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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
SEMANA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Curso de manutenção eletrônica em equipamentos de laboratório

Curso de manutenção eletrônica em


equipamentos de laboratório

Instrutores: Eugênio Eduardo Fabris


Edegar dos Reis Carvalho

Coordenador do Projeto: Joni Coser

CHAPECÓ, 21 E 22 DE OUTUBRO DE 2010

Eugênio Eduardo Fabris


Edegar dos Reis Carvalho
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1 INTRODUÇÃO

As práticas de manutenção em eletrônica de equipamentos residenciais, médicos,


industriais são comuns aos vários ramos.
Cada componente eletrônico exerce uma função no circuito, e seus arranjos executam
o controle da eletricidade para uma aplicação.
Nesse curso iremos começar entendendo como se testam os componentes eletrônicos,
Averiguação de componentes que apresentam defeito. Serão disponibilizados
componentes que apresentam irregularidades para identificação dos defeitos através de
procedimento visual ou com multímetro.
Realizar processo de extração e ressoldagem de componentes eletrônicos.
Demonstração do processo de manutenção de equipamentos que apresentam defeito e
a realização de reparos necessários.

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2 TESTANDO COMPONENTES ELETRÔNICOS

2.1 COMPONENTES PASSIVOS

2.1.1 RESISTOR

Componente utilizado em circuitos eletrônicos


com o objetivo de diminuir ou oferecer uma resistência à
passagem do fluxo de corrente elétrica por uma
determinada parte do circuito. Quanto maior o valor da
resistência, maior será a barreira para a passagem da
corrente elétrica. Os resistores não têm polaridade,
qualquer terminal poderá ser conectado ao circuito.

Defeitos detectáveis:
Podem apresentar problemas visíveis como: corpo
escurecido ou carbonizado devido ao sobre aquecimento.
Alteração na leitura com o multímetro que
extrapolam a tolerância indicada ou até abrirem
totalmente (resistência infinita).
Raramente apresentam curto-circuito.

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2.1.2 CAPACITORES

Um capacitor é um componente eletrônico usado para armazenar carga elétrica. É


constituído de duas placas metálicas planas e paralelas, e entre estas, um material isolante que
define o tipo. Sendo assim, se o material isolante for o plástico chamado poliéster, teremos
um capacitor de poliéster, se for a mica, teremos um de mica, ser for de tântalo, chamamos de
capacitor de tântalo etc.
Em um circuito eletrônico um capacitor pode ser usado para vários propósitos como:
armazenar energia elétrica, como oscilador, filtro, etc.

Leitura de capacitores de poliéster metalizado


IMPORTANTE: As cores têm a mesma correspondência com os números que nos
resistores. Os valores obtidos são em picofarads.
Primeira faixa; Primeiro algarismo do valor.
Segunda faixa: Segundo algarismo do valor.
Terceira faixa: Número de zeros a acrescentar.
Quarta faixa: Tolerância - Preto — 20%
— Branco— 10%
Quinta faixa: Tensão Máxima de trabalho: Vermelho - 250 V
Amarelo — 400 V
Azul - 630 V
Leitura de capacitores cerâmicos
Os dois primeiros números são os dois algarismos do valor. O terceiro número
representa o número de zeros que deverá ser colocado. O valor encontrado estará em
picofarads.
Usualmente só expressamos os valores de capacitores em Picofarads, Nanofarads ou em
Microfarads.
Defeitos detectáveis:
Podem apresentar problemas visíveis como: corpo estufado ou carbonizado devido ao
sobre aquecimento ou explosão. Exalar odor parecido com urina e/ou vazar fluidos.
Alteração na leitura com o multímetro que não alcançam a tolerância indicada ou se
apresentan em curto-circuito.
E raramente apresentam em fuga, onde é medido o valor corretamente, mas quando
em regime de trabalho aquecem e apresentam consumo excessivo.

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2.1.3 INDUTORES

Também chamados reatores, os indutores podem ser testados


medindo a indutância (Henri), com a verificação da
continuidade do enrolamento e isolamento da bobina com a
carcaça.
Defeitos detectáveis:
Podem apresentar problemas visíveis como: corpo carbonizado devido ao sobre
aquecimento ou explosão. Exalar odor de esmalte queimado. Vibração excessiva das lâminas.
Alteração na leitura com o multímetro (em escala de ohm) indica curto-circuito (não é
conclusivo) ou até abrirem totalmente (resistência infinita).
Dependendo da bobina a ser medida para descartar o curto circuito, é preciso energizar
com uma resistência em série (lâmpada) para se ter uma noção melhor da situação sem curto-
circuitar a alimentação.

2.1.4 RELES ELETROMECANICOS

Testam-se os reles eletromecânicos, verificando a


continuidade da bobina e as resistências dos contatos.
Existem reles que possuem um diodo interno ligado em série
com a bobina fornecendo valores acima do esperado sendo
necessário alimentar.

Em relação ao C – Contato Comum:


Bobina desligada: Bobina ligada:
NF ou NC - Normalmente NF ou NC - Normalmente
fechado - resistência de zero fechado - resistência infinita.
ohm. NA ou NO - Normalmente
NA ou NO - Normalmente aberto - resistência de zero ohm.
aberto - resistência infinita.
Defeitos detectáveis:
Podem apresentar problemas visíveis como: corpo derretido devido ao sobre
aquecimento ou curto na carga. Vibração excessiva das lâminas de contato parecendo ter algo
frouxo devido à fadiga do material.
Alteração na leitura com o multímetro (em escala de ohm) indica resistência nos
contatos.
Dependendo da capacidade dos contatos é necessário testar com carga dando pequenas
batidas sobre o corpo para descartar desgaste de contatos

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2.1.5 CONTATORES

Devem ser testado do mesmo modo eletromecânico que o reles estado dos contatos principais
e dos contatos auxiliares, ou seja, continuidade da bobina, contatos principais e dos contatos
auxiliares.

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2.2 SEMICONDUTORES

2.2.1 DIODOS

Os diodos semicondutores são internamente


constituídos de uma Junção PN, isto é: a Junção
de um Cristal do tipo N com um do tipo P. Cristal do tipo N tem
elétrons livres em excesso e Cristal do tipo P tem lacunas em
excesso.
Seus terminais são chamados de ânodo (Cristal P) e de cátodo (Cristal N). Quando
aplicamos potenciais positivos no ânodo e negativos no cátodo (Polarização Direta) a
resistência do diodo é baixa (Permite passagem de corrente elétrica). Quando aplicamos
potenciais negativos no ânodo e positivos no cátodo (Polarização Inversa) a resistência do
diodo é muito alta (Bloqueia a passagem de corrente elétrica).
Portanto para testar um diodo semicondutor, basta medir o valor da sua resistência
elétrica nos dois sentidos (Invertendo as pontas do multímetro em uma das medidas). Em uma
das medidas devemos obter alta resistência e na outra medida baixa resistência.
Os diodos de pequenas correntes têm um pequeno anel desenhado em um dos lados,
identificando o catodo. Os de maiores correntes têm o símbolo gravado no próprio corpo,
podendo—se deste modo identificar os dois terminais.
Defeitos detectáveis:
Podem apresentar problemas visíveis como: terminais descolorados devido ao sobre
aquecimento, diodos com corpo de porcelana tendem a romper os terminais pelo mesmo
motivo.
Alteração na leitura com o multímetro indica resistência zero.

2.2.2 DIODO ZENER

O diodo Zener também tem internamente uma junção PN, porém, quando
polarizados inversamente, possui uma tensão de ruptura de valor baixo, não
sendo destruídos e mantendo sobre si esta tensão. Utilizando-se de um
multímetro pode-se verificar se o zener possui baixa resistência em um sentido e elevada no
sentido oposto, que é o mesmo teste feito em diodos semicondutores comuns.

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2.2.3 TRANSISTORES

Um transistor é constituído internamente de 3 camadas de


material semicondutor, podendo ser do tipo NPN ou PNP.
Independentemente do tipo do transistor, o seguinte teste com o
multímetro pode ser efetuado:
Combinam-se os três terminais do transistor dois a dois; e em
cada combinação mede—se o valor da
resistência elétrica nos dois sentidos.
Anotam—se os resultados.
Se o transistor em teste estiver bom os
resultados encontrados serão:
Resistências: Alta e Baixa — Alta e Baixa -
Alta e Alta
Estes resultados independem da ordem
ou da seqüência em que aparecem. Quaisquer
outros resultados, tais como Alta-Alta duas
vezes, ou alguma combinação resultando em
Baixa-Baixa indicarão que o transistor em teste está danificado.
Por resistência Baixa entenda-se algo menor que 100 ohms e por resistência alta,
valores na ordem de kilo ohms ou mais.
Defeitos detectáveis:
Podem apresentar problemas visíveis como: Encapsulamento avariado e terminais
rompidos por arco voltaico.
Alteração na leitura com o multímetro indicando resistência zero.

2.2.4 TIRISTOR SCR

Os SCR (Silicon Controled Rectifier — Retificador Controlado de Silício) são


estruturas formadas por 4 pastilhas de material semicondutor, duas do tipo P e duas do tipo N.
Os terminais são chamados
Anodo, cátodo e gatilho.
Podemos testar estes componentes com o multímetro, bastando para isto observar os seguintes
resultados quando efetuamos medidas de resistências:
Entre anodo e cátodo encontraremos sempre alta resistência(nos dois sentidos de polarização).
Entre anodo e gatilho também encontraremos alta resistência nos dois sentidos de medida. E
entre cátodo e gatilho obteremos:
a) Para SCRs até 16 Ampéres - Alta resistência em um sentido e baixa no sentido oposto.
b) Para SCRs de correntes superiores a 16 Ampéres — Baixa resistência nos dois sentidos.
Defeitos detectáveis:
Podem apresentar problemas visíveis como: Encapsulamento avariado e terminais
rompidos por arco voltaico.
Alteração na leitura com o multímetro indicando resistência zero entre anodo e cátodo
e resistência infinita no gatilho.

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2.2.5 TRIACS

Os TRIACS são estruturas que podem ser comparadas a


dois SCRs conectados em antiparalelo em um mesmo
encapsulamento.
Seus terminais são chamados anodo 1, anodo2 e Gatilho.
Para testarmos estes componentes usando o multímetro, os
valores de resistências encontrados nas medições devem ser:
Entre anodo 1 e anodo 2 sempre alta resistência, independente da polarização Entre
anodo 1 e gatilho, sempre resistência baixa e entre anodo 2 e gatilho sempre alta resistência.
Defeitos detectáveis:
Podem apresentar os mesmos problemas dos SCR

2.2.6 DIACS.

0s diacs são parceiros inseparáveis dos triacs. Servem para


elevar o referencial de tensão para o disparo dos triacs.
Os diacs permitem a passagem de corrente através de si,
quando a tensão entre seus terminais atinge algo entre 25 a 40 volts. Portanto com o
multímetro encontraremos alta resistência nos dois sentidos de medida. Se dispusermos de
uma fonte de alimentação variável, podemos inclusive verificar o ponto de ruptura do
componente, através do circuito em série com um resistor.
Defeitos detectáveis:
Costumam entrar em curto.

2.2.7 TRANSISTOR UNIJUNÇÃO (UJT)

O transistor UJT (Unijunction Transistor) é formado


por um cilindro de cristal tipo N, onde mais ou menos a 70%
da altura é inserido um grão de material tipo P.
Seus terminais são chamados: Base 1, Base 2 e Emissor.
Com o multímetro podemos saber se o UJT está bom se
os resultados das medições forem:
Entre Base 1 e Base 2, em qualquer sentido de
polarização obteremos uma resistência entre 5 Kilo ohms e 9
Kilo ohms.
Entre Base 1 e Emissor, encontraremos em um sentido algo na faixa de 3,5 Kilo ohms
a 6,3 Kilo ohms e resistência muito alta no sentido oposto. Por muito alta entenda-se acima de
300 Kilo ohms.
Entre Base 2 e Emissor, encontraremos em um sentido algo na faixa de 1,5 Kilo ohms
a 2,7 Kilo ohms e no sentido oposto resistência muito alta.

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2.2.8 TERMISTOR NTC

Os NTC (Negative Temperature Coeficient - Resistor com coeficiente


negativo de temperatura) são resistores cuja resistência elétrica diminui,
quando há aumento de temperatura.
Para testá-los deve-se medir a sua resistência & temperatura
ambiente, em seguida, aproximar ao componente um ferro de soldar.
Observar no multímetro que o valor da resistência diminui
proporcionalmente ao aumento da temperatura.

2.2.9 TERMISTOR PTC

0s PTC (Positive Temperature Coeficient — Resistor com coeficiente


positivo de temperatura), são resistores cuja resistência elétrica aumenta,
quando há aumento de temperatura.
Para testá-los, o método é o mesmo usado para testar os NTC,
observando-se evidentemente, que a resistência elétrica aumenta ao
aproximarmos o ferro de solda.

2.2.10 TERMOPAR

O Termopar consiste da união de dois metais, normalmente cobre e ferro, que, se


aquecidos, farão surgir nas suas extremidades uma pequena tensão elétrica, da ordem de
milivolts. Portanto, para testá-los, devemos aquecer uma das extremidades e medir a tensão
elétrica na outra. Também se pode medir a resistência, a qual não deve ultrapassar 10 ohms.

2.2.11 LDR OU FOTORESISTOR

O LDR ( Light Dependent Resistor — Resistor Dependente da Luz )


tem a seguinte característica;
Sua resistência elétrica diminui com o aumento da luz incidente na
sua superfície sensível. .0 modo correto de testar este componente é com o
multímetro em OHMS, medir a sua resistência elétrica sob luz ambiente e
em seguida tapar com a mo a superfície sensível, verificando se realmente
houve elevação do valor da resistência.

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2.2.12 FOTODIODO

Trata-se de uma junção PN, com uma abertura, com lente, para a entrada
dos raios de luz. Sempre polarizado inversamente, a luz libera mais portadores
minoritários e conseqüentemente há um aumento da corrente de fuga.
Para testar este componente, coloca-se o multímetro em urna alta
escala de resistência e mede-se com e sem luz. A medida efetuada com luz
deve ter valor consideravelmente inferior à medida no escuro.

2.2.13 FOTOTRANSISTOR

Componente com a mesma estrutura do transistor bipolar


convencional, porém é deixada uma abertura, com lente, na região
da junção base-coletor. Com a incidência de luz, diminui
consideravelmente a resistência elétrica desta junção Para testar o fototransistor, mede—se o
valor da resistência entre coletor-emissor com e sem luz A medida efetuada com luz deve
apresentar valor bem mais baixo do que a medida efetuada com a superfície sensível
escurecida.

2.2.14 LED

O LED (Light Emission Diode — Diodo emissor de Luz) é


um componente usado para sinalização. Junção PN, acrescida de
certas ligas, como por exemplo, o arsenieto de gálio, tem a
propriedade de emitir luz, quando diretamente polarizado , ou seja,
quando circula corrente elétrica através de si.
Podemos testar com facilidade este componente, “raspando” os
seus terminais, chamados anodo e cátodo, nos bornes positivo é
negativo, respectivamente, de uma bateria de 9 volts. Se estiver bom
emitirá lampejos de luz á cada “raspada”.

2.2.15 DISPLAY DE 7 SEGMENTOS (à LED)

De posse da pinagem mostrada na seção de características de componentes, testam-se


cada um dos 7 LEDs como foi descrito no item anterior.
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2.2.16 MOSFET

O transistor MOSFET (Metal Oxide Semicondutor


Field Effect Transistor), ou transistor de efeito de campo de
semicondutor de óxido metálico, é o tipo mais comum de
transistores de efeito de campo em circuitos tanto digitais
quanto analógicos. Composto de um canal de material
semicondutor de tipo N ou de tipo P possui 3 terminais Gate
(G), Dreno (D) e Source (S).
Para testá-lo inicialmente retiramos o transistor da
placa. Use a escala de diodo. No tipo N coloque a ponta preta no source e a vermelha no
dreno. O ponteiro deve marcar um diodo (grave esse valor). Se der um pulso no gate com a
ponteira vermelha e voltar à posição anterior perceberá que esse mesmo valor é menor, e se
der um pulso no gate com a ponteira preta o valor volta ao que foi medido inicialmente. Se
encontrar qualquer coisa diferente disso o Mosfet está em curto.

2.2.17 IGBT

O IGBT reúne a facilidade de acionamento dos MOSFET’s e sua


elevada impedância de entrada com as pequenas perdas em condução dos
TBP (Transistores Bipolares de Potência). Sua velocidade de chaveamento
é determinada, a princípio, pelas características mais lentas – as quais são
devidas às características do TBP. Assim, a velocidade dos IGBT’s é
semelhante à dos TBP; no entanto, nos últimos anos tem crescido
gradativamente, permitindo a sua operação em freqüências de dezenas de
kHz, nos componentes para correntes na faixa de dezenas e até centenas de
Ampères. Juntando o que há de bom nesses dois tipos de transistores, o IGBT é um
componente que se torna cada vez mais recomendado para comutação de carga de alta
corrente em regime de alta velocidade.
Para testá-lo inicialmente retiramos o transistor da placa. Use a escala de X10K.
Coloque a ponta preta no coletor e a vermelha no gate e no emissor. O ponteiro não deve
mexer de forma alguma. Se mexer num destes terminais, o IGBT está em curto.
A seguir colocamos a ponta vermelha no coletor e com preta tocamos no gate, o
ponteiro não pode mexer e no emissor o ponteiro deve ir até o zero. Se o transistor passar nos
dois testes, ele está bom.

2.2.18 PONTE RETIFICADORA MONOFASICA

Internamente é composta por 4 diodos, dispostos


conforme a figura a seguir. Testa-se, testando cada diodo
isoladamente.

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2.2.19 PONTE RETIFICADORA TRIFASICA

Possui internamente a associação de 6 diodos, ligados conforme a figura acima. Do


mesmo modo que na ponte monofásica, podemos testar esta ponte, testando cada um dos
diodos individualmente.

2.2.20 TESTANDO CIRCUITOS INTEGRADOS

Para testar CI é preciso ter o diagrama de blocos interno (visto logo abaixo) para que
se possam testar algumas partes com o multímetro, ou então as funções lógicas de cada pino
de saida para realizar o teste de mesa.
Defeitos detectáveis:
Costumam entrar em curto ou parcialmente alterado, os pinos de alimentação do CI é a
principal referência para detectar falhas.

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ULA Vídeo
Assembly UNIX
Games
Fortran Linux
Sistemas
C Dos
V=R.I de controle
Pascal Windows
P=V.I Automação

Portas Flip-flops Processadores Linguagens de Sistemas


Aplicações
lógicas temporizados X86 Programação Operacionais

Comparadores
Amplificadores Torradeira Microcontroladores
Lei de Elementos Semicondutores
Osciladores
Horímetro DSP
Ohm básicos Filtros
AMPOP Sistemas Analógicos Aplicações Sistemas Mistos (Analógico e Digital)
Menor <Nível de Abstração de tecnologias > Maior
Tabela 1: Camadas de abstrações de tecnologias

Na tabela acima temos uma cronologia de abstração das tecnologias, começando pela lei de Ohm, a criação dos elementos básicos da
eletricidade até os semicondutores, os quais deram origem aos amplificadores. A partir desse momento houve uma separação das tecnologias em
Analógicas e Digitais.
As tecnologias digitais trouxeram as portas lógicas, os funções aritméticas binárias como flip-flops, logo após as instruções temporais, e
os processadores.
As tecnologias analógicas por outro lado evoluiram em amplificadores operacionais, comparadores, filtros, osciladores
No terceiro momento devido a evolução dos sistemas digitais e das propriedades dos sinais analógico vieram os microcontroladores.

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3 DIAGRAMAS ESQUEMÁTICOS

A Comissão Eletrotécnica internacional refere-se aos vários tipos de esquemas e


diagramas utilizados em eletrotecnia fazendo a respectiva classificação de acordo com a
finalidade e com o modo de representação.
A classificação dos esquemas e diagramas quanto à sua finalidade é a seguinte:

Esquema funcional ou de blocos


Esquemas e diagramas Esquema dos circuitos
explicativos Diagrama de sequência
Diagrama de sequência-tempos
Esquema de ligações interiores
Esquemas de realização Esquema de ligações exteriores
Esquema de ligações aos terminais

Os esquemas e diagramas explicativos destinam-se a facilitar o estudo e a


compreensão do funcionamento de uma instalação ou de parte de uma instalação.
O esquema funcional ou de blocos é um desenho relativamente simples, destinado a
fazer compreender o princípio do funcionamento. Representa, por meio de simbolos ou de
figuras simples, uma instalação ou parte de uma instalação, assim como as suas
interdependências funcionais, sem que seja necessario representar todas as ligações que são
materialmente realizadas (fig. 1).

SISTEMA ESTEREOFÔNICO DE REPRODUÇÃO SONORA

Fig. 1— Exemplo de esquema funcional ou de blocos

O esquema dos circuitos é destinado a fazer compreender todos os pormenores do


funcionamento. Representa, por meio de símbolos, uma instalação ou parte de uma instalação
e todas as ligações, sobretudo todas a ligações elétricas existentes entre os elementos que a
constituem e intervêm no seu funcionamento (fig. 2).

UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO DE CORRENTE CONTÍNUA

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Fig. 2 — Exemplo de esquema dos circuitos

O diagrama de sequência destina-se a facilitar a análise de operações que se sucedem


segundo uma determinada ordem. O diagrama de sequência-tempos é um diagrama de
sequência que considera também o valor dos intervalos de tempo entre operações sucessivas,
muito usado pela metrologia. Na (fig. 3) se apresentam exemplo de diagramas de sequência-
tempos de um simples cadastro, sua compreensão exigir conhecimentos especializados que
estão fora do âmbito deste minicurso.

INSTANCIAÇÃO DO MOMENTO DE CADASTRO DE PRODUTOS

Fig. 3 — Exemplo de diagrama de sequência-tempos

O esquema de realização destina-se a orientar a execução oficinal, manual ou


automática, e a verificação das ligações elétricas interiores, exteriores ou ambas de uma
instalação ou parte de uma instalação. O seu traçado pode tomar em consideração a disposição
material dos diversos elementos e acessórios, como. por exemplo, os dispositivos de ligação.
Em vez de um esquema de realização, ou conjuntamente com ele pode utilizar-se um quadro
de ligações
O esquema de ligações interiores representa as ligações elétricas no interior de uma
parte de instalação ou de um aparelho (fig. 4).

PLACA COM UNIDADE DE FILTRAGEM

Fig. 4— Exemplo de esquema de ligações interiores

Na realização prática os componentes são fixados mecanicamente a uma placa de


suporte e as ligações são executadas com condutores elétricos soldados aos terminais
respectivos.

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Recentemente com a miniaturização dos componentes o esquema é desenhado por
forma que os seus traços representem os condutores de ligações elétricas, ficando com o
aspecto representado na fig. 5.

Fig. 5— Esquema de ligações interiores em circuito impresso

A partir deste desenho obtém-se, fotograficamente, um negativo que permite transpor


por meios fotoquímicos o circuito elétrico diretamente para uma placa isolante com uma das
faces metalizada. A esta placa com os circuitos desenhados pelo processo indicado chama-se
circuito impresso. Os componentes são, depois, diretamente soldados aos elementos metálicos
aderentes à placa isolante que materializa o circuito elétrico obtido pela forma anteriormente
referida.
O esquema de ligações exteriores representa as ligações elétricas entre diferentes
partes de uma instalação (fig. 6). Conforme os casos, ele pode ou não indicar a ligação de
cada condutor.

SISTEMA DE REPRODUÇÃO SONORA

Fig. 6— Exemplo de esquema de ligações exteriores

O esquema de ligações aos terminais representa apenas os terminais e os condutores


ou grupos de condutores que a eles se ligam (fig. 7).

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Fig. 7 - Exemplo de esquema de ligações aos terminais

Se houver interesse em pôr em evidência o modo como são materialmente realizadas


certas ligações elétricas, pode recorrer-se a um esquema de fios que representa as ligações
realizadas individualmente com fios, ou a um esquema de cabos que representa as ligações
realizadas com cabos.
Note-se que é possível combinar num único desenho, diversos tipos de esquemas,
obtendo-se um esquema misto. Além disso, se houver vantagem, um mesmo documento pode
ser simultaneamente esquema explicativo e esquema de realização. Finalmente, diversos
esquemas de ligações elétricas interiores podem ser combinados com o esquema das ligações
elétricas exteriores correspondentes, constituindo o chamado esquema geral das ligações.
A classificação dos esquemas e diagramas quanto ao modo de representação faz-se da
seguinte forma:

Conforme o número de condutores, de


Em representação multifilar
aparelhos ou de elementos representados por
Em representaçao unifilar
um unico simbolo
Em representação agrupada
Conforme a posição relativa dos simbolos
Em representação semi-agrupada
correspondentes aos elementos ou órgãos
Em representação separada
componentes
Em representação topográfica

Na representação multfilar cada aparelho ou elemento é representado por um símbolo


e cada condutor por um traço (fig. 8).
Na representação unifilar representam-se dois ou mais condutores por um único traço
e dois ou mais elementos semelhantes por um símbolo único (fig. 9 que representa a mesma
instalação da fig. 8). Em particular o mesmo traço pode representar circuitos que asseguram
funções elétricas equivalentes, circuitos que seguem o mesmo trajeto ou condutores cujo
traçado segue o mesmo trajeto no esquema.
Qualquer dos esquemas anteriormente referidos pode ser apresentado numa
representação agrupada, semi-agrupada ou separada, conforme as necessidades específicas de
leitura ou de compreensão do respectivo funcionamento.
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Na representação agrupada os simbolos dos vários elementos de um mesmo aparelho
ou de uma mesma instalação representam-se próximos no esquema.

Fig. 8— Exemplo de representação multifilar

Fig. 9— Exemplo de de representação unifilar

Na representação semi-agrupada os simbolos dos vários elementos de um mesmo


aparelho ou de uma mesma instalação representam-se separados e dispostos de tal maneira
que se possam traçar facilmente os simbolos das ligações mecânicas entre os diversos
elementos que manobram conjuntamente. Esta representação é muito utilizada em esquemas
de servomecanismos.
Na eletrónica digital, a representação dos esquemas é feita por meio de simbolos
representativos de funções lógicas da álgebra de Boole ou digital (fig. 10).

Fig. 10 — Esquema de funções lógicas


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A esta filosofia operacional acresce uma microtecnologia de fabricação de componentes,


baseada na física do estado sólido e que permite a obtenção dos chamados circuitos
integrados.

Figura 1: Estrutura básica de um algorítmo

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4 TÉCNICAS DE SOLDAGEM EM ELETRÔNICA

4.1 ESCOLHA DO FERRO DE SOLDA

Escolha um ferro do tipo lápis, não muito potente, pois alguns componentes são
sensíveis a altas temperaturas! Indico um ferro entre 15 w e 30 w. Escolha ferros com ponta
"TRATADA".
Ferros de alta qualidade têm em sua ponta um tratamento com "BRONZINA", um
material que resiste a altíssimas temperaturas. Caso você compre um ferro com uma qualidade
não muito boa, essa ponta pode com o tempo estragar. Dê preferência a um ferro com um
cabo de energia de boa qualidade, e com uma base de apoio robusta, se tiver selo do Inmetro,
melhor ainda!
LIMPEZA DO FERRO DE SOLDA. A limpeza e estanhagem da ponta - Segure o
ferro pelo cabo e à medida que ele vai esquentando, derreta a solda na ponta para esta ficar
brilhante e da cor do estanho. Abaixo vemos como deve ficar: Quando a ponta já está quente,
vai acumulando uma crosta de sujeira. Para limpá-la basta passar numa esponja de aço ou
numa esponja vegetal úmida, daquelas que vêm no suporte do ferro. Também é possível
comprar esta esponja separada. NÃO SE DEVE NUNCA LIXAR OU LIMAR A PONTA.
ISTO ACABA RAPIDAMENTE COM A MESMA.
MANUTENÇÃO DO FERRO DE SOLDA - Troca da resistência - Os ferros mais
caros podem ter a ponta e a resistência trocada com certa facilidade.

Ferro de solda

4.2 ESTANHO

Estanho é nada mais nada menos, do que aquele fiozinho prateado que parece com um
arame, no qual é utilizado para solda.
Escolha de preferência um próprio para eletrônica. Usualmente é utilizado o estanho da
qualidade AZUL de 0,8 mm. Dependendo do tipo de trabalho (como soldar componentes
SMD) recomenda-se que utilize uma solda mais fina. A solda azul é uma das melhores para
eletrônica, pois funde em temperaturas não muito altas e costuma dar uma liga boa, pois ela
acaba ficando mais "líquida" do que as outras. Na solda azul, em sua composição, temos que
60% é estanho e 40% é Chumbo. Ainda no fio de estanho, é adicionado um tipo de resina. A
resina serve para dar a "Liga" na solda, fazendo com que alguns circuitos soldem melhor e
que a solda tenha um fluxo controlável. É recomendável para ferros com potência entre 15 w
e 30 w esse estanho, pois ele não precisa de uma temperatura tão elevada quanto os outros
tipos de estanho para fundir e dar liga com os outros materiais.
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Estanho

4.3 ACESSÓRIOS

Um dos mais úteis é o suporte para o Soldador (Ferro), principalmente se inclui uma
esponja para limpeza da ponta, muito útil para evitar acidentes, já que impede que o ferro
fique livre na mesa evitando assim acidentes com o ferro. Cuidado mesmo que você pense
que ele está frio, pois o ferro segura temperaturas altas por um bom tempo, mesmo após
desligado!
A esponjinha deve estar umedecida em água para limpar a ponta do soldador. Outro
conselho importante é não deixar o ferro ligado quando não estiver em uso. Pois assim você
pode ficar livre de acidentes e também pode prolongar a vida útil do soldador.

Suporte ferro de solda e esponja

4.4 A SOLDA

Além do ferro, do estanho e dos acessórios, temos também que saber soldar! Vamos
aprender a soldar pouco a pouco.
No interior do soldador e da ponta existe uma resistência elétrica que esquenta e
transmite seu calor para a ponta do soldador, o qual atinge uma temperatura o suficiente para
fundir o estanho.
Os soldadores mais simples requerem de 2 a 5 minutos de espera, até que a ponta do
soldador supere o ponto de fusão da liga de estanho.
Mesmo que em nesse caso não seja necessário, existem soldadores com ajuste de
temperatura com grande controle da mesma. Esses últimos são conhecidos como "Estação de
Solda" onde na maioria dos modelos, a temperatura varia de 80° a 400°C.

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4.5 COMO SOLDAR

Suponhamos que vamos soldar uma resistência num circuito impresso (PCB).¶O
Primeiro passo consiste em dobrar os dois terminais da resistência para entre nos orifícios
correspondentes do circuito impresso, e empurrar a resistência até encostar à parte frontal do
PCB.
O Segundo passo requer verificarmos que a resistência não saia ao virarmos o PCB (Print
Circuit Board); em algumas oportunidades, obtêm-se bons resultados separando os terminais
da resistência entre si.
O Terceiro passo é a verificação de que o soldador esteja ligado e que alcançou a
temperatura necessária, para isto o aproximamos da ponta do fio de estanho e verificamos se o
funde. Caso não seja assim, devemos variar a regulagem da temperatura ou esperar que
esquente. Pois se não esperar, poderá ocorrer à conhecida "Solda Fria" onde pensamos que o
componente soldou, mas na verdade a solda não conseguiu "fixar" o componente.
No Quarto passo aproximaremos a ponta quente do soldador ao terminal da resistência a
soldar, bem perto do nó no da soldagem no circuito impresso.
O Quinto passo consiste em aproximar a ponta do fio de estanho ao terminal da
resistência, bem perto do soldador, de tal forma que o estanho funda e aconteça a união.
Uma vez que o estanho se funda e comece a "molhar" o terminal, desliza-se o soldador,
arrastando o estanho até alcançar o nó do PCB.
O estanho deve fluir bem e a solda deve ficar brilhante, evitando que se formem bolhas;
este efeito deve-se à falta de limpeza ou de temperatura.
Também devemos evitar esquentar em excesso para não estragar nem o PCB nem o
componente a soldar.
O Último passo consiste em cortar as sobras dos terminais da resistência.
Os terminais dos componentes devem ser cortados depois de realizada a soldagem por
dois motivos: porque cortando no final, conseguimos a medida exata, e porque a parte restante
do terminal pode evacuar o excesso de calor durante a soldagem.

Solda fria

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Dicas de solda

DICAS COM ESTAÇÃO DE SOLDA


A Estação de solda é útil quando se necessita soldar componentes com cases plásticos,
no caso de alguns transistores. Na maioria dos datasheets tem a "Max Soldering Temperature"
ou "Temperatura máxima de solda". As técnicas de solda com a estação de solda é
praticamente a mesma do que com um ferro comum, porém com uma temperatura variável,
que pode auxiliar de acordo com o trabalho desejado.
A estação de solda acompanha o suporte para a ponta do ferro, e na maioria dos
modelos vem com esponja para a limpeza do mesmo. Lembre-se, a esponja deve estar
MOLHADA para que a limpeza seja feita com sucesso.

Estação de solda

4.6 REMOÇÃO DOS COMPONENTES

Os SUGADORES de solda são aparelhos interessantes que SUGAM o estanho fundido


(ainda quente), e assim facilita a remoção de solda velha e de componentes que ficam difíceis
de tirar a solda, tais como IC; conectores, etc.

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Sugador de solda

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5 RETRABALHO EM COMPONENTES SMD

5.1 DESSOLDAGEM DE COMPONENTES

Aplique Fluxo pastoso em todos os terminais do componente;


Derreta um pouco de barra dessoldadora sobre alguns terminais do componente.
Utilizando o ferro de solda chanfrado da ponta em contato com os terminais, deslize-o sobre
todos os terminais para que a liga da barra dessoldadora se misture com a solda e o fluxo já
aplicado. Continue com este procedimento até o componente começar a se soltar da placa,
então, utilize a pinça para a retirada do mesmo.

Malha dessoldadora

5.2 LIMPEZA DA PLACA

Após a retirada do componente, utilize a malha dessoldadora cobreada, colocando-a sobre


as trilhas deslizando o ferro de solda por sobre a malha até que todo o resíduo de solda de
estanho se transfira para a mesma.
Depois de retirado o resíduo de estanho, utilize pincel embebido em solução escolhida
(isopropílico) e com ajuda de lenço de papel faça a limpeza.

Álcool Isopropílico

SOLDAGEM DO COMPONENTE SMD


Aplique fluxo pastoso em todas as trilhas.
Após fazer o alinhamento dos terminais do componente sobre as respectivas trilhas,
aplique um pouco de solda em fio na ponta de solda promovendo a soldagem de dois pontos
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terminais escolhidos em cada extremidade da diagonal. Aplique novamente fluxo pastoso em
todos os terminais. Com a ponta chanfrada ½ fenda estanhada, deslize lentamente o ferro de
solda sobre os terminais do componente de forma que a gota de solda situada na ponta do
ferro corra pelos terminais.
Certifique-se de que todos os terminais estejam apropriadamente soldados e que não
haja curto entre eles.
Caso constate a ocorrência de algum curto entre os terminais, aplique fluxo pastoso
apenas sobre os terminais envolvidos, e com ponta de solda limpa (sem solda) encoste-a nos
terminais. Com este procedimento toda a solda em excesso migrará do terminal para a ponta
do ferro de solda retirando assim o curto entre os terminais.
Após a soldagem, coloque um lenço absorvente sobre o componente e aplique pincel
embebido em solvente procedendo à limpeza da área retirando assim todos os resíduos
decorrentes do processo.

IMPORTANTE
Quando necessário, fazer uso de proteção anti-estática e aterramento (pulseira, manta,
etc.) para evitar danos aos componentes sensíveis a descargas eletrostáticas.
Este Kit de SMD poderá ser utilizado também com estações de solda de outro
fabricante, desde que possuam potência e ponta de solda similar necessária ao processo, não
sendo garantidos resultados de desempenho com outros modelos ainda não testados pelo
fabricante.
As peças componentes do KIT podem ser adquiridas separadamente para reposição.

Estação de solda a ar quente

Kit anti-estatica( Manta e pulseira)


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