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Descubra Web of Trust, de Edit Kaldor, uma verdadeira rede social teatral
no Maria Matos
Se é assim nos bancos do metro e dos autocarros. Se é assim a andar na rua.
Se é assim até em jantares de grupo ou em jantares a dois. Então também se
5 podem ignorar os avisos habituais das salas de espetáculo sobre desligar
aparelhos eletrónicos e ser assim no teatro – todos com os smartphones na mão,
a conviver através do ecrã, como acaba por acontecer em Web of Trust, a
performance que vai estar no Maria Matos, em Lisboa, dias 6 e 7 de outubro.
Aquilo que está em palco, no fundo, é a própria internet. E, com a internet, a
10 sociedade onde ela impera. E, dentro dessa sociedade, como não podia deixar
de ser, estão em palco todas as pessoas que também se queiram “ligar” à
performance – basta levar o telemóvel, o computador ou o tablet e participar. (…)
A confiança (trust) que está no título tanto se refere à fé que temos, ou não, em
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relação ao mundo virtual que nos rodeia, como às possibilidades relacionais
desta verdadeira rede de estranhos que se constrói durante o espetáculo. Só
que, aqui, ao contrário do que se passa no Facebook ou no Twitter, a proposta
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requer que se vá um passo além de ter uma música bonita para partilhar ou da
capacidade de inventar hashtags. (…)
Segundo a apresentação da própria criadora, Web of Trust “desencadeia um
processo de construção de uma rede entre pessoas com histórias, necessidades
e recursos diferentes. Como essa rede de estranhos se desenvolve a partir daí,
depende de todos os que participarem”.
Um bocado como outras interações online, mas aqui de certeza que não vai
estar sentado, sozinho, numa sala.
Catarina Homem Marques, Sábado, GPS, 4 a 12 de outubro de 2016, p.23, (adaptado).
10. Classifica a oração introduzida pela forma verbal “requer” (l. 14).
GRUPO III
Para fundamentares o teu ponto de vista, recorre a dois argumentos, ilustrando cada um
deles com um exemplo significativo.
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
A.
1.
Cenário de resposta
Batola evidencia comportamentos opostos com o desenrolar da ação. De facto, no início, é um homem solitário, apesar
de ser casado, sem objetivos de vida, indolente, que passa os dias de forma monótona e rotineira (“Não faz nada,
levanta-se quando calha”). Depois, renasce, revela vivacidade e tem gosto no seu trabalho, acordando cedo para
atender os clientes na venda. Torna-se comunicativo, com desejo de continuar as conversas do dia anterior, e anseia
saber notícias sobre o que se passa no mundo, ouvindo a telefonia (“Muito antes do meio-dia já ele começa a consultar
o velho relógio”). Conclui-se que o Batola ganha paixão pela vida com a chegada da telefonia.
2.
Cenário de resposta
Os habitantes da aldeia atribuem um grande valor à telefonia. Na verdade, o aparelho tem a capacidade de transformar
a sua vida. Antes, viviam apenas do seu trabalho, fazendo sempre as mesmas tarefas, que os deixavam “vergados
pelo cansaço”. A “voz poderosa do homem” da telefonia retirou-os do “fim do mundo”, trazendo até eles o que até
então desconheciam e a esperança de uma vida melhor. Por isso, na última noite em que a telefonia se ouviria, os
homens saem tristes e calados, conscientes de que a sua vida voltaria à “escuridão” de sempre. A telefonia é, assim, a
única forma de ligar aquela população isolada ao mundo e de a inserir socialmente.
3.
Cenário de resposta
Os recursos expressivos conferem originalidade e uma maior expressividade ao texto. Na verdade, esta metáfora
identifica os homens da aldeia com um rebanho, sugerindo que estas pessoas se deixam levar com facilidade, não
revelando nem ideias nem vontade próprias. Todos evidenciam o hábito de fazerem as coisas sempre da mesma
maneira. Aliás, a enumeração das suas atividades diárias, através da expressão “que se levanta com o dia, lavra, cava
a terra, ceifa e recolhe vergado pelo cansaço e pela noite”, demonstra a rotina a que todos iriam voltar quando a
telefonia já não estivesse ali. Assim, é evidente a sugestão de ausência de objetivos, pois todos os homens têm a
mesma vida.
GRUPO II 50 pontos
LEITURA / GRAMÁTICA
Chave
Ite
Versão 1 Versão 2 Pontuação
m
1. (B) 5
2. (C) 5
3. (D) 5
4. (A) 5
5. (A) 5
6. (D) 5
7. (B) 5
8. Truncação. 5
9. “todas as pessoas”. 5
10. Oração subordinada substantiva completiva. 5