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Disciplina Interativa Blended

MANUFATURA MECÂNICA:
SOLDAGEM
UNIDADE 4 – SEÇÃO 3
UNIDADES DE APRENDIZAGEM
Unidade 1 | Fundamentos gerais da soldagem
Seção 1.1 - Introdução à soldagem: conceitos fundamentais
Seção 1.2 - Defeitos e qualidade em soldagem
Seção 1.3 - Termodinâmica da soldagem e soldagem de ligas ferrosas e não ferrosas

Unidade 2 | Metalurgia da soldagem


Seção 2.1 - Fundamentos da metalurgia da soldagem
Seção 2.2 - Defeitos na solda; tensões residuais; macroestrutura
Seção 2.3 - Equipamentos e acessórios de soldagem convencional

Unidade 3 | Processos convencionais de soldagem


Seção 3.1 - Processos de soldagem convencional
Seção 3.2 - Tipos e parâmetros de soldagem convencional
Seção 3.3 - Tratamentos térmicos e análise estrutural

Unidade 4 | Processos não convencionais de soldagem


Seção 4.1 - Características gerais dos processos não convencionais de soldagem I
Seção 4.2 - Características gerais dos processos não convencionais de soldagem II
Seção 4.3 - Características gerais dos processos não convencionais de soldagem III
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Seção Conteúdo
S1 Arco plasma (PAW – Plasma Arc Welding)
Soldagem a laser (LBW – Laser Beam Welding)
Soldagem com feixe de elétrons (EBW – Electron Beam Welding)
Soldagem por eletroescória (ESW – Electroslag Welding).
S2 Solda por resistência, ponto, solda por indução, por difusão e por fricção
S3 Brasagem
Micro soldagem
Soldagem submarina e
Aluminotermia
Por Explosão
Por ultrassom
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

BRASAGEM
A brasagem é um processo de soldagem não convencional, embora
amplamente aplicado, que é utilizado para unir duas peças do
mesmo material ou mesmo de materiais diferentes, sem que
ocorra a fusão dos mesmos. A união (soldagem) se dá pela fusão
do material de adição que pode ser uma pasta ou um pó
metálico.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Para fazer uma brasagem pode-se utilizar três tipos de pastas de


solda:
• Pó – é o tipo mais utilizado, que deve ser diluído em água até
formar uma pasta que é aplicada com um pincel na peça
previamente aquecida a ser soldada.
• Varetas de solda revestida com pasta – é um tipo de soldagem
na qual tanto a vareta como a pasta de revestimento fundem e
preenchem a região a ser soldada. A pasta se funde, penetrando na
região de solda e fazendo a união das partes.
• Pó obtido da vareta revestida – trata-se de um pó (idêntico ao
pó comum) obtido de uma vareta revestida que foi submergida
(em água).
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

A brasagem é amplamente aplicada, na forma automatizada, na


fabricação de equipamentos, tais como condicionadores de ar,
geladeiras, radiadores, etc.

A brasagem pode ser dividida nos seguintes tipos: brasagem por


maçarico, por forno, por indução, por resistência, por imersão e
por infravermelho.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Brasagem por maçarico: é a forma de brasagem mais comum.


Embora um pouco similares em alguns aspectos, a brasagem por
maçarico é diferente da soldagem oxi-gás, pois na brasagem não
ocorre a fusão das partes soldadas (a união é devido à fusão da
pasta adicionada), no entanto, na soldagem oxi-gás há a fusão do
metal de adição e do metal base devido ao calor gerado pela
chama do maçarico
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Brasagem por forno: neste processo é utilizado forno a gás, a


óleo ou elétrico. Trata-se de uma técnica indicada em situações em
que as peças a serem brasadas são montadas previamente,
quando o metal de adição é colocado preliminarmente na junta e
no caso de haver grande número de peças ou conjuntos pequenos
a serem brasados, dentre outras situações menos comuns. Na
brasagem por forno, há a necessidade de se manter uma
atmosfera protetora para evitar oxidação das peças soldadas.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Brasagem por indução: embora guarde uma similaridade com


a solda por indução, na brasagem por indução o calor é obtido por
uma corrente elétrica alternada induzida nas peças a serem
brasadas.

As peças são colocadas dentro de uma espira refrigerada à água,


em que passa uma corrente alternada ou próxima à espira. As
peças não fazem parte do circuito elétrico. O equipamento é
composto por uma fonte de energia elétrica e uma bobina
refrigerada à água.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Brasagem por resistência: nesse processo, a geração de calor para


a brasagem por resistência é resultado da circulação de uma
corrente elétrica por meio dos eletrodos e da peça a ser brasada.
Coloca-se previamente o metal de adição na junta ou pode
adicioná-lo durante a operação de brasagem. O equipamento pode
ser o mesmo utilizado na soldagem por resistência.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Brasagem por imersão: existem dois métodos: brasagem em


banho de metal fundido e brasagem por imersão em banho
químico. O primeiro é restrito a conjuntos pequenos, a partir da
utilização de um cadinho, geralmente feito de grafite, que é
aquecido externamente até a temperatura necessária para manter
o metal de adição no estado liquido; no segundo método utiliza-se
um contêiner metálico ou cerâmico para o fluxo e um método de
aquecimento para elevar a temperatura do fluxo até a temperatura
de brasagem.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Brasagem por infravermelho: pode ser considerada uma forma


de brasagem por forno, em que o calor é gerado por radiação
invisível de alta intensidade por meio de lâmpadas de quartzo
capazes de provocar uma energia radiante de até 5000 W.
Para concentrar a radiação no local da brasagem, usam-se
refletores. O calor é inversamente proporcional ao quadrado da
distância da fonte.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

MICRO SOLDAGEM
Micro soldagem aplica-se a operações delicadas na união de
metais com menos de 100 micrômetros de largura. Geralmente
realizada sob um microscópio de precisão, o processo de soldagem
micro é muito semelhante à soldagem normal, apenas em uma
escala muito menor.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Há dois tipos básicos de micro soldagem: micro solda por


resistência e micro solda a arco.

Micro solda por resistência: trata-se de um processo que não


produz faísca e é aplicado para soldar diversos tipos de materiais,
em particular, peças de pequenas dimensões, tais como fios e
joias. A soldagem se dá pela ação de uma corrente elétrica que
atua sobre as partes soldadas.

Chapas planas de pequena espessura (lâminas) também podem ser


soldadas por esse processo, que é muito similar a solda a ponto.

Vídeo
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Micro soldagem a arco: faz uso de material de preenchimento


aplicado no local da solda. Após fusão, ambos se misturam
formando um novo material. Esse processo é aplicado no reparo de
moldes e ferramentas de metal de maneira precisa.

A micro soldagem encontra grande aplicação na fabricação de


placas de circuitos eletrônicos. Nos métodos mais tradicionais, ela
pode ser realizada com a aplicação de laser ou com pulso de
baixa intensidade e de duração na faixa de 1ms (um
milissegundo); lasers com pulsos curtos (10 a 100ns -
nanosegundos) aplicam-se a furação e corte de materiais.

Vídeo
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

SOLDAGEM SUBMARINA
A soldagem submarina ou subaquática, como o próprio nome diz, é
aquela que é realizada submersa em água salgada (mar) ou em
água doce (lagos, rios e barragens).
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Existem, basicamente, dois tipos de processos de soldagem


subaquática: solda molhada ou úmida e solda seca.

Solda molhada: é uma solda elétrica realizada com um eletrodo a


prova de água ou a arco elétrico, no qual a água atua como
condutora e o arco atua sobre a superfície do metal. A segurança
do soldador mergulhador está garantida porque o equipamento
opera sob corrente contínua (CC). Esse tipo de solda é amplamente
utilizado em estruturas offshore (ou seja, estruturas instaladas em
alto mar).
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Solda seca: tem a mesma segurança que a solda molhada, porém,


nesse processo, a estrutura que será soldada é submergida e
acoplada a outra parte que será unida. Há um dispositivo que se
enche de ar e o soldador entra nesse ambiente, podendo,
inclusive, retirar o capacete de mergulho e executar a soldagem.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

A soldagem submarina é uma técnica extremamente útil em


plataformas petrolíferas, em estaleiros (manutenção de
embarcações) e também em linhas submersas de gasodutos ou
oleodutos. Dadas suas características singulares, trata-se de um
processo de custo elevado.

Segundo a norma AWS D3.6M-99, a máxima profundidade que as


soldagens molhadas podem ser realizadas é de 100 metros.

Dentre as soldas que são adaptadas para a execução da soldagem


subaquática temos a solda TIG, soldagem com eletrodo revestido,
soldagem arco plasma, solda MIG e solda a arco elétrico.

Vídeo
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

SOLDAGEM A FRIO (COLD WELDING, CW)


Similar a um processo de colagem, essa solda também é conhecida
como soldagem de pressão a frio, pois são unidas por meio de
aplicação de pressão de elevada intensidade por matrizes ou
cilindros, independentemente da existência (aplicação) de calor,
como ocorre nas soldagens tradicionais.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Este processo é aplicável para metais de elevada ductilidade, como


o alumínio e cobre, tendo, como aplicação típica, a união de
condutores de eletricidade. A maioria das aplicações é para a união
de materiais não ferrosos.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

EQUIPAMENTOS
Consiste de um sistema mecânico ou servo-hidráulico para a
aplicação da pressão, de um sistema de controle e um dispositivo
para polir as peças.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

APLICAÇÕES PRINCIPAIS DO PROCESSO


• Aplicações específicas
• União de metais não ferrosos particularmente o cobre e o
alumínio
• União de condutores de eletricidade
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Nesse processo, exige-se uma superfície muito plana, livre de


qualquer impureza superficial; a ocorrência mínima de óxidos na
superfície leva ao descarte da soldagem, pois a mesma ficará
sujeita a falhas.

É possível, também, realizar a soldagem com pressões menores


(deformando menos os materiais soldados) – porém, em tempos
de contato maior – ou aquecer as superfícies a serem unidas para
uma maior adesão.

Vídeo
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

SOLDAGEM POR ALUMINOTERMIA


Processo no qual a união de peças metálicas é obtida a partir do calor
devido uma reação química entre um óxido metálico e o alumínio. O
processo tem sido bastante utilizado em aplicações específicas.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

ESQUEMA DO PROCESSO
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

EQUIPAMENTOS
Constitui-se de um molde específico para a aplicação, feito de areia
refratária e de um cadinho posicionado acima do molde onde ocorre a
reação. O molde deve ter saídas para gases e permitir que o metal
escorra sobre a área a ser trabalhada.

Consumíveis
Óxido metálico, alumínio em pó. Em alguns casos utiliza-se ferroligas para
se obter melhores propriedades mecânicas.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

APLICAÇÕES
As principais aplicações são a união de trilhos em ferrovias, soldagem de
cabos e fios elétricos, soldagem de barras de reforço.

Atualmente ela vem sendo usada também na indústria naval e


construção civil na união de barras e em reparos.

Vídeo 1 Vídeo 2
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

SOLDAGEM POR EXPLOSÃO (EXPLOSIVE WELDING, EXW)


É um processo que utiliza a energia de detonação de um explosivo para
promover a união de peças metálicas.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Uma das peças é lançada ao encontro da outra pela explosão e, durante a


colisão, desenvolve-se uma intensa deformação plástica superficial capaz
de remover as contaminações superficiais e promover a união das peças.
Devido ao forte choque nas superfícies da junta, a solda resultante tem
um aspecto típico ondulado.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

Os explosivos utilizados têm usualmente uma composição baseada


em nitrato de amônia.

A velocidade de detonação do explosivo depende de sua


composição, espessura e compactação e fica entre 2000 e 3000
m/s.

Metais que sofrem fratura quando expostos a choques não podem


ser soldados por explosão. Em casos especiais, os metais com baixa
ductilidade podem ser soldados com um preaquecimento do
componente.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

O processo pode ser utilizado para união de praticamente todos os


metais e ligas que possuam dutililidade suficiente para não se romper
durante a explosão e tem sido utilizado industrialmente para a fabricação
de revestimentos, de chapas bimetálicas e para a união de metais
metalurgicamente incompatíveis em processos de soldagem por fusão.

A fabricação de chapas com revestimentos protetores contra a corrosão


em vasos de pressão e em trocadores de calor e de peças de transição
entre estruturas de alumínio e aço são alguns exemplos de aplicações
deste processo.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

VANTAGENS, LIMITAÇÕES E APLICAÇÕES PRINCIPAIS DO


PROCESSO
• Pode ser usada para soldar praticamente todos os metais que
possuam resistência e ductilidade suficientes para suportar a
deformação em alta velocidade
• Utilizado para revestimentos, fabricação de chapas bimetálicas e
união de metais metalurgicamente incompatíveis
• Necessário o uso de EPI e pessoal capacitado
• Armazenamento, manuseio e cuidados especiais em relação aos
explosivos
• Local afastado em área aberta

Vídeo 1
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

SOLDAGEM POR ULTRASSOM (ULTRASONIC WELDING, USW)


União das peças pela aplicação localizada de energia vibracional de
alta frequência (ultrassom), enquanto as peças são mantidas sob
pressão.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

A união ocorre por aquecimento e deformação plástica localizada


das superfícies em contato. O processo é usualmente aplicado para
a soldagem de juntas sobrepostas de metais dúcteis, similares ou
não, de pequena espessura e para a união de plásticos, por
exemplo, na indústria eletrônica e na fabricação de embalagens.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

EQUIPAMENTOS
Inclui uma fonte de energia elétrica, um transdutor ou conversor
de ultrassom, um intensificador de amplitudes (booster) e um
sonotrodo. As peças são colocadas entre o sonotrodo e a
bigorna (suportes da máquina) e oscilam em frequências
usualmente entre 20 a 40 kHz durante o tempo de soldagem.
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

EQUIPAMENTOS
PROCESSOS NÃO CONVENCIONAIS DE SOLDAGEM

VANTAGENS, LIMITAÇÕES E APLICAÇÕES PRINCIPAIS DO PROCESSO


• Usado para união de metais não ferrosos
• Tempo se soldagem baixo
• Baixo consumo de energia
• Muito utilizado para união de plásticos na fabricação de embalagens
herméticas
• União de fios elétricos automotivos.

Vídeo 1
EXERCÍCIOS DO LIVRO
EXERCÍCIOS DO LIVRO
EXERCÍCIOS DO LIVRO
ORIENTAÇÕES

1. Rever os Slides vistos em aula.


2. Estudar a Unidade / Seção do livro.
3. Acessar o AVA e fazer as atividades referentes à unidade.
4. Assistir a Webaula (AVA) da próxima aula.

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