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SENAC – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM

COMERCIAL
Curso Técnico em Enfermagem

Jenifer Giovani do Couto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Gravataí, Março de 2021.


Jenifer Giovani do Couto

Relatório de Estágio

Trabalho apresentado ao SENAC como


requisito para a aprovação na Unidade Curricular
12 e 15 Módulo C e D do Curso Técnico em
Enfermagem.

Orientador

Angélica Furquim.

Gravataí, Março de 2021.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 5

3 OBJETIVOS:.......................................................................................................... 6
3.1 Objetivo Geral: ........................................................................................ 6

4 EMBASAMENTO TEÓRICO .................................................................................. 7


4.1 Fibrose cística ......................................................................................... 7

4.1.1 Diagnóstico: ...................................................................................... 8

4.1.2 Comprometimento pulmonar ............................................................ 8

4.1.3 Fisioterapia respiratória .................................................................... 8

4.1.4 Comprometimento infeccioso pulmonar: Terapia de erradicação ..... 9

4.1.5 Suplementação de oxigênio:........................................................... 10

4.1.6 Broncodilatadores: .......................................................................... 10

4.1.7 Higiene das vias aéreas:................................................................. 10

4.1.8 Suporte nutricional: ......................................................................... 11

4.1.9 Comprometimento Pancreático: ..................................................... 11

4.1.10 Transplante pulmonar ................................................................... 11

4.1.11 Microbiologia da infecção pulmonar: ............................................ 11

4.1.12 Tratamento: .................................................................................. 13

4.1.13 Cuidados de enfermagem:............................................................ 14

5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 16

6 DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES ........................................................................... 17

7 CONCLUSÃO: ..................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO

O presente estágio foi realizado no Hospital Dom João Becker, em parceria


com a Santa Casa de Misericórdia a qual assumiu a nova direção desde 1º de
agosto de 2018, se tornou a nova mantenedora e administradora do Hospital Dom
João Becker, em Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre. A unidade agora
passa a integrar o patrimônio do complexo hospitalar, atendendo tanto usuários do
SUS como de convênios e particulares. O Hospital oferece atendimentos nos setores
de urgência, emergência, internação, UTI, centro obstétrico, laboratório de análises
clínicas, centro de especialidades médicas, fisioterapia e diagnóstico por imagem.
Em seus 13.000m2 de área construída, possui 183 leitos de internação e 10 leitos de
UTI. Iniciamos as atividades no dia nove de novembro de dois mil e vinte, passamos
pelo alojamento conjunto, 4º andar, emergência SUS, emergência convênio,
encerrando o estágio no dia trinta de março de dois mil e vinte e um.
Conforme visto em campo de estágio será apresentado um estudo de caso,
evidenciando as principais características, diagnóstico e tratamento de Fibrose
Cística. A Fibrose Cística atinge cerca de, 1:2.500 crianças nascidas vivas da raça
branca, ocorrência que diminui para indivíduos da raça negra na proporção 1:17.000.
A expectativa de vida tem crescido nos últimos anos com os avanços tecnológicos
que auxiliam no diagnóstico e terapêutica. Muitos autores estimam uma sobrevida
em torno de 25 a 30 anos. Para alcançar essa sobrevida, o diagnóstico deve ser o
mais precoce possível, devendo o tratamento, desde cedo, ser conduzido por
profissionais devidamente treinados. Outros fatores também podem influenciar as
taxas de sobrevida desses pacientes. As famílias cujos filhos são portadores de
fibrose cística apresentam necessidades emocionais semelhantes àquelas
manifestadas por famílias que têm em seu meio crianças com outras doenças
crônicas, e um motivo que se constitui fonte constante de ansiedade para os pais e
para a criança, é a presença do temor da morte.
2 JUSTIFICATIVA

Espero que esse trabalho traga para os estudantes e profissionais da saúde o


conhecimento de uma forma mais abrangente sobre Fibrose Cística, e os seus reais
tormentos e pela difícil convivência e que os profissionais da saúde reflitam sobre
sua pratica no cotidiano, pois independente da área temos a oportunidade de lidar
com esse tipo de paciente todos os dias. Essa doença tem com tudo sua curiosidade
e teorias, trazendo assim, muitas questões a serem pesquisadas e descobertas,
sempre mostrando as maneiras corretas de se relacionar entre o indivíduo, o
profissional e o familiar, com a importância de relacionar as três maneiras de
cuidado com o paciente, que será a forma afetiva, cuidadosa e pratica entre esses
sujeitos. A objetividade é abrigar o indivíduo que possui essa comorbidade. É
relevante que a equipe não esteja somente presente no momento de pior crise, mas,
também ajudar o familiar a conhecer melhor a doença, para se ter uma melhor
compreensão, isso é importante para se ter um melhor entendimento do portador e
suas particularidades. A maior relevância é quebrar o estigma que a sociedade criou
sobre a Fibrose Cística, mostrar que é possível muitas vezes conviver dentro da
sociedade, mesmo com suas dificuldades. Espero que com esse ensinamento haja
uma motivação para mais realizações de estudos com esse tema, pois sempre há
coisas novas a serem lembradas e enfatizadas.
3 OBJETIVOS:

3.1 Objetivo Geral:

Descrever as principais características da Fibrose cística juntamente com seu


diagnóstico e tratamento, visando o conhecimento para um melhor entendimento no
cuidado de vida do paciente e familiares.
4 EMBASAMENTO TEÓRICO

4.1 Fibrose cística

Devido aos grandes avanços no tratamento de fibrose cística, se tem uma maior
necessidade de conhecimento sobre a doença. (Francisco J. C. Reis, 1998)
Fibrose cística é uma doença genética letal mais comum em populações
caucasianas e é caracterizada por infecções frequentes do pulmão, insuficiência
pancreática e elevados níveis de cloro no suor. É uma doença de herança
autossômica recessiva causada pela mutação de gene do regulador da condutância
transmembrana da fibrose cística, que induz o organismo a produzir as secreções
espessas e viscosas que obstruem os pulmões, o pâncreas e o ducto biliar. Vários
pacientes mostram insuficiência pancreática que leva a má absorção dos nutrientes
especialmente de proteínas e lipídios e as complicações gastrintestinais, tais como
colapso retal, síndrome da obstrução intestinal, constipação e cirrose hepática.
(Fernanda Ribeiro ROSA, 2008)
A fibrose cística geralmente é diagnosticada na infância, pelos programas de
triagem neonatal ou pelo teste do suor. Devido aos vários sistemas envolvidos e a
variabilidade e cronicidade da doença, uma abordagem multidisciplinar é essencial
para auxiliar o paciente e familiares a compreender a doença e aderirem ao
tratamento. A terapia atual de fibrose cística inclui a manutenção do estado nutricional,
a remoção das secreções das vias aéreas com fisioterapia e mucoliticos, o uso de
antibióticos para prevenção e tratamento das infecções, e prescrição de vitaminas
lipossolúveis. (Fernanda Ribeiro ROSA, 2008)
A Fibrose Cística atinge cerca de, 1:2.500 crianças nascidas vivas da raça
branca, ocorrência que diminui para indivíduos da raça negra na proporção 1:17.000.
A expectativa de vida tem crescido nos últimos anos com os avanços tecnológicos que
auxiliam no diagnóstico e terapêutica. Muitos autores estimam uma sobrevida em torno
de 25 a 30 anos. Para alcançar essa sobrevida, o diagnóstico deve ser o mais precoce
possível, devendo o tratamento, desde cedo, ser conduzido por profissionais
devidamente treinados. Outros fatores também podem influenciar as taxas de
sobrevida desses pacientes, quais sejam:
I. Melhor suporte nutricional;

II. Terapia antibiótica precoce e mais agressiva;

III. Desenvolvimento de centros de referência para diagnóstico e tratamento


da doença cujo objetivo principal seja a melhoria na qualidade de vida
desses pacientes, além da existência de suporte médico e promoção da
educação dos pacientes e suas famílias. (Maria Cândida de Carvalho
Furtado, 2003)

4.1.1 Diagnóstico:

O diagnóstico da fibrose cística se dá pela realização da triagem neonatal,


recomendada pelo Ministério da Saúde (MS), empregando-se dosagem da tripsina
imunorreativa (IRT). Este teste detecta a tripsina, que está elevada nos fibrocísticos e
permanece elevada até 30 dias de idade. Na presença de alterações no exame, deve-
se realizar um segundo, preferencialmente no primeiro mês de vida. Se o segundo
também estiver seu diagnóstico é prescrito pelas características clínicas de doença
pulmonar obstrutiva crônica, colonização pulmonar persistente (particularmente com
cepas mucóides de Pseudomonas), íleo meconial, insuficiência pancreática com
prejuízo do desenvolvimento ou história familiar da doença. No aparecimento dessas,
o diagnóstico é confirmado por concentração de cloro no suor maior que 60 mEq/ L ou
pela mutação FC patológica nos cromossomos. (Francisco J. C. Reis, 1998)

4.1.2 Comprometimento pulmonar

A doença pulmonar é a causa mais comum de morte na FC, seja por


insuficiência respiratória ou por complicações característicos à própria progressão da
doença. O tratamento visa prevenir e abordar oportunamente as complicações
obstrutivas, inflamatórias e infecciosas das vias aéreas. As medidas dividem-se em
tratamento de manutenção ou contínuo e de agudização ou exacerbação e incluem
fisioterapia respiratória, antibióticos, mucolíticos, broncodilatadores, anti-inflamatórios,
suporte nutricional e oxigenioterapia. (Marcos César Santos de Castro, 2011)

4.1.3 Fisioterapia respiratória

A fisioterapia respiratória ajuda a retardar a progressão natural da FC. Medidas


que visam melhorar Clearance Mucociliar podem ser consideradas um dos grandes
pilares deste tratamento, que tem também como objetivos a melhoria da ventilação
pulmonar e a promoção de qualidade de vida. Variadas técnicas fisioterápicas estão
disponíveis. As técnicas convencionais incluem drenagem postural e percussão
torácica em posições anatômicas diferentes, visando a remoção das secreções com o
favorecimento da ação gravitacional. Conforme o paciente vai crescendo e se tornando
mais autônomo no autocuidado, principalmente na fase adulta, é possível que ele
realize algumas técnicas fisioterápicas sozinho, sem a exigência da amparo do
profissional da fisioterapia. (Marcos César Santos de Castro, 2011)

Essas técnicas incluem: drenagem auto gênica, drenagem autogênica


modificada, ciclo ativo da respiração, técnica de expiração forçada, pressão expiratória
positiva aplicada por máscara, técnicas com dispositivos oscilatórios orais,
compressões torácicas de alta frequência e ventilação percussiva intrapulmonar.
(Marcos César Santos de Castro, 2011)

4.1.4 Comprometimento infeccioso pulmonar: Terapia de erradicação

As infecções pulmonares agudas e crônicas, facilitadas pela presença de muco


espesso e pegajoso e associadas com intensa resposta inflamatória, determinam a
maior parte da morbidade e mortalidade nos pacientes com FC. (Marcos César Santos
de Castro, 2011)

Colonizações e infecções agudas ou intermitentes, com tendência à infecção


crônica, ocorrem já nos primeiros meses de vida. A microbiologia da FC é bem
peculiar e vem sendo estudada há muitos anos. A história evolutiva das colonizações e
infecções pulmonares segue uma sequência cronológica na maioria dos casos. No
momento do nascimento, o paciente geralmente não possui micro-organismo
colonizador. Os agentes infecciosos iniciais são predominantemente virais e, entre as
bactérias, sobressai o Staphylococcus aureus (Sa) e o Haemophillus influenzae (Hi). A
Pseudomonas aeruginosa (Pa), bactéria de maior prevalência na FC, pode ser
eventualmente identificada nos pacientes mais jovens, porém costuma surgir mais
tarde, principalmente em idade escolar ou adolescente. A tendência da Pa é de se
causar infecção crônica do trato respiratório de pacientes fibrocísticos e de assumir o
fenótipo mucoide. Nas primeiras identificações de Pa no paciente, tenta-se a
erradicação desta bactéria através de tratamento antimicrobiano específico. O sucesso
desta abordagem terá sido atingido se esta bactéria não aparecer nas próximas
culturas mensais de escarro. Posteriormente, a Pa tende a permanecer e desenvolver
uma capa de proteção (biofilme), composta por exopolissacaride, assumindo a forma
denominada Pa mucoide. Este biofilme pode conferir maior resistência aos antibióticos
e dificultar o sucesso dos esquemas terapêuticos de erradicação. (Marcos César
Santos de Castro, 2011)
4.1.5 Suplementação de oxigênio:

A fibrose cística se caracteriza pela deterioração progressiva da função


pulmonar. Nas fases mais avançadas do comprometimento pulmonar, a hipoxemia e a
hipertensão pulmonar passam a estar presentes, tornando-se desta forma de
fundamental importância a suplementação de oxigênio. Orienta-se o uso de
oxigenoterapia quando a pressão arterial de oxigênio for menor do que 55 mmHg na
vigília e em ar ambiente, ou pressão arterial de oxigênio menor do que 59 mmHg, na
presença de edema de membros inferiores, policitemia, evidência ecocardiográfica de
sobrecarga cardíaca direita ou hipertensão pulmonar. Os dados disponíveis de forma
específica para fibrose cística acerca da oxigenoterapia são limitados, extrapolando-se
desta forma as indicações baseadas em estudos sobre doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC). Alguns pacientes apresentam critérios de oxigenoterapia apenas
durante o exercício e durante o sono. Durante o exercício, recomenda-se
suplementação de oxigênio nos casos em que a saturação arterial de oxigênio estiver
menor do que 88-90%. Entretanto, a suplementação de oxigênio durante o sono se faz
necessária quando o paciente apresenta saturação arterial inferior a 88-90% por mais
de 10% do tempo de sono. (Marcos César Santos de Castro, 2011)

4.1.6 Broncodilatadores:

A hiper-reatividade brônquica é muito frequente na FC, ocorrendo em cerca da


metade dos pacientes. Assim, os broncodilatadores inalatórios têm sido utilizados
como parte do tratamento padrão da FC. Os agentes mais frequentemente
empregados são os agonistas beta adrenérgicos de curta ação. São utilizados
geralmente antes da fisioterapia respiratória para facilitar o clearance das vias aéreas.
A maioria dos pacientes apresenta melhora funcional com sua utilização. O emprego
do brometo de ipratrópio como broncodilatador na FC tem dados limitados e
controversos, porém a maioria dos estudos mostra um modesto benefício funcional.
Assim, todos pacientes com FC devem ser avaliados quanto à hiper-reatividade
brônquica e um teste terapêutico com medicações broncodilatadoras deve ser
realizado. (Paulo de Tarso Roth Dalcin, 2007)

4.1.7 Higiene das vias aéreas:

As medidas mecânicas para aumentar o clearance mucociliar têm se constituído


em um dos pilares fundamentais no tratamento da FC. Existe uma variedade de
técnicas fisioterápicas para a higiene das vias aéreas. As técnicas convencionais
incluem drenagem postural e percussão torácica em posições anatômicas diferentes,
de forma a facilitar por ação da gravidade a remoção de secreções.

4.1.8 Suporte nutricional:

Todo paciente com fibrose cística deve ser avaliado regularmente com objetivo
de monitorizar o estado nutricional e assegurar uma adequada ingesta calórica. A
intervenção nutricional deve ser precoce, pois desempenha um importante papel no
curso clínico da fibrose cística. Prejuízos no estado nutricional acarretam alterações na
função pulmonar, também interferindo na sobrevida do paciente. Devido à grande
importância da nutrição no tratamento e acompanhamento dos pacientes com fibrose
cística. (Marcos César Santos de Castro, 2011)

4.1.9 Comprometimento Pancreático:

Com a obstrução dos ductos pancreáticos, há o impedimento da chegada das


enzimas pancreáticas até o duodeno. A insuficiência pancreática manifesta-se
clinicamente através de perda de peso ou dificuldade de ganho de peso, associado
frequentemente à presença de episódios de fezes pastosas ou diarreicas de aspecto
gorduroso. Estas alterações podem ser confirmadas pela dosagem da elastase fecal
ou pela dosagem de gordura fecal por 72 horas. Há também relatos de dor abdominal
e aumento do meteorismo abdominal associado à insuficiência pancreática. (Marcos
César Santos de Castro, 2011)

4.1.10 Transplante pulmonar

O transplante pulmonar está relacionado com a perspectiva de maior sobrevida


e de maior qualidade de vida na doença pulmonar avançada. Em virtude da natureza
supurativa da FC, existe a necessidade de pneumonectomia bilateral para evitar
infecção no pulmão enxertado. A técnica mais utilizada é o transplante pulmonar
duplo, através de procedimento cirúrgico sequencial bilateral, com doador cadavérico.
O transplante lombar de doador vivo é uma alternativa, em especial, para os pacientes
que não podem aguardar na lista por um doador cadavérico e requer pequena estatura
do receptor e proporcionalidade de volume com os órgãos a serem enxertados.
(Paulo de Tarso Roth Dalcin, 2007)

4.1.11 Microbiologia da infecção pulmonar:

Embora a predisposição dos pacientes com FC para colonização por


Pseudomonas aeruginosa (PA) seja conhecida há muitos anos, não há explicação
satisfatória para tal fenômeno. PA tem sido, nas duas últimas décadas, o patógeno
mais importante do trato respiratório FC, com taxas de colonização que variam de 50%
a 70%, em diferentes centros de tratamento. Embora pacientes possam ser
colonizados por PA já nos primeiros anos de vida, a bactéria não é comumente
isolada, do trato respiratório, até a infância tardia e adolescência, seguindo
colonização por Staphylococcus aureus e Haemophilus influenza. O papel dessas
bactérias na patogenia da doença pulmonar permanece controvertido, já que a PA
quando coloniza pacientes FC é, raramente, erradicada. Staphylococcus aureus é a
bactéria mais frequentemente isolada em lactentes FC; Haemophilus influenza e PA
são mais frequentes depois dos dois anos de vida. Esses achados são consistentes
com dados de Toronto, nos quais 12% das crianças FC foram colonizadas antes de
um ano de vida e 44% estavam colonizadas aos sete anos, mas diferem
significativamente dos referidos na Dinamarca, onde menos que 10% estavam
colonizadas, aos cinco anos, e 50%, aos 10 anos. A tipagem dessas cepas indica que
a mesma cepa PA persiste em um paciente, mas difere entre eles. Tal fato sugere que,
apesar da eventual alteração fenotípica em um dado paciente, a cepa PA inicial
persiste, na maioria deles. Colonização crônica por PA indica prognóstico ruim. Os
pacientes podem se infectar, cronicamente, em qualquer idade, porém, o pior
prognóstico está associado à infecção precoce, antes da puberdade. Em alguns casos,
têm sido detectadas infecções cruzadas, já, em outros, o início da PA crônica
permanece obscuro. (Francisco J. C. Reis, 1998)
A duração da infecção crônica por PA pode ser tão curta, quanto nove meses, e
tão longa, por mais de 10 anos, com uma média de três a quatro anos antes da morte.
Em outro estudo, 20% dos doentes, cuja cronificação da PA se estabeleceu, nos
primeiros cinco anos de vida, viveram até 16 anos, já, naqueles, cuja cronificação não
se deu até cinco anos, sua sobrevida além dos 16 anos foi constatada em 95%. Outras
espécies de Pseudomonas, particularmente Burkholderia (B) cepacia, têm aparecido
como patógeno nas duas últimas décadas, cuja prevalência se alterou de 10% em
1971 para 18% em 1981. No mesmo período, a prevalência de PA permaneceu
inalterada, 70 a 80%. A infecção por B. cepacia, no “Hospital for Sick Children”, do
Canadá, foi associada à maior perda de função pulmonar quando comparada com PA,
acarretando uma síndrome clínica caracterizada por febre alta, falência respiratória
progressiva, leucocitose e velocidade de hemossedimentação elevada, descrita em
oito pacientes, com taxa de mortalidade de 62%. Três modelos clínicos distintos foram
observados em pacientes FC infectados por B. cepacia:
I. Portadores assintomáticos exclusivos da bactéria ou em associação com
PA;

II. Deterioração progressiva em meses, com febre recorrente, perda de


peso e repetidas admissões hospitalares;

III. Deterioração rápida, comumente fatal, em pacientes moderadamente


afetados.

Há temor na comunidade FC, porque essa bactéria é particularmente


contagiosa e virulenta. Indícios epidemiológicas indicam que o contato social é
importante na disseminação de cepas epidêmicas, dentro e entre clínicas, não apenas
confinada à infecção hospitalar. B. cepacia, também, é, raramente, erradicada do trato
respiratório FC, mesmo com terapia antimicrobiana aparentemente apropriada. A
bactéria é resistente a muitos antibióticos. Em certos centros, doentes infectados com
B. Cepacia têm apresentado pneumonia necrotizante grave, caracterizada por
deterioração fulminante da função pulmonar; em outros, a infecção por B. cepacia não
tem diferido daquelas vistas com cepas PA multirresistentes. (Francisco J. C. Reis,
1998)

4.1.12 Tratamento:

A FC é uma doença complexa que exige uma abordagem holística para o seu
tratamento. A utilização do modelo de abordagem multidisciplinar para tratar a doença
se fundamenta na observação de que a formação de centros abrangentes de cuidados
em FC está relacionada com o progressivo melhor prognóstico dos pacientes. Assim,
as recomendações para os centros de adultos seguem o modelo multidisciplinar bem-
sucedido dos centros pediátricos. A despeito do grande avanço sobre o conhecimento
da FC, o tratamento da doença é baseado no tratamento sintomático e na correção
das disfunções orgânicas. A FC é uma doença multissistêmica, mas o envolvimento
pulmonar é a causa principal de morbidade e mortalidade. Embora o curso da doença
pulmonar seja invariavelmente de deterioração progressiva, a abordagem terapêutica
adequada pode retardar a progressão da doença pulmonar. O regime terapêutico
padrão para a doença pulmonar inclui: a) antibioticoterapia, b) higiene das vias aéreas
e exercício, c) agentes mucolíticos, d) broncodilatadores, e) agentes anti-inflamatórios,
f) suporte nutricional e g) suplementação de oxigênio. (Paulo de Tarso Roth Dalcin,
2007)
Pelo fato de essa doença atingir variados sistemas, é necessário um cuidado
complexo e contínuo para a promoção de uma condição estável do paciente. Essa
atenção em tempo integral faz com que os responsáveis pelo cuidado necessitem
conhecer a doença e a terapêutica para possibilitar a assistência desejada, no entanto,
apenas o saber clínico é insuficiente. É importante conhecer como e quando a família
foi afetada em todos os seus aspectos (sociais, emocionais e financeiros).
(Maria Cândida de Carvalho Furtado, 2003)
Os pais veem suas vidas envolvidas pela doença e o mesmo ocorre com toda a
família e esse envolvimento reflete uma necessidade de atenção especial, alterando o
ritmo familiar. Percebemos que o cuidado se centraliza mais na figura materna, pois
ela aprende como cuidar e preocupa-se em executar corretamente esse cuidado. Pela
convivência diária com a doença, aumenta seu conhecimento sobre a situação do
filho, tendo uma visão mais apurada com relação aos aspectos clínicos e emocionais
apresentados pela criança, assim como passam a conhecer suas reações e
necessidades. (Maria Cândida de Carvalho Furtado, 2003)
As famílias cujos filhos são portadores de fibrose cística apresentam
necessidades emocionais semelhantes àquelas manifestadas por famílias que têm em
seu meio crianças com outras doenças crônicas, e um motivo que se constitui fonte
constante de ansiedade para os pais e para a criança, é a presença do temor da
morte. O desconhecimento da doença faz com que as famílias simulem situações
futuras que as impedem de se adaptar à nova condição e de compreender o
significado de cuidado e atenção contínua. A aceitação da doença ocorre com o
aumento do conhecimento que dela se adquire, de como cuidar da criança e como
essa pode reagir. A família passa a se sentir segura a partir do momento em que
começa a aprender a lidar com a doença do filho e sente que está realizando um bom
cuidado, com resultados visíveis, ou seja, com melhora no estado clínico da criança.
(Maria Cândida de Carvalho Furtado, 2003)

4.1.13 Cuidados de enfermagem:

I. Identificar barreiras da comunicação.

II. Avaliar a dor quanto à localização, frequência e duração.

III. Avaliar a eficácia das medidas de controle da dor.

IV. Favorecer repouso/sono adequados.

V. Ensinar o uso de técnicas não farmacológicas de conforto (relaxamento,


musicoterapia, diversão, aplicação de compressas frias/quentes,
aplicação de massagem).
VI. Oferecer informações sobre a doenças e suas causas.

VII. Fornecer oxigênio suplementar, incluindo ventilação mecânica, conforme


prescrito.

VIII. Verificar os sinais vitais, temperatura, frequência cardíaca e respiratória e


pressão arterial.

IX. Atentar para mudança na coloração da pele, principalmente cianose de


extremidades.

X. Avaliar nível de ansiedade, proporcionar conforto, e evitar estimulação


excessiva.

XI. Promover mudança de decúbito a cada 2 horas observando a posição de


melhor adaptação respiratória.

XII. Realizar o controle de infecção através da lavagem das mãos, utilizando


das precauções básicas de barreira.

XIII. Organizar, junto a equipe multidisciplinar, um plano de intervenção


alimentar com vista a melhora do quadro nutricional do paciente.

XIV. Oferecer ou auxiliar na higiene da boca, antes e após refeições caso o


paciente tenha dificuldade.

XV. Registrar aceitação ou recusa de dieta com vista a avaliação contínua da


quantidade de alimento ofertado e recusado. (Sabrina Alves Bezerra,
2019)
5 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso foi elaborado com base no seguinte paciente que
será chamado de Veronica, até os 23 anos, Verônica sofreu com quadros graves de
pneumonia e teve de tirar duas partes do pulmão direito quando tinha 18 anos. Após o
diagnóstico, chegou a ser internada por conta de um fungo no órgão, a última vez há
um ano e meio. Por conta de pneumonia, faz três anos que não se interna.
Atualmente, ela é mãe de uma menina de três meses, sendo que a maternidade, às
vezes, é um tabu para quem tem fibrose cística. Baia explica que, para a doença se
manifestar, é preciso que a criança tenha o gene defeituoso da mãe e do pai. Veronica
planejou a gravidez junto aos médicos e foi liberada para tentar engravidar quando sua
condição de saúde era favorável. Durante a gestação, que transcorreu normalmente,
ela continuou com o tratamento.
6 DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES

Alojamento conjunto terceiro andar, iniciamos as atividades no dia nove de


Novembro de 2020, área destinada para atendimento no pós parto, a estrutura do local
é composta por dez quartos, alguns com dois pacientes cada, variando até quatro,
todas as parturientes com acompanhantes, todas as atividades realizadas foram
executadas conforme os protocolos operacionais padrão da instituição, banho nos
recém nascidos somente após vinte e quatro horas do nascimento, orientávamos
sobre a importância do aleitamento materno e auxiliávamos na pega correta do RN na
mama, realizávamos a limpeza do coto umbilical, banho de leito e troca de fralda,
verificávamos a temperatura axilar, saturação de oxigênio com oxímetro de pulso,
saturação de oxigênio com oxímetro neonatal, temperatura axilar com termômetro
digital, troca da rouparia, administrávamos medicações na via, endovenosa,
subcutânea, punção venosa periférica e via oral, com encerramento das atividades no
dia quatro de dezembro de dois mil e vinte. 4°andar, iniciamos as atividades no dia
sete de Dezembro de dois mil e vinte, a unidade dispõe de 15 quartos e 57 leitos,
foram realizadas as seguintes atividades banho de leito com troca de fralda, controle
da glicose através do hemoglicoteste, controle dos sinais vitais com
esfigmomanômetro, estetoscópio, termômetro digital, oxímetro de pulso, administração
de medicamentos EV, SC e via sonda nasogástrica, realizamos enema, troca de
curativos, punção venosa com cateter intravenoso, auxiliamos na massagem cardíaca
em uma parada cardiorrespiratória, com encerramento das atividades no dia 15 de
Janeiro de dois mil e vinte e um. Emergência SUS, dispõe de 40 leitos foram
realizadas as seguintes atividades, banho de leito com troca de fralda, controle da
glicose através do hemoglicoteste, controle dos sinais vitais com esfigmomanômetro,
estetoscópio, termômetro digital, oxímetro de pulso, administração de medicamentos,
controle de sinais vitais a cada 30min, na sala intermediaria, EV, SC e via sonda
nasogástrica, realizamos enema, troca de curativos, punção venosa com cateter
intravenoso e demais condutas de enfermagem.
7 CONCLUSÃO:

O estágio curricular supervisionado proporcionou uma intensa prática dos


conhecimentos adquiridos durante a carga horária teórica reproduzida em sala de
aula, permitindo a vivência de novas experiências colocando em forma todas as
atividades desenvolvidas ao longo do curso teórico, dispondo de entendimento de
diversos assuntos, possibilitou a avaliação de situações complexas e de autocuidado.
De maneira satisfatória desenvolvi com grande êxito minhas atividades, sempre
procurando auxilio onde se tinha mais dificuldade, o estágio trouxe também a garantia
de novos conhecimentos e novas experiências, possibilitou uma avaliação crítica sobre
os procedimentos e condutas acompanhadas e um amadurecimento profissional.
Contudo permitiu que eu ampliasse minhas condutas, servindo como porta de entrada
para grandes oportunidades de emprego brevemente. Proporcionando assim uma
melhor formação, com vários conhecimentos adquiridos.
REFERÊNCIAS

BEZERRA Alves. S, D. A. P, Amanda. C. F, Sarah. V. F, Amanda. C.S, XXIII


Enfermaio tecnologias, inovações e os desafios da enfermagem no século XXI,
pp 01-04, Ceará,2019.

CASTRO S.C.M, Mônica. C. F, Revista do Hospital universitário Pedro Ernesto: O


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DALCIN Roth. T. P, Fernando A. A. S, Jornal brasileiro de pneumologia, Fibrose


Cística no adulto: Aspectos diagnósticos e terapêuticos, pp 01-11 Porto Alegre
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FIRMIDA Cássia. M, A. J. L., Aspectos epidemiológicos da Fibrose Cística, pp 01-


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FURTADO MCC, LIMA RAG. O cotidiano da família com filhos portadores de


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