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Figura 7.3: Causa das estações do ano.

Devido à inclinação de 23,5◦ entre


o equador da Terra e a eclı́ptica, à medida que a Terra se desloca na órbita
muda o paralelo que está apontado diretamente para o Sol.

nos equinócios ele passa exatamente no Zênite. Portanto, a altura do Sol ao


meio-dia no Equador não muda muito ao longo do ano, e a duração do dia
claro se mantém sempre a mesma, por isso não existe muita diferença entre
inverno, verão, primavera ou outono.
À medida que se afasta do Equador, as estações ficam mais acentuadas,
e as diferenças tornam-se máximas nos pólos.

7.2 Insolação
A quantidade de energia solar que chega, por unidade de tempo e por uni-
dade de área, a uma superfı́cie perpendicular aos raios solares, à distância
média Terra-Sol, se chama constante solar, e vale 1367 W/m2 . Esse valor
da constante solar é medido por satélites logo acima da atmosfera terrestre.
Em geral estamos interessados em conhecer a a quantidade de energia
por unidade de área e por unidade de tempo que chega em um determinado
lugar da superfı́cie da Terra, que chamamos insolação do lugar. A insolação
varia de acordo com o lugar, com a hora do dia e com a época do ano.
Devido à rotação da Terra, a energia média incidente no topo da at-

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mosfera, por unidade de área e por unidade de tempo, é aproximadamente
1/4 da constante solar. Além disso, a atmosfera reflete 39% da radiação,
de forma que apenas 61% é usada no aquecimento da Terra. Chamando
Ez a energia média que chega perpendiculamente à superfı́cie da Terra, por
unidade de tempo e por unidade de área, temos que
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Ez = 0, 61 × × 1367 W/m2 = 208 W/m2 = 750 kW − h/m2
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Se definirmos insolação solar como a quantidade de energia solar que
atinge uma unidade de área da Terra,
Ez
I=
A
e considerando que, quando o Sol está a uma altura θ em relação ao hori-
zonte, a mesma energia é espalhada por uma área
A
A′ =
sen θ
vemos que devido à variação da altura máxima do Sol para um lugar (de-
vido à inclinação da órbita), acontece uma variação da área iluminada na
superfı́cie da Terra, o que leva a uma variação na insolação.

Figura 7.4: Quando aumenta a inclinação dos raios solares incidentes, au-
menta a área da superfı́cie iluminada por eles, diminuindo a insolação.

Para Porto Alegre, cuja latitude é 30◦ , a altura máxima do Sol no


Solstı́cio de Verão (≈ 21 Dez) é θV = 83, 5◦ , já que o Sol está a (30◦ lat
- 23,5◦ decl.) 6, 5◦ do zênite ao meio-dia.

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Ao meio-dia, no Solstı́cio de Inverno (≈ 21 Jun), a altura máxima do Sol
é θI = 36, 5◦ , já que o Sol está a (30◦ lat + 23,5◦ decl.) 53, 5◦ do zênite.
Desconsiderando, por enquanto, a variação da insolação solar devido à
variação da distância da Terra ao Sol, isto é, considerando a energia solar
incidente no Zênite (Ez ) constante, temos:
Ez
IV AV sen θV 0, 99
= Ez
= = = 1, 66
II AI
sen θI 0, 59

isto é, a insolação em Porto Alegre é 66% maior no verão do que no inverno.
Em comparação, o efeito da variação da distância entre a Terra e o Sol
pode ser calculado levando em conta que a energia do Sol por unidade de
área que alcança a Terra é dada por:
E⊙
Ez = 2 ,
4πD⊗⊙

onde D⊗⊙ é a distância da Terra do Sol no momento.


A variação da insolação solar devido à variação de 3% da distância Terra-
Sol entre o afélio e o periélio é, portanto:
Iafélio
= 0, 972 = 0, 94,
Iperiélio

isto é, em janeiro (periélio), a insolação solar é 6% maior do que em junho


(afélio), o que tornaria as estações mais rigorosas no Hemisfério Sul do que
no Norte. Este pequeno efeito é contrabalançado pela maior proporção de
água no Hemisfério Sul, que as torna mais amenas.
Além da insolação, a duração do dia, que é de 14h 10m no Solstı́cio de
Verão e 10h 10m no Solstı́cio de Inverno, em Porto Alegre, contribui nas
estações do ano.

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