tornamos atrozes ocorre um caso


de voz passiva.
Nesta alternativa, temos o emprego do verbo de ligação “tornar-se”.
Como já vimos, em outro exercício desta aula, os verbos de ligação
não são passíveis de denotar ação praticada ou sofrida pelo sujeito da
oração. Mas não se preocupe, estudaremos verbo de ligação na Aula
06.
Alternativa d. A ideia de fuga tem sido alvo de crítica severa o elemento
sublinhado é agente da passiva.

Ao analisarmos a sentença desta alternativa, vemos que o termo


“crítica severa” está ligado pela preposição “de” ao substantivo “alvo”.
O agente da passiva pode ser iniciado pela preposição “de” como
vimos na parte teórica desta aula. Mas, observe que ao agente da
passiva é o termo que, efetivamente, pratica a ação verbal, pois o
sujeito é paciente. Assim, vemos que “crítica severa” não tem
capacidade para praticar a ação expressa na sentença. O termo é, na
verdade, um adjunto adnominal – assunto de nossa próxima aula.

Alternativa e. Amemos a ilha a transposição para a voz passiva resultará


na forma verbal seja amada.
Perceba que o sujeito (nós) está implícito na oração “Amemos a ilha”
e que o termo a ilha é o objeto direto. Ao fazermos a conversão da
voz ativa para a voz passiva, temos: “A ilha seja amada”.
Opção correta – resposta da questão.
Neste exercício, alerto para o fato de serem exigidos do aluno vários
conceitos sobre transitividade de verbos (verbos transitivos,

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intransitivos, de ligação, etc.) e termos da oração (sujeito, objeto
direto, adjunto adnominal, etc.). Como ainda vamos estudar isso na
aula de sintaxe (Aula 06), peço que vejam esta questão de forma
introdutória (apenas para perceber o uso de voz passiva e de voz
ativa). Após ter estudado a próxima aula, sugiro que aqui voltem
para refazê-lo.
GABARITO: E

Questão 06 – (FGV) Fiscal de Rendas – SEFAZ-RJ/2010


(Adaptada)

Na frase “A liberdade supõe a operação sobre alternativas;”, o verbo


irregular foi flexionado corretamente.
Assinale a alternativa em que se apresenta flexão incorreta da
forma verbal.
a) Eles impunham condições para que o acordo fosse assinado.

b) O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de seleção.

c) Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação caráter


eliminatório.

d) Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da revista


será certa.

e) É necessário que atentemos para a questão da mudança de


paradigma científico.

Comentários
Esta questão trata de conjugação verbal. O enunciado apresenta as
alternativas e solicita que o candidato marque aquela em que está
incorreta a flexão da forma verbal. Perceba como a banca explora
esse assunto – ela usa verbos que podem gerar dúvidas ao aluno.
Para resolver a questão, precisamos analisar cada alternativa.

Alternativa a. Eles impunham condições para que o acordo fosse


assinado.

O verbo impor é derivado verbo por e conjuga-se tal como ele. Você
se lembra da dica de examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo

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constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), e, com base nisso, fazer sua conjugação? Assim,
a forma “impunham” (pretérito imperfeito do indicativo) está correta.
O pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo (tempo
composto) fosse assinado também foi corretamente empregado.

Alternativa b. O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de


seleção.

O verbo intervir é derivado verbo vir e conjuga-se tal como ele.


Lembre-se da dica de examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo
constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), e, com base nisso, fazer sua conjugação? Assim,
temos a forma “interveio” (pretérito perfeito do indicativo) como
correta.

Alternativa c. Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação


caráter eliminatório.

Atenção para a forma verbal quereria (futuro do pretérito do


indicativo): está correta.

Alternativa d. Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da


revista será certa.

Atenção para o verbo dispor. Ele é derivado verbo pôr e conjuga-se


tal como ele. Lembre-se da dica de examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo
constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), e, com base nisso, fazer sua conjugação? Assim,
a forma “dispuserem” (futuro do subjuntivo) é a correta.
Esta é a resposta do exercício.

Alternativa e. É necessário que atentemos para a questão da mudança de


paradigma científico.
Muito cuidado com a forma verbal atentemos. Ela está no presente do
subjuntivo e foi flexionada de maneira correta.
GABARITO: D

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Questão 07 – (FCC) Assistente Técnico-Administrativo –


MF/2009
(Adaptada)

Feliz aniversário, Charles Darwin!


Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção
natural. Ela é, afinal, a maior responsável pelo barroco processo que
leva os organismos complexos inexoravelmente à morte – conceito
que não se aplica muito a bactérias e arqueobactérias, seres que se
reproduzem gerando clones de si próprios, partilham identidades com
a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida
suspensa (no gelo, por exemplo).
A contribuição de Darwin para a ciência e para a história, porém,
continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção
natural. Só por isso ele já merece os parabéns. Feliz aniversário,
Darwin.
(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-
08)
Julgue o item seguinte.

A forma verbal "completaria" (sublinhada no texto) se refere a uma


ação que vai ocorrer no futuro, a menos que acontecimentos no
tempo presente o impeçam.

Comentários
Esta questão aborda o assunto emprego de tempos verbais. O
enunciado apresenta a forma verbal “completaria” (futuro do pretérito
do indicativo) e questiona se ela se refere a uma ação que vai ocorrer
no futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o
impeçam.
Assim, a banca quer saber se o candidato conhece o emprego correto
dos modos e dos tempos verbais; neste exemplo, o futuro do
pretérito do indicativo.
Empregamos o futuro do pretérito do indicativo nos seguintes
casos:
a) O fato é posterior em relação a outro já ocorrido.
b) O fato não chegou a acontecer.
c) O fato é incerto.
d) O fato é uma hipótese em relação a uma condição.
e) Polidez.

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Vamos ver o trecho do texto?
Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural.
Perceba que o verbo “completaria” expressa um sentido de que,
certamente, Charles Darwin nunca completará 200 anos, pois outro
fato (seleção natural) impede isso. Assim, o fato não chegou a
acontecer, não é mesmo?
Dessa forma, vemos que a sugestão feita no enunciado está errada,
pois ela indica uma situação de dúvida (a menos que acontecimentos
no presente o impeçam), o que não é o expresso pelo futuro do
pretérito do indicativo.
GABARITO: ERRADA

Questão 08 – (ESAF) Auditor Fiscal do Trabalho - MTE/2010


(Adaptada)

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet,


ao anunciar que a taxa básica do BCE não seria mudada, alertou os
governos da União Europeia sobre o déficit crescente das contas
públicas, um perigo para a economia, pois enfraquece o crescimento
na zona do euro. A advertência vale para o Brasil, embora as causas
do nosso déficit sejam diferentes das da União Europeia.
A crise que se iniciou em 2008 nos EUA para depois atingir todas as
economias, no quadro da globalização, ao contrário da de 1929,
levou os governos a optarem pela intervenção pública para salvar o
sistema bancário e para dar um impulso à economia. Isso se
traduziu como forte pressão sobre as finanças públicas, que estão
acusando déficits muito elevados.
(O Estado de S. Paulo, 16/01/2010.)

Julgue o seguinte item.

A substituição de “se traduziu” (em negrito no texto) por foi


traduzido prejudica a correção gramatical do período.

Comentários
Esta questão aborda o assunto conversão de vozes verbais. O
enunciado apresenta a substituição da voz ativa “se traduziu” pela
voz passiva “foi traduzido” e questiona se isso prejudica a correção
gramatical. Vamos rever esse tipo de conversão de vozes verbais?
Voz passiva sintética para voz passiva analítica

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Para fazer a conversão da voz passiva sintética para a voz passiva
analítica, trocamos o pronome “se” (partícula apassivadora) pelo
verbo auxiliar conjugado na mesma forma em que se encontra o
verbo da voz passiva sintética. Logo após, você deve passar o verbo
da voz passiva sintética para o particípio. Observe que o sujeito é o
mesmo, paciente em ambos os casos.
Na questão, então, a frase Isso se traduziu como forte pressão sobre as
finanças públicas..., ficaria assim: Isso foi traduzido como forte pressão
sobre as finanças públicas...
Note, no exemplo acima, que o sujeito (paciente) é o mesmo (isso).
Perceba, também, que o verbo auxiliar (foi) está no mesmo modo e
tempo do verbo da voz passiva sintética (traduziu).
GABARITO: ERRADO

Questão 09 – (ESAF) Assistente Técnico-Administrativo –


MF/2009
(Adaptada)

A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma


súmula vinculante que discipline o uso do segredo de Justiça,
prerrogativa que tem sido utilizada por juízes, nem sempre em defesa
do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos
de falcatruas. (...)
(Zero Hora, 27/2/2009)

Julgue o item abaixo:

O emprego do subjuntivo em discipline (sublinhado no texto) justifica-


se por se tratar de uma informação categórica, de uma informação
indiscutível.

Comentários
Esta questão aborda o assunto emprego de tempos verbais. O
enunciado apresenta a forma verbal “discipline” (presente do
subjuntivo) e questiona se ela justifica-se por se tratar de uma
informação categórica, de uma informação indiscutível.

Assim, a banca quer saber se o candidato conhece o correto emprego


dos modos e dos tempos verbais; neste exemplo, o presente do
subjuntivo.

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Empregamos o presente do subjuntivo para enunciar o fato como
hipótese, dúvida, desejo, probabilidade, suposição.
Vamos ver o trecho do texto?
A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula
vinculante que discipline o uso do segredo de Justiça...
Perceba que o verbo “discipline” expressa um sentido de que não há
certeza se o pedido da OAB será aceito. Assim, a informação não é
categórica, não é mesmo? Para indicar atitude de certeza,
precisamos usar o modo indicativo.
Dessa forma, vemos que a sugestão feita no enunciado está errada.
GABARITO: ERRADA

Questão 10 – (FCC) Analista Judiciário – TRF–2ª Região/2014

O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão corretos em:

a) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando as ações


predatórias, para que a cidade não sucumba aos atropelos do turismo
selvagem.
b) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para que obtesse,
agora em definitivo, o prestígio de um polo turístico de inegável valor
histórico.
c) A revalorização e a nova proeminência de Paraty não prescindiram
e não requiseram mais do que o esquecimento e a passagem do
tempo.
d) Quando se imaginou que Paraty havia sido para sempre renegada
a um segundo plano, eis que ela imerge do esquecimento, em 1974.
e) A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância estratégica
de Paraty, até que, a partir de 1855, sobreviram longos anos de
esquecimento.

Comentários
Esta questão aborda o assunto emprego, a grafia e a flexão de
verbos. O enunciado apresenta alternativas e solicita para marcar
aquela em que estão corretos os itens relativos a esse assunto.
Para tanto, vamos verificar cada uma das alternativas.
Alternativa a. A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando as ações
predatórias, para que a cidade não sucumba aos atropelos do turismo
selvagem.

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Nesta alternativa, empregaram-se corretamente os verbos envidar
(futuro do presente do indicativo), refrear (gerúndio) e sucumbir
(presente do subjuntivo).

Tenha cuidado com o verbo refrear, pois ele pertence ao grupo de


verbos terminados no hiato “ear” (nortear, manusear,
homenagear, passear, saborear, pleitear, sortear, arrear, pentear,
etc). Esses verbos intercalam um “i” em sua desinência em algumas
formas rizotônicas (motivos fonéticos). Como exemplo, veja o verbo
pentear: eu penteio, tu penteias, ele penteia, nós penteamos, vós
penteais, eles penteiam.
Como está correta, esta alternativa é a resposta do exercício.

Alternativa b. Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para que


obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo turístico de inegável
valor histórico.
O verbo imbuir é um verbo pronominal. Conforme vimos na parte
teórica da aula, os verbos pronominais possuem o pronome como
parte integrante deles. Eles não aceitam outra forma de conjugação,
ou seja, eles só se conjugam com o pronome “junto” dele (pronome
integra o significado do verbo). Os verbos pronominais, geralmente,
expressam sentimentos (dignar-se, queixar-se, arrepender-se,
atrever-se, etc.). Dessa forma, o verbo imbuir está empregado com
erro.
O verbo obter é derivado de ter e conjuga-se tal como ele. Você se
lembra da dica de examinar a formação do verbo (classificação
quanto à formação), ou seja, se o verbo constante na questão
é derivado de algum primitivo mais comum (mais fácil), e, com
base nisso, fazer sua conjugação?

Assim, temos a forma “obtivesse” como correta.

Segue o trecho escrito da forma correta:


Paraty imbuiu-se da sorte e do destino os meios para que obtivesse, agora
em definitivo, o prestígio de um polo turístico de inegável valor histórico.

Alternativa c. A revalorização e a nova proeminência de Paraty não


prescindiram e não requiseram mais do que o esquecimento e a passagem
do tempo.
O verbo prescindir foi empregado da maneira correta.
Na parte teórica, chamei atenção para o verbo requerer. Ele não é
derivado do verbo querer, como pode parecer. Veja: no presente do
indicativo, conjugamos - requeiro, requeres, requer, requeremos,

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requereis, requerem, no presente do subjuntivo, conjugamos -
requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram e no
pretérito perfeito do indicativo, conjugamos – requeri, requereste,
requereu, requeremos, requerestes e requereram.
Assim, a forma correta é “requereram” e não “requiseram”.

Segue o trecho escrito da forma correta:


A revalorização e a nova proeminência de Paraty não prescindiram e não
requereram mais do que o esquecimento e a passagem do tempo.

Alternativa d. Quando se imaginou que Paraty havia sido para sempre


renegada a um segundo plano, eis que ela imerge do esquecimento, em
1974.
Não há qualquer problema com o uso do verbo imaginar.
O verbo renegar não foi empregado corretamente. Seu significado
pode ser: abjurar - renegar a fé; recusar-se a reconhecer - renegar
uma filha; repelir - a pátria renega esses filhos ou afastar-se -
renegou o partido da direita. Dessa maneira, percebe-se que renegar
não está semanticamente adequado à sentença. Sugiro o uso do
verbo rejeitar como substituição.
O verbo imergir significa mergulhar em um líquido; afundar-se ou
afundar. No caso, a frase deveria conter o verbo emergir, que
significa manifestar-se; aparecer, surgir.
Imergir e emergir são palavras parônimas: possuem grafia e
pronúncia quase idênticas, mas significados diferentes. Já vimos esse
conceito em outra aula, não foi mesmo?
Escrita da forma correta, a sentença ficaria assim:
Quando se imaginou que Paraty havia sido para sempre rejeitada a um
segundo plano, eis que ela emerge do esquecimento, em 1974.

Alternativa e. A cada novo ciclo econômico retificava-se a importância


estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, sobreviram longos anos de
esquecimento.
Os verbos retificar e sobrevir estão empregados de forma errada.
O verbo retificar significa deixar reto, alinhar, corrigir, emendar. No
caso, a frase deveria conter o verbo ratificar, que significa
confirmar, reafirmar, comprovar ou validar algo.
Ratificar e retificar são palavras parônimas: possuem grafia e
pronúncia quase idênticas, mas significados diferentes. Já vimos esse
conceito em outra aula, você se lembra?

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O verbo sobrevir é derivado verbo vir e conjuga-se tal como ele.
Lembre-se da dica de examinar a formação do verbo
(classificação quanto à formação), ou seja, se o verbo
constante na questão é derivado de algum primitivo mais
comum (mais fácil), e, com base nisso, fazer sua conjugação?

Desse modo, temos a forma “sobrevieram” como correta.


Escrito da forma correta, o trecho ficaria assim:
A cada novo ciclo econômico ratificava-se a importância estratégica de
Paraty, até que, a partir de 1855, sobrevieram longos anos de
esquecimento.
GABARITO: A

Questão 11 – (CESPE) Analista Judiciário – TSE/2007


(Adaptada)

A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica.


Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a
vaga do finado Aristides Lobo. (...)

Julgue o item abaixo.

A substituição de “estivera” (sublinhado no trecho) por tinha estado


prejudica a correção gramatical do período.

Comentários
Esta questão aborda o assunto emprego de tempos verbais. O
enunciado apresenta a forma verbal “estivera” (pretérito mais-que-
perfeito do indicativo) e questiona se, caso ocorra a substituição por
“tinha estado” (pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo), a
correção gramatical fica prejudicada.

Assim, a banca quer saber se o candidato conhece o emprego correto


dos modos e dos tempos verbais.
Empregamos o pretérito mais-que-perfeito do indicativo para nos
referirmos a um fato anterior a outro fato que também é passado. O
pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo tem a
mesma carga semântica do tempo simples e é a forma mais usual
desse pretérito. Note que a forma simples está em desuso.

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Dessa forma, vemos que a substituição do tempo simples pelo
composto em nada prejudica o sentido do período. Também não há
prejuízo à sua correção gramatical, pois o a forma verbal “tinha
estado” está na mesma flexão de número e gênero que “estivera”
(3ª pessoa do singular).
GABARITO: ERRADA

Questão 12 – (FCC) Analista Judiciário – TRT-8ª Região/2010

...secavam as fibras num varal e (...) as carregavam para a


propriedade, onde eram prensadas e enfardadas...

Invertendo-se as vozes passiva e ativa da frase acima, a frase


correta resultante será:

a) As fibras eram secadas num varal e carregadas para a


propriedade, onde a prensava e enfardava.

b) As fibras secavam num varal e eram carregadas para a


propriedade, onde lhes prensavam e enfardavam.

c) As fibras eram secas num varal e carregadas para a propriedade,


onde as prensavam e enfardavam.

d) As fibras secaram num varal e foram carregadas para a


propriedade, onde lhes prensavam e enfardavam.

e) As fibras ficavam secando num varal e lhes carregavam para a


propriedade, onde as prensavam e enfardavam.

Comentários
Esta questão trata da conversão de vozes verbais. Para resolvê-la,
você deve converter a voz ativa para a voz passiva analítica e vice-
versa.

Vamos rever?
Voz ativa para voz passiva analítica: você deve colocar o verbo da
ação no particípio e conjugar o verbo auxiliar na mesma forma (modo,
tempo) em que se encontra o verbo da ação. Logo após, o elemento
que é o objeto direto na voz ativa será transformado em sujeito da
voz passiva. O termo que é o sujeito da voz ativa se transforma em
agente da passiva. Não se esqueça de que o verbo auxiliar concorda
em número e pessoa com o sujeito da voz passiva e de que o
particípio concorda em gênero e número com esse mesmo sujeito.

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Atente-se para o fato de que não há qualquer mudança ou troca em
relação aos demais complementos (objeto indireto, predicativo do
objeto e outros).

Agora, veremos a sentença constante do enunciado:

...secavam as fibras num varal e (...) as carregavam para a propriedade,


onde eram prensadas e enfardadas...
Perceba que a oração possui dois verbos na voz ativa (secavam e
carregavam) e dois na voz passiva analítica (eram prensadas e
“eram” enfardadas).

Faremos, então, a conversão:

...As fibras eram secas num varal e (eram) carregadas para a


propriedade, onde as prensavam e enfardavam...

Atenção para o uso do particípio irregular na voz passiva (seco)


e particípio regular no tempo composto – voz ativa (secado).

Assim, a alternativa que contém a frase feita com as corretas


conversões é a alternativa c.
GABARITO: C

Questão 13 – (FCC) Assistente Administrativo –


FUNARTE/2014
(Adaptada)

...de um outro galo que apanhe o grito...

O verbo que se encontra conjugado nos mesmos tempo e modo


que o grifado na frase acima está presente nos seguintes
versos de João Cabral de Melo Neto, retirados de Morte e Vida
Severina:

a) Por onde andará a gente / que tantas canas cultiva?

b) Os rios que correm aqui / têm a água vitalícia...

c) Quem sabe se nesta terra / não plantarei minha sina?

d) só morte tem encontrado / quem pensava encontrar vida...

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e) primeiro é preciso achar / um trabalho de que viva.

Comentários
Esta questão trata de conjugação verbal. O enunciado apresenta
um verbo (“apanhe”) conjugado no presente do subjuntivo e solicita
para marcar a alternativa que apresenta outra forma verbal
conjugada nos mesmos modo e tempo de “apanhe”.
Sugiro vermos cada verbo constante das alternativas para
resolvermos a questão. Vamos ver?

Alternativa a. Por onde andará a gente / que tantas canas cultiva?


Nesta alternativa, temos “andará” e “cultiva”. Observe que “andará”
está no futuro do presente do indicativo e “cultiva” está no presente
do indicativo.
Alternativa errada.

Alternativa b. Os rios que correm aqui / têm a água vitalícia...


Nesta alternativa, temos “correm” e “têm”. Observe que ambas as
formas verbais estão no presente do indicativo.
Alternativa errada.

Alternativa c. Quem sabe se nesta terra / não plantarei minha sina?


Nesta alternativa, temos “sabe” e “plantarei”. Observe que “sabe”
está no presente do indicativo e “plantarei” está no futuro do presente
do indicativo.
Alternativa errada.

Alternativa d. só morte tem encontrado / quem pensava encontrar vida...


Nesta alternativa, temos “tem encontrado” e “pensava”. Observe que
“tem encontrado” está no pretérito perfeito composto do indicativo e
“pensava” está no pretérito imperfeito do indicativo.
Alternativa errada.

Alternativa e. primeiro é preciso achar / um trabalho de que viva.

Nesta alternativa, temos “é”, “achar” e “cultiva”. Observe que “é” está
no presente do indicativo, “achar” está no infinitivo e “viva” está no
presente do subjuntivo.

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Alternativa certa.
GABARITO: E

Questão 14 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ–SP/2009

Conheci ontem o que é celebridade. Estava comprando gazetas a um


homem que as vende na calçada da Rua de S. José, esquina do Largo
da Carioca, quando vi chegar uma mulher simples e dizer ao vendedor
com voz descansada:
− Me dá uma folha que traz o retrato desse homem que briga lá fora.
− Quem?
− Me esqueceu o nome dele.
Leitor obtuso, se não percebeste que “esse homem que briga lá fora”
é nada menos que o nosso Antônio Conselheiro, crê-me que és ainda
mais obtuso do que pareces. A mulher provavelmente não sabe ler,
ouviu falar da seita de Canudos, com muito pormenor misterioso,
muita auréola, muita lenda, disseram-lhe que algum jornal dera o
retrato do Messias do sertão, e foi comprá-lo, ignorando que nas ruas
só se vendem as folhas do dia. Não sabe o nome do Messias; é “esse
homem que briga lá fora”. A celebridade, caro e tapado leitor, é isto
mesmo. O nome de Antônio Conselheiro acabará por entrar na
memória desta mulher anônima, e não sairá mais. Ela levava uma
pequena, naturalmente filha; um dia contará a história à filha, depois
à neta, à porta da estalagem, ou no quarto em que residirem.
(Machado de Assis, Crônica publicada em A semana, 1897. In Obra
completa, vol.III, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 763)

Considerado o contexto, está correto o que se afirma em:

a) Estava comprando indica, entre ações simultâneas, a que se


estava processando quando sobrevieram as demais. (trecho
sublinhado no texto)

b) dera exprime ação ocorrida simultaneamente a disseram. (trechos


sublinhados no texto)

c) acabará por entrar expressa um desejo. (trecho sublinhado no


texto)

d) levava designa fato passado concebido como permanente. (trecho


sublinhado no texto)

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e) residirem exprime fato possível, mas improvável. (trecho


sublinhado no texto)

Esta questão aborda o assunto emprego de tempos verbais. O


enunciado apresenta as alternativas e questiona qual delas contém a
afirmação correta.
Sugiro vermos cada verbo constante das alternativas para
resolvermos a questão. Vamos ver?
Alternativa a. Estava comprando indica, entre ações simultâneas, a que
se estava processando quando sobrevieram as demais.
Perceba que a locução verbal “estava comprando” está no pretérito
imperfeito do indicativo. Esse tempo indica ação em progresso, ainda
não concluída. Veja que essa locução expressa a ocorrência de outros
fatos à medida que a ação de “comprar” era realizada.
Afirmativa correta.

Alternativa b. dera exprime ação ocorrida simultaneamente a disseram.


Note que a forma verbal “dera” está no pretérito mais-que-perfeito do
indicativo. Esse tempo se refere a um fato anterior a outro fato que
também é passado.
Afirmativa errada.

Alternativa c. acabará por entrar expressa um desejo.

Veja que a locução verbal “acabará por entrar” está no futuro do


presente do indicativo. Esse tempo se refere a um fato que se
realizará em um momento posterior ao presente. Também pode se
referir a uma afirmação com valor de certeza. Não expressa valor de
desejo.
Afirmativa errada.

Alternativa d. levava designa fato passado concebido como permanente.

Veja que a forma verbal “levava” está no pretérito imperfeito do


indicativo. Esse tempo, nesta sentença em análise, se refere a um
fato passado, sem desdobramentos para o presente.
Afirmativa errada.

Alternativa e. residirem exprime fato possível, mas improvável.

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Observe que a forma verbal “residirem” está no futuro do subjuntivo.
Esse tempo, nesta sentença em análise, não se refere a um fato
improvável.
Afirmativa errada.
GABARITO: A

Questão 15 – (FGV) Fiscal de Rendas – SEFAZ (RJ)/2008.2


(Adaptada)

(...) A propósito, Noberto Bobbio, em “Elogio da serenidade e outros


escritos morais”, já observara que “nenhuma questão moral, proposta
em qualquer campo, encontrou até hoje solução definitiva”.
(...)
(Everardo Maciel. Disponível em: www.braudel.org.br)

A forma verbal observara (sublinhada no texto) é equivalente


de:

a) tivera observado

b) houvesse observado

c) tinha observado

d) tem observado

e) estava observando

Comentários
Esta questão aborda o assunto emprego de tempos verbais. O
enunciado apresenta a forma verbal “observara” (pretérito mais-que
perfeito do indicativo) e questiona qual alternativa apresenta uma
forma verbal equivalente.
Desse modo, a banca quer saber se o candidato conhece o emprego
correto dos modos e dos tempos verbais.
Empregamos o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, tanto
na forma simples quanto na composta, para nos referirmos a um fato
anterior a outro fato que também é passado.

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Vale lembrar que o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo
é formado pelo pretérito imperfeito do indicativo (verbo auxiliar –
“ter” ou “haver”) mais particípio (verbo principal).
Dessa forma, temos que verificar qual alternativa contém o pretérito
mais-que-perfeito composto do indicativo.
A resposta é a alternativa c – “tinha observado”.
GABARITO: C

Questão 16 – (FGV) Assessor Técnico – Informática


(Administrador de Banco de Dados) – DETRAN (RN)/2010

Convivas de boa memória


Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a
língua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem boa
memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles,
conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me
acudir agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta.
Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a
alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem
caras nem nomes, e somente raras circunstâncias. A quem passe a
vida na mesma casa de família, com os seus eternos móveis e
costumes, pessoas e afeições, é que se lhe grava tudo pela
continuidade e repetição. Como eu invejo os que não esqueceram a
cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino com a das que
enfiei ontem. Juro só que não eram amarelas porque execro essa cor;
mas isso mesmo pode ser olvido e confusão.
E antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem
nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu,
quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço,
em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que
não achei nele. Quantas ideias finas me acodem então! Que de
reflexões profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas
folhas lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas
árvores, os seus altares, e os generais sacam das espadas que tinham
ficado na bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal,
e tudo marcha com uma alma imprevista.
É que tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim
preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as
minhas.
(Assis, Machado de. Dom Casmurro – Editora Scipione – 1994 – pág. 65)

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Na construção de uma das opções abaixo foi empregada uma
forma verbal que segue o mesmo tipo de uso do verbo “haver”
em “Há dessas reminiscências que não descansam...” (1º
parágrafo). Assinale-a:

a) Todos eles hão de sentir o mesmo gosto pela política.

b) Naquela época choveram cartas de apoio à sua candidatura.

c) Faz muitos anos que tudo isso aconteceu.

d) Todos os alunos haviam estudado muito para aquela prova.

e) Os homens fizeram um abaixo-assinado para resolver o problema.

Comentários
Esta questão trata de flexão de verbos. O enunciado apresenta a
forma verbal “há” (presente do indicativo) e questiona qual
alternativa apresenta uma forma verbal que segue o mesmo tipo de
uso do verbo haver.
Na parte teórica da aula, eu comentei sobre a existência de verbos
impessoais. Você se lembra?
O verbo unipessoal (verbo sem sujeito) é aquele que não apresenta
sujeito com o qual possa concordar. Assim, eles são sempre usados
na 3ª pessoa do singular. Exemplos: verbos que indicam fenômenos
da natureza (chover, nevar, ventar, relampejar, gear), verbo “haver”
no sentido de existir, acontecer, ocorrer, realizar-se e verbo “fazer” se
indicar tempo decorrido.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa a. Todos eles hão de sentir o mesmo gosto pela política.

Perceba que a forma verbal “hão” faz parte (verbo auxiliar) de locução
verbal. O verbo “haver”, neste caso, não é verbo unipessoal.
Observe que ele concorda com o sujeito “todos eles” (3ª pessoa do
plural). Não se preocupe, veremos concordância verbal na Aula 07.

Note que o verbo “haver” não foi empregado no sentido de “existir”.


Afirmativa errada.
Alternativa b. Naquela época choveram cartas de apoio à sua
candidatura.

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Perceba que a forma verbal “choveram” não é verbo unipessoal.
Observe que ele concorda com o sujeito “cartas de apoio” (3ª pessoa
do plural). Não se preocupe, veremos concordância verbal na Aula 07.

Note que o verbo “chover” foi empregado em sentido diferente de


“fenômenos da natureza”, ou seja, expressa, aqui, significado de
grande quantidade.
Afirmativa errada.

Alternativa c. Faz muitos anos que tudo isso aconteceu.

Perceba que a forma verbal “faz” é verbo unipessoal. Note que o


verbo “fazer” foi empregado para indicar “tempo decorrido”.
Afirmativa correta.

Alternativa d. Todos os alunos haviam estudado muito para aquela prova.

Note que a forma verbal “haviam” faz parte (verbo auxiliar) de tempo
composto (pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo). O
verbo “haver”, neste caso, não é verbo unipessoal. Observe que
ele concorda com o sujeito “todos os alunos” (3ª pessoa do plural).
Não se preocupe, veremos concordância verbal na Aula 07.

Veja que o verbo “haver” não foi empregado no sentido de “existir”.


Afirmativa errada.

Alternativa e. Os homens fizeram um abaixo-assinado para resolver o


problema.
Veja que a forma verbal “fizeram”, neste caso, não é verbo
unipessoal. Observe que ele concorda com o sujeito “os homens” (3ª
pessoa do plural). Não se preocupe, veremos concordância verbal na
Aula 07.

Observe que o verbo “fazer” não foi empregado para indicar “tempo
decorrido”.
Afirmativa errada.

A resposta é a alternativa c – “faz”.


GABARITO: C

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Questão 17 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos


4 e 8 – TC-DF/2014
(Adaptada)
(Texto para as questões 17 e 18)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca


promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e
tecnologia brasileiras, com inovação e competitividade, por meio do
intercâmbio com outros países. No âmbito do programa, serão
concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior
para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior
interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se
imperativo no início do século XXI, devido à extrema velocidade com
que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há décadas, países como
China e Índia têm enviado estudantes para países centrais, com
resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai
acelerar a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência
brasileira. Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos
importantes — como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes
—, que ainda são incipientes. Estudantes do Acre, de Rondônia ou do
Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada de um ano
em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma
forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam
com uma temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa
troca de experiências seria um instrumento de coesão e
compreensão dos diferentes aspectos culturais e de problemas
comuns e específicos de diferentes regiões brasileiras.
Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º
11, jun.-jul./2012, p. 7 (com adaptações).

Julgue o seguinte item.

A forma verbal “Há” (sublinhada no texto) poderia ser corretamente


substituída por Fazem.

Comentários
Esta questão trata de flexão de verbos. O enunciado apresenta a
forma verbal “há” (presente do indicativo) e questiona se ela poderia
ser substituída corretamente pela forma verbal “fazem”.
Na parte teórica da aula, nós estudamos os verbos impessoais.
Vamos rever?

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O verbo unipessoal (verbo sem sujeito) é aquele que não apresenta
sujeito com o qual possa concordar. Assim, eles são sempre usados
na 3ª pessoa do singular. Exemplos: verbos que indicam fenômenos
da natureza (chover, nevar, ventar, relampejar, gear), verbo “haver”
no sentido de existir, acontecer, ocorrer, realizar-se e verbo “fazer” se
indicar tempo decorrido.
A questão propõe que o verbo “fazer” seja empregado no texto para
indicar “tempo decorrido”, não é mesmo? Assim, o verbo “fazer” será
impessoal, conforme vimos acima. Por isso, ele deve ficar flexionado
na 3ª pessoa do singular (“faz”).
GABARITO: ERRADA

Questão 18 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos


4 e 8 – TC-DF/2014
(Adaptada)
(Resolva com base no texto da Questão 17)

Julgue o seguinte item.

Seria mantido o sentido original do texto caso a locução “têm


enviado” (sublinhado no texto) fosse substituída por “enviaram”.

Comentários
Esta questão aborda o assunto emprego de tempos verbais. O
enunciado apresenta a forma verbal “têm enviado” (pretérito perfeito
composto do indicativo) e questiona se, caso ocorra a substituição por
“enviaram” (pretérito perfeito do indicativo), o sentido original fica
mantido.

Assim, a banca quer saber se o candidato conhece o emprego correto


dos modos e dos tempos verbais.
Empregamos o pretérito perfeito composto do indicativo para
expressar a repetição ou a continuidade de um fato.
Por sua vez, o pretérito perfeito do indicativo se refere a um fato
ocorrido em época passada e já concluído antes do momento em que
se fala. Observe, portanto, que ele não possui a mesma carga
semântica do tempo composto.
Dessa forma, vemos que a substituição do tempo composto
pelo simples prejudica o sentido do período.
GABARITO: ERRADA

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 05
Prezado aluno,

Chegamos ao final da Aula 05. Espero que tenha assimilado a teoria


vista e aproveitado as questões para estudar bastante.

Vamos continuar em busca do nosso sonho!

Qualquer dúvida, é só me procurar.

Um grande abraço e bons estudos!

Ludimila

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