Henrique Martins Ferreira - 190029471

Carga Elétrica:

Analogamente às interações gravitacionais entre massas gravitacionais, existem interações

elétricas entre cargas elétricas. As interações elétricas são muito mais fortes do que as
interações gravitacionais, no entanto, diferentemente das últimas, que são sempre atrativas,
aquelas podem ser atrativas ou repulsivas, já que existem duas formas de cargas, que são
chamadas de negativas e positivas. Dessa forma, como os materiais geralmente são neutros
(possuem a mesma quantidade de cargas negativas e positivas), as interações elétricas atrativas
se cancelam com as interações elétricas negativas.

Ao atritar dois materiais diferentes, pode-se fazer com que as cargas de um material transitem
para o outro. Esse fenômeno é chamado de eletrização por atrito e é conhecido desde a Grécia
Antiga.

Em 1733 Chales François du Fay descobriu que existem dois tipos de carga elétrica ao verificar
que duas porções do mesmo material, como âmbar, se repeliam após serem atritadas com um
tecido, mas o vidro eletrizado atraía o âmbar eletrizado. Assim, du Fay identificou dois tipos de
carga, que chamou de “vítrea” e “resinosa”, que depois foram chamadas respectivamente de
positiva e negativa por Benjamin Franklin. Dessa forma, a experiência de du Fay mostra que
cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinal opostos se atraem.

Franklin formulou a hipótese de que o processo de atrito não cria cargas, mas apenas transfere
cargas de um corpo para o outro. Essa hipótese é conhecida como lei da conservação da carga
elétrica.

Hoje sabe-se que são as cargas negativas que são transferidas de um corpo para o outro.

Condutores e Isolantes:

Em 1729 Stephen Gray descobriu que as cargas podiam ser transmitidas através de alguns
materiais, os quais denominou condutores (como metais, água contendo sais, ácidos ou bases,
corpo humano e a Terra), e podem ser retidas em outros, os quais denominou isolantes (como
âmbar, quartzo, vidro, borracha e água destilada).

O escoamento de cargas através de um material condutor é extremamente rápido, enquanto

um bom isolante pode se manter carregado por horas ou dias.

Alguns dos efeitos discutidos podem ser verificados com o auxílio de um eletroscópio, que
consiste em um frasco transparente com uma rolha isolante atravessada por uma haste metálica
que conecta uma bola metálica (no exterior do frasco) a uma leve lâmina de alumínio ou ouro
(figura 1 – b).

Figura 1
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Ao aproximar um objeto carregado positivamente, por exemplo, da bola, as cargas negativas

serão atraídas para a bola de tal maneira que a haste e a lâmina ficam carregadas positivamente,
repelindo entre si (figura 1 – a). Esse fenômeno de separação das cargas positivas das negativas
é chamado de indução eletrostática.

Se enquanto se mantém o objeto carregado próximo à bola, conectar a bola à Terra por meio
de um fio condutor (aterrar), uma certa quantidade de carga negativa sairá da Terra e irá em
direção à bola pois será atraída pelo corpo carregado positivamente (figura 1 – c). Assim, ao se
desconectar o fio e afastar o corpo carregado positivamente, percebe-se que o conjunto bola-
haste-lâmina estará carregado, já que recebeu cargas negativas da Terra. Dessa forma, pode-se
verificar que a lâmina continuará inclinada, repelindo-se em relação à haste (figura 1 – e).

A lei de Coulomb:

Charles-Augustin de Coulomb, em 1785, com o auxílio de uma balança de torção (dispositivo

desenvolvido por ele e John Mitchell), foi capaz de realizar uma investigação experimental da lei
de forças.

Sejam duas esferas 1 e 2 carregadas com cargas 𝑞𝑞1 e 𝑞𝑞2 que se encontram a uma distância 𝑟𝑟12
uma da outra. Coulomb concluiu que:
𝑞𝑞1 𝑞𝑞2
𝐹𝐹2(1) = 𝑘𝑘 𝑟𝑟̂ = −𝐹𝐹1(2)
𝑟𝑟12 2 12
Em que 𝐹𝐹𝑖𝑖(𝑗𝑗) é a força que a partícula j exerce na partícula i e 𝑟𝑟̂12 é o vetor unitário na direção
de 1 para 2 e 𝑘𝑘 é uma constante de proporcionalidade.

Dessa forma, ao dispor quatro cargas 𝑞𝑞1 , 𝑞𝑞2 , 𝑞𝑞3 e 𝑞𝑞4 e medir as forças das interações entre pares
sempre à mesma distância 𝑟𝑟, tem-se:
𝑞𝑞3 𝑞𝑞2
�𝐹𝐹2(3) � 𝑘𝑘
2 𝑞𝑞2
= 𝑞𝑞𝑟𝑟𝑞𝑞 =
�𝐹𝐹1(3) � 𝑘𝑘 3 2 1 𝑞𝑞1
𝑟𝑟
E
𝑞𝑞4 𝑞𝑞2
�𝐹𝐹2(4) � 𝑘𝑘
2 𝑞𝑞2
= 𝑞𝑞𝑟𝑟𝑞𝑞 =
�𝐹𝐹1(4) � 𝑘𝑘 24 1 𝑞𝑞1
𝑟𝑟
Logo:

�𝐹𝐹2(3) � �𝐹𝐹2(4) � 𝑞𝑞2

= =
�𝐹𝐹1(3) � �𝐹𝐹1(4) � 𝑞𝑞1

Logo, esse resultado pode ser usado para medir a razão entre duas cargas elétricas.

No SI, a constante de proporcionalidade 𝑘𝑘 é definida como:

1
𝑘𝑘 ≡ ≅ 8,98755 . 109 𝑁𝑁 . 𝑚𝑚2 /𝐶𝐶 2
4𝜋𝜋𝜀𝜀0
Em que 𝜀𝜀0 é a permissividade do espaço livre.