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olá,

fique à vontade para ler e


compartilhar nosso textos.
esperamos que, de alguma forma, seu
coração isolado seja consolado pela
sensibilidade desses nobres poetas.

siga-nos nas nossas redes sociais e,


de quebra, nos diga o que achou do
projeto.

consolar corações isolados? um


desafio, a começar pelos nossos
próprios corações.

Boa leitura!
CREATIVE COMMONS Autores

EDIÇÃO, PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Isabella Mariano Q @corteslentos

ILUSTRAÇÃO DE CAPA
Isabela Bimbatto Q @belabimbatto_tattoo

AUTORAS E AUTORES
Aline V. Miranda Q @aline_vmiranda
Ana Carolina Almeida Q @diasenoitesnoabismodemim
Bárbara Seidel Q @capitulosbarbaros
Eduardo Matos Q @cuspedefada
Henrique Pariz Filho Q @palavrasmargina_es
Isabella Mariano Q @corteslentos
João Victor Marques Q @joaopoemas
Joyce Láudias Q @laudiasempoesia
Juane Vaillant Q @escrevinhadorajuane
Mika Andrade Q @_mika.andrade_

BRASIL
2020

Este livro está licenciado com a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-


SemDerivações (CC BY-NC-ND). Isso quer dizer que o conteúdo pode ser compartilhado
desde que seja atribuído o crédito aos autores. Não é permitido alterar o conteúdo ou
utilizá-lo de forma comercial sem autorização dos autores. Para ler uma cópia desta licença
visite o site br.creativecommons.org.
sumário
Aline V. Miranda
06 Q @aline_vmiranda
Ana Carolina Almeida
08 Q @diasenoitesnoabismodemim
Bárbara Seidel
10 Q @capitulosbarbaros
Henrique Pariz Filho
12 Q @palavrasmargina_es
Eduardo Matos
14 Q @cuspedefada
Clique nos nomes para ir direto à página!

Isabella Mariano
16 Q @corteslentos
João Victor Marques
18 Q @joaopoemas
Joyce Láudias
20Q @laudiasempoesia
Juane Vaillant
22 Q @escrevinhadorajuane
Mika Andrade
24 Q @_mika.andrade_
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Aline V. Miranda
Q @aline_vmiranda
Formada em Pedagogia e
apaixonada pela Educação. Nas
poesias, Aline encontra uma
forma de extravasar e diminuir a
ansiedade. Acredita que a leitura e
a escrita podem salvar a sanidade
mental das pessoas. É feminista,
militante e #elenão!

página 6
>

São três da manhã


e o espelho me dizendo
o quanto sou forte
o livro da cabeceira
me acordou me chamando
pra um passeio
pediu pra gente se conhecer melhor
meu bloquinho nunca foi tão rabiscado

Lembrei do que devia


do que não devia
analisei
vivi
me vi

Aline V. Miranda
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Ana Carolina Almeida


Q @diasenoitesnoabismodemim
Carol é pura leitura. Pisciana raiz.
As mais das vezes, parece mais
uma junção de todas personagens
de Jane Austen, incluindo as mais
afobadas. Escreve como quem
mergulha a procura de um tesouro
escondido, nem sempre fácil
de achar.

página 8
Eu sempre soube

>
Que das coisas que eu mais amo na vida
Os abraços ganham disparadamente.
Não poder estar de perto com os meus
Não poder tocar, sentir coração com coração
É dolorido como um espinho na carne
Mas também me traz a sensação
De que nesse momento
A paz talvez esteja aqui
Bem dentro de mim.
Talvez os abraços que eu procure
Sejam saciados com o amor que tenho me dado.
Ouvir meu coração, senti-lo bater no prumo
Pulsando coragem para que eu persista
É a força de que eu necessito, nesse momento, para continuar.
Olhar no espelho e me ver
Essa, que tanto negligenciei
Cada vez mais bem cuidada
Cada vez se aceitando mais
Cada vez se sentindo melhor
Tem sido a recompensa por todo peso que suportei
Para chegar até aqui.
Não tenho medo mais da solidão
Porque a solitude me acompanha e
Me faz resistir.
Sigo, sabendo que isso há de passar
E que, mesmo na noite mais escura
Mil estrelas brilham no céu
Quando não, os relâmpagos nos fazem relembrar
Que a luz não deixa de existir
Ainda que isso nos amedronte.
Portanto eu sigo
Esses pés calejados ainda conseguem andar
Esses braços não se cansarão
Esse corpo resiste
E espera a hora certa
De na areia do mar brincar, brilhar.

Ana Carolina Almeida


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Bárbara Seidel
Q @capitulosbarbaros
Bárbara é aquariana e capixaba,
mas mora no Rio de Janeiro.
Acredita que a poesia é uma
maneira genuína de retratar os
sentimentos cotidianos e parte do
que guardamos na caixa torácica.
Possui publicações em revistas
digitais e um livreto independente
feito em máquina de escrever.

página 10
> no quente
do sol quadrado
dilato os poros
e evaporo a alma
para amenizar este ser
que sofre de inundações
sou bicho
espécie única
onde já não me cabem
os versos
e rimas
a
per
ta
das

alcanço

o
o
v
livre
no primeiro
bater de asas

Bárbara Seidel
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Eduardo Matos
Q @cuspedefada
Cidadão do mundo e filho do
mesmo. A vida o cobrou força e, na
força, descobriu a poesia. Acredita
que as melhores coisas são vistas
no escuro.
Leia seus versos.
Feche os olhos.
Na sombra, o que você vê?
Ele vê arte pronta para ser parida.

página 12
> Na primeira / semana nós rimos
Na segunda / fomos atingidos.
Na terceira / alguns morreram.
Na quarta / as ruas morreram.
Na décima perdi a noção do tempo e dos danos

De nossas janelas nada pudemos fazer, além de olhar abismados


tamanha raiva das vigas penetrando o concreto
Em pouco tempo o verde quebrou o cinza
Os passarinhos coloriram os fios das cidades
As águas limparam-se

Nós é quem pintamos a artística parede do mundo de cinza.


Censuramos as árvores e calamos o canto do vento
Passamos a tinta grossa e espessa.
Mas choveu.
E a chuva como sempre lavou

Depois do banho, onde muitos foram levados pela maré,


aprendemos que é mais belo cantar com as aves do que trancá-las.
Que é mais belo abraçar os céus sem sufocá-los com nossas
fumaças
Que é mais belo pisar na terra com a certeza de que não somos
seus senhores, mas seus filhos.

Na centésima semana nós choramos.


Enterramos nossas lágrimas contidas
Choramos, como o mundo, chovemos como a chuva do lado de lá
da janela
Na centésima primeira tivemos a permissão da chuva para
abrirmos as janelas.
Redimidos, plantamos novas sementes. Fosse em terra ou em peito.

Eduardo Matos
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Henrique Pariz Filho


Q @palavrasmargina_es
Henrique Pariz Filho nasceu em
Linhares, em dezembro de 1991.
Hoje, reside em Vila Velha. A
vida lhe fez poeta e os livros, um
entusiasta da literatura nacional.
Ser humano o faz refletir e sonhar
com e(ternos) horizontes.

página 14
>
QUARENTENA

O rebanho que eles querem


não é o que segue o pastor,
Mas o que ‘segue’ outro gado

Ovelhas com suas cordas no pescoço


só esperando pelo pronunciamento
Um vai
para serem livres

Falso Messias canta imoralidades


enquanto seus monstros saúdam a besta pagã

Somos acostumados com muitos calos


mas, espero, não pocar sangrar
tão rapidamente

Nem morrer de gripe bovina


antes que termine este verso
Uma gripezinha que matou milhares
e tomou outros milhares
ensandecidos

Ministério da saúde adverte:


‘siga o louco
e morrerá aos poucos’

Ministro da economia intervém:


‘voltemos ao trabalho
escravos
amanhã é o dia que a indústria compra mais caixões’

Vendamos(nos)

Eu pago!

‘Quanto você vale?’

Henrique Pariz Filho


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Isabella Mariano
Q @corteslentos
Carioca-capixaba, Isabella escreve
para sobreviver. A leitura e a
escrita sempre foram seu porto
seguro, sua válvula de escape. Um
modo um tanto pisciano de viver a
vida, talvez. Não se esconde, porém.
É sempre ela, aberta, entregue. às
vezes, entregue até demais.

página 16
>

agora que estamos sozinhos juntos


você se lembra de que o que é seu
é meu é nosso é tudo
o todo dela, a mãe que nos gerou,
retorna feito karma a quem nos matou
para nos ensinar a olhar o outro
como extensão do nosso próprio coração

Isabella Mariano
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João Victor Marques


Q @joaopoemas
João Victor Marques nasceu
em 1988.
Baiano da Chapada Diamantina.
Atualmente, mora em Ilhéus.
Gosta de escrever poemas
quando viaja.

página 18
>

Que a tua simplicidade


encontre a minha
em um trevo
de instantes
eternos

João Victor Marques


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Joyce Láudias
Q @laudiasempoesia
Joyce Laudias, 1998. Estudante de
Letras e apaixonada por literatura.
Para ela a poesia está um tanto
quanto relacionada a nudez. Quer
vê-la nua? Leia seus versos.

página 20
>

Eu deveria me arriscar e tentar


definir saudade
mas nenhuma definição no mundo;
nem dos maiores autores escritores pintores profetas
músicos professores
definiria o que essa distância
causa dentro do meu peito
por você

Joyce Láudias
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Juane Vaillant
Q @escrevinhadorajuane
Juane Vaillant tem 30 anos, é
formada em Comunicação Social
e é cariaciquense. Trabalha como
escritora, roteirista, produtora
cultural, audiovisual e educadora.
Além do Boas de Prosa, faz
parte dos projetos “Boca a
Boca” , “Remonta Audiovisual” e
“Bangladesh Filmes”. Tem o livro
“O mundo de cá” publicado pela
Pedregulho, em 2015. Mas todas
as suas atividades se resumem em
uma só: a arte de contar histórias.

página 22
>

Vira-tempo

Se reconhecer nos encaixes


Refazer o espelho em mosaico
Recolher os cacos
Jogá-los pelo ar
Pegar os espelhos
Se olhar
Não ter certeza do que vê
Transfigurar em vidro
A areia em suas mãos...
Reparar as conchas
Fincar as mãos na areia,
Você tem que se lembrar que viemos do mesmo mar.
Lembra que você já foi uma estrela?
Se alegre com isso
Recomece de onde terminou

P.S, É tempo de transformação. Comece esse poema pelo fim.

Juane Vaillant
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Mika Andrade
Q @_mika.andrade_
Mika Andrade nasceu em
Quixeramobim, em 1990, mas reside
em Fortaleza desde os quatro anos
de idade. Publicou dois livros de
forma independente: Descompasso
e Poemas Obsessivos; organizou
a antologia erótica de poetas
cearenses O Olho de Lilith. Tem
seus textos publicados em sites,
zines e antologias.

página 24
>
a poeta anda em falso

se move devagar
como quem absorve
versos suspensos
no ar

questiona como atravessar


o isolamento ou adiar
a saudade

calcula a distância da falta


e tenta se manter serena

observa o silêncio que atravessa o momento

“nada mais será como antes”


outra poeta nos fala

exala o cheiro da náusea


desses novos tempos
me corto
no espinho da rosa
que brotou no asfalto
respiro fundo:

invoco o amor
e arte para nos salvar

Mika Andrade
obrigada
obrigada pela leitura! fique a
vontade para compartilhar. tire o
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Vamos pulverizar a poesia. só ela
salva.

arte salva.

Até a próxima!

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