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Doenças do TGI

Superior
PROFA ALANE BEZERRA
ALANE.BEZERRA@PROFESSOR.UNIFAMETRO.EDU.BR
Superior Inferior

Intestino
Boca
delgado

Intestino
Esôfago
grosso

Estômago
DOENÇAS DA ❖ CÁRIE

CAVIDADE ❖ GENGIVITE
❖ GLOSSITE
ORAL
❖ MUCOSITE/ESTOMATITE
CÁRIE DENTÁRIA

DESTRUIÇÃO DO TECIDO
DENTÁRIO
CÁRIE DENTÁRIA

 Interação entre bactérias e compostos dentais orgânicos


(Streptococcus mutans);
 Ácidos orgânicos (fermentação microbiana dos carboidratos simples);
 Lesão inicial:

 Desmineralização do esmalte (queda do pH/atividade


bacteriológica/liberação de ácidos)
CÁRIE DENTÁRIA

CHO fermentáveis – metabolismo bacteriano


Sacarose
- aumento da placa bacteriana
Glicose
Frutose pH Alimentos
Maltose - colonização bacteriana anticariogênicos:
Impedem a placa de
Lactose
reconhecer o
Alimentos cariogênicos: Alimentos cariostáticos: alimento cariogênico.
Causam queda do pH < 5,5 em Não causam queda do Queijos envelhecidos,
30min. Frutas secas, frescas, pH <5,5 em 30 min. castanhas,
enlatadas, pães, cereais, Legumes, verduras, goma de mascar
biscoitos, laticínios, alimentos gorduras, carnes, peixes, com xilitol e sorbitol
industrializados com adição de ovos, doces feitos sem (adoçantes naturais).
açúcar. açúcar Detergentes*
FATORES RELACIONADOS

 Líquido: água (mecanismo de limpeza).


 Fibra: limpeza.
 Consistência da dieta.
 Aderência a superfície dos dentes.
TERAPIA NUTRICIONAL

VET Atender as necessidades do paciente


Carboidratos Normo a hipoglicídica / ↓DISSACARÍDEOS
Proteínas Normo a Hiperprotéica (0,8-1,2g/kg/dia)
Lipídios Normo a hiperlipídica
Vitaminas e minerais DRIs (Vit A, D, C e complexo B).
Fracionamento/volume/consistência Aumentado/Diminuído/Normal
Líquido ↑
Temperatura Evitar extremos
Fibras ↑ (celulose)
OUTRAS RECOMENDAÇÕES

- Evitar o consumo de sobremesas, doces e bolos;


- Não ultrapassar 3x/semana;
- Evitar o consumo diário de refrigerantes, sumos
industriais açucarados e produtos de confeitaria;
- Não adicionar açúcar (sacarose) ao chá, café ou
outras bebidas;
- Preferir o consumo de alimentos mais cariogênicos
durante as refeições, evitando-os nos intervalos
entre as mesmas.
EVITAR

- Alimentos cariogênicos como;


- Banana pura;
- Pães feitos com farinha branca;
- Cereais matinais puros;
- Bebidas carbonadas: refrigerante e cerveja;
- Cream cracker puro, chips, biscoitos salgadinhos,
Bolos, tortas, chocolates, sorvetes, biscoitos
maisena ou recheado.
Processo inflamatório
agudo ou subagudo, ou
crônico ou reincidivante,
necrozante e hemorrágico.

GENGIVITE

Presença de placa no sulco


gengival (toxina/perda de peças
dentárias.
TERAPIA NUTRICIONAL

OBJETIVOS:
- Reduzir a inflamação;
- Promover a cicatrização;
- Corrigir hábitos alimentares inadequados;
- Prevenir maior declínio no estado dos ossos e gengivas;
- Proteger o osso mandibular com cálcio em nível adequado.
TERAPIA NUTRICIONAL
VET Atender as necessidades do paciente
Carboidratos Normoglicídica / ↓DISSACARÍDEOS
Proteínas Hiperprotéica (1,2-1,4g/kg/dia)
Lipídios Normolipídica, sem frituras
Vitaminas e minerais Minerais (aumentados, principalmente Fe e Zn)
Ferro e folato (anemia)
Reduzir o sódio (dor)
Vitamina A (reepitelização)
Vitamina Complexo B
Vitamina C e Zinco(permeabilidade gengival, cicatrização)
Líquido ↑
Purina Evitar caldos com ↑ purina
TERAPIA NUTRICIONAL
TERAPIA NUTRICIONAL

ORIENTAÇÕES GERAIS:

- Fracionamento aumentado/ volume ↓ / ↑ concentrada


- Temperatura morna a fria
- Consistência pastosa
- Fibras modificadas por cocção p/ evitar agressão
mecânica.
- Evitar alimentos de difícil digestibilidade, flatulentos,
fermentáveis, excitantes e irritantes do TGI e
condimentos picantes.
TERAPIA NUTRICIONAL

 Alimentos de difícil digestão e flatulência: abacate, agrião,


alho, alimentos gordurosos, banana d’água, batata-doce,
bebidas gasosas, bebidas fermentadas, brócolis, cebola,
creme de leite integral, doces concentrados, embutidos,
couve, couve-flor, fava, feijão, goiaba, grão-de-bico, jaca,
lentilha, melão, melancia, milho-verde, nabo, ovo cozido,
pepino, pimentão, rabanete, repolho, uva, vísceras, queijos tipo
roquefort e parmesão.
GLOSSITE - Lesão numa área central
bem demarcada, não
ulcerada, no terço médio
da língua, benigna.
- Associada à infecção
crônica por Candida sp
TERAPIA NUTRICIONAL
CARACTERÍSTICAS RECOMENDAÇÕES
Dieta Normoglicídica, normolipídica, hiperproteica (1,2g/kg/dia)

Fibras Modificadas por cocção p/ evitar agressão mecânica.

Consistência/Temperatura/ Consistência branda ou pastosa. Ambiente a fria.


Fracionamento Aumentado e com volume menor.
Evitar Sucos e frutas ácidas, bebidas carbonadas, condimentos
picantes e irritantes, temperos ácidos (vinagre).
Temperatura elevada.
Tempo Resolve-se em 1 semana, depende da imunossupressão.

Vitaminas Reposição, principalmente complexo B.


Processo inflamatório
agudo ou subagudo, ou
crônico ou reincidivante,
necrozante e hemorrágico.

MUCOSITE e
ESTOMATITE
TERAPIA NUTRICIONAL
CARACTERÍSTICAS RECOMENDAÇÕES
Dieta Normoglicídica, normolipídica, normo a hiperproteica (1-
1,2g/kg/dia)
Fibras Modificadas por cocção p/ evitar agressão mecânica.

Consistência/Temperatura/ Alimentos mais líquidos, liquidificados e pastosos/Morna a


Fracionamento fria. Aumentado e com volume menor.
Evitar Alimentos crus, gordurosos, alimentos com cafeína,
condimentos (sal, temperos picantes), sucos e frutas
ácidas, bebidas carbonadas, temperaturas picantes.
Líquidos ↑
Vitaminas e minerais DRI
DISFAGIA
DOENÇAS DO

❖ REFLUXO GASTROESOFÁGICO
ESÔFAGO ❖ ESOFAGITE
❖ HÉRNIA HIATAL
DESORDEM NA
DEGLUTIÇÃO E/OU
DISFAGIA POTENCIAL
DESABILIDADE EM
DEGLUTIR.
DISFAGIA

ORAL ESOFÁGICA

FARÍNGEA
DISFAGIA

o Tosse, engasgo, saliva e


Sinais retenção do alimento em
recessos bucais.

o Desidratação, ingestão
Consequências inadequada dos alimentos,
perda de peso, deficiência
de nutrientes e desnutrição.
TERAPIA NUTRICIONAL

o Objetivo: Prevenir a aspiração e a sufocação, facilitar uma


alimentação segura e independente, melhorar e/ou manter o
estado nutricional e a hidratação.
o Deve-se modificar a textura, se necessário, e indicar suplementos
nutricionais.
o Desnutrição: associação de outras vias para administração de
nutrientes e calorias.
TERAPIA NUTRICIONAL

A consistência da dieta oral dependerá do grau de


disfagia
• Líquidos espessados podem ser indicados, pois permitem
melhor controle oral sobre o bolo alimentar e
proporcionam um tempo maior para que o reflexo da
deglutição seja desencadeado.
• Líquidos ralos podem representar risco de aspiração.
• Se houver inflamação da mucosa esofágica por atrito,
evitar sucos e frutas ácidas, condimentos e especiarias
picantes e irritantes, que podem causar dor, e evitar
temperaturas elevadas
VISCOSIDADE
Resistência do líquido ao fluxo
ESPESSANTES

 Como espessar os líquidos????


Farinhas à base
de amido
(amido de
milho, creme
de arroz)

Gelatinas,
Ágar-ágar pudins, flans
(produto a são espessados
base de algas) com goma
guar (FS)
ESPESSANTES
TERAPIA NUTRICIONAL

 Hipercalórica, Hiperproteica.
TERAPIA NUTRICIONAL

1. Fracionamento em até 10 refeições;


2. Optar por Leite Desnatado (evita RGE), evitar bebidas alcoólicas,
licorosas, a base de menta e hortelã, alimentos xantinados (café, chá-
mate, chocolate) e preparações gordurosas(acentua RGE);
3. Modificar a consistência da dieta;
4. Atentar-se na postura durante a refeição e no pós-prandial;
5. Evitar alimentos ácidos (se esofagite) e limitar o consumo do café,
ingerindo apenas com outro alimento;
6. Preferir temperaturas quentes ou frias (estímulo de músculos da
deglutição).
7. Evitar roupas muito apertadas na região abdominal.
TERAPIA NUTRICIONAL

Para diminuir a consistência do alimento

1. Acrescentar:
- Iogurte líquido;
- Leite frio ou quente;
- Suco de frutas;
- Caldo de carne;
- Margarina derretida;
REFLUXO DO
CONTEÚDO GÁSTRICO
PARA O ESÔFAGO.

REFLUXO
GASTROESOFÁGICO
REFLUXO GASTROESOFÁGICO

o Fatores de risco: hérnia hiatal,


hormônios envolvidos na gravidez,
anticoncepcionais orais, obesidade,
úlcera péptica com a Helicobacter pylori,
uso de antinflamatórios não esteroidais
(AINEs).

o Principais sintomas: pirose,


regurgitações, dor retroesternal baixa,
sialorreia, irritação da faringe, pigarro,
rouquidão, vômitos.
Pressão reduzida do
esfíncter esofágico Gastrina aumenta a pressão
inferior (EEI)

Irritantes diretos da CCK e secretina reduzem a


mucosa pressão
Causas:
Cafeína, xantinas, teobromina e
Diminuição da álcool reduzem a pressão
motilidade gástrica

Aumento da pressão
intra-abdominal Sucos e frutas ácidas
Tomate

Hernia hiatal Temperos e especiarias picantes e


irritantes (pimenta, vinagre..)

Doenças de
hipersecreção
ALTERAÇÃO DA MUCOSA
ESOFÁGICA

O esôfago de Barrett é uma condição secundária à maior exposição da mucosa do


esôfago ao conteúdo gástrico, seja este de natureza ácida, alcalina ou mista.
TERAPIA NUTRICIONAL

 OBJETIVO:
- Recuperar estado nutricional;
- Evitar o refluxo gastroesofágico;
- Diminuir a ocorrência de azia;
- Aumentar a pressão do EEI.
TERAPIA NUTRICIONAL
VET Atender as necessidades do paciente
Carboidratos Normoglicídica (50-60%) (evitar fermentação)
Proteínas Normo a Hiperproteica (gastrina / ↑ pressão EEI)
Lipídios Normo a hipolipídica (< 20%)(CCK ↓ pressão EEI)
Vitaminas e minerais DRI
Vitamina A (reepitelização), Vitamina C (síntese de
colágeno, cicatrização), Folato (interação com fármacos),
Ferro e B12(anemia), K (interação com fármacos) e Enxofre
(desconforto e ↓ pressão do EEI)
Líquidos Normo a ↑ hídrico/ evitar nas principais refeições.
Fracionamento/ ↑/ ↓ e concentrado/ evitar temperaturas extremas
Volume/ temperatura
Consistência Fase aguda: líquida ou semilíquida.
TERAPIA NUTRICIONAL
Excluir alimentos que
Diminuem a Gorduras (liberação de CCK), álcool, carminativos
pressão do EEI (hortelã, menta, funcho), refeições volumosas, cafeína
e xantinas (café, chá mate, chá preto, chocolate).
Irritam a mucosa Frutas cítricas, sucos cítricos, tomate, refrigerantes/
inflamada bebidas de sabor cola, condimentos (pimenta
vermelha e do reino, mostarda, cúrcuma, glutamato
INDIVIDUALIZAR
monossódico, salsa).
Fonte: Caruso, 2014; Krenitsky e Decher, 2012; Reis e
Pedruzzi, 2011.
Estimulam a Café, bebidas alcoólicas fermentadas (cerveja, vinho),
secreção ácida chocolate, refeições volumosas ricas em proteína e
gordura, alimentos com alto teor de purinas.

Acentuam o RGE Álcool, café, chá mate, chá preto, chá verde,
chocolate, licores à base de menta e hortelã,
alimentos e preparações gordurosas.
Aumentam
a pressão do Diminuem a pressão do EEI
EEI
• Proteínas e
• Alimentos de difícil digestão,
Carboidratos
flatulentos ou fermentáveis, ricos
(Liberação de
em enxofre, bebidas alcoólicas
gastrina).
(músculo liso);
• Tabagismo, gravidez (hormônios),
obesidade, levantamento de
peso, posição de decúbito
direito, esquerdo ou sentado.
TERAPIA NUTRICIONAL
 Banana: estimula produção de muco protetor;
 Mamão e Abacaxi: contém enzimas proteolíticas;
 Alimentos ricos em enxofre: agrião, alho, brócolis, batata-doce, cebola,
couve, couve-flor, goiaba, jaca, leguminosas, melão, melancia, milho-verde,
nabo, ovo cozido, pepino, pimentão, rabanete, repolho, uva.
 Alimentos de difícil digestão e flatulência: abacate, agrião, alho, alimentos
gordurosos, banana d’água, batata-doce, bebidas gasosas, bebidas
fermentadas, brócolis, cebola, creme de leite integral, doces concentrados,
embutidos, couve, couve-flor, fava, feijão, goiaba, grão-de-bico, jaca,
lentilha, melão, melancia, milho-verde, nabo, ovo cozido, pepino, pimentão,
rabanete, repolho, uva, vísceras, queijos tipo roquefort e parmesão.
MODIFICAÇÃO DE COMPORTAMENTO
o Evitar deitar após as refeições e elevar a cabeceira (12-
15cm).
o Comer em posição ereta.
o Fazer refeições até 3 horas antes de dormir.
Atenção:
Anticoncepcional,
o Evitar o uso de roupas apertadas. AINES,
corticosteroides,
o Evitar o tabagismo (nicotina ↓ a pressão do EEI e do antidepressivos,
esfíncter pilórico, ↑ secreção de gastrina, ↓ ação de reposição hormonal
fármacos). ...

o Evitar atividade física vigorosa após se alimentar.


o Evitar inclinar o tronco para frente com frequência
ESOFAGITE
INFLAMAÇÃO DA
MUCOSA ESOFÁGICA
TERAPIA NUTRICIONAL

 Prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase aguda


 Auxiliar na prevenção do RGE
 Contribuir para o aumento da pressão do EEI
 Corrigir e manter o peso saudável
TERAPIA NUTRICIONAL

VET Atender as necessidades do paciente


Carboidratos Normoglicídica (50-60%)
Proteínas Normo a Hiperproteica (gastrina / ↑ pressão EEI)
Lipídios Normo a hipolipídica (< 20%)(CCK ↓ pressão EEI)
Vitaminas e minerais DRI
Vitamina A (reepitelização), Vitamina C (síntese de
colágeno, cicatrização), Folato Ferro e B12(anemia)

Líquidos Normo a ↑ hídrico/ evitar nas principais refeições.


Fracionamento/ ↑/ ↓ e concentrado/ evitar temperaturas extremas
Volume/ temperatura
Consistência Fase aguda: líquida ou semilíquida.
ESÔFAGO OU UMA
PORÇÃO DO
ESTÔMAGO SE MOVE
PARA CIMA DO
DIAFRAGMA

HÉRNIA HIATAL
HÉRNIA HIATAL

o Fatores de risco: o Sintomas:


1: Tecido muscular entre Dor retroesternal alta, pirose,
o esôfago e o regurgitação, odinofagia,
diafragma frouxo; disfagia, soluço, hematêmese,
2: Aumento da pressão melena, dispneia, taquicardia,
intra-abdominal. esofagite, úlcera do esôfago e
estenose esofagiana.
TERAPIA NUTRICIONAL
TERAPIA NUTRICIONAL

VET Atender as necessidades do paciente


Carboidratos Normoglicídica (50-60%)
Proteínas Normo a Hiperproteica (gastrina / ↑ pressão EEI)
Lipídios Normo a hipolipídica (< 20%)(CCK ↓ pressão EEI)
Vitaminas e minerais DRI
Vitamina A (reepitelização), Vitamina C (síntese de
colágeno, cicatrização), Folato Ferro e B12(anemia)

Líquidos Normo a ↑ hídrico/ evitar nas principais refeições.


Fracionamento/ ↑/ ↓ e concentrado/ evitar temperaturas extremas
Volume/ temperatura
Consistência Fase aguda: líquida ou semilíquida.
MODIFICAÇÃO DE COMPORTAMENTO

1. Goma de mascar pode ajudar a reduzir azia.


2. Se frituras, utilizar azeites com menor grau de acidez (0,4).
3. Substituir vinagre de vinho pelo de maçã ou pelo limão.
4. Substituir alho e cebola (estimulam secreção ácida) por
ingredientes que facilitam a digestão (sálvia, tomilho,
alcaparras).
5. Substituir especiarias fortes (pimenta e pimentão) por ervas
aromáticas que evitam e reduzem a acidez e a
flatulência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MUSSOI, T. D. Nutrição: Guia Prático. 1ª edição. Rio de Janeiro,


Editora Guanabara Koogan, p. 204-207, 2017.
OLIVEIRA, A. M.; SILVA, F. M. Dietoterapia nas doenças do
adulto. 1ª edição. Rio de Janeiro, Editora Rubio, p. 115-118, 2018.
ROSS, A. C. Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 11ª
edição. Barueri, Editora Manole, p. 1022-1053, 2016.

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