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Uberlândia
2020
Gestão do Projeto
RESERVADO
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Autores
AV Ambiente Virtual
CI Critérios de Inclusão
CE Critérios de Exclusão
QP questões de pesquisa
SE subestação
1 ESTADO DA ARTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1.1 Contextualização Histórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.1.2 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1.3 Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.3 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.3.1 Proposta de uso de BIM e GIS no contexto de subestações de
energia elétrica de alta tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.3.2 Proposta para integrar BIM e GIS em um ambiente virtual . . . 29
1.3.3 Projetos de sistemas elétricos utilizando BIM e GIS . . . . . . . 30
1.3.4 Estudo de associação do BIM com ciclo de vida de fazendas eó-
licas na costas marítima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2 APLICAÇÕES BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.1 Duke Energy Case . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3 NORMATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1 Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1.1 Normativa BIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.1.2 Definição do BIM MANDATE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
10
1
Estado da Arte
1.1 Introdução
1.1.1 Contextualização Histórica
Embora se possa considerar a revolução digital do início dos anos 2000 como
um marco fundamental para a Tecnologia da Informação, devido, em grande parte,
pela introdução contundente das linguagens de programação nos processos de mo-
delagem, o estreitamento da relação entre a engenharia e a computação é bem
anterior a isso. No início do século anterior, os primeiros experimentos que con-
duziram ao que se entende hoje por estruturas espaciais trianguladas ou treliças,
utilizadas com frequência em coberturas, pórticos de edifícios e subestações elé-
tricas, foram desenvolvidas por Alexander Graham Bell, que em 1906 fundou a
Aerial Experiment Association, uma organização destinada a construir kits de tor-
res pré-fabricadas (SHANNON, 1948). Ao produzir suas estruturas espaciais, Bell,
provavelmente, não imaginava que um século mais tarde elas seriam projetadas uti-
lizando a mesma tecnologia digital de fluxo de informação presente nos telefones
(ARAUJO, 2018).
A partir dos anos 60, as indústrias automobilística e aeroespacial passaram a
utilizar os computadores como uma ferramenta de auxílio aos processos de projeto
Computer-Aided Design (CAD)1 e, pouco tempo depois, estas tecnologias aden-
1
Computer-Aided Design, pode ser traduzido com projeto assistido por computador; não deve
ser confundido com o aplicativo AutoCAD (Autodesk, Inc.).
1. Estado da Arte 11
1.1.2 Motivação
Dentro do contexto da evolução da computação já citado, é importante ressal-
tar o fato de que o uso dos conceitos do BIM auxiliam no planejamento, concepção
e operação de um empreendimento. Essa característica é decorrente de uma docu-
mentação que permite um aprimoramento dos sistemas de produção (KOSKELA;
BALLARD, 2003). Paralelamente, a concepção, a operação e a manutenção de
subestações de energia elétrica utilizam os mesmos conceitos. Atualmente, os pro-
jetos dessas subestações, tanto em suas ampliações quanto em substituições de
equipamentos, utilizam arquivos em extensões de desenho do tipo .dwg, com pou-
1. Estado da Arte 12
Geralmente, suposições iniciais devem ser feitas, onde um projetista faz inter-
face com outras disciplinas para permitir o início do trabalho de projeto.
Muitos riscos podem ser reduzidos, ou preferencialmente eliminados, na fase de
projeto e, portanto, o feedback de todas as etapas e de todas as partes interessadas
no projeto da subestação é fundamental para melhorar o gerenciamento de riscos
1. Estado da Arte 14
1.1.3 Conceitos
Nesta seção, serão apresentados os principais conceitos que norteiam a temática
do BIM atrelado ao GIS, no contexto de subestações de energia elétrica.
O conceito de BIM tem origem no início dos anos 1970 com um protótipo
proposto por Charles M. “Chuck” Eastman, a partir de um protótipo proposto por
Eastman (1975), que propôs a vinculação entre as geometrias virtuais e as suas
informações físicas e funcionais. Com este tipo de instrução, se tornou possível
descrever objetos segundo suas partes a partir de instruções alteráveis e com a
mesma referência tridimensional: seções planimétricas, vistas e perspectivas se
referindo ao mesmo objeto 3D. Desse modo, qualquer alteração em qualquer parte
1. Estado da Arte 16
I BIM6D: Com o uso desta dimensão é possível realizar análises sobre os con-
sumos energéticos do empreendimento. Assim, se obtém uma estimativa de
energia mais completa e precisa no início do processo de projeto. Ademais,
há a possibilidade de realizar medição e verificação durante a construção. Ou
seja, as tomadas de decisões referente a escolha de processos de instalações
de alto desempenho são facilitadas;
I LoD 400: Além dos detalhamentos especificados no LoD 300, são inseridas
informações referentes à fabricação, de forma a permitir a construção dos mo-
delos propostos. As estimativas de custo, baseadas nos custos dos elementos
inseridos e o escalonamento das atividades, já estão definidas;
I LoD 500: O modelo atinge um nível de detalhamento que auxilia nas ativi-
dades de gerenciamento da edificação, englobando componentes e sistemas
construtivos de forma precisa em: tamanho, formato, localização, quanti-
dade e orientação. São inseridas informações não geométricas, como data
da instalação, garantia etc. Este modelo é utilizado para a manutenção e
operação.
1.2 Metodologia
O objetivo deste item consiste em desenvolver uma Revisão Sistemática Bibli-
ográfica (RSB) (do inglês, Systematic Literature Review (SLR)) (KEELE et al.,
2007). Neste tipo de documento é desenvolvido um estudo secundário através da
seleção e análise de estudos primários, os quais são selecionados por meio de uma
metodologia consistente, definida previamente. É importante ressaltar que para
os artigos primários serem selecionados, devem se encontrar alinhados com todos
os tópicos do estudo desenvolvido.
Através da utilização de uma metodologia consistente é possível reduzir os
vieses da pesquisa, diferenciando, assim, a RSB de uma revisão tradicional da
literatura.
No caso particular do presente documento, esta RSB almeja delinear o estado
da arte acerca do uso de BIM atrelado ao uso do GIS em projetos de subestações
de energia elétrica. Para isto, a string de busca, apresentada, foi utilizada para
selecionar os artigos primários. É válido ressaltar que pequenas alterações foram
aplicadas à string de busca para que atendessem às particularidade de cada base
de dados utilizada.
A diferença entre um motor de busca e uma base de dados está no fato de que
está última considera apenas o seu banco de dados bibliográficos para procurar
resultados que possuam as palavras chave da string de busca. Já o motor de
busca, realiza a mesma análise das palavras chaves, porém em diferentes bancos
de dados. Justamente por isso, foi encontrado, inicialmente, 64 resultados que,
na teoria, satisfazem a string de busca criada. Posteriormente, identificou-se que
21 resultados eram repetidos ou apresentavam um ou mais critérios de exclusão.
Desta forma, o desenvolvimento do projeto acerca do estado da arte contou com
a análise 43 trabalhos.
Para a análise desses 64 resultados foi utilizado o software Mendeley para fa-
zer o controle dos trabalhos, possibilitando, assim, excluir os registros duplicados.
Posteriormente, os trabalhos restantes foram analisados individualmente. Para
isto, a Tabela 3, apresentada a seguir, foi utilizado como parâmetro de classifi-
cação do documento para a próxima fase ou exclusão do mesmo. É importante
ressaltar que para a classificação do trabalho era necessário que todos os Critérios
de Inclusão (CI) fossem satisfeitos. Além disso, caso o trabalho apresentasse um
dos Critérios de Exclusão (CE), o mesmo seria desclassificado da análise.
1. Estado da Arte 26
Inicialmente, cada trabalho teve o seu título, resumo e palavras chave analisado,
almejando encontrar todos os CIs e nenhum dos CEs. Como consequência desta
primeira análise, apenas 4 resultados apresentavam todos os CIs e nenhum dos CEs.
Ou seja, os demais 39 resultados foram excluídos por conta de um dos CEs ou por
não satisfazerem, simultaneamente, todos os CIs. Antes de avançar para a etapa
seguinte da seleção, foram realizadas duas técnicas manuais (forward snowballing
e backward snowballing), visando adicionar novos resultados aos trabalhos obtidos
através dos bancos de dados e motores de busca analisados. A primeira técnica
consiste em analisar as referências dos resultados pertinentes (n = 4), selecionados
na primeira fase, buscando encontrar novos trabalhos que abordem todos os CIs
do projeto e que não apresente nenhum dos CEs. A segunda técnica se assemelha
quanto à busca por novos resultados com todos os CIs e nenhum dos CEs. No
entanto, ao invés de analisar as referências dos resultados pertinentes, analisa-
se trabalhos que referenciaram estes resultados. Infelizmente, com os resultados
obtidos através da string de busca não foi encontrado um novo resultado que
englobasse as disciplinas, GIS, BIM e Subestações de energia elétrica.
Posteriormente, os mesmos CIs e CEs (Tabela 3) foram utilizados, porém, ao
longo de todo o texto, para avaliar, dentre os 4 trabalhos, quais seriam selecionados.
Ademais, além dos CIs e CEs foram associadas, como critério de avaliação, algumas
questões de pesquisa (QP)s, como pode ser visualizado na Tabela 4. Assim sendo,
1. Estado da Arte 27
para que um trabalho seja selecionado para compor as bases desta RSB é necessário
que o documento apresente todos os CIs, nenhum CEs e que responda, pelo menos,
uma das QPs. A Figura 5 resume simplificadamente a quantidade de resultados
remanescentes em cada etapa da seleção.
1.3 Resultados
Ao final da etapa de seleção dos trabalhos alinhados com o tema do presente
projeto, foram selecionados 4 artigos como resultados da pesquisa. Inicialmente,
será fornecido uma tabela que correlaciona o trabalho selecionado com as res-
pectivas QPs respondida por ele (Tabela 5). Posteriormente, cada trabalho será
apresentado, de maneira individual, considerando os principais aspectos abordados
por cada autor.
elétrica.
1.4 Conclusão
A revisão apresentada neste trabalho identifica uma lacuna ainda não explorada
nos conceitos de BIM e GIS. A tendência de correlacionar os conceitos BIM, GIS e
subestações. No entanto, observa-se, até o momento, a inexistência da integração
de meio efetivo entre as áreas de GIS e BIM em projetos de construção e manu-
tenção de subestações de energia elétrica. Pelos trabalhos analisados, conclui-se
que essas tecnologias não foram reunidas de maneira consistente dentro de um
projeto de subestações de energia elétrica, mesmo que estes projetos abordem os
1. Estado da Arte 32
temas dessas tecnologias. Assim, é possível observar que há uma importante la-
cuna técnico-científica a ser desenvolvida na junção dessas disciplinas, visto que,
mesmo nos artigos que apresentam esta junção, ainda não há resultados concretos
(Tabela ).
Onde V*: Representa apenas uma proposta, sem resultados práticos desta
comutação das disciplinas.
Embora a associação do conceito BIM com o setor elétrico seja algo plausível,
trata-se de algo muito recente, de tal forma que a maioria dos artigos selecionados
mostram projetos que se encontram em fases iniciais do desenvolvimento. Assim,
não há ênfase, dentro dos trabalhos selecionados, dos ganhos obtidos através da
utilização efetiva do BIM e GIS aplicado à elaboração, execução, operação e ma-
nutenção de subestações de energia elétrica. No entanto, analisando e fazendo um
paralelo com o caso particular da aplicação do BIM dentro da engenharia civil,
espera-se que a utilização efetiva do BIM e GIS em subestações represente um ga-
nho significante na elaboração, execução, operação e manutenção de subestações
de energia elétrica.
No caso particular do Brasil, a adoção do BIM ainda se encontra em fase de
estudos. De fato, as empresas nacionais estão analisando as vantagens, viabilidade
e capacitação para tornar prático o uso deste conceito. Assim sendo, considerando
uma revisão técnica da literatura, não é possível mapear, com precisão, como estão
as empresas nacionais em relação ao nível de desenvolvimento de processo.
Ao analisar este panorama, torna-se evidente a necessidade de melhorar as
tecnologias existentes. Além disso, é primordial aprimorar técnicas computacio-
1. Estado da Arte 33
2
Aplicações BIM
3
Normativa
3.1 Jurídica
Tendo em vista a mudança de paradigma que o uso dos conceitos de BIM
representarão na indústria da construção, a temática que envolve a contratação
de projetos sofrerá drástica mudança, assim como apresentado por Succar (2009)
na Figura 7. Embora o diagrama proposto pelo autor represente uma versão mais
antiga, desenvolvida no ano de 2008, ainda possui aplicabilidade nos termos atuais
de concepção de Digital Twins.
Observa-se que no fluxo proposto por Succar (2009) há questões jurídicas que
devem ser adotadas na contratação de projetos. Dentre elas, podem ser citadas: a
definição de escopo do projeto, o nível de detalhamento adotado e quais fases da
edificação devem estar compreendidas pelo modelo (MEHRAN, 2016).
3. Normativa 39
Assim, a contratação de projetos que utilizam dos conceitos BIM, dentro deste
escopo especifico, é orientada pelo que se entende por BIM Mandate. Até o pre-
sente momento, embora não existam documentos jurídicos formalizados a partir
de leis federais, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC)
tem caminhado nesta direção a partir dos decretos federais. O mais recente deles,
é o Decreto de Abril de 2020 (FEDERAL, 2020). Neste é definido o modelo BIM
como uma base de dados fundamentada em objetos virtuais, que contém infor-
mações virtuais geométricas e não geométricas e incorpora seus relacionamentos.
Assim, é possível obter diversas visualizações, organizações e cálculos que integram
diferentes instâncias operacionais (interoperabilidade).
Estas questões jurídicas englobam também as responsabilidades dos envolvidos,
desde o gerente do projeto até os projetistas. Desta forma é delimitado o escopo e
a responsabilidades dos envolvidos.
Embora haja uma estratégia nacional para disseminação dos conceitos BIM,
ainda está em etapa de pesquisa-ação, com o intuito de estabelecer ações de im-
plementação destes conceitos em esfera jurídica, técnica e gerencial.
obras e operações em BIM poderão ter amplo respaldo jurídico, o que efetivamente
mudará o panorama da construção civil brasileira.
Atualmente, o mais próximo das normas técnicas para o desenvolvimento dos
projetos são os cadernos técnicos escritos, individualmente, em cada estado. Um
dos exemplos mais recentes é o caderno do Paraná (CURITIBA, 2018), o qual
apresenta diretrizes para elaboração de projetos de edificações públicas que uti-
lizarão a metodologia BIM. No entanto, não é abordado, de maneira direta, os
critérios necessários para elaboração de projetos de subestações de energia elétrica
utilizando o BIM.
I Cronograma do projeto;
I Procedimentos de comunicação;
I Padronização de nomenclaturas;
I Matriz de responsabilidades;
I Padrões construtivos;
I Documentações entregues.
Referências
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systematic review of literature and assessment of professional views. Journal of
Building Engineering, 2018. ISSN 23527102.
HU, X.; ZHAO, B.; SUN, C. 3d substation modeling based on bim technology
in china. In: ATLANTIS PRESS. 2016 5th International Conference on
Environment, Materials, Chemistry and Power Electronics. [S.l.], 2016.
IRIZARRY, J.; KARAN, E. P.; JALAEI, F. Integrating bim and gis to improve
the visual monitoring of construction supply chain management. Automation
in construction, Elsevier, v. 31, p. 241–254, 2013.
JIA, J. et al. Study on the application framework of bim in the life cycle
management of offshore wind farms. In: INTERNATIONAL SOCIETY OF
OFFSHORE AND POLAR ENGINEERS. The 29th International Ocean
and Polar Engineering Conference. [S.l.], 2019.
LI, H. et al. Application of integrated gps and gis technology for reducing
construction waste and improving construction efficiency. Automation in
Construction, Elsevier, v. 14, n. 3, p. 323–331, 2005.
MEHRAN, D. Exploring the adoption of bim in the uae construction industry for
aec firms. Procedia Engineering, Elsevier, v. 145, p. 1110–1118, 2016.