Você está na página 1de 28

Caso necessário, use os seguintes dados:

Constante gravitacional G = 6,67 × 10−11 m3/s2kg. Massa do Sol M = 1,99 × 1030 kg. Velocidade
da luz c = 3 × 108m/s. Distância média do centro da Terra ao centro do Sol: 1,5 × 1011 m.
Aceleração da gravidade g = 9,8 m/s2. Raio da Terra: 6380 km. Número de Avogadro:
6,023 × 1023 mol−1. Constante universal dos gases: 8,31 J/molK. Massa atômica do nitrogênio:
14. Constante de Planck h = 6,62 × 10−34 m2kg/s. Permissividade do vácuo: ε0 = 1/4πk0.
Permeabilidade magnética do vácuo: µ0.

1. Pela teoria Newtoniana da gravitação, o potencial gravitacional devido ao Sol, assumindo


simetria esférica, é dado por −V = GM /r, em que r é a distância média do corpo ao centro do
Sol. Segundo a teoria da relatividade de Einstein, essa equação de Newton deve ser corrigida
para −V = GM/r + A/r2, em que A depende somente de G, de M e da velocidade da luz, c. Com
base na análise dimensional e considerando k uma constante adimensional, assinale a opção que
apresenta a expressão da constante A, seguida da ordem de grandeza da razão entre o termo de
correção, A/r2, obtido por Einstein, e o termo GM/r da equação de Newton, na posição da
Terra, sabendo a priori que k =1.
A. ( ) A = kGM/c e 10−5 B. ( ) A = kG2M 2/c e 10−8
−3
2 2
C. ( ) A = kG M /c e 10 D. ( ) A = kG2M 2/c2 e 10−5
E. ( ) A = kG2M 2/c2 e 10−8

Alternativa: E

Sabemos que:
 A   GM  2  [ r ] [ r ]  [ m]
 r 2  =  r  ∴ [ A ] = [ G ][ M ][ r ] = [ G ] [ M ] ⋅  [ G ][ M ] ⋅ [ m ]  ⋅ [ r ]
2



1 [ F]

 [ m]  1 [G ] [ M ] [G ] [ M]
2 2 2 2
[ A ] = [ G ] [ M ] ⋅   ⋅ =
2 2
=
[ F]  [ r ] [ a ][ r ] [ c]
2

1 [a ]

kG 2 M 2
Logo: A =
c2

A / r 2 kG 2 M 2 / c 2 r 2 kGM 1 ⋅ 6, 67 ⋅10−11 ⋅1,99 ⋅1030


= = 2 =  0,983 ⋅10−8
( )
2
GM / r GM / r c r 8
3 ⋅10 ⋅1,5 ⋅10 11

 A / r2  −8
OG   = 10
 GM / r 

1
2. Considere a Terra como uma esfera homogênea de raio R que gira com velocidade angular
uniforme ω em torno do seu próprio eixo Norte-Sul. Na hipótese de ausência de rotação da
Terra, sabe-se que a aceleração da gravidade seria dada por g = GM/R2. Como ω ≠ 0, um corpo
em repouso na superfície da Terra na realidade fica sujeito forçosamente a um peso aparente,
que pode ser medido, por exemplo, por um dinamômetro, cuja direção pode não passar pelo
centro do planeta. Então, o peso aparente de um corpo de massa m em repouso na superfície da
Terra a uma latitude λ é dado por
A. ( ) mg − mω2Rcos λ. N
B. ( ) mg − mω2Rsen2 λ. ω
C. ( ) mg 1 −  2ω 2 R / g + (ω 2 R / g ) 2  sen 2 λ . R m
λ
D. ( ) mg 1 −  2ω 2 R / g − (ω 2 R / g ) 2  cos 2 λ . Equador
E. ( ) mg 1 −  2ω R / g − (ω R / g )  sen λ .
2 2 2 2

Alternativa: D

F
Rcos
R FG

Para a dinâmica do corpo que gira em MCU de raio R cos λ:


Fsen θ = FG sen λ Fsen θ = mg sen λ
 ∴ 
FG cos λ − Fcos θ = mω R cos λ Fcos θ = mg cos λ − mω R cos λ
2 2

onde F é o peso aparente.


∴ F2 = (mg sen λ) 2 + (mg cos λ − mω2 R cos λ )2 = m 2 g 2 − 2m 2 gω2 R cos 2 λ + m 2 (ω2 R) 2 cos 2 λ
 2ω2 R cos 2 λ  ω2 R  2 
F = m g 1 −
2 2 2
+  cos 2
λ 
 g  g  

 2ω2 R  ω2 R  2 
F = mg 1 −  −   cos λ
2

 g  g  

2
3. Considere um segmento de reta que liga o centro de qualquer planeta do sistema solar ao centro
do Sol. De acordo com a 2ª Lei de Kepler, tal segmento percorre áreas iguais em tempos iguais.
Considere, então, que em dado instante deixasse de existir o efeito da gravitação entre o Sol e o
planeta. Assinale a alternativa correta.
A. ( ) O segmento de reta em questão continuaria a percorrer áreas iguais em tempos iguais.
B. ( ) A órbita do planeta continuaria a ser elíptica, porém com focos diferentes e a 2ª Lei de
Kepler continuaria válida.
C. ( ) A órbita do planeta deixaria de ser elíptica e a 2ª Lei de Kepler não seria mais válida.
D. ( ) A 2ª Lei de Kepler só é válida quando se considera uma força que depende do inverso
do quadrado das distâncias entre os corpos e, portanto, deixaria de ser válida.
E. ( ) O planeta iria se dirigir em direção ao Sol.

Alternativa: A
A Lei das Áreas é válida para qualquer força central, mesmo que esta seja nula.
Se a atração gravitacional deixar de existir, o planeta entraria em MRU.

A B C D

A1 A2 A3

Se AB = BC = CD, então A1 = A 2 = A3
Sol

4. A temperatura para a qual a velocidade associada à energia cinética média de uma molécula de
nitrogênio, N2, é igual à velocidade de escape desta molécula da superfície da Terra é de,
aproximadamente,
A. ( ) 1,4 x 105 K. B. ( ) 1,4 x 108 K.
C. ( ) 7,0 x 1027 K. D. ( ) 7,2 x 104 K.
28
E. ( ) 8,4 x 10 K.

Alternativa: A
Considerando apenas as energias cinéticas translacionais das moléculas de N2, temos: V N2 = VET ,
isto é, a velocidade quadrática média deve ter seu módulo igual à velocidade de escape da Terra.
Logo:
3⋅ R ⋅ T 2 ⋅ G ⋅ MT 2 ⋅ G ⋅ MT ⋅ R T
V N2 = VET ∴ = = = 2⋅ g ⋅ RT
M N2 RT R T2

2 ⋅ g ⋅ R T ⋅ M N2 2 ⋅ 9,8 ⋅ 6,38 ⋅106 ⋅ 28 ⋅10−3


∴ T= = ∴ T  1, 4 ⋅105 K
3⋅ R 3 ⋅ 8,31
Observação:
Foram desconsiderados dois graus de liberdade rotacionais.

3
5. No plano inclinado, o corpo de massa m é preso a uma mola de constante elástica k, sendo
barrado à frente por um anteparo. Com a mola no seu comprimento natural, o anteparo, de
alguma forma, inicia seu movimento de descida com uma aceleração constante a. Durante parte
dessa descida, o anteparo mantém contato com o corpo, dele se separando somente após um
certo tempo. Desconsiderando quaisquer atritos, podemos afirmar que a variação máxima do
comprimento da mola é dada por
A. ( )  mg sen α + m a (2 g sen α + a )  / k .
B. ( )  mg cos α + m a (2 g cos α + a )  / k .
C. ( )  mg sen α + m a (2 g sen α − a )  / k .
D. ( ) m ( g sen α − a) / k .
E. ( ) mg sen α / k .

Alternativa: C
No ponto em que o bloco de massa m está na iminência de perda de contato com o anteparo temos:

kx 1
Px − kx1 = ma ∴ mgsenα − kx1 = ma
Px
m(gsenα − a)
x1 = (I)
k

Ao chegar em A 2 , a velocidade v é dado por:


v 2 = vo2 + 2a∆s ∴ v 2 = 2ax1 (II)
O corpo prossegue até A3 , posição na qual a velocidade é nula, conforme a figura:

x1
A1

x2
A2

A3

Aplicando conservação da Energia Mecânica entre A 2 e A3 :


1 1 1
mv 2 + mg x 2senα + k x12 = k ( x1 + x 2 ) (III)
2
2 2 2

Substituindo (II) em (III):


1 1 1
max1 + mgx 2senα + kx12 = kx12 + kx 2 x1 + kx 22 (IV)
2 2 2

4
Substituindo (I) em (IV):
ma ⋅
( mgsenα − ma ) + mgx senα = kx ⋅ ( mg senα − ma ) + 1 kx 2
2 2 2
k k 2

1 2 m 2 a ( gsenα − a )
Simplificando, tem-se: kx 2 − max 2 − =0
2 k
Como x 2 > 0 :
k m a ( gsenα − a )
2
2 2
ma + m a + 4 ⋅ ⋅
2 k ma m
x2 = ∴ x2 = + a ( 2gsenα − a )
k k k
Portanto a deformação máxima x é dada por:
mgsenα ma ma m
x = x1 + x 2 = − + + a ( 2gsenα − a )
k k k k
mgsenα + m a ( 2gsenα − a )
Portanto: x =
k

6. Um quadro quadrado de lado A e massa m, feito de um material de coeficiente de dilatação


superficial β, é pendurado no pino O por uma corda inextensível, de massa desprezível, com as
extremidades fixadas no meio das arestas laterais do quadro, conforme a figura. A força de
tração máxima que a corda pode suportar é F. A seguir, o quadro é submetido a uma variação
de temperatura ∆T, dilatando. Considerando desprezível a variação no comprimento da corda
devida à dilatação, podemos afirmar que o comprimento mínimo da corda para que o quadro
possa ser pendurado com segurança é dado por
A. ( ) 2AF β∆T / mg .
B. ( ) 2AF (1 + β∆T )/ mg .
C. ( ) 2AF (1 + β∆T ) (
4 F 2 − m2 g 2 . ) A

D. ( ) 2AF (1 + β∆T ) ( 2 F − mg ) .
(
E. ( ) 2AF (1 + β∆T ) 4 F 2 − m 2 g 2 . ) A 2 A 2

Alternativa: E
Seja θ o ângulo formado pela corda e a horizontal na situação final e d a hipotenusa do triângulo,
então o comprimento da corda é L = 2d.

AFAF
2 2
y 2Fy
2Ty = P ∴ 2 ⋅ F ⋅ senθ = m ⋅ g ∴ 2 ⋅ F ⋅ = m ⋅ g ∴ d =
d mg

5
4Fy
L = 2d =
mg
Mas:
 2 A 2F  2
2 2 2 2 2 2 2
2 2 2 2 2 2 AF
4F y = m g d = m g ⋅  y +  ∴ y ⋅ 4F − m g = m g ⋅
4  4
( )

2
 β 
A 2 1 + ∆T 
m 2 g 2A 2F mg 2
AF mg  2   mgA ⋅ 1 + β∆T
y2 = ∴ y= ⋅ = ⋅
(
4 ⋅ 4F2 − m 2g 2 ) 2 4F2 − m 2 g 2 2 4F2 − m 2 g 2 2 4F2 − m 2g 2
Logo:
4Fy 4F mgA 1 + β∆T
L=  ⋅ ⋅
mg mg 2 4F2 − m 2 g 2

∴ L  2AF ⋅
(1 + β∆T )
4F2 − m 2 g 2

7. Considere um semicilindro de peso P e raio R sobre um plano horizontal não liso, mostrado em
corte na figura. Uma barra homogênea de comprimento L e peso Q está articulada no ponto O.
A barra está apoiada na superfície lisa do semicilindro, formando um ângulo α com a vertical.
Quanto vale o coeficiente de atrito mínimo entre o semicilindro e o plano horizontal para que o
sistema todo permaneça em equilíbrio?
A. ( ) µ = cos α  cos α + 2 P ( 2h LQ cos(2α ) − R LQ senα ) 
B. ( ) µ = cos α  cos α + P ( 2h LQ sen(2α ) − 2 R LQ cosα ) 
C. ( ) µ = cos α senα + 2 P ( 2h LQ sen(2α ) − R LQ cosα ) 
D. ( ) µ = senα senα + 2 P ( 2h LQ cos(α ) − 2 R LQ cosα ) 
E. ( ) µ = senα cosα + P ( 2h LQ sen(α ) − 2 R LQ cosα ) 

Alternativa: C
Isolando o semicilindro e a barra tem-se:

N2
N1
α

G G  N1 cos α = fat (I)


FR = 0 ∴ 
 N 2 = N1sen α + P (II)

fat

6
O

x
L G G L
τ R O = 0 ∴ Q ⋅ ⋅ sen α = N1 ⋅ x (III)
2 2
α Q
N1

Em que o valor de x é dado pela geometria do problema.

x α h − Rsen α
h = x cos α + Rsen α ∴ x = (IV)
cos α
h Substituindo (IV) em (III) e isolando N1:
Q ⋅ L ⋅ sen α cos α
N1 = (V)
R 2(h − Rsen α )
α

Na iminência do deslizamento, fat = µ ⋅ N 2 , com coeficiente de atrito mínimo.


Substituindo (II) em (I):
N1 cos α = µ ⋅ N 2 = µ ⋅ (N1 ⋅ sen α + P)
N1 ⋅ cos α cos α
∴ µ= = (VI)
N1 ⋅ sen α + P sen α + P
N1
Substituindo (V) em (VI):
cos α
µ=
 2h R 
sen α + 2P  −
 LQsen(2α ) LQ cos α 

8. Um elétron é acelerado do repouso através de uma diferença de potencial V e entra numa


região na qual atua um campo magnético, onde ele inicia um movimento ciclotrônico,
movendo-se num círculo de raio RE com período TE. Se um próton fosse acelerado do repouso
através de uma diferença de potencial de mesma magnitude e entrasse na mesma região em que
atua o campo magnético, poderíamos afirmar sobre seu raio RP e período TP que
A. ( ) RP = RE e TP = TE.
B. ( ) RP > RE e TP > TE.
C. ( ) RP > RE e TP = TE.
D. ( ) RP < RE e TP = TE.
E. ( ) RP = RE e TP < TE.

7
Alternativa: B
A velocidade de entrada do elétron no campo magnético é dada por:
1 2eV
eV = m E v 2E ∴ v E =
2 mE

Assim, o raio da trajetória do elétron é dado por:


m v 1 2m E V
RE = E E =
eB B e
O período da trajetória do elétron é dado por:
2πm E
TE =
eB
1 2m P V 2πm P
Similarmente, para o próton tem-se que: R P = e TP =
B e eB
Assim, como m P >> m E : R P > R E e TP > TE

9. Considere um oscilador harmônico simples composto por uma mola de constante elástica k,
tendo uma extremidade fixada e a outra acoplada a uma partícula de massa m. O oscilador gira
num plano horizontal com velocidade angular constante ω em torno da extremidade fixa,
mantendo-se apenas na direção radial, conforme mostra a figura. Considerando R0 a posição de
equilíbrio do oscilador para ω = 0, pode-se afirmar que
A. ( ) o movimento é harmônico simples para qualquer que seja
velocidade angular ω.
B. ( ) o ponto de equilíbrio é deslocado para R < R0.
C. ( ) a frequência do MHS cresce em relação ao caso de ω = 0.
D. ( ) o quadrado da frequência do MHS depende linearmente do
quadrado da velocidade angular. ω
E. ( ) se a partícula tiver carga, um campo magnético na direção
do eixo de rotação só poderá aumentar a frequência do
MHS.

Alternativa: D
No referencial que gira com velocidade angular ω:

mω 2 (R + x)

FR = mω 2 ⋅ (R + x) − k ⋅ x ∴ m ⋅ a = mω 2 R + mω 2 x − kx = mω 2 R − x(k − mω 2 )
 k − mω 2 
a = ω2R − x ⋅ 
 m 


ω’2

8
ω’2  k − mω 2  1
Logo, a vibração terá frequência f, dada por: f 2 = = ⋅ .
(2π ) 2  m  4π 2
Então, a frequência ao quadrado depende linearmente do quadrado da velocidade angular.

10. Uma máquina térmica opera segundo o ciclo JKLMJ mostrado no diagrama T-S da figura.
Pode-se afirmar que
A. ( ) o processo JK corresponde a uma compressão
isotérmica.
B. ( ) o trabalho realizado pela máquina em um ciclo é
W = (T2 – T1)(S2 – S1).
T2
C. ( ) o rendimento da máquina é dado por η = 1 − .
T1
D. ( ) durante o processo LM uma quantidade de calor
QLM = T1(S2 – S1) é absorvida pelo sistema.
E. ( ) outra máquina térmica que opere entre T2 e T1
poderia eventualmente possuir um rendimento
maior que a desta.

Alternativa: B
Analisando as alternativas, temos:
A. Falsa. O processo JK tem temperatura constante e aumento de entropia, isto é, é uma expansão
isotérmica.
B. Verdadeira. W  área interna de T(s) × S. Logo, temos: W = ( S2 − S1 ) ⋅ ( T2 − T1 ) > 0, por ser
ciclo horário.
T1
C. Falsa. O rendimento de Carnot é dado por: η = 1 − .
T2
D. Falsa. O processo LM é uma compressão isotérmica com rejeição de calor.
E. Falsa. Nenhuma máquina térmica cíclica rende mais do que Carnot.

11. Um feixe luminoso vertical, de 500 nm de comprimento de onda, incide sobre uma lente
plano-convexa apoiada numa lâmina horizontal de vidro, como mostra a figura. Devido à
variação da espessura da camada de ar existente entre a lente e a lâmina, torna-se visível sobre
a lente uma sucessão de anéis claros e escuros, chamados de anéis de Newton. Sabendo-se que
o diâmetro do menor anel escuro mede 2 mm, a superfície convexa da lente deve ter um raio de
A. ( ) 1,0 m.
B. ( ) 1,6 m.
C. ( ) 2,0 m.
D. ( ) 4,0 m.
E. ( ) 8,0 m.

9
Alternativa: C
A situação do problema é descrita na figura a seguir:

vidro
d ar
vidro

Observa-se que há uma inversão de fase na interface ar-vidro. Assim, para que se tenha
interferência destrutiva, tem-se que:
λ
2d = n p ⋅ , com n p = 0, 2, 4, 6 ...
2

No caso do menor anel escuro, tem-se n P = 2. Portanto:


2λ λ
d= = = 250 ⋅10−9 m
4 2

Considerando-se que a lente plano-convexa seja uma calota esférica:

R −d R

r
d

Ou seja: R 2 = ( R − d ) + r 2 ∴ r 2 = R 2 − R 2 + 2dR − d 2
2

2 r2 10−6
∴ r = 2dR − d  2dR ∴ R  = ∴ R2m
2d 5 ⋅10−7

12. Considere o modelo de flauta simplificado mostrado na figura, aberta na sua extremidade
D, dispondo de uma abertura em A (próxima à boca), um orifício em B e outro em C. Sendo
AD = 34,00 cm, AB = BD, BC = CD e a velocidade do som de 340,0 m/s, as frequências
esperadas nos casos: (i) somente o orifício C está fechado, e (ii) os orifícios B e C estão
fechados, devem ser, respectivamente

A. ( ) 2000 Hz e 1000 Hz.


B. ( ) 500 Hz e 1000 Hz.
C. ( ) 1000 Hz e 500 Hz.
D. ( ) 50 Hz e 100 Hz.
E. ( ) 10 Hz e 5 Hz.

10
Alternativa: C
Ao deixarmos um orifício aberto, forma-se naquele ponto um ventre, tal que:

Para um tubo aberto, na frequência fundamental:


1 ⋅ vs 1 ⋅ 340
f1 = = ∴ f1 = 1000 Hz
2A 2 ⋅ 0,17

Situação ii (B e C fechados):

Para um tubo aberto, na frequência fundamental:


1 ⋅ vs 340
f1 = = ∴ f1 = 500 Hz
2A 2 ⋅ 0,34

13. Uma jovem encontra-se no assento de um carrossel circular que gira a uma velocidade angular
constante com período T. Uma sirene posicionada fora do carrossel emite um som de
frequência f0 em direção ao centro de rotação. No instante t = 0, a jovem está à menor distância
em relação à sirene. Nesta situação, assinale a melhor representação da frequência f ouvida pela
jovem.
A. ( ) B. ( )
f f0

0 T 4 T 2 3T 4 T t T 4 T 2 3T 4
C. ( ) D. ( )
f f0 f f0

1 1

0 T 4 T 2 3T 4 T t 0 T 4 T 2 3T 4 T t

11
E. ( )
f f0

0 T 4 T 2 3T 4 T t

Alternativa: A
A frequência percebida pela jovem é calculada pela equação do efeito Doppler:
( v ± vobservador ) em que v
f AP = f 0 ⋅ som
 2π 
observador = v ⋅ sen α = v ⋅ sen  ⋅ t  e vfonte = 0
( vsom ± vfonte )  T 

f AP = f 0 ⋅
( vsom − v ⋅ sen α ) ∴ f AP  2π 
v
⋅ sen  ⋅ t  = 1 − a ⋅ sen ( b ⋅ t )
= 1−
vsom f0 vsom  T 
v 2π
Em que a amplitude: a = e o período: T =
vsom b
Assim, a melhor representação para a frequência é dada na alternativa A.

14. Considere as cargas elétricas q1 = 1 C , situada em x = −2m , e q2 = −2C , situada em x = −8m.


Então, o lugar geométrico dos pontos de potencial nulo é
A. ( ) uma esfera que corta o eixo x nos pontos x = −4m e x = 4m.
B. ( ) uma esfera que corta o eixo x nos pontos x = −16m e x = 16m.
C. ( ) um elipsoide que corta o eixo x nos pontos x = −4m e x = 16m.
D. ( ) um hiperboloide que corta o eixo x no ponto x = −4m.
E. ( ) um plano perpendicular ao eixo x que o corta no ponto x = −4m.

12
Alternativa: A
De acordo com o problema, tem-se que:

−2C 1C
−8 −4 −2

−4
Seja um ponto P de coordenadas ( x, y, z ) . O potencial nesse ponto é dado por:
k ⋅1 k⋅2
− =0
( x + 2) 2
+y +z 2 2
( x + 8) 2 2
+y +z 2

1 4
∴ =
( x + 2) 2
+ y2 + z2 ( x + 8) 2
+ y2 + z 2
∴ x 2 + 16x + 64 + y 2 + z 2 = 4x 2 + 16x + 16 + 4y 2 + 4z 2
∴ 3x 2 + 3y 2 + 3z 2 = 48
x 2 + y 2 + z 2 = 42 ∴ que é a equação de uma esfera centrada na origem e com raio igual a 4.

15. Considere uma balança de braços desiguais, de comprimentos A1 e A2, conforme mostra a figura.
No lado esquerdo encontra-se pendurada uma carga de magnitude Q e massa desprezível,
situada a uma certa distância de outra carga, q. No lado direito encontra-se uma massa m sobre
um prato de massa desprezível. Considere as cargas como pontuais e desprezível a massa do
prato da direita, o valor de q para equilibrar a massa m é dado por

A1 A2

30°

13
A. ( ) − mg A 2 d 2 / (k0QA1 ). B. ( ) −8mg A 2 d 2 / (k0QA1 ).
C. ( ) −4mg A 2 d 2 / (3k0QA1 ). D. ( ) −2mg A 2 d 2 / ( 3k0QA1 ).
E. ( ) −8mg A 2 d 2 / (3 3k0QA1 ).

Alternativa: E
Considerando a massa da barra desprezível e escolhendo o ponto de apoio como referencial tem-se:

A1 A2

30°

G G
τ R 0 = 0 ∴ Fel ⋅ cos 30° ⋅ A1 = mg ⋅ A 2 (I)

A força elétrica (Fel) deve ser atrativa; logo, as cargas devem ser opostas. Assim, tem-se:

30°

k0 ⋅ Q ⋅ q k 0 ⋅ Q ⋅ q ⋅ cos 2 30°
Fel = ∴ Fel = (II)
(d / cos 30°) 2 d2

Substituindo (II) em (I):

k 0 ⋅ Q ⋅ q ⋅ cos3 30°⋅ A1 mgA 2 d 2 8 mgA 2 d 2


= mgA 2 ∴ q = ∴q=
d2  3
3
3 3k 0QA1
k 0Q   ⋅ A1
 2 
O sinal de menos das alternativas representa as cargas opostas de Q e q.

14
16. A figura mostra três camadas de dois materiais com condutividade σ1 e σ2, respectivamente. Da
esquerda para a direita, temos uma camada do material com condutividade σ1, de largura d/2,
seguida de uma camada do material de condutividade σ2, de largura d/4, seguida de outra
camada do primeiro material de condutividade σ1, largura d/4. A área transversal é a mesma
para todas as camadas e igual a A. Sendo a diferença de potencial entre os pontos a e b igual a
V, a corrente do circuito é dada por
A. ( ) 4V A/d(3σ1 + σ2).
B. ( ) 4V A/d(3σ2 + σ1).
σ1 σ2 σ1
C. ( ) 4V Aσ1σ2/d(3σ1 + σ2).
D. ( ) 4V Aσ1σ2/d(3σ2 + σ1).
E. ( ) AV (6σ1 + 4σ2)/d.
d d d
2 4 4

Alternativa: D
A
Pela 2ª Lei de Ohm, tem-se que R = . Logo a Req é dada por:
σA
d d d d(2σ 2 + σ1 + σ 2 ) d(3σ 2 + σ1 )
R eq = + + = ∴ R eq =
2σ1 ⋅ A 4σ 2 ⋅ A 4σ1 ⋅ A 4σ1σ 2 ⋅ A 4σ1σ 2 ⋅ A

Assim, tem-se que:


V 4 ⋅ V ⋅ A ⋅ σ1 ⋅ σ 2
i= ∴ i=
R eq d ⋅ (3σ2 + σ1 )

17. Uma esfera condutora de raio R possui no seu interior duas cavidades esféricas, de raio a e b,
respectivamente, conforme mostra a figura. No centro de uma cavidade há uma carga puntual
qa e no centro da outra, uma carga também puntual qb, cada qual distando do centro da esfera
condutora de x e y, respectivamente. É correto afirmar que
A. ( ) a força entre as cargas qa e qb é k0qaqb/(x2 + y2 – 2xy cosθ ).
B. ( ) a força entre as cargas qa e qb é nula.
C. ( ) não é possível determinar a força entre as cargas, pois não qa qb
θ b
há dados suficientes. a x y
D. ( ) se nas proximidades do condutor houvesse uma terceira
carga, qc, esta não sentiria força alguma.
E. ( ) se nas proximidades do condutor houvesse uma terceira
carga, qc, a força entre qa e qb seria alterada.

Alternativa: B
Sabe-se que em um condutor em equilíbrio eletrostático, o campo no seu interior é nulo. Portanto,
pode-se afirmar que a carga qa está blindada eletrostaticamente, assim como a carga qb. Logo,
a força entre elas é nula.

15
18. Uma corrente I flui em quatro das arestas do cubo da figura (a) e produz no seu centro um
campo magnético de magnitude B na direção y, cuja representação no sistema de coordenadas é
(0,B,0). Considerando um outro cubo (figura (b)) pelo qual uma corrente de mesma magnitude
I flui através do caminho indicado, podemos afirmar que o campo magnético no centro desse
cubo será dado por
A. ( ) (-B,-B,-B).
B. ( ) (-B,B,B).
C. ( ) (B,B,B).
D. ( ) (0,0,B).
E. ( ) (0,0,0).

Alternativa: B
Considerando a situação (a), tem-se que o campo é devido à contribuição das quatro arestas.
Supondo o campo gerado por cada fio igual a B’, tem-se que:

L 2

L 2

Assim, o campo gerado pelo fio 1 no centro do cubo, representado pelas suas componentes, é dado
por:
G  B’ 2 B’ 2 
B1 =  , , 0 
 2 2 
Analogamente para os outros fios tem-se:
JG  B’ 2 B’ 2  JG  −B’ 2 B’ 2  JG  B’ 2 −B’ 2 
B2 =  0, ,  B3 =  , , 0  B4 =  0, , 
 2 2   2 2   2 2 
JG JG JG JG JG
Logo, o campo no centro é dado pela soma Bcentro,a = B1 + B2 + B3 + B4
JJG
( )
∴ Bcentro,a = 0, 2B’ 2, 0 T ∴ B = 2B’ 2 (I)

16
Na situação da figura (b), pela Regra da Mão Direita, tem-se, no centro do cubo, que:

9 7 z
10 y
6 x 0

O campo gerado por cada um dos fios é representado por:


JG  B’ 2 B’ 2  JG  −B’ 2 B’ 2  JG  −B’ 2 B’ 2 
B5 =  0, ,  B 6 =
 2 , 0,  B7 =  , , 0 
 2 2   2   2 2 
JG  B’ 2 B’ 2  JG  −B’ 2 B’ 2  JG  −B’ 2 B’ 2 
B8 =  0, ,  B 9 =
 2 , 0,  B10 =  , , 0 
 2 2   2   2 2 

Assim, o campo
JG JG JG JG JG JG JG JG
(
Bcentro,b = B5 + B6 + B7 + B8 + B9 + B10 ∴ Bcentro, b = −2B’ 2, 2B’ 2, 2B’ 2 ) (II)

Substituindo (I) em (II):


JG
∴ Bcentro, b = ( −B, B, B )

19. Considere um aparato experimental composto de um solenoide com n voltas por unidade de
comprimento, pelo qual passa uma corrente I, e uma espira retangular de largura A, resistência
R e massa m presa por um de seus lados a uma corda inextensível, não condutora, a qual passa
por uma polia de massa desprezível e sem atrito, conforme a figura. Se alguém puxar a corda
com velocidade constante v, podemos afirmar que a força exercida por esta pessoa é igual a
A. ( ) ( µ0 nI A ) v R + mg com a espira dentro do solenoide.
2

B. ( ) ( µ0 nI A ) v R + mg com a espira saindo do solenoide. A


2

C. ( ) ( µ0 nI A ) v R + mg com a espira entrando no solenoide.


2

D. ( ) µ0 nI 2A + mg com a espira dentro do solenoide.


E. ( ) mg e independe da posição da espira com relação ao solenoide.

Alternativa: E
Considerando o campo magnético uniforme, tem-se que:
B = µ⋅n⋅I

17
A direção normal à espira é perpendicular à direção do campo magnético. Dessa forma, o fluxo do
vetor indução magnética através da espira é sempre igual a zero.
Portanto, se a velocidade v é constante, tem-se que a força realizada pelo operador é igual ao peso
da espira, ou seja, mg .

20. No processo de fotossíntese, as moléculas de clorofila do tipo a nas plantas verdes apresentam
um pico de absorção da radiação eletromagnética no comprimento de onda
λ = 6,80 x 10 −7 m. Considere que a formação de glicose (C6 H12O6 ) por este processo de
fotossíntese é descrita, de forma simplificada, pela reação:

6CO2 + 6 H 2O → C6 H12O6 + 6O2

Sabendo-se que a energia total necessária para que uma molécula de CO2 reaja é de
2,34 × 10−18 J, o número de fótons que deve ser absorvido para formar 1 mol de glicose é
A. ( ) 8. B. ( ) 24.
C. ( ) 48. D. ( ) 120.
E. ( ) 240.

Alternativa: C
Para um comprimento de onda, tem-se que a energia do fóton associada é:
hc 6, 62 ⋅10−34 ⋅ 3 ⋅108
E= = −7
 2,9 ⋅10−19 J
λ 6,80 ⋅10
Como são necessários 2,34 ⋅10−18 J para que uma molécula de CO 2 reaja, o número de fótons
absorvidos é dado por:
2,34 ⋅10−18
n= = 8 fótons.
2,9 ⋅10−19
Como são necessárias 6 moléculas de CO 2 para que se forme uma molécula de glicose, então são
necessários 48 fótons .
Observação: Como o exercício pediu o número de fótons para que se forme um mol de glicose, a
resposta correta seria 48 mols de fótons.

21. Um disco, com o eixo de rotação inclinado de um ângulo α em relação à vertical, gira com
velocidade angular ω constante. O disco encontra-se imerso numa região do espaço onde
JG
existe um campo magnético B uniforme e constante, orientado paralelamente ao eixo de
rotação do disco. Uma partícula de massa m e carga q > 0 encontra-se no plano do disco, em
repouso em relação a este, e situada a uma distância R do centro, conforme a figura. Sendo µ o
coeficiente de atrito da partícula com o disco e g a aceleração da gravidade, determine até que
valor de ω o disco pode girar de modo que a partícula permaneça em repouso.

18
JG
B α
ω
R
α
JG α
vista lateral B
α

Resolução:
A máxima velocidade ω é atingida no ponto de altura mínima, estando o corpo na iminência do
escorregamento com f at = µN. Dessa forma, tem-se:

N
f at

Fm
α
P

N = P ⋅ cos α ∴ f at = µ ⋅ mg ⋅ cos α
FR = m ⋅ a cp ∴ f at − fm − P ⋅ senα = m ⋅ ω2 ⋅ R ∴ µmg cos α − qvB − mgsenα = mω2 R
∴ mRω2 + qRBω + mg(senα − µ cos α ) = 0
−qRB ± q 2 R 2 B2 − 4m 2 Rg(senα − µ cos α )
ω=
2mR
q 2 R 2 B2 + 4m 2 gR(µ cos α − senα) − qRB
Como ω > 0 : ω =
2mR

22. Um pequeno bloco desliza sobre uma rampa e logo em seguida por um “loop” circular de raio
R, onde há um rasgo de comprimento de arco 2 Rϕ , como ilustrado na figura. Sendo g a
aceleração da gravidade e desconsiderando qualquer atrito, obtenha a expressão para a altura
inicial em que o bloco deve ser solto de forma a vencer o rasgo e continuar em contato com o
restante da pista.

19
Resolução:

B C h

Entre os pontos A e B:
1
E M A = E M B ∴ mgh = mv B2 + mgR (1 + cos ϕ ) (I)
2
Entre B e C ocorre um lançamento oblíquo:
vB

ϕ
ϕ ϕ

v 2Bsen2ϕ v 2B ⋅ 2sen ϕ cos ϕ Rg


BC = ∴ 2 ⋅ Rsen ϕ = ∴ v 2B = (II)
g g cos ϕ
(II) em (I):
1 Rg  1 
mgh = m ⋅ + mgR (1 + cos ϕ ) ∴ h = R  + 1 + cos ϕ 
2 cos ϕ  2 cos ϕ 
2 cos 2 ϕ + 2 cos ϕ + 1
h = R⋅
2 cos ϕ

23. Uma massa m1 com velocidade inicial V0 colide com um sistema massa-mola m2 e constante
elástica k, inicialmente em repouso sobre uma superfície sem atrito, conforme ilustra a figura.
Determine o máximo comprimento de compressão da mola, considerando desprezível a sua
massa.
m1 m2
V0 k

Resolução:
A máxima compressão ocorrerá quando as velocidades das massas forem iguais, o que equivale às
massas perderem toda a energia cinética interna, que se transforma em energia potencial elástica:
1 1 2
E Cinterna, antes = E Pelástica, depois ∴ M r v r2 = kx máx
2 2
m1 ⋅ m 2 m1 ⋅ m 2
∴ ⋅ (V0 − 0)2 = kx 2máx ∴ x máx = V0
m1 + m 2 k(m1 + m 2 )

20
24. Uma esfera maciça de massa específica ρ e volume V está imersa entre dois líquidos, cujas
massas específicas são ρ1 e ρ 2 , respectivamente, estando suspensa por uma corda e uma mola
de constante elástica k, conforme mostra a figura. No equilíbrio, 70% do volume da esfera está
no líquido 1 e 30% no líquido 2. Sendo g a aceleração da gravidade, determine a força de tração
na corda.

ρ1

ρ2

Resolução:
Com o sistema em equilíbrio, tem-se:
• equilíbrio do nó

T1 G G T1 ⋅ cos 60° = F ⋅ cos 30°


FR = 0 ∴ 
60º F T1 ⋅ sen60° + F ⋅ sen30° = T2
3 T
∴ T1 + 1 = T2 ∴ 2T1 = 3T2
2 2 3
T2

• equilíbrio da esfera
T2
G G
FR = 0 ∴ T2 + E = P ∴ T2 + 0, 7 ⋅ρ1 ⋅ g ⋅ V + 0,3 ⋅ρ2 ⋅ g ⋅ V = ρ ⋅ g ⋅ V ∴
T2 = g ⋅ V ⋅ (ρ − 0, 7 ⋅ρ1 − 0,3 ⋅ρ2 )

Assim, a tração na corda presa à esfera é T2 = g ⋅ V ⋅ (ρ − 0, 7 ⋅ρ1 − 0,3 ⋅ρ2 ) , e a tração na corda

3 3
presa ao teto é T1 = ⋅ T2 ∴ T1 = ⋅ g ⋅ V ⋅ (ρ − 0, 7 ⋅ρ1 − 0,3 ⋅ρ2 ) .
2 2

21
25. Uma parte de um cilindro está preenchida com um mol de um gás ideal monoatômico a uma
pressão P0 e temperatura T0. Um êmbolo de massa desprezível separa o gás da outra seção do
cilindro, na qual há vácuo e uma mola em seu comprimento natural presa ao êmbolo e à parede
oposta do cilindro, como mostra a figura ( a ) . O sistema está termicamente isolado e o êmbolo,
inicialmente fixo, é então solto, deslocando-se vagarosamente até passar pela posição de
equilíbrio, em que a sua aceleração é nula e o volume ocupado pelo gás é o dobro do original,
conforme mostra a figura ( b ) . Desprezando os atritos, determine a temperatura do gás na
posição de equilíbrio em função da sua temperatura inicial.

(a)

( b)

Resolução:

Temos os dados:
n =1 (a) gás monoatômico a P0 , T0 .
Mono
A = A 0 (x = 0 para mola).
x

(b) expansão adiabática: Q = 0


(sistema isolado termicamente).

Para a transformação adiabática, temos: T0 ⋅ V0 γ −1 = T1 ⋅ V1γ −1.


5
R
CP 2 5
Como temos gás monoatômico, então: γ = = = . Ainda: V1 = 2 ⋅ V0 .
CV 3 R 3
2
5 5 2 2 2
−1 −1 T0 T0
Logo: T0 ⋅ V0 3 = T1 ⋅ (2V0 )3 ∴ T0 ⋅ V0 = T1
3 ⋅2 3 ⋅ V0 3 ∴ T1 = ∴ T1 = 3
3 4
22

22
26. A figura mostra uma barra LM de 10 2 cm de comprimento, formando um ângulo de 45° com
a horizontal, tendo o seu centro situado a x = 30, 0 cm de uma lente divergente, com distância
focal igual a 20,0 cm, e a y = 10, 0 cm acima do eixo ótico da mesma. Determine o
comprimento da imagem da barra e faça um desenho esquemático para mostrar a orientação da
imagem.

M
45°
L
y

Resolução:
Temos os dados:
y

10 2 cm M
45 10 cm
L y
O
x x v

x = 30 cm
f = –20 cm (lente divergente)
y = 10 cm

Tomando as coordenadas do ponto M em relação ao sistema cartesiano Oxy, temos:


M = ( x M , y M ) = ( 30 − 5;10 + 5 ) = ( 25cm;15cm )
L = ( x L , y L ) = ( 30 + 5;10 − 5 ) = ( 35cm;5cm )

Analisando agora as distâncias horizontais no referencial de Gauss (supondo lente gaussiana):


para M:
1 1 1 1 5+ 4 100
• − = + ∴ =− ∴ p’M = − cm
20 25 p M’ ’
pM 100 9
100
p’M i M i 20
• A=− = = 9 = M ∴ iM = + cm
pM oM 25 15 3

23
para L:
1 1 1 1 7+4 140
• − = + ∴ =− ∴ p’L = − cm
20 35 p’L p’L 140 11
140
p’L i L i 20
• A’ = − = ∴ 11 = L ∴ i L = cm
pL oL 35 5 11

A figura com a conjugação dos raios é:

L’

Ampliando a região de M’L’:


100
cm
9
20
M’ cm
3
20
L’ cm
11
140 v
cm
11

2 2
 140 100   20 20 
M’L’ =  −  +  −  ∴ M’L’  5,11 cm
 11 9   3 11 

24
27. Derive a 3ª Lei de Kepler do movimento planetário a partir da Lei da Gravitação Universal de
Newton considerando órbitas circulares.

Resolução:
Considerando uma órbita circular, a resultante centrípeta é a força gravitacional:
2
GMm 2  2π 
R cp = ma cp ∴ FG = ma cp ∴ = mω r = m   r
r2  T 
r 3 GM
∴ 2 = 2 = constante
T 4π

28. Considere uma espira retangular de lados 3a e a, respectivamente, em que circula uma
corrente I, de acordo com a figura. A espira pode girar livremente em torno do eixo z. Nas
proximidades da espira há um fio infinito, paralelo ao eixo z, que corta o plano xy no ponto
x = a /2 e y = 0. Se pelo fio passa uma corrente de mesma magnitude I, calcule o momento
resultante da força magnética sobre a espira em relação ao eixo z, quando esta encontra-se no
plano yz.

a 3
2

a
2

Resolução:
Observando a situação projetada no plano xy:

G −a 3 JG + a 3
Fm ’ 2 B 2
z y
θ
2 θ G 1
JG
B’ Fm
d a
2

25
Observa-se que em torno do eixo z o momento é provocado pelas forças magnéticas que agem nos
a 3 a 2 3a 2
lados da espira situados em y = ± , que distam d do fio infinito, onde d 2 = + ∴ d = a.
JG JG 2 4 4
Os campos B e B’ gerados nos fios 1 e 2, respectivamente, têm módulos iguais dados por:
µ I
B = B’ = 0
2πd
Os módulos das forças magnéticas são dados por:
µ I µ I2
Fm = Fm’ = 0 ⋅ I ⋅ a = 0
2πa 2π
Da geometria dos fios tem-se:
a/2 a/2 1
senθ = = =
d a 2
Assim, tem-se que o momento em relação a z é dado por:
a 3 ’ a 3 µ0 I2 a 3 µ0 I2a 3
τ = Fm ⋅ ⋅ sen θ + Fm ⋅ ⋅ sen θ ∴ τ = ⋅ ∴ τ=
2 2 2π 2 4π

29. O olho humano é uma câmara com um pequeno diafragma de entrada (pupila), uma lente
(cristalino) e uma superfície fotossensível (retina). Chegando à retina, os fótons produzem
impulsos elétricos que são conduzidos pelo nervo ótico até o cérebro, onde são decodificados.
Quando devidamente acostumada à obscuridade, a pupila se dilata até um raio de 3 mm e o
olho pode ser sensibilizado por apenas 400 fótons por segundo. Numa noite muito escura, duas
fontes monocromáticas, ambas com potência de 6 x10−5 W, emitem, respectivamente, luz azul
(λ = 475 nm) e vermelha (λ = 650 nm) isotropicamente, isto é, em todas as direções.
Desprezando a absorção de luz pelo ar e considerando a área da pupila circular, qual das duas
fontes pode ser vista a uma maior distância? Justifique com cálculos.

Resolução:
O fóton azul tem a energia dada por:
hc 6, 62 ⋅10−34 ⋅ 3 ⋅108
E azul = = −7
= 4, 2 ⋅10−19 J
λ azul 4, 75 ⋅10
Para o fóton vermelho:
hc 6, 62 ⋅10−34 ⋅ 3 ⋅108
E vermelho = = −7
= 3,1⋅10−19 J
λ vermelho 6,5 ⋅10

26
As fontes têm a mesma intensidade. Supõe-se que a frente de onda das fontes é esférica e que o olho
tem área circular, tal que:
6 ⋅10−5 1,35 ⋅10−10
( )
2
−3
Polho = Ifonte ⋅ Área olho ∴ Polho = ⋅ π 3 ⋅ 10 ∴ Polho = W
4πd 2 d2
O número de fótons azuis por segundo é dado por:
Polho 3, 2 ⋅108
n fótons = = fótons/s.
E azul d2
3, 2 ⋅108
Para a luz azul, a distância máxima é dada por: 400 = ∴ d  898 m
d2
E o número de fótons vermelhos:
Polho 4, 4 ⋅108
n fótons = = fótons.
E vermelho d2
4, 4 ⋅108
Para a luz vermelha, a distância máxima é dada por: 400 = ∴ d  1051 m
d2
A luz vermelha pode ser vista a uma maior distância.

30. No gráfico ao lado estão representadas as 100


características de um gerador, de força eletromotriz
80
igual a ε e resistência interna r, e um receptor ativo de
força contraeletromotriz ε ’ e resistência interna r’. 60
Sabendo que os dois estão interligados, determine a
40
resistência interna e o rendimento para o gerador e
para o receptor. 20
0 1 2 3 4
I(A)

Resolução:
Para um gerador real, a sua reta característica é tal que:

ε tg α = r,
N

ε
icc =
r
Assim, considerando-se o gráfico do enunciado:
100 − 20
ε = 100 V e r = = 20 Ω ∴ r = 20 Ω
4
Para o receptor:

27
tg θ = r’,
N

ε’

Considerando-se o gráfico do enunciado:


60 − 40
ε’ = 40 V e r’ = = 10 Ω∴ r’ = 10 Ω
2
Estando os 2 interligados por fios ideais:
i

100 V 40 V

20 10

Pela Lei de Pouillet:


100 − 40 60
i= = = 2A
20 + 10 30
Para o gerador:
U ε − ri 100 − 20 ⋅ 2
η= = = = 60 % ∴ ηgerador = 60 %
ε ε 100
Para o receptor:
ε’ 40 2
η= = = ∴ ηreceptor = 67 %
U 60 3

Comentários
A prova do ITA de 2010 apresentou um grau de complexidade maior do que a de 2009. Notou-se
a ausência de questões de calorimetria e cinemática e a presença de somente uma questão de óptica.
A questão 20 apresentou um erro no enunciado que pode ter prejudicado alguns candidatos.
Há que se destacar questões com contas trabalhosas, tais como a 26 e a 29.
Vale a pena ressaltar que somente candidatos muito bem preparados conseguirão sucesso nesta
prova.
Parabéns à banca examinadora!

28

Você também pode gostar