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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS CURITIBA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO LABORATORIAL DE QUÍMICA

Tiago Felipe Gaiguer Farias

Marina Sitta Krawulski

Luiz Henrique Teixeira

CURITIBA

JULHO 2014
Tiago Felipe Gaiguer Farias

Marina Sitta Krawulski

Luiz Henrique Teixeira

LABORATÓRIO DA AULA PRÁTICA Nr 06

Relatório referente à aula prática de química


(Aula 06) dos dias 04 de junho e 16 de julho
de 2014

CURITIBA

JULHO 2014
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................03

2 DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO COM RELAÇÃO AO IODATO..............03

2.1 MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................03

2.1.1 PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS...............................................................03

2.1.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PARA CÁLCULOS............................04

2.1.3 CÁLCULO DA ORDEM DE REAÇÃO COM RELAÇÃO AO IODATO...........04

3 CÁLCULO DA CONSTANTE DE VELOCIDADE DA REAÇÃO...................................06

3.1 MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................06

3.1.1 PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS...............................................................06

3.1.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PARA CÁLCULOS............................06

3.1.3 CÁLCULO DA CONSTANTE DE VELOCIDADE DA REAÇÃO....................07

3.1.4 CÁLCULO DA ENERGIA DE ATIVAÇÃO DA REAÇÃO...............................08

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................08

5 CONCLUSÕES............................................................................................................10

REFERÊNCIAS...............................................................................................................11
3

1 INTRODUÇÃO

Este relatório aborda as atividades relacionadas à cinética química, dividida em duas


aulas; enquanto a primeira aula se baseou no cálculo da ordem de reação entre íons
bissulfito e iodato: 3HSO3-(aq) + IO3-(aq) → I-(aq) + 3SO4--(aq) + 3H+(aq), a segunda aula se firmou
na determinação da constante de velocidade da reação em diferentes temperaturas. “O
estudo das velocidades das reações químicas é chamado de cinética química. [...] As leis
de velocidade tem dois usos principais. Em primeiro lugar elas permitem predizer as
concentrações dos reagentes e produtos de uma reação a qualquer instante. Depois, e
esta é a razao principal de seu estudo, elas ajudam a esclarecer como essas reações
ocorrem em nível molecular.” (ATKINS, 2003).

2 DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO COM RELAÇÃO AO IODATO

2.1 Materiais e métodos

Tendo a ordem de reação do bissulfito como 1ª ordem, será necessário fixar a


quantidade deste íon e variar a quantia do iodato; e desta forma, calculando o logaritmo
neperiano da velocidade de reação do bissulfito com o logaritmo neperiano da
concentração de iodato utilizada, será possível obter a ordem de reação com relação ao
iodato almejada.

2.1.1 Preparação dos materiais

Separa-se seis pares de tubos de ensaio, um para o controle e mais cinco para o
experimento. O controle deve conter um tubo de ensaio com 5m de NaHSO3
(0,0075mol/ ) e outro com uma mistura de 1m de água e mais 4m de KIO3 (0,023mol/ ).
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Os demais pares devem ser cinco tubos com 5m de NaHSO3 e mais outros cinco tubos
com uma mistura de acordo com a tabela a seguir:

Tubos de ensaio 1 2 3 4 5
m de solução de KIO3 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5
m de água 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

2.1.2 Procedimento experimental para cálculos

Aqui será necessária uma dupla para realizar adequadamente esta etapa;
enquanto um dos integrantes fica responsável pela mistura dos pares dos tubos de
ensaio, o outro ficará pela cronometragem da reação (que será útil para calcular a
velocidade de reação, e consequentemente a ordem de reação com relação ao iodato).
É necessário tomar cuidado para aplicar sempre os mesmos critérios para a mistura dos
tubos de ensaio e para a cronometragem, apelando assim para a maior precisão possível.

O integrante responsável pela mistura dos tubos de ensaio deverá separar os seis
pares, o primeiro para controle e os restantes para os cálculos; realizando com um par
de cada vez, segura-se cada um dos tubos em uma mão (um com a mistura de KIO3 e
água e o outro com a solução de NaHSO3) e após misturadas as soluções, o cronometrista
ativa a contagem. A mistura deverá apresentar uma coloração azul, e quando isto ocorrer,
a contagem do tempo deve cessar, anotando numa tabela as concentrações utilizadas
nos pares de tubos de ensaio e o tempo necessário para a reação ocorrer.

2.1.3 Cálculo da ordem de reação com relação ao iodato

A mistura entre 𝑁𝑎𝐻𝑆𝑂3 e 𝐾𝐼𝑂3 reage em três etapas, das quais duas são lentas
e uma é rápida; destaca-se aqui que a lei da velocidade de uma reação é sempre
calculada por sua etapa mais lenta. Temos abaixo portanto as etapas de reação entre as
soluções:
5

3𝐻𝑆𝑂3− (𝑎𝑞) + 𝐼𝑂3− (𝑎𝑞) → 𝐼 − (𝑎𝑞) + 3𝐻 + (𝑎𝑞) + 3𝑆𝑂42− (𝑎𝑞) (Etapa lenta)

5𝐼 − (𝑎𝑞) + 6𝐻 + (𝑎𝑞) + 𝐼𝑂3− (𝑎𝑞) → 3𝐼2 (𝑎𝑞) + 3𝐻2 𝑂 (Etapa lenta)

𝐼 − (𝑎𝑞) + 𝐼2 (𝑎𝑞) → 𝐼3+ (𝑎𝑞) (Etapa rápida)

A última etapa, pela produção do íon 𝐼3+ , produz uma coloração azul na solução,
indicando o fim da reação.

Tendo em mãos os resultados obtidos no item anterior (2.1.2), monta-se uma


tabela com o tempo de reação em cada tubo mais a concentração de íons bissulfito e
𝚖𝑠𝑎𝑙 .𝑣𝑠𝑎𝑙
iodato, esta concentração pode ser calculada utlizando-se do cálculo 𝚖í𝑜𝑛 = , onde
𝑣𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝚖 é a concentração molar e 𝑣𝑠𝑎𝑙 é o volume da solução salina; depois a velocidade de


reação do íon bissulfito, dividindo a concentração utilizada em cada mistura (que fora
∆[𝐻𝑆𝑂3− ]
fixa) pelo tempo cronometrado de acordo com 𝑣0 = 𝑣𝐻𝑆𝑂3− = (pois a reação acaba
∆𝑡

quando todos os íons 𝐻𝑆𝑂3− são consumidos); posteriormente o logaritmo neperiano da


concentração do íon iodato e o da velocidade de reação do íon bissulfito.

Assumindo que a concentração de bissulfito foi constante, pode-se adotar que


𝑣0 = 𝐾. [𝐻𝑆𝑂3− ]1 . [𝐼𝑂3− ]α e portanto 𝐾. [𝐻𝑆𝑂3− ]1 = 𝐾′ (sendo K, [𝐻𝑆𝑂3− ] e K’ constantes);
logo obtém-se 𝑣0 = 𝐾 ′ . [𝐼𝑂3− ]α e então 𝑙𝑛𝑣0 = 𝑙𝑛𝐾 ′ + α𝑙𝑛[𝐼𝑂3− ]. Comparando a uma
função linear da forma 𝑓(𝑥) = 𝑚𝑥 + 𝑏, temos 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑛𝑣0 = α. 𝑙𝑛[𝐼𝑂3− ] + 𝑙𝑛𝐾′ e
consequentemente α pode ser definido como a tangente da reta com o eixo das
𝑙𝑛𝑣
abscissas, e representado por 𝑡𝑔𝜃 = α = 𝑙𝑛[𝐼𝑂0−]; onde α é a ordem de reação com
3

relação ao iodato.
6

3 CÁLCULO DA CONSTANTE DE VELOCIDADE DA REAÇÃO

3.1 Materiais e métodos

Tendo a ordem de reação com relação ao bissulfito e do iodato agora, é possível


calcular a constante de velocidade da reação fixando as concentrações dos reagentes e
alterando a temperatura da reação, anotando os tempos de reação em cada temperatura.
Utilizando-se da equação 𝑣0 = 𝐾. [𝐻𝑆𝑂3− ]1 . [𝐼𝑂3− ]α , podemos isolar a constante K para
𝑣
obtermos 𝐾 = [𝐻𝑆𝑂−]10.[𝐼𝑂−]𝛼.
3 3

3.1.1 Preparação dos materiais

Primeiramente deve-se separar cinco pares de tubos de ensaio, cinco tubos com
5m de solução de NaHSO3 e o restante com uma mistura de 1,5m de KIO3 e mais 3,5m
de água. Reserva-se então um termômetro e copo de béquer de 500m com água
suficiente para cobrir as soluções nos tubos de ensaio, controlando assim a temperatura
das soluções.

3.1.2 Procedimento experimental para cálculos

Com a água do copo de béquer iniciando à temperatura ambiente, mede-se a


temperatura com o termômetro e coloca-se o primeiro par de tubos de ensaio dentro para
ficar à mesma temperatura da água (deve-se aguardar alguns minutos). Aqui é
necessária novamente uma dupla para realizar adequadamente esta etapa; enquanto um
dos integrantes fica responsável pela mistura dos pares dos tubos de ensaio, o outro
ficará pela cronometragem da reação. Para a mistura dos tubos de ensaio, deve-se tirar
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os dois tubos da água, misturá-los (utilizando-se da mesma técnica que para o cálculo
da ordem de reação com relação ao iodato) e reinserí-los na água de modo a manter sua
temperatura constante.

Após marcado o tempo de reação dos dois tubos de ensaio à temperatura


ambiente, deve-se aquecer o copo de béquer (já com o próximo par de tubos de ensaio
na água) até uma temperatura de 20K acima da temperatura marcada no primeiro par e
fazer uma nova cronometragem da reação. Isso se deve ao fato de que deixar a
temperatura resfriar naturalmente e realizar as marcações a cada queda de 5K é mais
confiável que ficar aquecendo a água para cada marcação.

Feita a cronometragem da reação com a temperatura 20K acima do primeiro par


de tubos de ensaio, deve-se fazer o controle da temperatura para realizar uma nova
reação entre as soluções a cada queda de 5K, até a ultima mistura tiver sua reação
cronometrada.

3.1.3 Cálculo da constante de velocidade da reação

Após feita a cronometragem das reações nas temperaturas específicas, deve-se


então montar uma nova tabela, agora com o tempo de reação das soluções em cada
temperatura, as concentrações dessas soluções - que foram fixas - e as temperaturas -
que foram alternadas; depois deve-se colocar na tabela a velocidade de reação do íon
∆[𝐻𝑆𝑂3− ]
bissulfito em cada temperatura, calculado por 𝑣0 = .
∆𝑡

A constante de velcidade da reação então pode ser calculada isolando-se a


𝑣
constante K da equação 𝑣0 = 𝐾. [𝐻𝑆𝑂3− ]1 . [𝐼𝑂3− ]α , obtendo 𝐾 = [𝐻𝑆𝑂−]10.[𝐼𝑂−]𝛼. Onde as
3 3

concentrações dos íons bissulfito e iodato são constantes e a velocidade de reação em


cada temperatura é encontrada na tabela, conforme feito previamente.
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3.1.4 Cálculo da energia de ativação da reação

Tendo em mãos a ordem de reação com relação ao iodato mais a constante de


velocidade da reação, é possível calcular a energia de ativação da reação dada.
𝐸𝐴
Utilizando-se da fórmula de Arrhenius 𝐾 = 𝐴. 𝑒 𝑅.𝑇 , aplica-se o logaritmo neperiano em
𝐸𝐴
ambas as partes da equação, resultando em 𝑙𝑛𝐾 = 𝑙𝑛𝐴 + 𝑅.𝑇. Fazendo uma alusão à
𝐸𝐴 1
𝑓(𝑥) = 𝑚𝑥 + 𝑏, temos 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑛𝐾 = . + 𝑙𝑛𝐴; portanto EA (energia de ativação) pode
𝑅 𝑇
𝑙𝑛𝐾
ser definida como 𝑡𝑔𝜃 = 𝐸𝐴 = 𝑇 −1 . 𝑅.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após feita a cronometragem da reação e o cálculo do α na equação, que


representa a ordem de reação com relação ao iodato, usando 𝑙𝑛𝑣0 = 𝑙𝑛𝐾 ′ + α𝑙𝑛[𝐼𝑂3− ] e
𝑙𝑛𝑣 𝚖𝑠𝑎𝑙 .𝑣𝑠𝑎𝑙
α = 𝑙𝑛[𝐼𝑂0−] mais o cálculo da concentração dos íon bissulfito e iodado, por 𝚖í𝑜𝑛 = ,
3 𝑣𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

chegamos aos seguintes resultados:

∆[𝐻𝑆𝑂3− ] ∆[𝐻𝑆𝑂3− ]
Exp. [𝐻𝑆𝑂3− ](mol/l) [𝐼𝑂3− ](mol/l) ∆𝑡(s) 𝑙𝑛 𝑙𝑛[𝐼𝑂3− ] 𝑡𝑔𝜃 = α
∆𝑡 ∆𝑡
01 3,75.10−3 8,05.10−3 11,35 3,303.10−4 -8,015 -4,822 1,662
02 3,75.10−3 6,90.10−3 13,47 3,007.10−4 -8,109 -4,976 1,629
03 3,75.10−3 5,75.10−3 17,50 1,923.10−4 -8,556 -5,158 1,658
04 3,75.10−3 4,60.10−3 23,86 1,571.10−4 -8,758 -5,381 1,627
05 3,75.10−3 3,45.10−3 30,20 1,241.10−4 -8,994 -5,669 1,586

Fazendo então uma média aritimética dos valores de α, encontramos α=1,632;


considerando apenas quatro algarismos significativos.
9

9,2
∆[𝐻𝑆𝑂3− ]
𝑙𝑛
9 ∆𝑡

8,8
𝜃 ≅ 58,51°
8,6
α ≅ 1,632

8,4

8,2

𝑙𝑛[𝐼𝑂3− ]
7,8
0 1 2 3 4 5 6

Tendo o valor da ordem de reação com relação ao iodato, foi possível então
0 𝑣
calcular a constante de velocidade K, a partir de 𝐾 = [𝐻𝑆𝑂−]1 .[𝐼𝑂 − ]1,632 . Após ter coletado os
3 3

dados necessários - tempo de reação para cada temperatura específica num intervalo de
cerca de 20K mais as concentrações das soluções utilizadas dos reagentes - obtivemos
os resultados a seguir:

∆[𝐻𝑆𝑂3− ]
Exp. [𝐻𝑆𝑂3− ](mol/l) [𝐼𝑂3− ](mol/l) 𝑇(𝐾) ∆𝑡(s) 𝐾
∆𝑡
01 3,75.10−3 3,45.10−3 294 52,9 7,08.10−5 196,87
05 3,75.10−3 3,45.10−3 298 45,8 8,18.10−5 227,51
04 3,75.10−3 3,45.10−3 303 39,9 9,39.10−5 261,16
03 3,75.10−3 3,45.10−3 308 35,2 1,06.10−4 294,82
02 3,75.10−3 3,45.10−3 313 33,3 1,12.10−4 311,51

Com os resultados acima foi possível montar uma nova tabela para o cálculo da
𝑙𝑛𝐾
energia de ativação a partir de 𝐸𝐴 = 𝑇 −1 . 𝑅.
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Exp. 𝐾 𝑇(𝐾) 𝑙𝑛𝐾 𝑇 −1 𝐸𝐴(kJ/mol)


01 196,87 294 5,283 3,401.10−3 0,1274
−3
05 227,51 298 5,427 3,356.10 0,1326
04 261,16 303 5,565 3,300.10−3 0,1383
−3
03 294,82 308 5,686 3,247.10 0,1436
02 311,51 313 5,741 3,195.10−3 0,1474

Fazendo então uma média aritimética dos valores de 𝐸𝐴, encontramos


𝐸𝐴=0,1378kJ/mol; considerando apenas quatro algarismos significativos.

0,00345
𝑙𝑛𝐾
0,0034

0,00335

0,0033

0,00325

0,0032

0,00315
𝑇 −1
5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 5,8

5 CONCLUSÃO

É importante destacar a precisão durante a execução do algoritmo das


experiências, assim como questões de segurança e cuidado com o material. Destaca-se
aqui o momento em que se faz as medidas das soluções com a pipeta (sempre lembrando
de verificar o menisco durante as medições). Observa-se que pequenos equívocos na
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medição das soluções podem resultar em grandes mudanças ao fim do experimento;


também os cuidados ao trabalhar com o aquecimento do copo de béquer.

Não se pode deixar de levar em consideração os possíveis erros experimentais,


como no caso da medição das soluções ou do controle da temperatura no momento do
cálculo da constante de velocidade da reação; uma gota já pode fazer a diferença nos
resultados, assim como a imprecisão do termômetro.

Ainda assim, é possível fazer uma aproximação confiável se realizadas as etapas


cautelosamente; apurando para os detalhes das etapas experimentais e nos cálculos
posteriormente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINS, P. e JONES, L. Princípios de Química. 3ª Ed. New York (NY): W.H. Freeman;
2004. Capítulo 13, Cinética Química; p. 577.

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