Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2 agroflorestais biodiversos
3 Resumo
10 arbóreos foi estimada pelo método indireto, utilizando equações alométricas específicas
11 para cada espécie ou grupo de espécies, com diâmetro acima de 1cm. Estimou-se a partir
14 constituídos também por frutíferas, árvores de sombra nativas e exóticas. Houve variação
20 Abstract
21 The objective of this study was to estimate the carbon stock in the different designs of
23 Area (APA) of Pratigi, Bahia. They were appraised aspects of the related phytosociology
25 each one of SAFs, being inventoried 928 individuals of 17 families and 37 species,
1
26 implanted in 2013. The biomass above and below the soil, of the arboreal individuals it
27 was dear for the indirect method, using equations specific alométricas for each species or
28 group of species, with diameter above 1cm. Carbon stock (EC) was estimated from the
29 biomass. The carbon stock was estimated from the biomass. The cacao (Theobroma
30 cacao) and rubber tree (Hevea brasiliensis) were the dominant species in all of the
31 drawings, being also constituted by fruit trees, native and exotic shade trees. There was
32 variation of the estimate of carbon stock (8.01- 1.42 Mg/ha) among the types of SAFs.
33 The drawings with a larger relative density of fruitful and shadow trees provided a larger
34 storage of carbon, influenced by the wealth and diversity of species in the initial phase of
37 INTRODUÇÃO
40 agroflorestais são reconhecidos como alternativa de atenuar tais impactos (Kirsch &
42 diversos tipos de serviços ambientais, com grande importância atual àqueles referentes
48 (Canuto et al., 2014). Entretanto, existe uma variação na quantidade de carbono estocado,
50 2013).
2
51 Mesmo que a adoção da agrofloresta tem um menor impacto ambiental quando
58 al., 2014).
61 sobre este tema na região da APA do Pratigi, necessita de fomento para a consolidação
62 desta forma de cultivo. O valor conservacionista dos SAFs pode ser influenciado pela
63 intensificação das práticas de manejo, tais como desenho e seleção das espécies, manejo
69 desenho de SAF com equilíbrio entre condição ambiental favorável à produtividade dos
74 MATERIAL E MÉTODOS
3
76 Pratigi (APA do Pratigi), inserida no bioma de floresta ombrófila denominado Mata
82 Köppen. A precipitação é superior a 60 mm para o mês mais seco e a média total anual
84 80% (CRA, 2000). A classificação dos solos indica predomínio de Argissolo Amarelo
86 Cambissolo Haplico Tb típico, textura média argilosa, fase relevo forte ondulado, ambos
89 familiares, onde cada um tem um hectare de SAF biodiverso, com idade de quatro anos,
4
95 seringueira) e grupos de espécie arbóreos de acordo com sua função no sistema. As
97 pela comercialização dos frutos, eespécies nativas e exóticas (árvores de sombra). Todos
99 populares, com o auxilio do agricultor. A partir destes dados foi determinada a densidade
101 sombra, riqueza, índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’), este índice expressa
102 riqueza e uniformidade e em seu cálculo considera-se igual peso entre as espécies raras e
103 abundantes, geralmente este índice se encontra entre 1,5 e 3,5 (Magurran, 1989).
105 a biomassa pode ser inferida através da mensuração em nível de parcela, de variáveis
106 estruturais, utilizando equações alométricas específicas para cada espécie ou grupo de
107 espécies, considerando a situação local (clima, ecossistema e espécie) a partir de medidas
108 de diâmetro e altura dos indivíduos arbóreos (Tabela1) (Pearson et al., 2005).
109 Para árvores nativas e seringueira, utilizaram-se indivíduos com diâmetro igual
110 ou superior à 1,27 cm, medidos com casca, à altura de 1,3 m (DAP, diâmetro a altura do
111 peito). Para árvores de cacaueiro e frutíferas a determinação do diâmetro foi realizada a
113 cm. Para as palmeiras que ocorriam em touceiras, como o açaí e o cacau, um cada estipe
115 Tabela 1. Equações alométricas empregadas para estimar a biomassa aérea total dos
Espécies ou Intervalo
grupo de Equação de DAP Autor (es)
espécies (cm)
Espécies
𝑌 = 21,297 − 6,953 ∗ DAP + 0,74 ∗ (DAP4 ) >4 Tiepoloet al., (2002)
Nativas
Espécies
Y = −2,292 + 0,369 ∗ (DAP4 ) + 0,087 ∗ H 1,27- 4 Saldariagaet al. (1988)
Nativas
5
Cacau Y = 10(:;,<4=>4,<?∗@AB(C?D)) 1,3 – 26,8 Andradeet al. (2008)
120 biomassa abaixo do solo, por meio da relação raiz-parte aérea. Para isso, multiplicou-se
121 a biomassa acima do solo pelo fator 0,22 de acordo com o Protocolo de medição e
122 estimativa de biomassa e carbono florestal da EMBRAPA (Higa et al., 2014) baseados
124 Para o cálculo da biomassa seca total (BS) da parcela utilizou-se a soma da
125 biomassa acima e abaixo do solo. Após a determinação da BS de cada indivíduo, foi
126 calculada a biomassa por parcela, sendo o resultado expresso em Mg ha-1. A estimativa
127 de estoque de carbono (EC) foi realizada pela multiplicação de BS fator 0,485, devido a
129 A tabulação e análise dos dados foram realizadas com o auxílio dos softwares
130 ASSISTAT, versão 7.7, SAEG, versão 9.1 e Microsoft Excel 2010. Para verificar a
131 associação entre as variáveis, procedeu-se a análise da correlação linear de Pearson. Foi
133 apresentado em Cruz & Carneiro (2006). Para este agrupamento, foram considerados o
137 Nos dez SAFs, foram analisados 928 indivíduos arbóreos, pertencentes a 17
138 famílias e a 37 espécies (Tabela 2). A classificação florística indica que as cinco famílias
6
139 mais representativas foram: Fabaceae (oito espécies), Anacardiaceae (quatro espécies),
140 Malvaceae (quatro espécies) e Myrtaceae (quatro espécies), constituindo 40,12% do total
142 Tabela 2. Composição arbórea das dez parcelas dos SAFs biodiversos na APA do Pratigi,
145 Os desenhos dos SAFs quanto a sua composição arbórea quando relacionado ao
146 perfil do agricultor (Tabela 2), observou-se que seu desenho esta vinculado ao
147 rendimento. O agricultor que tem aposentadoria ou outras rendas externas ao SAF, faz
7
148 opção por menor concentração de cacaueiros e maior e espécies nativas, ao contrario
149 daqueles que tem como uma das rendas principais o SAF.
152 mais isolados dos grandes centros, pela introdução de espécies de árvores cujos produtos
153 tinham elevada demanda na comunidade local (Gyau et al., 2015). A possibilidade de
154 produção de cultivos com elevado valor em grandes mercados não foi fator impactante
156 Este resultado foi relatado por outros autores como Tsuchiya & Hiraoka (1999)
157 para os quais o perfil do agricultor definiu o cultivo dominante e o número de espécies de
158 sombra,em função de práticas agrícolas comuns na região. Para Donato & Lima (2014)
163 carbono, variando de 1,42 à 8,01 t/ha (Figura 3A), reflexo das diferentes densidades e
164 diversidade de espécies que os compõe. Dados semelhantes foram encontrados por Torres
165 et al. (2014) nos quais os diferentes desenhos estudados em SAFs biodiversos variaram o
167 Foram identificados em todas as dez parcelas de SAFs, padrões no uso da terra
170 carbono. Os desenhos foram classificados por dissimilaridade em três grupos (a partir da
8
172 Shannon-Weaver (Tabela3, Figura 3A). EC condicionou a maior contribuição para o
179 de carbono (EC) a partir da média das características analisadas no agrupamento dos
182 Quando se observa a densidade relativa dos principais componentes dos SAFs em
183 análise, é verificado que a elevação da densidade relativa de árvores de sombra e frutíferas
187 de Shannon-Weaver (H’) também tem grande relação como potencial de estoque de
188 carbono dos SAFs em estudo (Figura 3C e 3D). Este fato foi anteriormente corroborado
190
9
(A) (B)
9 120 somb frut ser cacau
Densidade relativa
EC (Mg ha-1)
6 80
3 40
0 0
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 grupo1 grupo 2 grupo 3
(C) (D)
16 3
Índice de Shannon-
12
2
Riqueza
Weaver
8
1
4
0 0
grupo1 grupo 2 grupo 3 grupo 1 grupo 2 grupo 3
191 Figura 3A: Estoque de Carbono (Mgha-1); 3B: Densidade relativa de cacaueiros,
192 seringueiras, árvores de sombra e árvores frutíferas; 3C: riqueza; 3D: índice de
196 relação aos demais grupos (Figura 3A). Este resultado foi atribuído a sua composição,
197 priorizando o componente arbóreo nativo (Figura 3C). Em estudo realizado por
198 Kurzatkowskiet al. (2007), foram obtidos resultados semelhantes, em que o desenho de
199 uma composição arbórea com ocorrência de árvores de grande porte, plantadas em
200 espaçamento adequado para cada espécie, possibilita o rápido crescimento, refletindo no
203 correlação positiva com o potencial de estoque de carbono dos sistemas (Tabela 4). Por
204 se tratar de SAFs com quatro anos de implantação, o potencial de seqüestro de carbono
10
205 das árvores de sombra teve menor expressão em relação às árvores frutíferas. O
206 crescimento inicial vigoroso das árvores frutíferas foi um fator associado a esta resposta,
211 SOMBRA: densidade relativa de árvores de sombra, CACAU: densidade relativa de cacaueiros, SERING: densidade relativa de
212 seringueiras, DA: densidade absoluta. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < .01) ; * significativo ao nível de 5% de
213 probabilidade (.01 =< p < .05); NS não significativo (p >= .05); Teste t aos níveis de 5 e 1%
215 carbono, riqueza, H’, densidade relativa de árvores frutíferas e de sombra (Tabela 4)A
217 é observada em muitas áreas de SAFs de cacaueiros, sendo fator de restrição da inserção
224 sistemas estratégicos para mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
225 CONCLUSÃO
11
226 1. A intensificação do cultivo de cacaueiros resulta em restrição da capacidade de
228 2. Os desenhos com uma maior densidade relativa de frutíferas e árvores de sombra
233 AGRADECIMENTOS
235 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e Instituto Federal Baiano (IF
236 Baiano). Agradecemos a colaboração dos proprietários das áreas onde foi realizado esse
237 estudo.
239 Andrade, H.J; Segura M.; Somarriba E.; Villalobos M. Valoración biofísica y financiera
240 de la fijación de carbono por uso del suelo en fincas cação teras indígenas de
241 Talamanca, Costa Rica. Agroforestería en las Américas, v.46, p.45- 50, 2008.
242 Armengot, L.; Barbieri, P.; Andres, C.; Milz, J.; Schneider, M. Cacao agroforestry
243 systems have higher return on labor compared to full-sun monocultures. Agronomy
245 Brianezi, D.; Jacovine, L. A. G.; Soares, C. P. B.; Castro, R. V. O.; Basso, V. M.
246 Allometric equations for estimating carbon of urban trees in Viçosa-MG. Revista
248 Centro de Recursos Ambientais (CRA). Plano de manejo da APA do Pratigi. Salvador,
12
251 Canuto, J. C.; Ramos Filho, L. O.; Camargo, R. C. R.; Silva, F. F. Da; Junqueira, A. Da
255 Cruz, C.D.; Carneiro, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético.
257 Deheuvels, O.; Rousseau, G.X.; Quiroga, G.S.; Franco, M.D.; Cerda, R.; Mendoza, S.J.V.;
260 Donato, L.; Lima, M. das G. Distribuição geográfica do sistema agroflorestal na região
262 Gyau, A.; Smoot, K.; Diby, L.; Kouame, C. Drivers of tree presence and densities: the
263 case of cocoa agroforestry systems in the Soubre region of Republic of Côte d’Ivoire.
265 Higa, R. C. V.; Cardoso, D. J.; Andrade, G. C.; Zanatta, J. N.; Brum, B. M.; Pulrolnik, R.
266 K.;Nicodemo, M.F.L.; Garrastazu, M. C.; Vasconcelos, S. S.; Salis, S.M. Protocolo de
272 dos quatro sistemas implantados no município de Pium – TO. Revista Carbono Social,
274 Magne, A. N.; Nonga, N. E.; Yemefack, M.;& Robiglio, V. Profitability and implications
13
276 Systems, v.88, p.1133-1142, 2014.
277 Magurran, A.E. Diversidad ecologica y su medición. Espanha: Ediciones Vedra, 1989. 199p.
280 systems in conserving forest tree diversity in the Central region of Cameroon.
282 Mokany, K.; Raison, J.R.; Prokushkin, A.S. Critical analysis of root:shoot ratios in
286 Noiha, N. V.; Zapfack, L.; Mbade, L. F. Biodiversity management and plant dynamic in a cocoa
287 agroforest. International Journal of Plant and Soil Science, v.6, p.101-108, 2015.
288 Pearson, T.; Walker, S.; Brown, S. Sourcebook for land use, land-use change and forestry
289 projects. Washington DC: The World Bank, 2005. Disponível em: <http://documents.
292 Saldarriaga, J.G.; West, D.C.; Tharp, M.L.; Uhl, C. Long term chronosequence of forest sucession
293 in the upper Rio Negro of Colombia and Venezuela. Journal Ecology,v.76, p.938-958, 1988.
294 Schroth G.; D’Angelo S.A.; Teixeira W.G.; Haag D.; Lieberei R. Conversion of
296 consequences for biomass, litter and soil carbon stocks after seven years. Forest
298 Schroth, G.; Bede, L.C.; Paiva, A.O.; Cassano, C.R.; Amorim, A.; Faria, D.; Mariano
299 Neto, E.; Martini, A.M.Z.; Sambuichi, R.H.R.; Lôbo, R.N. Contribution of agroforests
300 to landscape carbon storage. Mitigation Adaptation Strategies for Global Change,
14
301 v.20, p.1175-1190, 2013. DOI: 10.1007/s11027-013-9530-7.
302 Segura, M.; Kanninen, M.; Suárez, D. Allometric models for estimating aboveground
303 biomass of shade trees and coffee bushes grown together. Agroforestry Systems, v.
305 Silatsa, F.B.T.; Yemefack, M.; Ewane-Nonga, N.; Kemga, N.; Hanna, R.Modeling
306 carbon stock dynamics under fallow and cocoa agroforest systems in the shifting
307 agricultural landscape of Central Cameroon. Agroforesty Systems, v.1, p.1-14, 2016.
308 Somarriba E.; Cerda R.; Orozco L.; Cifuentes M.; Dávila H.; Espin T.; Mavisoy H.; Ávila
309 G.; Alvarado E.; Poveda V.; Astorga C.; Say E.; Deheuvels O. Carbon stocks and
312 Tiepolo, G.; Calmon, M.; Feretti, A.R. Measuring and monitoring carbon stocks at the
313 Guaraqueçaba climate action project, Paraná, Brazil. In: International Symposium on
314 Forest Carbon Sequestration and Monitoring. Extension Serie Taiwan Forestry
316 Torres, C. M. M. E.; Jacovine, L. A. G.; Oliveira Neto, S. N. D.; Brianezi, D.; Alves, E.
319 Tsuchiya, A.; Hiraoka, M. Forest biomass and wood consumption in the lower course of the
320 Amazon: a case study of the Urubuera Island. Acta Amazonica, v.29, p.79-95, 1999.
321 Vaast, P.; Somarriba, E. Trade-offs between crop intensification and ecosystem services: the role of
15