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ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE GOIÁS

ESPECIALIZAÇÃO EM URGÊNCIA E TRAUMA NA ÁREA DE PSICOLOGIA

MAGDA DE SOUZA FERREIRA

A ESPIRITUALIDADE NO ENFRENTAMENTO DA HOSPITALIZAÇÃO


PROLONGADA DE PACIENTES COM TRAUMA ORTOPÉDICO POR ACIDENTE
DE TRÂNSITO

GOIÂNIA
2015
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE GOIÁS
ESPECIALIZAÇÃO EM URGÊNCIA E TRAUMA NA ÁREA DE PSICOLOGIA

MAGDA DE SOUZA FERREIRA

A ESPIRITUALIDADE NO ENFRENTAMENTO DA HOSPITALIZAÇÃO


PROLONGADA DE PACIENTES COM TRAUMA ORTOPÉDICO POR ACIDENTE
DE TRÂNSITO

Projeto de pesquisa elaborado para


obtenção do título de especialista em
Urgência e Trauma, na área de Psicologia,
através da Residência Multiprofissional
oferecida pela Secretaria de Saúde de
Goiás, realizada no Hospital de Urgências de
Goiânia – HUGO. Encaminhado ao Comitê
de Ética e Pesquisa do HUGO/SES para
análise e parecer ético. Orientadora: Msc.
Ana Paula Cordeiro de Menezes Silveira.

GOIÂNIA
2015
RESUMO

A Espiritualidade é uma dimensão da saúde do ser humano que tem despertado o


interesse de estudos científicos devido à constatação da sua importância e influência
no enfrentamento de situações difíceis e na participação como fator de proteção
para doenças e agravos à saúde. No contexto dos problemas da vida civilizada
destacam-se os acidentes de trânsito como uma das principais causas de morbidade
e mortalidade no mundo. As vítimas de acidente de trânsito podem sofrer diversos
traumas, dentre eles o ortopédico, resultando na necessidade de assistência médica
imediata e hospitalar. Ter sofrido um acidente de trânsito, um trauma ortopédico e
estar hospitalizado leva o sujeito a vivenciar rupturas em sua vida, considerando seu
percurso interrompido abruptamente, seu corpo traumatizado, sua rotina
atravessada, como também sua fragilidade frente ao inesperado que ainda oferece o
risco de sequelas visíveis e invisíveis. Em alguns casos de internação da pessoa
acidentada a permanência hospitalar pode ser superior a 30 dias, caracterizando
uma hospitalização prolongada, o que pode intensificar os desconfortos, angústias,
incertezas e impotência. Dessa forma, percebendo a espiritualidade na vida, no
processo saúde-doença e na postura do sujeito frente às situações complexas que
vivencia, esta pesquisa almejará como objetivo analisar a influência da
espiritualidade no enfrentamento da hospitalização prolongada de pacientes com
trauma ortopédico por acidente de trânsito, abarcando o cenário e as construções do
indivíduo acerca do evento danoso imprevisto e seus desdobramentos. Esta
pesquisa será exploratória e qualitativa, tendo como amostra 6 participantes e como
instrumentos: questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada. A
compreensão dos dados se valerá do método de análise do discurso, de maneira a
considerar a subjetividade dos indivíduos através de sua própria enunciação sobre a
temática. O estudo ocorrerá nas enfermarias de ortopedia do Hospital de Urgências
de Goiânia, instituição que oferece significativa assistência aos acidentados de
trânsito em Goiás.

PALAVRAS-CHAVE: Acidentes de trânsito. Espiritualidade. Hospitalização.


Enfrentamento.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5
1.1. Acidentes de trânsito e trauma ortopédico ................................................................................. 8
1.2. O sujeito hospitalizado e o enfrentamento ................................................................................. 9
1.3. A espiritualidade e suas influências .......................................................................................... 10
2. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................................... 12
3. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 13
3.1. Objetivo geral ................................................................................................................................ 13
3.2. Objetivos específicos .................................................................................................................... 13
4. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 13
4.1. Amostra e local ................................................................................................................................. 13
4.1.1. Critérios de inclusão.................................................................................................................14
4.1.2. Critérios de exclusão ...............................................................................................................14
4.2. Instrumentos e coleta de dados ..................................................................................................... 14
4.3. Riscos e benefícios ........................................................................................................................ 15
4.4. Procedimentos .................................................................................................................................. 15
4.5. Critérios para suspender ou encerrar o estudo ........................................................................... 16
4.6. Sigilo, privacidade e confidencialidade ......................................................................................... 16
5. CRONOGRAMA ......................................................................................................................... 16
6. ORÇAMENTO ............................................................................................................................. 17
7. RESPONSABILIDADES DOS PESQUISADORES................................................................... 17
8. RESULTADOS ESPERADOS.................................................................................................... 17
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 18
10. ANEXOS .................................................................................................................................. 22
10.1. Anexo 1 (Termo de Consentimento Livre Esclarecido – T.C.L.E) .................................... 22
10.2. Anexo 2 (Questionário Sociodemográfico) ........................................................................... 24
10.3. Anexo 3 (Entrevista Semiestruturada) .................................................................................. 25
5

1. INTRODUÇÃO

Os acidentes de trânsito (AT) são considerados um grande problema da


civilização por causar, a cada dia, sérios agravos à saúde do ser humano. Segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS) os acidentes de trânsito estão entre as dez
principais causas de mortalidade mundial e representam 2,8% do total de
incapacitações e disfunções. Segundo estimativas, o número de mortes decorrentes
de lesões causadas por acidentes de trânsito aumentará de 5,1 milhões em 1990
para 8,4 milhões em 2020 (MESQUITA FILHO, 2012; SOUSA FILHO et. al, 2008;
MAGALHÃES; LOUREIRO, 2007).
O trânsito no Brasil é considerado um dos mais perigosos do mundo devido a
grande quantidade de veículos em circulação, a desorganização, a precariedade das
vias, as condições dos veículos, a fiscalização insuficiente e a impunidade dos
infratores. No ano de 2010, foram registrados 40.989 óbitos motivados por acidentes
de trânsito (MAGALHÃES; LOUREIRO, 2007; MESQUITA FILHO, 2012,
WAISELFISZ, 2013).
Segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), em Goiás há uma diminuição do
número de óbitos ocorridos no Estado em decorrência de acidentes de trânsito,
sendo que em 2012 o número foi de 2.043 óbitos e em 2013 foi de 1.943 óbitos.
Porém, o número de internações em Goiás por acidente de trânsito aumentou, em
2011 foram 6.877 internações e em 2012 foram 8.419 internações. Considerando a
estatística de internações do Hospital de Urgências de Goiânia, no ano de 2012
houve um total de 8.874 atendimentos às vítimas de acidentes de trânsito
apresentando uma média mensal de 740 atendimentos, números que cresceram,
visto que em 2013 o total de atendimentos foi para9.638, tendo a média mensal de
803 atendimentos (DATASUS apud VIAS SEGURAS, 2013; HUGO, 2013).
É importante destacar que os acidentes de trânsito além de consistirem como
uma das principais causas de óbito, também ocasionam importantes traumas às
pessoas envolvidas caracterizando-as como vítimas. O termo vítima de acidente de
trânsito é aplicado às pessoas que tem comum envolvimento na ação do evento,
sendo os condutores, passageiros ou pedestres, que necessitam de atendimento
médico hospitalar independente da gravidade das lesões (MAGALHÃES;
LOUREIRO, 2007; MESQUITA FILHO, 2012).
6

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (NBR 10697/1989)


define que acidente de trânsito é todo evento não premeditado que causa dano ao
veículo, à carga, e/ou lesões em pessoas, animais, em que alguma das partes
envolvidas esteja em movimento nas vias abertas ao público. Sendo assim, sobre o
estado físico das vítimas de acidentes de trânsito, apresenta a seguinte
classificação: fatal – quando houver falecimento de envolvidos em detrimento dos
ferimentos sofridos no local do acidente ou depois de socorrido no período até a
conclusão do boletim de ocorrência; grave – quando a vítima sofrer lesões graves
necessitando de tratamento médico prolongado; leve – quando houver ferimentos
nas vítimas que não necessitam de tratamento médico prolongado; ileso – quando a
vítima não sofre ferimentos, lesões e nem apresenta queixas (ABNT apud CRUZ,
2013).
Em relação às principais causas de acidente de trânsito encontram-se as
materiais e/ou as psíquicas relacionadas a comportamentos de risco gerados
conforme a personalidade dos indivíduos. Entre as motivações do acidente de
trânsito, destacam-se: embriaguez e uso de outras drogas, excesso de velocidade,
imprudência, falta de manutenção dos veículos, precariedade das vias, sinalização
ineficientes e condições psicológicas desfavoráveis dos condutores, como – pressa,
sonolência, desatenção, cansaço, estresse, agressividade e euforia, entre outros
(CRUZ, 2013).
Os acidentes de trânsito tornaram-se um importante problema de saúde
pública devido as suas implicações à sociedade e aos indivíduos em função das
sequelas biopsicossociais e dos débitos gerados socioeconomicamente. Os
acidentes de trânsito podem gerar lesões traumáticas em variados graus e
extensões, como também desencadear o surgimento de importantes morbidades às
vítimas lesionadas, o que gera limitações e despesas (JUNIOR et. al 2005;
MAGALHÃES; LOUREIRO, 2007).
Considerando as lesões traumáticas causadas pelos acidentes de trânsito, o
trauma ortopédico é o mais comum sendo uma das condições mais mórbidas da
atualidade. O trauma ortopédico segue vitimando anualmente milhares de brasileiros
podendo acarretar perdas funcionais importantes ao indivíduo e gerar dificuldades
em relação a sua independência, sua participação familiar, social e econômica, o
que afeta significativamente sua qualidade de vida. Sendo assim, é necessário
enfatizar que o trauma deve ser parte do interesse da saúde pública, como os
7

acidentes de trânsito, para que se promovam melhores práticas de assistência e


medidas preventivas (OLIVEIRA; SOUSA 2003; JUNIOR et. al, 2005; KFURI
JUNIOR, 2011).
Em função do grande número de acidentes de trânsito e a ocorrência de
traumas ortopédicos, é importante destacar que, com a necessidade da assistência
à saúde, muitas vítimas são hospitalizadas para que possam receber atendimento
especializado e reaver os danos físicos sofridos. Cabe destacar que alguns
pacientes acabam ficando internados por semanas e meses em uma mesma
instituição, e que a permanência hospitalar por tempo superior a trinta dias
caracteriza uma hospitalização prolongada (CALIL et. al, 2009).
Com o acontecimento do trauma e da hospitalização o indivíduo sofre um
grande impacto na sua vida que vai além das lesões físicas, tendo que adiar
planejamentos pessoais, familiares e profissionais devido à interrupção temporária
ou permanente de suas atividades produtivas. Além do que, os acidentes de trânsito
são acontecimentos traumáticos que ameaçam a vida e geram sofrimento, podendo
desencadear medo intenso, culpa, hipervigilância, desânimo, revolta, angústia,
inseguranças, entre outros aspectos psicológicos (JUNIOR et. al, 2005; CRUZ,
2013; OLIVEIRA; RODRIGUES, 2014).
Para uma boa assistência aos pacientes, independentemente do tempo de
hospitalização, é importante que os profissionais da área saibam do que se trata a
saúde. Considerando a importância do olhar para o ser humano e todos os aspectos
que o compõe, a OMS definiu em 1998 o conceito de saúde – um estado dinâmico
de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, não sendo meramente a
ausência de doença ou enfermidade. Portanto, é necessário que a equipe de saúde
considere em suas práticas o indivíduo e todas as suas dimensões (PEDRÃO;
BERSIN, 2009).
Neste sentido, a multidimensionalidade da saúde tem despertado o interesse
de pesquisas sobre espiritualidade, das quais os resultados têm sido positivos sobre
sua importância e influência no campo da saúde e bem-estar humano, ficando em
evidência que a espiritualidade promove valoração à vida e a autonomia frente às
vivencias dos indivíduos (CASTELO-BRANCO et. al, 2012).
Estudiosos destacam que os pacientes hospitalizados apresentam
necessidades espirituais como: a compreensão da sua situação de agravo à saúde,
a diminuição de seus sofrimentos, ter rede de apoio familiar, suporte social, e
8

quando presentes, o fortalecimento das crenças e valores espirituais de fé,


esperança e religiosidade associados ao sentido da vida e transcendência (HENSE,
1988; CASTELO-BRANCO et. al, 2012).

1.1. Acidentes de trânsito e trauma ortopédico

Pode-se compreender o acidente de trânsito como um evento não intencional


e imprevisto que produz danos e/ou ferimentos, podendo levar à morte da pessoa
acidentada. O acidente de trânsito apresenta-se como uma ruptura da
intencionalidade inicial dos envolvidos, que visavam chegar a um destino almejado,
ou seja, concluir seu trajeto, percurso, e foram interrompidos por uma eventualidade
(WAISELFISZ, 2013).
Os acidentes de trânsito apresentam altas taxas de mortalidade e morbidade,
portanto, além de causar mortes, também podem causar incapacidades,
momentâneas ou permanentes em decorrência das lesões físicas. É importante
ressaltar que os traumas ocasionados por acidentes de trânsito a cada 30 segundos
matam uma pessoa no mundo (CRUZ, 2013; WAISELFISZ, 2013).
Pode-se destacar que a palavra trauma no contexto da saúde admite
significações referentes a acontecimentos indesejáveis, acidentais e intencionais,
produzindo algum tipo de lesão, ferida, nos indivíduos que são atingidos. Deste
modo, o trauma sugere um desequilíbrio brusco do estado de saúde, podendo gerar
vítimas fatais e graves, provocando um forte impacto nas questões de saúde pública
da população. Por conseguinte, o trauma ortopédico caracteriza-se pelos danos
causados ao sistema músculo-esquelético, o que inclui os ossos, articulações,
músculos e ligamentos, ou seja, os elementos que promovem a locomoção. Quando
há um trauma ortopédico é extremamente importante uma intervenção precisa dos
profissionais para que se evite colocar em risco o membro afetado e para que seja
possível atuar na presença de lesões graves que sinalizam traumas de grandes
dimensões e que podem colocar o paciente em risco de vida. Vele ressaltar que o
diagnóstico das lesões ortopédicas é baseado nos exames físicos e avaliação
complementar de imagens (JUNIOR et. al, 2005; CYRILLO, 2005 GONZALEZ et. al,
2009).
O prognóstico dos pacientes com trauma ortopédico está intimamente
relacionado à qualidade de assistência prestada, como também a rapidez do
9

atendimento e o bom vínculo estabelecido entre a equipe de saúde -


paciente/família, podendo incentivar a adesão ao tratamento e resultados positivos a
curto, médio e longo prazo (JUNIOR et. al, 2005).

1.2. O sujeito hospitalizado e o enfrentamento

De acordo com a Política Nacional de Atenção às Urgências, em decorrência


de um acidente de trânsito com trauma, a pessoa vitimada deve ser assistida pelo
atendimento pré-hospitalar e consequentemente ser encaminhada para hospitais de
referência para atendimentos precisos que possam estabilizar os agravos
acometidos de maneira a manter a vida e restabelecer a saúde (VIEIRA et al, 2010).
A transformação de um indivíduo em paciente deflagra diversas questões em
relação a sua subjetividade. A pessoa hospitalizada em consequência de um
acidente, que passa semanas e meses internada na busca pela recuperação da
saúde, acaba por vivenciar rupturas que são escancaradas, como: a situação de
risco à vida e o dano ao corpo, a diminuição da autonomia na dependência dos
cuidados e a ausência da sua rotina diária, de seus familiares, do seu trabalho,
gerando perdas de diversas magnitudes – inclusive salariais e de emprego. O sujeito
acidentado e hospitalizado é afetado na esfera física, psicológica e social em
decorrência do inesperado traumático que o atravessa intensificando suas
incertezas e fragilidades (CALIL et. al, 2009).
O tempo de hospitalização é um fator importante que deve ser considerado,
visto que alguns pacientes vítimas de acidente de trânsito internados, sobretudo em
hospitais públicos, vivenciam um tempo de hospitalização superior há semanas,
principalmente devido à gravidade do quadro clínico, número de intervenções
cirúrgicas necessárias, espera por materiais e necessidade de medicações
específicas. Assim, pode-se considerar que quando o paciente se encontra
internado por um tempo superior a 30 dias, sem dúvida, configura-se uma
hospitalização prolongada (VIEIRA et al, 2010).
O contexto da hospitalização para as vítimas de acidente de trânsito e seus
familiares deflagra dificuldades frente aos aspectos emocionais, sociais e
econômicos devido às limitações/restrições encontradas. Dessa forma, o que poderá
colaborar para uma boa adaptação ao ambiente e ao tratamento é a condição que o
sujeito tem de enfrentamento da situação, ou seja, sua capacidade de lidar com o
10

estresse que está vivenciando, e também o bom vínculo com a equipe de


profissionais que o atendem (SOUSA FILHO et. Al, 2008; TORALLES-PEREIRA et.
al, 2004; FILHO et. al, 2008).
A maneira com que o paciente vivencia sua hospitalização refere-se ao seu
enfrentamento, considerando o modo como lida com a situação e quais estratégias
se utiliza para manejar seus desconfortos. Essas estratégias avaliam o fenômeno de
estresse e se classificam em focadas na emoção, que regulam a resposta
emocional, ou focadas no problema, visando ações mais práticas e resolutivas. O
estilo de enfrentamento depende das características subjetivas da pessoa, como um
processo de interação entre o indivíduo e a adversidade, possibilitando a capacidade
de administrar, diminuir e controlar a situação estressora (PANZINI; BANDEIRA,
2007).
Para um bom enfrentamento da hospitalização deve-se ressaltar a importante
participação da equipe de saúde na assistência ao acidentado no trânsito,
oferecendo suporte e apoio, valorizando a autonomia e respeitando a
individualidade, oferecendo orientações e condutas adequadas, de maneira a
minimizar a insegurança frente ao seu estado e possibilitar que o paciente
compreenda sua real situação e assim tenha condições para elaboração do contexto
complexo que o cerca (VIEIRA et al, 2010).

1.3. A espiritualidade e suas influências

Espiritualidade é um termo que deriva do latim spiritus que remete a essência


que controla a mente e o corpo de uma pessoa, sendo aquilo que promove
significado, sentido e propósito à vida. Pode-se entender espiritualidade como a
busca por respostas subjetivas a aspectos fundamentais da existência,
considerando também aquilo que transcende. Sendo assim, a espiritualidade se
desenvolve através das construções do próprio sujeito, promovendo a compreensão
de questões relacionadas à vida e suas particularidades, à finitude, às forças
energéticas superiores, podendo ou não estar relacionada às crenças/práticas
religiosas/religião (SAAD et. al, 2001; KOVÁCS, 2007; LUCCHETTI et. al, 2010;
LAGO-RIZZARDI; TEIXEIRA; SIQUEIRA, 2010; SCHLEDER et. al, 2013).
É necessário compreender que espiritualidade, religiosidade e religião
relacionam-se, mas não são sinônimos. A vivência da espiritualidade está interligada
11

principalmente à elaboração consciente das situações enfrentadas ao longo da


história de vida do indivíduo, por meio da busca de um encontro pessoal, de uma
construção de si, uma significação de suas experiências, que pode ou não estar
envolvida com um sistema de crenças ligadas às religiões e/ou a concepções
religiosas. Dessa maneira, entende-se que a religiosidade se refere ao quanto o
indivíduo acredita, segue e pratica uma religião, participando ou não de reuniões em
igrejas/templos/instituições, e se baseia nas evidências pessoais para lidar com o
“ser e estar” no mundo de uma forma sublime, transcendente. Já o conceito de
religião pauta-se em crenças na existência de um poder sobrenatural criador e
controlador do universo, fundamentando-se em pressupostos teóricos, doutrinários e
morais, ritos compartilhados por grupos que apresentam comportamentos
característicos guiados por símbolos, valores e regras, que propõe a interação do
homem com o sagrado, com o divino (SAAD, et. al, 2001; KOVÁCS, 2007;
LUCCHETTI et. al., 2010; BERTACHINI; PESSINI, 2010).
Pesquisas científicas sobre a espiritualidade estão crescendo na área da
saúde, visto que tem constatado sua influência, principalmente positiva, nas
questões envolvendo o processo saúde-doença, como por exemplo, em Cuidados
Paliativos. Estudos expuseram que pessoas com níveis elevados e conservados de
espiritualidade apresentaram menos ansiedade frente ao câncer, maior adesão a
tratamentos relacionados à drogadição, melhor resposta imunológica, servindo
também como fator de proteção em relação à saúde mental, doenças crônicas,
inclusive cardiovasculares, entre outros. A postura espiritual pode influenciar na
diminuição do estresse, da depressão, das fontes de desconforto e contribuir para a
ocorrência de pensamentos positivos, sensação de bem-estar, promovendo uma
postura resiliente, equilibrada e responsiva que colabora para emoções positivas,
refletidas no sentido, propósito e qualidade de vida (SAAD et. al, 2001; FLECK et. al,
2003; CALVETTI et. al, 2007; GUIMARÃES; AVEZUM, 2007; DA SILVA, 2011;
ROCHA, 2011).
Portanto, a espiritualidade traz reflexões sobre as situações da vida, como por
exemplo, a busca por compreender o processo do adoecimento, a responsabilização
pelas escolhas, o significado do sofrimento, das separações, perdas e até mesmo a
conscientização da própria finitude, possibilitando uma autoavaliação, elaborações e
mudanças frente às situações vividas (KOVÁCS, 2007).
12

Considerando a espiritualidade baseada em evidências, é importante que os


profissionais de saúde considerem o aspecto espiritual dos pacientes, visto que é
necessário compreender como o sujeito convive com a sua enfermidade, e quais
significados e crenças atribui ao seu tratamento, hospitalização, como também
perceber que incluir a espiritualidade nas práticas promove respeito, validação da
vida, promoção da autonomia e de cuidados humanizados (LUCCHETTI et. al,
2010).
Pautando-se no levantamento científico acerca do tema é possível levantar a
seguinte questão: a espiritualidade influencia no enfrentamento da hospitalização
prolongada de pacientes com trauma ortopédico vítimas de acidente de trânsito?

2. JUSTIFICATIVA

A Espiritualidade tem despertado um crescente interesse dos estudiosos da área


de saúde devido à constatação da sua importância e influência nos recursos de
enfrentamento e fator de proteção aos agravos de saúde. No contexto da vida
civilizada os acidentes de trânsito são uma das principais causas de danos à saúde
e morte no mundo, gerando sequelas visíveis e invisíveis no ser humano. Visto que
há grande demanda de assistência aos acidentados de trânsito, sobretudo, aos
vitimados com traumas ortopédicos, e considerando que o ser humano é
biopsicossocioespiritual, assim como sua saúde, é importante considerar a influência
da espiritualidade no enfrentamento da hospitalização e no cuidado do paciente
como parte de sua identidade e autonomia, estando relacionada a significados
existenciais que este dá para as situações que o envolve.
É importante considerar que quando o indivíduo é acometido por um acidente de
trânsito sofrendo um trauma ortopédico e necessitando de internação prolongada ele
vivencia diversas rupturas em sua vida estando passível de sequelas visíveis e
invisíveis. Dessa forma, é necessário ressaltar que pesquisas na área da saúde
estão constatando a influência da espiritualidade nas questões de saúde, porém os
números ainda são escassos, principalmente considerando a relação entre
espiritualidade e hospitalização prolongada de pessoas vítimas de acidente de
trânsito.
Acredita-se que este estudo poderá trazer contribuições para a área da saúde
possibilitando reflexões sobre a influência da espiritualidade nos diferentes contextos
13

de hospitalização e no processo saúde-adoecimento, ouvindo o que o sujeito


hospitalizado tem a dizer sobre o estado em que se encontra, como também, a
colaboração científica e prática para assistência profissional, uma vez que o
conhecimento produzido poderá promover atuações mais humanizadas.

3. OBJETIVOS

Considerando a Espiritualidade como dimensão da saúde do ser humano e sua


participação no enfrentamento de situações difíceis a pretendida pesquisa terá como
intenção:

3.1. Objetivo geral

- Analisar a influência da espiritualidade no enfrentamento da hospitalização


prolongada de pacientes com trauma ortopédico por de acidente de trânsito.

3.2. Objetivos específicos

-Caracterizar o perfil dos pacientes que participarão da pesquisa;


- Identificar aspectos biopsicosocioespirituais deflagrados com a ocorrência do
acidente e da hospitalização prolongada;
- Perceber o manejo da espiritualidade nos cuidados pela equipe multiprofissional de
saúde através do discurso dos pacientes que participarão da pesquisa.

4. METODOLOGIA

A pesquisa será de campo do tipo exploratória, de caráter qualitativo, visando


se utilizar de procedimentos específicos para considerar a importância de
compreender os aspectos subjetivos dos indivíduos e suas vivências.

4.1. Amostra e local

Para a realização desta pesquisa serão selecionados 6 pacientes que


sofreram trauma ortopédico em decorrência de um acidente de trânsito e encontram-
14

se internados nas enfermarias de ortopedia do Hospital de Urgência de Goiânia por


um período igual ou superior a 30 dias, caracterizando a hospitalização prolongada.

4.1.1. Critérios de inclusão

Pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, independente do sexo, que


tenha sofrido trauma ortopédico em decorrência do acidente de trânsito, que esteja
com tempo de internação igual ou superior a 30 dias e esteja em acompanhamento
psicológico por profissional do hospital, que tenha condições de comunicar-se
verbalmente e concorde com a participação no estudo assinando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (ANEXO 1).

4.1.2. Critérios de exclusão

Pacientes menores de 18 anos, com tempo de internação inferior a 30 dias,


que não estão hospitalizados em decorrência de um acidente de trânsito, que não
sofreram trauma ortopédico, que no geral não se enquadram nos critérios de
inclusão pretendidos.

4.2. Instrumentos e coleta de dados

A pesquisa será desenvolvida com a utilização dos seguintes instrumentos:


a) Questionário Sociodemográfico: trata-se de um instrumento elaborado para
obter características dos participantes, como: sexo, idade, profissão, religião,
estado civil, hospitalização, diagnóstico e envolvimento em acidente de
trânsito (ANEXO 2).
b) Roteiro da entrevista semiestruturada: instrumento elaborado para nortear
questões, relevantes ao tema, com os participantes da pesquisa (ANEXO 3).

Para a coleta de dados serão utilizados os seguintes materiais:


- Um bloco de folhas sulfite A4;
- Tinta para cartucho de impressora;
- Cinco canetas esferográficas;
- Recurso de gravação de áudio contido em um gravador.
15

4.3. Riscos e benefícios

A pesquisa apresentará riscos mínimos, visto que os participantes serão


abordados no leito, não necessitando deslocar-se para outro ambiente, e estarão em
acompanhamento sistematizado pelo serviço de psicologia do Hospital de Urgência
de Goiânia, estando assistidos no caso de provocar sentimentos desconfortantes em
relação aos questionários.
É possível que os participantes se beneficiem durante a pesquisa, tendo em
vista que a própria reflexão para responder as perguntas dos instrumentos poderá
viabilizar elaborações acerca do acidente de trânsito, da vivência da hospitalização e
da situação de saúde que se encontra, promovendo novas compreensões,
enfrentamento e fortalecimento de questões que englobam a espiritualidade. Além
de colaborar com a produção científica inter-relacionando a área da espiritualidade,
acidentes de trânsito e hospitalização prolongada, promovendo ganhos para a
ciência e sociedade.

4.4. Procedimentos

O projeto de pesquisa elaborado após uma sistemática revisão bibliográfica


será submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de
Urgências de Goiânia. Após sua aprovação, a pesquisadora entrará em contato com
os pacientes selecionados que se enquadram nos critérios de inclusão e os
convidará a participar da pesquisa, caso aceitem, assinarão o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, em duas vias. A aplicação dos instrumentos será
realizada através da leitura das questões, no horário apropriado, preferencialmente
no período vespertino, após conclusão da rotina de procedimentos nas enfermarias.
Após a obtenção de dados de cada participante, a pesquisadora transcreverá as
entrevistas e avaliará cuidadosamente, valendo-se da técnica de Análise de
Discurso, que se constitui em entender a produção de linguagem desenvolvida
através de uma interação histórica do homem com o que lhe cerca, visto que o
discurso constrói e é construído, o que implica dizer que tanto o homem como o
discurso não são estáticos.
16

4.5. Critérios para suspender ou encerrar o estudo

Os critérios para suspender ou encerrar a pesquisa poderão ser de ordem


operacional, pela possibilidade de não haver o número suficiente de participantes
atendendo aos critérios de inclusão e pela possibilidade de recusa da participação
no estudo. Caso não haja consentimento por parte dos pacientes em participar da
pesquisa inviabilizando a constituição de uma amostra será possível rediscutir o
projeto, suspendê-lo ou mesmo encerrá-lo.

4.6. Sigilo, privacidade e confidencialidade

Será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade frente aos dados


obtidos com os participantes, respeitando as questões éticas de acordo com a
Resolução 466/12. Após o uso dos dados para os determinados fins da pesquisa, os
materiais coletados serão guardados por cinco anos e depois destruídos. Os
resultados da pesquisa serão publicados em periódicos pertinentes e especializados
na área da saúde.

5. CRONOGRAMA

Maio/ Julho/ Outubro/ Janeiro/ Junho/ Novembro Dezembro


Junho SetembroDezembroMaio Outubro___2016 ____2016
MÊS/ANO
2015 2015 2015 2016 2016

ATIVIDADES

Redação do X X
projeto

Parecer do Comitê X
de Ética
Coleta de dados X
Análise dos dados X X

Entrega do X
trabalho final
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6. ORÇAMENTO

Segue abaixo a tabela com os materiais que serão utilizados e seus referentes
custos:

MATERIAIS QUANTIDADE CUSTO


Bloco de folhas A4 01 10,00
Tinta para cartucho de 02 30,00
impressora deskjet
Canetas 05 10,00
esferográficas
Gravador de áudio 01 100,00
TOTAL 09 150,00

Cabe destacar que todos os gastos concernentes à pesquisa serão de


responsabilidade da pesquisadora.

7. RESPONSABILIDADES DOS PESQUISADORES

O levantamento bibliográfico, a redação do projeto, a coleta e análise de


dados, como também a conclusão do estudo, são de responsabilidade exclusiva
da pesquisadora Magda de Souza Ferreira, contando com a supervisão e suporte
de sua orientadora Ana Paula Cordeiro de Menezes Silveira.

8. RESULTADOS ESPERADOS

Pretende-se que a pesquisa contemple o objetivo geral e os específicos


elencados de maneira a apresentar se há influência da espiritualidade no
enfrentamento da hospitalização prolongada de pacientes com trauma ortopédico
por acidente de trânsito percebendo como o sujeito consegue manejar as
dificuldades que são deflagradas com a situação que vivencia.
18

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERTACHINI, L.; PESSINI, L. A importância da dimensão espiritual na prática dos


cuidados paliativos. Revista Bioethikos Centro Universitário São Camilo, São
Paulo, vol. 4, n.3, p. 315-323, 2010.

CALVETTI, P. Ü.; MULLER, M. C.; NUNES, M. L. T. Psicologia da Saúde e


Psicologia Positiva: Perspectivas e Desafios. Psicologia, Ciência e Profissão, vol.
27, n.4, p.706-717, 2007.

CATELO-BRANCO, M. Z; B, D.; FERNANDES-SOUSA, C. Necessidades espirituais


da pessoa doente hospitalizada: revisão integrativa. Aquichan, Chía, vol.14, n.1,
p.100-108, 2014.

CRUZ, M. J. A. Os impactos dos acidentes de trânsito por lesão corporal na


vida dos vitimados em face ao controle social do Estado. 2003. 102 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade da Amazônia, Programa de Pós-Graduação
em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano, Belém, 2013.

CYRILLO, R. M. Z. Diagnósticos de enfermagem em vítimas de trauma no


atendimento avançado pré-hospitalar móvel. 2005. 271 f. Dissertação (Mestrado)
– Escola de enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2005.

CALIL, A. M. et al. Mapeamento das lesões em vítimas de acidentes de trânsito:


revisão sistemática da literatura. Rev Latino-am Enfermagem, São Paulo, vol.1,
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DA SILVA, D. I. S. Significados e práticas da espiritualidade no contexto dos


cuidados paliativos em pacientes oncológicos adultos. Revista HCPA, vol. 31, n.3,
p.353-358, 2011.
19

FLECK, M. P. A. et al. Desenvolvimento do WHOQOL, módulo espiritualidade,


religiosidade e crenças pessoais.Revista Saúde Pública, São Paulo, vol. 37, n.4,
p.446-455, 2003.

GUIMARÃES, H. P; AVEZUM, A. O impacto da espiritualidade na saúde física. Rev.


Psiq. Clín, São Paulo, vol.34, p.88-94, 2007.

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politraumatizados.Rev HCPA, Porto Alegre, vol.2, n.29, p.153-160, 2009.

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BrasEnferm, Brasília, vol.1, n.41, p.14-17, 1988.

HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA. Quantitativo de atendimento às


vítimas de acidentes de trânsito. Disponível em: <http://hugo.org.br/estatisticas/>
Acesso em: 5 de out, 2015.

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Socorro de ortopedia de uma metrópole tropical. Acta ortop., São Paulo, vol.4, n.13,
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KFURI JUNIOR, M. O trauma ortopédico no Brasil. RevBrasOrtop, São Paulo,


vol.46, 2011.

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Revista Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, p.154-158, 2010.

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enfrentamento da dor. O mundo da Saúde, São Paulo, vol.4. n.34, p.483-487, 2010.
20

MAGALHÃES, S. H. T; LOUREIRO, S. R. Acidentes de trânsito e variáveis


psicossociais – uma revisão da literatura. Medicina, Ribeirão Preto, vol.3, n.40,
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à saúde da população. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, v.11, n.128, p.148-
157, 2012.

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evidências.Acta Fisiátrica, vol. 8, n. 3, p. 107-112, 2001.

SOUSA FILHO, O. A. et al. Hospitalização na óptica do acidentado de trânsito e de


seu familiar-acompanhante. Ver EscEnferm USP, São Paulo, vol.3, n.42, p.539-546,
2008.
21

SCHLEDER, L. P. et al. Espiritualidade dos familiares de pacientes internados em


unidade de terapia intensiva. Acta Pau Enferm, São Paulo, vol. 1, n.26, p71-78,
2013.

TORALLES-PEREIRA, M. L. et al. Comunicação em saúde: algumas reflexões a


partir da percepção de pacientes acamados em uma enfermaria. Ciência & Saúde
Coletiva, São Paulo, vol.4, n.9, p.1013-1022, 2004.

VIEIRA, L. J. E. S. et al. Relatos da equipe de saúde quanto às práticas educativas


ao vitimado no trânsito durante a hospitalização/reabilitação num hospital de
emergência. Saúde Soc, São Paulo, v.19, n.1, p.213-223, 2010.

VIAS SEGURAS. Estatísticas Nacionais: mortos em acidente de trânsito.


Disponível<http://www.viasseguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacio
nais>Acesso em: 5 de out, 2015.

WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2013: Acidentes de trânsito e motocicletas.


CEBELA, Rio de Janeiro, 2013.
22

10. ANEXOS

10.1. Anexo 1

Termo de Consentimento Livre Esclarecido - T.C.L.E.

Convidamos o (a) senhor (a) a participar como voluntário na pesquisa intitulada:


A ESPIRITUALIDADE NO ENFRENTAMENTO DA HOSPITALIZAÇÃO
PROLONGADA DE PACIENTES COM TRAUMA ORTOPÉDICO POR ACIDENTE
DE TRÂNSITO. Caso concorde, deverá assinar este formulário em duas vias, uma
delas será sua.
A referida pesquisa tem por objetivo analisar a influência espiritualidade no
enfrentamento da hospitalização prolongada de pacientes com trauma ortopédico
por de acidente de trânsito e justifica-se pela possibilidade de contribuir com a área
da saúde promovendo considerações importantes acerca da espiritualidade no
contexto da hospitalização, do processo saúde-adoecimento, como também
colaborar com as práticas profissionais, uma vez que o conhecimento produzido
poderá cooperar para atuações mais humanizadas. Como resultados, espera-se a
constatação da influência positiva da espiritualidade no enfrentamento da
hospitalização prolongada. Os riscos em participar da pesquisa são mínimos, visto
que sua contribuição acontecerá no leito da enfermaria em que o (a) senhor (a) se
encontra internado e será por meio de respostas a um questionário e uma entrevista.
Caso se sentir desconfortável com algumas perguntas, gostaria de esclarecer que
sua participação é totalmente voluntária e que o (a) senhor (a) poderá abandonar a
pesquisa a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo a
sua pessoa. Informo ainda que os dados coletados e os registros de gravação
consentidos serão tratados com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo
a preservar a sua identidade, visto que a finalidade desta pesquisa é acadêmica e
científica. Cabe destacar que todos os dados serão arquivados por cinco anos e
após serão incinerados e deletados.
Em caso de dúvidas ou se precisar, poderá ligar a cobrar para: (62) 32014323
(Setor de Psicologia – HUGO) e entrar em contato com a pesquisadora responsável
- Magda de Souza Ferreira, com a orientadora da pesquisa - Ana Paula Cordeiro de
Menezes Silveira, ou ainda procurar a secretaria do CEP/ HUGO – no seguinte
23

endereço: Av. 31 de Março esq. c/ 5ª radial s/nº, Subsolo - Hospital de Urgências de


Goiânia - telefone 3201 4332, no horário das 8:00 às 18:00h de segunda a sexta-
feira.

Eu,.............................................................................................................declaro que
fui devidamente informado sobre os procedimentos da referida pesquisa, tais como:
objetivos e metodologia e concordo em participar voluntariamente como sujeito
desse estudo.
Data: ____/____/______. Local:______________.

_________________________________________________RG:_______________.
(Assinatura do participante)

Eu,.........................................................................................................................decla
ro que forneci todas as informações referentes a pesquisa.

____________________________________________________
(Assinatura da pesquisadora responsável)
24

10.2. Anexo 2
Questionário Sociodemográfico

1. Identificação:_______________________________________________
2. Sexo:( ) Masculino ( ) Feminino
3. Idade: ___________
4. Diagnóstico clínico:__________________________________________
5. Acompanhante: ( ) Sim Quem? ___________ ( ) Não
6. Tempo de hospitalização: _____________________________________
7. Estado civil:( ) solteiro/a ( ) casado/a ( ) divorciado/a
( ) viúvo/a ( ) outro: ______________
8. Religião: ( ) católica ( ) evangélica ( ) espírita
( ) judaica ( ) sem religião ( ) ateu
( ) outra: _______________________________________
9. Praticante da religião? (frequenta encontros/reuniões/cultos?)
( ) sim ( ) não
10. Já sofreu acidente de trânsito anteriormente? ( ) sim ( ) não
Se sim, que tipo? __________________________________________
11. Já ficou hospitalizado (a) anteriormente? ( ) sim ( ) não
Se sim, por quanto tempo? ___________________________________
Se sim, por qual motivo? _________________________________________
25

10.3. Anexo 3

Entrevista Semiestruturada - Eixos temáticos

1. Qual o motivo que trouxe você ao hospital?


2. Qual sua percepção sobre o que aconteceu?
3. Como você considera seu quadro atual?
4. O que significa para você estar vivenciando essa situação?
5. O que é importante para você neste momento?
6. Você tem se preocupado com alguma questão? Qual?
7. Você se considera uma pessoa espiritualizada? Por quê?
8. Quais são suas fontes de força, esperança e conforto?
9. Como você avalia sua hospitalização?
10. O que você considera como positivo e negativo nos atendimentos da equipe?

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