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Chiaverini - Aços e Ferros Fundidos
Chiaverini - Aços e Ferros Fundidos
IN TR O D U Ç Ã O .......................................................................................................................................,............... 19
III - FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO .DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT. ENDU-
RECIBILIDADE OU TEMPERABILIDADE............................................................................... 53
1. Fatores que influem na posição de curvas T T T ...................................................... 53
2. Austenita retida ou residual.................................... 62
3. Endurecibilidade ou temperabilidade........................................................................... 63
4. Avaliação da temperabilidade....................................................................................... 64
5. Medida da tem perabilidade*......................................................................................... 65
• 5 .1 . Método de Grossmann..................................................................................... 65
•5 .2 . Método de J o m in y ............................................................................................ 67
5 .3 . Ensaio " S A C " ..................................................................................................... 72
6. Fatores que afetam a tem perabilidade....................................................................... 72
7. Importância prática da temperabilidade. Faixas de temperabilidade................. 74
8. Novo método de traçado de curvas de resfriamento............................................ 77
1. Introdução........................................................................................................................... 81
2. Fatores de influência nos tratamentos térm ic o s .................................................... 82
AÇOS E FERROS FUNDIDOS
1. Introdução........................................................................................................................... 105
2. Têmpera por c h a m a ......................................................................................................... 107
3. Têmpera por indução................................................................... 109
4. Outros métodos de têmpera superficial..................................................................... 113
5. Revenido dos aços temperados superficialmente................................................... 113
6. Aços recomendados natêmpera superficial............................................................... 113
7. Conclusões.......................................................................................................................... 114
1. Generalidades..................................................................................................................... 149
2. Recursos............................................................................................................................. 150
2 .1 . Ferramentas e dispositivos manuais............................................................. 150
2 .2 . Meios de resfriamento...................................................................................... 150
- ■>:1 2 .3 . Condições de aquecim ento............................................................................ 151
Ni 2 .4 . Preservação da superfície ..:............................................................................ 151
jâ É y í , 2 .5 . Avaliação da tem peratu ra................................................................................. 152
Atmo8f0ra i controladas — ................................ 152
, AÇOS E FERROS FUNDIDOS 9
1. Introdução........................................................................................................................... 189
2. Considerações a respeito do p ro jeto .......................................................................... 189
2 .1 . Forma da peça..................................................................................................... 190
2 .2 . Escolha das espessuras das paredes.......................................................... 190
2 .3 . Espessura de membros e nervuras.............................................................. 190
2 .4 . Prevenção de defeitos causados pela contração........................... 190
2 .5 . Condições de vazamento e moldagem....................................................... 191
3. Tipos de aços para fundição......................................................................................... 191
3 .1 . Aços-carbono para fundição........................................................................... 192
3 .2 . Aços-liga para fundição................................................................................... 196
3 .3 . Áços-liga para fundição com mais de um elemento de lig a .................. 198
4. Tratamentos térmicos dos aços para fun dição....................................................... 2 00
5. Soldabilidade dos aços para fundição........................................................................ 201
XI - AÇOS ESTRUTURAIS................................................................................................... 2 03
1. Introdução........................................................................................................................... 2 03
2. Aços-carbono para estruturas................ 2 03
3. Aços de alta resistência e baixo teor sm liga........................................................... 2 06
3 .1 . Tipos de aços de alta resistência e baixo teor em liga.......................... 209
3 .2 . Aplicações............................................................................................................ 2 16
4. Conclusões.................................................... 2 17
XII - AÇOS PARA T R IL H O S ................................. 219
1. Introdução........................................................................................................................... 223
2. Tipos de chapas.............................................................................................................f> 223
3. Aços para chap as................................................................... 224
4. Problemas de fabricação................................................................................................ 230
5. Propriedades das chapas de a ç o ................................................................................ 230
6. Defeitos das chapas de aço.......................................................................................... 231
7. Tratamentos das chapas................................................................................................. 233
8. Chapas e tiras de aço de baixo carbono modificado............................................. 234
9. Revestimentos de chapas de a ç o ............................................................................... 234
10. Chapas grossas de aço......................................................... 235
1. Introdução........................................................................................................................... 24.7
2. Tipos de arames; aços e tratamentos correspondentes...................................... 2 5 0
3. Aplicações........................................................................................................................... 2 5 5
1. ik ro d u ç ã o ............................. 257
2. Fabricação e composição química................................................................................ 258
3. Molas helicoidais............................................................................................................... 266
4. Molas semi-ellpticas............. 2 68
5. Conclusões............................ .......................... i ................................................................. 270
6. Aços alternativos para m o las.................................................................... >.................. 273
1. Introdução.......................... 273
2. Fatores metalúrgicos que* influenciam a usinabilidade........................................... 274
3. Tipos de aços de usinagém fá c il................................................................................. 275
3 .1 . Tipos com inclusões não m etálicas............................... 275
3 .2 . Tipos com introdução de chum bo................................................................ 279
3 .3 . Outras adições.......................................................... 279
1. Introdução.................. 289
2. Aços para n itretação........................................................................... 4. . .......... 2 8 9
1. Introdução........................................................................................................................... 293
2. Característicos fundami iis dos aços para ferramentas e matrizes.............. 293
2 .1 . Dureza à temp am b iente.................................................................... 293
2 .2 . Resistência ao á s te .................................................................................. 293
S Temperabilidaj
Tenacidade
....................................................................................
...................
2 .5 . Resistência iW c â n i^ ^ ^ f(* ..............................................................................
294
294
294
2 . 6 . Dureza a quente....... .?...!.................................................................................. 295
2.7. Tamanho de g rã o ............................................................................................... 295
2 .8 . Usinabilidade....................................... 296
3. Condições que permitem atingir os requisnos exigidos nos aços para ferramentas
e m atrizes.......................... 296
3 .1 . Composição química.......................................................................................... 296
3 .2 . Tratamento térm ico............................................................................................ 298
4. Classificação e seleção dos aços para ferramentas e m a trize s........................ 299
.5. A ço6 temperáveis ém água............................................................................................ 302
5 .1 . Tratamentos térmicos dos aços temperáveis em água ........... 303
5.2. Aplicações dos aços temperáveis em águ a............................................... 306
Aços resistentes ao choque........................................................................................... 307 ■
6 .1 . Aplicações dos aços resistentes ao choque............................................ 309
7. Aços-ferramenta para moldes........................................................................................ 312
7 .1 . Aplicações dos aços-ferramentqs para m o ldes........: .............................. 315
Aços-ferramenta para fins especiais........................................................................... 316
8 .1 . Aços-ferramenta tipo "m a triz"........................ 316
^ AÇOS E FERROS FUNDIDOS 11
1. Introdução................. 353
2. Aços-manganês austeníticos......................................................................................... 355
2 .1 . Tratamento térmico dos aços H adfield ....................................................... 355
2 .2 . Adição de outros elementos de liga nos aços H adfield....................... 3 56
2 .3 . Característicos gerais dos aços-manganês tipo H adfield..................... 358
3. Aços carbono-cromo....................................................................................................... 3 58
1. Introdução........................................................................................................ . ................ 35 9
1.1. Corrosão atm osférica....................................................................................... 360
1.2. Corrosão no solo................................................................................................ 361
1.3. Corrosão na água d o c e ................................................................................... 361
1.4. Corrosão em água salgada................................................................... 3 62
2. Princípios de proteção à corrosão............................................................................... 364
3. Contribuição do c ro m o .................. -............................................................................... 364
4. Fatores de que depende a passividade dos aços resistentes à corrosão....... 3 66
4 .1 . Composição química............................................. 366
4 .2 . Condições de o xid ação ................................................................................... 3 67
4 .3 . Suscetibilidade à corrosão localizada.......................................................... 3 67
4 .4 . Suscetibilidade à corrosão intergranular.................................................... 368
4 .5 . Outros fa to re s .................................................................................................... 370
5. Classificação e constituição dosaços inoxidáveis................................................... 371
5.1. Efeito do c ro m o .............................. 3 72
5 .2 . Efeito do níquel.................. « 4 ^ 6 ................................................................... 3 73
6. Aços inoxidáveis martensíticos.......... ^fjSL................................................................. 3 79
6 .1 . Propriedades a aplicações dosajgü» inoxidáveis m artensíticos......... 379
6 .2 . Tratamentos térmicos dos aços iiw id á v e is martensíticos.................... 3 79
7. Aços inoxidáveis ferríticos....... ..................* . .............................................................. 384
7 .1 . Propriedades e aplicações dos aços inoxidáveis ferríticos.................... 385
7 .2 . Tratamentos térmicos dos aços inoxidáveis ferríticos............................ 3 86
8. Aços austeníticos......9 $ ^ ............................................................................................. 3 87
8 .1 . Propriedades e empregos dos aços inoxidáveis austeníticos............. 390
8 .2 . Tratamentos térmicos dos aços inoxidáveis austeníticos..................... 3 93
8 .2 .1 . Solubilização....................................................................................... 393
8 .2 .2 . Alívio de tensões............................................................................... 394
8 .2 .3 . Estabilização....................................................................................... 394
8 .2 .4 . Tratamentos termo-químicos.......................................... :............. 394
9. Aços inoxidáveis endurecíveis porprecipitação......................................................... 394
10. Aços nitrônicos................................................................................................................. 3 96
11. Peças fundidas de aços resistentes à corrosão..................................................... 3 97
12. Novos desenvolvimentos no campo dos aços inoxidáveis.................................. 398
1. Introdução 401
"W
1. Introdução................................................... 419
1.1. M agnetism o.....................................:..................................................................4 1 9
1.2. Intensidade de um campo magnético ou força magnetizante............. 4 2 0
1.3. Intensidade de magnetização e indução m agnética................................. 4 2 0
1.4. Intensidade de saturação..................................................................................4 2 0
1.5. Permeabilidade.................................................................................................... 421
1.6. Suscetibilidade..................................................................................................... 421
2. Propriedades magnéticas da m atéria.......................................................................... 421
2.1. Domínios ferrom agnéticos.............................................................................. 4 2 3
2.2 . Curva de magnetização.................................................................................... 4 2 3
2.3 . Característicos das curvas de m agnetização............................................ 4 2 6
2.4 . Anisotropia dos materiais magnéticos......................................................... 4 2 6
2 .5 . Efeito de inclusões, fissuras e constituintes nâo-m agnéticos............. 4 2 6
2 .6 . Influência da temperatura nas propriedades ferrom agnéticas............... 4 2 6
2 .7 . Magnetoestricção............................................................................................... 4 2 8
3. Metais e ligas para a indústria e lé trica ........................................................................4 2 9
3.1 . Materiais magneticamente m oles....................................... 430
3.2 . Materiais com permeabilidade constante................................................... 4 3 5
3.3 . Materiais para imãs permanentes................................................................. 4 3 7
1. Introdução........................................................................................................................... 443
2. Aços ultra-resistentes........... ,........................................................................................ 443
2 .1 . Aços "maraging" ............................................................................... 446
2 .2 . Conclusões.............................................................. 448
3. Aços criogênicos........................................................ 449
3.1 . Temperatura de transição................................................................................. 449
1. Introdução........................................................................................................................... 4 5 7
2. Produção de peças sinterizadas de ferro e a ç o ...................................................... 4 5 7
2 .1 . Seleção da matéria prima ............................................................................. 4 5 7
2.2 . Compressão......................................................................................................... 4 5 8
2 .3 . Sinterização.......................................................................................................... 4 5 8
2 .4 . Recompressão ou catibragem.......................................................................... 4 5 9
2.5 . Acabam ento...................... ....4 5 9
2 .6 . Alternativas do processo de fabricação de peças de ferro e a ç o ...... 4 6 0
2.7 . Forjado sinterizado......................................................................................... 461
2.8 . Considerações sobre o projeto de peças sinterizadas de a ç o ............. 4 6 4
3. Tipos de ferro e aço sinterizados, suas propriedades e aplicações................. 4 6 5
1. Introdução........................................................................................................................... 471
2. Definições...................................................................................................................... . . . .4 7 1
3. Diagrama de equilíbrio Fe-C para a faixa correspondente aos ferros fundidos 4 7 2
4. Diagrama de equilíbrio Fe-C -Si..................................................................................... 4 7 6
5. Fatores que influem na estrutura do ferro fundido................................................ 4 7 8
5.1 . Composição química......................................................................................... 4 7 8
5.2. Velocidade de resfriam ento............................................................................. 4 8 0
6. Componentes estruturais dos ferros fundidos......................................................... 4 8 2
7. Fatores outros que influem nos característicos de grafitização dos ferros fun
didos ........................................................................................ 482
AÇOS E FERROS FUNDIDOS 13
1. Introdução........................................................................................................................... 4 9 3
2. Classificação dos ferros fundidos cinzentos...............................................................4 9 3
3. Propriedades dos ferros fundidos cinzentos...............................................................4 9 5
4. Aplicações do ferro fundido cinzento........................................................................ 50 3
5. Elementos de liga nos ferros fundidos cinzentos. Ferros fundidos ligados.... 5 0 4
5.1. Efeitos dos elementos de liga........................................................................ 5 0 4
5.2. Ferros fundidos cinzentos de baixoteor em lig a ...................................... 50 6
5.3 . Ferros fundidos de alto teor em lig a ............................................................. 50 6
6. Tratamentos térmicos dos ferros fundidos cinzentos............................................ 51 2
6 .1 . Alívio de tensões ou envelhecimento artificial......................................... 5 1 2
6 .2 . Recozimento....................................................................................... 51 5
6 .3 . Normalização....................................................................................................... 517
6 .4 . Têmpera e revenido........................................................................................... 519
6 .5 . Tratamentos isotórmicos........................................ 520
6 .6 . Endurecimento superficial............................................................................... 521
1. Introdução........................................................................................................................... 52 5
2. Processos de máleabilização................................... 52 5
2 .1 . Maleabilização por descarbonetação............................................................ 525
2.2 . Maleabilização por grafitização..................................................................... 527
3. Propriedade do ferro fundido maleável...................................................................... 52 8
4. Maleável perlítico.............................................................. 529
5. Outros característicos dos ferros fundidos maleáveis.......................................... 53 2
6. Aplicações do ferro fundido maleável........................................................................ 53 2
1. Introdução........................................................... - ............................................................ 53 5
2. Propriedades.................................................................................................................. 53 5
1. Introdução............................................................ 537
2. Processo de fabricação do ferro nodular.................................................................. 537
3. Tratamentos térmicos do ferro nodular..................................................................... 539
3 .1 . Alívio de ten s õ e s ............................................................................................... 5 39
3 .2 . Recozimento.......................... 53 9
3 .3 . Normalização....................................................................................................... 540
3 .4 . Têmpera e revenido.......................................................................................... 540
3 .5 . Austêmpera.......................................................................................................... 540
3 .6 . Têmpera superficial.......................................................................................... 540
4. Especificações e propriedades do ferro fundido nodular..................................... 540
5. Ferro fundido nodular ligado......................................................................................... 54 8
5.1 . Aplicações........................................................................................................... 54 9
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................
ÍNDICE A N A L ÍT IC O ................................................................................................................................. 5
I
(*) O valor de 2,11% adotado para limite de solubilidade do carbono no ferro é de conformidade com
o diagrama de equilíbrio Fe-C da obra "Metallography, Structure and Phase Diagrams", volume 8, do
Metals Handbook.
22 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
(*) Os elétrons possuem um movimento magnético e podem ser visualizados com piões girando em
torho de um eixo que passa pelo seu centra Visto que uma carga elétrica girante cria um campo ele
tromagnético, os elétrons podem ser imaginados como pequenos ímãs e concebidos como piões que
giram; eles podem girar para a esquerda ou para a direita; diz-se então que possuem "spin" positivo
ou negativa
DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQÜ1LÍBRIO FERRO-CARBONO 23
(*)N a realidade, o ferro alfa pode manter em solução uma pequena quantidade de carbono
(0 ,0 0 8 % à temperatura ambiente), tão pequena, entretanto, que pode ser desprezada em
primeira aproximação.
DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQÜILÍBRIO FERRO-CARBONO 25
(*) A maioria das obras de hnetalurgia faz distinção ente as linhas de transformação para esfriamento
lento e para aquecimento lento porque de fato, sobretudo em torno da "transformação eutetóide",
verifica-se um deslocamento das linhas A j, A i e Atm para cima da posição média de equilíbrio no ca
so de aquecimento, e para baixo no caso de esfriamento, como está indicado na figura 12.
26 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
X Y
% Carbono
(*) Pbr nucleação designa-se o fenômeno correspondente ao início de formação de núcleos, ou seja das
primeiras partículas estáveis capazes de iniciar a recristalização de uma fase ou o crescimento de uma
nova fase.
DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBONO 33
lamelas e esta, por sua vez, da velocidade de sua formação. A sua espessura é, entre
tanto, limitada pela distância através da qual o carbono, no tempo disponível, se difunde.
Outro fato importante a ressaltar é o seguinte: num aço hipoeutetóide, com teor
de carbono, portanto, inferior a 0,77%, o resultado do resfriamento lento é, como se
viu, a formação de uma certa quantidade de ferrita (chamada primária ou proeutetóide)
até qua a austenita remanescente se transforme em perlita. Assim a estrutura resultan
te contém quantidades de ferrita e perlita que podem ser previstas. A distribuição des
ses microconstituintes depende do tamanho de grão de austenita, porque a nucleação
da ferrita primária ocorre nos contornos dos grãos.
0 mesmo pode ser dito em relação à cementita primária, se o aço for hipereutetóide
A ferrita forma um "rendilhado" nos contornos de grãos de austenita, em cujo
interior se forma a perlita.
Se o resfriamento, entretanto, se acelerar, de modo a se atingir uma temperatura
mais baixa antes que ocorra nucleação da ferrita primária, a perlita pode se formar até
com teores de carbono da ordem de 0,4%, o que pode ser compreendido pelo exame
da fig. 10.
De fato, considere-se um aço com teor de carbono dado pela reta S, sendo na
figura, E o ponto eutetóide. Acima de Ta , a fase estável é a austenita; de Ta a TB existe
equilíbrio entre a austenita e ferrita; entre Tb e Tc a cementita é menos estável do que
a austenita e, portanto, não pode nuclear a partir dela; assim, forma-se ferrita até que
a composição da austenita cruze a linha EC', linha essa que define as condições para
a cementita estar em equilíbrio com a austenita. Se a temperatura estiver abaixo de
Tc, a cementita pode nuclear imediatamente e então se forma a perlita, a qual, desse
modo, terá mais ferrita e menos cementita do que rigorosamente deveria ter (ou seja
do que a perlita eutetóide que teoricamente deveria ter-se formado) e será mais mole.
TABELA 1
Limite de Limite de
escoamento resistência Alongamento
Estricção Dureza
Carbono à tração em 2 "
% Brinell
%
kgf/mm2 MPa kgf/mm2 MPa
0,01 1 2 ,5 1 25 2 8 ,5 275 47 71 90
0 ,2 0 2 5 ,0 250 4 1 ,5 405 37 64 115
0 ,4 0 3 1 ,0 300 5 2 ,5 515 30 48 145
0 ,6 0 3 5 ,0 340 6 7 ,0 660 23 33 190
0 ,8 0 3 6 ,5 355 8 0 ,5 785 15 22 220
1,0 0 3 6 ,5 355 7 5 ,5 745 22 26 195
1,2 0 3 6 ,0 350 7 1 ,5 705 24 39 200
1 ,4 0 3 5 ,0 340 6 9 ,5 685 19 25 215
o'
A curva relativa aos limites de resistência à tração mostra que os máximos valo
res para essa propriedade obtêm-se logo acima da composição eutetóide, permanecen
do os mesmos a seguir praticamente constantes e podendo mesmo sofrer uma certa
queda. Tal fato compreende-se facilmente, pois basta lembrar que, devido aos seus ca
racterísticos próprios, a estrutura perlítica é a mais resistente das que os aços esfriados
lentamente apresentam; havendo cementita envolvendo grãos de perlita e sendo a ce-
mentita um constituinte de grande dureza, é de esperar que haja um aumento da resis
tência nos aços hipereutetóides; esse aumento, entretanto, não é muito sensível, como
a curva mostra, visto que a própria alta dureza e consequentemente excessiva fragilida
de de cementita podem, após uma certa quantidade, afetar desfavoravelmente a resis
tência mecânica do aço.
Devido à influência do carbono sobre a dureza do aço, costuma-se considerar os
seguintes tipos de aços-carbono:
— aços doces — com carbono entre 0,15% e 0 ,2 5 %
(*) "Composto intermetálico" é "um composto de dois ou mais metais com estrutura cristalina carac
terística e que pode apresentar uma composição definida ou uma faixa de composições correspon
dente a uma solução sólida".
( * * ) A análise dos diagramas apresentados na Fig. 13 deve ser feita com grande cuidado, principal
mente porque a maioria dos aços, quando aquecidos e esfriados, de fato se transformam a temperatu
ras muito afastadas das de equilíbrio, devido e suas velocidades de reação muito lentas nas proximida
des dessas temperaturas. Além disso, é difícil predizer, ,a partir de qualquer diagrama de equilíbrio, as
estruturas resultantes, o que é um inconveniente pois o conhecimento realmente valioso em relação
aos sistemas de ligas é o relacionado com suas estruturas.
38 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
X C&rfaao
Jm/tusfafifo
A fa rfa w ta
£~- F^rkrmento
/OOX P r* /*roefttfo cfa
fr*r/*s/or/7?afxro
7£?X_______ { 4 2 .
£~
oXr g sxr soxr rsxr /eoxr
I
t
o/nàie/iA?
a) a linha horizontal, na parte superior do diagrama, representa a linha inferior da zona crítica,
isto é, a linha A \ à temperatura de 7 2 7 °C ;
(*) A rigor, a formação da martensita não deveria ser representada no diagrama de transformação iso-
térmica, pois independe do tempo, isto é, essa formação se dá com a queda da temperatura, prosse-
que à medida que esta cai, mas estaciona se ela é mantida constantemente.
( * * ) Em homenagem a E.C. Bain.
46 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
tada mesmo por resfriamento rápido. Este resfriamento rápido transforma em alfa a for
ma alotrópica do ferro, a qual retém as lâminas estreitas e alongadas de austenita pro
venientes do cisalhamento, as quais são realmente lâminas de martensita que se apre
sentam, em microsecções, com o aspecto de agulhas longas e finas. Desenvolvem-se,
como se deveria esperar, tensões internas apreciáveis.
A martensita apresenta um reticulado tetragonal e sua dureza é muito elevada,
podendo atingir 65 a 67 Rockwell C. Em vista do exposto, essa alta dureza da martensi
ta pode ser atribuída entre outros, aos seguintes fatores:
— tensões internas;
— tamanho de grão muito pequeno.
r£M P O £ /V S S C A IA iO S A fí/'r/V /C 4
Finalmente, uma última observação pode ser feita, a qual diz respeito à tendência geral
das curvas em C se aproximarem tanto mais do eixo das ordenadas quanto menor o
teor de carbono, o que significa que, quanto menor o carbono, tanto mais difícil de se
obter por esfriamento, ainda que muito rápido, estrutura unicamente martensítica.
resfriamento adotada sèja tal que a curva correspondente evite ou tangencie o "joelho"
da çurva de início de transformação.
Tais fatos ficam mais claros, ao examinar os exemplos indicados na Fig. 23 relati
vos a vários velocidades de resfriamento. A figura permite também comprovar a impor
tância do diagrama de repfriamento contínuo na determinação das estruturas e proprie
dades que resultam quando os aços, depois de aquecidos, são submetidos a diferentes
velocidades de resfriamento.
Do exame da Fig. 23, podem ser extraídas as seguintes conclusões: um aço es
friado muito lentamente, no forno por exemplo (curva A), começa a se transformar em
perlita ao atingir o ponto A, e ao atingir o ponto A /é inteiramente constituído de perlita.
Essa períita é de granulação grosseira e apresenta baixa dureza; logo, aços esfriados
muito lentamente apresentam, à temperatura ambiente, o constituinte perlita grosseira
e são de baixa dureza.
Com esfriamento mais rápido, ao ar por exemplo (curva B), o aço apresentará per
lita mais fina, com dureza mais elevada, Com velocidade de esfriamento maior, em óleo
(curva C), a transformação iniciada em C, e terminada em Cf dá como constituinte perli
ta mais fina ainda, com dureza maior. Com resfriamento ainda mais rápido (curva D)
verifica-se que o início de transformação se dá no ponto D,. A velocidade de esfriamen
to agora é tal que a curva de esfriamento não toca na curva de fim de transformação,
de modo que a transformação em perlita apenas se inicia, interrompendo-se em segui
da e, ao atingir o ponto Dm , a austenita que não se transformou passa a martensita,
cuja formação termina em D^f. A estrutura resultante dessa velocidade de esfriamento
é simultaneamente perlita e martensita.
Com esfriamento muito rápido (curva F), em água, verifica-se que a curva de es
friamento não toca a curva de transformação, de modo que não há transformação da
50 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TEM PERATURA
Tempo
Fig. 2 5 — Representação esquemática do efeito da grande secção
sobre a velocidade de esfriamento em água.
1. Fatores que influem na posição das curvas TTT — Viu-se que o teor de carbo
no pode modificar sensivelmente a posição das linhas de início e de fim de transforma
ção das curvas TTT. Além do carbono, os elementos de liga que podem ser adiciona
dos nos aços afetam grandemente a posição das curvas isotérmicas. Outros fatores de
influência são o tamanho de grãos e a homogeneidade da austenita. Portanto, os princi
pais fatores que podem modificar a posição das curvas TTT são:
— composição química;
No que se refere à composição química, todos os elementos de liga que são adi
cionados aos aços, com exceção do cobalto, deslocam as curvas de início e de fim de
transformação para a direita, ou seja, retardam a transformação. A explicação para esse
comportamento é a seguinte:
— Praticamente todos os elementos de liga se dissolvem na austenita, isto é, quando o aço
se encontra a temperaturas em que é constituído unicamente de austenita, os seus elementos
de liga se encontram inteiramente dissolvidos no ferro gama.
TABELA 2
certos casos, como em aços cementados com alto teor de carbono e níquel ou cromo
em teores variáveis, não se ter formação completa da martensita à temperatura am
biente pelo resfriamento comum, em virtude da linha M j ficar localizada abaixo dessa
temperatura. Nessas condições, tem-se à temperatura ambiente uma certa quantidade
de "austenita retida" ou "austenita residual".
<4
*
fS s c o fo /o g e n tib iM e a )
(*) Esse fato é expresso por "endurecibilidade" ou "temperabilidade", como se verá mais adiante, isto
é, tendência à produção de endurecimento a uma maior profundidade".'
( * * ) "American Society for Testing Materials".
FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT 59
TABELA 3
(*) 0 crescimento da austenita é tanto maior quanto mais alta a temperatura ou quanto mais longo
o tempo de permanência às temperaturas de austenização.
m /7 - / /7 *2
MM /7 -3 /7? 4
Fig. 3 4 — Padrões estabelecidos pela A.S.T.M. para tamanho de grão dos aços.
/? -■ $ /7 - Õ
/7? 7 /7 -S
Fig 34 — Padrões estabelecidos pela A.S.T.M. para tamanho de grão dos aços.
\
62 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 4
Austenita
Tratamento
retida, %
Resfriamento em água a 2 0 °C 5,8
Resfriamento em óleo a 2 0 °C 7,0
Resfriamento em óleo a 4 9 °C; resfriamento ao ar a 2 0 °C 9 ,0
Resfriamento em óleo a 121 °C; resfriamento ao ar a 2 0 °C 9,5
Resfriamento em banho de sal a 2 3 2 °C ; resfriamento ao ar a 2 0 °C 10,6
Resfriamento em banho de sal a 2 3 2 °C ; resfriamento na água a 2 0 °C 6,1
Como se vê, pelo uso sucessivo de meios de resfriamento menos rápidos (água,
óleo, ar e sal) ou pela manutenção a determinada temperatura na faixa martensítica (in
FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT 63
5.1. M étodo de Grossmann consiste09’ em resfriar a partir do estado austenítico, uma série de
barras cilíndricas de diâmetros crescentes, em condições controladas de esfriamento. As barras
são em seguidas quebradas, medindo-se a dureza através de toda a sua secção transversal. Es
se ensaio permite, pois, determinar a profundidade a que o aço endurece, não só pela medida
de dureza como também pela observação das.jestruturas resultantes. Se se representar num
gráfico, em abcissas, a secção transversal de uma barra cilíndrica, ou seja, a distância do seu
centro às extremidades e, em ordenadas a dureza na escala Rockwell C, por exemplo, poder-se-ia
ter os aspectos das figuras 3 6 e 37, onde se nota também a influência do meio de esfriamento
e da composição do aço sobre a profundidade do endurecimento.
No método de Grossmann, costuma-se definir o diâmetro crítico Dc, que corresponde ao diâ
metro da barra que, esfriada da temperatura austenítica, mostrará no centro 5 0 % de martensi-
ta. Portanto, uma barra cujo diâmetro corresponde ao diâmetro crítico terá o seu núcleo central
com 5 0 % de martensita; qualquer diâmetro superior apresentará naturalmente um centro com
menor quantidade de martensita, ou seja incompletamente endurecido e qualquer diâmetro in
ferior apresentará o centro completamente martensítico ou endurecido. A separação da zona
em que predomina a estrutura martensítica da zona em que predomina a estrutura perlítica é
percebida por uma queda brusca na dureza; pode-se, assim, facilmente determinar o diâmetro
crítico para um determinado aço. Suponha-se, por exemplo, um aço com composição próxima
da do eutetóide, cujo diâmetro crítico se queira conhecer. Uma série de diâmetros diferentes
são analisados pelo método Grossmann, com resfriamento em água, resultando uma série de
curvas de dureza como a figura 3 8 indica. Os diâmetros das barras no exemplo considerado
variam de 11/16" a 2-1/2".
Para achar o diâmetro crítico, faz-se um gráfico em que em abcissas são representados os diâ
metros das barras e em ordenadas a dureza Rockwell C dos centros das barras (fig. 39).
AÇOS E FERROS FUNDIDOS
Verifica-se que a mais brusca queda de dureza no centro tem-se para a barra em que o diâmetro
fica entre 1" e 1-1/8" ou aproximadamente 1,05", o qual assim corresponde ao diâmetro crítico, •
Tal fato podería ser perfeitqmente comprovado pelo exame das texturas. A dureza crítica ê a
dureza do centro da barra de diâmetro critico. -
ó
'v —
5.2. M étodo de Jominy, também chamado de ensaio do resfriamento da extremidade"1* (*)1. Este
método foi desenvolvido por Jominy e Boegehold é atualmente o mais usado, tendo sido mes
mo padronizado pelas ASTM, SAE e AISI e no Brasil pela ABNT1* * \ Consiste no seguinte: um
corpo de prova cilíndrico, de 1" de diâmetro por 4" de comprimento é aquecido até a tempera
tura austenítica e, em seguida, por meio de um dispositivo adequado (fig. 4 0 ) dirige-se um jato
de água, sob condições controladas de quantidade, pressão e temperatura, contra uma de suas
extremidades. Depois de esfriado, faz-se um corte longitudinal no corpo de prova, retifica-se
as duas superfícies paralelas e opostas e mede-se sua dureza a distâncias variáveis (geralmente
intervalos 1/16") a partir da extremidade que recebeu o jato de água. Os valores obtidos são
lançados num gráfico, resultando numa curva cujo aspecto é o da figura 41. Essa curva permite
também especificar a distância da extremidade esfriada à zona de meia dureza (ou 5 0 % de mar-
tensita) como sendo a profundidade de endurecimento Jominy.
0 método Jominy está se tornando tão popular que grande número de aços já tem curvas Jo
miny perfeitamente determinadas.
a e f>/eow t a s 9* / ’* 4 ‘
O diâmetro crítico (Dc) pode ser expresso em termos de diâmetro ideal (D\)
pelo uso de gráficos, como o representado na figura 42.
Nesse gráfico, nota-se à direita, valores indicados por H, que representam a
"severidade de resfriamento", expressão utilizada para definir quantitativamente as
condições de resfriamento(20>.
O 0 4 0 0 A>Â0S4/ S/ 0 0O00 04 0 0 0 0 J OJ 0
0.80
0.40
0.X
0,10
0.01
TABELA 5
Valores típicos de H
Estado de agitação do
Óleo Água Salmoura
meio de resfriamento
Nenhuma 0 ,2 5 a 0 ,3 0 1,0 2 ,0
Pouca 0 ,3 0 a 0 ,3 5 1,0 a 1,1 2 ,0 a 2 ,2
Moderada 0 ,3 5 a 0 ,4 0 1,2 a 1,3 —
Forte 0 ,5 a 0 ,8 1,6 a 2 ,0 —
Violenta 0 ,8 a 1,1 4 ,0 5 ,0
5.3. Ensaio "S A C " — Um outro ensaio de endurecibilidade, aplicado em aços-carbono e aços-li-
ga de baixo teor em liga e destinado sobretudo aos materiais de pequena profundidade de en
durecimento, que não endurecem inteiramente em secções superiores a 2 5 mm de diâmetro,
é o chamado "S A C " ("surface-area-center" ou "superfície-secção-centro")<23>. Nesse ensaio,
o corpo de prova mede 1 40 mm de comprimento por 2 5 ,4 mm de secção. É inicialmente nor
malizado à temperatura correspondente ao tipo de aço que está sendo ensaiado, durante uma
hora e resfriado ao ar; em seguida é austenitizado, durante 3 0 min. e resfriado em água a mais
ou menos 5 ,5 °C , devendo permanecer no meio de resfriamento até completa uniformização
da temperatura. A seguir, da secção média da barra, corta-se um cilindro de 2 5 ,4 mm de com
primento. As faces cortadas são cuidadosamente retificadas e determina-se valores de dureza
Rockwell C na superfície cilíndrica. As medidas são feitas pelo menos em quatro pontos a 9 0 °
um do outro. A média desses valores corresponde à leitura superficial. Pròssegue-se o ensaio,
pela determinação de valores Rockwell C na secção transversal, em distâncias de 1 ,5 9 mm
(1 /1 6 " ) da superfície ao centro.
Finalmente, computa-se um valor quantitativo que é designado por um código conhecido co
mo número SAC. Esse código consiste de um conjunto de três números de dois algarismos,
por exemplo SAC N? 6 3 -5 2 -4 2 , que significa dureza superficial 6 3 RC e uma dureza no centro
de 4 2 RC.
D U R E Z A R.C.
—valres mínimos e máximos de dureza numa desejada distância: pontos A-A da figura, especi
ficados como J 3 0 a 56 = 10/16 pol.; é claro que a distância escolhida seria a do corpo de prova
que corresponde à secçâo utilizada pelo consumidor;
— distâncias mínimas e máximas, nas quais um valor desejado de dureza ocorre: pontos B-B,
especificados como J 4 5 = 7/16 a 14/16 pol.;
— dois valores mínimos de dureza a duas distâncias desejadas, ilustradas pelos pontos D-D e
especificados como J 5 3 = 5/16 pol. e J 2 8 = 13/16 pol.;
DIÂMETRO DA BARRA, mm
(* ) Ao leitor que desejar aprofundar-se na matéria, recomenda-se a consulta à obra indicada na biblio
grafia.
80 AÇOS E FERROS FUNDIDO S*
I____(______» ■ ■ ■ ■
____ I______I____ 1_ . I______i -i -- ■«
0,1 oa M 1 a s 10 20 50 100 300 900 1000 2000
AO AR
O
IV
peratura com o aumento do teor de carbono (ver fig. 3); para que haja, portanto, com
pleta dissolução do carboneto de ferro gama, são necessárias temperaturas muito altas
com consequente e excessivo crescimento de grão de austenita, condição essa mais
prejudicial que a presença de certa quantidade de carboneto não dissolvido.
2.3. Resfriamento — Este é o fator mais importante, pois ele que determinará efe
tivamente a estrutura e, em consequência, as propriedades finais dos aços. Viu-se (fig.
23) como pela variação dá velocidade de resfriamento pode-se obter desde a perlita
grosseira de baixa resistência mecânica e baixa dureza até a martensita que é o consti
tuinte mais duro resultante dos tratamentos térmicos. Por outro lado, a obtenção des
ses constituintes não é só função da velocidade de resfriamento, dependendo também
como se sabe, da composição do aço (teor em elementos de liga, deslocando a posição
das curvas em C), das dimensões (secção) das peças, etc.
Os meios de esfriamento usuais são: ambiente do forno, ar e meios líquidos. 0
resfriamento mais brando é, evidentemente, o realizado no próprio interior do forno e
ele se torna mais severo à medida que se passa para o ar ou para um meio líquido, onde
a extrema agitação dá origem aos meios de resfriamento mais drásticos ou violentos.
Ne escolha do meio de resfriamento, o fator inicial a ser considerado é o tipo de
estrutura final desejada a uma determinada profundidade. Não é só, entretanto. De fato,
a secção e a forma da peça influem consideravelmente na escolha daquele meio. Mui
tas vezes, por exemplo, a secção da peça é tal que a alteração estrutural projetada não
ocorre à profundidade esperada. Aliás, as figuras 24 e 25 já estudadas esclarecem per-
feitamente tal fato.
Por outro lado, algumas vezes a forma da peça é tal que um resfriamento mais
drástico, como em água, pode provocar consequências inesperadas e resultados inde
sejáveis tais como empenamento e mesmo ruptura da peça. Um meio de resfriamento
menos drástico, como óleo, seria o indicado sob o ponto de vista de empenamento ou
ruptura, porque reduz o gradiente de temperatura apreciavelmente durante o resfriamento,
mas pode não satisfazer sob o ponto de vista de profundidade de endurecimento. É pre
ciso, então, conciliar as duas coisas: resfriar adequadamente para obtenção da estrutu
ra e das propriedades desejadas à profundidade prevista e, ao mesmo tempo, evitar em
penamento, distorção ou mesmo ruptura da peça quando submetida ao resfriamento.
Tal condição se consegue com a escolha apropriada do aço.
De qualquer modo, o meio de resfriamento é fator básico no que se refere à rea
ção da austenita e, em consequência, aos produtos finais de transformação.
A Tabela 6(27) indica as velocidades rélativas de resfriamento de alguns meios1'1.(*)
(*) Essas velocidades são indicadas para o centro de cilindros longos de uma liga austenítica Fe-Ni,
quando a temperatura do centro é 5 5 0 °C , comparadas com a velocidade de resfriamento de um cilin
dro de 1 " de diâmetro, resfriado em água em agitação a uma velocidade de 38°C/seg.
84 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
Velocidade Relativa de
Resfriamento para Diâmetros de:
Meio de resfriamento
1 " 2 " 3"
Finalmente, outro fator que deve ser levado em conta é o da circulação do meio
de resfriamento ou a agitação da peça no interior desse meio. A Tabela 6 já vista e a
Tabela 8<28) dada a seguir comprovam que a agitação ou a circulação tornam o resfria
mento mais rápido; além disso, como é fácil entender, haverá melhor contato entre to
das as partes da peça e o meio de resfriamento.
Como já foi observado, a escolha do meio de resfriamento não depende somente
das propriedades finais desejadas no aço, pois o empenamento ou as fissuras que po
dem resultar ao ser o material resfriado, assim como o aparecimento de apreciáveis ten
sões internas podem determinar a substituição do meio ideal, sob o ponto de vista de
propriedades desejadas, por um meio menos severo, de modo a serem contornadas aque
las dificuldades. Rode-se chegar, então, à necessidade de se usar meios de resfriamen
to cada vez menos severos, o que implica na escolha simultânea de aços com tempera-
bilidade cada vez maior, de modo a ser atingido o objetivo final — estrutura e proprieda
des desejadas com um mínimo de empenamento e tensões internas — nas melhores
condições.
Meios de resfriamento ainda menos severos que óleo, água aquecida ou ar, são
banhos de sal ou banhos de metal fundido.
( ‘ ) O material quente transforma o líquido com o qual entra em contato imediato em vapor, de modo
que se forma uma camada gasosa, a qual isola o aço e pode tornar mais lento b resfriamento.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS 85
TABELA 7
Velocidades de Resfriamento
Relativas à da Água a 18°C
Meio de Resfriamento
na Faixa de Temperatura de
7 2 0 °C a 5 5 0 °C
TABELA 8
Os banhos de sal são particularmente usados na têmpera dos aços rápidos; não
cabe aqui uma descrição pormenorizada desses meios de resfriamento. Entretanto, ca
be a observação de que os banhos de sal, para o resfriamento durante o tratamento
térmico daaueles tipos de acos, são preferidos ao óleo ou ar tranqüilo porque permitem
resfriamento uniforme e rápido nas faixas de altas temperaturas, onde o resfriamento
é mais crítica (*)
r2:4. Atmosfera do forno — Nos tratamentos térmicos dos aços, deve-se evitar
dois fenômenos muito comuns e que podem causar sérios aborrecimentos: a oxidação
que resulta na formação indesejada da "casca de oxido" e a descarbonetação que pode
provocar a formação de uma camada mais mole na superfície do metal.
As reações de oxidação mais comuns são(31>
2C + O 2 = 2CO
C + C 0 2 = 2CO
C + 2H 2 = CH 4
(*) Existe extensa bibliografia sobre o assunto. Entre as obras que podem ser consultadas situam-se
o "M etal Handbook", 8 ? ed., vol. 2, 1964, e "Steel and its Heat Treatment" de D.K. Bullens, ambas
citadas várias vezes na bibliografia deste trabalha Também as publicações "Metal Progress Data Sheets",
n?s 77 e 79, de 1954, apresentam dados valiosos no que se refere aos vários tipos de atmosferas prote
toras.
TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS 87
Porcentagem f\>rcentagem
usualmente desejada Tipo
Gases presente nas para evitar Reações de reação Observações
atmosferas descarbonetaçâo
Levemente
2 C 0 + 3Fe -» Fe3C + C 0 2
Óxido carbonetante 0 CO é desejável nas atmosferas dos fornos por-
carbono Até 3 4 % 10 a 3 4 % que compensa a contaminação por parte de tra-
(CO) Levemente ços de C O i vapor de água ou oxigênio.
CO + FeO Fg + CO 2
redutora
Fortemente
CO 2 + FejC 3 Fe + 2 C 0
Anidrido descarbonetante Deve-se eliminar totalmente o C 0 2 das atmosferas
carbônico Até 15% 0 % dos fornos. Traços de C 0 2 podem ser compensa
(C 0 2) dos pela presença de CO e metana.
CO 2 + Fe ~* FeO + CO Oxidante
Fortemente
H 2O + FejC 3 Fe + CO + H 2 Deve-se eliminar completamente o vapor de água
Vapor de descarbonetante
abaixo de das atmosferas dos fornos. Traços de vapor de água
água Até 2 2 %
Fortemente
H 2 + FeO -► Fe + H20
redutora Ainda que o hidrogênio seja desejável em certas
Hidrogênio
0 a 40% 3 a 20% aplicações, geralmente deve ser mantido baixo por
(H2)
formar vapor de água ou descarbonetar.
2 H 2 + Fe3C 3 Fe + CH 4 Descarbonetante
fRATAMENTO TÉRMICO QOS AÇOS
TABELA 9
Reações devidas a várias atmosferas que podem ser utilizadas nos tratamentos térmicos dos aços (oontinueçio)
Porcéntagam Ebrqéntagem
Qasee usurfmsnte desejada Reações Tipo
presente nas para evitar de reaçSo Observações
atmosferas descarbonetação
Fortemente
CH 4 + 3 Fe Fe3 C + 2 H2
carbonetante Deseja-se geralmente metana em porcentagem
Metana
0 a 4% traços a 1% muito baixa porque a maioria das atmosferas é con
(CK,) taminada pelo ar, vapor de água ou C 0 2.
CK, -k 4FeO - 4Fe + C 0 2 + 2H20 Redutora
Fortemente
0 2 + 2Fe -> 2FeO
oxidante Para evitar oxidação e descarbonetação, o oxigê
Oxigênio
0 0 nio deve ser inteiramente eliminado das atmosfe
( 0 2i
Fortemente ra dos fornos.
O 2 + FejC —* 3 Fe + CO 2
descarbonante
i
ii
90 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
a temperatura sobe, antes de atingir o limite inferior da zona crítica e depois de ultra
passá-lo, a ductilidade melhora e a resistência mecânica (assim como a dureza) dimi
nui. O máximo efeito, nesses sentidos, é conseguido somente quando é atingido o limi
te superior da zona crítica. Ao ser ultrapassado, verifica-se que a resistência à tração
é pouco afetada, o limite de escoamento melhora ainda através de uma certa faixa de
temperaturas e a ductilidade cai sensivelmente, devido a um crescimento acentuado do
tamanho de grão. Este crescimento pode e deve normalmente ser evitado —como aliás
já foi mencionado — evitando-se aquecimento muito além do limite superior da zona
crítica, o que permitirá obter a melhor combinação de resistência e tenacidade.
O recozimento total requer um tempo muito longo, de modo que, às vezes, é con
veniente substituí-lo pelo:
mação completa. Em seguida, o esfriamento até a temperatura ambiente pode ser apres
sado como mostra o diagrama da figura 56.
7é/r7/30, esc. /o g .
Fig. 56 — Diagrama esquemático de transformação
para recozimento isotérmico ou cíclico.
TABELA 10
Tempo, horas
Temperatura
Tipo de aço por polegada
°C
de secção
(*) Essas temperaturas, com base em experiência de produção, podem variar de 3 0 °C abaixo ou
6 0 °C acima da temperatura inidicada. O aço deve ser resfriado ao ar tranquilo.
94 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
1330 - 9 0 0 °C
1335, 1340, 3145, 3140 - 8 7 0 °C
3310 - 9 2 5 °C
4 0 2 7 , 4 0 2 8 , 4 0 3 2 - 9 0 0 °C
4 0 3 7 , 4 0 4 2 , 4 0 4 7 , 4 0 6 3 - 8 7 0 °C
4118 — 9 2 5 ° C
4130, 4137, 4140, 4142, 4147, 4150 - 8 7 0 °C
4 3 2 0 - 9 2 5 °C
4 3 3 7 , 4 3 4 0 - 8 7 0 °C
4 5 2 0 , 4 6 2 0 , 4621, 4718, 4 7 2 0 , 4815, 4817, 4 8 2 0 - 9 2 5 °C
5 0 4 6 - 8 7 0 °C
5120 - 9 2 5 °C
5130, 5132, 5135, 5140, 5145, 5147, 5150, 5155, 5160 - 8 7 0 °C
6118, 6 120 - 9 2 5 °C
6 150 - 9 0 0 °C
8617, 8 6 2 0 , 8 6 2 2 - 9 2 5 °C
8625, 8627, 8630 - 9 0 0 °C
8 6 3 7 , 8 6 4 0 , 8 6 4 2 , 8 6 4 5 , 8 6 5 0 , 8 6 5 5 , 8 6 6 0 - 8 7 0 °C
8 7 2 0 , 8 7 4 0 - 9 2 5 °C
8 7 4 2 - 8 7 0 °C
8 8 2 2 - 9 2 5 °C
9 2 6 0 , 9 2 6 2 - 9 0 0 °C
9310 - 9 2 5 ° C
9 8 4 0 , 9 8 5 0 , 50B40, 50B44, 50B46, 50B 50, 60B 60, 81B45, 8 6 B 4 5 - 8 7 0 °C
94B15, 94B17 - 9 2 5 °C
94B 30, 9 4 B 4 0 - 9 0 0 °C
*
Fig. 58 — Diagrama esquemático de transformação
para normalização, comprovando a possibilidade de
obtenção do constituinte bainita.
A velocidade de resfriamento, nessas condições, dependerá do tipo de aço, da forma
e das dimensões das peças. Já foram vistos os meios de esfriamento mais utilizados
e quais os característicos que os diferenciam.
TABELA 11
NORMALIZADO RECOZIDO
Limite de Limite de resis A longa Estric Dureza Lim ite de Lim ite de resis A longa Estric Dureza
escoamento tência à tração mento ção Brinell escoamento tência à tração mento ção Brinell
em 50 em 50
kgf/mm2 MPa kgf/m m 2 MPa m m, % % kgf/m m 2 MPa kgf/mm2 MPa mm, % %
A razão da alta dureza da martensita já foi estudada. Para maior clareza será re
petida e ampliada a seguir:
Como já foi mencionado, a martensita é constituinte mais duro e mais frágil dos
aços. A figura 61<l8> mostra como pode variar a dureza da martensita em função do
te ír de carbono. Por outro lado, o gráfico indicado apresenta duas curvas: a superior,
relativa a máxima dureza que se pode obter Com o resfriamento mais rápido possível
e a inferior, relativa à dureza média, como normalmente se obtém nas condições práti
cas de tratamento de têmpera.
Um fator importante a considerar na operação de têmpera, devido à ação que exerce
na estrutura final do aço, é a temperatura de aquecimento. Em princípio, qualquer que
seja o tipo de aço — hipoeutetóide ou hipereutetóide —. a temperatura de aquecimentb
para têmpera deve ser superior à da linha de transformação A i, quando a estrutura con
sistirá de grãos de austenita, em vez de perlita. 0 aço sendo hipoeutetóide, entretanto,
além da austenita, estarão presentes grãos de ferrita. Assim sendo, um aço com tal es
trutura, quando resfriado em água, por exemplo, apresentará martensita conjuntamente
com ferrita, pois esta que estava presente acima da temperatura A \, não sofre qualquer
alteração ao ser o aço temperado. Tem-se, portanto, têmpera ou endurecimento incom
pleto do material, o que geralmente deve ser evitado, pois na têmpera visa-se obter a
Fig. 6 0 — Aspecto micrográfico de aço temperado: martensita. Ataque:
reativo de nital. Ampliação: 1.000 vezes. Percebe-se perfeitamente a
estrutura tipicamente acicular desse constituinte.
Essas tensões internas não podem ser totalmente evitadas; podem, contudo, ser
reduzidas, mediante vários artifícios práticos e de vários tratamentos térmicos.
Os inconvenientes apontados, excessiva dureza da martensita e estado de ten
sões internas, são atenuados pejo reaquecimento do aço temperado a temperaturas de
terminadas. É óbvio que tal operação torna-se inócua se as tensões internas originadas
tiverem sido de tal vulto de modo a provocar a inutilização das peças.
A operação mencionada constitui o revenido.
ta", denominação não mais utilizada; a dureza Rockwell continua caindo, podendo atingir, valo
res pouco superiores a 50;
• e n t r e 4 0 0 °C e 6 0 0 °C, ocorre uma recuperação da subestrutura de discordância; os aglome
rados de Fe.iC passam a uma forma esferoidal, ficando mantida uma estrutura de ferrita fina
acicular; a dureza Rockwellj^i_para valores variando de 4 5 a 25 (*);
— entre 5 0 0 ° e 6 0 0 °C, somente nos aços contendo Ti, Cr, Mo, V, Nb ou W, há precipitação
de carbonetos de liga; a transformação é chamada de "endurecimento secundário" (como se
verá no estudo dos tratamentos térmicos dos aços rápidos) ou 4? estágio do revenido;
— finalmente, entre 6 0 0 ° e 7 0 0 °C . ocorre recristalizaçáo e crescimento de grão; a cementita
precipitada apresenta a forma nitidamente esferoidal; a ferrita apresenta forma aqui-axial; a es
trutura é frequentemente chamada "esferoidal" e caracteriza-se por ser muito tenaz e de baixa
dureza, variando de 5 a 2 0 Rockwell C.
' Pelo que acaba de ser exposto, percebe-se que a temperatura de revenido pode
ser escolhida de acordo com a combinação de propriedades mecânicas que se deseja
no-aço temperado.
. 6.1 Fragilidade de revenido — Diversos aços, principalmente aços liga de baixo teor
em liga, caracterizam-se por adquirirem fragilidade, quando são aquecidos na faixa de
temperaturas 375 — 575°C, ou quando são resfriados, lentamente através dessa faixa<38)
<39). Esse fenômeno é conhecido com o nome de " fragilidade de r e v e n id o A fragilida
de ocorre mais rapidamente na faixa 450 — 475 °C. Os aços-carbono comuns conten
do manganês abaixo de 0,30% não apresentam o fenômeno. Contudo, aços contendo
apreciáveis Quantidades de manganês, níquel e cromo, além. de uma ou mais impure-
zaç, tais como antimônio, fósforo, estanho ou arsênio, são suscetíveis ao fenômeno.
Não se tem uma explicação clara desse fato, embora se tenha observado concen
tração de impurezas nos contornos dos grãos, o que comprova que é necessária a pre
sença dessas impurezas, juntamente com um elemento de liga, para provocar essa fra
gilidade.
Esta é somente revelada no ensaio de resistência ao choque, pois as outras pro
priedades mecânicas e a própria microestrutura não são afetadas.
A não ser que se utilizem matérias primas muito puras, os aços Cr-Ni são mais
suscetíveis ao fenômeno.
Aparentemente, o molibdênio, em teores de 0,5 a 1,0%, retarda a suscetibilidade
à fragilidade de revenido.
Os aços que se tornaram frágeis, devido às causas apontadas, podem voltar ao
seu normal e ter a tenacidade por assim dizer restaurada, pelo aquecimento em torno
de 600 °C ou acima, seguido de resfriamento rápido, abaixo de aproximadamente 300 °C.
Mencione-se, mais uma vez, o fato de que a eliminação de impurezas indutoras
do fenômeno evita a fragilidade. Como o antimônio é aparentemente o elemento mais
prejudicial ele deve ser evitado a qualquer custo. Na prática, tanto o antimônio como
ATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS 103
i orsênio não estão comumente presentes. Desse modo, a maior atenção deve ser diri-
. vida ao estanho e ao fósforo, cujas quantidades não devem ultrapassar 0,005% e 0,01%
respectivamente.
Uma última prática para reduzir a severidade da fragilidade de revenido é manter o aço
por longo tempo numa faixa de temperaturas entre Aci e Acj. Contudo, esse tratamento,
também chamado "inter-crítico", só deve ser aplicado em casos específicos.
à) tratamento mecânico da superfície, mediante o qual se obtém uma superfície encruada, com
resistência e dureza crescentes, em função da sua intensidade.
b) tratamento químico da superfície do aço, mediante métodos como cromeação dura, siliconi-
zação e outros;
— possibilidade de endurecer-se apenas as áreas críticas de determinadas peças, como por exem
plo, dentes de grandes engrenagens, guias de máquinas operatrizes, grandes cilindros, etc;
Algumas recomendações são necessárias para obtenção dos melhores resultados <4I):
— procurar obter camadas endurecidas pouco profundas; de fato, profundidades maiores, des
necessárias podem provocar o empenamento ou fissuras de têmpera ou desenvolver tensões
residuais excessivamente altas, sob a camada endurecida;
— levar em conta que a espessura da camada endurecida depende de cada caso específico,
tendo em vista as resistências ao desgaste e à fadiga desejadas, a carga de serviço das peças,
as dimensões destas e, inclusive o equipamento disponível; como por exemplo, deve-se lembrar
que se a camada endurecida corresponder a uma fração significativa da espessura da peça,
podem resultar tensões residuais de compressão de pequeno valor nessa camada endurecida,
de modo a ter-se melhora insignificante na resistência à fadiga.
0,30% C - 9 0 0 -9 7 5 °C - água- 50 RC
0,35% C - 9 0 0 °C - água - 52 RC
0,40% C - 8 7 0 -9 0 0 °C - água- 55 RC
0,45% C - 8 7 0 -9 0 0 °C - água- 58 RC
0,50% C - 8 7 0°C - água - 60 RC
0,60% C - 850-8 75°C - água- 64 RC
óleo - 62 RC
Os aços-liga e os aços de usinagem fácil, com o teor de carbono acima, são endureci
dos por indução, no caso de se adotar o processo de têmpera superficial. Quando os ele
mentos de liga provocam a formação de carbonetos (cromo, molibdênio, vanádio ou tungs-
tênio), os aços correspondentes devem ser aquecidos a temperaturas 50 a 100 °C acima
das indicadas.
A duração do aquecimento é muito curta, geralmente poucos segundos, para produzir
uma nítida fronteira entre a secção endurecida e o resto da secção.
A figura 67<4I) mostra o efeito do tempo de aquecimento na profundidade de endureci
mento e no início do aparecimento de fissuras, na têmpera superficial por indução de uma
barra de aço 1045, com 25 mm de diâmetro.
Após 4 segundos de aquecimento, notou-se o aparecimento dé fissuras superficiais,
em seguida ao resfriamento. Após 5 segundos, a superfície da barra aqueceu-se a uma tem
peratura próxima da de fusão do aço.
A potência aplicada na experiência da qual resultou o gráfico da figura, foi 11,6 MW/m2
a 450 kHz.
O meio de resfriamento usual na têmpera superficial é a água, fácil de instalar e man
ter e menos perigosa que os outros meios. Estes outros são salmoura, óleo, ar comprimido
e polímeros líquidos.
Normalmente, o meio é aspergido ou borrifado sobre a secção aquecida ou a peça é
mergulhada no meio, terminado o aquecimento.
Em alguns casos, por exemplo em peças maciças, como engrenagens de passo largo,
pode ocorrer a rápida absorção do calor superficial pela massa não aquecida da peça. Desse
modo, tem-se que podería chamar de "auto-resfriamento", que eliminaria os meios líquidos
de têmpera.
TÊMPERA SUPERFICIAL 107
O 1 2 3 4 5 6
TEMPO DE AQUECIMENTO, s
Além das vantagens citadas, outras que podem ser mencionadas são: eliminação dos
fornos de aquecimento, maior rapidez de tratamento, tratamento em qualquer local da ofici
na, não produz apreciável oxidação ou descarbonetação do aço, etc.
Os processos usuais de têmpera superficial são:
O m étod o "progressivo" é em p reg ado para endurecer secções grandes que não p o
dem ser aquecidas pelo processo estacionário. As dim ensões e a form a da peça a ser e n d u
recida, assim c om o o volum e de oxigênio e de gás com bustível necessário para aquecer a
secção, são fatores a serem levados em conta na escolha deste processo.
O e qu ipam ento necessário no m é to d o progressivo consiste de um ou m ais cabeçotes
de cham a e de um dispositivo de resfriam ento, m o n tad os num carro que pode se m o v im e n
tar a um a velocidade regulável1-1'': as peças podem , por exemplo, ser m o n tad as num a torno
e tan to o c a beçote da c ham a c om o a peça p od em girar, não havendo, finalm ente, limite prá
tico quanto ao c o m p rim e n to das peças que possam ser tem p erad as por este m étodo.
TÊMPERA SUPERFICIAL 1Q9
TABELA 12
3. Têmpera por indução — O calor para aquecer uma peça pode ser gerado na
própria peça por indução eletromagnética. Assim se uma corrente alternada flui através
de um indutor ou bobina de trabalho, estabelece-se nesta um campo magnético alta
mente concentrado, o qual induz um potencial elétrico na peça a ser aquecida e envql-
vida pela bobina e, como a peça representa um circuito fechado, a voltagem induzida
provoca o fluxo de corrente. A resistência da peça ao fluxo da corrente induzida causa
aquecimento por perdas l2R.
110 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
8 0 8 /x /s A a i/ f c / A f w r #
ae o/oxtxrxo xxrx/e/zo
’ ■//7/y
. //70,</f0Sm
-£0/77/00 /770ff/rx//C0
SO&/A01 8*1X14
so^x/ey/s/zo/.
fo rx x / r/ x ia S o i/y /O O ffX/t/as
£0/77/00 Si*70^S7e*/y00
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i m ,
SOS////} Xto/r/8>í/0 8WM ^«r<7/W /V 7^
Ox 0/J/*y/-/e0 £xrr/e//0
W W
Fig. 6 9 — Exemplos de campos magnéticos e correntes induzidas
produzidas por bobinas de indução.
— forma da bobina;
— frequência;
— tempo de aquecimento.
O Ç re/C f
— "ação eficiente" — frequência que aquecerá do modo mais eficiente o material até a tempe
ratura de austenitização para a profundidade especificada;
— "ação razoável" — frequência que é inferior à ótima, mas suficiente para aquecer à tempera
tura de austenitização, para a profundidade especificada;
— "ação inadequada" — frequência que poderá superaquecer a superfície.
Por outro lado, o êxito de muitas aplicações de aquecimento por indução depende
do desenho ou forma da bobina de indução. Essa forma é, evidentemente, influenciada
112 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 13
0,38-1,27 6 ,3 5 -2 5 ,4 - - - Eficiente
por diversos fatores, entre os quais pode-se mencionar as dimensões e a forma da peça
a ser aquecida, o modelo de aquecimento a ser obtido, número de peças a serem aque
cidas, etc.
A Figura 71 mostra alguns desenhos básicos para utilização em alta freqüencia
(acima de 200 kc)(45).
O tipo (a) consiste num simples solenóide para aquecimento externo; o tipo (b)
consiste numa bobina para aquecimento interno de orifícios; o tipo (c) permite elevadas
densidades de corrente numa faixa estreita da peça; o tipo (d) consiste numa bobina
de uma única volta para aplicação em superfície giratória, possuindo meia volta contor
nada para possibilitar o aquecimento de filetes; finalmente o tipo (e) é o indicado para
aquecimento localizado de superfícies planas.
Para tais bobinas, usam-se tubos de cobre comercial, com dimensões tais que per
mitam um fluxo de água adequado para seu resfriamento. A tubulação pode apresentar
diâmetros pequenos — da ordem de 1/8" — para máquinas de potência muito baixa;
mas para unidades de 20 a 50 kW, o diâmetro da tubulação varia geralmente de 3/16"
a 1/4".
Entre os vários processos para aplicar-se aquecimento superficial por indução, po
de-se citar os seguintes:
a) têmpera simultânea, em que a peça a ser temperada é feita girar dentro da bobina; uma vez
atingido o tempo necessário para o aquecimento, a força é desligada e a peça imediatamente
resfriada por um jato de água;
b) têmpera contínua, em que a peça, ao mesmo tempo que gira no interior da bobina de indu
ção, move-se ao longo do seu eixo, de modo a se ter uma aplicação progressiva de calor. O
dispositivo de resfriamento está montado a certa distância da bobina.
— raios laser e raios eletrônicos, os quais podem ser dirigidos a zonas muito pequenas .e preci
samente localizadas. Consegue-se, assim, um aquecimento de grande intensidade. O aqueci
mento eletrônico, contudo, exige uma câmara de vácuo, onde a peça é colocada;
— aquecimento por resistência de alta frequência, por exemplo em peças com forma de barras
longas.
do em água.
Finalmente, os aços de granulação fina devem ser preferidos, visto que a granula-
ção grosseira é mais suscetível de fissuração, durante o resfriamento posterior.
A criação das curvas em C ou TTT, o estudo mais acurado dos fenômenos que ocor
rem durante o aquecimento e o esfriamento dos aços e das correspondentes transforma
ções estruturais, têm levado ao desenvolvimento de novos tipos e novas técnicas de trata
mentos térmicos dessas ligas, alguns dos quais chegam a substituir com vantagem os trata
mentos convencionais, sobretudo sob o ponto de vista dos característicos finais obtidos. A
seguir serão estudados alguns desses tratamentos térmicos dos aços.
TABELA 14
d) certos aços-liga, de baixo teor em liga (tais como os da série 5100) contendo carbono acima
de 0 ,3 0 % ; os aços das~séries 1300 a 4 0 0 0 com teores de carbono acima de 0 ,4 0% ; e outros
aços, tais como 4140, 6145 e 9 4 4 0.
Alguns outros aços, devido ao seu teor de carbono ou de elementos de liga, poderíam
ser considerados convenientes para a operação de austêmpera. Contudo, seu emprego não
é prático pelas seguintes razões;
a) a transformação no cotovelo da curva TTT começa num tempo muito inferior a um segundo,
tornando impossível resfriar secções que não sejam muito finas, sem que ocorra formação de
alguma perlita; exemplo típico é o aço 1034;
b) o tempo necessário para a transformação da austenita em bainita é excessivamente longo;
exemplo típico é o aço 9261 que requer cerca de 2 4 horas para a transformação da austenita
em bainita. Outros aços-liga com os mesmos característicos são os das séries 43 0 0, 4 6 0 0 e 4800.
No que se refere à secção das peças, para aço 1080, por exemplo,''a máxima secção
permissível para austêmpera é 5 mm <46>. Aços-carbono de menor teor de carbono exigirão
secções proporcionalmente de menor espessura. Entretanto, epn alguns aços-liga, pode-se
admitir, para a obtenção da estrutura inteiramente bainítica, secções até cerca de 25 mm.
Finalmente, ainda no caso de aços-carbono, se se permitir a presença de alguma perlita na
microestrutura, pode-se austemperar, em produção corrente, secções bem superiores a 5 mm
de espessura.
O banho de austêmpera mais indicado e usado é sal fundido, constituído essencial
mente de nitratos de sódio e de potássio, e eventualmente nitreto de sódio porque transfere
calor rapidamente; sua viscosidade é uniforme numa larga faixa de temperatura, elimina vir
tualmente o problema de uma barreira de vapor durante o estágio inicial do resfriamento,
permanece estável às temperaturas de operação e é completamente solúvel em água, facili
tando assim as operações subsequentes de limpeza.
A figura 73 mostra o aspecto típico da estrutura bainítica de um aço austemperado.
A literatura especializada é farta em exemplos elucidativos das vantagens e dos resul
tados positivos da austêmpera. Além dos dados apresentados na Tabela 14, há outras refe
rências a respeito do assunto. Assim, Brick, Gordon e Phillips <47) citam resultados comparati
vos em peças de 4,8 mm de secção que, austemperadas, mostraram, no ensaio de tração,
35% de estricção e, no ensaio de choque, absorveram 4,8 kgfm (47,1J) de energia, ao passo
que a' martensita revenida à mesma dureza, apresentou estricção inferior a 1% e resistência
ao choque de apenas 0,4 kgfm (3,9J). Lembram, contudo, os citados autores, que as estru
turas bainíticas se mostram superiores somente na faixa de dureza Rockwell C 50 ou acima.
Na faixa de dureza 40C a 45C, a martensita revenida é superior, pela mesma razão que é
superior à estrutura perlítiça fina. Por outro lado, as estruturas bainíticas não podem ser obti
das na faixa de durezas exigidas para as ferramentas de corte, ou seja 60C a 65C.
Do mesmo modo, Gerard De Smet<48) relata experiências feitas com aço fundido de
1,20% de carbono e 0,40% de manganês, aço meio duro, com 0,35% de carbono e 0,40%
de manganês e aço níquel-cromo, com 0,15% de carbono, 0,40% de manganês, 3,25% de
níquel e 0,75% de cromo. Os resultados foram os seguintes;
— aço fundido — temperado a 790°C em óleo e revenido a 250°C — dureza Brinell 680
(R.C. 60/61); resistência à tração 200kgf/mm2 (1960 MPa); resistência ao choque 0,628 kgfm
I6.2J);
— idem, porém austemperado a 2 5 0 °C — valores idênticos para dureza, resistência à tração
e resistência ao choque;
— aço meio duro — temperado a 8 5 0 ° C em óleo e revenido a 6 3 0 °C — dureza Brinell 217;
resistência à tração 7 5 kgf/mm2 (73 5 MPa); resistência ao choque 10,64 kgfm (104,4J);
— idem, porém austemperado a 2 3 0 ° C — dureza Brinell 228; resistência à tração 78,9
kgf/mm2 (775 MPa); resistência ao choque 15,25 kgfm (149.6J);
— aço Ni-Cr — temperado a 8 2 0 °C em óleo e revenido a 2 3 0 °C — dureza Brinell 387; resis
tência à tração 133,5 kgf/mm2 (1310 MPa); resistência ao choque 9 ,0 6 kgfm (8 8 ,9J);
— idém, porém austemperado a 230°C — dureza Brinell 340; resistência à tração 117,5
kgf/mm2 (1155 MPa); resistência ao choque 14,29 kgfm (140.2J).
118 A Ç O S E F E R R O S F U N D ID O S
— austenitização, durante uma hora para cada 25 mm de secção. A temperatura usual para
aços com 18% de níquel é, por exemplo, 8 2 0 °C. O resfriamento é feito até a temperatura am
biente, sem preocupação com sua velocidade.
de carbono e transferência deste para a superfície dos aços. Assim sendo, pode-se es
tabelecer que os fatores que influem sobre a velocidade de enriquecimento de carbono
na superfície dos aços são os seguintes*55*.
a) Teor inicial de carbono no aço — É óbvio que, as outras variáveis permanecendo constantes,
quanto menor o teor inicial de carbono no aço, tanto maior a velocidade de carbonetação.
b) Coeficiente de difusão do carbono no aço — Este é um fator de primordial importância, visto
que o fenômeno de enriquecimento superficial de carbono do aço é fundamentalmente um fe
nômeno de difusão, isto é, de movimento relativo de carbono no interior do aço. De fato, o que
se visa na cementação é a solução do carbono no ferro gama, fenômeno que é determinado
pela velocidade do fluxo do carbono no ferro gama. Esse coeficiente de difusão é, por sua vez,
uma função da temperatura e da concentração de carbono Não é ele praticamente afetado pelo
tamanho de grão do aço, nem pela presença das impurezas normais (fósforo, enxofre e nitrogê
nio), nem pelos elementos de liga nos teores em que são usualmente encontrados nos aços-liga
para cemeMMçio.
c) TempentÚÊàgjrjfco fator mais importante, pois além de afetar a difusão — acelerando-a com
a sua e le v a ç w W w M u i tam bém na concentração de carbono na austenita e na velocidade de
reação de caM ÜM M ^tto na superfície do aço.
d) ConcentraçÈêÜk l&Pbono na austenita — Como se sabe, a solubilidade de carbono na auste
nita é d e t e r m in a r M diagrama Fe-C, pela linha Ac,„. Os elementos de liga tendem a deslocar
a linha Ac», pánW tpvtierda, diminuindo os limites de concentração ou a solubilidade do carbo
no no ferro g p p p k M ta austenita. Contudo, essa influência é relativamente pequena, para os
teores usuaUMMeJMContrados nos aços-liga para cementação, com exceção do níquel, onde
a influência Êpm ttt- fo r outro lado, a difusão do carbono processando-se da concentração mais
alta da fon ljiM Ffti^lim ento à concentração mais baixa do núcleo do material, forma um gra
diente de cjrihaM rifoalm ente, deve ser observado, que a velocidade de difusão aumepta com
crescente® «pam fM ações de carbono.
e) Natureza M M É e carbonetante ou do gás de carbonetação — A reação envolvendo a trans
ferência d M ^ p 0 | 0 ocorre pa superfície do aço. Os agentes supridores de carbono podem ser
c o n s id e u M |5 ||p p d a m e n te . Os dois mais comuns são CO e e CH4 e as reações que ocorrem
^ na s u iM q p p jy jf r y e podem ser representadas da seguinte maneira:
CH4 ** (C) + 2H 2 ( 2)
TRATAMENTOS TERMO-QUÍM1COS 125
onde (C) representa o carbono dissolvido no ferro na superfície do aço. A velocidade de reação
do gás na superfície, em função da temperatura, depende da natureza do gás: temperaturas
crescentes deslocam a reação (1) para a esquerda e a reação (2) para a direita.
f) Velocidade de fluxo de gás — Esse fator influencia a velocidadé de reação na superfície e,
dependendo da natureza do gás de carbonetação, pode ser decisiva, pois, com alguns gases
de cementação pode-se ter uma deposição não desejada de carbono na superfície do material
ou uma carbonetação insuficiente, a não ser que se tomem todas as precauções para um per
feito equilíbrio entre a velocidade de fluxo do gás e a composição.
2 C 0 + 3Fe Fe3C + C 0 2
CFU + 3Fe t i Fe3C + 2H2
Como se vê, essas reações são reversíveis: começando com CO ou CH4, adir
carbono à superfície; começando com C02 ou H2, remove-se carbono da superfície
to para garantir a adição de carbono, deve-se procurar remover C02 e Ht. e produ,
CO ou CHç do contrário a reação para. Por outro lado, para uma temperatura detei
e para um teor de carbono determinado da superfície «to aço com a quÉ' os gases
em contato, há alguma relação definida para
CO ou CH<
. CÜ2 Hi
2.4. Processos de cementação — Existem três métodos de cementação: por via sól
da (também chamado "cementação em caixa"), por via gasosa e por via líquida.
2.4.1. Cementação sólida ou em caixa — Neste processo, as peças de aço são colo
cadas em caixas metálicas, geralmente de aço-liga resistente ao calor, em presença das cha
madas misturas carburizantes. As misturas mais usadas apresentam carvão de madeira, aglo
merado com cerca de 5% a 20% de uma substância ativadora, por meio de óleo comum
ou óleo de linhaça em quantidades que variam de 5% a 10%. Prefere-se como substância
diretamente carbonetante o carvão de madeira, devido sua pureza, com baixo teor de enxo
fre, com razoável resistência ao choque e à abrasão. Os ativadores mais comuns são carbo-
natos. alcalinos ou alcalino-ferrosos, como carbonato de sódio, carbonato de potássio, carbo
nato de cálcio e carbonato de bário. Este último é o rhais comum, sendo frequentemente
empregado em mistura com carbonato de sódio Também çostuma-se introduzir na mistura
AÇOS E FERROS FUN
!
Fig. 78 — Curvas representativas do equilíbrio de mistura de
CO e CO 2 com aços de diferentes teores de carbono. Verifica-se, por exemplo,
que quando se concede tempo suficiente para ser atingido o
equilíbrio, um gás com 9 0 % de CO e 10% de CO 2,
a 8 1 5 °C carbonetará um aço de baixo carbono até 0 ,8 0 % C,
mas não mais. A 8 7 0 °C, esse gás carbonetará o aço considerado somente
até 0 ,4 0 % . Com uma temperatura de cementação de 9 2 5 °C, para ter-se nesse
aço uma camada cementada de composição hipereutetóide, a composição
do gás deve ser 9 7 % de CO ou mais, com 3% de CO 2 ou menos.
C + O2 ^ CO 2.
C 0 2 + C ** 2C0.
— 0 CO por sua vez reage com o ferro do aço, introduzindo-lhe carbono e formando mais CO 2 :
3Fe + 2 C 0 FejC + CO 2
— Este CO 2 reage novamente com o carbono do carvão incandescente, produzindo novo CO.
— 0 ciclo repete-se enquanto houver suficiente carbono presente para reagir com o CÜ 2- A pre
sença do ativador, BaCO i contribui para aumentar a velocidade de fornecimento de CO, pois,
às temperaturas da cementação, ocorrem as seguintes reações:
BaCOj -» BaO + CO 2
C 02 + C - 2C 0
ou
BaCO .1 + C <=* BaO + 2 C 0
BaO + CO 2 BaCOj
ou seja o BaO (assim como o Na20, se o ativador for carbonato de sódio), reagiria com o CO 2,
havendo assim uma tendência a ter-se gás mais pobre em CO 2, ou mais rico em CO, como se
deseja.
— Pode utilizar uma maior variedade de fornos, pois não exige o uso de uma atmosfera preparada;
— é eficiente e econômico para o processamento de pequenos lotes ou para peças de grandes
dimensões;
— exige menor experiência do operador;
— diminui a tendência ao empenamento das peças devido ao fato delas se apoiarem bem na
mistura carburizante sólida;
— o resfriamento das peças a partir da temperatura da cementação é lento, o que pode repre
sentar uma vantagem para peças que devem ser submetidas a uma usinagem de acabamento
depois da cementação antes da têmpera.
A par das vantagens acima, o processo apresenta, por outro lado, algumas desvanta-
ges que são enumeradas a seguir:
— as caixas devem ser bem proporcionadas em relação às dimensões das peças, devido ao
fato do aço ser bom condutor do calor, mas não a mistura carburizante;
— as peças devem apresentar-se bem limpas, antes da cementação;
— o tempo de cementação deve ser escolhido de acordo com a profundidade desejada na ca-
manda cementada, com as dimensões das peças, etc;
— o controle do processo pode ser feitô com corpos de prova colocados lateralmente nas caixas;
— após a cementação, as caixas devem ser resfriadas rapidamente ao ar, para evitar, como se
viu, aumento da quantidade de CO 2 na mistura gasosa, o que pode provocar descarbonetação;
— as misturas carburizantes devem ser empregadas secas, pois a umidade pode provocar des
carbonetação.
— a mistura carburizante fica bem definida e perfeitamente estável, durante toda a fase ativa
da cementação, ao contrário do que ocorre na cementação sólida; em que a mistura carburizan
te perde em eficiêncie^à medida que a operação se prolonga, diminuindo pois, a ação carbone-
tante; “ r
— constitui um processo mais limpo que a cementação sólida, pois elimina os pós, as caixas
pesadas e custosas, etc.;
TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS 13!
— as reações de carbonetação são muito mais complexas e algumas podem ser prejudiciais;
— a instalação é muito onerosa, exigindo também jparelhagem complexa de controle e de se
gurança, o que ocasiona a necessidade de pessoal mais habilitado;
— o controle não é somente das temperaturas, como é praticamente o caso da cementação
sólida, mas igualmente da constância da mistura carburizante gasosa.
2CO (C) + C 0 2
CO + H2 t* (C) + H20
CH 4 ** (C) + 2H 2
(metana)
C2H 6 t* (C) + xCH4 + yH2
(etana)
CjHs ** (C) + XC2 H& + yC H 4 + zH 2
(propana)
onde (C) é o carbono que se dissolverá na austenita, difundindo-se para o interior do aço.
Como se vê, os elementos de base de uma atmosfera gasosa carburizante são o mo
nóxido de carbono, hidrocarbonetos e hidrogênio.
Dos derivados de hidrocarbonetos, a propana é o mais empregado; por dissociação,
à temperatura de cementação, transforma-se na mistura gasosa, conforme está indicado acima.
O monóxido de carbono e os hidrocarbonetos decompõem-se quase que completamente,
em carbono e hidrogênio, como indicam as reações acima. Essa decomposição pode provo
car o depósito de carbono livre, e consequentemente o aparecimento de pontos mais moles
na superfície do aço. Por essa razão, procura-se diluir os hidrocarbonetos em gases do tipo
do hidrogênio e do nitrogênio que estabilizam o processo de carbonetação, visto que o hidro
gênio, apesar de sua ação predominantemente descarbonetante, favorece a carbonetação
pela formação e regeneração do monóxido de carbono. Assim, na cementação gasosa, o
hidrogênio constitui uma verdadeira fonte de CO e age como acelerador do processo-
A função dos gases diluidores — nitrogênio e hidrogênio — é evitar igualmente uma
atmosfera excessivamente concentrada adjacente às entradas de gás, garantir movimento
rápido do gás no interior do forno e, principalmente, garantir no interior deste um volume
de gás suficiente para manter uma pressão positiva em todos os pontos e, ao mesmo tempo,
evitar a necessidade de adicionar quantidades excessivas de hidrocarboneto.
Além das vantagens já mencionadas no início da exposição sobre este processo, ou
tras vantagens da cementação gasosa sobre a cementação sólida são:
TABELA 15
Composição do Banho, %
Cianeto de sódio 10 a 23 6 a 16
Cloreto de bário 0 a 40 30 a 55
Outros sais alcalinos de metais terrosos 0 a 10 0 a 10
Cloreto de potássio 0 a 25 0 a 20
Cloreto de sódio 20 a 40 0 a 20
Carbonato de sódio 30 max. 30 max.
Aceleradores outros que compostos
de metais alcalinos terrosos* 0 a 5 0 a 2
Cianato de sódio 1 ,0 max. 0 ,5 max.
num banho de sal fundido, com composição adequada para promover o enriquecimento su
perficial de carbono. Os banhos carburizantes líquidos apresentam as composições indica
das na Tabela 15(64).
Como se vê pela análise da Tabela, consideram-se geralmente dois tipos de banhos
para cementação líquida: aqueles para camadas de pequena profundidade e aqueles para
camadas de grande profundidade. Há uma superposição de composições do banho para os
dois tipos de camadas. Em geral, um tipo de banho se distingue do outro mais pela tempera
tura de operação do que pela composição, de modo que as expressões "baixa temperatura"
e "alta temperatura" são preferidas.
Os banhos de baixa temperatura são comumente operados entre as temperaturas de
840° a 900°C, embora para certos efeitos específicos, essa faixa de temperatura seja, algu
mas vezes, extendida de 790° a 915°C. Com os banhos para operação em baixa temperatu
ra, a espessura das camadas cementadas varia de 0,08 a 0,8 mm(64).
0 mecanismo da cementação com os banhos de baixa temperatura é complexo, devi
do ao número de produtos finais e intermediários que se formam, entre os quais, há os se-
guintes(64): carbonatos alcalinos (Na3CÜ3 ou K2CO3), nitrogênio, monóxido de carbono, hi
dróxido de carbono, cianamidas (Na2CN2 ou BaCN2) e cianato (NaNCO).
Algumas das reações são as seguintes:
2NaCN Na2CN2 + C
2NaCN + 0 2 -► 2NaNCO
ou
NaCN + C 0 2 ** NaNCO + CO
peraturas acima de 950°C, entre 980° e 1035°C, resulta em rápida penetração de carbo
no, porém a deterioração do banho, assim como do equipamento, é grandemente acelerada.
A principal reação, na operação com banhos de alta temperatura é a seguinte'64':
BAICNh f* BaCN2 + C
Algumas das considerações de ordem geral que poderíam ser feitas a respeito da ce
mentação líquida são as seguintes:
— os banhos líquidos de cementação devem ter uma cobertura, a qual pode ser obtida pela
adição de grafita de baixo teor em sílica no banho fundido;
— as peças devem ser introduzidas limpas e secas;
— os fornos exigem exaustão, visto que cianetos, a altas temperaturas, são venenosos;
— do mesmo modo e pelos mesmos motivos, deve-se evitar contato de sais de cianeto com
ácidos, visto desprender-se ácido cianídrico;
— deve-se evitar, após a cementação líquida, resfriamento ao ar, porque a película de sal ade
rente às peças não as protege suficientemente, podendo ocorrer oxidação ou descarbonetação;
— de preferência, deve-se empregar, como meio de resfriamento, salmoura com 10% a 15%
de cloreto de sódio, ou, no caso de óleos, utilizar óleos minerais puros ou óleo especial para
têmpera;
— o resfriamento em água provoca o desprendimento fácil e completo de qualquer sal aderente,
facilitando a lavagem posterior; no caso de resfriamento em óleo, convém, após o mesmo, lavar
as peças em água quente;
— no caso de aços-liga, recomenda-se têmpera em banho de sal quente a mais ou menos 180°C.
TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS i35
Neste caso, entretanto, geralmente é necessário efetuar um novo reaquecimento para nova têm
pera, a qual, para prevenir a formação de austenita residual, deve ser levada a efeito a uma tem
peratura mais baixa, da ordem de 8 0 0 °C;
— a profundidade de cementação que pode ser obtida com banhos de sal varia com sua com
posição, com o tempo de operação e com a temperatura do banho, podendo-se atingir, em 3
a 4 horas, cerca de 1,5 mm. De um modo geral, os tempos necessários são mais curtos que
nos outros processos de cementação.
— em tempos mais curtos, 1 a 2 horas, obtém-se, com relativa facilidade, profundidade de ce
mentação de cerca de 0 ,5 mm, apresentando um teor de carbono de 0 ,7 0 % a 1,00% , com
aproximadamente 0 ,2 % de nitrogênio, este último concentrado principalmente na superfície do
aço.
2.5. Cementação sob vácuo — Neste processo, as peças a serem cementadas são
colocadas na câmara do forno, onde se produz vácuo<64>; em seguida é introduzido o gás
carbonetanta O ciclo de difusão, característico da cementação, se inicia e o carbono penetra
na superfície das peças de modo uniforma Elimina-se, com esse processo, a possibilidade
de ocorrer concentração de carbonetos nos contornos dos grãos, o que iria resultar na for
mação de rendilhados frágeis. A experiência demonstrou que as peças devem ser espaçadas
de 25 a 50 mm, para permitir que os gases circulem uniformemente sobre as superfícies
das peças.
— Têmpera simples IA, B e C) — Consiste em têmpera, depois das peças cementadas terem
resfriado ao ar. 0 tratamento A aplica-se a aços de granulação fina, não refinando o núcleo.
0 tratamento B permite refino parcial do núcleo, tornando-o mais resistente e tenaz. 0 trata
mento C refina completamente o núcleo, mas favorece o crescimento do grão da camada ce-
mentada e favorece igualmente a retenção da austenita em aços de alto teor em liga, o que
pode reduzir ligeiramente a dureza da camada cementada. Por outro lado, favorece a dissolução
de carbonetos.
— Têmpera dupla (D e F) — Após a primeira têmpera, realizada da temperatura de austenitiza-
ção do núcleo, para refiná-lo tempera-se novamente de uma temperatura logo acima da tempe
ratura crítica da periferia. Promove-se não só o seu refino como reduz-se ao mínimo a retenção
da austenita, evitando-se entre outros inconvenientes, pontos moles na camada cementada. Alia-
se, assim, à grande dureza da camada cementada, um núcleo muito tenaz. Indicado tanto para
aços de granulação grosseira (tratamento D) como de granulação fina (tratamento F).
Não se faz geralmente o revenido nos aços cementados. Se, entretanto, o mesmo for
necessário para aliviar as tensões residuais da têmpera ou aumentar a resistência à fissura-
ção durante a retificação posterior das peças cementadas, faz-se o revenido a baixa tempe
ratura, geralmente entre 160°C e 200°C.
2NH3 - 2N + 3H2
/5 serAaras à {S25‘C )
- 96,5% NaCN
- 2,5% Na2C0 3
- 0,5% NaCNO
- 96,0% KCN
- 0,6% K2CO3
- 0,75% KCNO
- 0,5% KCI
Na prática não há vantagem de utilizar-se o segundo estágio, a não ser pela redução
do consumo de amônia por hora, ou a não ser que a quantidade de camada branca superfi
cial seja inconveniente ou ainda a não ser que a quantidade de acabamento necessário após
a nitretação seja muito reduzida.
Um exemplo prático de ciclo necessário para nitretar a gás à profundidade de 0,2 mrp
de engrenagens de coroa (peso de cada peça 5,3 kg), em forno elétrico convencional inter
mitente tipo sino é apresentado a seguir<70):
A relação entre cianeto e cianato é crítica, sendo o cianato o principal responsável pela
ação de nitretação. De fato, este cianato — às temperaturas de nitretação — decompõe-se,
liberando carbono e nitrogênio, os quais, como se sabe, se caracterizam por difundir-se no
ferro. Entretanto, às temperaturas do tratamento, somente o nitrogênio é mais ativo nessa
ação de difusão, resultando nitretos em maior quantidade do que carbonetos. De qualquer
modo, os nitretos e carbonetos — em princípio o FeN e o FejC — formam uma faixa ou ca
mada branca homogênea chamada "zona de compostos" que pode atingir uma espessura
de 0,005 a 0,015 mm, conforme o tempo de operação que, por sua vez varia de 60 a 180
minutos geralmente (figs. 84 e 85)<72) <73).
Essa faixa, ainda que não apresente dureza muito elevada, é de alta resistência ao des
gaste, além de caracterizar-se por grande resistência ao engripamento, propriedade que a ca
mada nitretada comum obtida no processo clássico não possui. Outro seu característico é
apreciável resistência à corrosão.
O nitrogênio, além de formar nitreto de ferro, difunde-se para o interior do aço, como
já mencionou, formando uma segunda faixa, chamada "zona de difusão" (fig. 84). 0 efeito
do nitrogênio nessa zona de difusão depende do tipo de aço; nos aços comuns, formam-se
segregações aciculares de Fe4N, que entretanto, não influem na dureza. Se, por outro lado,
o aço contém elementos de liga, como cromo, alumínio, tungstênio, vanádio, etc., capazes
TRATAMENTOS TERMO-QUÍM1COS 141
3.3 . Outros processos d e nitretação líquida — E ntre eles,, p o d e-se citar rniciaim errte
3 "nitretação tíquida sob pressão"*71\ e m q u e s e introduz am ônia an id ra num b an h o d e d an e-
to rcian ata O ban h o ê ved ad o e m an tid o so b te m p re ssã o d e 1 a 3 atm o sferas.
TRATAMENTOS TERMG-QUÍ MICOS 14}
As peças a sárem nitretadas por esse processo são colocadas no interior de uma câ
mara simples, que constitui o forno de nitretação e que se caracteriza por não possuir ele
mentos de aquecimento.
Essas peças ficam isoladas eletricamente das paredes da câmara, paredes essas que
constituem o catodo. A câmara propriamente dita e, em consequência as peças nela conti
das, sob vácuo, constituem o anodo<74).
0 20 40 60
TEMPO DE OPERAÇÃO, h
liga, aços para nitretação, aços resistentes ao calor, aços inoxidáveis e, igualmente, em ferros
fundidos e ferros sinterizados.
TABELA 16
0,1 0 ,6 0 0 ,5 6 0 ,7 3 0 ,1 2
0 ,2 0,51 0 ,1 9 0 ,7 3 0 ,0 3
0 ,3 0 ,3 2 0 ,0 5 0 ,6 5 0 ,0 2
0 ,4 0 ,2 6 0 ,0 2 0 ,5 5 0,01
0 ,5 0 ,1 9 0 ,0 1 0 ,4 8 0,0 1
0 ,6 — — 0 ,3 5 0,01
0 ,7 — — 0 ,2 5 —
Devido à sua maior eficiência e custo mais baixo, usa-se cianeto de sódio, de prefe
rência ao de potássio. Admite-se que ocorram as seguintes reações<77):
O primeiro é suprido no forno em volume suficiente para produzir uma pressão positi
va na câmara de aquecimento, de modo a impedir a penetração de ar. Outra função é diluir
os gases mais ativos (hidrocarbonetos e amônia) de modo a facilitar o controle do processa
O segundo tem como função principal suprir o carbono necessário para carbonetar
a superfície do aço.
Finalmente, o terceiro por dissociação forma nitrogênio nascente na superfície do aço,
promovendo a sua nitretação
Pode-se dizer que, basicamente as atmosferas utilizadas na carbonetretação são obti
das pela introdução de 2 a 12% de amônia numa atmosfera carburizante
A carbonitretação é levada a efeito a temperaturas geralmente entre 705° e 9000C<79).
Temperaturas mais baixas, como 705°C apresentam perigo de explosão e dão como resulta
do camadas superficiais ricas em nitrogênio e frágeis e núcleo de baixa dureza, o que é in
conveniente para a maioria das aplicações.
O objetivo principal da carbonitretação é conferir ao aço uma camada dura e resisten
te ao desgaste, com espessura variando geralmente de 0,07 a 0,7 mm<78>. Por outro lado*
uma camada carbonitretada apresenta melhor temperabilidade que uma camada cementa-
da, de modo que, por carbonitretação e têmpera subseqüente, pode-se obter uma camada
dura a custo mais baixo dentro da faixa, de espessura indicada, usando aço-carbono ou aço-H-
ga de baixo teor em liga.
Os aços mais comumente carbonitretados incluem os tipos 1000, 1100, 1200; 1300,
TRATAMENTOS TERMO-QUÍMICOS 147
4000, 4100, 4600, 5100, 6100, 8600 e 8700, com teores de carbono até 0,25%. Entretan
to, costuma-se também carbonitretar peças de aço-carbono ou aço-liga, com teor de carbo
no médio, obtendo-se assim uma camada fina de maior dureza e maior resistência ao des
gaste do que a que seria produzida apenas peta têmpera
As aplicações da carbonitretação são mais limitadas que as de cemerrtação, sobretu
do devido às limitações da profundidade superficial endurecida. De outro lado, a resistência
de uma superfície carbonitretada ao amolecimento durante o revenido é muito superior à de
uma superfície cementada.
Como conclusão, pode-se dizer que a carbonitretação de aços de menor custo resulta
em propriedades equivalentes às obtidas pela cementação a gás de aços-liga.
Uma aplicação moderna importante da carbonitretação reside no endurecimento su
perficial de peças sinterizadas de ferro de elevada densidade (7,2 g/cm5).
Finalizando, um estudo de DAVIES e SIWTH(8Q) chegou, entre outras, às seguintes con
clusões em relação ao processo de carbonitretação:
a) O nível de adição de amônia deve ser mantido relativamente baixo — em torno de 3% a 8 50°C ,
6 % a 9 2 5 ° C e 10% a 9 5 0 ° C — para impedir a formação de porosidade abaixo da superfície;
b) Essa porosidade sub-superficial é mais suscetível de aparecer nos aços acalmados com silí
cio ou nos efervescentes, de modo que tais aços exigem maior controle da quantidade de amô-
nia adicionada;
c) Nos aços acalmados com alumínio, encruamento prévio agrava a formação de porosidade
sub-superficial;
d) O nitrogênio que é incorporado na superfície do aço durante o processo de carbonitretação
reduz a quantidade de carbono que é necessária para produzir-se a máxima dureza superficial;
e) O nitrogênio adicionado durante o processo aumenta substancialmente a endurecibilidade
da camada carbonitretada em aços doces;
f) Sob o ponto de vista de endurecibilidade, a carbonitretação aparentemente oferece maiores
vantagens que a cementação, no endurecimento superficial de secções superiores a 12,5 mm,
a temperaturas de 9 2 5 °C, o que não seria válido para secções menores.
ferro e carbonitreto; a de "difusão" que apresenta nitrogênio em solução sólida no ferro alfa, j
quando o resfriamento é rápido, ou nitreto em forma de agulhas, para resfriamento lentor 1
(*) Este processo foi recentemente divulgado em nosso meio pela empresa BRASIMET, por inter- ■
médio de um trabalho apresentado à ABM pelo Eng? K. Rohlmann, sob o tema "Boretação em Metais
Ferrosos."
VIII
PRÁTICA DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS
— elevação, dentro dos limites necessários, das temperaturas de tratamento, propiciando redu
ção às vezes muito grande do ciclo de .tratamento, com apreciável economia de energia;
assegurada adequada fluidez. Para isso, impõe-se que haja circulação do óleo em ser
pentinas, devidamente resfriadas pot água, quando o volume de peças a temperar é
constante. É importante observar que podem ocorrer fracassos nas operações de têm
pera e mesmo incêndios, se o volume de óleo não for suficiente.
Um dos meios de resfriamento mais eficazes é a salmoura que deve ser propor
cionada convenientemente (5% a 10% de sal grosso) e devidamente resfriada. Do mesmo
modo, o ar comprimido seco constitui um recurso necessário, para o resfriamento na
têmpera, de ferramentas produzidas a partir de aços de alto teor em liga e de seleção
mais fina.
2.4. Preservação da superfície — Este cuidado deve ser tomado sobretudo duran
te o aquecimento, para evitar a oxidação ou formação de casca de óxido. Às vezes pro
cura-se obter a formação de uma camada de óxido, azulada ou negra, para evitar ulte-
rior oxidação.
152 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
—à base exotérmica, obtida por combustão parcial ou completa de uma mistura gás/ar; po
de-se remover o vapor de água para produzir o desejado "ponto de orvalho";
—à base endotérmica, obtida por reação parcial de uma mistura de gás combustível e ar numa
câmara cheia de substância catalizadora externamente aquecida;
—à base de carvão de madeira, obtida fazendo-se passar ar através de um leito de carvão de
madeira incandescente;
—à base exotérmica-endotérmica, obtida pela completa combustão de uma mistura de gás com-
PRÁTICA DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS 153
bustfvel e ar, removendo-se o vapor d'água e formando de novo o CO 2 a CO mediante uma rea
ção com gás combustível numa câmara cheia de substância catalizadora externamente aquecida;
— à base de amônia, que pode consistir de amônia crua, amônia dissociada ou amônia disso
ciada parcialmente ou completamente queimada com ponto de orvalho regulado.
Tabela 17
CO
X
n 2 C 02 h2
•U
Exotérmica-endotérmica pobre 6 3 ,0 17 ,0 — 2 0 ,0 — -7 0 7 ,5
Exotérmica-endotérmica rica 6 0 ,0 1 9 ,0 — 2 1 ,0 — -5 0 7,2
Amônia dissociada 2 5 ,0 — — 7 5 ,0 — -6 0 —
Tabela 18
Uma mistura de gases, a uma certa temperatura, para uma dada pressão, precipitará seu
teor de umidade. A temperatura exata em que a umidade precipita ou na qual o ar fica saturado
é chamada “ponto de orvalho". Quando ar e gás são misturados em proporções fixas e deter
minadas e são aquecidos de modo a permitir que as reações químicas atinjam o equilíbrio, o
ponto de orvalho refletirá o equilíbrio químico dos vários componentes, incluindo os produtos
de reação. Em conseqüência, o controle do potencial de carbono pela utilização do ponto de
orvalho é um procedimento rápido, seguro e relativamente simples. Existem aparelhos de con
trole automático para determinação do ponto de orvalho, os quais possibilitam manter-se cons
tante um determinado ponto de orvalho durante todo o ciclo de tratamento térmico. É possível,
contudo, construir-se um aparelho simples para sua medição que funciona com eficiência ne
cessária e suficiente. A figura 9 2 mostra um desses aparelhos, que consta de um vaso de vidro
transparente, em cuja tampa de borracha está inserido um cilindro com fundo, no interior do
qual se pode vaporizar COj. Nesse mesmo cilindro, cuja superfície é altamente polida, repousa
um termômetro de leitura rápida, em graus Farenheit. Através desse vaso passam tubos de en
trada e saída para o gás, cujo ponto de orvalho se quer medir e que é queimado ao ar pelo tubo
de saída. Uma vez cheio de gás o interior do vaso, inicia-se a vaporização de CO 2 no interior
do cilindro polido até que sua superfície comece a se embaçar por deposição de orvalho; nesse
ponto, faz-se a leitura do termômetro e corta-se a passagem de CO 2; a seguir observa-se a tem
peratura em que desaparecem no tubo polido os últimos vestígios daquele embaçamento. A
média das duas temperaturas dará o ponto de orvalho do gás. Com alguma prática, pode-se
determinar o ponto de orvalho em dois minutos.
REGISTRO
CA RftEGAMENTO
7 ^ --------1 L__J
TABELA 19
Designação
Tipos de Aço
AISI-SAE UNS
10XX G 10XXX Aços-carbono comuns
11XX G11XXX Aços de usinagem fácil, com alto S
12XX G 12XXX Aços de usinagem fácil, com altos P e S
15XX G 15XXX Acos-Mn com manganês acima de 1,00%
13XX G 13XXX Acos-Mn com 1,75% de Mn médio
40XX G 40XXX Acos-Mo com 0 ,2 5 % de Mo médio
41XX G 41XXX Aços-Cr-Mo com 0 ,4 0 a 1,10% de Cr e 0 ,0 8 a 0 ,3 5 %
de Mo
43XX G 43XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 1,65 a 2 ,0 0 de Ni, 0 ,4 0 a 0 ,9 0 %
de Cr e 0 ,2 0 a 0 ,3 0 % de Mo
46XX G 46XXX Aços-Ni-Mo com 0 ,7 0 a 2 ,0 0 % de Ni e 0,15 a 0 ,3 0 %
de Mo
47XX G 47X X Aços-Ni-Cr-Mo com 1,05% de Ni, 0 ,4 5 % de Cr e
0 ,2 0 % de Mo
48XX G 48XXX Aços-Ni-Mo com 3 ,2 5 a 3 ,7 5 % de Ni e 0 ,2 0 a 0 ,3 0 %
de Mo
51XX G 51XXX Aços-Cr com 0 ,7 0 a 1,10% de Cr
E51100 G 51986 Aços-cromo (forno elétrico) com 1,00% de Cr
E52100 G 52986 Aços-cromo (forno elétrico) com 1,45% de Cr
61XX G 61XXX Aços-Cr-V com 0 ,6 0 ou 0 ,9 5 % de Cr e 0,10 ou 0,15%.
de V min.
86 X X G 86XXX Acos-Ni-Cr-Mo com 0 ,5 5 % de Ni, 0 ,5 0 % de Cr e
0 ,2 0 % de Mo
87XX G 87XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0 ,5 5 % de Ni, 0 ,5 0 % de Cr e
0 ,2 5 % de Mo
88XX G 88XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0 ,5 5 % de Ni, 0 ,5 0 % de Cr e
0 ,3 0 a 0 ,4 0 de Mo
9260 G 92XXX Acos-Si com 1,80% a 2 ,2 0 % de Si
50BXX G 50XXX Aços-Cr com 0 ,2 0 a 0 ,6 0 % de Cr e 0 ,0 0 0 5 a
0 ,0 0 3 % de boro
51B60 G51601 Aços-Cr com 0 ,8 0 % de Cr e 0 ,0 0 0 5 a 0 ,0 0 3 % de
boro
81B45 G81451 Aços-Ni-Cr-Mo com 0 ,3 0 % de Ni, 0 ,4 5 % de Cr,
0,12% Mo e 0 ,0 0 0 5 a 0 ,0 0 3 % de boro
94BXX G 94XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0 ,4 5 % de Ni, 0 ,4 0 % de Cr,
0,12% Mo e 0 ,0 0 0 5 a 0 ,0 0 3 % de boro
(*) As publicações especializadas contendo essas normas devem ser consultadas pelos leitores qi
desejam aprofundar-se no assunto.
AÇOS-CARBONO E AÇOS LIGA 161
para distinguí-los dos tipos correspondentes que não apresentam exigências de endu-
recibilidade.
Para os produtos de aço, as especificações mais utilizadas são da "American So-
ciety for Testing Materials — ASTM" e muitas dessas especificações da ASTM são ado
tadas pela "American Society of Mechanical Engineers — ASME", com pequena ou ne
nhuma modificação.
de ferrita, devido â presença de fósforo, agrupando-se a perlita, por seu turno, nas bei
radas dessas faixas.
Um alto teor de fósforo pode acarretar ainda a presença de um eutético fosforoso.
A figura n? 97 reproduz o aspecto micrográfico de aço meio doce moldado com fósfo
ro elevado. 0 fenômeno que ocorre quando o fósforo se situa em torno de 0,4% é noci
vo, pois o eutético fosforoso funde a temperatura pouco acima de 1000 °C, o que pode
ocasionar a ruptura ou esboroamento do aço se este for deformado a quente. Como,
entretanto, teores altos de fósforo nos aços não são comuns, as estruturas do tipo apre
sentado na figura n? 97 são relativamente raras.
Quanto aos outros elementos, enxofre, manganês, sílicio e alumínio, eles são os
principais responsáveis pela formação das inclusões não-metálicas.
Estas, de acordo com sua origem, podem ser classificadas em dois grupos princi-
pais(92)<93):
— "endógenas", as quais são devidas a reações que se desenrolam durante a ela
boração do aço ou durante sua solidificação e geradas pela precipitação do enxofre e
do oxigênio sob a forma de sulfetos, óxidos, silicatos e aluminatos;
— "exógenas", derivadas de fontes externas, como de escórias, corrosão ou ero
são dos refratários das paredes do forno e canais de vazamento, metais e ligas de dis
solução difícil no banho metálico etc. Essas inclusões exógenas são geralmente consti
tuídas de silicatos, aluminatos e óxidos vários e se caracterizam por dimensões maio
res, forma irregular e constituição complexa.
É importante assinalar que o comportamento das inclusões sob o ponto de vista
de deformabilidade, quando o aço é sujeito à conformação mecânica, pode alterar o seu
característico de maior ou menor nocividade.
De fato, de início as inclusões podem ser imaginadas como partículas esféricas
ou globulares de pequenas dimensões. No processo de conformação mecânica, algu
mas delas se alongam na direção da laminação, por exemplo, enquanto outras se man
têm intátas ou se fragmentam em partículas menores(94).
Silicatos e sulfetos, por exemplo, formam estrias alongadas. Contudo, ao passoj
que as estrias de sulfetos têm extremidades com ráios apreciáveis, as de silicatos aprei
sentam nas extremidades arestas vivas, mais favoráveis à concentração de tensões e|
AÇOS-CARBONO E AÇOS LIGA 163
Fig. 97 — Aspecto micrográfico de aço meio doce moldado com alto teor de fósforo
notado pela presença de um eutético fósforoso, existente quando o teor de fósforo se
situa em torno de 0 ,4 % . Nota-se no eutético inclusão de MnS. Ataque: reativo de
nital. Aumento: 7 0 0 vezes.
iniciação de micro-fissuras.
0 alumínio, por outro lado, fragmenta-se em partículas diminutas, com menor pre
juízo para o aça
Como já se mencionou, as inclusões nos aços são de várias naturezas e são devi
das a uma série de causas, todas elas ligadas a reações que ocorrem no aço líquido,
durante seu processo de fabricação.
As causas mais importantes são(92)<95).
— precipitação, durante o processo de solidificação do aço, de óxidos e sulfetos
cuja solubilidade no aço líquido ou sólido diminui à medida que cai a temperatura;
— separação deficiente dos produtos de oxidação e desulfuração resultantes da
adição de desoxidantes e desulfurantes;
— formação de escórias nos fornos e nas panelas de vazamento;
— arrastamento para o metal líquido de produtos de erosão e corrosão do mate
rial refratário das paredes dos fornos ou dos canais de vazamento;
— adição de produtos como ferro-ligas ou aditivos de fundição, mais difíceis de
se dissolverem no banho metálico.
Em resumo as inclusões formadas em função desses vários fenômenos químicos
e mecânicos correspondem a compostos químicos como óxidos diversos, sulfetos, sili-
catos e alumipatos.
A quantidade de inclusões é muito grande; admite-se que uma tonelada de aço-
carbono comum possua cerca de 10<12) a 10(l3) inclusões somente de óxidos, sendo
que a maior quantidade, cerca de 98%, têm dimensões inferiores a 0,2 micron<95). Des
se modo, somente 1 a 2% são visíveis ao microscópio. As inclusões de sulfetos são,
em quantidade, da mesma ordem de grandeza.
No caso de "aços efervescentes", as inclusões de óxidos podem atingir dimen
sões superiores a 30 microns na camada superficial do aço(92). Esses óxidos são princi
palmente FeO, MnO, AI2O3e SÍO2e o seu agrupamento junto à superfície pode provocar
defeitos superficiais nos laminados a frio.
Outros tipos de inclusões nos aços efervescentes são os sulfetos FeS e MnS que
se localizam nas regiões de maior segregação e, portanto, são ígualmente prejudiciais.
O sulfeto de ferro possui um ponto de fusão muito baixo, em relação ao do aço
(o FeS solidifica em tomo de 1000°C), de modo que sua presença nos processos de
conformação mecânica a quente, realizados normalmente acima de 1000°C, confere
ao aço a chamada "fragilidade a quente" defeito que deve ser evitado para permitir uma
conformação mecânica correta. Nessas condições, faz-se necessária a adição de man
ganês, pois o enxofre tem maior afinidade por esse elemento do que pelo ferro e o sul
feto de manganês formado, cujo ponto de fusão é em torno de 1600°C<90>, elimina a
fragilidade a quente. Além disso, o MnS forma-se em partículas diminutas, relativamen
te plásticas, deformando-se e amoldando-se no sentido em que o material é trabalhado.
Sugere-se que a relação MnS seja superior a 4 para garantir a formação de MnS.
Contudo, como as outras inclusões, o MnS pode ser prejudicial, principalmente
nos aços efervescentes e semi-acalmados onde o teor de oxigênio é mais elevado que
o normal. Pode-se ter, então, a formação de inclusões duplex<92), caracterizadas por se
rem constituídas de silicatos monofásicos ou óxidos multifásicos possuindo uma ca
mada de sulfeto que pode atingir dimensões maiores que 100 microns. Se tais inclu
sões se formarem nas proximidades de bolhas, elas dão origem ao defeito chamado
"pontos pretos"<92>. O aço é, em conseqüencia, prejudicado quando submetido a opera
ção de dobramento e estiramento a frio.
A substituição do silício pelo alumínio na fase de desoxidação reduz o efeito noci
vo dos pontos pretos, pois seu número e dimensões ficam diminuídos.
De qualquer modo, pela ação relativamente prejudicial do enxofre, procura-se man
tê-lo até 0,05% ou pouco mais nos aços-carbono comuns e até 0,025% nos aços-liga
especiais.
Excetua-se o caso dos aços de usinagem fácil, onde a presença de MnS em quan
tidades maiores — exigindo pois maiores porcentagens de enxofre e manganês nesses
aços, interrompem a continuidade da matriz ferrítica que, como se sabe, é muito plásti
ca; obtem-se, assim, condições de usinagem mais rápida, com menor potência e me
lhor acabamento superficial.
O efeito do enxofre sobre as propriedades mecânicas dos aços é mínimo, quando
o teor de carbono é muito baixo(9l), tomando-se mais sensível, no sentido negativo, quan
do aumenta a quantidade de carbono. As propriedades mais afetadas são a resistência
à tração, a ductilidade e a tenacidade. Cumpre ressaltar, entretanto, que até o limite de
0,1% de enxofre essa influência não é tão pronunciada como às vezes se admite.
O manganês, além de atuar como agente desulfurante, atua do mesmo modo que
o silício e o alumínio, como elemento desoxidante. De fato, o manganês, ao reagir com
o oxigênio, forma o composto sólido MnO, de preferência ao CO ou CO2, evitando as
sim o desprendimento de bolhas. O MnO não exerce influência de maior vulto.
O manganês que não se combinou com o enxofre ou com o oxigênio pode atuar
de duas maneiras: quando o teor de carbono é baixo, ele se dissolve na ferrita, aumen
tando sua dureza e resistência mecânica; com teor de carbono mais elevado, admite-se
que se forme o composto Mn3C<96) que se associaria com o Fe3C, aumentando ainda
mais a dureza e a resistência do aço. Normalmente, o manganês é especificado em teo
res que variam de 0,23% a 0,90%, podendo em certos casos (aços de usinagem fácil)
apresentar valores mais elevados. Em teores acima de 1%, portanto, já deve ser consi
derada sua influência no sentido de conferir aos aços características especiais.
O silício, responsável pela formação dos silicatos, varia nos aços comuns de 0,05
a 0,30% . Dissolve-se na ferrita do mesmo modo que o fósforo, sem, contudo, afetar
apreciavelmente a sua ductilidade, embora aumente ligeiramente a sua dureza e a sua
resistência mecânica. A função principal do sílicio é a de agente desoxidante, isto é,
quando adicionado ao aço líquido, combina-se com o oxigênio, originando compostos
sólidos e evitando a combinação do oxigênio com o carbono, o que provocaria o des-
preendimento de CO ou C 02 com a resultante formação de bolhas. Entretanto, não se
AÇOS-CARBONO E AÇOS LIGA 165
— microestrutura.
— recristalização, com acentuada influência sobre o tamanho do grão, que, por sua vez, depen
de das temperaturas finais de deformação; geralmente, o trabalho a quente produz uma redu
ção do tamanho de grão do aço.
TABELA 2 0
Encruado Encruado
Estado
Propriedade com 3 0 % de com 6 0 % de
recozido
redução redução
Limite de proporcionalidade kgf/mm2 (MPa) 1 9 ,0 (190) 1 1 ,0 (110) 7 ,0 (70)
Limite de escoamento kgf/mm2 (MPa) 2 4 ,0 (240) 5 2 ,5 (515) 6 7 ,5 (665)
Limite de resistência à tração, kgf/mm2 (MPa) 4 1 ,0 (400) 5 6 ,5 (555) 6 8 ,5 (675)
Alongamento em 4", % 4 1 ,7 2 2 ,0 1 0,5
Estricção, % 65 ,8 58,0 4 3 ,0
TABELA 21
Nota-se, pelo exame das duas primeiras colunas, que somente a presença do car
bono já é suficiente para dar ao aço, laminado por exemplo, maior resistência, com pre
juízo, entretanto, da ductilidade A terceira coluna indica a restauração de certa ductili
dade pela produção da estrutura esferoidita. A última coluna indica que uma estrutura
intermediária entre a dura martensrta e a mais mole e mais grosseira esferoidal permite
obter uma resistência muito elevada com razoável ductilidade Em resumo:
A resistência à tração dos aços-carbono eleva-se com o teor de carbono até 0 ,7 /0 ,8 % de car
bono; o limite de escoamento mostra uma alteração menos acentuada e limita-se a 0 ,6 /0 ,7 % ;
o alongamento e a resistência ao choque decrescem acentuadamente. Rode-se dizer, de um modo
geral, que a resistência atinge valor máximo para cerca de 0 ,8 % de carbono, para em seguida
decrescer ligeiramente, ao passo que a ductilidade decresce sempre e mais rapidamente para
os teores mais altos de carbono.
Como se viu, as propriedades mecânicas dos aços estão intimamente relacionadas com os vá
rios constituintes estruturais, dos quais não se conhece, na realidade, as verdadeiras caracterís
ticas, com a devida precisão.
De acordo com SAVEUR0021, as propriedades mecânicas dos vários constituintes podem ser re
sumidas de acordo com o que mostra a Tabela 22.
TABELA 2 2
Limite de resis
Alongamento em Dureza Poder endurecedor
Constituinte tência à tração
2 ". % Brinell (com a têmpera)
kgf/m m 2 (MPa)
É preciso lembrar, entretanto, que as propriedades da perlita variam grandemente com o grau
de finura da sua estrutura.
AÇOS-CARBONO E AÇOS LIGA 171
Ainda segundo SAVEUR, uma vez admitido que as propriedades dos constituintes do aço sejam
aquelas, pode-se prever as propriedades de qualquer tipo de aço-carbono resfriado normalmen
te, desde que se conheça a sua estrutura e admitindo ainda que essas propriedades dependam
somente dsa quantidades relativas dos diversos constituintes. Assim, por exemplo, um aço que
apresente 5 0 % de ferrita e 5 0 % de perlita deve ter propriedades que correspondem à média
das propriedades daqueles dois constituintes.
5.1. Tendência da distribuição dos elementos de liga nos aços recozidos — Com
se sabe, nos aços recozidos, os dois microconstituintes essenciais são:
5.2. Efeito dos elementos de liga sobre a ferrita — A figura 102(I01) mostra a a
relativa de diversos elementos de liga quando dissolvidos na ferrita, no sentido de au
mentar a sua dureza (e, portanto, a resistência mecânica) antes mesmo de qualquer tra
tamento térmico. Esse aumento de resistência não é acompanhado por sensível decrés
cimo da ductilidade, como acontece quando se verifica aumento de dureza ou resistên
cia devido a modificações estruturais.
— Efeito endurecedor dos elementos de liga na presença de carbonetos — A figura 103(lol> mostra
comparativamente o efeito endurecedor na ferrita do manganês e do cromo em ligas isentas
de carbono e com 0,1% deste elemento. As faixas para as ligas contendo 0,1% de carbono indi
cam que os dados experimentais que levaram à determinação das curvas não são suficientes
nem tão precisos quanto seria desejado. De qualquer modo, a figura confirma o efeito endure
cedor dos elementos indicados, devido a sua solução na ferrita, como já foi explicado.
5.3. Efeito dos elementos de liga nos carbonetos — O segundo dos constituin
básicos dos aços esfriados lentamente é o carboneto; é conhecida a influência sobre
as propriedades dos aços da quantidade, assim como da forma e da finura da dispersão
daa partículas de carboneto.
^ Ror outro lado, sendo todos os carbonetos encontrados nos aços muito frágeis
% relativamente muito duros, sua influência sobre as propriedades de tração dos aços,
obtidos normalmente, é idêntica, independentemente das suas composições específi
cas, desde, é claro, que suas partículas apresentem as mesmas condições de dispersão.
Entretanto, propriedades especiais podem ser conferidas aos aços pela presença
de carbonetos especiais.
De qualquer modo, sob o ponto de vista de propriedades mecânicas, sobretudo
as relativas à tração, as mudanças de composição dos carbonetos pouco interesse apre
sentam.
A fase carboneto é pouco modificada pelo níquel, silício ou alumínio, a não ser
que a grafitização seja acelerada pela sua presença, desde que haja ou não pequena
porcentagem de elementos formadores de carbonetos000.
Dos elementos conhecidos como formadores de carbonetos, com exceção do man
ganês, cuja tendência formadora de carbonetos é apenas ligeiramente superior à do fer-
rot somente uma pequena quantidade daqueles elementos citados é aceita pela cemen-
tita ou pelos cristais de FejC, formando-se assim novos carbonetos, relativamente com
plexos, tais como (FeCrbC, contendo até cerca de 15% de Cr, {CrFeWCi contendo um
rpUnimo de 36% de Cr, (FeMokC, (FeW)6C, (VFeUCj, etc.
Em resumo, de um modo geral, as partículas de carbonetos, quando sua disper-
são for semelhante, atuam no mesmo sentido, diferenciando-se apenas na resistência
à tração, assim como nas propriedades espeçiais que podem conferir aos aços, depen
dendo da sua composição química.
— aumentar a temperabilidade, pelo deslocamento para a direita das curvas de ibício e fim de
transformação da austenita, no diagrama TTT;
AÇOS-CARBOlta E AÇOS LIGA 177
7»rfm m /in o 44 m /o n M o 7T
— êsse efeito, como se viu, torna possível a têmpera de secções mais grossas e a utilização
de meios de têmpera mais brandos, por exemplo, óleo ou mesmo ar, em vez de água, garantin
do uma Iestrutura temperada com maior quantidade de martensita;
— ao mesmo tempo, diminuem-se os riscos de empenamento ou fissuração;
— êsse característico é mais saliente em relação aos aços com elementos de liga que têm a
tendência de formar carbonetos, como o cromo, o molibdênio, o vanádio e outros, os quais não
só elevam a temperatura de revenido como também provocam um retardamento no amoleci
mento do aço pelo revenido, podendo-se verificar até mesmo o fenômeno de "endurecimento
secundário" ou "dureza secundária";
— aumentar a resistência à corrosão; os elementos mais atuantes nesse sentido são, como se
verá, o cromo, o níquel, o cobre e o fósforo, os quais, mesmos em teores relativamente baixos,
melhoram muito a resistência à corrosão atmosférica; o cromo, em teores elevados, torna o aço
inoxidável;
— aumentar a resistência ao desgaste;
— desloca também para a direita a curva de fim de transformação, porém relativamente pouco;
— de qualquer modo, a conseqüência imediata é o aumento da temperabilidade dos aços.
(’ ) "Hot-shortness".
AÇOS-CARBONO E AÇOS LIGA
TABELA 23
Efeitos específicos dos elementos de liga nos aços
Cr 12,8% Sem Endurece ligeiramen Aumenta a endureci Maior que o Mn Moderada 1 — Aumenta a resistência à corrosão e
(20 % com limites te; aumenta a resis bilidade moderada Menor que o W Resiste à diminuição à oxidação.
0 ,5 % C) tência a corrosão mente de dureza 2 — Aumenta a endurecibilidade
3 — Melhora a resistência a altas tem pe
raturas
4 — Resiste ao desgaste (com alto C)
Co Sem 75% Endurece considera Diminui a endurecibi Semelhante ao Fe Sustenta dureza pela 1 — Contribui ã dureza à quente pelo en
limites velmente por solução lidade no estado dis solução sólida durecimento da ferrita
sólida solvido
Mn Sem 3% Endurece acentuada- Aumenta a endureci Maior que o Fe Muito pequena nos 1 — Contrabalança a fragilidade devida
limites mente — reduz um bilidade moderada Menor que o Cr teores normais ao S
tanto a plasticidade mente 2 — Aumenta a endurecibilidade econo
micamente
-j
o
TABELA 23
Efeitos específicos dos elementos de liga nos aços (continuação)
Mo 3% * 3 7 ,5 % Produz o sistema en- Aumenta a endureci Forte; maior que Opõe-se à diminuição 1 — Eleva a temperatura de crescimento
(8% com durecível por precipi bilidade fortemente o Cr de dureza criando a de grão da austenita
0 ,3 % C) tação nas ligas Fe-Mo (Mo > Cr) dureza secundária 2 — Produz maior profundidade de endu
recimento
3 — Contrabalança a tendência à fragili
dade de revenido
4 — Eleva a dureza a quente, a resistên
cia a quente e a fluência
5 — Melhora a resistência à corrosão dos
aços inoxidáveis
6 — Forma partículas resistentes à abra-
são
, Ni Sem 10% Aumenta a resistên Aumenta a endureci Negativa Muito pequena em 1 — Aumenta a resistência de aços reco-
limites (sem relação cia e a tenacidade por bilidade ligeiramente; (grafitiza) teores baixos zidos
com o teor solução sólida mas tende a reter a 2 — Aumenta a tenacidade de aços fer-
Ti 0 ,7 5 % 6% * Produz sistema endu- Provavelmente au A maior conhecida Carbonetos persisten 1 — Reduz a dureza martensitica e a en
(1% com recível por precipita menta muito a endu tes provavelm ente durecibilidade em aços ao Cr de mé
0 ,2 0 % C) ção em ligas Ti-Fe recibilidade no esta não afetados. dio Cr
com alto Ti do dissolvido. Os Algum endurecimento 2 — Impede a formação de austenita em
efeitos de carbone- secundário aços de alto Cr
tos reduzem-na
W 6% 33% Idem em ligas Aumenta a endureci Forte Opõe-se à diminuição 1 — Forma partículas duras e resistentes
(11% com W - Fe bilidade fortemente de dureza por endure ao desgaste em aços-ferramenta
0 ,2 5 % C) com alto W em pequenos teores cimento secundário 2 — Promove dureza e resistência a altas
temperaturas
V 1% Sem Endurece moderada Aumenta muito for Muito forte Máxima para endure 1 — Eleva a temperatura de crescimento
(4% com limites mente por solução temente a endureci (V < Ti ou Cb) cimento secundário de grão da austenita (promove refi
0 ,2 0 % C) sólida bilidade do estado no do grão)
dissolvido 2 — Aumenta a endurecibilidade (quando
dissolvido)
3 — Resiste ao revenido e causa acentua
do endurecimento secundário.
182 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
A Fig. 108(l09) mostra as faixas de endurecibilidade para aço tipo SAE 5046 sem
e e com boro. Nesses aços, a temperatura de normalização para material forjado ou la
minado é de 870°C ; a temperatura de austenitização é de 843°C
Bullens<l08) cita o exemplo de um aço com 0,42% C, 1,60% Mn e 0,30% Si que,
por tempera em óleo, endurece a 55 Rockwell C somente até diâmetros de meia pole
gada, ao passo que com adição de apenas 0,001% a 0,002% de boro, poderá adquirir
a mesma dureza até diâmetros de uma e meia polegada.
Uma consequência importante da adição do boro nos aços é que esse elemento,
se não ultrapassar os teores mencionados, não altera os característicos do aço de tra
balho a quente, nem de trabalho a frio ou de usinabilidade, visto que não altera a dure
za, a resistência mecânica e a plasticidade da cementita e da ferrita, ao contrário dos
elementos de liga que ele substitui, como Mn, Ni, Cr, etc.<l07). Do mesmo modo, nos
estados recozido ou normalizado, as propriedades de um aço ao boro são praticamente
idênticas às do mesmo aço sem boro. Tais característicos, prrncipalmente a inalterabili-
dade das qualidades de trabalho mecânico ou de usinabilidade, constituem inegavelmente
uma vantagem.
Há algum tempo, foi desenvolvido nos Estados Unidos um novo grupo de aços
ao boro(U0), em substituição aos SAE ou AISI comuns ao carbono simplesmente. Esses
aços apresentam comparativamente menores teores de carbono, mas maiores teores
de manganês e boro, combinação essa que propiciou endurecibilidade crescente, per
mitindo reduções nos níveis de carbono, sem diminuição da resistência. Menor quanti
dade de carbono resulta em dureza mais baixa na condição laminada, possibilitando fá
cil conformação mecânica.
Esses aços apresentam ainda o característico de auto-revenido, devido ao baixo
carbono, que eleva a temperatura de transformação Mi a um ponto onde o revenido ocorre
logo após a transformação. Tal característico diminui as fissuras de têmpera e as proba
bilidades de empenamento, causadoras daqueles inconvenientes.
As aplicações mais importantes dos aços ao boro situam-se no campo dos aços
para cementação, em substituição aos aços com alto teor de níquel.
Finalmente, estudos vêm sendo desenvolvidos em relação ao nitrogênio, aprovei
tando o seu efeito de endurecimento por precipitação, em aços de médio teor de carbono.
A idéia básica é adicionar esse elemento, em quantidade suficiente, durante a fu
são do aço.
AÇOS-CARBONO E AÇOS LIGA 183
2 4 8 12 16 20 24 28 32
Distância da Extremidade
Resfriada, em l//g"
Fig. 108 — Faixas de endurecibilidade para aço SAE 5 0 4 6
sem e com boro
c - 0,19 a 0 ,5 3 %
Si - 0 ,0 4 a 0 ,4 4 %
Mn - 0 ,2 6 a 0 ,9 5 %
Cr - 0 ,0 4 a 0 ,2 4 %
Al - 0,001 a 0,017%
N - 0,10 a 0,17%
Como se vê, é um aço que pode ser considerado microligado e que, em virtude
do efeito endurecedor do nitrogênio, poderia eventualmente substituir aços-liga de bai
xo teor em liga, os quais para atingir elevados valores de propriedades mecânicas, de
veríam ser tratados termicamente ou endurecidos superficialmente
As vantagens desses aços para, por exemplo, aplicações automotivas, seriam, entre
outras, redução de custo e grande economia de energia, pela eliminação das operações
de tratamento térmica Há dúvidas, contudo, que precisam ser elucidadas com maiores
pesquisas, sobre o efeito na resistência à fadiga, característico importante em empre
gos na indústria automobilística.
Outro elemento de liga que está sendo intensamente pesquisado e já empregado
184 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
N + C, %
nos aços é o nióbio. Uma pequena quantidade de nióbio (0,03%) em aços-carbono co
muns, aumenta de 20 a 30% sua resistência mecânica, levando esta a um valor corres
pondente ao que seria obtido com a adição de 1% de manganês0 u). Entre outras ra
zões, admite-se que a habilidade do nióbio fortalecer o aço resulta da separação de fa
ses dispersas de carbonitreto de nióbio — Nb(C,N) — formadas durante a decomposi
ção da solução sólida supersaturada para uma solução sólida em equilíbrio e partículas
dispersas. Os precipitados dispersos de carbonitreto de nióbio são observados tanto nas
condições de laminação a quente como normalizada010.
As adições de nióbio produzem igualmente uma estrutura mais fina e conferem
maior resistência ao crescimento do grão austenítico a altas temperaturas.
Nos aços inoxidáveis, o nióbio forma um carboneto de nióbio, removendo o car
bono que pode formar o carboneto de cromo, prejudicial em certos tipos de aços inoxi
dáveis012).
Nos aços para ferramentas, esse elemento é considerado uma alternativa viável
para substituir os elementos mais tradicionais, fortes formadores de carbonetos(ll3).
—aços-liga de baixo teor em liga, ou seja aqueles em que os elementos residuais estão presen
tes acima dos teores normais, ou onde ocorre a presença de novos elementos de liga, cujo teor
total não ultrapassa um valor determinado (normalmente 3 ,0 a 3,5% ). Nestes aços, a quantida
de total de elementos de liga não é suficiente para alterar profundamente as estruturas dos aços
resultantes, assim como a natureza dos tratamentos térmicos a que devam ser submetidos;
—aços-liga, de alto teor em liga, em que o teor total dos elementos de liga é, no mínimo, de
10 a 12%. Nessas condições, não só a estrutura dos aços correspondentes pode ser profunda
mente alterada, como igualmente os tratamentos térmicos comerciais sofrem modificações, exi
gindo ainda técnica e cuidados especiais e, frequentemente, operações múltiplas;
—aços-liga, de m édio teor em liga, que poderiam ser considerados como constituindo um gru
po intermediário entre os dois anteriores.
— perlíticos, sem elementos de liga ou com elementos de liga em teores relativamente baixos
(até o máximo de 5% ); suas propriedades mecânicas, em função do teor de carbono e de ele
mento de liga, podem ser consideravelmente melhoradas por tratamento térmico de têmpera
e revenido; também em função do teor de carbono, sua usinabilidade pode ser considerada boa;
— martensíticos, quando o teor de elemento de liga supera 5% ; apresentam dureza muito ele
vada e baixa usinabilidade;
— austenfticos, caracterizados por reterem a estrutura austenítica à temperatura ambiente, de
vido aos elevados teores de certos elementos de liga (Ni, Mn ou Co); os inoxidáveis, não mag
néticos e resistentes ao calor, por exemplo, pertencem a esse grupo;
— ferrítícos, igualmente caracterizados por elevados teores de certos elementos de liga (Cr, W
ou Si), mas com baixo teor de carbono. Não reagem à têmpera; no estado recozido, caracteri
zam-se por apresentar estrutura predominante ferrítica, com eventualmente pequenas quanti
dades de cementita;
— aços para trilhos, cujas condições de serviço exigem característicos de boa resistência me
cânica, boa resistência ao desgaste etc.; são, tipicamente, aços ao carbono;
—aços para chapas, que devem apresentar excelente deformabilidade, boa soldabilidade, entre
outras qualidades;
— aços para tubos, com, em princípio, as mesmas qualidades dos aços para chapas; como os
anteriores, são normalmente ao carbono, embora, nestes últimos, algumas aplicações podem
exigir a presença de elementos de liga;
— aços para arames e fios, os quais, conforme aplicações, podem apresentar característicos
de resistência à tração realmente notáveis;
— aços para molas, caracterizados por elevado limite elástico;
— aços de usinagem fácil, caracterizados pela sua elevada usinabilidade, teores acima dos nor
mais dos elementos enxofre e fósforo, principalmente o primeiro, e, eventualmente, à presença
de chumbo;
— aços resistentes ao desgaste, entre os quais o mais importante é o que apresenta manganês
em quantidade muito acima do normal (entre 10 e 14%), além de alto carbono (entre 1,0 e 1,4%);
— aços resistentes à corrosão (também chamados "inoxidáveis"), com elevados teores de cro
mo ou cromo-ntquel;
— aços resistentes ao calor (também chamados "refratários"), caracterizados por apresenta
rem elevados teores de cromo e níquel e por possuírem elevada resistência à oxidação pelo ca
lor e por manterem as propriedades mecânicas a temperaturas acima da ambiente, às vezes,
relativamente elevadas;
— aços para fins elétricos, empregados na fabricação de motores, transformadores e outros
tipos de máquinas e aparelhos elétricos, caracterizados por apresentarem silício em teores aci
ma dos normais (até 4 ,7 5 % ), ou altos teores de cobalto (até 5 0 % ) ou altos teores de níquel;
— aços para fins magnéticos, com alto teor de carbono, cromo médio, eventualmente tungstê
nio relativamente elevado, eventualmente molibdênio e (os melhores tipos) elevada quantidade
de cobalto (até cerca de 40 % ); esses aços, quando temperados, apresentam o característico
de imantação permanente representado pelo produto (BH) max. bastante elevado;
— aços sintetizados, produtos da metalurgia do pó, incluindo ferro praticamente isento de car
bono, aços comuns e aiguns aços especiais, de aplicação crescente na indústria moderna.
X
— forma da peça, a qual é determinada, dentre outros fatores, em função do sistema de esfor
ços que ela deverá suportar.
2.1. Forma da peça — Geralmente, todas as peças são constituídas de um "cor
po", no qual se anexam flanges, saliências, nervuras, etc. Assim sendo, ao projetar-se í
uma peça fundida, os seguintes pontos devem ser levados em consideração014).
— sob o ponto de vista estrutural, em peças sujeitas a esforços de flexão, diminuir a quantidade
de material no eixo neutro (na posição em que não há esforços); a resistência ao dobramento
poderá ser aumentada pela adição de nervuras de diferentes alturas e espessuras;
— em peças sujeitas a esforços de torção, considerar secções ou perfis fechados, o que nem
sempre pode ser conseguido facilmente, de modo que esse tipo de construção só deverá ser ad
mitido, quando a alta resistência à torção é imprescindível;
— evitar ângulos vivos, pois aí pode haver concentração de tensões, causando a ruptura.
2.2. Escolha das espessuras das paredes — Determinada a forma da peça, de
ve-se procurar que as paredes apresentem espessura a mais uniforme possível, compa
tível com as exigências da fundição. A mudança brusca de espessura pode causar de
feitos de fundição e fissuras superficiais. Um aumento localizado de espessura da pare
de, com o objetivo de garantir uma melhor resistência mecânica, pode comprometer
a homogeneidade da peça fundida.
A resistência e a homogeneidade de uma peça fundida dependem mais da unifor
midade da espessura do que do reforço localizado em certas partes, de modo que é
preferível, às vezes, modificar a sua forma, do que aumentar certas espessuras de pa
redes.
Na impossibilidade de ter-se uma espessura uniforme de paredes, como é o caso
de peças de formas complicadas, deve-se procurar reduzir ao mínimo a quantidade de
espessuras diferentes.
Por outro lado, havendo sido diminuído a um mínimo o número de espessuras di
ferentes, é necessário que a transição de uma espessura para outra seja progressiva
e uniforme; essas transições devem ser na direção de uma área que possa ser alimenta
da com metal líquido e devem evitar mudanças bruscas de secções que sempre produ
zem defeitos de fundição.
— baixa fluidez;
— contração elevada;
— pequena resistência a cerca de 1480°C .
<* *) Maiores pormenores podem ser obtidos pela consulta dos trabalhos indicados na Bibliografia e
outros, tais como "Steel Castings", "Cast Metals Handbook", "The Metallurgy of Steel Castings", "A
Practical Guide to the Design of Steel Castings", etc.
— aços-liga de baixo teor em liga (teor total de liga inferior a 8% )
— aços-liga de alto teor em liga (teor total de liga superior a 8 % )
Desses aços, não serão discutidos neste Capítulo os de alto teor em liga, visto
que são aços para aplicações especiais, como resistência à corrosão, ao calor, ao des
gaste, para cujo estudo serão dedicados Capítulos particulares.
C - 0,16 a 0,19%
Mn - 0 ,5 0 a 0 ,8 0 %
Si - 0 ,3 5 a 0 ,7 0 %
P — 0 ,0 5 % max.
S — 0 ,0 6 % max.
C - 0 ,2 0 a 0 ,5 0 %
Mn - 0 ,5 0 a 1,50%
Si - 0 ,3 5 a 0 ,8 0 %
P — 0 ,0 5 % max.
S — 0 ,0 6 % max.
perar.
> aços possuem também boas usinabilidade e soldabilidade.
500
400
300
200
100
0,05 0,10 0,15 0,1 i
TEOR E CARBONO, %
i
1 £
TEOR DE CARBONO) %
A maioria das aplicações industriais de peças fundidas são feitas com esses tipos
de aços, destinadas sobretudo às indústrias automobilística, ferroviária, naval, de equi
pamento elétrico, maquinário agrícola, equipamento de escavação e construção etc.
Os aços carbono para peças fundidas de alto teor de carbono apresentam a se
guinte faixa de composição química:
C — acima de 0 ,5 0 %
Mn - 0 ,5 0 a 1,50%
Si - 0 ,3 5 a 0 ,7 0 %
P — 0 ,0 5 % max.
S — 0 ,0 5 % max.
a 225
X
a
g
g
200
175
TABELA 2 4
Médio C Alto C
Baixo C
Propriedade (0 2 0 a 0 ,5 0 % ) (0 ,5 0 a 0 ,9 0 % )
(0,10 a 0 ,2 0 % )
no estado recozido no estado recozido
Limite de escoamento
kgf/mm2 (MPa) 2 0 -2 7 (2 0 0 -2 7 0 ) 2 4 -3 7 (2 4 0 -3 6 0 ) 3 8 -4 7 (3 7 0 -4 6 0 )
Limite de resist. à tração,
kgf/mm2 (MPa) 3 9 -4 8 (3 8 0 -4 7 0 ) 4 8 -6 8 (4 7 0 -6 7 0 ) 66-91 (6 5 0 -8 9 0 )
Alongamento, % 3 7 a 32 31 a 17 18 a 3
Estricção, % 6 2 a 52 52 a 23 26 a 3
Dureza Brinell 118 a 132 1 20 a 2 0 0 1 87 a 2 5 2
3.2. Aços-liga para fundição — Serão tratados apenas os aços com teor total
elementos de liga inferior a 8%. Tais aços foram desenvolvidos com o objetivo de su
portarem maiores pressões, maiores esforços de tração, temperaturas de serviço tanto
baixas, como elevadas, apresentando maior dureza, maior tenacidade, maior resistência
ao desgaste, maior resistência ao choque, assim como superior temperabilidade. Sua
resistência à tração, dependendo do tipo e da quantidade de elementos de liga presen
tes e dos tratamentos térmicos a que se submetam, pode variar de cerca de 50 kgf/mm2
(490 MPa) até aproximadamente 140 kgf/mm2 (1370 MPa).
São utilizados em máquinas-ferramenta, turbinas de vapor, equipamento de trans
porte, de escavação, para indústria química, para indústria naval, para refino de petró
leo, para indústria de papel, para indústria aeronáutica e inúmeras outras aplicações nos
campos da engenharia e da indústria.
Dentre os elementos de liga utilizados, o manganês é considerado o mais econô
mico, apresentando, por outro lado, um efeito muito importante sobre a temperabilidade
do aço. Assim sendo, é comum a utilização de aços ao manganês para fundição con
tendo 1% a 2% de Mn.
Outros elementos comumente adicionados são: vanádio, titâno e alumínio, quan
do se deseja refino de grão em aços normalizados; níquel ou molibdênio que, como o
manganês, aumentam a temperabilidade do aço, permitindo o seu esfriamento ao ar;
do mesmo modo, agem o cromo e o cobre, em maior grau, sendo que o cobre, além
de melhorar ligeiramente a resistência à corrosão, confere às vezes aos aços que o con
tém, o característico de endurecerem por precipitação, o que resulta em limite de es
coamento e de resistência à tração mais elevados.
A adição simultânea de cromo, molibdêno, vanádio e tungstênio(U4) confere às pe
ças fundidas boas condições de serviço, quando as mesmas estão sujeitas a tempera
turas de vapor até cerca de 6 5 0 °C. Aços com níquel e níquel-vanádio estão sendo usa
dos para peças sujeitas a temperaturas sub-zero, devido a boa tenacidade que apresen
tam a essas temperaturas. Para peças com boa resistência ao desgaste, o cromo é o
elemento mais indicado, sobretudo em conjunto com outros elementos como o molib
dênio, níquel, vanádio ou manganês. Do mesmo modo, em peças em que se deseja alta
resistência ao desgaste, além de alta resistência mecânica, recomendam-se aços ao
níquel-vanádio, manganês-molibdênio e níquel-manganês.
Na realidade, é possível, em face dos elementos de liga disponíveis cujos efeitos
são perfeitamente conhecidos, realizar um número muito grande de combinações, re
sultando talvez em centenas de composições químicas diferentes. No momento, cerca
de 70 a 100 combinações estão à disposição dos interessados sendo duvidoso, entre
tanto, que tantas composições seja econômicas e de fato necessárias.
Alguns tipos mais comuns são abordados a seguir:
mais. Como se viu, o efeito do níquel se faz sentir principalmente na ferrita, onde se
dissolve, fortalecendo-a. Além disso, tende a produzir, nos aços de baixo e médio car
bono, uma estrutura fina, o que contribui para a melhora da resistência e da tenacidade
do aço, sem afetar sua ductilidade. No estado recozido, portanto, os aços fundidos ao
níquel possuem excelentes resistência à tração e tenacidade.
Um aço com baixo carbono (0,10% a 0,15%), teores normais de manganês e silí
cio e com níquel em torno de 2,50% apresenta as seguintes propriedades mecânicas
aproximadas: limite de escoamento 35 kgf/mm2(340 MPa); limite de resistência à tra
ção 50 a 60 kgf/mm2(490 MPa a 590 MPa); alongamento em torno de 35%; estricção
em torno de 65% e resistência ao choque de 4 a 10 kgfm(39 a 98 J). Os aços-níquel para
fundição caem normalmente dentro da seguinte faixa de composição:
carbono — 0,15% a 0 ,6 0 %
manganês — 0 ,5 0 % a 1,00%
silício — 0 ,2 0 % a0 ,7 5 %
níquel — 0 ,5 0 % a3 ,5 0%
carbono — 0 ,2 5 % a 0 ,5 0 %
manganês — 1,00% a 3 ,0 0%
sílicio - 0 ,2 5 % a 0 ,7 0 %
sendo que para a maioria das aplicações o carbono é mantido abaixo de 0,40% e o
manganês abaixo de 1,75%. Com carbono em teor de 0,32% e manganês 1,48%, o
limite de resistência à tração, no estado normalizado, é de aproximadamente 60
kgf/mm2(590 MPa); aumentando ligeiramente o carbono — para 0,35% — e o manga
nês passando a 1,60%, o valor daquela propriedade torna-se cerca de 70 kgf/mm2(690
MPa), no estado temperado e revenido a 620°C. Nos dois exemplos anteriores — sem
mum nos aços para fundição ao manganês — melhora ainda mais a resistência mecâni
ca. Assim <ll6), um aço contendo 0,32% de carbono, 1,60% de manganês e 0,40%
de molibdênio apresenta um limite de resistência à tração da ordem de 95 kgf/mm2(930
MPa), nos estado temperado e revenido a 6 2 0 °C. Nos dois exemplos anteriores — sem
molibdênio — o aço após normalizado foi revenido a cerca de 650°C. O último exemplo
dado comprova, por outro lado, que os melhores resultados são obtidos quando os aços
são submetidos à têmpera e revenido. A normalização seguida de revenido adequado
também apresenta excelentes resultados, não só quanto à resistência mecânica, como
também quanto à ductilidade.
Aços fundidos ao manganês são empregados em peças para equipamento de es
cavação e construção de estradas que exigem tenacidade aliada à resistência ao des
gaste.
198 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
carbono — 0 ,2 0 % a 0 ,6 0 %
cromo — 0 ,5 0 % a 3 ,5 0 %
carbono — 0 ,2 0 % a 0 ,4 0 %
manganês — 0 ,5 0 % a 1,00%
silício - 0 ,2 5 % a 0 ,7 5 %
vanádio — 0,10% a 0 ,2 0 %
carbono — 0 ,3 0 % a 1,00%
manganês — 0 ,6 0 % a 1,00%
sitício - 0 ,3 0 % a 0 ,7 0 %
cromo — 0 ,5 0 % a 2 ,0 0 %
níquel - 1,00% a 4 ,0 0 %
AÇOS PARA FUNDIÇÃO 199
carbono — 0 ,2 0 % a 0 ,4 0 %
níquel — 0 ,5 0 % a 2 ,5 0 %
manganês — 1,00% a 1,70%
\
São aços recomendados em aplicações onde as peças estão sujeitas a esforços
consideráveis, como em certas partes de equipamentos ferroviário, de construção e es
cavação, etc. Sua resistência à tração, no estado normalizado e revenido, chega facil
mente a 70 kgf/mm2 (690 MPa) com limite de escoamento de cerca de 45 kgf/mm2
(440 MPa).
carbono — 0,15% a 0 ,4 0 %
manganês — 0 ,6 0 % a 1,00%
níquel — 0 ,5 0 % a 2 ,5 0%
molibdênio — 0 ,2 0 % a 0 ,6 0 %
carbono — 0 ,2 0 % a 1,00%
cromo — 0 ,7 5 % a 1,70%
molibdênio — 0 ,2 0 % a 0 ,6 0 %
Muitos outros tipos de aços-liga para fundição com dois ou mais elementos de
liga são conhecidos e usados, como por exemplo, açõs ao cromo-vanádio, ao manganês-
vanádio, ao manganês-cromo-molibdênio, etc.
Têm sido empregados onde se verificam temperaturas moderadamente elevadas.
Todos eles apresentam propriedades superiores aos aço-liga de que se originaram com
um só elemento liga, quer propriedades mecânicas em si, quer melhores característicos
de endurecimento, quer melhor resistência à corrosão ou ao calor.
O seu estudo completo não cabe dentro das finalidades da presente obra.
Recomenda-se pois, aos engenheiros e metalurgistas que se interessam pelo assunto,
que consultem a excelente obra "Cast Metals Handbook", editada pela "American
Foundrymen's Society", assim como o "Metals Handbook — 9 f Ed. — Vol I — Proper-
ties and Selection o f Metals: Iron and Steels", editado pela "American Society for Me
tals", que apresentam dados condensados, mais completos sobre os principais tipos de
aços para fundição.
5. Soldabilidade dos aços para fundição — Peças de aço fundido são f reqüente
te soldadas; a sua soldagem envolve as mesmas considerações que são feitas a respeito
de peças de aço forjado ou transformado mecanicamente com a mesma composição quí
mica. A Tabela 2 5 ° 17) relaciona a composição química à soldabilidade dos aços, verifican-
do-se que, à medida que aumenta o teor de carbono, o aço torna-se cada vez mais difícil
de ser soldado, devido ao efeito de endurecimento pelo resfriamento após a soldagem, na
zona afetada pela solda. Verifica-se, ainda, que nesses aços de carbono elevado, assim co
mo nos aços-liga de baixo teor em liga, é necessário um preaquecimento e um tratamento
para alívio de tensões.
TABELA 25
Soldabilidade de aços
Tipos Recozimento
Soldabilidade Pre-aqueci-
de Com posição para alivio
geral m ento
Aço de tensões
AÇOS ESTRUTURAIS
— aços-carbono;
— ductilidade e homogeneidade;
(* I Na realidade, cerca de 8 0 % do aço usado é comum de baixo carbono, laminado a quente lou, às vezes,
encruado).
Com exceção da resistência à corrosão, todos os outros requisitos são satisfeitos
em maior ou menor grau pelos aços-carbono, de baixo a médio carbono, obtidos por
laminação, cujos limites de resistência à tração variam de 40 a 50 kgf/mm2 (390 a 490
MPa) e cujo alongamento gira em torno de 20%.
De fato, o teor de carbono relativamente baixo e o trabalho a quente proporciona
do pela laminação dos perfis estruturais garantem a ductilidade necessária, além de
produzir uma homogeneidade muito boa em toda a extensão das peças, com pequenas
variações de resistência à tração e à compressão, variações essas que, entretanto, não
chegam a prejudicar. A ductilidade que esses aços apresentam, por outro lado, garante
excelente trabalhabilidade em operações tais como corte, furacão, dobramento, etc., sem
que se originem fissuras ou outros defeitos.
0 limite de escoamento, assim como o módulo de elasticidade, característicos de
grande importância no projeto e cálculo das estruturas, são nos aços referidos perfeita-
mente satisfatórios, sobretudo considerando-se que sua resistência não deve ser ne
cessariamente muito elevada.
A soldabilidade é um característico muito importante para esse tipo de material
de construção, visto que a soldagem de peças estruturais é comum. Os aços-carbono
comuns também satisfazem plenamente esse requisito, pois podem ser soldados sem
alteração da estrutura. Da mesma maneira, o corte por chama, muito empregado em
peças estruturais, pouco afeta os aços em estudo, sob o ponto de vista de alterações
estruturais, nas vizinhanças da zona de corte.
Finalmente, a resistência à corrosão só é alcançada com adição de pequenos teo
res de cobre, elemento que, adicionado em teores muito baixos, da ordem de 0,25%,
melhora aquela propriedade de mais ou menos duas vezes em relação ao mesmo aço
sem cobre.
F*ara a maioria das aplicações estruturais, o teor de carbono desses aços varia de
0,15% a 0,40%, com os outros elementos (Mn, Si e S) nos teores considerados nor
mais. 0 aço com carbono e manganês em torno de 0,20% e 0,50% respectivamente,
apresenta limite de escoamento de cerca de 24,5 kgf/mm2 (245 MF*a) e limite resistên
cia de 42,0 kgf/mm2 (410 MF*a).
A elevação do teor de carbono aumenta esses limites, atuando no mesmo senti
do, como se sabe, embora em menor grau, a elevação do teor de manganês. A melhora
desses característicos é feita, contudo, à custa da trabalhabilidade ou defórmabilidade
do aço que decrescem, de modo que é necessário levar em conta esses fatores quando
se projeta a utilização de um aço de maior resistência mecânica.
Nas estruturas, os perfis de aço-carbono utilizados são os mais diversos,
sobressaindo-se os seguintes: barras redondas (inclusive as empregadas em concreto
armado), quadradas, hexagonais, ovais, barras chatas, cantoneiras, tês, eles, duplos tês,
etc.
Todos esses perfis são produzidos por laminação e empregados nesse estado, ge
ralmente sem qualquer tratamento térmico ou mecânico posterior.
Os aços de alto carbono — em torno do eutetóide ou mesmo acima — já são
considerados materiais de natureza e aplicações especiais, visto que são utilizados na
forma de fios ou barras, geralmente com tratamento térmico particular ou no estado
encruado, em estruturas do tipo de pontes pênseis, concreto protendido, cabos, etc.
Como já foi mencionado, uma das aplicações importantes dos aços-carbono es
truturais é em concreto armado. F*ara esse emprego, os aços-carbono podem ser classi
ficados da seguinte maneira018):
indústria de construção civil, desde há muito tempo classificados pela ABNT nas cate
gorias CA-25 e CA-32, com limites mínimos de escoamento de 25 kgf/mm2 (250 MPa)
e 32 kgf/mm2 (310 MPa) respectivamente.
Fabrica-se muito no Brasil, igualmente, o aço CA-50, como vergalhão para con
creto armado, cujo limite de escoamento é de 50 kgf/mm2 (490 MPa).
Alguns tipos pertencentes a esse grupo apresentam secções diferentes da redon
da lisa, como em "estrela", cuja forma da secçâo transversal permite alta aderência.
O sèu diagrama tensão-deformação apresenta um nítido patamar de escoamento
e grande deformação antes da ruptura.
Os aços pertencentes ao segundo grupo — encruados a frio — caracterizam-se
por apresentarem superior resistência, devida justamente ao encruamento que sofrem
durante a sua fabricação. Podem ser esses aços subdivididos nos seguintes grupos:
Os primeiros são aços trefilados, isto é, após a laminação a quente, são submeti
dos a uma trefilação a frio, verificando-se uma compressão radial do material e uma
tração apreciável, ambos os fenômenos sendo responsáveis pela modificação estrutu
ral do aço e pelo consequente aumento da resistência. Consegue-se assim um limite
convencional n da ordem de 60 kgf/mm2 (590 MPa), embora com diminuição do alon
gamento que baixa para 6 a 8%. O limite de resistência à tração pode atingir valores
entre 65 e 75 kgf/mm2 (640 e 740 MPa).
Os aços encruados por torção — já sujeitos a especificações brasileiras**’ — são
obtidos mediante torções e estiramentos simultâneos, conseguindo-se, dessa maneira,
limites convencionais n da ordem de 40, 50 e 60 kgf/mm2 (390, 490 e 590 MPa), con
forme a categoria do aço. O limite de resistência, conforme estabelecido nas especifica
ções, deve ser pelo menos 10% acima do limite convencional n, com o objetivo de evi
tar uma aproximação muito grande e perigosa entre escoamento e ruptura. Ainda de
acordo com as especificações, os alongamentos variam de 8% min. a 10% min.
Finalmente, os aços encruados por compressão, também chamados de aços "mor
didos", são obtidos mediante a aplicação de um sistema de compressão ou "mordida",
em duas direções perpendiculares, produzindo-se um achatamento dos grãos e seu con-
seqüente alongamento na direção do eixo da barra. As características mínimas exigidas
para esses tipos de aços são: limite convencional n de 50 kgf/mm2 (490 MPa), limite
de resistência à tração de 55 a 66 kgf/mm2 (540 a 650 MPa) e alongamento de 4 a
6%. Como se vê, esses aços são menos dúcteis que os torcidos.
Em 1972, a ABNT lançou a especificação FB-3 relativa a "barra e fios de aço des
tinados a armaduras de concreto armado", na qual esses materiais são divididos em
cinco categorias — CA-25, CA-32, CA-40, CA-50 e CA-60 (apenas para fios), em que
os algarismos indicam as tensões mínimas de escoamento ou de limite convencional
n em kgf/mm2.
Quanto aos aços utilizados em concreto protendido, convém inicialmente men
cionar que as secções das barras de aço para esse tipo de aplicação são geralmente
menores que as usuais para concreto armado: até 8 mm de diâmetro, com o que se
consegue resistências mecânicas mais elevadas.
No Brasil, fabrica-se os seguintes aços para concreto protendido*118):
— aço trefilado patenteado;
— aço estabilizado.
C - 0 ,6 0 a 0 ,9 0 %
Mn - 0 ,5 0 a 0 ,9 0 %
Si - 0,10 a 0 ,3 5 %
S — 0 ,0 5 % max.
P — 0 ,0 5 % max.
É preciso insistir no fato de que os efeitos acima devem ser conseguidos sem afe
tar muito a trabalhabilidade e a soldabilidade do aço. Realmente, as aplicações desses
materiais em estruturas fixas de edifícios, pontes, reservatórios ou empregos semelhantes
e em estruturas móveis, no campo do transporte (indústria automobilística, ferroviária,
aeronáutica etc.) exigem:
a) que os aços possam ser fabricados facilmente e economicamente por deformação mecânica
a frio ou a quente, além de poderem sofrer rapidamente deformações e operações tais como
dobramento, corte, furação, rebitagem e qualquer tipo de usinagem:
AÇOS ESTRUTURAIS 207
b) que possam ser facilmente soldados pelos processos normais de soldagem, devendo ainda
a solda resultante apresentar suficiente resistência e ductilidade, correspondentes pelo menos
à do aço comum.
C 0 ,6 0 a 0 ,2 8 %
p 0,01 a 0,12%
Si 0,01 a 0 ,9 0 %
Mn 0 ,3 5 a 1,60%
Cu 0 a 1,25%
Cr 0 a 1,80%
Ni 0 a 5 ,2 5 %
Mo 0 a 0 ,6 5 %
Zr 0 a 0,12%
Al 0 a 0 ,2 0 %
S 0 a 0 ,0 3 %
Ti 0 a 0 ,0 5 &
B 0 a 0 ,0 0 5 %
Nb 0 a 0,10%
A função desses elementos já é conhecida. Contudo, será feita a seguir uma rápi
da recapitulação da matéria:
des. Do mesmo modo que o carbono e o manganês, o fósforo também melhora o limite
de fadiga dos aços, aproximadamente na mesma proporção que o aumento da resistên
cia.
cimento do aço para a laminação, evitando-se assim sua penetração por entre os con
tornos dos grãos.
Outras adições que estão sendo desenvolvidas correspondem a terras raras — so
bretudo cério, lantânio ou prasiodímio — ou "mish-metal" (liga de cério, lantânio e didi-
m j o ) (119) (120) em aplicações envolvendo sulfeto de hidrogênio e outros gases sulforosos,
como em linhas soldadas de tubulações de aço, onde, juntamente com adições de cál
cio, evita-se o início de formação de bolhas internas, mediante a esferoidização de in
clusões não metálicas.
As adições de terras raras produzem sulfetos de pontos de fusão mais elevados,
os quais, na laminação a quente, não se alongam, melhorando os característicos de te
nacidade na secção transversal.
3.1. Tipos de aços de alta resistência e baixo teor em liga — Esses aços pod
ser agrupados em quatro categorias019):
a — Aços estruturais perlíticos, na condição laminada, com um mínimo de limite
de escoamento de 28 a 35 kgf/mm2 (275 a 345 MPa);
b — Aços-carbono normalizados ou temperados e revenidos, com um mínimo de
lirríite de escoamento de 29,5 a 70,0 kgf/mm2 (290 a 690 MPa);
c — Aços de baixo teor em liga temperados e revenidos, com um limite de escoa
mento mínimo de 56 a 77 kgf/mm2 (550 a 760 MPa);
d — Aços microligados, com uma combinação de micro-adições de determinados
elementos de liga, de alto limite de escoamento, obtidos em condições controladas de
laminação e forjamento.
A Tabela n? 26(U8) apresenta alguns tipos pertencentes à categoria (a):
210 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 26
Alguns tipos de aços estruturais de alta resistôncia e baixo teor de liga perlfticos (lam inados a quente)
c Mn P S Si Cr Ni Mo Cu V Outros
0 ,2 0 1,25 0 ,0 2 5 — 0 ,2 5 — — — 0 ,2 5 — — .
0 ,1 7 1 ,1 0 0 ,1 2 — 0 ,0 8 — — — 0 ,3 0 0 ,0 5 —
0 ,1 5 0 ,7 5 0 ,0 6 — 0 ,2 5 0 ,3 0 0 ,7 5 — 0 ,4 0 — —
0 ,1 0 0 ,7 5 0 ,0 9 — 0 ,1 0 — 0 ,6 0 0 ,1 3 1 ,1 5 — 0 ,2 0 Al
0 ,1 5 0 ,5 7 0 ,0 8 — 0 ,2 5 0 ,2 5 0 ,7 5 0 ,3 0 0 ,3 5 — —
0 ,0 8 0 ,6 5 0 ,0 2 5 — 0 ,0 8 — — — 0 ,1 5 0 ,0 4 * —
0 ,2 0 1 ,1 0 0 ,0 2 5 — 0 ,2 5 — — — 0 ,2 5 0 ,0 4 0 ,0 1 Ti
0 ,1 5 0 ,7 5 0 ,0 1 5 — 0 ,6 5 — — — 0 ,2 0 — 0 ,0 4 Ti; 0 ,0 4
Zr
0 ,1 5 0 ,7 0 0 ,0 4 — 0 ,7 5 0 ,5 5 — 0 ,1 5 — — 0 ,0 4 Zr
0 ,1 5 0 ,7 5 0 ,0 5 5 — 0 ,1 0 — 0 ,7 5 — 0 ,6 5 — —
0,11 0 ,6 5 0 ,0 1 5 — 0 ,5 0 0,21 0 ,1 5 0 ,0 6 0 ,2 8 0 ,0 8 0 ,0 1 Ti
0 ,1 0 0 ,7 5 0 ,1 0 — 0 ,6 0 0 ,7 5 0 ,8 5 — 0 ,8 5 — 0 ,0 6 Zr
0 ,1 2 0 ,7 5 0 ,0 8 - 0 ,2 5 - 0 ,5 5 0 ,1 0 0 ,5 5 - -
Alguns tipos de aços de alta resistência e baixo teor em liga tratados termicamente
c Mn P Si Cr NI Mo Cu V Outros
0 ,2 8 1 ,5 0 0 ,0 2 5 0 ,2 5 — — 0 ,1 5 — — —
0 ,2 8 0 ,7 5 0 ,0 2 5 0 ,7 5 0 ,5 0 — 0 ,1 6 — — 0 ,1 2 Zr
0 ,1 2 0 ,5 0 0 ,0 2 5 0 ,2 5 — 1,8 5 — 1 ,0 0 — —
0 ,1 8 1 ,0 0 0 ,0 2 5 0 ,2 5 — 1,3 5 0 ,2 5 0 ,6 5 — —
0 ,1 8 0 ,7 5 0 ,0 2 5 0 ,1 0 — 1,50 0 ,2 5 1 ,2 5 —
0 ,1 5 0 ,8 0 0 ,0 2 5 0 ,2 5 0 ,6 0 0 ,8 5 0 ,5 0 0 ,3 5 0 ,0 5 0 ,0 0 4 B
0 ,1 2 /0 ,2 1 0 ,4 5 /0 ,7 0 0 ,0 3 5 0 ,2 0 /0 ,3 5 — — 0 ,5 0 /0 ,6 5 — — 0 ,0 0 1 /0 ,0 0 5 B
0 ,1 2 /0 ,2 1 0 ,4 5 /0 ,7 0 0 ,0 3 5 0 ,2 0 /0 ,3 5 — 1 ,2 0 /1 ,5 0 0 ,4 5 /0 ,6 0 — — 0 ,0 0 1 /0 ,0 0 5 8
0 ,1 2 /0 ,2 1 0 ,4 5 /0 ,7 0 0 ,0 3 5 0 ,2 0 /0 ,3 5 0 ,8 5 /1 ,2 0 1 ,2 0 /1 ,5 0 0 ,4 5 /0 ,6 0 — — 0 ,0 0 1 /0 ,0 0 5 B
0,12/(321 0 ,9 5 /1 ,3 0 ^0,035 . 0 ,2 0 /0 ,3 5 '0 ,4 0 /0 ,6 5 ,0 ,3 0 /0 ,7 0 0 ,2 0 /0 ,3 0 — 0 ,0 3 /0 ,0 8 0 ,0 0 0 5 B
0 ,1 8 0 ,1 0 /0 ,4 0 0 ,0 2 5 0 ,1 5 /0 ,3 5 1 ,0 0 /1 ,8 0 2 ,0 0 /3 ,2 5 0 ,2 0 /0 ,6 0 — — —
0 ,1 2 0 ,6 0 /0 ,9 0 0 ,0 1 5 0 ,1 5 /0 ,3 5 0 ,4 0 /0 ,7 0 4 ,7 5 /5 ,2 5 0 ,3 0 /0 ,6 5 — 0 ,0 5 /0 ,1 0 —
212 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
c Mn P s Si V Outros
0 ,0 9 1 ,25 0 ,0 1 0 0 ,0 1 2 0 ,3 0 0 ,0 9 0 ,0 5 Al; 0 ,0 0 5 N; 0 ,0 9 Nb
0 ,1 6 1 ,4 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 ,3 0 0 ,0 2 0,01 Nb
0 ,1 8 1 ,60 0 ,0 3 0 ,0 3 0 ,6 0 0 ,0 5 —
0 ,0 6 0 ,4 5 0,01 0 ,0 2 0 ,1 0 — 0 ,0 2 Nb
0 ,0 6 0 ,7 5 0,01 0 ,0 2 0 ,1 0 — 0 ,0 4 Nb
0 ,0 6 0 ,9 5 0,01 0 ,0 2 0 ,1 0 — 0 ,1 0 Nb
0 ,1 0 0 ,4 0 - - - - 0 ,0 5 Ti; 0,01 Al
COR-TEN (ao Cr-Si-Ni-Cu-P), com 0,12 C max; 0,20/0,50 Mn; 0,70/0,15 P; 0,05
S; 0,25/0,75 Si; 0,25/0,55 Cu; 0,65 Ni max.; 0,30/1,25 Cr.
TRI-TEN "E" (ao Mn-Cu-V), com 0,22 C max.; 1,25 Mn max.; 0,04 P max.; 0,05
S max.; 0,20 Cu min.; 0,02 V min.
REPUBLIC DOUBLE STRENGHT (ao Ni-Cu-Mo), com 0,12 C max.; 0,50/1,0 Mn;
0,04 P max.; 0,05 S max.; 0,50/1,00 Cu; 0,10 Mo min.;
MAYARI R (ao Cu-Ni-Cr-Si-P), com 0,12 C max.; 0,50/1,00 Mn; 0,06/0,12 P; 0,05
S max.; 0,10/0,50 Si; 0,30/0,70 Cu; 0,25/0,75 Ni; 0,40/1,00 Cr.
VNT-N (ARMCO) (ao Mn-V-Ti), com 0,22 C; 1,15/1,50 Mn; 0,035 P; 0,04 S;
0,15/0,50 Si; 0,04/0,11 V
KAISALOY 50 CR (liga múltipla), com 0,20 C; 1,25 Mn; 0,035 P; 0,04 S; 0,25/0,75
Si; 0 ,2 0 /0 ,3 0 Cu; 0,15 Mo; 0,10/0,2 5 Cr; 0 ,3 0 /0 ,6 0 Ni; 0 ,0 2 V;
0,005 Ti
YOLOY HSX (liga múltipla), com 0,15 C; 1,00 Mn; 0,04 P; 0,05 S; 0,35 Si; 0,50/1,00
Cu; 0,25 Mo
Há dezenas de outras marcas, produzidas nos principais países siderúrgicos, in
clusive no Brasil***.(*)
(*) Publicações especializadas e catálogos de fabricantes fornecem especificações e propriedades
mecânicas.
AÇOS ESTRUTURAIS
TABELA 29
Alguns tipos de aços de alta resistência e baixo teor em liga, especificados pela ASTM
Classe
Especificação
ou C Mn P S Si Cr Ni Cu V Outros
ASTM
Tipo
A242 2 0 ,2 0 1 ,3 5 0 ,0 4 0 ,0 5 — — — 0 ,2 0 min — —
A572 55 0 ,2 5 1 ,3 5 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,3 0 — — 0 ,2 0 min — —
A588 C 0 ,1 5 0 ,8 0 /1 ,3 5 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0 0 ,3 0 /0 ,5 0 0 ,2 5 /0 ,5 0 0 ,2 0 /0 ,5 0 0 ,0 1 /0 ,1 0 —
A 5 88 F 0 ,1 0 /0 ,2 0 0 ,5 0 /1 ,0 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,3 0 0 ,3 0 0 ,4 0 /1 ,1 0 0 ,3 0 /1 ,0 0 0 ,0 1 /0 ,1 0 0 ,1 0 /0 , 2 0 Mo
A 588 H 0 ,2 0 1,25 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,2 0 /0 ,7 5 0 ,1 0 /0 ,2 5 0 ,3 0 /0 ,6 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 0 ,0 2 /0 ,1 0 0 ,1 5 Mo; 0 ,0 0 5 /0 ,0 3 Ti
A607 50 0 ,2 3 1,35 0 ,0 4 0 ,0 5 — — — 0 ,2 0 min — —
A607 70 0 ,2 6 1,6 5 0 ,0 4 0 ,0 5 — — — 0 ,2 0 min — —
A633 C 0 ,2 0 1 ,1 5 /1 ,5 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,5 0 . — — — — 0 ,0 1 /0 ,0 5 Nb
A715 3 0 ,1 5 1,65 0 ,0 2 5 0 ,0 3 5 0 ,6 0 — — — 0 ,0 8 0 ,0 0 5 /0 ,0 0 6 Nb; 0,10 Ti
A715 7 0 ,1 5 1,65 0 ,0 2 5 0 ,0 3 5 - - -
_ 0 ,0 0 5 min 0 ,0 2 N
£
TABELA 30
Propriedades mecânicas, característicos especiais e empregos de alguns aços ASTM de alta resistência e baixo teor em liga
Membros estruturais em
A242 2 4 4 ,1 /4 9 ,0 (4 3 1 /4 8 0 ) 2 9 ,4 /3 5 ,0 0 (2 8 4 /3 4 0 ) 21 Resistência à corrosão at
elementos construtivos sol
mosférica quatro vezes su
dados, aparafusados ou re-
perior à dos aços-carbono
bitados
TABELA 31
Propriedades de aços SAE tipos-padrão acalmados com alumínio em comparação com aços
do mesmo teor de carbono microligados com vanádio e nitrogênio
Limite de escoamento
(kgf/mm2 e MPa) 3 7 ,0 (360) 4 8 ,0 (470) 5 0 ,5 (495)
Limite de resistência
a tração (kgf/mm2 e MPa) 6 5 ,0 (640) 7 6 ,0 (750) 7 7 ,0 (760)
Alongamento, % 23 25 19
Estricção, % 38 56 40
Dureza
Rockwell B 85 95 94
Brinell 163 212 207
Limite de fadiga (MPa) — 380 365
Resistência ao choque
Charpy (J)
a 2 5 °C 43 84
a 95 °C - 7 26
Os teores de vanádio e nitrogênio são inferiores a 0 ,2 5 %
— redução das dimensões dos perfis das peças, com consequente redução do peso-morto das
estruturas de transporte, principalmente para transporte de carga:
— projetar a estrutura com a mesma vida que a do aço comum, com apreciável redução do
seu peso;
— projetar a estrutura com o mesmo peso que a de aço-carbono, mas com maior resistência
e vida mais longa;
— projetar a estrutura com o menor peso-morto que assegure as maiores vantagens econômi
cas, mas com o risco de se obter uma vida um tanto mais curta.
TABELA 32
Limite de escoamento
(kgf/mm2 e MPa) 3 5 ,0 (340) min 23,1 (231) min 18,9 (189) min
Limite de resist. à tração 4 2 ,0 /5 0 ,4 3 5 ,0 /4 3 ,4
(kgf/mm2 e MPa) 4 9 ,0 (480) min (410/494) (34 0 /4 2 4 )
Alongamento em 2", % 2 2 min - —
Alongamento em 8", % 18 21 24
Dobramento a frio 1 80° D = 1/2 E 1 8 0 ° D = 1/2 E 1 80° Plano
Resist. comparativa à
corrosão atmosférica 4 a 6 (ou 2 com (ou 2 com
0 ,2 0 % Cu min) 0 ,2 0 % Cu min)
Módulo de elasticidade
(kgf/mm2) 1 9 6 00 /2 1 0 0 0 1 9 6 00 /2 1 0 0 0 19600/21000
Limite de fadiga
(kgf/mm2 e MPa) 2 9 ,4 (294) 19,6 (196) 18,2 (182)
Resistência ao choque Charpy
(kgfm e Joule) 5,5 (54) 3,5 (34,3) 4 ,2 (41,2)
Nos aços normalizados, o refino de grão pode ser obtido por precipitados de NbC
relativamente grosseiros ou mediante o endurecimento por dispersão de precipitados
finos de V(C, N) e mediante a formação de precipitados finos e estáveis de TiN para
controle do crescimento de grão<122).
Aços temperados e revenidos são preferivelmente ligados com boro que retarda
a transformação da austenita.
Para aços conformados a frio, o emprego de titânio e zircônio é vantajoso, pois
permite o controle da forma dos sulfetos(l20). Para aumentar a resistência mecânica, adi
ções adequadas são nióbio, titânio, assim como vanádio.
Os aços microligados que não exigem tratamento térmico para possuírem alta re
sistência, devem, contudo, ser submetidos a cuidados especiais no seu processamen
to020:
carbono 0 ,6 7 -0 ,8 0 % 0 ,7 2 -0 ,8 2 %
manganês 0 ,7 0 -1 ,0 0 % 0 ,7 5 -1 ,0 5 %
fósforo (max.) 0 ,0 3 5 0 ,0 3 5
enxofre (max.) 0 ,0 4 0 0 ,0 3 5
silício 0 ,1 0 -0 ,3 5 0 ,1 0 -0 ,3 5
alongamento............................... 9%
estricção...................................... 12 %
dureza Brinell............................ 300
resistência ao choque (Izod). 0 ,2 8 kgfm (2 ,7 5 J)
220 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 3 4
Composição química, %
Fabricante Tipo
C Mn Si Cr V Nb Mo
TABELA 35
Propriedades mecânicas
a) Elevada trabalhabilidade, ainda que à custa da resistência mecânica, para maior facilidade
de conformação. Quando se deseja certa resistência e principalmente rigidez, adota-se o corru-
gamenxo da chapa.
b) Boa soldabilidade, para maior facilidade de sua montagem em estruturas.
c) Superfície sem defeitos, essencial no caso da sua aplicação em estampagem profunda.
d) A specto superficial conveniente, igualmente exigido para a maioria das aplicações e obtido
por acabamentos ou revestimentos superficiais especiais.
e) Baixo custo.
— chapa grossa — chapa com espessura superior a 5,0 0 mm e largura igual ou superior a 3 0 0
mm.(*)
carbono 0 ,012 %
manganês 0,017%
fósforo 0 ,0 0 5 %
enxofre 0 ,0 2 5 %
silício traços
Devido a sua pureza, o ferro Armco possuí boa resistência à corrosão, caracterís
tico esse que é consideravelmente melhorado por galvanização ou estanhação. A sol-
dabilidade é igualmente excelente, assim como a sua trabalhabilidade.
A maior parte do aço utilizado em chapas e folhas é, contudo, do tipo "de baixo
carbono" ou "doce", cuja composição obedece aproximadamente aos seguintes
limites(126):
carbono - 0 ,0 3 a 0,12%
manganês - 0 ,2 0 a 0 ,6 0 %
fósforo - 0 ,0 4 % (max.)
silício - 0,15 (max.)
outros elementos - tão baixos quanto possível
Esse aço tem propriedade semelhante às do ferro Armco, com vantagens quanto (*)
(*) No Brasil, adota-se a nomenclatura da "Manufacturer's Standard Gauge", pela qual as chapas são
numeradas de acordo com a espessura: assim, por exemplo, a espessura de 1,52 mm (0;60") corres
ponde à bitola MSG n ° 16; espessura inferiores correspondem às bitolas 17, 18, etc.; e espessuras
maiores, às bitolas 15, 14, etc.
AÇOS PARA CHAPAS 225
ao custo, visto não ser tão puro e ser de fabricação mais fácil.
São aços que apresentam a melhor trabalhabilidade tanto no que se refere à sua
obtenção por laminação, como no que diz respeito à sua facilidade de conformação pos
terior. Evidentemente sua resistência à corrosão é inferior à do ferro comercialmente
puro, devido à presença de maior teor do carbono, que aumenta a tendência à corrosão
eletroquímica. Entretanto, a galvanização e estanhação contornam de modo satisfatório
esse inconveniente. Por outro lado, uma pequena adição de cobre, em torno de 0,25%,
melhora apreciavelmente a sua tendência à corrosão.
As porcentagens dos elementos considerados dependem grandemente das apli
cações para as quais as chapas e as tiras são reservadas e dos tratamentos superficiais
de proteção à corrosão aos quais serão submetidas.
A Tabela 36<127) apresenta os característicos de chapas finas e tiras de aço de bai
xo carbono. Como se vê, as chapas estão disponíveis nas classes "encruada por lami
nação a frio" ("temper rolled") e "totalmente recozida".
A primeira classe destina-se a aplicações onde o aspecto superficial é importante
e onde se exige superfície plana. A segunda classe correspondente a material totalmente
recozido destina-se a aplicações onde a aparência superficial é menos importante, as
sim como são menos importantes a textura superficial, imperfeições, planeza e tendên
cia à formação de linhas de distensão.
TABELA 36
Laminadas a quente
Comercial A569 1 0 0 8 -1 0 1 2 chapa fina 1 ,5 0 -5 ,8 2
tira 0 ,8 6 -5 ,8 2
A 635 1 0 0 8 -1 0 1 2 chapa fina 5 ,8 4 -1 2 ,7 0
tira 0 ,8 6 -5 ,8 2
A659 1 0 1 5 -1 0 2 3 chapa fina 1 ,5 0 -5 ,8 2
tira 0 ,8 6 -5 ,8 2
Estampagem A 621 1 0 0 6 -1 0 0 8 chapa fina 1 ,9 1 -4 ,7 5
tira •••
Estampagem especialmente
acalmada A622 1 0 0 6 -1 0 0 8 chapa fina 1 ,9 1 -4 ,7 5
tira •••
Estrutural A 570 Nenhum chapa fina •••
tira •••
Laminadas a frio
Comercial
classe 1 (encruada porjamina-
ção a frio) A366 1 0 0 8 -1 0 1 2 chapa fina 0 ,6 4 -2 ,7 9
classe 2 (totalmente recozida) A366 1 0 0 8 -1 0 1 2 chapa fina 0 ,6 4 -2 ,7 9
Estampagem
classe 1 (encruada por lamina-
ção a frio) A619 1 0 0 6 -1 0 0 8 chapa fina 0 ,6 4 -2 ,7 9
classe 2 (totalmente recozida) A619 1 0 0 6 -1 0 0 8 chapa fina 0 ,6 4 -2 ,7 9
Estampagem especialmente
acalmada
classe 1 (encruada por lamina-
ção a frio) A 62Ó 1 0 0 6 -1 0 0 8 chapa fina 0 ,6 4 -2 ,7 9
classe 2 (recozida totalmente) A 620 1 0 0 6 -1 0 0 8 chapa fina 0 ,6 4 -2 ,7 9
Estrutural A 611 Nenhum chapa fina •••
TABELA 37
(a) para tiras de espessura inferior a 1,7.8 mm; (b) para tiras de 1,78 mm de espessura ou maior;
(c) t = espessura da tira; (d) para tiras com 1,27 mm de espessura.
TABELA 38
Tipo C Mn Si Cr Ni Mo
4130 0 ,2 8 _ 0 ,3 3 0 ,4 0 - 0 ,6 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,8 0 - 1 ,10 — 0 ,1 5 - 0 ,2 5
4140 0 ,3 8 — 0 ,4 3 0 ,7 5 - 1,0 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,8 0 - 1 ,1 0 — 0 ,1 5 - 0 ,2 5
4142 0 ,4 0 — 0 ,4 5 0 ,7 5 - 1 ,0 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,8 0 - 1 ,10 — 0 ,1 5 - 0 ,2 5
4145 0 ,4 3 — 0 ,4 8 0 ,7 5 - 1 ,00 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,8 0 - 1 ,1 0 — 0 ,1 5 - 0 ,2 5
4150 0 ,4 8 — 0 ,5 3 0 ,7 5 - 1 ,00 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,8 0 - 1,1 0 — 0 ,1 5 - 0 ,2 5
4340 0 ,3 8 — 0 ,4 3 0 ,6 0 - 0 ,8 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,7 0 - 0 ,9 0 1 ,6 5 - 2 ,0 0 0 ,2 0 - 0 ,3 0
5140 0 ,3 8 — 0 ,4 3 0 ,7 0 - 0 ,9 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,7 0 - 0 ,9 0 — —
5150 0 ,4 8 — 0 ,5 3 0 ,7 0 - 0 ,9 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,7 0 - 0 ,9 0 — —
5160 0 ,5 5 — 0 ,6 5 0 ,7 5 - 1 ,00 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,7 0 - 0 ,9 0 — —
6150 0 ,4 8 — 0 ,5 3 0 ,7 0 - 0 ,9 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,8 0 - 1 ,10 — —
8615 0 ,1 3 — 0 ,1 8 0 ,7 0 - 0 ,9 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,4 0 - 0 ,6 0 0 ,4 0 - 0 ,7 0 0 ,1 5 - 0 ,2 5
8617 0 ,1 5 — 0 ,2 0 0 ,7 0 - 0 ,9 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,4 0 - 0 ,6 0 0 ,4 0 - 0 ,7 0 0 ,1 5 - 0 ,2 5
8620 0 ,1 8 — 0 ,2 3 0 ,7 0 - 0 ,9 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,4 0 - 0 ,6 0 0 ,4 0 - 0 ,7 0 0 ,1 5 - 0 ,2 5
8630 0 ,2 8 — 0 ,3 3 0 ,7 0 - 0 ,9 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,4 0 - 0 ,6 0 0 ,4 0 - 0 ,7 0 0 ,1 5 - 0 ,2 5
8640 0 ,3 8 — 0 ,4 3 0 ,7 5 - 1,0 0 0 ,1 5 — 0 ,3 0 0 ,4 0 - 0 ,6 0 0 ,4 0 - 0 ,7 0 0 ,1 5 - 0 ,2 5
8645 0 ,4 3 - 0 ,4 8 0 ,7 5 - 1 ,0 0 0 ,1 5 - 0 ,3 0 0 ,4 0 - 0 ,6 0 0 ,4 0 - 0 ,7 0 0 ,1 5 - 0 ,2 5
0 tipo 6150 apresenta 0,15V min. Para aços produzidos pelos processos Siemens-Martin ou oxigênio
básico, os teores de P e S devem ser no máximo 0 ,0 3 5 % e 0 ,0 4 0 % respectivamente. Para aços pro-
duzidos em fornos elétricos, ambos os elementos não podem ultrapassar os teores de 0 ,0 25 % .
Trata-se de materiais para fins estruturais especiais, em que se deseja maior resis
tência mecânica, e as especificações exigem frequentemente valores mínimos de resis
tência à tração de 60 kgf/mm2 (590 MPa).
De acordo com as aplicações e os critérios adotados em especificações da ABNT***,
as chapas de aço-carbono podem ser assim classificadas:
— QUALIDADE USOS GERAIS (Chapas Finas a Frio; Chapas Finas e Quente)
Composição química:
carbono — 0 ,0 8 a 0 ,5 5 %
manganês — 0 ,2 5 a 0 ,9 0 %
silício — 0 ,3 0 % max.
fósforo — 0 ,0 4 % max.
enxofre — 0 ,0 5 % max.
Composição química:
carbono — 0,15 a 0 ,2 0 %
enxofre — 0 ,0 3 5 % max.
manganês — 1,50% max.
fósforo — 0 ,0 3 5 % max.
Propriedades mecânicas:
limite de escoamento — 20 a 3 8 kgf/mm2 (2 0 0 a 3 7 0 MPa)
limite de resistência, à tração — 3 2 a 5 0 kgf/mm2 (310 a 4 9 0 MPa)
alongamento, em 5 0 mm — 3 5 a 2 8 %
Composição química:
carbono — 0 ,2 0 max.
manganês — 0 ,2 0 a 0 ,6 0 %
fósforo — 0 ,0 3 % max.
enxofre — 0 ,0 3 5 % max.
Propriedades mecânicas:
limite de escoamento — 0 ,5 5 a 0 ,7 5 LR
limite de resistência à tração — 3 4 kgf/mm2 (3 3 0 MPa) min.
alongamentS, em 5 0 mm — 2 4 a 3 4 % , conforme a espessura.
Composição química:
carbono — 0 ,2 0 a 0 ,3 0 %
manganês — 0 ,6 0 a 1,50%
silício — 0 ,3 0 % max.
fósforo — 0 ,0 4 % max.
enxofre — 0 ,0 5 % max.
cobre — 0 ,2 0 % min. (quando especificado)
Propriedades mecânicas:
(*l Para maiores pormenores, consultar as publicações ABí T EB-255, EB-276, EB-295, EB-325, NB-82,
EB-593, EB-253, EB-248.
:OS PARA CHAPAS 229
Aplicações: peças e partes de máquinas e veículos, tubos, recipientes, estruturas metálicas etc.
Composição química:
carbono — 0 ,2 5 a 0 ,3 0 %
manganês — 1,20 a 1,50%
silício — 0 ,3 0 % max.
fósforo — 0 ,0 4 % max.
enxofre — 0 ,0 5 % max.
cobre — 0 ,2 0 % min. (quando especificado)
Propriedades mecânicas:
Composição química:
carbono — 0 ,2 3 max.
manganês — 1,50% max.
enxofre — 0 ,0 5 % max.
cobre — 0 ,2 0 % min. (quando especificado)
Propriedades mecânicas:
Aplicações: estruturas em geral, pontes, edifícios, navios, guindastes, vagões, implementos agrí
colas, vasos de pressão etc.)
Composição química:
carbono — 0,21 a 0 ,3 0 %
manganês — 0 ,9 0 a 1,35%
fósforo — 0 ,0 4 % max.
enxofre — 0 ,0 5 % max.
Propriedades mecânicas:
Composição química:
carbono — 0,10 max.
manganês — 0 ,2 0 a 0 ,5 0 %
manganês — 0 ,2 0 a 0 ,5 0 % max.
230 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
fósforo — 0 ,0 3 5 % max.
enxofre — 0 ,0 4 0 % max.
Propriedades mecânicas:
— o alongamento, desde que outros característicos sejam favoráveis, deve ser o mais alto pos
sível, pois o aço será facilmente deformado;
A Tabela 39(129) mostra as propriedades que chapas de aço laminado a frio desti
nadas a estampagem profunda devem apresentar.
6. Defeitos das chapas de aço — Os mais comumente encontrados ocorrem
superfície do aço, representados por marcas superficiais pronunciadas, ow rugosidades
superficiais acentuadas, etc., originadas quando o aço se apresenta excessivamente mola
Em outras palavras, a dureza muito baixa, embora favorável sob o ponto de vista de
conformação severa, traz os inconvenientes apontados.
Esses defeitos são geralmente conhecidos com os nomes, entre outros de "linhas
de Lüder", "casca de laranja", etc.
TABELA 39
Limite de
Limite de Alonga
Dureza resistência "Copo"
escoamento* * mento Relação
Tipo de aço Rockwell à tração O ls e n ***
em elástica
B pol.
5 0 mm
kgf/mm2 MPa kgf/mm2 MPa
Comercial, efervescente
e recozido 50 2 4 ,5 245 2 9 ,4 284 37 0 ,8 5 0 ,3 8 0
Comercial, efervescente
e aplainado* 55 2 4 ,5 245 3 0 ,8 298 35 0 ,8 0 0 ,3 7 0
As " linhas de Lüder” , defeitos designados também pelo nome de "linhas de dis
te n s ã o "^ têm a forma de tiras alongadas que aparecem sobre a superfície do aço de
baixo carbono que sofreu um recozimento como etapa final de sua fabricação. Essas
linhas se originam toda vez que o aço for deformado a uma carga imediatamente supe
rior ao limite de escoamento, desaparecendo quando a carga de deformação excede
a 5% a 10% esse valor. Em tensão, as linhas apresentam-se como depressões na su
perfície; em compressão elas apresentam-se salientes.
As "linhas de Lüder" não são prejudiciais no que diz respeito à resistência do aço;
entretanto, produzem um mau aspecto nas chapas deformadas por estampagem pro
funda, aspecto que se mostra claramente também através da pintura.
Essas linhas podem sér eliminadas por uma operação de ligeira laminação a frio,
de cerca de 0,5% a 1,5%, depois do recozimento final(**) <128). Essa eliminação é per
manente em aços acalmados; entretanto, nos aços efervescentes, eventualmente as
linhas de Lüder podem reaparecer após uma semana ou menos, dependendo da por
centagem de laminação a frio posterior, da temperatura, da porcentagem de deforma
ção durante a estampagem e outras variáveis.
O defeito "casca de laranja" é atribuído ao tamanho de grão grosseiro do aço,
o qual, ao ser submetido à estampagem profunda mostrará uma superfície grosseira
e rugosa, aparência essa que é indicada com aquela expressão. Para melhorar a apa-
10. Chapas grossas de aço — As chapas grossas de aço — com espessura sup
rior a 5 mm e largura igual ou superior a 300 mm — são utilizadas geralmente no esta
do laminado a quente, na construção de edifícios, pontes, navios, vagões ferroviários,
tanques de armazenamento, vasos de pressão, tubulações, máquinas de porte e outras
estruturas pesadas, onde se exige boa conformabilidade, soldabilidade e usinabilidade.
Por essas razões, os aços para chapas grossas são de baixo e médio carbono, com pre
dominância dos tipos de mais baixo carbono. Há também chapas grossas produzidas
a partir de diversos aços de baixo teor em liga e alta resistência mecânica. A Tabela
40(l32) apresenta as composições usuais de aço-carbono para chapas grossas.
236 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 4 0
Composição química, %
Grau ou tipo
Especificação
de material
C Mn P S Si
Qualidade estrutural
A36 ••• 0 ,2 9 0 ,8 0 /1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
A131 A 0 ,2 6 • •• 0 ,0 5 0 ,0 5 • ••
B 0,21 0 ,8 0 /1 ,1 0 0 ,0 4 0 ,0 4 0 ,3 5
D 0,21 0 ,6 0 /1 ,4 0 0 ,0 4 0 ,0 4 0 ,1 0 /0 ,3 5
E 0 ,1 8 0 ,7 0 /1 ,5 0 0 ,0 4 0 ,0 4 0 ,1 0 /0 ,3 5
CS, DS 0 ,1 6 1 ,0 0 /1 ,3 5 0 ,0 4 0 ,0 4 0 ,1 0 /0 ,3 5
A284 A 0 ,2 4 0 ,9 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 0 /0 ,3 0
B 0 ,2 9 0 ,9 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
C 0 ,3 6 0 ,9 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
D 0 ,3 5 0 ,9 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
A440 •• • 0 ,2 8 1 ,0 0 /1 ,6 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,3 0
A529 • •• 0 ,2 7 1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 •• •
A 573 58 0 ,2 3 0 ,6 0 /0 ,9 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 0 /0 ,3 5
65 0 ,2 6 0 ,8 5 /1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
70 0 ,2 8 0 ,8 5 /1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /1 ,3 0
A678 A 0 ,1 6 0 ,9 0 /1 ,5 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,5 0
B 0 ,2 0 0 ,7 0 /1 ,6 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,5 0
C 0 ,2 2 1 ,0 0 /1 ,6 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,2 0 /0 ,2 0
A709 36 0 ,2 9 0 ,8 0 /1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 • ••
Qualidade Va;ío de Pressão
A285 A 0 ,1 7 0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 5 • ••
B 0 ,2 2 0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 5 • ••
C 0 ,2 8 0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 5 O• •
A299 • •• 0 ,3 0 0 ,9 0 /1 ,5 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
A422 55 0 ,2 4 0 ,6 0 /1 ,1 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
60 0 ,2 7 0 ,6 0 /1 ,1 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
A455 I 0 ,3 3 0 ,8 5 /1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 0
II 0 ,2 8 0 ,8 5 /1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
A515 55 0 ,2 8 0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
60 0,31 0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
65 0 ,3 3 0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
70 0 ,3 5 0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
A516 55 0 ,2 6 0 ,6 0 /1 ,2 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
60 0 ,2 7 0 ,6 0 /1 ,2 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
65 0 ,2 9 0 ,8 5 /1 ,2 5 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
70 0,31 0 ,8 5 /1 ,2 5 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
A537 Classe 1,2 0 ,2 4 0 ,7 0 /1 ,6 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,5 0
A562 ••• 0 ,1 2 1 ,2 0 0 ,0 4 0 ,0 5 0 ,1 5 /0 ,3 0
A612 ••• 0 ,2 7 1 ,0 0 /1 ,5 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,5 0
A662 A 0 ,1 4 0 ,9 0 /1 ,3 5 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
B 0 ,1 9 0 ,8 5 /1 ,5 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,3 0
A724 A 0 ,1 8 1 ,0 0 /1 ,6 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,5 5
A738 • •• 0 ,2 4 1 ,6 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 ,1 5 /0 ,5 0
Os tubos sem costura são fabricados a partir de tarugos cheios de aço por pro
cessos diversos, geralmente perfuração, extrusão ou mandrilagem, podendo atingir diâ
metros até cerca de 660 mm (26 polegadas)0 .
Os tubos com costura são obtidos a partir de tiras de aço laminadas a quente,
cuja largura corresponde à circunferência do tubo e cuja espessura à espessura do tu
bo, as quais são aquecidas a elevada temperatura (correspondente à da soldagem do
aço) e em seguida passadas através de uma matriz adequada que as dobra na forma
de um cilindro, ao mesmo tempo que suas extremidades são soldadas de modo a ficar
constituído o tubo. Há vários métodos de soldagem dos tubos com costura, os quais
podem atingir até 762 mm (30 polegadas) de diâmetro.
De um modo geral, os tubos de aço são produzidos em grande variedade de di
mensões, desde 1/8 de polegada de diâmetro interno até 96 polegadas de diâmetro ex
terno. A espessura do tubo também é variável, dando origem a classes diferentes de
produtos, como de peso normal, extra-fortes, duplo-extra-fortes, de acordo com seu pe
so ou sua resistência, de modo a permitir uma seleção mais adequada e rigorosa tendo
em vista a aplicação final, desde o eletroduto leve para fios elétricos até os tubos para
perfuração de poços de petróleo.
Freqüentemente, os tubos são estirados a frio, com os seguintes objetivos, entre
outros:
TABELA 42
Tipos e empregos principais de tubos para pressão
Emprego Tipos
Caldeiras com tubulação de água Tubos geradores, tubos de sobreaquecedores, tubos recupe-
radores, tubos de circulação, tubos de paredes de fornos
Caldeiras flamo-tubulares Tubos de fogct tubos para sobreaquecedores, tubos tirantes, etc.
Outros Tubos de aquecimento de água de alimentação, tubos para des
tiladores de petróleo
Esses tubos podem ser com costura ou sem costura e são do tipo padrão ou es
pecial, com diâmetros que variam desde 1/8" (tubos para niples) até 96" (tubos para
linhas de serviço), espessura de paredes variáveis, dependendo do emprego, resistência
normal ou ultra-resistentes, extremidades lisas, rosqueadas, expandidas ou frangeadas
(dependendo igualmente da aplicação) e, em vários casos, galvanizados.
Para aplicações mais comuns, o aço para tubos é aço-carbono de baixo teor de
carbono (de 0,10 a 0,25%), possuindo uma resistência à tração variando de 35 a 50
kgf/mm2 (340 a 490 MPa); no caso de aplicações de maior responsabilidade, usa-se
aço de carbono médio, de 0,30 a 0,50% , com resistência a tração de 50 a 60 kgf/mm2
(490 a 590 MPa).
Os valores mais elevados de resistência mecânica são obtidos no estado encrua
do pelo estiramento<134).
Nota-se que a resistência à tração nos produtos tubulares de aço, provenientes
do mesmo lingote, é maior nos tubos de menor diâmetro<135), devido à conformação me
cânica mais intensa a que são submetidos.
A ABNT, pelas suas Especificações Brasileiras EB-349 e EB-193, de 1973, especi
fica respectivamente “ Tubos de Aço de Precisão com Costura" e "Tubos de Aço de Pre
AÇOS PARA TUBOS 239
C - 0 ,0 8 % a 0 ,3 8 %
Mn - 0 ,2 5 % a 1,40%
Si - 0,10% a 0 ,5 5 %
P — 0 ,0 4 % max.
S — 0 ,0 5 % max.
— no estado normalizado:
— resistência à tração: 3 4 a 5 0 kgf/mm2 (3 3 0 a 4 9 0 MPa)
— limite de escoamento: 21 a 2 6 kgf/mm2 (210 a 2 6 0 MPa)
— alongamento: 2 6 a 2 0 %
— no estado trefilado duro:
Pela EB-193, os tubos são fornecidos, igualmente, nos estados "trefilado duro",
"trefilado macio", "recozido" e "normalizado". A composição química varia da seguinte
maneira:
c 0 ,0 8 % a 0 ,3 8 %
Mn - 0 ,2 5 % a 1,40%
Si 0,10% a 0 ,5 5 %
P - 0 ,0 4 % max.
S 0 ,0 5 % max.
— no estado normalizado:
— resistência à tração: 3 5 a 6 5 kgf/mm2 (3 4 0 a 6 4 0 MPa)
— limite de escoamento: 2 4 a 3 6 kgf/mm2 (2 4 0 a 3 5 0 MPa)
— alongamento: 2 5 a 17%
— no estado trefilado duro:
TABELA 4 3
C Mn s P Si Cr Mo
Tipo de liga
(% ) (% ) (%)
max. (% ) max (% ) 1%) (% )
0 ,5 Mo 0 ,1 0 -0 ,2 0 0 ,3 0 -0 ,8 0 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,1 0 -0 ,5 0 — 0 ,4 5 -0 ,6 6
0 ,5 C r-0,5 Mo 0 ,1 0 -0 ,2 0 0 ,3 0 -0 ,6 1 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,1 0 -0 ,3 0 0 ,5 0 - 0 ,8 0 0 ,4 5 -0 ,6 6
1 ,0 C r-0,5 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 1 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,5 0 (max.) 0 ,8 0 - 1 ,2 5 0 ,4 5 -0 ,6 6
2 ,0 Cr-0,5 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,5 0 (max.) 1 ,6 5- 2 ,3 5 0 ,4 5 -0 ,6 6
3 ,0 C r-1,0 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,5 0 (max.) 2 ,6 5 - 3 ,3 5 0 ,8 0 -1 ,0 6
5 ,0 C r-0,5 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,5 0 (max.) 4 ,0 0 - 6 ,0 0 0 ,4 5 -0 ,6 5
5 ,0 C r-0,5 Mo-Si 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 1 ,0 0 -2 ,0 0 4 ,0 0 - 6 ,0 0 0 ,9 0 -1 ,1 0
9 ,0 C r-1,0 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,2 5 -1 ,0 0 8 ,0 0 -1 0 ,0 0 0 ,9 0 -1 ,1 0
TABELA 4 4
Propriedades mecânicas típicas à temperatura ambiente de aços-liga para tubos, no estado recozido
Limite de
Limite de Alonga Resistdncia ao
resistdncia
escoamento mento em Dureza choque. Charpy
à tração
5 0 mm Brinell
%
kgf/mm2 MPa kgf/mm2 MPa kgfm J
TABELA 4 3
C Mn S P Si Cr Mo
Tipo de liga
(% ) <%> (% )
max. (% ) max (% ) (% ) <%)
0 ,5 Mo 0 ,1 0 -0 ,2 0 0 ,3 0 -0 ,8 0 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,1 0 -0 ,5 0 — 0 ,4 5 -0 ,6 6
0 ,5 C r-0,5 Mo 0 ,1 0 -0 ,2 0 0 ,3 0 -0 ,6 1 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,1 0 -0 ,3 0 0 ,5 0 - 0 ,8 0 0 ,4 5 -0 ,6 6
1,0 C r-0,5 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 1 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,5 0 (max.) 0 ,8 0 - 1 ,25 0 ,4 5 -0 ,6 6
2 ,0 C r-0,5 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,5 0 (max.) 1 ,6 5- 2 ,3 5 0 ,4 5 -0 ,6 6
3 ,0 Cr-1,0 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,5 0 (max.) 2 ,6 5 - 3 ,3 5 0 ,8 0 -1 ,0 6
5,0 C r-0,5 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,5 0 (max.) 4 ,0 0 - 6 ,0 0 0 ,4 5 -0 ,6 5
5 ,0 C r-0,5 Mo-Si 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 1 ,0 0 -2 ,0 0 4 ,0 0 - 6 ,0 0 0 ,9 0 -1 ,1 0
9 ,0 Cr-1,0 Mo 0 ,1 5 (max.) 0 ,3 0 -0 ,6 0 0 ,0 3 0 ,0 3 0 0 ,2 5 -1 ,0 0 8 ,0 0 -1 0 ,0 0 0 ,9 0 -1 ,1 0
TABELA 4 4
Propriedades mecânicas típicas à temperatura ambiente de aços-liga para tubos, no estado recozido
Limite de
Limite de Alonga Resistência ao
resistência
escoamento mento em Dureza choque. Charpy
à tração
5 0 mm Brinell
%
kgf/mm2 MPa kgf/m m 2 MPa kgfm J
Composições e Propriedades Mecânicas de Alguns Aços para Tubos segundo a ASTM e AP!
Especi-
fioação API
A -3 3 3 3 0 ,1 9 0 ,3 1 /0 ,6 4 0 ,0 5 0 0 ,0 5 0 0 ,1 8 /0 ,3 7 3 ,1 8 /3 ,8 2 — 4 5 ,5 445 2 4 ,5 245
A -3 3 3 8 0 ,1 3 0 ,9 0 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,1 3 /0 ,3 2 8 ,4 0 /9 ,6 0 — 7 0 ,0 690 5 2 ,5 5 15
A -3 3 3 9 0 ,2 0 0 ,4 0 /1 ,0 6 0 ,0 4 5 0 ,0 5 0 — 1 ,6 0 /2 ,2 4 0 ,7 5 /1 ,2 5 Cu 44,1 431 3 2 ,2 312
A -7T 4 II 0 ,2 2 0 ,8 5 /1 ,2 5 0 ,0 4 0 0 ,0 5 0 0 ,3 0 — 0 ,2 0 Cu min. 4 9 ,0 480 3 5 ,0 340
A -7 1 4 V 0 ,1 6 0 ,4 0 /1 ,0 6 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 1 ,6 5 min 0 ,8 0 Cu min. 3 8 ,5 375 2 8 ,0 270
Especi
ficação API
£
U>
244
TABELA 4 7
A Ç O S E F E R R O S F U N D ID O S
A423 - 0 ,1 5 0 ,5 5 0 ,0 6 /0 ,1 6 0 ,0 6 0 0 ,1 0 0 ,2 4 /1 ,3 1 0 ,2 0 /0 ,7 0 0 ,1 0 0 ,2 0 /0 ,6 0 4 2 ,0 410 2 5 ,9 259
AÇOS PARA TUBOS
TABELA 48
Composição e propriedades mecânicas de aços para tubos estruturais
KJl
XV
tas, como por exemplo, cerca de 5 metros por segundo para arames de aço de alto car
bono e 15 metros por segundo para aços de baixo carbono. As velocidades indicadas
são para diâmetros em torno de 2 mm e, normalmente, são maiores para diâmetros in
feriores ao indicado.
É muito importante, na trefilação, que tanto o material a ser trefilado deva ser con
venientemente preparado, como o fio deve ser adequadamente lubrificado. Caso con
trário, existindo contato direto entre o arame e a fieira, pressão e temperaturas elevadas
verificam-se, podendo ter-se na superfície formação de martensita.
0 número de passes na trefilação pode ser de 1 a 19, numa mesma máquina,
dependendo da análise do aço e das características do arame a ser produzido. As redu
ções de área podem ir de 5% a 40% por passe, ficando mais comumente entre 20%
e 30%.
Entende-se por redução de área porcentual a relação
S i~ Sf x 100
Si
100 980
«oo0
£
•<0
.9
0
c
1
•35
£
c
to
O
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Outras influências sobre a resistência à tração são devidos aos seguintes fatores:
— manganês — quanto maior o conteúdo de manganês, tanto maior será a melhora da resis
tência e o arame torna-se, por assim dizer, mais "endurecível” , aumentando ainda, de forma
apreciável, o limite elástico, que se aproxima do limite de resistência à tração;
— por outro lado, devido à elevação do limite de elasticidade, os arames com teores de Mn mais
altos, tornam-se também mais quebradiços, quando sujeitos ao dobramento, estampagem, etc;
sua fragilidade pode tornar-se de tal ordem a impossibilitar o seu emprego, uma vez que, para
conformação da peça, por exemplo uma mola, deve-se ultrapassar o limite elástico e este se
situa muito próximo do limite de resistência à tração. Usando-se um aço com teor de Mn menor,
porém apresentando a mesma resistência à tração, poder-se-á facilmente produzir as peças ou
molas em questão;
— finalmente, a melhora da resistência à tração depende ainda da maneira como é levada a
efeito a trefilação, quanto ao número de passes e à redução de área por passe. Para uma mesma
redução total de área, por exemplo de 6 4 % , pode-se efetuar a trefilação por meio de quatro
passes de 2 2 ,5 % cada, ou três passes de 2 9 % . A melhora de resistência à tração, correndo
com um número menor de passes, porém com reduções de área por passes maiores, será maior
que para o outro caso.
Na prática, a trefilação dos arames, realizada a frio, além de alterar as proprieda
des mecânicas da maneira vista, permite obter os seguintes resultados:
— reduzir o material a um diâmetro que não se pode conseguir por qualquer outro processo;
— obter dimensões mais precisas e secções mais uniformes;
— produzir superfície perfeita e polida.
TABELA 4 9
Classificação de arames
(*) "Pitting".
AÇOS PARA ARAMES E FIOS 251
— não patenteados, cujas aplicações são limitadas, como para eletrodos de solda utilizados pa
ra revestir peças gastas que devam apresentar apreciável resistência ao desgaste ou à abrasão,
ou em peças que serão submetidas a tratamento térmico posterior, como arruelas de pressão,
cujo material de origem é coalescido antes de ser trefilado e, posteriormente, após a obtenção
das arruelas, estas são temperadas e revenidas, a fim de atingirem a dureza necessária. Outros
exemplos dizem respeito à molas a serem temperadas e revenidas, após devidamente confor
madas;
— patenteados, que se caracterizam por receberem, antes da trefilação, um tratamento térmico
especial denominado "patenteamento".
Os fornos de aquecimento podem ser elétricos, a óleo, a gás e ainda por passagem direta da
corrente nos fios (efeito Joule), servindo de contatos elétricos, neste caso, dois banhos de chumbo
fundido ou sais fundidos.
Os meios de resfriamento, como já foi mencionado, podem ser ar, chumbo fundido ou sais fun
didos.
214
204
194
183
173
163
153
143
o
TS.
132
122
112
102
92
82
71
61
41
31
Um dos exemplos e dos mais citados é o do seu emprego nas pontes pênseis de Mount Hope,
em Providence (Est. de Rhode Island, EE.UU.) e Ambassador, em Detroit (Est. de Michigan,
EE.UU.)(I38). 0 aço empregado na fabricação desses cabos apresentava os seguintes caracterís
ticos químicos: C — 0 ,7 5 % ; Mn — 0 ,5 0 % ; Si — 0,15%; P — 0 ,0 2 % e S — 0 ,0 3 % .
Os responsáveis pela construção das referidas pontes pênseis acreditaram que as melhores pro
priedades dos fios de aço acima podiam ser obtidas sem patenteamento seguido de trefilação
a frio, e simplesmente com um tratamento térmico especialmente estudado para o fio; esse tra
tamento constou do seguinte: depois de trefilado o fio até o diâmetro final (cerca de 4 ,9 mm),
ele foi rápida e consecutivamente passado através de vários banhos de chumbo na seguinte
seqüência: no primeiro, mantido a 7 2 0 ° C durante 2 4 segundos para o preaquecimento; no se
gundo mantido a cerca de 8 4 0 °C durante 3 5 segundos; no terceiro mantido a 6 7 5 °C durante
3 3 segundos e finalmente num quarto, mantido a 8 4 0 °C durante 37 segundos. Deste último
banho de chumbo o fio passou através de um banho de óleo mantido a cerca de 120°C, duran
te 9 0 segundos e através de areia durante 10 segundos.. A seguir, foi revenido em banho de
chumbo mantjdo a uma temperatura em torno de 4 4 0 °C, durante 18 segundos. Finalmente,
foi decapado, lavado e galvanizado por imersão em zinco fundido a 4 5 5 °C. As propriedades
mecânicas obtidas foram consideradas plenamente satisfatórias; 154 kgf/mm2 (1510 MPa) para
limite de resistência à tração, 133 kgf/mm2 (1300 MPa) para limite de escoamento, 7 0 kgf/mm2
(69 0 MPa) para limite de proporcionalidade, 6 % de alongamento e estricção média de 37% .
O mesmo aço patenteado pelo aquecimento num banho de chumbo a cerca de 1010°C e pelo
resfriamento em outro banho idêntico mantido à temperatura de 4 8 0 °C apresentou uma estru
tura bainítica fina com dureza Brinell de aproximadamente 4 0 0 , sem formação intermediária de
rtiartensita; a trefilação a frio que se seguiu até o diâmetro de cerca de 4 ,9 mm produziu as
seguintes propriedades: 154 kgf/mm2 (1510 MPa) para limite de resistência à tração, 128 kgf/mm2
(1260 MPa) para limite de escoamento, 5 9 kgf/mm2 (58 0 MPa) para limite de proporcionalidade,
6 ,5 % de alongamento é estricção, em média, de 4% .
AÇOS PARA ARAMES E FIOS 255
Vê-se, pois, que o mesmo aço submetido ao tratamento térmico complexo citado atrás, em subs
tituição ao patenteamento, apresentava limites de escoamento e proporcionalidade superiores
aos do aço patenteado, sendo, portanto, aparentemente de melhor qualidade.
Entretanto, quando as pontes estavam em adiantado estado de montagem, os fios dos cabos
começaram a romper com tal intensidade que precisaram ser substituídos pelos fios patentea
dos. O "Bureau of Standards" foi incumbido de estudar as causas da ruptura. Verificou-se en
tão, que o fio de aço tratado termicamente, quando submetido durante 4 8 horas a um esforço
de tração equivalente a 105 kgf/mm2 0 0 3 0 MPa), carga inferior ao seu limite de escoamento,
mas superior ao seu limite de proporcionalidade, alongou-se somente 3% , ao passo que o fio
patenteado, ensaiado nas mesmas condições, alongou 12%. Verificou-se também que a super
fície do fio tratado termicamente e galvanizado apresentava ocasionalmente fissuras que che
gavam a profundidades às vezes apreciáveis, com cantos vivos, e cheias de uma liga de Zn de
natureza frágil. Ensaios de tração em corpos de prova assim, fissurados indicavam uma estric-
ção de somente 7% , ao passo que em corpos de prova sem essas fissuras, a estricção atingiu
53% .
Foram realizados também ensaios de fadiga tanto no fio tratado termicamente como no fio pa
tenteado. Numa determinada faixa de esforços, estando os fios enrolados numa polia de raio
correspondente ao dos suportes de sustentação dos cabos das pontes, verificou-se que os fios
tratados termicamente falharam antes de se atingir um milhão de ciclos, ao passo que os paten
teados e encruados, não. Esses últimos fios tinham se adaptado ao suporte de sustentação per-
feitamente ou, ao serem ancorados nesse suporte, haviam sofrido deformação permanente, de
vido ao seu baixo limite de proporcionalidade; isso não se verificara com os fios tratados termi
camente que, ao serem removidos dos suportes, abriam-se novamente a um raio de curvatura
até mesmo superior ao original, indicando portanto, a sua não adaptação ao citado suporte.
Deduziu-se que esse fato teria causado a introdução no cabo de tensões de dobramento sob
a ação das cargas flutuantes do vento e do movimento resultante, tensões essas que foram
de tal grandeza a superar o limite da fadiga do fio tratado termicamente. As fissuras foram con
sideradas outra causa da falha prematura sob fadiga do fio tratado termicamente.
Aparentemente, pois, as principais causas da ruptura dos fios tratados termicamente e do com
portamento satisfatório dos fios patenteados foram as seguintes:
a) maior quantidade de imperfeições superficiais no fio tratado termicamente, principalmente
depois da galvanização, como fissuras que provocaram concentração de esforços;
b) maior ductilidade e menores limites de proporcionalidade e de escoamento do fio patentea
do, característicos que contribuíram para a sua deformação plástica ou permanente sob a ação
dos esforços de dobramento, ao ser o fio ancorado nos suportes de sustentação;
c) o fio tratado termicamente apresentava-se tão rígido que precisou ser premoldado de modo
a se adaptar perfeitamente nos suportes de sustentação, o que não foi necessário fazer no fio
patenteado. Essa premoldagem resultou em tensões de dobramento residuais nas fibras exter
nas do fio tratado termicamente, que apresentava maior quantidade de imperfeições superfi
ciais. Essas tensões residuais elevadas não puderam ser aliviadas naturalmente devido à baixa
ductilidade do aço.
Pode-se assim resumir, afirmando que fios de aço para aplicações de responsabi
lidade exigem característicos mecânicos adequados: não só altos limites de resistência
à tração e à fadiga, como também uma combinação de valores de limites de escoa
mento, de proporcionalidade, alongamento e estricção tal que os torne facilmente adap
táveis às condições de serviço, por vezes extremamente severas. Para isso, é importan
te que se fixe perfeitamente tanto a composição química do aço, como também, e tal
vez principalmente, o tipo e as condições de tratamento térmico antes ou após a trefilação.
a) molas de extensão, caracterizadas por serem de bobina fechada, destinadas a suportar esfor
ços de tração;
— ! b) molas de compressão, de bobina aberta, destinadas a suportar esforços de compressão e
choque;
c) molas de torção, caracterizadas por serem de bobina fechada, destinadas a suportar esforços
laterais de torção.
(a)
Em vista do exposto, conclui-se que sob o ponto de vista físico, exige-se quf
uma mola apresente os seguintes característicos mecânicos:
— altos valores para os limites de elasticidade ou proporcionalidade sob tensão ou para limitt
de proporcionalidade sob torção, para que possa suportar apreciáveis cargas sem apresenta
deformação permanente.
— Alto limite de fadiga, pois, como já se mencionou no caso da indústria automobilística, prati
camente todas as molas falham por fadiga, originando-se a ruptura em algum ponto de concen
tração de tensões, devido a imperfeições ou irregularidades já citadas.
— Elevada resistência ao choque, principalmente em molas para automóvel, aviões e aplicações
similares.
— As molas são obtidas a partir de tiras ou fios de aço-carbono ou aço-liga no estado recozido;
estes materiais, depois de conformados na forma de molas, são temperados em óleo e revertidos.
— As molas são fabricadas a partir de tiras ou fios de aços já endurecidos, isto é, no estadc
temperado e revenido, ou patenteados e estirados a frio ou encruados, incluindo-se a "cordt
de piano"; estes materiais, depois de conformados em molas, sofrem usualmente um tratamente
térmico a baixa temperatura por alívio de tensões originadas no trabalho a frio. As molas obti
das nestas condições são suficientemente endurecidas de modo a apresentar um limite de pro
porcionalidade elevado, que resiste satisfatoriamente às cargas de serviço; não devem, entre
tanto ser excessivamente duras, para não romperem ao serem conformadas.
AÇOS PARA MOLAS 259
260
Propriedades de tração Propriedades
de torção
Composição Temperatura
Gráu e Resistência à Módulo de módulo de Dureza
Material nominal permissivel
especificação tração min. (a) Elasticidade E rigidez G HRC (b)
% °C
temperado e C - 0 ,5 5 /0 ,8 5 cias se I
revenido Mn - 0,30/1,20 1140- 1 1 5 ,5 -
ASTM A 2 2 9 2020 2 0 5 .8 210 21.000 80 8 .0 5 0 4 2 -5 5 120
cias se II
1320- 1 3 3 ,7 -
(a) a resistência à tração máxima é cerca de 2 0 0 MPa (21 kgf/mm2) acima do vajor mínimo; (b) a correlação entre dureza e propriedades de tração do fio é aproximada
e não deve ser usada para aceitação ou rejeição; (c) qualidade "valve spring quality" (qualidade mola de válvula).
AÇOS PARA MOLAS 261
TABELA 51
Propriedades de tração
Temperatura
Grau e Composição Resistência à Módulo de Dureza
Material permissível
especificação nominal, % tração, min. elasticidade E HRC
°C
TABELA 53
Métodos de fabricação, principais aplicações e propriedades de molas
de aço em tiras conformadas a frio
Fios de aço recom endados pela ASTM para m olas helicoidais enroladas a frio
kgf/mm2 MPa 0.13 a 0.51 0.51 a 0 .8 9 0 .8 9 a 3.18 3,18 a 6 ,3 5 6 .3 5 a. 12.7 12.7 a 15.88
Molas de cprripressão. carga dinâm ica, projetadas para v da mínima de 10 milh ões de ciclos
(deformação removida, molas com tensões aliviadas)
TABELA 55
1 0 7 0 SAE 0 ,6 5 -0 ,7 5 0 ,6 0 -0 ,9 0 0 ,1 5 -0 ,2 0 — — —
1 0 8 0 SAE 0 ,7 5 -0 ,8 8 0 ,6 0 -0 ,9 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 — — —
1 0 9 5 SAE 0 ,9 0 -1 ,0 3 0 ,3 0 -0 ,5 0 0 ,1 5 -0 ,3 0 — — —
4 1 6 0 (mod.) 0 ,5 5 -0 ,6 5 0 ,7 0 -1 ,0 0 — 0 ,6 0 -0 ,9 0 — 0 ,2 5 -0 ,3 5
5150 H 0 ,4 7 -0 ,5 4 0 ,6 0 -1 ,0 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 0 ,6 0 -1 ,0 0 — —
5160 H 0 ,5 5 -0 ,6 5 0 ,6 5 -1 ,1 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 0 ,6 0 -1 ,0 0 — —
5 1B 60 H 0 ,5 5 -0 ,6 5 0 ,6 5 -1 ,1 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 0 ,6 0 -1 ,0 0 — B -0 00 5 %
min.
6150 H 0 ,4 7 -0 ,5 4 0 ,6 0 -1 ,0 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 0 ,7 5 -1 ,2 0 0,1 5 min. —
8660 H 0 ,5 5 -0 ,6 5 0 ,7 0 -1 ,0 5 0 ,2 0 -0 ,3 5 0 ,3 5 -0 ,7 5 0 ,3 5 -0 ,5 5 0 ,1 5 -0 ,2 5
Ni
9260 H 0 ,5 5 -0 ,6 5 0 ,6 5 -1 ,1 0 1 ,7 0 -2 ,2 0 — — —
9850 H 0 ,4 7 -0 ,5 7 0 ,6 0 -0 ,9 5 0 ,2 0 -0 ,3 5 0 ,8 0 -1 ,2 0 0 ,6 5 -0 ,9 5 0 ,2 0 -0 ,3 0
Ni
— temperada e revenida;
— trefilada a frio;
— patenteada e encruada ("fio de música" ou "corda de piano").
TABELA 56
Condição do aço
carbono 0 ,6 0 -0 ,7 0 0 ,4 5 -0 ,7 5 0 ,7 5 -1 ,0 0
manganês 0 ,6 0 -1 ,2 0 0 ,9 0 -1 ,2 0 0 ,2 5 -0 5 0
fósforo 0 ,0 4 max. 0 ,0 4 5 max. 0 ,0 3 max.
enxofre 0 ,0 4 max. 0 ,0 4 5 max. 0 ,0 3 5 max.
silício 0 ,1 0 -0 ,2 0 0 ,1 0 -0 ,2 0 0 ,1 0 -0 ,2 5
limite de resistência 1 0 8 -2 1 0 kgf/mm2 1 0 5 -2 1 0 kgf/mm2 1 7 5 -2 8 0 kgf/mm2
à tração (1 0 6 0 -2 0 6 0 MPa) (1 0 3 0 -2 0 6 0 MPa) (1 7 2 0 -2 7 5 0 MPa)
limite de elasticidade 84-175 kgf/mm2 7 0 -1 4 0 kgf/mm2 1 0 5 -2 1 0 kgf/mm2
em tensão (820-1720 MPa) (6 9 0 -1 3 7 0 MPa) (1 0 3 0 -2 0 6 0 MPa)
limite de torção 80-140 kgf/mm2 84-1 54 kgf/mm2 1 0 5 -2 1 0 kgf/mm2
(780-1370 MPa) (8 2 0 -1 5 2 0 MPa) (1 0 3 0 -2 0 6 0 MPa)
limite de elasticidade 7 0 -8 4 kgf/mm2 7 7 -9 8 kgf/mm2 9 1 -1 4 0 kgf/mm2
em torção (6 9 0 -8 2 0 MPa) (7 6 0 -9 6 0 MPa) (8 9 0 -1 3 7 0 MPa)
alongamento 5-2% 3 -2 % cerca de 8%
módulo de elasticidade 2 0 .3 0 0 kgf/mm2 2 0 .3 0 0 kgf/mm2 2 1 .0 0 0 kgf/mm2
em tensão (199 GPa) (1 9 9 GPa) (21 0 GPa)
idem em torção' 8 .0 5 0 kgf/mm2 8 .0 5 0 kgf/mm2 8 .0 5 0 kgf/mm2
(80 GPa) (80 GPa) (80 GPa)
dureza Rockwell C 4 0 -5 0 4 0 -4 8 4 2 -4 6
cargas de trabalho
recomendadas:
serviço leve 56 kgf/mm2 (510 MPa) 4 2 kgf/mm2 (410 MPa) 7 0 kgf/mm2 (69 0 MPa)
serviço médio 4 5.5 kgf/mm2 (445 MPa) 3 5 kgf/mm2 (3 4 0 MPa) 59.5 kgf/mm2 (585 MPa)
serviço pesado 38.5 kgf/mm2 (375 MPa) 2 8 kgf/mm2 (2 7 0 MPa) 52.5 kgf/mm2 (515 MPa)
aplicações usuais Empregos gerais onde a Tipo de menor preço; Um dos aços de melhor
carga não é muito eleva empregos em molas su qualidade que se conhe
da e quando a mola não jeitas a cargas constan ce; para pequenas mo
é sujeita a choques con- tes ou quando a repeti las helicoidais e de tor
tinuos. Um dos tipos de ção de esforços não é ção que devem obede
molas mais importantes muito frequente. cer a rigorosos requisi
dentro desta classe é o tos físicos, sujeitas a
de molas para válvulas cargas elevadas ou a
cargas repentinamente
aplicadas. Sobretudo em
molas até 1/8" de dia.
TABELA 57
Tipos de aços e correspondentes propriedades mecânicas para molas helicoidais enroladas a frio
Fio aço Cr-V 0,45 0,60 0,15 0,80 0,15 199,5 185,5 171,5 157,5
0,55 0,90 0,30 1,10 V min. (1955) (1825) (1685) (1545)
TABELA 58
vanádio 0 ,1 5 -0 ,2 0 % —
revenida. Os aços de carbono mais baixo SAE 1045 são usados no estado laminado
a frio, sem necessidade de têmpera e revenido, quando a mola for de pequena espessu
ra (1/16" ou menos), quando não for solicitada com elevadas cargas e também quando
o baixo custo for fator importante.
Os aços de carbono mais elevado, assim como os aços-liga, suportam condições
de serviço mais severas.
Em molas fabricadas a partir de tiras laminadas a frio ou já temperadas e reveni-
das, o único tratamento térmico usado, depois de conformada, é um aquecimento para
ajívio de tensões, realizado durante 20 a 30 minutos a baixas temperaturas de 230°C
a 2 9 0 °C para aços-carbono e até 385 °C para aços-liga(143).
As molas fabricadas a partir de aço-carbono laminados a quente ou recozidos exi
gem têmpera e revenido. O aquecimento para a têmpera varia de 785°C a 830°C com
esfriamento em banho de óleo mantido entre 40 °C a 60 °C, seguindo-se, o mais de
pressa possível, o revenido a temperaturas variando entre 360°C e 425°C, dependen
do da dureza final desejada. Esta deve ser da ordem de 40 a 44 Rockwell C quando
se tolera certa deformação permanente, e 44 a 48 Rockwell C quando se exige máxima
resistência à deformação permanente. De qualquer maneira, as molas de aço-carbono
nunca devem apresentar dureza Rockwell C superior a 50, pois acima desse valor o
material tende a tornar-se frágil.
Tratando-se de aços-liga — dos tipos SAE 6150, 9260 ou 8650 — as temperatu
ras dos tratamentos térmicos são:
— têmpera, de 8 5 5 °C a 8 8 5 °C, com resfriamento em óleo;
— revenido, de 3 8 5 °C a 4 8 0 °C, dependendo da dureza final desejada.
270 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
A dureza Rockwell C nos aços-liga pode ser superior à dos aços-carbono de cerca
de 4 pontos, devido à presença dos elementos de liga.
As molas "semi-elípticas" de espessura superior a 1/8", aplicadas principalmente
na indústria automobilística, ferroviária e de equipamento agrícola, são obtidas a partir
de aços-carbono ou aços-liga, das mesmas composições já estudadas, no estado lami
nado a quente ou recozido. As rríolas são conformadas a quente e depois de esfriadas
são reaquecidas para a têmpera. A temperatura desse tratamento varia da faixa de
830°C -885°C para aços-carbono até 850°C -900°C para aços-liga. O esfriamento é
feito em óleo recirculando e mantido a temperaturas entre 40°C e 60°C. O revenido,
realizado imediatamente após a têmpera, é levado a efeito a temperaturas entre 3 6 0 °C
a 425°C para aços-carbono e 385°C a 480°C para aços-liga, dependendo da dureza
final desejada.
De acordo com a deformação permanente tolerável, a dureza final dessas molas
deve ser a seguinte(143):
— aços-carbono — 3 5 2 a 3 8 8 Brinell, quando se tolera certa deformação permanente; 3 8 8
a 4 4 4 Brinell, quando se exige máxima resistência à deformação permanente;
— aços-liga — 3 7 5 a 415 e 415 a 4 6 0 Brinell, nas mesmas circunstâncias, respectivamente.
5. Conclusões — Os aços para molas são de certo modo semelhantes aos aços
comerciais comuns, com a diferença que geralmente apresentam maiores teores de car
bono e manganês e requerem muito maior cuidado e maior número de operações para
a sua fabricação.
Os principais fatores na sua seleção são os seguintes:
— composição química;
— propriedades mecâniòas;
— qualidade superficial;
— disponibilidade;
j — custo.
Das propriedades mecânicas, as mais críticas dizem respeito aos limites de elasti
cidade e de fadiga, que devem ser muito elevados. O primeiro é conseguido mediante
bem estudados e cuidadosos tratamentos mecânicos e térmicos e o segundo também
pela obtenção de uma superfície perfeita, tanto quanto possível isenta de irregularida
des, tais como descarbonetação superficial, marcas de ferramentas, riscos de matrizes
de trefilação, pequenas fissuras, etc.
A melhor condição tem-se em arames que, antes de serem enrolados, são retifica
dos de modo a eliminar toda e qualquer falha superficial. Tal procedimento, entretanto,
só se justifica para aplicações especiais, devido ao elevado custo da operação de retifi
cação.
Dentre os defeitos superficiais mencionados, a descarbonetação apresenta o in
conveniente de aumentar à tendência da mola a adquirir uma deformação permanente,
além de reduzir o limite de fadiga.
O limite de fadiga das molas é melhorado pela operação de "jacto-percussão (*),
a qual cria uma pré-tensão de compressão na superfície. Essa operação pode ser apli
(*) "shot-peening”
AÇOS PARA MOLAS 271
TABELA 59
Aço °C
VTn = C,
P = _F t
f.d
274 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
P= 2,525.10'6Ft
f.d
a) os aços de carbono muito baixo (até 0 ,2 0 % ) são mais economicamente usinados no estado
simplesmente laminado; entretanto, são melhor usinados no estado encruado, desde que, neste
último caso, as tensões internas do encruamento tenham sido aliviadas; além da dureza mais
elevada provocada pelo encruamento, um tamanho de grão ferrítico pequeno melhora a usina
bilidade;
b) os aços de carbono entre 0 ,2 0 % e 0 ,3 0 % mostram melhor usinabilidade quando apresen
tam estrutura perlítica, em secções acima de 7 5 mm de diâmetro, obtida por simples lamina-
ção; abaixo de 75 mm, a melhor estrutura é a normalizada;
c) os aços de médio carbono (0 ,3 0 % a 0 ,4 0 % ) devem apresentar estrutura perlítica grosseira,
com um mínimo de ferrita obtida por recozimento;
d) os aços de médio e alto carbono (0 ,4 0 % a 0 ,6 0 % ) apresentam melhor usinabilidade com
estrutura perlítica lamelar e esferoidita grosseira;
e) aços de alto carbono (acima de 0 ,6 0 % ) apresentam melhor usinabilidade com estrutura es
feroidita, de grosseira a fina;
f) aços de tamanho de grão austenítico pequeno (inferior a 5 na escala ASTM), são mais difíceis
de usinar que outros de mdior tamanho de grão, desde que outras condições sejam idênticas;
entretanto, para acabamento fino, esses aços de granulação fina são melhores.
AÇOS PARA MOLAS 275
As figuras 120, 121 e 122 exemplificam o efeito da estrutura dos aços sobre a
sua usinabilidade.
As figuras 120 e 121 mostram que, no torneamento de um aço SAE 4140, a má
xima vida da ferramenta corresponde ao estado recozido ou normalizado dessse aço
e o desgaste da ferramenta aumenta com o aumento da dureza, de modo que o máxi
mo desgaste se verifica com a dureza mais elevada do aço.
A figura 122 comprova que a estrutura coalescida do aço SAE 5160 possibilita
a usinagem com menor desgaste da ferramenta, em comparação com o estado recozi
do, em que a estrutura é perlítica de dureza mais elevada.
3.1 Tipos com inclusões não metálicas — Essas inclusões são de sulfureto de m
ganês e são obtidas pela introdução de enxofre em quantidade suficiente para combinar-
se com o manganês e com o ferro, formando uma série de sulfuretos de manganês e
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de ferro, principalmente o primeiro, os quais são insolúveis no aço, tanto no estado líqui
do como no sólido. As inclusões de MnS podem ser do tipo globular ou podem tornar-
se alongadas durante a laminação do aço. De qualquer modo, elas favorecem a usinabi-
lidade porque causam a formação de um cavaco quebradiço e atuam como uma espé
cie de lubrificante, impedindo que o cavaco adira à ferramenta e destrua o seu gume
cortante. Nesas condições, a máquina-ferramenta é menos solicitada, o acabamento da
peça é melhorado, além da velocidade de usinagem poder ser aumentada, às vezes du
plicada, em comparação com o que acontece com aço comum não ressulfurado.
Tais aços são incluídos na classificação SAE-AISI. A Tabela 60 mostra os tipos
mais importantes.
TABELA 60
Designação Composição %
AISI-SAE C Mn S
Nos aços com alto teor de enxofre, um aspecto importante é a forma, tamanho
e distribuição das partículas de MnS. Um exemplo prático confirma esse fato<146): dois
aços de composição idêntica, ou seja, 0,07C; 0,94Mn; 0,20S; 0,094 ou 0,093P, com
exceção do silício que, num deles era de 0,044% e no outro 0,009% apresentaram dife
rentes índices de usinabilidade.
O aço com inclusões de MnS maiores apresentou índice 176, enquanto o outro
com inclusões mais alongadas e mais finas, esse índice foi 125. A presença no primeiro
de maior teor de silício — elemento desoxidante — modificou a forma de inclusões do
MnS e conferiu maior usinabilidade. O alumínio atua no mesmo sentido. A prática de
(aminação pode igualmente afetar as características dessas inclusões e influenciar a uei-
nabilidade.
— Em alguns tipos de baixo carbono, pode-se introduzir fósforo além dos teores
normais; esse elemento, como se sabe, dissolve-se na ferrita cuja dureza e resistência
mecânica ficam aumentadas, o que melhora a usinabilidade, pois promove a ruptura
dos cavacos na usinagem. Não se ultrapassa, entretanto, 0 ,1 2% de P, pois do contrá
rio, os seus efeitos negativos poderíam prevalecer. A tabela 61 mostra esses tipos de
aços.
Fig. 123 — Micrografia de um aço de usinagem fácil com alto teor de enxofre.
Ataque: reativo de nital. Aumento: 5 0 0 vezes.
TABELA 61
Designação
C Mn P S
AISI-SAE
1211 0 ,1 3 0 ,6 0 -0 ,9 0 0 ,0 7 - 0 ,1 2 0 ,1 0 -0 ,1 5
1212 0 ,1 3 0 ,7 0 -1 ,0 0 0 ,0 7 -0 ,1 2 0 ,1 6 -0 ,2 3
1213 0 ,1 3 0 ,7 0 -1 ,0 0 0 ,0 7 -0 ,1 2 0 ,2 4 -0 ,3 3
12L14 0 ,1 5 0 ,8 5 -1 ,1 5 0 ,0 4 -0 ,0 9 0 ,2 6 -0 ,3 5
1215 0 ,0 9 0 ,7 5 -1 ,0 5 0 ,0 4 -0 ,0 9 0 ,2 6 -0 ,3 5
Esses aços não são geralmente desoxidados com silício devido ao efeito adverso desse elemento
na usinabilidade. 0 tipo 12L14 contém 0,15 a 0 ,3 5 de chumbo.
AÇOS DE USINAGEM FÁCIL 279
TABELA 6 2
1117 90 137
1118 85 143
1137 70 197
1140 70 170
1141 70 212
1144 80 217
1146 70 187
1151 65 207
1212 100 •••
1213 136 •••
1215 136 •••
12L14 1 60 163
12L14 (b) 190 137
12L14 (c) 235 137
' 12L14 (d) 295 137
T
US/NACEM ONOSSE/NA V7ZZW. Y/S////,
//777/7T )
CONTE ABNAS/VO Y/////SS.y/áY/UA Y/uu/à
O S A? /S 20 25 30
V/OA DA TENNAA/ENTA, NONAS
/O /S
c a n a c tep/ s t / c o s d o a ç o
E /0 /6
UM /NAOO
CO NO/ÇÕES DA OPEPAÇÃO ENCNOAOO
A DOENTE
Fig. 1 24 — Efeito do encruamento (por trefilacão a frio) na vida da ferramenta na usinagem do "aço
SAE 1016.
AÇOS DE USINAGEM FÁCIL
i .J IAM /N AO O A QUENTE
US/NACEM CEASSE/NA
AS/NACEM OS ACABAMENTO
eOMTS A8PAS/V0
ô 5 / 0 / 5 20 25
V/OA OA PEPPAM EN TA , NONAS
//4 4 T /4 4
CANACTEN/ST/COS DO A CO E U 44
£ AM /NAO O NECO ZtDO £
COMD/ÇÕES OA OPENAÇÍO A QUENTE
ENCPUAOO
ENCPUAOO
O /P E Z A B P /N E U 228 2SS 2 /7
1.1. Meio de esfriamento — As principais variáveis a serem aqui consideradas são: for
ma e secção das peças e distorção ou empenamento tolerável. Os meios usualmente empre
gados na cementação são água ou soluções aquosas e óleo. Os primeiros são os mais drás
ticos e são empregados quando as peças são de forma simples ou apresentam secções apre
ciáveis e também quando a possibilidade de empenamento é menor. Além de se caracteriza
rem pela alta velocidade de esfriamento, esses meios são de baixo custo e facilitam a limpe
za final das peças. O óleo é recomendável quando as peças apresentam secções complexas
ou finas, as quais são mais suscetíveis ao empenamento ou mesmo à ruptura na têmpera.
É evidente que, em qualquer caso, a velocidade de esfriamento deve permitir a obten
ção da dureza superficial desejada e as propriedades convenientes de tenacidade e resistên
cia do núcleo. Neste caso, a velocidade crítica de esfriamento do aço, ou seja, o tipo de aço
a ser usado constitui fator preponderante. Quando a única exigência é a máxima dureza su
perficial, a escolha recairá num aço de baixo carbono sem ou com teores mínimos de ele
mentos de liga e em água ou preferivelmente soluções aquosas, como meio de têmpera, des
de, é claro, que o formato e as dimensões das peças permitam a utilização desse meio de
esfriamento.
Quando o formato e as dimensões das peças sob cementação forem tais que haja pro
babilidade de ruptura ou empenamento pela utilização de um meio drástico de esfriamento,
a escolha recairá erri óleo, como meio de têpipera, e num aço apresentando teores conve
nientes de elementos de liga, para que sua velocidade crítica de esfriamento produza endu
recimento satisfatório com emprego do meio de têmpera mais branda Esses aços, com teo
res apreciáveis de elementos de liga, são também vantajosos sob o ponto de vista de pro
priedades finais do núclea
1.2. Tipo e grau de tensões ~ As variáveis que aqui entram em jogo são principalmen
te: espessura e estrutura metalográfica da camada cementada, propriedades mecânicas do
núcleo e característicos da zona de transição.
284 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
— Camada cementada — Em linhas gerais pode-se dizer que dois tipos de camadas
cementadas são usados: hipereutetóide, quando se visa em primeiro lugar alta resistência
ao desgaste; eutetóide ou ligeiramente hipoeutetóide, quando o requisito importante da su
perfície endurecida for tenacidade, visto que uçn rendilhado de carboneto livre intergranular
presente nos aços hipereutetóides é mais propício para conferir fragilidade.
No caso da aplicação em que o desgaste é fator importante, deve-se procurar igual
mente a produção de uma camada^com èspessura razoável, pois com isso se prolonga a
vida das peças.
Sob o ponto de vista de dureza e resistência da camada cementada, a introdução de
elementos de liga pouco afeta essas propriedades. Entretanto, os elementos de liga parecem
influir no teor de carbono dessa camada assim como na sua profundidadeíl50). Assim é que
os elementos formadores de carbonetos, principalmente o cromo e o molibdênio (manganês
também, embora em menor escala) tendem a produzir carbono elevado na superfície: os ele
mentos formadores de ferrita, como o silício e o níquel (este em altos teores) tendem a pro
duzir baixo carbono. Por outro lado, a espessura da camada cementada e o gradiente de car
bono dependem da difusão do carbono, a qual por sua vez é afetada principalmente pela
temperatura e pelo tempo. Vários autores admitem também que os elementos de liga pos
sam influenciar a profundidade de cementação e a velocidades de penetração do carbono
na superfícies(150).
Outra opinião mais ou menos generalizada é que a tenacidade da camada cementada
pode ser melhorada pela presença de certa quantidade de austenita residual(150), embora a
dureza superficial seja prejudicada. A austenita pode ser retida por têmpera direta em muitos
tipos de aços para cementação, principalmente quando o teor de carbono superficial é eleva
do. A tendência á formação da austenita residual é acentuada por teores mais elevados de
efementos de liga (além do carbono mais alto), pela temperatura de têmpera e pelo emprego
de óleo como meio de esfriamento, em lugar da água.
Lembre-se que a temperatura de revenido para os aços cementados é geralmente bai
xa, de 150°C (ou menos) a 175°C, de modo a reter a estrutura martensítica dura; na realida
de, há passagem da martensita tetragonal à martensita cúbica. De qualquer modo, as tem
peraturas mencionadas não são suficientes para eliminar a austenita retida, quando esta es
tiver presente.
O efeito aparentemente benéfico da austenita retida parece provir do fato dela produ
zir como que uma ação de amortecimento, o que diminui as tensões internas ou mesmo a
formação de verdadeiras fissuras nas agulhas de martensita. Nessas condições, a resistên
cia à fadiga também deveria ser melhorada pela presença de austenita retida. Convém, en
tretanto, esclarecer que as vantagens ou desvantagens da retenção da austenita não estão
ainda claramente explicadast*).
(*) Durante a última guerra mundial, utilizou-se na Alemanha para certas peças cementadas muito
sujeitas áo desgaste, empregadas em metralhadoras*150’, aço de alto níquel e alto cromo, apesar da
escassez de Ni existente no país. Esses aços apresentavam 3-1/3% a 4-/1/2% de Ni; 1/2% a 1-1/2%
de Cr e 0,05 a 0,20 de Mo; em engrenagens cementadas para serviço pesado em motores de avião,
usaram-se aços semelhantes, com mais Mo, até 0,35% , Ni reduzido a 2% e Cr elevado para 2%.
Admite-se que o emprego de tais aços teria sido motivado pelo fato do Ni assegurar a retenção da
austenita na camada cementada; o Cr, por sua vez, contribuiría para conferir profundidade de endu
recimento e estabilizar a cementita de modo a contrabalancear a tendência do aço a grafitizar devido
ao alto teor de Ni presente e o Mo evitaria a fragilidade de revenido.
AÇOS PARA CEMENTAÇÃO 285
— aços-carbono;
— aços-liga de baixo teor em liga;
— aços-liga de teor em liga mais elevado.
2.1. Aços-carbono para cementação — 0 teor normal de carbono nesses aços é 0,0
a 0,25%, os outros elementos aparecendo nas porcentagens usuais. O tipo padrão é o SAE
1020 empregando-se também g variação com manganês mais alto (0,70% a 1,00%) por
apresentar melhor usinabilidade, capacidade de carbonetar e endurecer com menor tendên
cia à formação de pontos moles, em relação ao primeira 0 seu tratamento tértnico é fácil
e perfeitamente controlável.
Apesar de não apresentarem uma resistência e uma tenacidade tão boa como as dos
aços-liga, esses aços convenientemente cementados, temperados e revenidos, são capazes
de adquirir um núcleo suficientemente tenaz (cuja resistência pode chegar a 70 kgf/mm2
(690 MPa), combinado a uma superfície carbonetada de grande dureza, o que os torna indi
cados a uma grande variedade de aplicações, em que o principal requisito é superfície dura
286 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
e resistente ao desgaste
Exemplos típicos são: pinos, pequenas engrenagens, alavancas, eixo de comando de
válvulas, fusos, roletes, pequenos mecanismos, enfim, peças que não estão sujeitas a solici
tações severas de outra natureza a não ser desgaste superficial.
2.2. Aços-liga de baixo teor em liga — Esses aços-liga são os que contêm um
de 1% a 2% de elementos de liga, como níquel, cromo, molibdênio e manganês, em combi
nações adequadas. A introdução desses elementos confere suficiente temperabilidade de modo
a se obter dureza elevada por têmpera em óleo, além de alta resistência à tração (superior
a 100 kgf/mm2 ou 980 MPa) com apreciável ductilidade do núcleo, aumentando-se o teor
de carbono até 0,40%. A Tabela 63 mostra algumas composições típicas.
TABELA 6 3
TABELA 64
Aços-liga de alto teor em liga para cementação
SAE C Mn P S Si Nr Cr Mo
3310 0,08/0,13 0 ,4 5 /0 ,6 0 __ — 0 ,2 0 /0 ,3 5 3 ,2 5 /3 ,7 5 1,40/1,75 _
4320 0,17/0,22 0 ,4 5 /0 ,6 5 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 1 ,6 5 /2 ,0 0 0 ,4 0 /0 ,6 0 0 ,2 0 /0 ,3 0
4615 0,13/0,18 0 ,4 5 /0 ,6 5 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 1 ,6 5 /2 ,0 0 — 0 ,2 0 /0 ,3 0
4617 0,15/0,20 0 ,4 5 /0 ,6 5 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 1 ,6 5/2 ,0 0 — 0 ,2 0 /0 ,3 0
4620 0,1770,22 0 ,4 5 /0 ,6 5 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 1 ,6 5 /2 ,0 0 — 0 ,2 0 /0 ,3 0
4621 0,18/0,23 0 ,7 0 /0 ,9 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 1,65/2,00 — 0 ,2 0 /0 ,3 0
4815 0,13/0,18 0 ,4 0 /0 ,6 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 3 ,2 5 /3 ,7 5 — 0 ,2 0 /0 ,3 0
4817 0,15/0,20 0 ,4 0 /0 ,6 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 3 ,2 5 /3 ,7 5 — 0 ,2 0 /0 ,3 0
4820 0 ,1 8/0 ,2 3 0 ,5 0 /0 ,7 0 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,2 0 /0 ,3 5 3 ,2 5 /3 ,7 5 — 0 ,2 0 /0 ,3 0
AÇOS PARA CEMENTAÇAO 287
TABELA 65
Tratamentos térmicos típicos de aço-carbono e aços-fíga para cementação
(1) X X indica que há dois ou mais tipos com teor de carbono de 0 ,3 0 % ou menos, comumente
utilizados em cementação.
12) Esses tipos podem ser carbo-nitretados de 7 9 0 ° a 9 0 0 °C, temperados em óleo e revenidos
entre 120 a 2 0 0 “C
(3) Este tratamento é mais comum, pois geralmente diminui o risco de empenamento. As peças
são normalmente resfriadas, a partir de temperatura de cementação até 8 5 0 °C , antes da têmpera.
(4) Este tratamento é aplicado se for necessária usinagem após a cementação ou se não houver
facilidades para têmpera direta após a cementação.
(5) Este tratamento é aplicado para refinar a estrutura do aço produzindo uma combinação dese
jável de propriedades da camada cementada e do núcleo Rode produzir empenamento das peças.
NOTA — As temperaturas típicas de cementação aplicáveis apenas a aços de granulação fina, são
9 0 0 a a 9 2 5 °G .
288 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
2. Aços para nitretação — Os aços para nitretação a gás contém, além de teores rela
tivamente elevados de carbono, os seguintes elementos de liga-, alumínio, cromo, molibdênio
e níquel.
Não há, em princípio, vantagens em se nitretar, pelo processo clássico, um aço-carbono
comum, pois o nitreto de ferro que se forma, apesar de duro, é muito frágil; o mesmo pode
ser dito em relação ao aço com cromo, o qual, apesar de poder ser nitretado, produz uma
' camada nitretada que, devido à ausência dò alumínio, não é tão dura quanto a que contém
aquele metal.
Os teores e os efeitos dos elementos de liga usuais nos aços para nitretação a gás
são os seguintes:
(*) Não há revenido na nitretação; mas devido às temperaturas usadas no processa podería ocorrer
o fenômeno da fragilidade de revenido, evitado pela presença do molibdênio.
290 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 66
Efeito de elementos de liga em relação à formação de nitretos
— recozimento ou normalização;
— têmpera, em óleo ou água; prefere-se a água quando as secções tiverem espessura ou diâ
metro superior a 2 ,5 cm; as temperaturas estão indicadas na Tabela 67;
— usinagem grosseira;
— nitretação.
AÇOS PARA NITRETAÇÃO 291
TABELA 67
Tratamento Térmico,
Tipo Composição Química, (%) °C
ou
Marca Austeni-
C Mn Si Cr Ni Mo Al Outros Revenido
tizaçdú
Nitralloy - G 0 ,3 5 0 ,5 5 0 ,3 0 1 ,2 0 — 0 ,2 0 1,00 —
950 5 6 5 -7 0 0
Nitralloy 135 Mod. 0 ,4 2 0 ,5 5 0 ,3 0 1,60 — 0 ,3 8 1,00 — 950 5 6 5 -7 0 0
Nitralloy N 0 ,2 4 0 ,5 5 0 ,3 0 1,15 3 ,5 0 0 ,2 5 1,00 — 900 6 5 0 -6 7 5
Nitralloy EZ 0 ,3 5 0 ,8 0 0 ,3 0 1,25 — 0 ,2 0 1,00 0,2Se 950 5 6 5 -7 0 0
H11 modificado 0 ,4 0 0 ,3 0 0 ,9 0 5 ,0 0 — 1,30 — 0 ,5 V 10 1 0 540-625°>
H13 0 ,4 0 0 ,4 0 1,10 5 ,0 0 — 1,35 — 1,1V 1010 5 4 0 -6 2 5 (l)
18Ni 2 5 0 0 ,0 1 5 0 ,0 5 0 ,0 5 — 1 8 ,0 0 4 ,8 0 0 ,1 0 7,5Co -- (2>
0,4Tt
18Ni 3 0 0 0 ,0 1 5 0 ,0 5 0 ,0 5 — 1 8 ,0 0 4 ,8 0 0 ,1 0 9,0Co — (2)
0,6Ti
SAE 4140 0 ,4 0 0 ,9 0 0 ,3 0 0 ,9 5 — 0 ,2 0 — — 850 57 5 -6 2 5
SAE 4 3 4 0 0 ,4 0 0 ,7 0 0 ,3 0 0 ,8 0 1,85 0 ,2 5 - — 815 57 5 -6 2 5
31CrMoV9 (alemão) 0 ,3 0 0 ,5 5 0 ,2 5 2 ,5 0 — 0 ,2 0 — 0 ,1 5V 860 57 5 -6 2 5
2 2 4 0 (sueco) 0 ,3 2 0 ,7 0 0 ,2 7 2 ,5 0 0 ,5 0 0 ,3 0 — 0 ,2 5 V 915 575-675
30CD 12 (francês) 0 ,3 2 0 ,5 5 0 ,2 5 3 ,0 0 - 0 ,4 0 — - 900 5 7 5 -6 5 0
TABELA 68
593 9 6 ,0 940 1 0 8 ,5 10 6 5 15 52 3 10
135 650 8 4 ,0 820 9 6 ,5 945 20 58 280
705 7 2 ,0 710 8 4 ,5 825 23 62 230
O tipo de aço para nitretação mais comumente usado é o 135. 0 135 modificado
é largamente usado na indústria aeronáutica. De um modo geral, as indústrias automobilísti
ca e aeronáutica são as que mais empregam aços nitretados. Entre outras, podem sei cita
das as seguintes aplicações: virabrequíns, camisas de cilindro, eixos de bomba, pinos, roto
res, eixos. Outras aplicações incluem assentos de válvulas de turbina a vapor, excêntricos.
292 AÇOS E FERROS FUNDLDOS
engrenagens, etc.
Além dos aços "Nitralloy" especialmente desenvolvidos para nitretação a gás, outros
tipos de aços podem ser submetidos ao processo, principalmente devido ao desenvolvimen-
to técnico que o mesmo vem apresentando.
Assim é que, aços comuns de baixo carbono do tipo SAE 1015 podem ser nitretados
pelo processo "nitretação em banho de sal". Alguns aços de alto teor em liga vêm igual
mente sendo submetidos a processos de nitretação, o que aliás está demonstrado na Tabe
la 67. Entre exemplos dignos de menção situam-se alguns aços para matrizes e aços inoxi
dáveis. Um aço de classificação Al SI-SAE H11, contendo 0(35%C, 5,00Cr, 0,40 %V e
1,50%Mo convenientemente nitretado apresentou dureza superficial de 65 a 70 Rockwell
C, com um núcleo de dureza 50 RC; esta dureza elevada do núcleo foi possível devido ao
característico de endurecimento secundário que o aço apresenta.
Também os aços inoxidáveis são comumente nitretados de modo a aumentar sua re
sistência superficial ao desgaste, o que contribui também para melhorar a resistência ao en-
gripamento, indesejável em certas peças de aço inoxidável. Além disso, esses aços inoxidá
veis de elevados teores de cromo e de níquel e mesmo os que contém apenas cromo adqui
rem, após nitretados, grande resistência ao vapor superaquecído, ao vapor saturado, aos
combustíveis a base de petróleo, etc.íl55). Entretanto, a nitretação reduz a resistência à cor
rosão por parte do ácido nítrico concentrado.
XX
1. Introdução — É notório que a primeira utilização do ferro e do aço por um ser huma
no foi na forma de ferramenta e a arte de endurecer o aço pelo seu aquecimento a elevadas
temperaturas e subseqüente resfriamento em água é tão antiga, que a data da descoberta
desse processo de endurecimento não pode ser apontada com absoluta certeza,
É certo, por outro lado, que somente a partir do início do século XX, a utilização de
ferramenta de aço se generalizou e começou a adquirir a importância que apresenta na épo
ca atual, graças a estudos e pesquisas no campo da técnica de sua fabricação, assim como
no constante desenvolvimento de novos tipos de aços, mediante a incorporação de novos
elementos de liga, para aplicações de responsabilidade cada vez maior.
Esses aços são, provavelmente, os que exigem maiores cuidados e atenção tanto sob
o ponto de vista de fabricação, desde a,sua fundição, transformação mecânica até o trata
mento térmico final, como também sob o ponto de vista de aplicação Isso é perfeitamente
compreensível quando se considerar os requisitos que eles devem preencher, e os tipos e
condições de serviços a que se destinam.
A determinação do tamanho de grão pelo ensaio de fratura tem, entretanto, limitações, so
bretudo nos aços de alto teor em liga, como nos aços rápidos e nos aços de alto carbono
e de alto cromo; neles, os carbonetos podem ser tão grosseiros que quando o aço é quebra
do, para exame da fratura, esta segue os pontos de contato do carboneto com a matriz, indi
cando, em conseqüência, um grão maior que o real.
3. Condições que permitem atingir os requisitos exigidos nos aços para ferramen
e matrizes — Os requisitos ou característicos exigidos por esses tipos de aços, comprovam
a sua complexidade e os problemas que os produtores e os usuários têm de enfrentar para
possibilitar o seu emprego nas melhores condições.
Em princípio, dois são os fatores que fundamentalmente possibilitam o atendimento
das exigências de qualidade dos aços considerados:
— composição química;’
-- tratamento térmico.
— carbono — é o elementos essencial, pois é ele, por intermédio dos carbonetos que
se formam, que confere dureza e resistência ao desgaste; seu teor é geralmente alto — em
torno do eutetóide ou acima — podendo atingir, em alguns casos, valores superiores a 2%.
Em outros casos, desejam-se valores abaixo do eutetóide, quando os característicos de duc-
tibilidade e tenacidade são mais importantes do que os de dureza e resistência ao desgaste,
por exemplo, em ferramentas sujeitas a golpes, como martelos, ferramentas de ferreiro, cer
tas matrizes, etc.; nelas, o teor de carbono é, no máximo, de 0,60%/0,70%;
lidade apreciáveis, endurecível ao ar, de muita utilidade para certas matrizes. O cromo pode
atingir teores de 11,0% a 14,00%, com carbono também elevado (1,50% a 2,20%). Os aços
correspondentes possuem notável resistência ao desgaste e são temperáveis em óleo ou ao
ar. Também nos aços rápidos, encontra-se cromo em torno de 4% — juntamente com tungs-
tênio e vanádio — os quais, nos mesmo, têm por objetivo aumentar a temperabilidade e a
dureza a quente;
— cobalto — utilizado somente em alguns tipos de aços (certos aços rápidos); aumen
ta sua dureza a quente, aparentemente devido ao seu efeito direto na resistência e dureza
a quente da matriz do aço <159). Diminui a temperabilidade, mas esse efeito não é muito signi
ficativo nos aços para ferramentas onde é adicionado, visto que, nos mesmos, os outros ele
mentos existentes aumentam a temperabilidade de tgl modo, a torná-los endurecíveis ao ar.
Os aços com cobalto são sujeitos à descarbonetação, de modo que precauções especiais
são necessárias durante o seu aquecimento para o tratamento térmico;
Muito ativo no sentido de melhorar a temperabilidade. Seu uso mais importante é como subs
tituto parcial do tungstênio. A prática mostra que apenas a metade da quantidade de molib-
dênio, em relação à do tungstênio, produz resultados comparáveis; por exemplo: 6% Mo +
5% W equivaleríam a cerca de 18% de W.
A Tabela 6 9 <160) mostra os principais elementos de liga adicionados nos aços para fer
ramentas e matrizes, na sua ordem aproximada de potencialidade para conferir os caracterís
ticos principais a esses aços.
TABELA 69
3.2 Tratamento térmico — Em todos os aços não comuns, o seu tratamento térm
constitui talvez a mais importante fase de fabricação, pois é ele que irá determinar a estrutu
ra e as propriedades finais, de acordo com as condições e as necessidades de serviço. Tal
fato cresce de importância nos aços para ferramentas e matrizes, devido às condições extre
mamente especiais de serviço e utilização desses materiais e devido, nos tipos altamente
ligados, à complexidade de sua composição química e estrutura.
AÇOS PARA FERRAMENTAS E MATRIZES 299
TABELA 70
.
Natureza do Requisitos Requisitos Condições de Característicos desejados
serviço principais secundários serviço Resistên- Tenaci- Dureza Grupo potencial
(podem ser cia ao dade a quanta Classe do aço
necessários) desgaste
(a) Importante somente no trabalho a quente, como nos exemplos de conformação extrusâo
ou na usinagem
302 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
0 ,5 0 % C — simplesmente tenaz;
0 ,6 0 % C — muito tenaz, com característicos adequados para têmpera e revenido; resistente ao
choque;
0 ,7 0 % C — tenacidade excelente e gume cortante; resistente ao choque;
0 ,8 0 % C — gume cortante satisfatório aliado a boa tenacidade;
1,00% C — gume cortante e tenacidade aproximadamente idênticos;
1,20% C — grande dureza aliada a certa tenacidade;
1,30% C — grande dureza no gume cortante; a tenacidade é menos importante;
1,40% C — o primeiro requisito é grande dureza no gume cortante; a tenacidade é secundária.
Assim sendo, as aplicações dos vários tipos de aço-carbono para ferramentas e matri
zes são as seguintes (164);
— aços com carbono até 0 ,7 5 % — martelos, ferramentas de ferreiro, matrizes para forjamento
a quente em matriz, etc. — ou seja, empregos onde se exige grande tenacidade aliada a conveniente
dureza, além de alta resistência ao choque;
— aços com carbono de 0 ,9 0 % a 1,10% — frezas, mandris, matrizes para corte, embutimento,
estiramento, lâminas de faca, limas, etc., ou seja, aplicações em que é essencial gume cortante de gran
de dureza, além de boa resistência ao desgaste;
— aços com carbono de 1,10% a 1,40% — ferramentas de tornos, plainas, brocas, alargadores,
matrizes para estiramento; para trabalho em madeira, navalhas, etc. — ou seja, empregos, em que se
exige gume cortante de máxima dureza e máxima durabilidade além de alta resistência ao desgaste
5.1. Tratamentos térmicos dos aços temperáveis em água — Esses aços, sen
os mais simples dentre os aços para ferramèntas são os mais fáceis de processar, in
clusive no que diz respeito aos seus tratamentos térmicos.
A Tabela 72íl66) mostra as temperaturas empregadas nos diversos tratamentos tér
micos. Inclui-se ainda na Tabela a dureza usual de trabalho e a dureza superficial após
a têmpera.
Não está indicada a prática de normalização a qual, embora não seja absoluta
mente necessária, é conveniente após o forjamento e antes do recozimento, de modo
a produzir uma estrutura mais uniforme. A normalização é realizada a uma temperatura
ligeiramente acima da linha Acm (o diagrama de equilíbrio destes tipos de aços não dife
re do diagrama de equilíbrio apresentado na figura n° 3, no primeiro capítulo desta obra).
A estrutura que resulta da normalização é predominantemente perlítica, de baixa
dureza, com alguma tendência de apresentar cementita nos contornos dos grãos, se
o teor de carbono fôr superior a 0,9 ou 1,0%.
£
TABELA 71
TABELA 72
Temperaturas de tratam entos térm icos e durezas de aços tem peráveis em água
110 W1 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
120 W2 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
121 W3 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
122 ... 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
130 ... 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
131 W4 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
132 W5 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
1 33 W4 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
1 40 W7 58 a 65 65 a 67 7 3 8 /7 8 8 7 6 0 /8 4 3 água 1 4 9 /3 4 3
O recozimento, cuja faixa de temperaturas está indicada na Tabela 72, objetiva reduzir
a dureza, facilitando a usinagem, aliviar as tensões que tenham sido introduzidas por confor
mação mecânica e produzir uma estrutura mais adequada para a têmpera.
Como se vê pela Tabela 72, a temperatura de recozimento é sempre inferior à de nor
malização e nunca superior a 800®C.
Para reduzir a tendência à oxidação ou descarbonetação, convêm colocar as ferramen
tas em caixas contendo uma substância inerte, como areia seca ou tratadas em fornos de
atmosfera controlada. O empacotamento assegura uma velocidade de resfriamento lento a
partir da temperatura de recozimento. O tempo à temperatura depende da espessura das pe
ças: até 2,5 cm de secção, são suficientes 15 minutos à temperatura de recozimento; uma
peça com cerca de 20 cm de secção exige cerca de 2 a 2-1/2 horas de permanência à tem
peratura. O resfriamento deve ser lento, com uma velocidade máxima de 28°C/h até a tem
peratura de 538°C, a partir da qual o resfriamento pode ser acelerado.
A importância do controle da velocidade de resfriamento reside no fato de que se deve
evitar a formação de rendilhado de cementita nos contorno de grão da periita resultante e
procurar obter-se uma distribuição de carboneto fino típico da microestrutura esferoídita ou
uma estrutura mista lamelar e esferoidal. Ambas essas estruturas são favoráveis para a usi
nagem e para a têmpera posterior.
A Tabela 72 mostra a faixa de temperaturas para a têmpera. Pela mesma, verifica-se
que a as temperaturas empregadas são superiores às da linha de transformação Ai, mas
bem inferiores às da linha Acm, o que revela que, antes da têmpera, as microestruturas dos
aços de alto carbono consistem de austenita e carboneto residual. O resfriamento após o
aquecimento deve ser muito rápido, em água ou salmoura para ter-se a quantidade suficien
te de martensita (ver a curva em C, figura 127). Não há transformação total da austenita
em martensita, isto é, forma-se também periita, sobretudo em direção ao núcleo das peças
e, além disso, a zona temperada apresenta certa quantidade de carboneto que não se dissol
veu na temperatura de austenitização e certa quantidade de austenita retida. A quantidade
desta austenita retida influi nas propriedades do aço, sobretudo na dureza no estado tempe
rado e na estabilidade dimensional.
5.2 Aplicações dos aços temperáveis em água — A tabela 73íl68) resume as van
gens, as desvantagens e aplicações típicas de aços-carbono para ferramentas.
TABELA 73
As ferramentas confeccionadas com esses aços, a rigor, não apresetam quaisquer li
mitações de forma, porque podem ser, de modo relativamente fácil, conformadas por usina-
gem, retificação ou outro método similar. Uma precaução a tomar, na operação de retifica
ção final, depois da têmpera, é evitar que a ferramenta fique danificada pelo calor desenvol
vido nessa operação, visto que o aço-carbono amolece entre as temperaturas de 200° a
260°C
De qualquer modo, as razões pelas quais os aços-carbono ainda desempenham um
papel importante na indústria de ferramentas são, entre outras, as seguintes:
— usinabilidade melhor;
— maior facilidade de têmpera, à dureza máxima, pois não exigem temperaturas excessivamente
elevadas, como os aços rápidos e utilizam um meio de resfriamento simples e de grande disponibilidade
(água), que permite atingir dureza da ordem de 6 5 Rockwselt C;
TABELA 74
n « ^ m o t o o o n o o ^ g cm cv ^ « n o ja o g
Fig. 128 — Diagrama de transformação isotérmica para aço tipo 314 com 0 ,4 3 % C,
1,35% Mn, 2 ,2 5 % Si, 1,35% Cr, 0 ,4 0 % M o e 0 ,3 0 % V, austenitizado a 9 2 7 °C
TABELA 75
310 S2 50 a 6 0 61 a 63 7 6 0 /7 8 8 8 4 3 /9 0 0 água 1 4 9 /4 2 7
311 5 0 a 60 61 a 63 7 8 8 /8 4 3 8 7 1 /9 0 0 óleo 1 4 9 /4 2 7
3 12 S4 50 a 6 0 58 a 63 7 6 0 /8 0 2 8 7 1 /9 5 4 água, óleo 1 4 9 /4 2 7
313 S5 5 0 a 60 61 a 6 3 7 6 0 /8 0 2 8 7 1 /9 2 7 óleo 1 4 9 /4 2 7
314 S6 50 a 60 56 a 58 7 8 8 /8 4 5 9 1 3 /9 5 4 óleo 1 4 9 /4 2 7
315 50 a 6 0 58 a 63 7 8 8 /8 1 5 8 4 3 /9 0 0 óleo 1 4 9 /4 2 7
— o tipo 310 (S2) é ligeiramente mais tenaz que o 312 (S4), mas de menor resistên
cia ao desgaste; esses aços estão sujeitos a mudanças dimensionais na têmpera
relativamente grandes, o que aconselha a não empregar-se tais aços onde é neces
sária a garantia de formas e dimensões precisas durante a têmpera. Esses tipos
310 e 312 são empregados em talhadeiras manuais ou pneumáticas, punções,
contra-rebites, matrizes de rebarbação, matrizes para forjamento rotativo, lâminas
de tesoura, chaves inglêsas, garras e matrizes de cunhagem;
— o tipo 311 possui menor tenacidade que os anteriores, mais maior resistência ao
desgaste, em vista do maior teor de carbono; assim, ele é empregado como uma
opção para os tipos de menor teor de carbono sem grande resistência ao desgaste
ou para os tipos de maior teor de carbono, sem suficiente tenacidade;
— os outros tipos 313 (S5), 314 (S6) e 31 5 possuem maior endurecibilidade, de mo
do que sua aplicação é recomendada em peças de maiores dimensões, como gran
des talhadeiras, lâminas de corte e matrizes.
Outros aços para ferramentas que podem ser classificados como resistentes ao des
gaste estão agrupados nas Tabelas 76<171) e 77 <172).
A Tabela 76 mostra os tipos de 320 a 325, empregados não só em talhadeiras, mas
igualmente em aplicações de conformação a quente. Possuem valores razoáveis de resis
tência ao choque e resistência ao desgaste, devido à presença de tungsténio.
Os tipos 330 e 331 são aços que podem ser colocados em serviço apenas no estado
temperado, sem necessidade de revenido, apresentando nessas condições suficiente tena
cidade.
Podem ser empregados em talhadeiras, punções, matrizes e lâminas de tesoura. Es
ses aços 330 e 331 têm, contudo’, um emprego limitado, tendo sido substituídos pelos ti
pos resistentes ao choque ao silício ou ao tungsténio.
As Tabelas 78<17l) e 79<172> indicam as temperaturas recomendadas de tratamento tér
mico para esses dois grupos de aços.
o
TABELA 7 6
Profundi
Tipo A ISI Resistên
dade de Dureza a Usinabi-
C Mn Si Cr Ni V W Mo Tenacidade cia ao
endureci quente Ndade
desgaste
mento
320 S1 0 ,4 5 0 ,2 5 0 ,2 5 1 ,4 0 0,25(a) 2 ,2 5 média 8 4 5 8
321 SI 0 ,5 5 0 ,2 5 0 ,2 5 1 ,4 0 0,25{a) 2 ,5 0 0,30|a> média 8 4 5 8
322 S1 0 ,5 5 0 ,2 5 0 ,9 0 1 ,4 0 0 ,2 5(a ) 2 ,2 5 0,50(a) média 8 4 5 8
323 0 ,6 5 0 ,8 0 0 ,2 5 0 ,7 0 1 ,5 0 2 ,0 0 média 7 4 5 8
324 S3 0 ,5 0 0 ,2 5 0 ,2 5 0 ,7 5 1 ,0 0 média 8 3 3 8
325 0 ,5 0 0 ,2 5 1 ,0 0 1 ,0 0 1 ,0 0 média 8 3 4 8
Não revenidos
330 0 ,3 5 0 ,7 0 0 ,4 5 0 ,8 0 0 ,3 0 média 8 1 2 8
TABELA 78
Tratamentos térm icos e durezas de aços-ferram enta resistentes ao choque para talhadeiras
TABELA 7 9
Tratam entos térm icos e durezas de aços-ferram enta resistentes ao choque (de baixo teor em liga)
230 45 a 62 58 a 63 7 6 0 /7 8 8 8 0 2 /8 1 5 óleo 1 7 7 /5 3 8
231 45 a 62 58 a 63 7 6 0 /7 8 8 8 0 2 /8 1 5 óleo 1 7 7 /5 3 8
2 32 L6 45 a 62 58 a 63 7 6 0 /7 8 8 7 6 0 /7 8 8 óleo 1 7 7 /5 3 8
233 45 a 62 58 a 63 7 6 0 /7 8 8 8 0 2 /8 1 5 óleo 1 7 7 /5 3 8
234 45 a 62 58 a 63 7 6 0 /7 8 8 8 0 2 /8 4 3 óleo 1 7 7 /5 3 8
240 35 a 20 54 a 61 8 2 9 /8 5 7 8 1 5 /8 5 7 óleo 1 7 7 /5 3 8
241 40 a 60 58 a 63 7 7 4 /8 0 2 7 7 4 /8 4 3 óleo 1 7 7 /5 3 8
2 42 40 a 60 58 a 63 7 6 0 /8 0 2 7 7 4 /8 2 9 óleo 1 7 7 /5 3 8
2 43 40 a 60 58 a 63 7 6 0 /8 0 2 8 1 5 /8 7 1 óleo, ar 1 7 7 /5 3 8
2 44 40 a 60 58 a 63 7 6 0 /8 0 2 8 1 5 /8 7 1 óleo, ar 1 7 7 /5 3 8
2 45 35 a 60 54 a 61 7 8 8 /8 4 3 8 1 5 /8 9 9 ar 1 7 7 /5 3 8
Os tipos mais importantes são 3 7 0 , 3 7 4 e 380; o vanádio é elemento opcional; (a) depois da cementação
314 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
(P4) cementado possui uma resistência ao desgaste próxima da do aço para trabalho
a frio temperável ao ar tipo 4-20 (A2).
0 tipo 370 (P I) é o mais fácil de ser conformado. A presença de vanádio nesse
aço tende a produzir uma camada cementada de granulação fina.
*Os outros tipos, de 371 a 376, ainda sào facilmente conformáveis (embora me
nos que o tipo 370). A presença de elementos de liga tende a aumentar a sua endure-
cibilidade, a qual cresce à medida que se caminha para o tipo 376.
Os tipos utilizados em cavidades usinadas (380 a 386} são de média profundida
de de endurecimento, com exceção do tipo 383 (P21) que endurece mais profunda
mente. Este tipo possui ainda o característico de ser um aço endurecível por precipita
ção, comportando-se como certas ligas de alumínio. Ele é temperado em óleo. Um re-
venido entre 677° e 690°C durante uma hora age como um tratamento de solubiliza-
ção e reduz a dureza a um valor (em torno de 30 RC) que permite a usinagem do mate
rial. Um tratamento posterior de envelhecimento a 565 °C, durante 8 horas, causa o
endurecimento por precipitação (46 RC), provavelmente pela formação de um composto
inter-metálico níquel-alumínio.
Os tipos 384, 385 e 386 podem ser considerados aços inoxidáveis martensíti-
cos, apresentando boa resistência à corrosão.
As temperaturas de tratamento térmico estão indicadas na Tabela 81, devendo-se
notar que as temperaturas de têmpera propostas e as durezas apresentadas para os
tipos de 370 a 376 são após a cementaçãa
O recozimento confere excelente usinabilidade e capacidade de conformação de
cavidades. Contudo, os moldes de cavidades conformadas podem exigir recozimentos
intermediários de alívio de tensões antes que a conformação tenha atingido a profundi
dade desejada.
Essas temperaturas de alívio de tensões são as seguintes074):
tipo 3 8 3 .....................................................................................................................................3 9 9 ° a4 2 7 °C
tipo 3 7 0 ÍP1)............................................................................................................................ 6 4 9 ° a 6 7 7 °C
tipos 371 (P3) e 3 7 4 (P6).................................................................................................. 6 7 7 ° a 6 9 3 °C
tipos 3 7 2 IP2), 3 7 3 |P5), 3 8 0 <P20),381, 3 8 2 ........................................................... 7 0 5 ° a 7 3 2 °C
tipos 3 7 5 ÍP4), 3 7 6 (P4), 3 84, 38 5 , 3 8 6 ....................................................................... 7 4 6 ° a 7 7 4 °C
TABELA 81
TEM PO
— Aços graffticos
8-1. Aços-ferramenta tipo "m atriz” — A Tabela 82(175) mostra os dois tipos des
se grupo, os quais se caracterizam por teor de carbono médios e a presença de cròmo,
vanádio, tungstênio, molibdênio e cobalto, em teores variáveis.
A composição química desses aços é baseada nas composições químicas das mar
trizes dos aços rápidos: assim, o tipo 300 é essencialmente a composição-matriz do
aço rápido 650 (M2) e o tipo 301 corresponde à matriz do aço rápido 645 (M42).
São empregados em matrizes de extrusão, matrizes de compactação, mandris, ma
trizes de laminadores de rosca, lâminas de serra e punções.
A Tabela 83íl75) indica as temperaturas de tratamento térmico. 0 meio de resfria
mento mais comum é o banho de sal a uma temperatura entre 540° e 6 2 0 °C. Pode-se
utilizar óleo e, para peças finas, ar.
TABELA 8 3
340 F2 6 4 a 67 6 5 a 68 7 8 8 /8 1 5 7 8 8 /8 7 1 água 1 4 9 /2 6 0
341 F3 64 a 6 7 65 a 68 7 8 8 /8 1 5 7 8 8 /8 7 1 água, óleo 1 4 9 /2 6 0
AÇOS PARA FERRAMENTAS E MATRIZES
TABELA 82
300 •M 0 ,5 0 aa a 0 ,2 0 4 ,5 0 1 ,0 0 2 ,0 0 2 ,7 5 a aa grande 7 4 6 7
301 aaa 0 ,5 5 aaa 0 ,2 0 4 ,0 0 1,00 1,00 5 ,0 0 8 ,0 0 grande 7 4 6 7
TABELA 8 4
340 F2 1 ,2 5 0 ,2 5 0 ,2 5 3 ,5 0 0 ,3 0 ou 0 ,3 0 pequena 2a 6 8 3 6
341 F3 1 ,2 5 0 ,2 5 0 ,2 5 3 ,5 0 0 ,7 5 pequena 2 a6 8 3 6
— _____
O tipo mais importante é o 340; o Mo ou o Cr são elementos opcionais
3
TABELA 86
ss
Aços-ferramenta de alto carbono e baixo teor em Nga
TABELA 88
Aços semi-rápidos para ferramentas
AÇOS E FERROS F U N D ID O S
360 99 9 0 ,8 0 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 1,10 . . . 4 ,2 5 grande 3 6 6 6
361 999 0 ,9 0 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 2 ,0 0 1,00 4 ,2 5 grande 3 6 6 5
362 999 1 ,2 0 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 3 ,1 5 4 ,2 5 grande 2 7 6 4
363 999 1 ,4 0 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 4 ,1 5 9%% 4 ,2 5 grande 2 8 6 3
364 999 0 ,9 5 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 2 ,3 0 2 ,8 0 2 ,5 0 grande 2 6 6 5
365 999 0 ,9 0 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 2 ,2 5 1 ,0 0 2 ,0 0 grande 3 6 6 5
366 ••• 1 ,2 0 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 2 ,9 0 1 ,4 0 1 ,6 0 grande 3 7 6 4
367 *•+ v 0 ,9 5 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 2 ,2 0 1 ,9 0 1,10 grande 3 6 6 5
368 1 ,1 0 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 4 ,0 0 2 ,5 0 2 ,6 0 grande 2 7 6 3
369 999 0 ,9 5 0 ,2 5 0 ,2 5 4 ,0 0 1 ,2 0 1,70 5 ,0 0 grande 3 6 6 5
AÇOS PARA FERRAMENTAS E MATRIZES 319
8.3. Aços de aito carbono e baixo teor em figa — A Tabela 86(m> mostra os p
cipais tipos desse grupo.
Sâo aços de custo relativamente baixo, utilizados na fabricação de ferramentas
com arestas de corte finas tais como machos de tarraxa, brochas e alargadores. Isso
devido ao fato de que os tipos podem ser temperados em óleo e sofrem menor empe-
nam ento.
A Tabela 87<n7> indica as temperaturas usuais de tratamento térmico.
TABELA 87
Temperaturas de tratamento térmico e durezas de aços-ferramenta de
alto carbono e baixo teor em liga
TABELA 89
8.5. Aços graffticos — Esses aços, devido aos altos teores de carbono e sil
são caracterizados pela decomposição do carboneto em carbono livre (grafitização), de
modo que aliam à razoável endurecibilidade, boas resistência ao desgaste e usinabitidâ-
de. A presença de carbono livre ou grafita formam descontinuidades na superfície,
facilitando a formação de cavacos frágeis e curtos, durante a operação de usinagem.
A Tabela SO*179* apresenta os tipos 390 a 395, revelando inclusive uma larga fai
xa de endurecibilidade, o que obriga a utilizar como meios de resfriamento desde a água
até o ar {Tabela 91).
A Tabela 91íl79) indica as temperaturas de tratamento térmico.
TABELA 91
(a) As temperaturas mostradas são as que seriam empregadas se fossem necessárias para
retrabalhar o metal após a têmpera e revenido
TABELA 90
390 • •• 1,50 0,70 0,50 0,9 0 • aa aaa • aa aaa aaa pequena 2a6 3 1 9
391 1,50 0,15 0,3 0 0,2 0 #** ### #«# aaa 0,1 5 pequena 2a6 3 1 9
392 1,50 0,25 0,50 0,65 • a a »aa 2,80 0,5 0 aaa pequena 2a 6 6 3 8
393 06 1,45 0,45 0,45 1,00 0,20 • a# aaa 0,25 aaa média 3 3 2 9
394 aaa 1,50 0,30 0,30 1,00 0,50 1,75 « t « 0,50 aaa grande 3 3 2 8
395 A10 1,35 0,35 0,35 1,25 . . . 1,80 aaa 1,50 aaa grande 3 3 3 8
Temporáveis em óleo
410 01 0 ,9 5 1 ,2 0 0 ,2 5 0 ,5 0 0 ,2 0 0 ,5 0 média 3 4 3 8
411 02 0 ,9 5 1,60 0 ,2 5 0 ,2 0 0 ,1 5 • •• 0 ,3 0 média 3 4 3 8
412 1 ,0 0 1,10 0 ,6 0 1 ,0 0 • •a • •• •• 9 média 3 3 3 8
413 07 1 ,2 0 0 ,2 5 0 ,2 5 0 ,6 0 0 ,2 0 1 ,6 0 0 ,2 5 média 3 5 3 7
414 • •• 1,05 0 ,7 0 0 ,2 5 1 ,6 0 • ■e 0 ,5 0 média 3 4 3 8
Temperáveis ao ar
420 A2 1 ,0 0 0 ,6 0 0 ,2 5 5 ,0 0 0 ,2 5 1 ,0 0 grande 4 6 5 8
421 ««« 1 ,1 0 0 ,3 0 1,20 7 ,7 5 2 ,4 0 è 9m 1,55 grande 5 8 6 5
422 A3 1 ,2 5 0 ,6 0 0 ,2 5 5 ,0 0 1 ,0 0 1 ,0 0 grande 3 7 5 8
423 A5 1,00 3 ,0 0 0 ,2 5 1 ,0 0 ••• ••• 1 ,0 0 grande 4 5 4 6
424 A4 1 ,0 0 2 ,0 0 0 ,2 5 1 ,0 0 »• « 1 ,0 0 grande 4 5 4 6
425 « if 0 ,9 5 2 ,0 0 0 ,2 5 2 ,0 0 • mm 1,00 grande 4 5 4 6
426 A6 0 ,7 0 2 ,0 0 0 ,2 5 1 ,0 0 * *• 1 ,2 5 grande 5 4 4 6
427 A8 0 ,5 5 0 ,3 0 1 ,0 0 5 ,0 0 0 ,4 0 1,25 1 ,2 5 grande 8 4 6 8
428 A9 0 ,5 0 0 ,4 0 1 ,0 0 5 ,0 0 1 ,0 0 1 ,4 0 grande 8 4 6 7
429 • »« 1 ,0 0 0 ,6 0 0 ,2 5 3 ,0 0 0 ,2 5 1,05 1 ,1 0 grande 4 8 5 5
Os tipos 01 e A 2 são os mais importantes; no tipo 411, o Cr, o V e o M o são elementos opcionais; no tipo 4 2 3 , o M o é elemento opcional; no tipo 4 2 7 , o V é elemento
opcional; o tipo 4 2 8 tem 1,50% de níquel e o tipo 4 2 9 tem 1,00 de Tt.
TABELA 9 2
Os tipos mais importantes são D2, D4, D3 e A7; (a) elemento opcional
325
os tipos com manganês, o que elimina a necessidade de um tempo mais extenso à tem
peratura de austenitização, além de minimizar o efeito de descarbonetaçãa
As temperaturas de revenido estão indicadas na Tabela 93O80). Alguns dos aços
desse grupo, como o tipo 420 (A2) mostram um lígeíro efeito de endurecimento secun
dário, quando a temperatura de têmpera for superior a 950°C (I81).
Dependendo igualmente da temperatura de austenitização, pode-se ter quantida
de apreciável de austenita retida080, a qual se decompõe no revenido, contribuindo pa
ra o ligeiro endurecimento secundária
O tipo 420 é o mais empregada A classe 420, de um modo geral é utilizada na
confecção de matrizes de recorte, matrizes de cunhagem, matrizes de estiramento, pun-
ções, calibres, mandrís, brochas, ferramentas de brunimento, lâminas de tesoura, mol
des para plásticos, etc.
-------- ■0 grupo de alto carbono e alto cromo (tipos 430 a 436) apresenta grande profun
didade de endurecimento, o que permite sua têmpera em óleo ou, na maioria dos tipos,
ao ar
Esses tipos foram inicial mente desenvolvidos como possíveis substitutos para os
aços rápidos, durante a Segunda Guerra Mundial082>, mas não foram bem sucedidos
em aplicações de ferramentas de corte, por serem frágeis e por não apresentarem sufi
ciente dureza a quente.
Contudo, a presença de numerosos carbonetos duros de cromo, associada a ca
racterísticos notáveis de indeformabilidade tornam esses aços muito úteis para a fabri
cação de matrizes.
O alto cromo presente torna esses aços mais resistentes à corrosão que os aços
simplesmente ao carbono ou com baixo teor de elementos de liga. Esse fato causa apre
ciável resistência à tendência dos aços adquirir manchas quando temperados e polidos.
A resistência ao desgaste desses aços é cerca de oito vezes maior que a dos aços-
carbono sem vanádio ou outros tipos de carbonetos.
A Tabela 93(182> mostra as temperaturas de tratamento térmica
O recozimento deve ser seguido de resfriamento lento e a superfície deve ser pro
tegida com atmosfera controlada ou colocando as peças em caixas contendo substân
cia inerte.
Em alguns casos pode-se conseguir economia de tempo, aplicando-se o seguinte
ciclo de recozimento isotérmico:
Para a têmpera, o aquecimento deve ser lento e uniforme, o que reduz as possibili
dades de mudanças dimensionais. Recomenda-se um pré-aquecimento entre 650° e
750°C e o emprego de fornos de atmosfera controlada ou banhos de sal.
Como se vê pelos exame da Tabela 93, as temperaturas de têmpera são relativa
mente elevadas, sobretudo quando o teor de carbono é mais baixo (tipos 430, 434,
435 e 436).
O revenido pode causar endurecimento secundário quando a têmpera tiver sido
realizada a temperaturas acima de 1010°C.
Para aumentar a dureza e melhorar a estabilidade dimensional desses aços, pode-
se empregar tratamento sub-zero.
Para a máxima estabilidade dimensional à temperatura ambiente, os seguintes ci
clos de tratamento térmico, após a têmpera, mostraram-se benéficos080:
Alguns desses aços de alto carbono e alto cromo são nitretados de modo a
obter-se uma superfície com maior resistência ao desgaste.
Finalmente, o grupo de aços para trabalho a frio resistentes ao desgaste in
cluem os tipos de 440 a 449, indicados na Tabela 92.
Esses aços apresentam uma resistência ao desgaste muito pronunciada, devi
do aos altos teores de carbono e vanádio que todos apresentam (com exceção de
um tipo). 0 carboneto de vanádio é extremamente duro e difícil de dissolver-se na
austenita. Comparáveis a esses aços em resistência ao desgaste, há somente cer
tos aços rápidos de alto teor de vanádio.
TABELA 9 3
Temperaturas de tratam ento térm ico e durezas de aços-ferram enta para trabalho a frio
410 01 57 a 62 61 a 64 7 6 0 /7 8 8 7 8 8 /8 1 5 óleo 1 4 9 /2 6 0
411 02 57 a 62 61 a 64 7 4 6 /7 7 4 7 6 0 /8 0 2 óleo 1 4 9 /2 6 0
412 «• « 57 a 62 61 a 64 7 7 4 /8 0 2 7 8 8 /8 7 1 óleo 1 4 9 /2 6 0
413 07 58 a 64 61 a 64 7 8 8 /8 1 5 7 8 8 /8 8 5 água, óleo 1 6 3 /2 8 8
414 . . . 58 a 62 62 a 64 8 1 5 /8 4 3 8 1 5 /8 4 3 óleo 1 4 9 /2 6 0
420 A2 57 a 62 63 a 65 8 4 3 /8 7 1 9 2 7 /9 8 2 ar 1 7 7 /5 3 8
421 « I » 58 a 64 63 a 65 8 4 3 /8 7 1 1 0 3 8 /1 0 9 3 ar 5 2 4 /6 2 1
422 A3 58 a 63 63 a 65 8 1 5 /8 4 3 9 6 8 /9 9 6 ar 1 7 7 /5 6 6
423 A5 54 a 60 60 a 62 7 3 8 /7 6 0 7 8 8 /8 4 3 ar 1 4 9 /4 2 7
424 A4 54 a 62 61 a 63 7 3 8 /7 6 0 8 1 5 /8 7 1 ar 1 4 9 /4 2 7
425 «»• 54 a 61 61 a 63 7 6 0 /7 8 8 8 2 9 /8 5 7 ar 1 4 9 /4 2 7
426 A6 54 a 60 60 a 62 7 3 2 /7 4 6 8 2 9 /8 7 1 ar 1 4 9 /4 2 7
427 A8 48 a 57 60 a 62 8 1 5 /8 4 3 9 8 2 /1 0 1 0 ar 4 8 2 /6 4 9
428 A9 40 a 56 55 a 57 7 8 8 /8 2 9 9 6 8 /1 0 1 0 ar 4 8 2 /6 4 9
429 « I I 59 a 60 63 a 64 899 968 ar 1 7 7 /2 0 4
430 D2 58 a 64 61 a 64 8 7 1 /8 9 9 9 8 2 /1 0 2 4 ar 2 0 4 /5 3 8
431 D4 58 a 64 64 a 66 8 7 1 /8 9 9 9 6 8 /1 0 1 0 ar 2 0 4 /5 3 8
432 D3 58 a 64 64 a 66 8 7 1 /8 9 9 9 2 7 /9 8 2 óleo 2 0 4 /5 3 8
433 D6 58 a 64 64 a 66 8 7 1 /8 9 9 9 2 7 /9 5 4 óleo 2 0 4 /5 3 8
434 D5 58 a 63 61 a 64 8 7 1 /8 9 9 9 8 2 /1 0 2 4 ar 2 4 0 /5 3 8
435 Dl 58 a 64 61 a 64 8 7 1 /8 9 9 9 6 8 /1 0 1 0 ar 2 0 4 /5 3 8
436 56 a 61 59 a 63 8 7 1 /8 9 9 9 6 8 /1 0 3 8 ar 2 0 4 /5 3 8
440 A7 58 a 66 64 a 66 8 7 1 /8 9 9 9 2 7 /9 8 2 ar 1 4 9 /5 3 8
441 • •• 58 a 66 64 a 66 8 7 1 /8 9 9 9 2 7 /9 8 2 ar 1 4 9 /5 3 8
442 D7 58 a 66 64 a 68 8 7 1 /8 9 9 1 0 1 0 /1 0 6 6 ar 1 4 9 /5 3 8
443 ... 56 a 61 58 a 61 8 2 9 /8 5 7 1 1 2 1 /1 1 4 9 ar 1 4 9 /5 3 8
444 63 a 65 62 a 66 8 1 5 /8 7 1 7 8 8 /8 0 2 ar 1 4 9 /2 6 0
445 56 a 67 66 a 68 7 7 4 /8 0 2 7 7 4 /7 8 8 água 1 4 9 /2 8 8
446 •ll 62 a 66 64 a 66 8 1 5 /8 2 9 9 5 4 /9 8 2 ar 1 49/371
447 «•• 58 a 66 64 a 66 8 1 5 /8 4 3 9 2 7 /9 8 2 ar 1 4 9 /5 3 8
448 m9 9 58 a 62 62 a 64 8 7 1 /8 9 9 1 0 2 4 /1 0 9 3 ar 5 3 8 /6 2 1
449 . . . 60 a 65 63 a 66 8 7 1 /8 9 9 1 0 6 6 /1 1 7 7 ar 5 2 4 /5 5 2
AÇOS PARA FERRAMENTAS E MATRIZES 327
— ao cromo-molibdênio
— ao cromo-tungstênio
— ao tungstênio
— ao molibdênio
Contudo, o cromo está sempre presente (com exceção do tipo 555) em maiores
ou menores quantidades.
Os aços para trabalho a quente, devido às aplicações a que se destinam envol
vendo temperaturas elevadas, devem apresentar média (tipos 510 a 514 e 520 a 525).
e de média a alta (tipos 530 a 536, 540 a 549 e 550 a 556) dureza a quente
Além disso, outros característicos necessários são: resistência ao choque, usína-
bilidade razoável, resistência à temperatura de serviço, resistência à erosão às tempera
turas de serviço, resistência à fissuração devida ao calor e grande profundidade de en-
durecimenta
Nenhum dos tipos apresentados na Tabela 94 é indicado para toda e qualquer apli
cação de trabalho a quente, visto que seus característicos variam de um grupo a outro.
Por exemplo, a dureza a quente dos tipos contendo cromo mantem-se até aproxi
madamente 425°C, ao passo que a dos tipos contendo tungstênio mantem-se até cer
ca de 620°C. Nessas condições, essas temperaturas seriam os limites máximos apro
ximados de trabalho para os aços respectivos.
Por outro lado, ao desejar-se esfriar as matrizes em serviço com o fim de manter
a temperatura baixa para prevenir amolecimento do aço, os tipos ao cromo devem ser
preferidos aos contendo tungstênio, porque resistem melhor à fissuraçãa
Os tipos ao cromo apresentam esse elemento em tecres variáveis de 3,25 a 4,00%.
São os de menor custo porque contêm o mínimo dos outros elementos de liga (vanádio
e molibdênio). Os tipos de alto carbono (510 e 511) possuem melhor resistência ao des
gaste, mas sua tenacidade é baixa e, por isso, são preferidos quando o trabalho a quen
te é aplicado com ação de compressão Exemplos típicos de aplicação desses aços: dis
positivos de aperto na fabricação de parafusos e rebites. Os tipos de menor teor de car
bono (512, 513 e 514) apresentam baixa resistência ao desgaste com razoável tenaci-
328
TABELA 94
Aços ao cromo
510 ... 0 ,9 5 0 ,3 0 0 ,3 0 ... 4 ,0 0 ... ... ... grande 4 5 5 8
511 ... 0 ,9 5 0 ,3 0 0 ,3 0 ... 4 ,0 0 0,50(a) 0 ,5 0 ... grande 4 5 5 8
512 ... 0 ,6 0 0 ,3 0 0 ,3 0 ... 4 ,0 0 0 ,7 5 0 ,5 0 ... grande 6 4 5 8
513 S7 0 ,5 0 0 ,7 0 0 ,3 0 ... 3 ,2 5 ... 1 ,4 0 ... grande 8 3 5 8
514 ... 0 ,5 0 0 ,3 0 0 ,9 0 ... 3 ,2 5 0 ,2 5 1 ,4 0 ... grande 8 3 5 8
Aços ao cromo-molibdênio
520 H11 0 ,3 5 0 ,3 0 1 ,0 0 ... 5 ,0 0 0 ,4 0 1 ,5 0 ... grande 9 3 6 8
521 H13 0 ,3 5 0 ,3 0 1 ,0 0 ... 5 ,0 0 1 ,0 0 1 ,5 0 ... grande 9 3 6 8
522 H12 0 ,3 5 0 ,3 0 1 ,0 0 1 ,5 0 5 ,0 0 0 ,4 0 1 ,5 0 ... grande 9 3 6 8
523 ... 0 ,4 0 0 ,6 0 1 ,0 0 1 ,2 5 3 ,5 0 1 ,0 0 1 ,0 0 ... grande 9 3 6 8
524 H10 0 ,4 0 0 ,5 5 1 ,0 0 ... 3 ,2 5 0 ,4 0 2 ,5 0 ... grande 9 3 6 8
525 ... 0 ,3 5 0 ,3 0 1 ,0 0 ... 5 ,0 0 ... 2 ,0 0 ... grande 9 3 6 8
Aços ao cromo
540 H21 0 ,3 5 0 ,3 0 0 ,3 0 9 ,0 0 3 ,5 0 0 ,5 0 ... ... ... grande 6 4 8 6
541 . H20 0 ,3 5 0 ,3 0 0 ,3 0 9 ,0 0 2 ,0 0 0 ,5 0 ... ... ... grande 6 4 8 6
54 2 ... 0 ,3 0 0 ,3 0 0 ,3 0 1 0 ,0 0 2 ,7 5 0,3 0(a) 0,25(a) ... 1 ,7 5 grande 6 4 8 5
543 H 22 0 ,3 5 0 ,3 0 0 ,3 0 1 1 ,0 0 2 ,0 0 0 ,4 0 ... ... ... grande 5 5 8 6
544 **• 0 ,3 0 0 ,3 0 0 ,3 0 1 2 ,0 0 2 ,5 0 0 ,4 0 ... 3 ,6 0 ... grande 5 4 8 6
545 H25 0 ,2 5 0 ,3 0 0 ,3 0 1 5 ,0 0 4 ,0 0 1 ,0 0 ... ... ... grande 6 4 8 6
546 ... 0 ,4 0 0 ,3 0 0 ,3 0 1 4 ,0 0 3 ,5 0 0 ,4 0 ... ... ... grande 5 4 8 6
54 7 H 24 0 ,4 5 0 ,3 0 0 ,3 0 1 5 ,0 0 3 ,0 0 0 ,5 0 ... ... ... grande 5 5 8 6
548 ... 0 ,3 5 0 ,3 0 0 ,3 0 1 4 ,0 0 4 ,0 0 ... 2 ,0 0 ... 2 ,5 0 grande 4 4 8 3
549 H26 0 ,5 0 0 ,3 0 0 ,3 0 1 8 ,0 0 4 ,0 0 1,00 ... ... ... grande 4 6 8 5
Aços ao molibdênio
550 H 15 0 ,3 5 0 ,3 0 0 ,4 0 1,00 3 ,7 5 0 ,7 5 6 ,0 0 ... ... grande 6 4 7 6
551 H 15 0 ,4 0 0 ,3 0 0 ,5 0 1 ,0 0 5 ,0 0 0 ,7 5 5 ,0 0 ... ... grande 5 4 7 6
55 2 H 43 0 ,5 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 2 ,0 0 8 ,0 0 ... **• grande 4 6 7 6
55 3 H 42 0 ,6 5 0 ,3 0 0 ,3 0 6 ,4 0 4 ,0 0 2 ,0 0 5 ,0 0 ... ... grande 4 6 7 6
554 H41 0 ,6 5 0 ,3 0 0 ,3 0 1 ,5 0 4 ,0 0 1 ,0 0 8 ,0 0 ... ... grande 4 6 7 6
555 ... 0 ,3 0 0 ,5 0 0 ,3 0 ■*
4 ... 3 ,0 0 ... 3 ,0 0 grande 6 4 6 5
556 ... 0 ,1 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 3 ,5 0 0 ,5 0 5 ,0 0 2 5 ,0 0 ... grande 4 4 8 1
Os tipos mais importantes são H11, H 13, H 12, H 14, H 21, H 2 4 e H26; (a) elemento opcional
8
330 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
dade, de modo que são indicados em condições de choque, como por exemplo em pun-
ções, talhadeiras, matrizes de formar cabeças de rebite a quente e matrizes de forja-
menta
As temperaturas de tratamento térmico estão indicadas na Tabela 95.
O recozimento requer resfriamento lenta
A têmpera, realizada a temperaturas elevadas, exige, em alguns casos, pré-
aquecimento em torno de 750°C para reduzir o tempo è temperatura de austenitização
e garantir uma qualidade superficial melhor. Normalmente, o resfriamento é ao ar tran
quilo ou ar comprimido; às vezes, quando se deseja dureza máxima superficial ou endu
recimento mais profundo em peças de grandes dimensões, estas podem ser resfriadas
em óleo.
TABELA 9 5
Temperaturas de tratam ento térm ico e durezas de aços-ferram enta para trabalho a quente
510 37 a 50 48 a 50 8 0 2 /8 2 9 9 5 4 /1 0 1 0 ar 3 1 5 /6 4 9
511 40 a 55 47 a 61 7 8 8 /8 0 2 8 9 9 /1 0 1 0 ar 3 1 5 /6 4 9
5 12 48 a 59 59 a 65 7 8 8 /8 7 1 9 2 7 /1 0 1 0 ar, óleo 2 3 2 /6 2 1
513 S7 47 a 57 59 a 61 8 1 5 /8 4 3 9 2 7 /9 5 4 ar 2 0 4 /5 3 8
514 47 a 57 59 a 61 8 1 5 /8 4 3 941 /9 6 8 ar 2 0 4 /5 3 8
520 H11 38 a 55 53 a 55 8 4 3 /8 9 9 9 9 6 /1 0 2 4 ar 5 3 8 /6 4 9
521 H13 40 a 53 51 a 54 8 4 3 /8 9 9 9 9 6 /1 0 3 8 ar 5 3 8 /6 4 9
522 H12 38 a 55 53 a 55 8 4 3 /8 9 9 9 9 6 /1 0 2 4 ar 5 3 8 /6 4 9
523 37 a 55 51 a 54 8 7 1 /8 9 9 1 0 1 0 /1 0 6 6 ar 5 3 8 /7 0 5
524 H 10 39 a 56 52 a 59 8 7 1 /8 9 9 1 0 1 0 /1 0 3 8 ar, óleo 5 3 8 /6 4 9
525 38 a 55 51 a 54 8 4 3 /8 9 9 9 8 2 /1 0 3 8 ar 4 8 2 /6 4 9
530 H14 40 a 54 53 a 57 8 7 1 /8 9 9 1 0 1 0 /1 0 6 6 ar 5 6 6 /6 4 9
531 H19 40 a 55 48 a 57 8 7 1 /8 9 9 9 8 2 /1 2 0 4 ar, óleo 5 6 6 /6 7 7
532 34 a 59 57 a 59 8 4 3 /8 7 1 9 8 2 /1 0 3 8 ar 5 3 8 /6 4 9
533 36 a 56 53 a 63 8 7 1 /8 9 9 1 1 2 1 /1 1 7 7 ar, óleo 3 1 5 /7 0 5
534 38 a 58 53 a 63 8 7 1 /8 9 9 1 1 2 1 /1 1 7 7 ar, óleo 5 6 6 /6 7 7
535 H 16 38 a 58 53 a 58 8 7 1 /8 9 9 1 1 2 1 /1 1 7 7 sal, óleo, ar 5 6 6 /6 7 7
536 H23 38 a 48 34 a 40 8 7 1 /8 9 9 1 0 2 4 /1 2 7 4 sal, óleo, ar 6 4 9 /8 1 5
(*) A introdução dos aços rápidos na indústria deu-se em 1890 e deve-se a Taylor, um dos pioneiros
no estudo e adoção de métodos científicos de administração de empresas e White, os quais estuda
ram o efeito do tungstênio sobre a dureza a quente dos aços. Esse desenvolvimento revolucionou os
métodos de corte dos metais. O mesmo Taylor interessou-se grandemente pela determinação das ve
locidades, avanços e profundidades de corte mais convenientes na usinagem dos metais.
334
TABELA 96
Tipos ao tungstênio
610 T1 0 ,7 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 8 ,0 0 1 ,0 0 0,70(a) • a* grande 3 7 8 5
611 T2 0 ,8 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 8 ,0 0 2 ,0 0 0,60(a) eee grande 3 8 8 5
612 ... 0 ,9 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 8 ,0 0 2 ,0 0 0 ,6 0 (a l • •• grande 2 8 8 5
613 ... 1 ,0 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 4 ,0 0 3 ,0 0 0 ,7 5 grande 2 8 8 4
614 T3 1 ,05 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 8 ,0 0 3 ,0 0 0 ,8 0 eae grande 2 8 8 4
615 T9 1,20 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 8 ,0 0 4 ,0 0 0 ,7 5ía ) grande 2 9 8 3
616 T7 0 ,7 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 4 ,0 0 2 ,0 0 u i grande 2 7 8 5
Tipos ao tungstê nio-cobalto
620 T4 0 ,7 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 8 ,0 0 1 ,0 0 0,70(a) 5 ,0 0 grande 2 7 8 3
621 T5 0 ,8 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 8 ,0 0 2 ,0 0 0,80(a) 8 ,0 0 grande 1 7 9 2
622 T6 0 ,8 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,5 0 2 0 ,0 0 1 ,8 0 0 ,7 0 1 2 ,0 0 grande 1 8 9 1
623 T15 1 ,5 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 2 ,0 0 5 ,0 0 0 ,5 0(a ) 5 ,0 0 grande 1 9 9 1
624 T8 0 ,7 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 4 ,0 0 2 ,0 0 0,75(a) 5 ,0 0 grande 2 8 8 3
Tipos ao motibdênio-cobalto
0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1,75 1 ,8 0 8 ,5 0 8 ,0 0 grande 1 8 9 1
643 0 ,6 5
644 M 33 0 ,9 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 1 ,5 0 1 ,2 0 9 ,5 0 8 ,0 0 grande 1 8 9 2 M
M 42 1 ,10 0 ,3 0 0 ,3 0 3 ,7 5 1 ,5 0 1 ,15 9 ,5 0 8 ,0 0 grande 1 8 9 2
645
M 43 1,20 0 ,3 0 0 ,5 0 3 ,7 5 2 ,7 5 1 ,6 0 8 ,0 0 8 ,2 5 grande 1 8 9 2
646
VM 4 6 1 ,2 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 2 ,0 0 3 ,2 0 8 ,2 5 8 ,2 5 grande 1 8 9 2
647
M 47 1,10 0 ,2 0 0 ,3 0 3 ,7 5 1 ,5 0 1 ,2 5 9 ,5 0 5 ,0 0 grande 1 8 9 2
648
Tipos ao tungstênio-molibdênio
650 M2 0 ,8 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 6 ,0 0 2 ,0 0 5 ,0 0 ... grande 3 7 8 5
1,05 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 6 ,0 0 2 ,5 0 5 ,0 0 grande 3 8 8 4
651 M3
1,20 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 6 ,0 0 3 ,0 0 5 ,0 0 • *e grande 3 8 8 4
652 M3
653 M4 1 ,3 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 5 ,6 0 4 ,0 0 4 ,5 0 *** grande 3 9 8 3
654 M8 0 ,8 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 5 ,0 0 1 ,5 0 5 ,0 0 .. . grande 3 7 8 5
Tipos ao tungstênío-molibdênio-cobalto
660 M 35 0 ,8 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 6 ,5 0 2 ,0 0 5 ,0 0 5 ,0 0 grande 2 7 8 3
M 36 0 ,8 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 6 ,0 0 2 ,0 0 5 ,0 0 8 ,0 0 grande 1 7 9 2
661
M6 0 ,8 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 4 ,0 0 1 ,50 5 ,0 0 1 2 ,0 0 grande 1 7 9 1
662
M 15 1 ,5 0 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,0 0 6 ,5 0 5 ,0 0 3 ,5 0 5 ,0 0 grande 1 9 9 1
663
664 1,25 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,2 5 1 0 ,0 0 4 ,2 5 2 ,5 0 5 ,5 0 grande 2 9 9 2
665 M41 1 ,1 0 0 ,4 5 0 ,3 0 4 ,2 5 6 ,7 5 2 ,0 0 3 ,7 5 5 ,0 0 grande 1 8 9 2
M 44 1,15 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,2 5 5 .2 5 2 ,0 0 6 ,2 5 1 2 ,0 0 grande 1 8 9 2
666
667 M 45 1 ,2 5 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,2 5 8 ,0 0 1 ,6 0 5 ,0 0 5 ,5 0 grande 1 8 9 2
668 1,15 0 ,3 0 0 ,3 0 3 ,7 5 1 0 ,0 0 1 ,3 0 5 ,2 5 1 2 ,0 0 grande 1 8 9 2
• •• 1 ,5 0 0 ,3 0 0 ,3 0 3 ,7 5 1 0 ,0 0 3 ,1 0 5 ,2 5 9 ,0 0 grande 1 8 9 2
669
670 IM 1,27 0 ,3 0 0 ,3 0 4 ,2 0 6 ,4 0 3 ,1 0 5 ,0 0 8 ,5 0 grande 1 8 9 2
... 2 ,3 0 0 ,3 0 0 ,4 0 4 ,0 0 6 ,5 0 6 ,5 0 7 ,0 0 1 0 ,5 0 grande 1 9 9 2
671
Os tip os T 1, T 2, T4, T 5, T 6, T 15, M 1, M 1 0 , M 2 , M 3 , M 4 são os mais importantes; os tipos 6 4 2 e 6 4 3 possuem 0 ,2 5 % de boro; o tipo M 8 possui 1 ,25 de
nióbio; (a) elemento opcional Ui
336 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
Os efeitos dos elementos de liga presentes nos aços rápidos são os seguintes(185):
— Carbono — Normalmente seu teor varia entre 0,70% a 1,30%, podendo che
gar a 1,60%. Os teores mais baixos de carbono podem causar uma dureza inferior no
estado temperado, resultando igualmente em menor dureza no estado revenido. À me
dida que o carbono aumenta, aumenta a formação de carbonetos complexos, o que pos
sibilita a obtenção de melhores dureza e resistência ao desgaste finais. Do mesmo mo
do, carbono mais elevado causará uma maior retenção da austenita no estado tempera
do, o que exigirá tempos de revenido mais longos e temperaturas de revenido mais ele
vadas. Como os aços rápidos são aquecidos a temperaturas muito elevadas para o seu
tratamento térmico, deve-se dispensar a máxima atenção à possibilidade de alteração
do teor de carbono, na superfície do aço, quer por descarbonetação, quer por carbone-
taçãa A descarbonetação, evidentemente, é desvantajosa porque a dureza do gume cor
tante das ferramentas será menor. A carbonetação, pelo contrário, poderá ser vantajo
sa, sobretudo se resistência ao desgaste for uma exigência importante.
— Tungstênio — Esse elemento está sempre presente nos aços rápidos. Forma
um carboneto complexo duro juntamente com ferro e carbono (MèC) responsável pela
elevada resistência ao desgaste do aço rápida Esse carboneto dissolve-se somente par
cialmente na austenita, depois que a temperatura ultrapassou 980°C; quando dissolvi
do, é muito renitente a precipitar-se por ocasião do revenido; quando isso ocorre — en
tre temperaturas de 510°C a 595°C — o faz provavelmente na forma de W 2C, tornando-
se um dos elementos efetivos no endurecimento secundário e na dureza a quente dos
aços. À medida que o tungstênio aumenta, a quantidade de carbonetos complexos tam
bém cresce e, do mesmo modo, aumenta a quantidade de tungstênio dissolvido na ma
triz austenítica. É importante observar que se o carbono se mantiver constante, quanti
dades crescentes de tungstênio promoverão o reaparecimento da ferrita; em outras pa
lavras, nos aços com carbono relativamente baixo, o aumento do teor de tungstênio
poderá causar a permanência de grandes quantidades de ferrita à temperatura do res
friamento, após a têmpera. Finalmente, aumentando o teor de tungstênio, aumenta a
resistência ao desgaste e a eficiência de corte das ferramentas.
Tabela 97(186) compara a dureza de carboneto de vanádio com vários outros carbone-
tos, eventualmente encontrados em materiais para ferramentas. A figura 13011871, por
outro lado, mostra a proporção do excesso de carboneto {carboneto que não se dissol
ve durante a austenitização) que existe como carboneto de vanádio em vários tipos de
aço rápido. Pelo exposto, os aços rápidos de alto teor de carbono e alto teor de vanádio
— conhecidos também pelo nome de "aços super-rápídos" — são os que possuem a
melhor resistência ao desgaste, donde a sua grande eficiência de corte Essa grande
resistência ao desgaste torna, entretanto, esses aços mais difíceis de serem afiados,
devendo-se, preferivelmente, afiá-los com rebolos impregnados de diamante Finalmen
te, o vanádio também aumenta de modo apreciável a dureza a quente dos aços rápidos,
ao que se deve atribuir igualmente a sua melhor eficiência de corte
TABELA 9 7
M icrodureza de carbonetos
Dureza Knoop
M aterial
(média)
Dureza Rockwell
M aterial
C convertida
— Cromo — Esse elemento aparece nos aços rápidos em teores quasi sempre
em torno de 4,0%. Aparentemente, o cromo, exatamente no teor indicado, é que atribui
as melhores condições de dureza combinada com tenacidade nos aços rápidos. O cro
mo ainda, juntamente com o carbono, é o principal responsável pela elevada temperabi-
lidade desses aços, tornando-os facilmente temperáveis ao ar. Um outro efeito aparente
do cromo é diminuir a tendência de oxidação e formação de casca de óxido durante
o tratamento térmico dos aços rápidos.
molibdênio, para cada 0,10% de redução do teor de carbono, deve-se adicionar 0,20%
de boro; mais que 0,25% de boro prejudica sensivelmente sua capacidade de forjar e
aumenta sua fragilidade; nióbio, o qual tem sido empregado no aço rápido ao tungstênio-
molibdênio tipo 654 (M8) com a aparente vantagem de diminuir sua tendência à des-
carbonetação; enxofre, adicionado em certos aços rápidos para conferir-lhes o caracte
rístico de usinagem fácil; para isso o enxofre é adicionado entre 0,06% a 0,15%.
11.2. Propriedades dos aços rápidos — Como essas ligas são aplicadas princi
mente em operações de usinagem, o seu característico fundamental é a capacidade
de corte.
Essa capacidade de corte está intimamente relacionada à dureza do aço, quer a
temperatura ambiente, quer a altas temperaturas (dureza a quente).
A dureza a temperatura ambiente é elevada e a importância do seu conhecimento
reside no fato de que o valor da dureza serve de avaliação do tratamento térmico a que
o aço é submetido.
A dureza a quente corresponde à capacidade do aço resistir ao amolecimento pelo
calor que se desenvolve nas operações de usinagem em condições mais severas, prin
cipalmente altas velocidades de corta
— às temperaturas elevadas, a curva do aço rápido assemelha-se às dos aços endurecfveis por
precipitação.
340 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 9 8
Dureza Rockwell C
Tipo
À temperatura
A 5 9 3 °C A 6 2 0 °C A 6 3 5 °C
ambiente
M1 66 63 5 7 ,5
M2 6 5 ,5 6 2 ,5 5 8 ,0 5 6 ,5
M3 66 6 2 ,5 5 6 ,5
M 10 6 5 ,5 62 5 7 ,0
M 35 6 6 ,5 63 5 7 ,5
T1 66 6 2 ,5 5 7 ,5
T2 6 5 ,5 63 5 9 ,5 59
T9 66 64 6 1 ,5 60
T4 66 64 5 7 ,5
T5 6 5 ,5 63 6 0 ,0 5 9 ,5
T6 6 5 ,5 63 6 1 ,5 60
T8 66 6 3 ,5 6 0 ,5 59
Fig. 133 — Efeito da temperatura de revenido na dureza dos tipos de aço rápido
ao cobalto de alta dureza, comparado com os tipos T-15 e M -2.
vido a sobrecargas, choques, cantos vivos etc., que excedam o limite elástico; a segun
da definição — ou seja habilidade de suportar deformação permanente (resistência elás
tica) — pode parecer mais prática, no caso dos aços rápidos, porque raramente ocor
rem grandes deformações nas ferramentas de aresta fina de corte.
tOO f50 200 250 300 350 400 450 500 550 500 550
fô/nper&fvra 5e revemc/o *C —
0 revenido dos aços rápidos pode ser dividido em quatro estágios que se super
põem na seguinte seqüência<193>:
T E M P O DE R E V E N I D O , m i n .
Pela figura 136, verifica-se que, no aço rápido tipo M2, são necessários 60 minutos
a 550°C, para transformar toda a austenita retida, qualquer que tenha sido a técnica adota
da para a operação (um ou mais revenidos).
A figura 137 indica que aumentando o teor de carbono do aço M2 (de 0,85 para 1,25%),
a quantidade de austenita retida é maior: contudo, partindo-se de um teor de vanádio equi
valente a 1,9%, se a quantidade deste elemento for aumentada de 1,2%, a quantidade de
austenita retida diminui, o que se explica pelo fato de ser o vanádio um elemento com forte
tendência para formar carbonetos.
A comparação entre as figuras 136 e 137 mostra igualmente que, passando o carbono
de 0,85 para 1,25%, o tempo de transformação da austenita é muito maior, independente
mente de ter-se mais vanádio.
A figura 138 mostra o efeito de 8,00% de cobalto, como acelerador da transformação
da austenita. A figura 139 mostra o efeito do silício e do nitrogênio, o primeiro com ação
mais rápida. Finalmente; a figura 140 indica o tempo para a transformação de vários tipos
de aços rápidos.
O aquecimento para o revenido deve ser lento e as ferramentas devem ser colocadas
no forno de revenido, cuja temperatura não pode ser superior a 200/260°C Quanto ao tem
po de revenido, recomenda-se um mínimo de duas horas à temperatura de revenido para sec-
çôes até 50 mm, com tempos proporcionalmente mais longos para secções de maiores di
mensões. Finalmente; para pequenas ferramentas não é necessário e, às vezes, não é reco
mendável, revenir imediatamente após a têmpera; entretanto, para peças grandes ou de for
ma complexa, deve-se proceder dessa maneira, para evitar o perigo de ruptura das peças.
\ÇO S PARA FERRAMENTAS E MATRIZES 347
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11.3.1. Tratamento térmico dos aços rápidos — A Tabela 99(185) apresenta as temp
turas de recozimento, têmpera com os meios de resfriamento e revenido (faixa).
Em relação ao tratamento térmico dos aços rápidos, serão feitas a seguir as seguintes
considerações:
0 aquecimento exige ambiente protetor. O meio mais adequado consiste em "banhos
de sal", os quais oferecem a velocidade de aquecimento mais rápida e impede formação
de casca de óxido às elevadas temperaturas de aquecimento Para evitar descarbonetação,
os banhos de sal devem ser mantidos limpos e periodicamente retificados na sua composição
Fornos de mufla exigem atmosferas controladas, com rigoroso controle da sua com
posição, em função dos fenômenos de carbonetação ou descarbonetação superficial que po
dem ocorrer, dada a variedade de composição dos aços rápidos. Fornos à vácuo têm sido
empregados mais recentemente
Dadas as altas temperaturas envolvidas, é necessário que os aços submetidos a pré-
aquecimentos, com duas vantagens principais: eliminar o severo choque térmico a que as
ferramentas podem estar sujeitas se colocadas diretamente nos fornos às temperaturas fi
nais de tratamento e, em consequência, reduzir a possibilidade de empenamento e formação
de fissuras sobretudo em peças complexas e de maiores dimensões.
Aconselha-se um pré-aquecimento acima de 760°C (temperatura em torno da qual
a austenita começa a se formar). Nesse pré-aquecimento previne-se descarbonetação que
poderia ocorrer se as peças fossem submetidas imediatamente às altas temperaturas e, além
disso, reduz-se a quantidade de tensões que podem originar-se devido à transformação
alotrópica.
Quando se trata de uma única operação de pré-aquecimento, emprega-se duas faixas
de temperaturas: 705° a 790°C, para prevenir descarbonetação parcial e, se esta descarbo-
AÇOS PARA FERRAMENTAS E MATRIZES 349
TABELA 9 9
TABELA 100
—acabamento da superfície metálica, a qual deve se apresentar tão macia e plana quanto pos
sível, de modo a eliminar depressões e projeções que ao coincidirem umas com as outras, produzem
o arrancamento de partículas além de proporcionar, pela energia produzida, uma elevação de temperatura;
—dureza, a qual deve ser elevada, para que o metal resista à penetração inicial;
—resistência mecânica e tenacidade que, quanto mais altas, mais dificultarão o arrancamento
das partículas metálicas, quaisquer que sejam as causas passíveis de produzir tal efeito.
Assim sendo, a resistência ao desgaste dos metais pode ser obtida mediante os se
AÇOS RESISTENTES AO DESGASTE 355
guintes meios:
— térmicos, pela têmpera total ou têmpera superficial {por chama ou por indução);
O objetivo do presente Capítulo é estudar os aços que, por sí só, devido aos seus ca
racterísticos de composição química, possuem elevada resistência ao desgaste^ ainda que
a mesma lhes seja garantida por tratamentos térmicos ou mecânicos suplementares.
— a austenita é tão estável que ela não se transforma, mesmo com velocidades de esfriamento
moderadas.
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tando um alongamento que pode variar de 30% a 60%, uma dureza Brinell de 180 a 220,
limite de escoamento de 30 a 42 kgf/mm2 (290 a 410 MPa) e limite de resistência à tração
de 57 a 100 kgf/mm2 (560 a 980 MPa).
O valor da dureza, entretanto, tem pouco significado, tanto no que se refere à resistên
cia ao desgaste com à usinabilidade do aço, porque ela aumenta consideravelmente, por en-
cruamento, quando o aço começa a sofrer o efeito das condições de serviço.
A Tabela 101(197) mostra valores representativos das propriedades mecânicas de aços-
manganês dos tipos comerciais, no estado fundido sem e com tratamento térmico e no es
tado laminado com tratamento térmico.
A resistência ao choque também é muito elevada, podendo atingir valores da ordem
de 14 a 15 kgfm (137 a 147J) (corpos de prova tipo Charpy).
0 encruamento que se verifica no aço-manganês austenítico quando em serviço —
geralmente devido a golpes — eleva a sua dureza de cerca de 200 Brinell no estado tratado
(resfriado em água) a 500-600. Provavelmente nenhum outro aço supera o aço Hadfield na
capacidade de endurecer pelo encruamento.
Os aços-manganês austeníticos, devido suas propriedades de tenacidade, resistência
ao desgaste e ainda não-magnéticas, têm suas mais importantes aplicações nas indústrias
de construção, mineração, exploração de pedreiras, perfuração de poços de petróleo, fabri
cação de cimento e produtos cerâmicos, estradas de ferro, dragagem, etc., na forma de pe
ças para equipamento de manuseio de materiais, britadores, moinhos de bola, caçambas de
dragas, caçambas de escavadeiras, bombas para trabalho em pedras e rochas, assim como
em peças de linhas ferroviárias, como jacarés, chaves e cruzamentos. Por outro lado, como
eles suportam igualmente o desgaste metálico (metal contra metal) são empregados em ro
das dentadas ou pinhões para correntes, engrenagens, rodas, correntes de transportadores,
sapatas, etc.
2.2. Adição de outros elementos de liga no aço Hadfield — Cromo, níquel e cobre
sido adicionados ao aço-manganês. O cromo parece melhorar a dureza do aço-manganês
antes do encruamento; por exemplo, um aço-manganês Hadfield sem cromo com dureza Bri
nell 200, antes do tratamento térmico apresentará dureza de 220 com 1,5% de cromo e
AÇOS RESISTENTES AO DESGASTE
TABELA 101
Composição Propriedades
Estado Limite convencional n Umfte de resistência à tração Alonga- Estricçfio, Dureza
C Mn Si mento, % % BrineH
kgf/mm2 MPa kgf/mm2 MPa
Fundido 1,11 12,7 0,54 36,4 354 45,5 445 4 *#•
Fundido* 1,0/1,4 10/14 0,2/1,0 35,0/39,9 340/389 70/101,5 690/995 30/65 30/40 185/210
Laminado* 1,1/1,4 11/14 0,2/06 30,1/46,9 291/459 91,7/110,6 897/1086 40/63 35/50 170/200
•Tratado termicamente
KA
358 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
cerca de 280 com 2,0% de cromo. Por outro lado, a adição de cromo parece exigir menor
quantidade de encruamento ou deformação para a obtenção da dureza superficial necessá
ria nesses aços. Nessas condições, o cromo tem sido acrescentado toda vez que as peças
forem sujeitas a desgaste de natureza principalmente abrasiva (com ausência, pois, de cho
que que possa desenvolver rapidamente a dureza superficial), tais como em peças de máqui
nas destinadas ao britamento, moagem ou transporte de material leve e de pequenas dimen
sões tais como areia e pedregulho
Às vezes adiciona-se cobre nos aços-manganês-cromo, sobretudo quando o cromo é
elevado — da ordem de 5% — com o objetivo de melhorar sua dúctil idade.
0 níquel tem sido um elemento de adição útil nos aços-manganês austenfticos de car
bono mais baixo que o normal, que após austenitizados podem ser resfriados ao ar para a
obtenção da necessária ductilidada Aços com 0,60% a 0,90% de carbono, cerca de 3,0%
de níquel e 12% de manganês são usados para eletrodos de solda, na forma de barras ou
fios laminados ou trefilados e em certas peças fundidas ou trabalhadas.
3. Aços carbono-cromo — Estes tipos de aço para resistência ao desgaste são emp
gados em mancais de esferas ou de rolete, compreendendo os tipos SAE 52100, 51100 e
50100.
A Tabela 102<196) apresenta a composição desses aços, assim como suas principais
aplicações.
TABELA 102
— tal se dá pelo envio de íons de ferro (Fe + + ) em solução na água, deslocando os íons de hi
drogênio (H + ! da água;
— se o oxigênio do ar for admitido nesta camada — por difusão através da água — forma-se
Fe(OH)3;
— este é menos solúvel que o Fe(OH)2 e precipita de acordo com a reação 2Fe(0H b -* FejCb
+ 3H 20 como um depósito marrom; '
Os meios corrosivos são inúmeros e a respeito dos mais comuns cabem os se
guintes comentários:
1.1. Corrosão atmosférica — Admite-se que; nas áreas urbanas, os principais age
corrosivos existentes na atmosfera são os óxidos sulfurosos gasosos que se originam
de combustíveis fósseis de veículos, indústrias e, eventualmente, usinas termo-elétricas
a carvão mineral. Nas áreas costeiras, atuam como meio corrosivo as partículas de água
salgada transportadas pelo ar.
A intensidade da corrosão depende, por outro lado, das condições climáticas, em
face ao fato de que os climas que prevalecem no mundo, nas suas diversas regiões,
incluem condições de clima seco, clima tropical chuvoso, clima úmido, clima polar, etc.,
que atuam de modo diferente no comportamento do material perante a ação corrosiva.
Na ausência de dados brasileiros, serão apresentados, por intermédio da Tabela
103(l98) alguns dados americanos, que demonstram a influência das condições ambien
tais sobre a velocidade de corrosão de aço-carbono.
TABELA 103
iim = 0,001 mm
TABELA 104
1.3. Corrosão em água doce — Água doce inclui águas, poluídas ou não, de rios,
lagos, represas, poços etc. Nesse meio, os fatores mais importantes no sentido de ace
lerar a velocidade de corrosão são representados por gases dissolvidos na água. 0 oxi
gênio age não somente por si só, como igualmente acelera a ação do dióxido de carbo
no, sulfeto de hidrogênio e de outros gases sólidos dissolvidos na água(200). 0 dióxido
de carbono atua porque é grandemente solúvel na água e possuí grande reatividade quí
mica como esta. O sulfeto de hidrogênio é elemento corrosivo importante, mesmo na
ausência de oxigênio. No ferro fundido, por exemplo, esse sulfeto produz a chamada
corrosão grafítica. Em águas doces naturais, o efeito do pH entre 4,5 e 9,5 é mínimo.
Em relação aos sais dissolvidos na água, os efeitos das soluções concentradas
sobre a velocidade de corrosão são menores que os de soluções diluidas, porque a maioria
dos sais dissolvidos na água tendem a diminuir a solubilidade tanto do oxigênio, como
do hidróxido de ferro*200*.
Para prevenir a corrosão em água doce, os métodos mais eficientes são: galvani
zação, em tubos e tanques para água potável; eventualmente para aquecedores de água
quente, revestimento á base de vidro, com anodos de magnésio para proteção catódica
dos poros e dos dispositivos diversos do aparelho; revestimentos orgânicos, nas super
fícies internas de tanques de água fria e inibidores em conjunção com fungicidas, em
sistemas de resfriamento por onde circula a água.
362 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 105
TABELA 106
Água doce
aço-carbono 195 65 45
aço com 0,3 Cu 200 75 45
Água salgada
aço doce 150 80 75
aço com 0,3Cu 150 90 80
aço com 2,0NÍ 190 100 85
aço com 5,0Ni 160 100 85
aço com 5,0Cr 70 100 85
TABELA 107
Método de
Atmosfera Solo Água doce Água salgada
prevenção
— absorção de gás oxigênio por átomos de cromo na camada superficial dos aços contendo
esse elemento de liga (que como se verá é o mais importante nos aços resistentes à corrosão):
— criação de uma distribuição favorável de elétrons entre o ferro e o cromo, auxiliada pele ab
sorção do oxigênio e prejudicada por hidrogênio.
aumenta o teor de cromo, diminui a tendência à oxidação. Passa-se assim dos aços sim
plesmente inoxidáveis aos aços resistentes ao calor, que serão objeto de estudo no pró
ximo capítulo e que se caracterizam por apresentarem não só resistência à oxidação
a elevadas temperaturas de serviço, como também razoável resistência mecânica nes
sas temperaturas.
O gráfico da figura 143(204) ilustra o efeito do cromo na resistência do aço à oxida
ção a altas temperaturas. Verifica-se que o efeito mais positivo do cromo, neste caso,
só se desenvolve quando o seu teor está acima de 2Q%.
O gráfico da figura 144(204) ilustra o fenômeno da passividade medido pela veloci-
O S /0 # 20 2S J0
C/*0ff?0. %
Fig. 143 — Gráfico ilustrando o efeito do cromo na resistência dos
aços à oxidação a altas temperaturas. A curva mostra a penetração da
oxidação em cubos de 1/2" aquecidos durante 48 horas a 1.000°C no ar.
366 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
dade de ataque de ligas Fe-Cr por ácido nítrico a 33%. As três curvas representam en-
saios a três temperaturas diferentes. Enquanto é mais difícil resistir a ácido quente, a
velocidade do ataque químico a qualquer temperatura cai repetinamente a valor pratica-
mente desprezível quando o teor de cromo excede 12%.
Em resumo;
— o cromo é capaz de assegurar-se o oxigênio para manter uma camada impermeável de oxigê
nio ou de óxido a qual é extremamente estável;
— esta camada, embora invisível, é contínua e, em meios oxidantes, possui uma pressão de
solução tão baixa que concede ao metal um comportamento nobre;
— esta propriedade do cromo é possuída também por certas de suas ligas com o ferro;
— a película C r-0 é, entretanto, removida pela HCI e o metal, uma vez desprovido da película
protetora é menos nobrç que o ferro.
S M /S
?.</eCr
Fig. 144 — Gráfico ilustrando o fenômeno de passividade
medido pela velocidade de ataque de ligas ferro-cromo por ácido nítrico a 3 3 %
— granulação do aço;
— deformação a frio;
— Reaqueci mento do aço, que havia sido anteriormente aquecido na faixa perigosa 4 0 0 -8 0 0 °C,
a temperaturas entre 9 5 0 ° C e 1150°C, de modó a ter-se uma redissolução dos carbonetos exis
tentes nos contornos dos grãos. É preciso, para evitar sua nova precipitação, resfriar-se rapida
mente através da faixa perigosa.
Esse reaquecimento nem sempre é conveniente, pois pode ocorrer oxidação e empenamento
ou mesmo deformação das peças a essas temperaturas. Por outro lado, toda vez que for preciso
reaquecer o aço dentro daquela faixa de temperaturas, devido a uma soldagem, por exemplo,
pode ocorrer nova precipitação de carboneto com as consequências indesejáveis já conhecidas.
— Redução do teor de carbono do aço a teores que o tornem ineficaz na formação de carbone-
tos ou na remoção do cromo dos grãos. A figura 145(206) ilustra de modo claro o efeito do car
bono na resistência à corrosão do aço inoxidável austenítico tipo 18-8. Rara o traçado da curva
representada no gráfico, amostras de aço 18-8 com carbono crescente foram propositadamen-
te aquecidas a temperaturas que provocaram, no maior grau possível, a precipitação de carboneto.
Nota-se que à medida que o carbono decresce, diminui o ataque corrosivo, o mínimo verifican
do-se quando o mesmo atinge 0 ,0 3 % . Até 0 ,0 3 % de carbono, qualquer que tenha sido o trata
mento térmico usado, o carbono ou permanece dissolvido sem qualquer efeito nociva ou precipita-
se nos contornos dos grãos na forma de um carboneto de cromo, em quantidades, entretanto,
ainda insuficientes para formar um invólucro contínuo em torno dos grãos, de modo que não
resulta qualquer prejuízo. Acima de 0 ,0 3 % , o carboneto de cromo formado começa a envolver
de modo contínuo os grãos, ocorrendo então o empobrecimento do metal adjacente a tal ponto
que sua inoxibilidade fica prejudicada.
Estudos intensos têm sido feitos para determinar o teor de carbono compatível com a resistên
cia à corrosão intergranular. De um desses estudosí206) resultou o traçado das linhas da figura
146 que mostra, para teores diversos de cromo e carbono, a probabilidade de corrosão intergra
nular. Verifica-se, por exempla que para uma probabilidade de 9 9 ,8 % de resistência à corrosão
intergranular, o teor de carbono deve ser inferior a 0 ,0 2 % c o m 18% de cromo; aumentando-se
o teor deste metal, o teor de carbono aumenta até cerca de 0 ,0 3 % ; para 2 0 % de cromo, o aço
ainda apresenta excelente resistência à corrosão intergranular, com cerca de 0 ,0 4 % de carbo
no. Em resumo, normalmente para os aços 18-8 comuns o máximo recomendável de carbono
seria em torno de 0 ,0 3 % .
— M anter um tamanho de grão pequeno, pois a granulação grosseira torna o aço mais suscetí
vel à corrosão intergranular que a granulação fina.
— O método mais comum e mais satisfatório consiste na adição de um elemento de liga que
tenha maior afinidade pelo carbono do que o cromo, evitando, pois, que este precipite como
carboneto e deixando-o em condições de agir como elemento realmente promotor da passivi-
370 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
dade. Os elementos de liga empregados para esse fim são o titânio, o nióbio e o tântalo, os dois
primeiros sendo os preferidos.
Por outro lado, a presença de 1% a 3% de molibdênío torna o aço inoxidável austenítíco menos
susceptível à corrosão intergranular, pois, sendo o molibdênio um elemento estabilizador da fer-
rita, favorece a formação de estrutura austenítico-ferrita. Sua ação, entretanto, é somente no
sentido de diminuir ligeiramente a suscetibilidade dos aços ao fenômeno em discussão.
4.5. Outros fatores — A resistência à corrosão dos aços pode ainda ser afet
pelos seguintes fatores adicionais(207):
dadeira pilha420®*. O elemento que sofre a corrosão mais rapidamente é o mais anódica Por exempla
um parafuso de aço comum numa chapa de açó inoxidável será rapidamente corroido porque
o aço inoxidável atua como um catodo de grandes dimensões; ao contrário, um parafuso de
aço inoxidável numa chapa de grandes dimensões de aço comum causará a corrosão desta,
de modo relativamente lento: essa ação deve-se ao fato de que um pequeno anodo e um gran
de catodo originam um aumento da densidade de corrente do anodo, o que produz como con
sequência um aumento da velocidade de corrosão A corrosão galvânica pode ocorrer num mesmo
material metálico que, por apresentar falta de homogeneidade de composição química ou de
fases estruturais e, em contato com o eletrólito, provoque a criação de zonas distintas anódicas
e catódicas. Em resumo, não se aconselha, por exemplo, prender com pregos ou rebites de alu
mínio ou de aço-carbono, peças de aço inoxidável mergulhadas em ambientes corrosivos, por
que o aço comum e o alumínio estão mais próximos da extremidade anódica da série galvânica.
Do mesmo modo, não se aconselha juntar peças de aço inoxidável entre si ou com elementos
nobres mediante soldagem ou brazagem pelo emprego de ligas anódicas (menos nobres).
Como complemento das considerações até aqui feitas, podemos fazer as seguin
tes generalizações:
f) o níquel além de melhorar as propriedades mecânicas dos inoxidáveis, melhora sua resistên
cia à corrosão em soluções neutras de cloretos e ácidos de baixa capacidade de oxidação;
g) o molibdênio aumenta a faixa de passividade dos aços inoxidáveis e melhora sua resistência
à corrosão em ácidos sulfúrico e sulfuroso quentes, em soluções neutras de cloretos, como água
do mar;
h) o ataque intergranular dos aços níquel-croma fenômeno típico nesses tipos de aços inoxidá
veis, é evitado por baixos teores de carbono, tratamento térmico adequado ou introdução de
titânio e nióbio.
{*) "Stress-corrosion".
372 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
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Fig. 147 — Gráfico esquemátíco mostrando a influência do carbono
sobre a capacidade de endurecimento das ligas ferro-cromo.
O sistema Fe-Cr torna-se bem complexo, quando o carbono estiver presente, mas
AÇOS RESISTENTES À CORROSÃO 373
seu estudo é simplificado pela observação do que ocorre no diagrama Fe-C quando se
introduz cromo em teores crescentes. 0 efeito mais importante é verificado na zona aus-
tenítica, como mostra a figura 149.
O /O 3 0 3 0 30 SO 6 0 70 <90 OO /OO
Note-se que, à medida que o teor de cromo aumenta, a faixa austenítica diminui,
até praticamente desaparecer para cerca de 20% de cromo. Esse fato leva è conclusão
de que, à medida que o cromo cresce, a composição das ligas Fe.-C-Cr que permitirá
a obtenção de endurecimento total por têmpera fica reduzida a limites cada vez mais
estreitos.
^ Os diagramas das figuras 150, 151 e 152(209) correspondem a secções transver
sais do diagrama Fe-Cr-C com respectiva mente 6%, 12% e 18% de cromo. Do seu exa
me, além da paulatina redução da faixa austenítica, nota-se a precipitação, pelo esfria
mento muito lento, de excesso de carbonetos acima do eutetóide (ponto PI, os quais
serão encontrados em equilíbrio no campo "gama mais carbonetos", à direita na linha SE.
Essas considerações são importantes, pois certos aços inoxidáveis com teores de
cromos elevados — entre 16% e 20% — podem tornar-se quebradiços pelo esfriamen
to muito iento, admitindo-se que esse fenômeno seja associado a uma precipitação de
carbonetos. Essa fragilidade pode, entretanto, ser eliminada pelo reaquecimento a tem
peraturas entre 790°C e 850°C seguido de resfriamento razoavelmente rápida
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' 30 70 60 50 40 30^ 20 ÃP /O 20 30 60 50 60 70 30 30
- PO /7C £M ns£M D £ # /O t/£ L ------ — POPC£7fTA6£M ff£ GP0MO — •
COPSr/TO/CÂO 4P M X /M M A M S IfS Â S P e -P f £ fO -C r
- I [ 4 -
V \ \ ' * í\ ( \ :
i i i i
ff 3 9 9 /2/3 0 3 3 9 / 2 / 3 9 3 3 9 / 2 / 5
re o fi 0E/vák/£L £ / * %
X C aróo/70
Fig. 157 — Influência do carbono em acos Ni-Cr com 18% de
Cr e 8 % de Ni. '
AÇOS RESISTENTES À CORROSÃO 379
Verifica-se a fase gama, à medida que aumenta o teor de níquel torna-se cada
vez mais estável a ponto de, com 8% de níquel, para baixos teores de carbono, as ligas
ficarem inteiramente austeníticas, mesmo com recozimento. Nessas condições, a liga
18-8 para todos os fins práticos, pode ser considerada austenítica.
Esses aços estão todos incluídos na classificação AISI que considera os tipos in
dicados na Tabela 108<212)<213)(214)(2i5).
Os característicos mais importantes desses aços são os seguintes:
— são ferro-magnéticos;
— podem ser facilmente trabalhados, tanto a quente como a frio, sobretudo quando o teor de
carbono for baixo;
— apresentam boa resistência à corrosão quando expostos ao tempo, à ação da água e de cer
tas substâncias químicas; á medida que aumenta o tetif de carbono, fica prejudicada a resistên
cia à corrosão, o que, entretanto, é compensado pelo maior teor de cromo;
— o níquel melhora a sua resistência à corrosão; o melhor aço inoxidável martensítico, sob o
ponto de vista de resistência à corrosãp é o 431, devido ao baixo carbono, alto cromo e presen
ça de níquel;
— a têmpera também melhora a resistência à corrosão, pois contribui para evitar a possibilidade
de precipitação de carbonetos.
Tipo Mn p s Si
C Cr Ni Mo Outros
AISI max. max. max. max.
s.
416 0,15 max. 1,25 0,06 0,15 min. 1,00 12,0/14,0 — 0,60 max. —
416 Se 0,15 max. 1,25 0,06 0,06 1,00 12,0/14,0 — — Se = 0,15 min.
420 0,16/0,25 1,00 0,04 0,03 1,00 12,0/14,0 1,00 max. — -
420 0,26/0,35 1,00 0,04 0,03 1,00 12,0/14,0 1,00 max. — —
420 0,36/0,45 1,00 0,04 0,03 1,00 12,5/14,5 í,00 max. — —
420 F 0,15 min. 1,25 0,06 0,15 min. 1,00 12,0/14,0 — 0,60 m ax* —
422 0,20/0,25 1,00 0,025 0,025 0,75 11,0/13,0 0,50/1,00 0,75/1,25 5,15/0,30 V; 0,75/1,25 W
431 0,20 max. 1,00 0,04 0,03 1,00 15,0/17,0 1,25/1,00 — —
* Opcional
AÇOS RESISTENTES À CORROSÃO M
TABELA 109
4 0 3 , 410
(baixo C) 8 4 0 /8 7 0 1 a 3 lento* 135/160 Aquecimento a
8 3 0 /8 8 5 °C. Manu
tenção a 7 0 5 °C
durante 6 horas B85
416 8 4 0 /8 7 0 1 a 3 lento* Idem 885
416, 416Se
(baixo C) Aquecimento a
8 3 0 /8 8 5 °C. Manu
tenção a 7 2 0 °C
durante 2 horas B85
420
(médio C) 8 4 0 /9 7 0 1 a 2 lento* 1 7 0 /2 0 0 Aquecimento a
6 3 0 /8 7 5 °C. Manu
tenção a 70 5 °C ,
durante 2 horas B95
414, 431
(médio C e
Ni) tratamentos geralmente não empregados
— todos os aços inxodiáveis martensíticos são temperados e devido a alta temperabilidade con
ferida pelo alto teor de cromo podem, geralmente, ser esfriados ao ar; alguns são esfriados em óleo
ou em água (carbono mais baixo);
— após a têmpera, aplica-se um revenido a baixa temperatura — geralmente entre 1 5 0 °C e
4 0 0 °C — que constitui mais um alívio de tensões, pois não afeta de modo significativo as proprieda
des mecânicas, além de pouco favorecer a possível precipitação de carbonetos;
— o revenido propriamente dito aplica-se aos aços de carbono maís baixo e é realizado entre
5 5 0 °C e 7 5 0 °C , de 1 a 4 horas, dependendo das alterações desejadas nas propriedades mecânicas;
deve-se procurar evitar a faixa entre 4 8 0 ° C è 6 0 0 “C*2141, pois, do contrário, tanto a tenacidade como
a resistência à corrosão são afetadas;
— para completa recuperação das propriedades no estado recozido, faz-se recozimento na faixa
de temperatura de 7 2 5 °C a 915°C.
Um outro fato que deve ser mencionado, em relação aos aços inoxidáveis marten
síticos, diz respeito ao fenômeno denominado "fragilidade pelo hidrogênio", o qual pode
ocorrer nesses aços quando a sua dureza e o seu carbono são elevados. Essa fragilida
de pode ser adquirida durante o processo de fusão do aço, ou durante o seu tratamento
térmico devido à atmosfera usada, ou durante os tratamentos químicos ou eletroquími-
cos como decapagem ou eletrodeposição que eventualmente sejam empregados nes
ses aços. A prevenção é a melhor maneira de eliminar esse inconveniente, o qual, por
outro lado, pode ser atenuado por um aquecimento do aço, sob essa condição de fragi
lidade, a uma temperatura no máximo igual a 400°C, às vezes da ordem de apenas
100°Caw>.
Além do níquel, outras adições que podem ser feitas nesses aços ao cromo são
as seguintes(216).
403 925/1000 15 a
30 óleo 225/375 1 a 3 360/380 130 1280 98 960 15 2,8/6,2 27,5/60,8
410 925/1000 15 a
30 óleo 225/375 1 a 3 360/380 130 1280 98 960 15 2,8/6,2 27,5/60,8
414 975/1050 15 a
30 óleo ou ar 225/400 1 a 3 370/400 137 1340 102 1000 15 4,1/8,3 40,2/81,4
416 925/1000 15 a
30 óleo 225/375 1 a 3 360/38$ 130 1280 98 960 12 2,8/6,2 27,5/60,8
431 975/1075 15 a
30 ar, óleo, água 225/400 1 a 3 370/400 137 1340 102 1000 17 4,1/8,3 40,2/81,4
420 975/1050 15 a
30 ar, óleo
quente 150/375 1 a 2 470/530 175 1720 158 1550 8 1,1/2,1 10,8/20,6
440A 1000/1075 15 a 30 idem 150/375 1 a 2 500/560 189 1850 182 1790 5 0,4/0,8 3,9/8,85
440B 1000/1075 15 a 30 idem 150/375 1 a. 2 5J20/590 196 1920 189 1850 3 0,3/0,7 2,9/6,9
440C 1000/1075 15 a 30 idem 100/375 1 a 2 540/620 200 1960 193 1890 2 0,3/0,7 2,9/6,9
00
384 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
C Si Mn Cr Ni Mo V
0 ,2 5 % 0 ,5 0 % 0 ,5 0 % 12 ,50 % 0 ,5 0 % 1,00% 0 ,3 0 %
Esse aço, temperado a partir de 1010°C, durante 15 minutos, revenido a 4 8 0 °C durante 4 ho
ras, apresenta as seguintes propriedades mecânicas:
Alongamento — 10%.
Tipo C Mn P s Si
AISI max. max. max. max. max. Cr Ni Mo Outros
Os tipos 405 e 409 são os de cromo mais baixos. A estrutura ferrítica é no 405
garantida pela adição de alumínio que, como se sabe, é poderoso estabilizador da ferri-
ta. Nesse tipo, a quantidade de alumínio adicionada é suficiente, para evitar a formação
de quantidade apreciável de austenita, quando o aço é aquecido a altas temperaturas.
Esse fato tem grande importância e significado nas operações de soldagem, as quais
podem ser feitas normalmente, sem que haja formação de martensita próximo à zona
soldada, o que exigiría um recozimento posterior.
0 tipo 430 é o mais usado, devido sua grande resistência à ação de ácidos, so
bretudo o nítrico e ácidos orgânicos e à ação da água do mar. Esse é o único tipo de
aço do grupo ferrítico que não é inteiramente ferrítíco, podendo por resfriamento rápido
sofrer um ligeiro endurecimento. Entretanto, nesse aço como nos outros tipos do mes
mo grupo, o tratamento térmico usual é o recozimento para alívio de tensões e obten
ção da máxima ductilidade. A adição de enxofre, fósforo ou selênio, dando origem ao
tipo 430F, melhora a sua usinabilidade.
O tipo 442 possue melhor resistência à corrosão que os anteriores.
O tipo 446, sendo o de mais alto cromo da série, é o que apresenta maior resis
tência à corrosão e à oxidação a altas temperaturas. Esse aço pode apresentar carbo-
netos dispersos na ferrita ou nos contornos dos grãos, o que constitui um inconvenien
te, sobretudo porque favorece o crescimento de grão durante o aquecimento, resultan
do em resistência ao choque mais baixa que a normal.
7.1. Propriedades e aplicações dos aços inoxidáveis ferríticos — Como já foi m
cionado o tipo 430 é o mais conhecido e utilizada É facilmente conformado a frio e
apresenta um encruamento inferior ao dos aços austeníticos. Possui ainda boas pro
priedades de resistência à corrosão tanto à temperatura ambiente como a temperaturas
mais elevadas. Resiste à ação de gases sulfurosos secos e quentes. Seus usos abran
gem um campo muito grande, como indústria automobilística, indústria de aparelhos
eletrodomésticos e indústria química. Outros empregos incluem: decorações arquitetô
nicas interiores, equipamento de restaurantes e de cozinhas, peças de fornos etc.
Os tipos 4 3 0 F e 4 3 0 Se são variações do tipo 430. Devido seus característicos
de fácil usinabilidade são empregados para produzir peças em máquinas operatrizes au
tomáticas, tais como parafusos, porcas, ferragens etc.
O tipo 405, pelo fato de apresentar alumínio, apresenta bons característicos de
tenacidade em estruturas soldadas, onde é empregado em temperaturas elevadas. Apli
cações típicas incluem tubos de radiadores, caldeiras, recipientes para indústria pretro-
química etc.
O tipo 409 é facilmente trabalhável a frio e produz soldas muito tenazes. Seu em
prego faz-se principalmente em exaustores de automóveis.
0 tipo 434 é semelhante ao 430, com adição de molibdênio qüe melhora seus
característicos de resistência à corrosão atmosférica. Tem sido empregado na manufa
tura de componentes da indústria automobilística, como por exemplo, parachoques de
automóveis.
0 tipo 436 é também semelhante ao 430, com adição simultânea de molibdênio
e nióbio, de modo a melhorar suas resistências à corrosão e ao calor.
0 tipo 442 apresenta boa resistência à oxidação, por isso é empregado para ser
viço a alta temperatura quando não se exige facilidade de conformaçãa Seus principais
empregos são: peças de fornos e de câmaras de combustãa
0 tipo 446, por ser dentre todos os aços inoxidáveis ferríticos, o que contêm maior
teor de cromo, possui excelente resistência à oxidação até temperaturas da ordem de
1200°C. Por isso, são empregados em peças de fornos, queimadores, radiadores, recu-
peradores etc. Contudo, sua resistência mecânica a temperaturas elevadas é baixa, de
modo que para essas aplicações prefere-se os aços inoxidáveis austeníticos do tipo Al-
Sl 310.
As principais propriedades mecânicas desses aços inoxidáveis ferríticos estão in
dicadas na Tabela 112CI9).
386 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 112
TABELA 113
7.2. Tratamentos térmicos dos aços inoxidáveis ferríticos — Como esses aços n
são endureciíveis, o tratamento térmico usual é um recozimento para alívio de tensões
AÇOS RESISTENTES À CORROSÃO 387
— não magnéticos;
— não endurecíveis, por serem austeníticos;
Tipo
C Mn max. P max. S max. Si max. Cr Ni Mo Outros elementos
AISI
Tipo
C Mn max. P max. S max. Si max. Cr Ni Mo Outros elementos
AISI
329 0,10 max. 2,00 0 ,0 4 0 0,030 1,00 25 ,00/30 ,00 3,0 0/6,00 1,00/2,00
330 0,08 max. 2,00 0,0 40 0,030 0,7 5/1,50 17,00/20,00 34 ,00/37 ,00
347 0,08 max. 2,00 0,0 45 0,030 1,00 17,00/19,00 9,0 0/12,0 0 Nb + Ta = 10 xC m in .; 1,00 max.
347 H 0,0 4 /0 ,1 0 2,00 0,0 30 0,030 1,00 17,00/19,00 9,0 0/13,0 0 Nb + Ta = 10 xC m in .; 1,00 max.
348 0 ,0 8 max. 2,00 0,0 45 0,030 1,00 17,00/19,00 9,0 0/13,0 0 Nb + Ta = 10 x C min.;
Ta = 0,10 max.; Co = 0,2 max.
348 H 0 ,0 4/0,10 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/13,00 Nb + Ta = 10 x C min.;
Ta = 0,10 max.; Co = 0,1 max.
384 0,08 max. 2,00 0,045 0,0 30 1,00 15,00/17,00 17,00/19,00
* Elemento opcional
U
O>
O
SO
390 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
bui para o endurecimento excepcional do aço. O estiramento a frio, por exempla do aço 18-8
pode produzir resistência à tração da ordem de 2 5 0 kgf/mm2 (2 4 5 0 MPa) com uma porcenta
gem de deformação que num aço comum não produziría mais do que cerca de 140 kgf/mm2
(1370 MPa).
(*) Para maiores pormenores, consultar o "M etals Handbook — 9? Ed. — vol. 3 — Properties and
Selectíon: Stainless Steels, Too! Materials and Special-Purpose M aterials" — ASM :
AÇOS RESISTENTES À CORROSÃO 391
Quanto aos característicos gerais e empregos típicos dos aços inoxidáveis auste-
nrticos, a seguir são apresentados alguns dados:
— tipo 301 — Este aço é, juntamente com os tipos 302, 304 e 302B, o mais
popular; possui boa trabalhabilidade e é empregado em ornamentação, utensílios do
mésticos, fins estruturais, equipamento para a indústria química, naval, fabricação de
alimentos, transporte etc.
— tipo 302 — Característicos idênticos aos do tipo 301 e aplicações semelhantes.
— tipo 302B — Devido à presença de silício, possui melhor resistência à forma
ção de casca de óxido a temperaturas mais elevadas. Emprega-se em peças de fomos.
— tipo 303 — Característicos de fácil usinabilidade: eixos, parafusos, porcas, peças
de carburador, buchas, válvulas etc.
— tipo 304 — Menos suscetível à corrosão intercristalina, pelo teor mais baixo
de carbono; equipamento para processamento de alimentos, recipientes criogênicos.
— tipo 308 — Maior resistência à corrosão que o 18-8 (Cr-Ni); para eletros de
solda, fornos industriais, etc.
— tipo 309 — Boas resistências mecânica e à oxidação a altás temperaturas; pa
ra equipamento da indústria química, peças de fornos, estufas, peças de bombas, etc.
Fig. 161 — Núcleo não corroído do mesmo aço da figura 160; verifica-se
a estrutura normal de aço inoxidável austenítico. Ataque: percloreto
de ferro. Aumento: 1 .0 0 0 vezes.
AÇOS RESISTENTES À CORROSÃO 393
— tipo 309S — devido ao baixo teor de carbono permite soldagem com menor
risco de corrosão intercristalina.
— tipo 310 — Boa estabilidade à temperatura de soldagem; eletrodos de solda,
equipamento para indústria química, peças de fornos, estufas. Resiste à oxídação até
temperaturas de 1050°C ou 1100°C.
— tipo 316 — Melhor resistência à corrosão química; para equipamento da indús
tria química, de indústria de papel, etc.
— tipo 317 — Melhor resistência à corrosão que o 316; aplicações idênticas.
— tipo 321 ~ Tipo 18-8 estabilizado contra corrosão intercristalina a temperatu
ras elevadas; para aplicações que exigem soldagem: vasos de pressão, juntas de expan
são, etc.
— tipo 3 4 7 — Condições de aplicações idênticas ao tipo 321.
— tipos 201 e 202 — Resistência à corrosão inferior à dos tipos ao Cr-Ni; contu
do, apresentam, em geral, melhor resistência mecânica a temperaturas elevadas.
— tipos 304N e 316N — Devido à presença de nitrogênio, possuem melhores li
mites de escoamento, sem prejuízo da resistência à corrosão, prestando-se, em conse
quência, a aplicações em estruturas muito solicitadas como aparelhos de pressão na
indústria química.
— tipo 329 — Este é um aço de microestrutura mista duplex austenita-ferrita. Apre
senta melhor soldabilidade que os aços inoxidáveis ferríticos, melhor resistência à cor
rosão sob tensão que os aços inoxidáveis austeníticos e são praticamente isentos dos
riscos de corrosão intercristalina. Por isso, tem sido utilizados em aplicações sujeitas
à corrosão em ambientes marítimos e para o tratamento de substâncias alimentícias
salgadas.
8.2. Tratamento térmico dos aços inoxidáveis austeníticos — Esses aços não
endurecíveis por não possuírem temperaturas de transformação típicas A i e A 3. Contu
do, podem ser submetidos a determinados tratamentos térmicos, a seguir descritos*222*:
8.2.1. Soiubiiização — Este tratamento é uma espécie de têmpera e visa ga
a manutenção da estrutura austenítica à temperatura ambienta Consiste em aquecer-se
o aço a uma temperatura suficientemente elevada para remover as modificações estru
turais resultantes dos processos de fabricação, dissolver os carbonetos presentes (so
bretudo os de cromo) e, após o tempo necessário à temperatura, resfriar rapidamente.
O resfriamento deve ser rápido para evitar a precipitação de carbonetos, a qual aconte
ce na faixa 450°-850°C.
A Tabela 116Í222> indica alguns valores de temperatura para o tratamento de solu-
bilização.
TABELA 116
Faixas de temperaturas para a soiubiiização de alguns aços inoxidáveis ferríticos
Tipo Temperatura, °C
201, 202 1 0 1 0 /1 1 2 0
3 0 1 , 3 0 2 , 302B
3 0 3 , 3 0 3 Se 1 0 1 0 /1 1 2 0
304, 305, 308 1 0 1 0 /1 1 2 0
304 L - 1 0 1 0 /1 1 2 0
309, 309 S 1 0 4 0 /1 1 2 0
310, 310 S 1 0 4 0 /1 0 6 5
314 1 0 4 0 /1 1 2 0
316 1 0 4 0 /1 1 2 0
317 1 0 6 5 /1 1 2 0
3 1 6L, 3 1 7L 1 0 4 0 /1 1 0 5
321 9 5 5 /1 0 6 5
347, 348 9 8 0 /1 0 6 5
O tempo à temperatura depende das dimensões das peças e deve ser o mínimo
necessária Para espessuras da ordem de 1,5 a 3,0 mm o tempo é de 3 a 5 minutos.
O resfriamento é em água ou o ar em peças de muito pequena espessura (décimos de
milímetros).
Existe ainda uma operação, chamada sensibilização, a qual, na realidade não po
de ser considerada um tratamento térmico. Um aço inoxidável sensibilizado é um aço
que está em condições de sofrer corrosão intergranular, fenômeno já estudado, e que
se origina pela precipitação de carboneto de cromo nos contornos dos grãos. Como tam
bém já se viu, a corrosão intergranular ou seja a existência de aço sensibilizado é evita
da pela adição dos elementos estabilizadores do cromo, como nióbio e titânio e os aços
com essas adições são chamados estabilizados. O fenômeno de corrosão intergranular
é mais evidente nos aços inoxidáveis austeníticos de carbono mais elevado, o que é
óbvia Acrescente-se ainda que o fenômeno de corrosão intergranular interessa de mo
do particular em estruturas soldadas, porque ocorre geral mente na faixa de temperatu
ras entre 4 5 0 ° e 850°C para os aços inoxidáveis austeníticos e entre 1250° e 1300°C
para esses aços no estado estabilizada
Desse modo, a operação de sensibilização não é recomendada como um trata
mento térmico dos aços inoxidáveis. A operação é levada a efeito apenas para testar
a suscetibilidade à corrosão intergranular dos aços inoxidáveis austeníticos.
Em resumo, para os aços inoxidáveis austeníticos de carbono mais elevado e não
estabilizados, verifica-se a sua suscetibilidade à corrosão intergranular pelo seu aqueci
mento entre 4 5 0 ° e 850°C, se o aço não estiver estabilizado e entre 1250° e 1300°C
se ele estiver estabilizada
9. Aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação — São aços desenvolvidos lo
após a Segunda Guerra Mundial que se caracterizam por poderem ter suas proprieda
des mecânicas melhoradas por tratamento de envelhecí menta
São chamados "endurecíveis por precipitação" e indicados por PH (de "precipita-
tion hardening"). Constituem uma alternativa para os aços inoxidáveis austeníticos quan
do se deseja combinar à resistência è corrosão, boas-características de trabalhabilídade
e elevadas propriedades mecânicas estáticas e dinâmicas,
A Tabela 117<223) mostra alguns tipos desses aços. Eles são divididos em três clas
ses — martensíticos, semi-austenfticos e austeníticos — em função da estrutura no es
tado solubilizado e da que resulta após o tratamento de envelhecimenta
A Tabela 118*223* mostra as propriedades mecânicas que podem ser obtidas de acor
do com o tratamento de envelhecimenta
Os valores apresentados correspondem a condições de tratamento que propiciam
a obtenção da máxima dureza.
RESISTENTES À CORROSÃO
TABELA 117
Designação Designação
Classe C max. M n max. P max. S max. Si max. Cr* N i* Cu* Outros
comercial ASTM A 5 6 4
r> valor médio; (1) marca da Armco Steel Corp.: (2) marca da United States Steel Corp.; (3) marca da Allegheney Steel Corp
TABELA 118
10. Aços nitrônicos — São aços inoxidáveis contendo nitrogênio de 0,14 a 0,3
como a Tabela 119(224) mostra, com altos teores de cromo e manganês, além de níquel
e, eventualmente, molibdênio, silício, nióbio e vanádia
TABELA 119
Composição Química, (% )
Tipo
C Mn Cr Ni N Outros
Nitrônico 32 0 ,1 0 1 2 ,0 0 1 8 ,0 0 1 ,6 0 0 ,3 2
Nitrônico 33 0 ,0 5 1 2 ,0 0 1 8 ,0 0 3 ,2 0 0 ,3 2
Nitrônico 40 0 ,0 3 9 .0 0 2 1 ,0 0 7 ,0 0 0 ,3 0
Nitrônico 50 0 ,0 4 5 .0 0 2 1 ,2 0 1 2 ,5 0 0 ,3 0 2 ,2 M o -0 ,2 N b -0,2V
Nitrônico 60 0 ,0 7 8 .0 0 1 7 ,0 0 8 ,5 0 0 ,1 4 4 ,0 Sí
Tabela, apresentam carbono baixo, de modo que não ocorre transformação martensíti-
ca, devida a encrua mento. Mantêm ainda resistência e tenacidade elevadas, às tempe
raturas criogênicas.
A resistência à tração dos tipos 32 e 33, no estado recozido, varia de 80,5 kgf/mm2
(785 MPa) para o tipo 33 a 84,0 kgf/mm2 (820 MPa) para o tipo 32. Podem ser ambos
encruados, resultando em resistência mecânica mais elevada. 0 tipo 33 tem sido usa
do na forma de barras e fios, ao passo que o tipo 32, na forma de chapas, tiras e tubos.
Apresentam ambos idêntica resistência à corrosão na maioria dos meios corrosivos.
O tipo 33, no estado recozido, apresenta limite de escoamento quase que o do
bro do convencional 304, ou seja, cerca de 47,0 kgf/mm2 (460 MPa) para cerca de
24,0 kgf/ (240 MPa) do 304. A 540°C , o limite de escoamento do Nitrônico 33 é cer
ca de 10 kgf/mm2 (100 MPa) mais elevada. Sua resistência ao desgaste é igualmente
muito superior — cerca de três vezes — à do tipo 304.
O Nitrônico 40 apresenta, à temperatura ambiente, um limite de escoamento cerca
de duas vezes maior que o dos aços inoxidáveis austeníticos comparáveis, tais como
304 e 347, além de excelentes resistências à corrosão e à oxidação. Ensaios mostra
ram que a —253°C , esse tipo de aço Nitrônico tem boa resistência e tenacidade, o
que o toma indicado para armazenamento e transporte de gases liquefeitos.
O Nitrônico 50, que é o mais altamente ligado dentre os tipos Nitrônicos, apre
senta melhor resistência à corrosão que os tipos convencionais 316 e 316L e cerca
do dobro do limite de escoamento. Nesse aço, adicíona-se comumente também Mo,
Nb e V para aumentar sua resistência mecânica e sua resistência à corrosão. Pode ser
encruado, o que melhora ainda mais sua resistência, a qual pode atingir valores da or
dem de 170 kgf/mm2 (1670 MPa). É produzido na forma de barras, fios, chapas, tiras
e tubos. Aplica-se nas indústrias química e naval, em bombas, válvulas, cabos, corren
tes, molas e acessórios diversos.
Finalmente, no Nitrônico 60, o teor relativamente elevado de silício melhora a re
sistência à oxidação do aço, fato esse que tende a melhorar a resistência do material
em emprego onde ocorre atrito de metal com metal, sem lubrificação.
À temperatura ambiente, o tipo 60 apresenta 41,0 kgf/mm2 (400 MPa) de limite
de escoamento, 71,0 kgf/m m 2 (700 MPa) de limite de resistência à tração e 62% de
alongamento. A altas temperaturas, até 8 1 5°C, sua resistência mecânica é bem maior
que a do tipo convencional 304. Por essa razão e por sua excelente resistência à oxida
ção, um dos empregos recomendáveis é em eixos de motores Diesel e aplicações se
melhantes.
Todas as peças de aço fundido resistente á corrosão contêm cromo acima de 11%
e a maioria delas níquel de 1 a 30%. O teor de carbono se situa geralmente abaixo
de 0,20%, sendo às vezes da ordem de 0,03%. Obedecem, de um modo geral, às com
posições dos tipos trabalhados 300 e 400, podendo ainda conter pequenas adições
de molibdênio, alguns e nióbio, outros.
O molibdênio — adicionado entre 2 e 3% — melhora a resistência à corrosão ge
ral. Essas ligas são muito usadas para aplicações sujeitas à ação da água do mar.
0 nióbio — nos aços 18-8 — impede a precipitação de carboneto de cromo na
faixa de temperaturas criticas (particularmente entre 560 e 6 5 0 °C), porque a liga na
condição fundida apresenta a maior parte do carbono na forma de carboneto de nióbio.
Para obter-se a máxima resistência ao ataque intergranular, a liga é aquecida a 1120° C,
seguindo-se resfriamento até a temperatura ambiente e reaquecendo-se, finalmente, entre
870 e 9 2 5 °C, quando ocorre a precipitação de carboneto de nióbio.
0 projeto das peças fundidas de aço inoxidável não difere essencial mente do pro
jeto das peças de aço-carbono ou aço de baixo em liga.
A sua usinabitidade é satisfatória, do mesmo modo que a soldabilidade, desde que
celtas precauções sejam tomadas.
Ambos resistem ao ataque por parte de cloretos, álcalis, ácido nítrico, uréia, ami-
nas e ácidos orgânicos. O típo 29-4-2 possui grande resistência à ação de ácidos redu-
tores diluidos e o 26-1, devido ao seu alto teor de cromo, apresenta excelente resistên
cia à oxidação a alta temperatura.
Outros tipos desenvolvidos pela Uddehotm e peta Crucible apresentam as seguin
tes composições respectivamente.
25C r - 4M o - 4NÍ
26C r - 3M o - 2NÍ
papel e celulose.
Outras variedades de aços inoxidáveis incluem os chamados "duplex" ou seja, aus-
teníticos-ferríticos, com uma composição típica equivalente a 22Cr — 3Mo — 5Ni. Es
ses aços combinam propriedades elevadas com notável resistência à fissuração sob ten
são por cloretos, à corrosão localizada (por cavidade) e à corrosão gatvânica dos cantos.
Alguns aços inoxidáveis desenvolvidos na Europa estão representados na Tabela
120 (227).
Esses aços caracterizam-se por possuírem resistência è corrosão geral, à corro
são localizada e à corrosão intergranular. Aqueles que contêm nitrogênio, possuem me
lhor resistência à fluência, como já se viu.
Os aços 1805 LC, 2205 LCN, 1925 LC e 4221 resistem è fissuração por tensão,
na presença de cloretos. Os aços 1805 LC e 2205 LCN são do tipo "duplex", ou seja,
ferríticos-austeníticos.
As ligas Incoloy e Inconel não são consideradas ligas ferrosas.
Finalmente, pesquisas estão sendo desenvolvidas no sentido da produção de no
vos aços inoxidáveis austeníticos com manganês e alumínio, como substitutos do ní
quel e de cromo(228). Nesses aços, a resistência à oxidação seria devida ao alumínio e
a combinação Mn-C estabilizaria a lupa gama e pode reter a estrutura austenítica.
TABELA 120
Uddaholm
Ligas Uddaholm Sandvlk Sandvlk 904 L Incolay Inconel
317 LM
comparáveis 44 L 2205 2RK65 S a n d iv * 825 6 Í5
2RK66
C max. 0 ,0 3 0 ,0 3 0 ,0 3 0 ,0 4 0 ,0 2 0 ,0 2 0 ,0 2 5 0 ,1 0
Cromo 1 8 ,5 0 2 2 ,0 0 1 7 ,0 0 2 3 ,0 0 2 0 ,5 0 2 0 ,5 0 2 1 ,0 0 2 1 ,5 0
Níquel 4 ,7 0 5 ,0 0 1 3 ,0 0 2 7 ,0 0 2 5 ,0 0 2 5 ,0 0 4 2 ,0 0 6 1 ,0 0 ■
Molibdênio 2 ,7 0 3 ,0 0 4 ,3 0 2 ,7 5 4 ,7 0 4 ,7 0 3 ,0 0 9 ,0 0
Cobre — — — 3 ,0 0 1,50 1 ,5 0 2 ,3 0 —
Nitrogênio — 0 ,1 5 0 ,1 4 — — — — —
Nb mais Ta — — — — — — — 3 ,6 5
Outros Si, Mn Si, Mn Si, Mn Si, Mn, Ti Si, Mn Si, Mn Al, Si, M n, Ti Al, Si, Mn, Ti, Co
Limite Resist.
AÇOS E FERROS
tração, kgf/mm2 7 0 -9 4 ,5 6 8 -8 8 ,2 5 8 ,8-7 7 ,7 4 9 ,7 -7 5 53,2 4 9 ,7 -8 0 ,5 58,8 84
Limite escoamento
(0,2% ), kgf/mm2 44 4 7 ,6 28,7 21 25,2 30 23 42
Alongamento % 30 30 40 34 30 40 25 55
__ i____________
O
§
XX III
(*) Essa concentração explica-se pelo fato desses elementos de liga serem menos solúveis nos óxidos
de ferro do que o ferro e se difundirem mais dificilmente
404 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
No que se refere à composição química, no caso dos aços, verifica r-se-á mais adian
te o efeito dos vários elementos de liga que são comumente introduzidos nos aços re
sistentes ao calor.
A influência do tamanho de grão é muito importante. Na fluência a temperaturas
elevadas!*), os contornos dos grãos desempenham um papel saliente, porque é ao
longo deles que se verifica a ruptura por fluênciaí230). Nessas condições, sob o ponto
de vista de resistência à fluência, a temperaturas mais elevadas e sob carga mais bai
xas, que é geralmente o caso dos aços cujo estudo é objeto do presente capítulo, os
aços mais desejáveis são os de granulação grosseira. Para os aços que em serviço esti
verem sujeitos a temperaturas mais baixas e cargas mais altas prefere-se, sob o ponto
de vista de resistência à fluência, granulação mais fina, visto que a ruptura por fluência,
nessas condições, dá-se no interior dos grãos.
A influência do tratamento térmico está ligada às estruturas que resultam dos di
ferentes tratamentos térmicos a que os aços podem ser submetidos. Por outro lado,
também aqui se deve levar em conta se o aço está sujeito à fluência a baixas ou altas
temperaturas. Aparentemente, as estruturas temperadas e revenidas ou bainíticas são
mais favoráveis à resistência à fluência a baixas temperaturas, ao passo que a tempera
turas superiores a 550°C e com cargas relativamente pequenas, as estruturas resul
tantes do recozimento são as mais resistentes à fluência. Particularmente, em aços re
sistentes ao calor do tipo Cr-Mo, Cr-Ni-Mo e Cr-Mo-V, em temperaturas da ordem de
450°C, a melhor resistência à fluência é obtida com a estrutura intermediária bainítica.
De qualquer modo, nos aços resistentes ao calor, é muito importante a seleção
adequada do tratamento térmico, do meio e da velocidade de resfriamento, tendo em
vista sobretudo a estrutura final que resultará em função da secção e da forma da peça.
A fluência é, em resumo, um dos característicos mais importantes para os aços
destinados a serviços em altas temperaturas, porque em certas aplicações nessas con
dições, uma estrutura ou peça metálica fica inutilizada se alongar, às vezes, de apenas
0 ,01% .
(*) A expressão "temperatura elevada" no caso de estudo da fluência, deve ser relacionada ao ponto
de fusão do metal ou liga metálica.
AÇOS RESISTENTES AO CALOR 405
/coo
^ *00
I coo
*
7 O 0
L SCO
SCO
4 0 0
O £ 4 S 4 jV / 2 / 4 /C /O2 0 2 2 2 4 2 4 2 9
c r o m o , %
Especificação Composição, %
A SM E* C Pm ax. S max. Outros
Mn Si Cr Ni Mo
SA-106A 0,2Ç>(a) 0 ,2 7 /0 ,9 3 0,15{b) 0 ,0 4 8 0 ,0 5 8
SA-106B 0,30(a) 0 ,2 9 /1 ,0 6 0,10tb> 0 ,0 4 8 0 ,0 5 8
SA -285A 0,17 (a) 0,90(b} 0 ,0 3 5 0 ,0 4 5 0 ,2 5 Cu max.
SA-299 0,28(a) 0 ,9 0/1 ,4 0 0 ,15/0,30 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0
SA-204A 0,18 (a) 0,90(a) 0 ,15/0,30 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,4 5 /0 ,6 0
SA -302A 0,20<a) 0 ,9 5 /1 ,3 0 0 ,15/0,30 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,4 5 /0 ,6 0
SA-533B2 0,2 5{a) 1,15/1,50 0 ,15/0,30 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,4 0 /0 ,7 0 0 ,4 5 /0 ,6 0 0,10 Cu max.
SA-517F 0 ,10/0,20 0 ,6 0 /1 ,0 0 0,15/0,35 0 ,0 3 5 0 ,0 4 0 0 ,4 0 /0 ,6 5 0 ,7 0 /1 ,0 0 0 ,4 0 /0 ,6 0 0 ,0 0 2 /0 ,006B
0,15/0,50Cu
0 ,0 3 /0 ,0 8 V
SA-335P12 0,15{a) 0 ,3 0/0 ,6 1 0 ,5 0 (a) 0 ,0 4 5 0 ,0 4 5 0 ,5 0 /1 ,2 5 0 ,4 4 /0 ,6 5
SA-217WC6 0,20(a) 0 ,5 0 /0 ,8 0 0,60(a) 0 ,0 4 0 0 ,0 4 5 1,00/1,50 0 ,4 5 /0 ,6 5
SA-387Gr-22-1 0,15(aí 0 ,3 0 /0 ,6 0 0,50(a) 0 ,0 3 5 0 ,0 3 5 2 ,0 0 /2 ,5 0 0,90/1,10
Como se vê, esses aços são todos de baixo carbono e baixo teor de elementos de
liga, com exceção do último — SA-217C12, em que o cromo se situa na faixa, 8,00-10,00%
e que já pode ser considerado aço refratária
TABELA 122
Limite resistência
Limite de escoamento Alongamento
Especificação & tração Estricção
mínimo em
ASME %
5 0 mm, %
kgf/m m 2 MPa kfg/mm2 MPa
A forma segundo a qual esses aços podem ser produzidos varia, com o se nota abaixo:
õ que indica que a resistêpcia à fluência é rei ativa mente baixa, característico esse aliás
comum aos aços dos tipos ferríticos.
Uma aplicação importante desses aços é para válvulas de motores de automóveis
e aviões, com adição de silício jlcerca de 2,0%) e níquel (em torno de 1,5%)(235).
Final mente, com cromo, mais elevado, da ordem de 25-30% os aços podem ser em
pregados até 1.100°C em atmosfera oxidante e até 1.000°C em atmosfera redutora car-
burizante ou sulfurosa. São do tipo ferrítíco e como tal apresentam resistência à fluência
relativamente baixa. Empregam-se em inúmeras peças utilizadas em fornos, quer no esta
do fundido, quer no estado forjada Possuem geralmente carbono médio (em torno de
0,35%).
A adição de alumínio nesses aços ferríticos de alto cromo aumenta consideravelmente
sua resistência à oxidação, a ponto deles poderem ser utilizados em resistências elétricas,
pois resistem à oxidação até temperaturas de 1.300-1.3 2 5 °C
A faixa normal dos aços de alto cromo, com alumínio, para resistências elétricas
é cromo de 30% a 35% e alumínio de 5% a 6%. Esses materiais caracterizam-se igual
mente por terem boa resistência à ação de atmosferas sulforosas e por apresentarem
resistividade elétrica elevada.
As desvantagens desses aços são: apresentação de fragilidade, após permanência
prolongada a temperaturas superiores a 900°C, devido ao crescimento do grão verificado
e baixa resistência à deformação a quente.
Aliás, é comum nos aços ferríticos de alto cromo a adição de nitrogênio para refinar
o grão e melhorar sua trabalhabilidade(233).
A Tabela 123 reúne os principais tipos de aços ao cromo resistentes ao calor, a maio
ria dos quais incluídos em respecificações da AISI(236).
O segundo grupo de aços resistentes ao calor compreende os aços cromo-níquel,
do tipo austenítico.
Nesse grupo, pode-se, por outro lado, considerar os tipos em que predomina o
cromo e aqueles em que predomina o níquel.
TABELA 123
Mn Outros
Tipo C Si (max.) Cr Mo -
(max.) / y elementos
TABELA 1 24
Mn Outros
Tipo C Si (max.) Cr Ni
(max.) elementos
3 0 2 AISI 0 ,0 8 -0 ,2 0 2 ,0 0 1 ,0 0 1 7 .0 0 - 1 9 ,0 0 8 ,0 0 -1 0 ,0 0
302B AISI 0 ,0 8 -0 ,2 0 2 ,0 0 2 ,0 0 -3 ,0 0 1 7 .0 0 - 1 9 ,0 0 8 ,0 0 -1 0 ,0 0
3 0 4 AISI 0,08(m ax.) 2 ,0 0 1 ,0 0 1 8 .0 0 - 2 0 ,0 0 8 ,0 0 -1 1 ,0 0
3 0 9 AISI 0,20(m ax.) 2 ,0 0 1 ,0 0 2 2 .0 0 - 2 4 ,0 01 2 .0 0 - 1 5 ,0 0
3 1 0 AISI 0,25(m ax.) 2 ,0 0 1 ,5 0 2 4 .0 0 - 2 6 ,0 01 9 .0 0 - 2 2 ,0 0
. 3 1 6 AISI 0 , 10(m ax.) 2 ,0 0 1 ,0 0 1 6 .0 0 - 1 8 ,0 01 0 .0 0 - 1 4 ,0 02 ,0 0 -3 ,0 0 Mo
321 AISI 0,0 8(m ax .) 2 ,0 0 1 ,0 0 1 7 .0 0 - 1 9 ,0 0 8 ,0 0 -1 1 ,0 0 5 x C min. Ti
3 4 7 AISI 0,08(m ax.) 2 ,0 0 1 ,0 0 1 7 .0 0 - 1 9 ,0 0 9 ,0 0 -1 2 ,0 0 10 x C min. Nb
São os aços 18-8 muito empregados em caixas e peças para fornos de recozimentot
peças de recuperadores, ventaneiras, tubos de caldeiras a vapor a a lta pressão, tubos de
escapamento de motores de combustão interna (com 77), peças de motores a jato (com
nióbio), etc.
O tipo 25-12 admite emprego em atmosfera oxidante até 1.100°C e em atmosfera
redutora como a sulfurosa até 900°C. Seu limite de resistência à tração a quente e sua
resistência à fluência são semelhantes às dos aços 18-8, assim como seu emprega
Os aços do tipo 25-20, contendo geralmente 1% a 2% de silício (tipo 310 AISI, Ta
bela 124), podem ser utilizados até 1.100°C em atmosfera oxidante comum, até 1000°G
41 2 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 125
Temperatura Temperatura
Aços-Cr Aços-Cr-Ni
máxima (°C) máxima (°C)
(*) Os valores para limite de resistência à tração a diversas temperaturas são obtidos mediante ensaio
de tração semelhante ao que se faz à temperatura ambientei, tendo entretanto submetido o corpo de
prova a um aquecimento à temperatura do ensaio, num forno adequado, durante meia a uma hora.
( * * ) 0 ensaio para determinar a tensão de ruptura é semelhante ao de fluência, com a diferença de
que tensões mais elevadas são utilizadas e de que se exige medidas rigorosas de deformações. Esse
ensaio indica o tempo necessário para ocorrer ruptura a uma dada temperatura, sob a ação de várias
cargas constantes. r
( * * * ) Algumas composições mais conhecidas e usadas dessas ligas são 8 0 Ni-14 Cr-6 Fe (Inconei);
8 0 N Í-20 Cr {Nichrome), etc.
RESISTENTES AO CALOR
TABELA 126
Resist. Resist. Fluência Resist. Resist. Fluência Resist. Resist. Fluência Resist. Resist. Fluência
Tempera
tração ruptura tração ruptura tração ruptura tração ruptura
tura, °C
kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2 kgf/mm2
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
TABELA 127
Liga C Mn Si Cr Ni Mo W Ti A) Outros
A -2 86 0 ,0 8 1,25 1,0 14,75 2 5 ,5 1,25 - 0 ,3 5 0 ,2 5 V
(máx.l (máx.) (máx.f
Discaloy 24 0 ,0 4 1,38 1,0 13,5 2 6 ,2 3,9 — 1,61 0,11 —
Haynes Alloy 88 0 ,0 7 1,5 0 ,5 12,5 15,0 2,0 0 ,6 0,6 — 0,15B
Incoloy T 0,10 1,0 0 ,4 2 0 ,5 3 2 ,0 — — 1,0 — —
Timken 16-25-6 0,10 1,35 0,7 16,0 2 5 ,0 6 ,0 - - , - 0,15N2
TABELA 128
Temperatura de
formação de 900° 900° 1.150° 1.100° 900°
casca de óxido, °C
{*) No "Metals HandboOk", edição 1961, poderão ser encontrados dados sobre peças fundidas resis
tentes ao calor com completa descrição dos principais tipos de aços e ligas empregados nos EE.UU.
5. Conclusões — Em relação aos aços resistentes ao calor podem ser feitas
midamente, as seguintes generalizações:
a) estruturas de granulação grosseira são mais resistentes que as de granulação fina (oposto
do que ocorre à temperatura ambiente);
b) em virtude da granulação, as estruturas fundidas são mais resistentes que as trabalhadas;
c) estruturas estáveis são mais resistentes que as metaestáveis;
d) estruturas do tipo austenítico são mais resistentes que as do tipo ferrítico;
e) uma maior durabilidade a uma temperatura elevada geralmente resulta em ruptura com me
nor ductilidade;
f) as rupturas a altas temperaturas são geralmente intecristalinas, ao contrário das rupturas através
dos grãos que correm normalmente-tflemperatura ambiente.
Temperatura, °C
650 °c 7 3 0 °C 815°C
limite de resistência à tração............................. 7 0 kgf/mmz 4 2 kgf/mm2 3 3 ,5 kgf mm2
1690 MPa) (410 MPa) (325M Pa)
alongamento............................................................ 13% 40% 27%
tensão de ruptura em 100 horas..................... 2 9 ,5 kfg/mm2 19,5 kfg/mm2 9 ,0 kfg/mm2
(2 8 5 MPa) (195 MPa) (9 0 MPa)
resistência à fluência (0,1% em 1 0 0 0 hs).... 6 ,3 kfg/mm2 1,4 kfg/mm2
(63 MPa) (14 MPa)
b) 19-9 DL, cuja composição ó 19% Cr; 9% Ni; 1,3% Mo; 1,3% W; 1,0% Mn;
0,6% Si; 0,4% Ti; 0,4% Nb e 0,3% C, com característicos mecânicos seguintes:
6 5 0 °C 8 1 5 *C
limite de resistência à tra ç ã o ...... 5 2 ,5 kgf/mm2 (515 MPa) 2 2 ,5 kgf/mm2 (2 2 5 MPa)
alongamento..................................... 3 3 ,5 % 5 3 ,0 %
tensão de ruptura em 100 horas 2 8 ,0 kgf/mm2 (2 7 0 MPa) 9,3 kgf/mm2 (93 MPa)
TABELA 129
Temperatura
máxima de
Atmosfera emprego em Aço Observações
serviço recomendado
- contínuo
re i
650 - 5 -6 % Cr Solda delicada
M - ml
v = al donde / =
-- _ v _ T M
M = m -x-
d
= iv ou i = v—
Sabe-se que um campo magnético pode também ser produzido por uma corrente
elétrica. Se o.condutor for enrolado em forma de anel ou em solenóide, a circulação
de corrente gerará um campo magnético cuja intensidade será função da intensidade
da corrente e do número de espiras. Esse campo magnético é designado pelo símbolo
"H " e também pode ser medido em oersted. No caso particular de um solenóide longo,
com "n" espiras por centímetro e percorrido por uma corrente dè " i" ampères, a inten
sidade do campo no centro do solenóide será
H = — — oersted
B = H + 4 x I.
ção h Essa intensidade de saturação depende da composição química, das fases pre
sentes na estrutura do material e de seu volume.
B = H + 4 7T I
dividido por H:
O 4 , J i
7T = 1 +
OU
H — 1 + 4 7r K
y //< / £ x . -* S /y U - 0 ,9 9 8 8
fu ra ? /77& ç/7e/rz0/7fe t f
dores verificaram que eias são satisfeitas pelos quatro elementos ferromagnéticos.
|
tffpe/xZ e cfe t f
e /7C70 e/z//?ç0o Z//?eortf<9 t f
tf /Z
I (O eró/ecf) ( S ///)
I 0 ,0 $ Z06O
0, 6 / /S ./S O
739 29
/
/v r c o m a g tfe f/z m fe f f
e = H + 4 i/
B cresce ilimitadamente com H.
Voltando à curva da figura 169 com a eliminação do campo H, o valor B não volta
a zero, mas reduz-se a um valor que recebe o nome de " indução residual", ou "rema-
nêrtcia". Essa remanência representa a magnetização retida pelo material. Se, em segui
da, for aplicado um campo de sentido oposto, o valor da magnetização residual decres-
cerá progressivamente até zero. 0 valor do campo desmagnetizante que anula a mag-
AÇOS PARA FINS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS 425
/OOOO
8000
88 0 0
4000
l
$
8000
/y
ção dos domínios ferromagnéticos, existem forças provocadas pela agitação térmica,
que podem causar o desaparecimento desses domínios. Como estas aumentam com
a temperatura, há para todos os materiais ferromagnéticos, níveis de temperatura aci
ma dos quais o efeito dispersivo da agitação térmica anula a tendência orientadora das
forças de interação atômica, de modo que o material perde suas propriedades ferro-
magnéticas. Essa temperatura de transição recebe o nome de "ponto Curie".
Resfriando-se o material abaixo do "ponto Curie" suas características ferromag-
néticas são recuperadas. A figura 174 mostra a variação da intensidade de saturação
do ferro com a temperatura.
7/0
Ç
00
| 70
1 /
1
I
S0
_ >- 1
TfogrtérVco 1
1
1 30
ÍI
/0
0
700 700 0 0O 000 040
7ê/r7pera/z/fY7, °C
cia como, por exemplo, nas máquinas perfuradoras para materiais extremamente duros,
onde tais dispositivos sâo utilizados para impulsionar partículas de abrasivo contra o
material a ser perfurado.
b) Materiais de alta força coerciva, magneticamente duros, ou ímãs permanentes. Neste grupo,
a permeabilidade não é uma característica importante
XM w e/
TABELA 130
H B (gauss)
(oersted) Cobalto
Ferro Níquel
20 1 5 .5 0 0 5 .1 0 0 1 .2 0 0
40 1 6 .2 0 0 5 .5 0 0 2 .8 0 0
60 1 6 .8 0 0 5 .7 0 0 4 .4 0 0
80 1 7 .3 0 0 5 .8 0 0 6 .0 0 0
100 1 7 .7 0 0 5 .9 0 0 6 .8 0 0
120 1 7 .9 0 0 6 .0 0 0 7 .5 0 0
X S i/ia o
Fig. 176 — Efeito do silício na resistividade do ferro.
/ -? 3 4 s e
% S/Z/c/o
A Tabela 131t244í enumera alguns tipos de ligas Fe-Si, fabricadas na forma de cha
pas. Seu emprego faz-se em:
Convém mencionar que as ligas ferro-silício para fins elétricos são produzidas na
forma de chapas laminadas a frio e recozidas, em dois tipos: de grão orientado e de
grão não-orientada
As ligas de grão orientado apresentam baixa perda elétrica e elevada permeabili
dade magnética, propriedades requeridas para aplicações como núcleos de transforma
dores e geradores de potência.
As de grão não-orientado também produzidas por laminação a frio e recozidas,
apresentam excelente permeabilidade em altas induções, baixo valor médio de perdas
magnéticas e nelas pode ser aplicado um revestimento isolante São empregadas em
amplificadores magnéticos, transformadores de potência e distribuição, geradores para
usinas hidroelétricas, pequenos motores de corrente contínua e motores de corrente
alternada de tamanho médio, medidores de energia, transformadores reguladores de ten
são, transformadores para aparelhos de rádio e televisão, transformadores para máqui
nas de soldagem, motores para aparelhos eletro-domésticos, reatores de lâmpadas fluo
rescentes, peças polares, núcleos de relés etc.
AÇOS PARA FINS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS 433
TABELA 131
O £0 40 60 40
/S00Ô
/0000
I S000
/ /
/&TÇ& /770Ç/7<?f/Z<7/7/e t f
C tfe rjfe tfJ
S000
/0000
/SO 00
TABELA 132
Ligas Fe-Ni
COMPOSIÇÃO, (% ) CARACTERÍSTICOS
Permalloy 4 5 54 45 _ 2 .5 0 0 2 5 .0 0 0 1 6 .0 0 0 50
r Permalloy 78 21 78 — 8 .0 0 0 1 0 0 .0 0 0 1 0 .0 0 0 16
Permalloy 4 -7 9 16 79 4 Mo 2 0 .0 0 0 8 0 .0 0 0 8 .7 0 0 57
Hipernik 50 50 - 4 .0 0 0 8 0 .0 0 0 1 6 .0 0 0 35
Mumetal 18 75 2 Cr, 5 Cu 2 0 .0 0 0 1 1 0 .0 0 0 7 .2 0 0 60
Supermalloy 15 79 5 Mo 1 0 0 .0 0 0 8 0 0 .0 0 0 8 .0 0 0 60
"Hiperco" com 3 5 % de cobalto, usado nas mesmas aplicações das ligas Fe-Si.
"Permendur" com 5 0 % de cobalto, cujo uso é restrito a aplicações muito especiais em circui
tos telefônicos.
quada ao emprego em alta freqüência. Neste caso, pode-se utilizar materiais os mais
diversos, pois o aglomerado não metálico, que constitui a fase contínua do compacta
do, vai modificar a curva de magnetização, como mostra a figura 173. Fermeabilidades
de 20 a ÔO podem ser obtidas em núcleos para aparelhos telefônicos e de 5 a 20 para
rádio freqüência, com variação com o campo magnetizante inferior a 10%.
\ ¥
AÇOS PARA FINS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS 437
/oee
soo
|
soo
e
r
'I 400
^ 200
0 Ju
0 0S 2,4 32
Campe f f (à en sferfj
3.3. Materiais para ímãs permanentes — Este grupo é constituído pelos mater
magneticamente duros, isto é, com alta remanência e alta força coercíva. Embora a maio
ria destes materiais seja mecanicamente duro, não há necessariamente uma correlação
entre a dureza mecânica e a resistência à desmagnetização, pois existem materiais cuja
força coerciva aumenta com a diminuição da dureza.
Nos aços, o estado de tensões internas resultantes de deformações elásticas do
reticulado favorece as propriedades magnéticas exigidas nos ímãs permanentes. Desse
modp, os aços temperados, ou as ligas que são suscetíveis de endurecer por precipita
ção, dão melhores resultados que no estado recozida
O critério para avaliação de um imã permanente é o produto (BH)maX obtido de
sua curva de desmagnetização. Esse produto é proporcional à máxima energia magnéti-
oc
TABELA 133
C-Mn 0 ,8 0 0 ,8 0 _
_ _ — — 1 0 .0 0 0 43 790 Água
Cr 0 ,6 0 0 ,4 0 0 ,9 0 — — — 1 0 .0 0 0 50 790 Óleo
Cr 0 ,9 0 0 ,3 5 2 ,2 5 — — — 9 .0 0 0 58 815 Água ou Óleo
Cr 0 ,9 5 0 ,2 0 -0 ,6 0 3 ,0 -4 ,0 — — — 9 .5 0 0 63 830 Óleo
Cr 1 ,0 0 0 ,3 5 6 ,0 0 — — — 9 .0 0 0 72 845 óleo
Cr-Mo 1 ,0 0 0 ,3 5 4 ,0 0 — — 0 ,3 5 9 .0 0 0 65 845 Óleo
W 0 ,7 0 0 ,3 0 0 ,2 0 5 ,5 0 — — 1 0 .0 0 0 65 845 Água
W-Cr 0 ,7 0 0 ,5 0 0 ,5 0 6 ,0 0 — — 9 .0 0 0 70 830 Óleo
Co-Cr-W 0 ,9 0 0 ,3 5 4 ,7 5 1,25 8 ,5 0 — 7 .5 0 0 120 900 Óleo
Co-Cr-W 0 ,9 0 0 ,3 0 -0 ,8 5 3 ,5 -5 ,7 5 3 ,5 -7 ,0 0 3 5 ,0 0 -4 1 ,0 0 — 9 .7 0 0 235 925 Óleo
AÇOS E FERROS F U N D
«
Co-Cr-Mo 0 ,9 5 0 ,3 0 9 ,0 — 1 6 ,0 0 1 ,3 0 8 .0 0 0 180 Ar
Co-W 0 ,8 5 0 ,5 0 2 ,0 -5 ,0 8 ,7 5 1 7 ,0 0 — 9 .0 0 0 165 955 Óleo
* Tratamento térmico: aquecer a 1150°C e resfriar ao ar; reaquecer a 6 2 0 ° C e resfriar ao ar; aquecer de novo a 1010°C resfriando em seguida ao ar.
AÇOS PARA FINS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS 439
ca, no entreferro, por unidade de volume do material. Nas diversas aplicações desses
materiais, as condições de eficiência decorrem de projetos que garantam densidades
de fluxo correspondentes ao produto (BHJmax.
A retenção do estado de magnetização depende dos seguintes fatores: a| tempe
ratura; b) vibrações; c) campos magnéticos externos; d) produção de novos pólos.
A temperatura é uma das causas mais frequentes pela perda de magnetização.
Os aços ao cobalto e ao cromo perdem seu magnetismo a 100°C e os Alnicos a 300°C.
TABELA 134
Tipos de ligas endurecíveis por precipitação para ímãs permanentes
didos na forma definitiva, ou produzidos por metalurgia do pó. A Tabela 135 apresenta
os principais tipos dessas ligas.
As curvas de desmagnetização de algumas dessas ligas e os produtos RH. sâo
apresentados na figura 183(248>.
Vê-se que suas propriedades são bem superiores à dos materiais até aqui estuda
dos, o que explica seu emprego em ímãs permanentes.
TABELA 1 3 5
1. Introdução — Neste capítulo serão estudadôs dois tipos de aços, cuja aplica
ção é, de certo modo, dirigida a fins especiais. São os aços ultra-resistentes, inclusive
os chamados "maraging" e os aços criogênicos.
— aumento da resistência da ferrita, mediante o endurecimento por solução sólida, com adi
ções de manganês, molibdênio e cobra
Um aumento ulterior pode ser obtido pelo refino do grão da ferrita, seja por adi
ções bem proporcionadas de alumínio e nitrogênio, seja pela adição de nióbia Com is
so, obtem-se limites de resistência à tração da ordem de 70 kgf/mm2 (690 MPa) que,
são, entretanto, as máximas resistências nas quais os aços-carbono comuns, de estru
tura predominantemente ferrítica, no estado laminado a quente, podem ser usados, pa
ra fins estruturais gerais.
444 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TABELA 136
Propriedades m ecânicas de alguns aços-llga de baixo teo r em liga tratad os term icam ente
0,12/0,21C; 0,6/1,0Mn;
0,15/0,35Si; 0 ,4 /0 ,6 5Cr;
0,15/0,25M o; 0 ,0 3 /0 ,0 8 V ;
0 ,0 0 0 5 /0 ,0 0 5 B ; 0.04P;
0 ,0 5S; 0,01/0,3Ti 70 690 8 0 -9 5 7 8 0 -9 3 0 16-18* 4 0 -5 0 *
Os valores de dureza Brineil variam dentro da faixa 320 a 400. Com seu aumento,
eleva-se a resistência â tração, caindo concomitantemente os valores de alongamento,
estricçâo e resistência ao choqua
Os elevados valores de resistência mecânica são obtidos pelo revenido da estru
tura inteiramente martensítica, a temperaturas acima de 450°C.
Entretanto, nessa faixa ou nível de resistência mecânica, esses aços foram ultra
passados por algumas ligas de alumínio e titânio em aplicações estruturais da indústria
de aviões a jata
Para retomar seu lugar, era preciso, pois, que aço desenvolvesse ductilidade ade
quada, num nível de resistência à tração superior a 175 kgf/mm2 (1715 MPa|.
Originaram-se, assim, os aços ultra-resistentes modernos. É interessante notar que
esses valores mais elevados de resistência foram obtidos pelo abaixamento da tempe
ratura de revenido dos aços-liga de baixo teor em liga temperados — atrás menciona
dos — abaixo de 4 5 0 °C 0 tipo AISI 4340, por exemplo, totalmente temperado e reve
nido entre 200° e 230°C desenvolve uma resistência à tração de 180 kgf/mm2 (1765
MPa), sendo usado em componentes do trem de aterrisagem de aviões.
Para a maioria dos aços-liga tipo AISI, a obtenção da apropriada resistência mecâ
AÇOS ULTRA-RESISTENTES E AÇOS CRIOGÊNICOS 445
nica exige uma faixa de temperatura de revenido entre 340°C e 425°C, o que, entre
tanto, produz baixa resistência ao choque.
Para sanar esse inconveniente, novas adições de elementos de liga foram feitas,
resultando aços ultra-resistentes que podem ser agrupados nas três seguintes catego
rias, em função da sua resistência à tração(249):
a) 154 a 168 kgf/mm2 (1510 a 1650 MPa), correspondente a um grupo de baixo carbono —
semelhante ao AISI 4 3 3 0 — modificado com adições crescentes de vanádio e molibdênio;
b) 168 a 182 kgf/mm2 (1650 a 1785 MPa), correspondente a um grupo de alto siltcio (1,0 a 2,0% )
e com teores decrescentes de carbono e cromo; o efeito do silício é elevar a faixa de fragilidade
de revenido acima de 4 2 5 °C , de modo que, na temperatura de revenido ótima de 315°C, se
possa obter uma resistência de 165 kgf/mm2 (1620 MPa), com ductilidade melhorada;
c) 182 a 210 kgf/mm2 (1785 a 2 0 6 0 MPa), correspondente a aços-liga com 0 ,4 % de carbono,
como o tipo 4 3 4 0 AISI, temperados e revenidos entre 2 0 5 a e 2 7 5 °C; esses aços podem ainda
ter sua resistência mecânica aumentada por aplicação de uma combinação das duas técnicas
anteriores. Por exemplo, a adição de molibdênio, vanádio e silício permite o revenido na faixa
de 2 6 0 ° a 3 1 5 “C, resultando numa resistência à tração de 210 kgf/mm2 (2 0 6 0 MPa), valor es
se que representa a máxima resistência que se pode normalmente obter, por intermédio das
técnicas convencionais de adição de elementos de liga e tratamentos térmicos.
TABELA 137
Daslgnaçâo C Mn Si Cr NI Mo V Outros
Bâixa liga
AISI 4130 0,28-0,33 0,40-0,60 0,20-0,35 0,80-1,10 0,15-0,25
AlSI 4140 0,38-043 0,75-1,00 0,20-0,35 0,80-1,10 - 0,15-0,25 - —
AISI 4340 0,38-0,43 0,60-0,80 0,20-0,35 0,70-0,90 1,65-2,00 0,20-0,30 —■ -
AISI 6434 0,31-0,38 0,60-0,80 0,20-0,35 0,65-0,90 1,65-2,0 0,30-0,40 0,17-0,23 —
300M 0,40-0,46 0,65-0,90 1,45-1,80 0,70-0,96 1,65-2,00* 0,30-0,45 0,05 min. —
Média liga
H11 Modif. 0,37-0,43 0,20-0,40 0,80-1,00 4,75-5-25 1,20-1,40 0,40-0,60
H13 0,32-0,45 0,20-0,50 0,80-1,20 4,75-5,50 - 1,10-1,75 0,80-1,20 -
A lta liga
HP-9-4-20 0,16-0,23 0,20-0,40 0,20 max. 0,65-0,85 8,50-9,60 0,90-1,10 0,06-0,12 4 ,2 5 -
4,75Co
HP-9-4-30 0,29-0,34 0,10-0,35 0,20 max, 0,90-1,10 7,00-8,00 0,90-1,10 0,06-0,12 4,25
4,75Co
— Baixa liga — Custo moderado, alta endurecíbilidade; conformável e soidável: limite de es
coamento até cerca de 180 kgf/m m z (1 7 6 5 MPa) e limite de resistência à tração até cerca de
2 4 0 kgf/mm2 (2 3 5 0 MPa), dependendo do tipo e do tratamento térmico (têmpera em água ou
óleo e temperatura de revenído), com tenacidade satisfatória. Aplicados em caixas de motores
de foguetes a propulsor sólido: tubos de canhões; parafusos, pinos e componentes estruturais
de aviões; eixos, engrenagens, etc.
— Média liga — Temperáveis ao ar; resistência mantida até cerca de 7 0 0 °C ; revenido a tem pe
raturas acima de 5 0 0 0C, de modo a ocorrer substancial alívio de tensões; o tipo H11 Modif.
à temperatura mais baixa de revenido (510 °C ) é o que apresenta melhores propriedades de re
sistência mecânica: limite de escoamento de 174 kgf/m m 3 (1705 MPa) e limite de resistência
à tração de 215 kgf/mm2 (2110 MPa), com cerca de 6 % de alongamento. Aplicados em compo
nentes gerais de aviões, como engrenagens do trem de aterrisagem; eixos, parafusos, pinos,
molas, componentes de bombas; estruturas de fuselagem e outros componentes estruturais
de aviões.
— Alta liga — Boa tenacidade e soldabilidade. Limite de escoamento mínimo de 133 kgf/m m 2
(1305 MPa) e limite de resistência à tração mínimo de 154 kgf/mm2 (1510 MPa) com alonga
mento em torno de 10%, para o tipo H P-9-4-30, Geralmente são duplamente revenidos: duas
horas à temperatura selecionada, dependendo da resistência desejada; resfriados ao ar e mais
duas horas a uma temperatura entre 5 4 0 ° e 5 7 5 °C . Utilizados em componentes estruturais
de aviões, vasos de pressão, eixos rotores de equipamento de conformação; hastes de martelos
de queda e componentes automotivos que exigem alta resistência mecânica.
— soldabilidade;
— conformabil idade;
— estabilidade dimensional;
— usinabilidade;
0,0 4% c
0,0 5% Mn
0,1 0% Si
13,00% Cr
7,85% Ni
2 ,2 0 % Mo
0,95% Al
Os estudos com esse tipo de aço mostrarem que o melhor ciclo de tratamento
térmico é o seguinte:
Composição, % (a)
Tipo
C Mo Co Ti Al
18 Ni (200) 18 3 ,3 8 ,5 0 ,2 0,1
18 Ni (250) 18 5,0 8,5 0 ,4 0,1
18 Ni (300) 18 5 ,0 9 ,0 0 ,7 0 ,2
18 Ni (350) 18 4,2(c) 12,5 1,6ía) 0,1
18 Ni (fundida) 17 4 ,6 10,0 0 ,3 0,1
12-5-3 (180) (b) 12 3 ,0 0 ,2 0 ,3
(a) todos os tipos não contém mais do que 0 r0 3 % C; (b) contém 5% Cr; (c) Alguns produtores
utilizam uma combinação de 4 ,8 % M o e 1,4% Ti, nominais.
TABELA 139
— dureza Rockwell C — 4 3 a 4 7 .
Por outro lado, num mesmo aço, tem-se, em função da temperatura, uma mudança, às
vezes brusca, em temperaturas mais baixas, de fratura dúctil para fratura frágil. A temperatura
em que ocorre esse fenômeno é chamada temperatura de transição (Ir na Fig. 184J(256).
Ocorrendo o fenômeno às temperaturas normais, ele se torna muito grave; o efeito dos
entalhes é muito grande, pois desloca a curva "resistência ao choque-temperatura" para tem
peraturas mais elevadas, podendo então verificar-se fratura frágil.
TABELA 140
Resistência à T.A. 206-218 195 202(1981) 199 201 223 197 192
traçôo kgf/m2 (2020-2138) (1913) (1952) (1972) (2188) (1933) (1883)
ÍMP») 425°C 176-191 162(1589)<370“O 129 154
(1725-1873) (1265) (1510)
535°C 151-154 97 108
(1480-1510) (950) (1060)
Limite de T.A. 169-173 , 167 169 175 189 199 189 187
escoamento (1658-1697) (1638) (1658) (1815) (1854) (1952) (1854) (1834)
kaf/mm2 (MPe) 425“ C 140-145 124(12161(370-0 111 146
(1373-1422) (1089) (1432)
535 °C 120(1177) 84(824)
Composição nominal e propriedades mínimas de tração de aços-carbono e aços liga de baixa temperatura e criogênicos
Aços-carbono
K 02400(a> A 537 C l 1 0 ,1 8 1 ,1 5 0 ,3 5 4 9 ,0 483 3 5 ,0 345 -4 5
K 0 2 4 0 0(b ) A 537 C12 0 ,1 8 1 ,1 5 0 ,3 5 5 6 ,0 5 52 4 2 ,0 414 23
K O I8 0 0 A 5 16 0 ,1 6 0 ,7 5 0 ,2 5 3 8 ,5 379 2 1 ,0 207 28 -4 5
K 02100 A 516 0 ,1 9 0 ,7 5 0 ,2 5 4 2 ,0 414 2 2 ,4 221 26
K 02403 A 5 16 0 ,2 2 1 ,1 0 0 ,2 5 4 5 ,5 448 2 4 ,5 241 24
K 02700 A 5 16 0 ,2 5 1 ,1 0 0 ,2 5 4 9 ,0 483 2 6 ,6 262 22
Aços-liga
K11576 A 517 F 0 ,1 5 0 ,8 5 0 ,2 5 0 ,8 5 0 ,5 5 ( 0 8 7 ,5 862 8 0 ,5 793 18 -4 5
K21703 A 2 03-A 0 ,2 0 0 ,7 0 0 ,2 5 2 ,3 0 4 5 ,5 448 2 5 ,9 255 25 -5 9
K22103 A 203-B 0 ,2 3 0 ,7 0 0 ,2 5 2 ,3 0 4 9 ,0 483 2 8 ,0 276 23
K31718 A 2 03-D 0 ,1 7 0 ,7 0 0 ,2 5 3 ,5 0 4 5 ,5 448 2 5 ,9 2 55 24 -1 0 1
K3 2 0 1 8 A 203'E 0 ,2 0 0 ,7 0 0 ,2 5 3 ,5 0 4 9 ,0 483 2 8 ,0 276 22
K71340 A 553'B 0 ,1 0 0 ,5 0 0 ,2 5 8 ,0 0 7 0 ,0 690 5 9 ,5 586 22 -1 7 0
K81340 A 353 0 ,1 0 0 ,5 0 0 ,2 5 9 ,0 0 7 0 ,0 690 5 2 ,5 5 17 22 -1 9 5
K81340 A 553-A 0 ,1 0 0 ,5 0 0 ,2 5 9 ,0 0 7 0 ,0 690 5 9 ,5 586 22 -1 9 5
LA
TABELA 142
Composição nominal e mfnímas propriedades de tração de aços inoxidáveis criogônicos na forma de chapas
(1) Contém 0 ,2 0 N; (2) Contém 0 ,2 0 N; {3) Contém 2 ,0 a 3 ,0 Mo; (4) Contém 2 ,0 a 3 ,0 Mo; (5) Contém Ti = SxCmin.; (6) Contém Nb + Ta = 10xCmin.;
(7) Contém N b + T a = 10xCmin., Ta = 0 ,1 0 máx., Co = 0 ,2 0 máx.
AÇOS ULTRA-RESISTENTES E AÇOS CRIOGÊNICOS 453
Afigura 187a5®mostra a transição fratura dúctil e fratura frágil para vários aços-liga, cuja
composição é dada na Tabela 143a .
\
/& m a /s /& K /f oe
- £ 0 0 - /3 0 - /0 0 ~ 3 0 3 3 0 0 0 0 /3 0 £ 0 0 £ 3 0
/e 0 % 0 0 /* 0 /& /* 0 0 0 0 0 3 0 /0 >
TABELA 143
Com posição de aços-liga, cujas curvas de transição "fratu ra dúctil-fr atura trágH"
estão representadas na Figura 187.
Aço
C Mn Si Ni Cr Mo
AiSi-SAE
4340 0 ,3 8 -0 ,4 3 0 ,6 0 -0 ,8 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 1 ,6 5 -2 ,0 0 0 ,7 0 -0 ,9 0 0 ,2 0 -0 ,3 0
4140 0 ,3 8 -0 ,4 3 0 ,7 5 -1 ,0 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 — 0 ,8 0 -1 ,1 0 0 ,1 5 -0 ,2 5
4145 0 ,4 3 -0 ,4 8 0 ,7 0 -0 ,9 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 — 0 ,7 0 -0 ,9 0 —
1340 0 ,3 8 -0 ,4 3 1 ,6 0 -1 ,9 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 — — —
2340 0 ,4 2 -0 ,4 7 0 ,7 0 -0 ,9 0 0 ,2 0 -0 ,3 5 3 ,2 5 -3 ,7 5 — -
1040 0 ,3 7 -0 ,4 4 0 ,6 0 -0 ,9 0 (0 ,3 5 ~ > - - -
XXVI
AÇOS SINTERIZADOS
— Seleção da matéria-prima:
— Compressão do pó ou pós metálicos, em matrizes apropriadas:
— Sinterização dos compactados obtidos na compressão;
— Recompressão ou calibragem das peças ou compactados sinterizados;
— Acabamento, compreendendo eventualmente usinagem, tratamento térmico ou tratamento
superficial.
ram sinterizados durante duas horas, sob hidrogênio a 1250°C. As melhores propriedades
com pó de ferro eletrolítico devem-se à densidade mais elevada que com ele resulta, sob
as mesmas condições de pressão de compressão, temperatura e atmosfera de sinterizaçãa
TABELA 1 44
2 4 6 2 4 6 2 4 6
Reduzido
(esponja) 5 ,4 6 6 ,2 3 6 ,6 9 9 ,4 (9 4 ) 1 4 ,0 (1 4 0 ) 1 6 ,8 (1 6 8 ) 2 ,8 4 ,9 8 ,0
Eletrolítico 5 ,5 7 6 ,4 9 /6 ,9 7 6 ,5 (6 4 ) 1 5 ,1 (1 5 1 ) 2 1 ,9 (2 1 9 ) 2 ,0 6 ,7 1 2 ,3
TABELA 1 4 5
Limite de
resistência Dureza
Densidade Alongamento
Tipo de pó Estado à tração Rockwell
g/cm J % p
kgf/m m 2 MPa
Reduzido
(esponja) 5 ,8 Sinterizado 1 3 ,0 1 30 1,5 54
6 ,2 Sinterizado 1 8 ,0 1 80 1.5 66
6 ,6 Sinterizado 2 1 ,0 210 2 ,0 71
Eletrolítico 6 ,9 Sinterizado 2 1 ,0 210 1 0 ,0
7 ,3 Recomprimido 2 6 ,0 255 1 5 ,0
7 ,5 Recomprimido 4 1 ,0 400 2 5 ,0
Atomizado 6 ,7 Sinterizado 1 7 ,0 170 4 ,0 61
7 ,3 Sinterizado 2 5 ,0 250 7 ,0 78
2.3. Sinterização — Nesta operação obtém-se por assim dizer, a ligação final entre as
partículas de pó. Consiste a sinterização num aquecimento a alta temperatura, da ordem ge
ralmente de 2/3 a 3/4 da temperatura de fusão do metal considerada No caso do ferro, por
tanto, a temperatura de sinterização varia de aproximadamente 1000° a 1200°C, sendo, pa
ra os casos mais comuns, de 1100 °C. Entretanto, para as ligas de ferro, como aços, pode-se
atingir temperaturas de 1200°C. Note-se, ainda, que essa operação é realizada na presença
de uma atmosfera protetora, para evitar fenômenos como oxidação, descarbonetação etc.
As atmosferas protetoras empregadas industrialmente incluem hidrogênio, amônia dissocia
AÇOS SINTERI2ADOS 459
da, gás d e gasogênio ou, finalm en te, gás proveniente d a co m b u stão incom pleta de gás n atu
ral, propana etc. A figura 1 8 9 a60 m o stra a variação d a densidade, resistência à tração e alon
g a m e n to e m fu n ç ão d a tem p e ra tu ra de sinterização, de co m p a c ta d o s d e pó d e ferro eletrolí-
tico, sinterizados e m hidrogênio. A q ueda o bservada nos valores das propriedades determ i
nadas, na faixa de tem p e ra tu ra s de 8 0 0 ° a 9 5 0 ° C aproxim ad am en te, é atribuída à transfor
m a ç ã o alotrópica a lfa -g a m a e a u m crescim en to d e grãos.
De qualquer modo, os m elhores resultados dos tra ta m e n to s term o -qu ím icos de aço
sintetizado, são obtidos q u a n d o sua d en sidad e fo r superior a 7 ,0 g /c m 3.
— tratamentos superficiais — inclu em , e ntre outros, a oxidação ou tratamento a va
por, cromeação, fosfatização etc. O tratamento a vapor, realizado a tem p e ra tu ra s entre 5 8 0 °
e 6 0 0 ° C , num a câm ara onde p en etra u m a corren te regular d e vapo r de água, te m por o bjeti
vo prevenir a corrosão, além d e au m e n ta r a dureza e a resistência ao desgaste. Do tra ta m e n
to resulta que as paredes d e c a d a poro e a superfície das peças fic a m revestidas d e um a
cam ada fina de FésO^, q u e adere fo rte m e n te às partículas d e fe r ra
O s outros tra ta m e n to s superficiais, c o m o fosfatização, cromeação etc., aplicados ta m
bém para m elhorar a resistência à corrosão e, às vezes, a resistência ao desgaste, som ente
se tornam eficazes, q uand o as peças fo rem s u fic ie n te m e n te densas.
ferro, e m com p a ra çã o com o processo usual d e "c o m p a cta ç ã o sim ples" ou "com pressão-
s in te riza ç ã o ".
TABELA 146
Influência do tratamento térmico sobre as propriedades de
aço sintarizado, em comparação com.aço convencional
TABELA 147
Compressão simples
Símerização a 1220°C durante 2 horas
Pó Resistência à
Pressão Densidade Dureza »êo Alongamento
t/cm2 g/cm3 BrineN kgf/mm2 %
MPa
Ferro eletro- 4 6 ,4 9 50 15,1 151 6,7
tftico fino 6 6 ,9 7 70 21,9 219 12,3
Ferro reco- 4 6 ,2 3 47 14,0 140 4 ,9
zido esponja 6 6 ,6 9 61 16,8 168 8,0
Ferro recazi-
do (de cas-
ca de
laminaçâo) 6 6 ,9 0 89 29,1 281 12,4
Dupla compressão
Sinterizaçâo prévia a 850°C durante uma hora
Slnterizaçâo final a 1250°C durante duas horas
em hidrogênio
1? 2?
— pó reduzido
— resistência à tração — 3 4 a 3 7 kgf/mm2 (3 3 0 a 3 6 0 MPa)
— alongamento — cerca de 19%
— pó eletrolftico
— resistência à tração — 3 3 a 3 4 kgf/mm2 (3 2 0 a 3 3 0 MPa)
— alongamento — 9 a 14%
— pó atomizado
— resistência à tração — 31 a 3 6 kgf/mm2 (3 0 0 a 3 5 0 MPa)
— alongamento — 13 a 19%
— densidade
— 6 ,6 0 g/cm3 no estado sinterizado , ^
— 7,6 7 -kgtimon* no estado forjado
— resistência à fração
— 16,0 kgf/mm2 (160 MPa) no estado sinterizado
— 51,0 kgf/mm2 (5 0 0 MPa) no estado forjado
— limite de escoamento
— 12,0 kgf/mm2 (120 MPa) no estado sinterizado
— 3 5 ,0 kgf/mm2 (3 4 0 MPa) no estado forjado
— alongamento (em 1")
— 1,8% no estado sinterizado
— 2 5 ,0 % no estado forjado
De um modo geral, o engenheiro deve ter na sua mente uma série de regras, no proje
to, execução e utilização das peças sinterizadas de ferro ou aço. Tais regras podem ser resu
midas da seguinte maneira(263>:
— evitar formas e contornos da peça que impeçam sua retirada da matriz. Furos laterais, ângu
los reentrantes, roscas, etc., são impossíveis de moidar, de modo que essas particularidades,
se realmente necessárias, só podem ser obtidas por usinagem suplementar, a qual, entretanto,
deve ser evitada sempre que possível;
— evitar paredes finas, cantos vivos e particularidades semelhantes que, dificultando o escoa
mento do pó na matriz, criam problemas de produção e originam material com característicos
físicos insuficientes;
— evitar igualmente alterações abruptas da espessura das paredes, pois durante a sinterização,
as modificações dimensionais que ocorrem, em proporções diferentes quando as espessuras
variam muito, podem provocar empenamento e, portanto, inutilização das peças;
— evitar, tanto quanto possível, um número exagerado de desníveis, assim como mudanças
pronunciadas e bruscas de secção transversal. Tanto mais difícil se torna obter densidade uni
forme, quanto maior for o número de degraus; sendo estes necessários, preferivelmente deve
rão ser conferidos às peças por usinagem suplementar.
Com posiç& o d e ligas d e ferro sinterizadas para com p on en tes m ecân icos
Ferro F -0 0 0 0 0 ,3 máx. 9 7 ,7 /1 0 0
Aço F -0 0 0 5 0 ,3 /0 ,6 9 7 ,4 /9 9 ,7
Aço F -0 0 0 8 0 ,6 /1 ,0 9 7 ,0 /9 9 ,1
Fe-Cu F C -0 2 0 0 0 ,3 máx. 1 ,5 /3 ,9 9 3 ,8 /9 8 ,5
Aço-Cu F C -0 2 0 5 0 ,3 /0 ,6 1 ,5 /3 ,9 9 3 ,5 /9 8 ,2
Aço-Cu FC -0208 0 ,6 /1 ,0 1 ,5 /3 ,9 9 3 ,1 /9 7 ,9
Aço-Cu FC -0505 0 ,3 /0 ,6 4 ,0 /6 ,0 9 1 ,4 /9 5 ,7
Aço-Cu F C -0 5 0 8 0 ,6 /1 ,0 4 ,0 /6 ,0 9 1 ,0 /9 5 ,4
Aço-Cu F C -0 8 0 8 0 ,6 /1 ,0 6 ,0 /1 1 ,0 8 6 ,0 /9 3 ,4
Aço-Cu 0 ,6 /0 ,9 1 8 ,0 /2 2 ,0 75,1 mín.
Fe-Cu F C -1 0 0 0 0 ,3 máx. 9 ,5 /1 0 ,5 8 7 ,2 /9 0 ,5
Fe-Ni F N -0 2 0 0 0 ,3 máx. 1 ,0 /3 ,0 2 ,5 máx. 9 2 ,2 /9 9 ,0
Aço-Ni F N -0 2 0 5 0 ,3 /0 ,6 ' 1 ,0 /3 ,0 2 ,5 máx. 9 1 ,9 /9 8 ,7
Aço-Ni F N -0 2 0 8 0 ,6 /0 ,9 1 ,0 /3 ,0 2 ,5 máx. 9 1 ,6 /9 8 ,4
Fe-Ni F N -0 4 0 0 0 ,3 máx. 3 ,0 /5 ,5 2 ,0 máx. 9 0 ,2 /9 7 ,0
Aço-Ni F N -0 4 0 5 0 ,3 /0 ,6 3 ,0 /5 ,5 2 ,0 máx. 8 9 ,9 /9 6 ,7
Aço-Ni F N -0 4 0 8 0 ,6 /0 ,9 3 ,0 /5 ,5 2 ,0 máx. 8 9 ,6 /9 6 ,4
Fe-Ni F N -0 7 0 0 0 ,3 máx. 6 ,0 /8 ,0 2 ,0 máx. 8 7 ,7 /9 4 ,0
Aço-Ni F N -0 7 0 5 0 ,3 /0 ,6 6 ,0 /8 ,0 2 ,0 máx. 8 7 ,4 /9 3 ,7
Aço-Ni F N -0 7 0 8 0 ,6 /0 ,9 6 ,0 /8 ,0 2 ,0 máx. 8 7 ,1 /9 3 ,4
Aço infiltrado F X -1 0 0 5 0 ,3 /0 ,6 8 ,0 /1 4 ,9 8 0 ,5 /9 1 ,7
Aço infiltrado F X -1 0 0 8 0 ,6 /1 ,0 8 ,0 /1 4 ,9 8 0 ,1 /9 1 ,4
Aço infiltrado F X -2 0 0 0 0 ,3 máx. 1 5 ,0 /2 5 ,0 7 0 ,7 /8 5 ,0
Aço infiltrado F X -2 0 0 5 0 ,3 /0 ,6 1 5 ,0 /2 5 ,0 7 0 ,4 /8 4 ,7
Aço infiltrado F X -2 0 0 8 0 ,6 /1 ,0 1 5 ,0 /2 5 ,0 7 0 ,0 /8 4 ,4
* Metei Rowder Industries Federation; (a) as especificações MPIF exigem que a quantidade total
de outros elementos seja menor que 2 ,0 % com exceção do aço infiltrado em que a quantidade
total de outros elementos deve ser inferior a 4 ,0 %
AÇOS SINTERIZADOS
TABELA 149
467
Sinterizado 7 ,2 /7 ,6
7 ,2 /7 ,6 126 ,0 1240 107 ,8 1060 1,5 4 5 ,5 450 1,9 19 44 RC
Sint. e t.t.
&
00
TABELA 148
Propriedades mecânicas típicas de ferro e aço sintetizados (continuação)
Sint. e tt. significa sinterizado e tratado termicamente 0 tratamento térmico consiste em austenitizar a 8 7 0 °C, resfriar em óleo e revenir uma hora a 2 0 0 °C; o ensaio
de choque é em corpos de prova Charpy sem entalhe; nos número F-0000, F-0005, F-0008, FC-0200, FC-0205, FC-0208, FC-0505, FC-0508, limite de fadiga foi estimado
em cerca de 3 8 % do limite de resistência à tração.
AÇOS SINTERIZADOS 469
TABELA 150
Limite de resistência
Densi Alonga
à tração
Material dade Condição mento
g/cm3 %
kgf/mm2 MPa
A figura 191 mostra uma variedade de peças produzidas em ferro e aço sinterizado.
TABELA 150
L im ite d e re s is tê n c ia
D e n s i A lo n g a
à tr a ç ã o
M a te ria l dade C o n d iç ã o m e n to
g /c m 3 %
k g f/m m 2 MPa
A figura 191 mostra uma variedade de peças produzidas em ferro e aço sinterizado
— Ferro fundido cinzento — cuja fratura mostra uma coloração escura (donde a sua denomina
ção), caracterizada por apresentar como elementos de liga fundamentais o carbono e o silício
e estrutura em que uma parcela relativamente grande do carbono está no estado livre (grafita
lamelar) e outra parcela no estado combinado (Fe^C);
—ferro fundido branco — cuja fratura mostra uma coloração clara (donde a sua denominação),
caracterizado por apresentar ainda como elementos de liga fundamentais o carbono e o silício,
mas cuja estrutura, devido às condições de fabricação e menor teor de silício, apresenta o car
bono quase inteiramente na forma combinada (FesC);
— ferro fundido mesclado — cuja fratura mostra uma coloração mista entre branca e cinzenta
(donde a sua denominação), caracterizado igualmente por uma mescla de proporções variáveis
de ferro fundido branco e ferro fundido cinzento;
—ferro fundido maleável — caracterizado por ser obtido a partir do ferro fundido branco, me
diante um tratamento térmico especial (maleabilização), resultando numa transformação de pra
ticamente todo o ferro combinado em grafita na forma de nóduios (em vez de veios ou lamelas);
—ferro fundido nodular — caracterizado por apresentar, devido a um tratamento realizado ain
da no estado líquido, carbono livre na forma de grafita esferoidal, o que confere ao material ca
racterística de boa ductilidade, donde a denominação frequente para esse material de ferro fu n
dido dúctil.
— ferro fundido de grafita compactada — caracterizado pelo fato da grafita apreentar-se em
"escamas" ou seja com a forma de plaquetas ou estrias, motivo pelo qual tem sido também
designado por "quasi-escama". Outras denominações são: escama agregada, semi-ondular e
vermicutar. É um produto que como o ferro nodular exige adição de elementos especiais como
terras raras, com um elemento adicional, como o titânio, que reduz a formação de grafita esfe
roidal. O ferro fundido de grafita compactada pode ser considerado um material intermediário
entre o ferro fundido cinzento e o ferro nodular; possui a fundibilidade do ferro fundido cinzen
to, com melhor resistência mecânica e alguma ductilidade Sua comercialização é relativamente
recente
A faixa de composição dos cinco principais tipos de ferros fundidos, sem elemen
tos de liga, está indicada na Tabela 151
TABELA 151
Faixa de composição de ferros fundidos típicos comuns
Composição química, %
Tipo
C Si Mn s P
Branco 1,8/3,6 0,5/1,9 0 ,2 5 /0 ,8 0 0 ,0 6 /0 ,2 0 0 ,0 6 /0 ,2 0
Maleável 2 ,2 /2 ,9 0,9/1,9 0,15/1,20 0 ,0 2 /0 ,2 0 0 ,0 2 /0 ,2 0
Cinzento 2 ,5 /4 ,0 1,0/3,0 0 ,2 0 /1 ,0 0 0 ,0 2 /0 ,2 5 0 ,0 2/1 ,0 0
Nodular 3 ,0 /4 ,0 1,8/2,8 0,10/1,00 0 ,0 1/0 ,0 3 0,01/0,10
Grafita
compactada 2 ,5 /4 ,0 1,0/3,0 0 ,2 0/1 ,0 0 0 ,0 1/0 ,0 3 0,01/0,10
de perlita mais cementitaí. Seu aspecto micrográfico, que permanece até a temperatura
ambiente, é o da Fig. 195.
X J M e t a a s t á v e l
1400
1300
\ é*l
1200 k_ A
\
■**hJ
•1 é +c,
t 2 3
%c
A figura 197<267) mostra as faixas dos teores de carbono e de silício das ligas ferrosas.
A linha tracejada inferior define o limite superior de teor de carbono como o limite da solubili-
dade do carbono na austenita.
No caso dos ferros fundidos tomados como ligas ternárias, utiliza-se um conceito ou
fórmula que possibilita levar em consideração o efeito do silício nas transformações estrutu
rais e, portanto, nas propriedades dos ferros fundidos, em que o silício está presente em teo
res relativamente elevados.
Esse conceito é o do "carbono equivalente" e é representado pela fórmula(267):
Deixando de lado o fósforo, cuja influência nessas ligas será estudada mais adiante,
ter-se-ia apenas:
Do mesmo modo, na liga com 3,5% de silício, onde o eutético foi deslocado para cer
ca de 3,20% de carbono, ter-se-ia:
Em resumo, as ligas com 3,6% de carbono e 2,3% de silício e com 3,2% de carbono
e 3,5% de silício comportam-se como ligas eutéticas e apresentam, teoricamente à tempe
ratura ambiente uma estrutura ledeburítica.
478 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
Na verdade; além do efeito que o silício exerce de deslocar o eutético para teores mais
baixos de carbono (*}, uma outra característica desse elemento, fundamental sob o ponto
de vista de estrutura e propriedades mecânicas, relaciona-se com sua tendência grafitizante
ou seja promover a decomposição do Fe3C em ferro e carbono, este último sob a forma de
grafita lamelar.
Tomando-se a secção correspondente a 2,0% de Si de um diagrama completo Fe-C-Si,
como mostra a Fig. 198, verifica-se a existência de três fases (áreas achuradas), uma das
quais é grafita.
Como e quando se forma a grafita?
Lembre-se que o diagrama de equilíbrio Fe-C é de natureza metaestável: a rigor, trata-
se de um diagrama Fe-FeaC. O equilíbrio estável corresponde,'de fato, à liga ferro-grafita, ou
seja as condições de equilíbrio são tais que ocorre a decomposição do Fe^C em Fe e C, este
último na forma de grafita. \
Essa decomposição depende da velocidade de resfriamento e dwpresença de determi
nados elementos de liga.
Ao solidificar um ferro fundido cinzento hipoeutético, por exemplo com 3% de carbo
no e 2,3% de silício, resultam, em primeiro lugar, cristais primários de austenita, cuja quanti
dade aumenta com o decréscimo da temperatura. A cerca de 1150°C, o líquido remanes
cente solidifica com um teor de carbono de aproximadamente 3,6% (Fig. 196). Nesse mo
mento, por reações complexas, ainda não devidamente explicadas, ocorre em grande parte
a grafitizaçãa Admite-se, entretanto, que, no curto intervalo de tempo em que ocorre a soli
dificação final, fica estabelecida a quantidade, a forma e a distribuição da grafita.
Abaixo da temperatura de solidificação, no exemplo considerado, têm-se, pois, dendri-
tas de austenita, cujo teor de carbono decresce com a queda da temperatura, formando uma
matriz em que estão distribuídas lamelas de grafita. O carbono, que é precipitado da austeni
ta, aparece em parte como perlita e em parte como grafita livre, A quantidade desta depen
de, como já mencionou, da velocidade de resfriamento e do teor de silício
Ao ultrapassar a última linha de transformação, correspondente à temperatura do eu-
tetóide, a austenita remanescente passa a perlita e a estrutura da liga é constituída de perlita
com lamelas de grafita, podendo, ainda, com resfriamento mais lento, a perlita decompor-se
parcialmente em ferrita e grafita. A estrutura consistirá, então, de perlita, ferrita e lamelas
de grafita (Fig. 199). Essa é uma das estruturas comuns em ferros fundidos cinzentos de
maior utilização comercial.
5. Fatores que influem na estrutura do ferro fundido — São dois os fatores preponde
rantes na determinação da estrutura do ferro fundido:
— composição química
— velocidade de resfriamento
(*) Essa influência também se faz sentir nos aços (Capítulo I), cujo teor de carbono do eutetóide dimi
nui à medida que aumenta o teor de silício.
FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES 479
2% Silício
1600
1400
1200
1000
I
| 800
400
200
% de C
Fig. 198 — Secção vertical do sistema Fe-C-Si a um teor constante de 2% de
Si, mostrando, em achurado, as áreas de trés fases.
Efeitos durante a
Elemento Efeito durante a reação eutetòide
sotffificação
A ação dos elementos de liga sobre as propriedades e outros característicos dos fer
ros fundidos será estudada mais adiante.
comprimento €~ 57,1 a 2 0 5 mm
A — irregular desorientada
B — em roseta
C — desigual irregular
D — interdentrftica desorientada
E — interdentrítica orientada
7. Fatores outros que influem nos característicos de grafitização dos ferros fundi
dos — A grafitização (forma, distribuição e dimensões dos veios de grafita) e, portanto,
a estrutura e os característicos mecânicos dos ferros fundidos, são influenciados por
outros fatores que não apenas a composição química e a velocidade de resfriamento
O mais importante é a chamada " inoculação" que consiste na adição de uma liga
metálica, no metal, enquanto estiver líquido, quer no próprio forno ou na "panela de
fundição” , pouco antes do vazamento do metal ou no jorro do metal líquido quando da
passagem do forno para a panela de vazamento. Acredita-se que essa prática provoca
o aparecimento de "núcleos" no metal fundido nos quais a formação de grafita pode
começar(2<|T). 0 efeito consiste num decréscimo da tendência de formação de ferro branco,
ou seja numa tendência à grafitização, sem consequência apreciável na estabilidade da
perlita. Além disso, fica favorecida a formação de veios menores de grafita, com distri
buição mais uniforme Existe muitos inoculantes comerciais, os quais podem ser agru
pados da seguinte maneira(273):
— inocu/antes grafitizantes comuns, incluindo grafita, silício metálico; ferro-silfcio (com 50%,
75% ou 85% de Si) e silicieto de cálcio;
— inoculantes grafitizantes especiais, que se caracterizam por apresentar um maior efeito grafi-
tizante (podendo, pois, ser utilizados em quantidades relativamente pequenas) e que incluem,
entre outros, os seguintes: Ca-Si; Ca-Si-Ti, Ca-Si-Mn, Si-Zr-Ca, Si-Ba, Si-Mn-Ca-Ba, Si-terras ra
ras, Si-Césio etc;
— inoculantes estabilizadores (também chamados perlitizantes), recomendados para ferros fun
didos cinzentos de carbono equivalente elevado (4,0 a 4 ,5 % ) e que incluem, entre outros, Cr-
Si, silicieto de cromo, Cr-Si-Mn, Cr-Si-Mn-Zr.
— temperatura de vazamento
— temperatura da "coquilha", ou seja, do molde metálico
Admitidos constantes esses fatores, será o teor de silício da liga o fator principal
a determinar a "profundidade de coquilhamento", ou seja, a profundidade correspon
dente à formação de ferro fundido branco.
A quantidade de carbono total — soma de carbono combinado e carbono livre
(grafita), Ct ?= Cc + Cg — também atua de modo pronunciado, como é demonstrado
pela Fig. 203(274), a qual mostra, esquematicamente, a estrutura de um ferro fundido
coquilhado e seus característicos de dureza, à medida que ocorre afastamento da zona
inteiramente coquilhada.
Na verdade, a figura permite verificar que, a partir de um determinado Ct; no caso
3,50%, as condições de resfriamento que ocorrem pela ação da coquilha produzem desde
quase nenhuma decomposição da cementita até uma apreciável formação de grafita.
Quando se desejar reduzir a zona de ferro mesclado, resultando assim numa redução
486 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
mais abrupta da zona coquilhada para a zona cinzenta, usa-se a técnica de adicionar
grafita na panela de fundição, pouco antes de vazar o metal no molde ou coquilha.
DUREZA BRANCO
APROXIMADA Ct = 3 ,5 0 %
Cc - 3 ,3 0 %
9R ÍN E LL-450 Cg = 0 ,2 0 %
RC - 4 4
MESCLADO
BRINELL 300 Cc = 2 ,0 %
Cg = 1 ,5 0 %
R.C - 3 0
CINZENTO
BRtNELL-130 Cc = 0 ,8 0 %
R.B - 8 7 Cg = 2 ,7 0 %
Por outro lado, a Fig. 204 mostra o efeito do teor de carbono total na dureza da
peça coquilhada. A curva apresentada é a média dos resultados obtidos por vários pes-
quisadores<274).
Fínalmentev ainda quanto ao efeito do silício — elemento fundamental nos ferros
fundidos — a Fig. 205a74) indica a relação entre a profundidade de coquilhamento e
o teor de silício para ferros fundidos coquilhados cujo teor de carbono total varia de
3,25 a 3,60%.
Os outros elementos normalmente presentes nos ferros fundidos brancos ou co
quilhados — manganês, fósforo e enxofre — têm os seguintes efeitos:
— o manganês e o enxofre, considerados em conjunto, visto que suas ações se
contrabalançam, são elementos estabilizadores do carboneto; o manganês, como se sabe,
elimina os efeitos nocivos do enxofre, desde que seu teor seja duas vezes ao do enxo
fre, mais 0,30%. Para atuar como estabilizador do carboneto é necessário que seu teor
seja tal que o enxofre presente se combine totalmente com ele, do contrário o seu efei
to é oposto, ou seja, tenderá a diminuir a profundidade de coquilhamento*274*. Além des
se teor, o manganês atua, no sentido de aumentar a profundidade de coquilhamento,
cerca de quatro vezes mais rapidamente que o cromo.
Quanto ao fósforo, sua ação é no sentido de diminuir a profundidade de coquilha
mento, de modo que se costuma manter esse elemento nos ferros fundidos brancos
abaixo de 0,4%.
140
120
Dureza Escleroscópica
100
80
60
40
20
0 t 2 3 4 5 6 6,7
Carbono Total , %
Fig. 204 — Efeito do carbono total na dureza do ferro fundido coquilhado.
0,9
0,8
%
S itic io ,
0,7
de
0,6
Teor
0,5
0,4
IO 15 20 25 30 35 40 45 5
P r o fu n d id a d e de C o q u iih a m e n to , mm
O níquel reduz a profundidade de coqu ilha mento, sendo a sua influência cerca de
um quarto da do silício. Entretanto, ao atingir o teor de 4 a 5%, esse decréscimo da
profundidade de coquilhamento é acompanhado por aumento de dureza, devido à natu
reza da estrutura que se origina. De fato, enquanto um ferro fundido branco comum,
sem elementos de liga, apresenta uma estrutura que consiste de cementina numa ma
triz de perlita, o ferro fundido branco com 4 a 5% de níquel apresenta uma estrutura
martensítica, podendo a dureza escleroscópia atingir o valor de 90 ou cerca de 730
Brinetl. Aumentando mais o níquel, ocorre retenção da austenita e a dureza volta a dimi
nuir. Geralmente o níquel é usado em combinação com o cromo, porque este elemento,
estabilizando a cementina, neutraliza o efeito negativo do níquel na profundidade de co
quilhamento. Com esse objetivo, a proporção desses elementos é de três partes de ní
quel para uma de cromo, ou mesmo duas partes de níquel para uma de cromo, de modo
a garantir uma estrutura inteiramente branca, através de toda a secção da peça.
O molibdênio tem um efeito equivalente a um terço do cromo no que diz respeito
ao aumento da profundidade de coquilhamento. O objetivo inicial em se adicionar Mo
em pequenos teores {0,25 a 0,75%) consiste em melhorar a resistência da superfície
coquilhada a fenômenos de lascamento, corrosão localizada, trincamento peto calor e
efeitos semelhantes(27S>. Além disso, o Mo endurece e melhora a tenacidade da matriz
perlítica. Em combinação com o Ni ou Cr ou ambos, confere matriz martensítica em
vez de perlítica e melhora, em conseqüência, a resistência à abrasãa Ferros fundidos
brancos com 12 a 18% de Cr, usados em peças fundidas resistentes ao desgaste, apre
sentam uma melhora dessa qualidade, quando se adiciona 1 a 4% de Mo, pois a matriz
perlítica é suprimida, mesmo com resfriamento lento característico de secções mais es
pessas.
0 cobre, abaixo de 4%, diminui a profundidade de endurecimento(27i), e além de
4% aumenta a profundidade da coquilha e a dureza. É usado freqüente e conjuntamen
te com o cromo para manter uma profundidade de coquilhamento constante.
0 vanádio é um poderoso estabilizador de carboneto, aumentando, assim, a pro
fundidade de coquilhamento. Esse efeito pode ser contrabalançado, se necessário, em
secções de pequena espessura, pela adição de Ni ou cobre ou peto aumento considerá
vel dos teores de carbono ou de silício ou de ambos. Em teores de 0,10% a 0,50% refi
na igualmente a estrutura das secções coquilhadas.
0 boro, utilizado de modo limitado, aumenta a dureza da secção coquilhada. Bons
resultados têm sido verificados com adição de boro em torno de 0,5% í275). O boro refi
na igualmente a estrutura da região coquilhada.
Para resumir, as figuras 206 e 207(274) mostram a ação dos elementos de liga no
sentido de reduzir (Fig. 206) ou aumentar {Fig. 207) a profundidade de coquilhamento.
0 1 2 3 4 5 6 7 8
E le m e n to s , %
0 i 2 3 4 5 6 7 8
E le m e n to s , %
A prática tem indicado que os melhores resultados são obtidos aquecendo-se entre
815° e 870°C, devendo-se tomar o cuidado de manter o material a essas elevadas tem
peraturas durante um período de tempo tal que seja evitada a grafitizaçãa
Uma série de ensaios realizados com corpos de prova de ferro fundido branco con
tendo 3,25% a 3,60 de Cu 0,50% a 0,55% de Si, 0,55% a 0,60% de Mn, 0,12% a
0,14% de S e 0,30% a 0,35% de P, tratados termicamente às temperaturas e tempos(270):
— 8 1 5 °C e 2 0 h no máximo
— 8 7 0 ° C ‘ e 7 h no máximo
— 3,0 0 Ct; 0 ,75 Si; 0 ,2 5 Mn; 0 ,4 0 P; 0,12 S, com dureza escleroscópica de 50 a 6 2 (baixa dureza);
— 3,5 Ct; 0 ,5 0 Si; 0 ,2 5 Mn; 0 ,4 0 P; 0,12 S, com dureza escleroscópica de 6 2 a 7 2 (alta dureza);
— 3 ,4 0 Ct; 0 ,6 0 Si; 0 ,3 0 Mn; 1,25 Cr; 4 ,5 0 Ni; 0 ,4 0 Mo; 0 ,3 5 P; 0,10 S, com dureza escleroscó
pica de 8 0 a 9 0 (tipo mais duro);
— 3 ,4 0 Ct; 0 ,8 0 Si; 0 ,3 0 Mn; 0 ,6 0 Cr; 2 ,5 0 Ni; 0 ,4 0 Mo; 0 ,3 5 P; 0,10 S, com dureza escloros-
cópica de 72 a 8 0 (tipo de dureza intermediária).
I Tipo de
Composição quím ica, (% )
moldagem
Dureza
Classe ou trata
Brinell
m ento té r
mico
c, Si Mn Ni Cr I Mo S Outros
Observações — A classe I, tipo D pode ser endurecida a 6 0 0 min. Qrinell ou recozida a 4 0 0 max.
/ Brinell.
As classes II e III podem ser recozidas a 4 0 0 min. Brinell.
tipos M 3C ao passo que os ferros martensíticos de alto cromo, com carbonetos dos ti
pos M7C3, apresentam valores variáveis de 42 a 56 kgf/mm 2 (410 a 550 MPa). O limite
de escoamento desses materiais é aproximadamente equivalente a 90% do limite de
resistência à tração.
A medida da resistência à ruptura transversal — obtida pela carga aplicada e fle
cha obtida — apresenta melhor precisão e o produto carga-flecha serve para avaliar a
sua tenacidade.
Esses valores, dependendo da composição química, variam da seguinte maneira:
— ferros fundidos brancos perffticos fundidos em areia —
carga — 8 0 0 a 2 7 2 0 kgf
flecha — 2 ,0 0 3,6 mm
492 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
carga — 12 70 a 31 80 kgf
flecha — 2 ,0 a 6 ,5 mm
tenacidade — 4 ,0 8 a 15,0 kgfm (4 0 a 147 J)
\
X X IX
1. Introdução — Esta é, dentre os ferros fundidos, a liga mais usada, devido aos
seus característicos de:
Como em todas as ligas metálicas, existe uma correlação íntima entre as proprie
dades do ferro fundido e a sua estrutura, correlação essa que, no caso particular do
ferro fundido cinzento, é mais estreita e mais complexa, tendo em vista a presença de
carbono livre na forma de grafita e a forma, distribuição e dimensões que os veios de
grafita apresentam e mais a influência quev nesse sentido, a espessura da peça exerce.
Portanto, pode-se prever, com razoável aproximação, as propriedades dos ferros
fundidos cinzentos, em função da sua composição química, principalmente teores de
carbono grafitico e silício, da espessura das peças e da forma como a grafita se apre
senta.
Os ferros fundidos cinzentos apresentam-se dentro de uma faixa de composição
química muito ampla:
C, - 2 ,5 0 % a 4 ,0 0 %
Si - 1,00% a 3 ,0 0 %
Mn - 0 ,2 0 % a 1,00%
P - 0 ,0 2 % a 1,00%
S - 0 ,0 2 % a 0 ,2 5 %
com excelente fundibílidade e melhor usinabilidade A classe FC-15 é utilizada, entre ou-
trgsaplicações, em bases de máquinas, carcaças metálicas e aplicações semelhantes.
As classes FC-20 e FC-25, também de boas fundibílidade e usinabilidade, apre
sentam melhor resistência mecânica e se aplicam, principalmente em elementos estru-
t ura is, tais como barramentos, cabeçotes e mesas de máquinas operatrizes.
\ A s classes FC-30 e FC-35, com maiores dureza e resistência mecânica, aplicam-
se em engrenagens, pequenos virabrequins, bases pesadas de máquinas, colunas de
máquinas, buchas e grandes blocos de motor.
A classe FC-40 é a classe de uso comercial que possui a maior resistência mecâ
nica, apresentando, para essa finalidade, combinação dos elementos de liga, entre eles,
níquel, cromo e molibdênio. Como possui elevada tendência ao coquilhamento, sua uti
lização é limitada a peças de espessuras médias e grossas.
TABELA 154
Propriedades mecânicas dos ferros fundidos cinzentos, de acordo com a EB-126 da ABNT
Diâmetro de berre de ensaio Resistência
Limite de à flexão
resistência Dureza estática
Classe D, mm à tração BrineH (valores
(no estado d, mm (min.) (valores médios)
bruto de (usinada) máximos)
fusão) kgf/mm2 MPa kgf/mm2 MPa
FC10 30 20 10 1 00 201 -
13 8 33 320 269 _ _
20 1 2 ,5 28 270 248 46 450
r tíb
30 20 25 — 250 241 42 410
45 32 21 210 229 39 380
20 1 2 ,5 33 320 269 _
FC30 30 20 30 290 262 48 470
45 32 26 260 248 45 440
20 12,5 38 370 _ _ _
FC35 30 20 35 340 227 54 530
45 32 31 300 269 51 500
30 20 40 390 _ 60 590
rL 4 U
45 32 36 350 — 57 560
TABELA 155
Classes de ferro fundido cinzento segunda a ASTM
20 3 ,1 0 /3 ,8 0 2 ,2 0 /2 ,6 0 0 ,5 0 /0 ,8 0 0 ,2 0 /0 ,8 0 0 ,0 8 /0 ,1 3
-2 5 3 ,0 0 /3 ,5 0 1 ,9 0 /2 ,4 0 0 ,5 0 /0 ,8 0 0 ,1 5 /0 ,5 0 0 ,0 8 /0 ,1 3
- 30 2 ,9 0 /3 ,4 0 1 ,7 0 /2 ,3 0 0 ,4 5 /0 ,8 0 0 ,1 5 /0 ,3 0 0 ,0 8 /0 ,1 2
35 2 ,8 0 /3 ,3 0 1 ,6 0 /2 ,2 0 0 ,4 5 /0 ,7 0 0 ,1 0 /0 ,3 0 0 ,0 6 /0 ,1 2
40 2 ,7 5 /3 ,2 0 1 ,5 0 /2 ,2 0 0 ,4 5 /0 ,7 0 0 ,0 7 /0 ,2 5 0 ,0 5 /0 ,1 2
50 2 ,5 5 /3 ,1 0 1 ,4 0 /2 ,1 0 0 ,5 0 /0 ,8 0 0 ,0 7 /0 ,2 0 0 ,0 6 /0 ,1 2
60 2 ,5 0 /3 ,0 0 1 ,2 0 /2 ,2 0 0 ,5 0 /1 ,0 0 0 ,0 5 /0 ,2 0 0 ,0 5 /0 ,1 2
A composição química de cada classe está indicada em faixas amplas, com valo
res que se sobrepõem: os teores mais altos de carbono e silício correspondem aos me
nores diâmetros dos corpos de prova, o que significa que, à medida que a espessura
das peças aumenta, os teores de carbono e silício decrescem.
De acordo com os diâmetros dos corpos de prova, as propriedades mecânicas
dessas classes variam de acordo com a Tabela 156.
— mícroestrutura
— composição química
— secção do material
TABELA 156
Propriedades mecânicas dos fenos fundidos cinzentos, segundo a ASTM
Diâmetro Limite de
resistAnda Dureza
Classe do corpo à tração Observaçftes
de prova kgf/mm2 Brinell
mm (MPa)
TABELA 156
Propriedades mecânicas dos ferros fundidos cinzentos, segundo a ASTM (cont.)
Diâmetro Limite de
do corpo resistência Dureza
Classe de prova à tração BrineU
Observações
mm kgf/mrn1
(MPa)
ses três elementos, o silício é o mais importante pois, como se viu, é ele o principal
responsável pela formação de grafita. O silício melhora ainda a resistência à corrosão
e à oxidação a temperaturas elevadas do material.
O efeito simultâneo do carbono, silício e fósforo é representado por uma fórmula
já apresentada, a qual define o "carbono equivalente":
Cequivalente = % Ct + ------—^--------
Carbono Equivalente, %
tência à tração em particular — de uma peça de ferro fundido cinzento de análise deter
minada dependerá do tipo de material do molde e das dimensões das secções.
O conceito de carbono equivalente também pode ser aplicado na variação dimen
sional. A figura n? 209<280) relaciona a espessura da secção e a resistência à tração com
o carbono equivalente, podendo-se notar que os ferros fundidos cinzentos com baixos
carbono equivalente são menos sensíveis a variações dimensionais que os de carbono
equivalente mais elevado.
A Tabela 154 já mostrada indica o efeito da secção sobre os valores de limite de
resistência è tração, dureza e resistência à flexão estática.
25 50 75 100 125
Espatsura da secção, em mm
800
600
R esistência ê tra çã o , kgf/m m :
400
200
0
0 100 200 300 400
Duraza Brlnefl
Fig. 210 — Relações entre resistência à tração e dureza para ferro fundido cinzento,
ferro maleável, ferro nodular e aço.
fáceis e rápidos, além de não serem destrutivos. Contudo, devido às variações de quan
tidade e forma dos veios de grafita, essa relação apresenta-se numa faixa muito exten
sa. M A C K E N Z IE <281> estabeleceu relações entre dureza e resistência à tração para ferro
fundido cinzento (Fig. 210). As relações para ferro dútil, ferro maleável e aço também
estão indicados na figura 210. Enquanto o aço apresenta uma relação fixa de resistên
cia à tração para a dureza Brinell de aproximadamente 500 para 1 e os ferros dúteis
e maleáveis de aproximadamente 400 para 1, os ferros fundidos cinzentos mostram uma
considerável variação, além de exibir amplos limites.
TABELA 157
C G -1 0 C G -1 5 C G -2 0 C G -2 5 C G -3 0 C G -3 5 C G -4 0
Limite de resistência 2 0 /3 1 2 3 /3 7 2 9 /4 3 3 5 /4 4 4 1 /5 5 4 7 /6 1 5 3 /6 7
ã flexSe, k g f/m m 3 (MPa) (2 0 0 /3 0 0 1 ( 2 3 0 /3 6 0 ) ( 2 8 0 /4 2 0 ) ( 3 4 0 /4 3 0 ) ( 4 0 0 /5 4 0 ) ( 4 6 0 /6 0 0 ) ( 5 2 0 /6 6 0 )
M ó dulo de elasticidade
10*kgf/m m 2 7 ,5 /1 0 8 /1 0 ,5 9 /1 1 ,5 1 0 ,5 /1 2 1 1 /1 4 1 2 ,5 /1 4 ,5 1 2,5/1 5 ,5
O módulo de elasticidade dos ferros fundidos nâo é uma constante, o que signifi
ca que esses materiais não obedecem à lei de Hooke — proporcionalidade entre tensão
e deformação. Determína-se esse valor arbitrariamente, como sendo a inclinação da li
nha que une o ponto de origem da curva tensão-deformação e o ponto correspondente
a 1/4 do limite de resistência à tração. O módulo de elasticidade dos ferros fundidos,
assim determinado, varia de 7.500 a 15.500 kgf/mm2 {73.575 a 152.055 MPa), depen
dendo pois, do limite de resistência à tração do material e do volume, forma e distribui
ção da grafita.
Outra propriedade que se costuma controlar é a resistência à ruptura transversal.
No ensaio correspondente, os dados obtidos são a carga no centro em kgf e a flexa
correspondente no centro em mm. Geralmente, o valor dessa propriedade aumenta à
medida que aumenta a resistência à tração, ao passo que a flexa diminui, sem que haja
correlação exata entre essas duas propriedades.
A resistência à compressão é considerada propriedade de importância comercial.
0 valor da resistência à compressão é de 3 a 4,5 vezes superior ao da resistência à
tração. Varia, nos ferros fundidos cinzentos, de cerca de 50 kgf/mm2 (490 MPa) para
cerca de 140 kgf/mm2 (1380 MPa)í2S2\
0 limite de fadiga, varia aparentemente de modo linear, em relação à resistência
à tração, na proporção de 0,40 a O^S*28^. Assim, os ferros fundidos cinzentos comuns
apresentarão limites de fadiga entre cerca de 6 kgf/mm2 (60 MPa) para cerca de 17,5
kgf/mm2 (175 MPa), adotado, nesses casos, o ensaio de fadiga correspondente a ten
sões de dobramento em ciclos totalmente reversíveis.
A resistência ao choque foi considerada, durante muito tempo, uma propriedade
secundária, por ser o ferro fundido cinzento comum um material frágil. Os tipos mais
modernos, entretanto, mostram valores relativamente altos para essa propriedade. As
sim é que ferros fundidos convenientemente ligados (com Ni e Mo, por exemplo, em
baixos teores), apresentando valores para limite de resistência à tração da ordem de
40 a 50 kgf/mm2 (390 e 490 MPa) podem mostrar resistência ao choque variando de
7 kgfm a 14 kgfm (68,7 a 137,3 J){282).
Uma propriedade típica dos ferros fundidos cinzentos é sua capacidade de amor
tecimento. Define-se "capacidade de amortecimento" como "habilidade de um metal
absorver vibrações, resultantes de tensões cíclicas, por fricção interna, transformando
a energia mecânica em calor". 0 ensaio usual, devido a Foeppt-Pertz(282> conduz a gráfi
cos, como os representados na Fig. 211, os quais mostram a duração relativa a um im
pulso vibratório torcional conferido a corpos de prova de ferro fundido e de aço. A im
portância dessa propriedade reside no fato de que esse material tem grande aplicação
em máquinas-ferramentas, sobretudo nas suas bases. A maior capacidade de amorte
cimento do ferro fundido, em relação ao aço, é atribuída aos veios de grafita, os quais,
por não apresentarem resistência mecânica, constituem espécies de vazios na estrutu
ra do material, o que permite deformação plástica do material localizado ao redor dos
veios, sob tensões nominais menores que em outros casos.
Outra propriedade característica do ferro fundido cinzento é a usinabilidade. Os
ferros fundidos cinzentos mais comumente produzidos apresentam uma estrutura em
que a matriz é ferrítica ou ferrítico-perlítica. Além da influência evidente dos veios de
grafita — quantidade, distribuição e tamanho — a própria matriz ou a porcentagem rela
tiva de ferrita e perlita presentes é fator importante na usinabilidade do material, como
a Fig. 212 demonstra(282).
A resistência ao desgaste do ferro fundido cinzento é igualmente considerada uma
característica importante, o que é, aliás, comprovado na prática pelo seu emprego usual
em peças móveis de máquinas. Um dos fatores favoráveis ao comportamento do ferro
fundido cinzento quanto à resistência ao desgaste é a alta usinabilidade do material.
Assim, as peças correspondentes podem ser produzidas economicamente dentro de ri
gorosas tolerâncias dimensionais, o que contribui para diminuir o atrito entre partes e
diminuir a ação de desgasta O fator principal, entretanto, está relacionado com a pre-
502 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
A ço
Fig. 211 — Capacidade de amortecimento do ferro fundido
em comparação com à do aço, peto método de
ensaio Foeppl-Rertz.
Porcentagem Relativa
% Ferrita 100 50 0 0 0
% Cementita - - - - 5
Velocidade Recomen-
244 1 68 98 82 61
dada, m/min
TABELA 158
TABELA 159
Limite
Carga Defle-
Classe Resistência
Dureza transv. xão
SAE c, Mn SI P S Tração
Brinell min. min.
kgf mm kgf/mm2 MPa
G-1800 (a) 3 ,4 0 -3 ,7 0 0 ,5 0 -0 ,8 0 2 ,8 0 -2 ,3 0 0,15 0,15 187 máx. 780 3,6 12,6 126
G-2500 (a) 3 ,2 0 -3 ,5 0 0 ,6 0 -0 ,9 0 2 ,4 0 -2 ,0 0 0,12 0,15 1 7 0 -2 2 9 910 4,3 17,5 175
G 3000 (b) 3 ,1 0 -3 ,4 0 0 ,6 0 -0 ,9 0 2 ,3 0 -1 ,9 0 0,10 0,15 1 8 7 -2 4 1 1000 5,1 21,0 210
G 3500 (b) 3 ,0 0 -3 ,3 0 0 ,6 0 -0 ,9 0 2 ,2 0 -1 ,8 0 0,08 0,15 2 0 7 -2 5 5 1100 6,1 24,5 245
G-4000 <b> 3 ,0 0 -3 ,3 0 0 ,7 0 -1 ,0 0 2 ,1 0 -1 ,8 0 0,07 0,15 2 1 7 -2 6 9 1180 6,9 28,0 270
Se o carbono ou o silício e s tã o do lado m ais ele vad o da fa ixa de com posições, o ou tro e le m e n to deverá
situar-se no lado m ais baixo.
— classe G 1800 — peças fundidas miscelâneas (no estado fundido ou recozido}, onde a resis
tência mecânica não é um fator primordial.
— classe G 2 5 0 0 — pequenos blocos de cilindro, cabeçotes de cilindro, cilindros resfriados a
ar, pistões, discos de embreagem, carcaças de bombas de óleo, caixas de transmissão, caixas
de engrenagens, também de freio para serviço leve; também para tambores de freio e discos
de embreagem para serviço moderado, onde o alto teor de carbono minimiza o efeito desfavorá-
X vel do calor;
— classe G 3 0 0 0 — blocos de cilindro de automóveis e motores Diesel, cabeçotes de cilindro,
volantes, pistões, tambores de freio e caixas de transmissão de tratores para serviço médio;
— classe G 3 5 0 0 — blocos de motores Diesel, blocos e cabeças de cilindros de caminhões
e tratores, volantes pesados, caixas de transmissão de tratores, caixas de engrenagens pesa
das; também para tambores de freio e discos de embreagem para serviço pesado, onde se exige
altas resistência mecânica e à fadiga térmica;
— classe G 4 0 0 0 — peças fundidas para motores Diesel, camisas de cilindro, cilindros, pistões
e eixos de comando de válvulas.
5.1. Efeitos dos elementos de liga — Embora seja hoje possível produzir ferros
a a d i ç ã o de e l e m e n t o s de liga, a p e n a s com u m
d i d o s c i n z e n t o s d e a lt a q u a l i d a d e s e m
controle rigoroso do carbono livre e do carbono combinado e dos teores de silício e man
ganês e ma\s da \ècn\ca d e ^abncação, a adição de e l e m e n t o s de Viga vem s e t o m a n d o
uma prática usual, por permitir não só obter maiores resistências com o carbono equiva
lente mais elevadof*), como também porque as estruturas resultantes são menos sen
síveis à variação da espessura das peças.
Nos ferros fundidos, os elementos de liga tem dois efeitos:
(*) Os ferros fundidos cinzentos comuns de alta resistência apresentam baixo carbono equivalente
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS 505
— tendem a decompor a cementina, ou seja, são elementos grafitizantes; silício, alumínio, ní
quel, cobre e titânio;
— tendem a estabilizar os carbonetos, ou seja, retardam a formação da grafita; manganês, cro-
mo, molibdênio e vanádio, entre outros. Estes elementos devem, pois, ser evitados, em peças
de paredes finas.
390
340
290
250
200
5.2. Ferros Fundidos Cinzentos de Baixo Teor em Liga — Alguns exemplos estão
ilustrados na Tabela 160*288*.
Os tipos 1 e 2 são utilizados quando se deseja elevada resistência ao desgaste,
em grandes secções.
O tipo 3, quando se deseja elevada resistência ao desgaste em geral.
Os tipos 4, 5, 6 e 7 são utilizados em peças para máquinas operatrizes, bombas
e motores de combustão interna. Apresentam elevada resistência ao desgaste e boa
usinabilidade nas partes menos espessas.
Os tipos 8, 9 e 10 são utilizados em peças de secção média e fina, apresentando
alta resistência à tração e elevada resistência ao desgaste. Podem ser tratados por têm
pera superficial e por martêmpera.
Os tipos 11 e 12 são empregados em virabrequins, eixos de comando de válvulas
e em engrenagens, caracterizados por alta resistência à tração e ao desgaste.
Os tipos 11 e 12 são empregados em virabrequins, eixos de comando de válvulas
e em engrenagens, caracterizados por alta resistência à tração e ao desgasta
5.3. Ferros Fundidos de Alto Teor em Liga — Do mesmo modo que nos aços, a
adição de elementos de liga em teores elevados nos ferros fundidos tem por objetivo
conferir-lhe propriedades especiais, como resistência à corrosão, resistência ao calor,
etc., característicos esses que são apenas ligeiramente melhorados com baixos teores
de alguns elementos de liga.
ERROS FUNDIDOS CINZENTOS 50
§ 8o o
^-N IÍ)C O ^f-C V ® t-op<Y
8S S o 8o o 8
O Ó Ó ió iÀ iò in d Ó o ò Ò Ó
d lO i- i- r ^ N r " * - t- (O
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TABELA 160
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CN CM CM CM t - ' 1-' T-'
CM* cm' CN* CN CN
CN CN ^ CN CN CNCN N ' CO CN CN
n n n cí n n r f cí pí roc í n
õ5 õo ô òoõòòò55ô cí cn 5555
CM cm' CO CM CM o í cm' CO CO CO* CN CM
TABELA 161
1 ,2 -4 ,0 3,0
1
Carbono total
0
CJl
1
Manganês 1,5 0 ,3 -1 ,5
0
TABELA 162
limite de resist. à
Típo . Dureza tração
% ct Si Mn Ni Cu Cr S
Brinetl
kgf/mm2 MPa
1 min. 1 ,0 0 0 ,5 0 1 3 ,5 0 5 ,5 0 1 ,5 0 131
1 7 ,5 175
max. 3 ,0 0 2 ,8 0 1 ,5 0 1 7 ,5 0 7 ,5 0 2 ,5 0 0 ,1 2 1 83
1b min. 1 ,0 0 0 ,5 0 1 3 ,5 0 5 ,5 0 2 ,5 0 149
2 1 ,0 210
max. 3 ,0 0 2 ,8 0 0 ,5 0 1 7 ,5 0 7 ,5 0 3 ,5 0 0 ,1 2 212
2 min. 1 ,0 0 0 ,5 0 1 8 ,0 0 1 ,5 0 118
1 7 ,5 175
max. 3 ,0 0 2 ,8 0 1 ,5 0 2 2 ,0 0 0 ,5 0 2 ,5 0 0 ,1 2 174
2b min. 1 ,0 0 0 ,5 0 1 8 ,0 0 3 ,0 0 171
2 1 ,0 210
max. 3 ,0 0 2 ,8 0 1 ,5 0 2 2 ,0 0 0 ,5 0 6 ,0 0 0 ,1 2 248
3 min. 1 ,0 0 0 ,5 0 2 8 ,0 0 2 ,5 0 118
1 7 ,5 175
max. 2 ,6 0 2 ,0 0 1 ,5 0 3 2 ,0 0 0 ,5 0 3 ,5 0 0 ,1 2 159
4 min. 5 ,0 0 0 ,5 0 2 9 ,0 0 4 ,5 0 149
1 7 ,5 175
max. 2 ,6 0 6 ,0 0 1 ,5 0 3 2 ,0 0 0 ,5 0 5 ,5 0 0 ,1 2 212
5 min. 1 ,0 0 0 ,5 0 3 4 ,0 0 99
1 4 ,0 140
max. 2 ,4 0 2 ,0 0 1 ,5 0 3 6 ,0 0 0 ,5 0 0 ,1 0 0 ,1 2 124
TABELA 1 63
1 ,6 -2 ,5 1 ,8 -3 ,0 1 ,3 -2 ,0
Ò
Carbono 1 ,8 - 2 ,6
I
Alumínio — — - — 2 0 ,0 -2 5 ,0
Estrutura da Ferrita
matriz no estado Ferrita Perlita Austenita Austenita Ferrita
fundido grosseira
— flecha, mm 4 ,5 -9 ,0 1 ,5 - 3 ,8 5 ,1 -2 5 ,0 7 ,5 -3 5 ,5 —
Resist. ao 2 -3 ,3 2 ,8 -4 ,8 8 ,3 -2 0 ,7 1 1 ,0 -2 0 ,7
choque kgm (J) (1 9 ,6 -3 2 ,4 ) (2 7 ,5 -4 7 ,0 ) (8 1 ,4 -2 0 3 ) 1 0 7 ,9 -2 0 3 ) —
Composição química, %
carbono total 3 ,0 /3 ,6 2 ,9 0 max. 2 ,9 /3 ,7 2 ,5 /3 ,6
silício 0 ,8 max. 0 ,8 max. 0 ,8 max. 1 ,0 /2 ,2
manganês 1,3 max. 1,3 max. 1,3 max. 1,3 max.
enxofre 0 ,1 5 max. 0 ,1 5 max. 0 ,1 5 max. 0 ,1 5 max.
fósforo 0 ,3 0 max. 0 ,3 0 max. 0 ,3 0 max. 0 ,1 0 max.
níquel 3 ,3 /5 ,0 3 ,3 /5 ,0 2 ,7 /4 ,0 5 ,0 /7 ,0
cromo 1 ,4 /4 ,0 1 ,4 /4 ,0 1 ,1 /1 ,5 7 ,0 /1 1 ,0
Dureza Brinell, min. 550 600 550 600 550 600 550 550
Dureza RC, min. 53 56 53 56 53 56 53 53
Carga para ruptura transversal
em kg, corpo de prova de 1,20"
dia. e vão de 12" 1 8 1 6 /2 2 7 0 2 0 4 3 /3 0 8 7 2 0 4 3 /2 4 9 7 2 4 9 7 /3 1 7 8 2 2 7 0 /2 7 2 4 2 4 9 7 /3 1 7 8
Deflexão, em mm 2 ,0 3 /2 ,7 9 2 ,0 3 /3 ,0 5 2 ,5 4 /3 ,0 5 2 ,5 4 /3 ,0 5 2 ,0 3 /2 ,7 9 2 ,5 4 /3 ,8 1
Resistência à tração kgf/mm2
tMPa), corpo de prova, 1,20" 2 8 /3 5 3 5 /4 2 3 1 ,5 /3 8 ,5 4 2 /5 2 ,5 5 2 ,5 /5 9 ,5 5 6 /7 7
dia. (2 7 0 /3 4 0 ) (3 4 0 /4 1 0 ) (3 0 5 /3 7 5 ) (41 0 /5 1 5 ) (5 1 5 /5 8 5 ) (5 5 5 /7 6 0 )
Resistência ao choque 2 ,7 6 /4 ,1 4 3 ,4 5 /5 ,5 2 3 ,4 5 /4 ,8 3 4 ,8 3 /7 ,5 9 4 ,8 3 /6 ,2 1 4 ,8 3 /6 ,2 1
liod, kgfm (J) (2 7 ,1 /4 0 ,6 ) (3 3 ,8 /5 4 ,1 ) (3 3 ,8 /4 7 ,4 ) (4 7 ,4 /7 4 ,5 ) (4 7 ,4 /6 0 ,9 ) (4 7 ,4 /6 0 ,9 )
U»
U>
514 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
As conseqüências mais graves dessas tensões podem ser atenuadas por um pro
jeto adequado das peças, técnica apropriada de fundição e seleção de composição que
represente um equilíbrio apropriado entre as propriedades de resistência e contração.
Entretanto, na maioria dos casos, essas tensões internas devem ser aliviadas ou
eliminadas.
Durante muito tempo, o meio utilizado para esse fim era deixar as peças de ferro
fundido expostas ao tempo durante meses. Esse processo é frequentemente chamado
de "envelhecimento natural". Por meio de ensaios adequados, contudo, verificou-se que
o máximo de alívio de tensões obtido por esse método era de 10%, o que levou ao
seu abandono e ao emprego do "envelhecimento artificial
Consiste no processo em aquecer as peças a uma temperatura geralmente infe
rior à faixa de transformação da perlita em austenita, durante um tempo determinada
Admite-se que a redução de tensões se deve ao abaixamento do limite elástico
do material, à medida que ele se aquece, ocorrendo deformação plástica, fluência ou
movimento suficiente para aliviar praticamente todas as tensões internas(295).
Os mais importantes fatores no tratamento de alívio de tensões são, pois, a tem
peratura e o tempo de permanência a essa temperatura. Como seria de se esperar, quanto
mais elevada a temperatura, maior a quantidade de tensões aliviadas, devendo-se en
tretanto, evitar alterações na estrutura e propriedade do ferro fundida
Temperatura °C
TEM PER A TU R A , *C
TABELA 165
de do ferro fundido cinzento, para o que ele deve ser aquecido a temperaturas corres
pondentes à zona crítica para propiciar uma alteração da sua estrutura. A resistência
mecânica e a dureza diminuem, ao mesmo tempo que as tensões internas são total
mente aliviadas.
A Fíg. 217<295) mostra os ciclos de recozimento recomendados para ferro fundido
cinzenta Mostra ainda, para fins comparativos, o ciclo de aquecimento utilizado.no alí
vio de tensões internas.
A curva de recozimento mais baixa (B) se aplica para os ferros fundidos comuns
ou com baixo teor em liga, quando se deseja apenas melhorar a usinabilidade, o que
se consegue pela conversão da perlita em ferrita e grafita. A faixa de temperaturas re
comendada situa-se entre 700° e 7 6 0 °C.
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS 517
467
TABELA 166
Recozimento a baixa Decomposição da perlita Ferros fundidos comuns e 705 Aproximadamente 1 5 a 2 5 Resfriamento no forno à
temperatura em ferrita e grafita, para de baixo teor em liga a min. por cm de secção velocidade de 55°C por
obtenção da máxima 760 transversal hora entre 5 4 0 °C e 290°C
usinabilidade
Recozimento médio ou Idem Ferros fundidos ligados e os 790 Aproximadamente 15 min. Resfriamento lento através
pleno que não apresentaram a por cm de secção da zona crítica, de cerca de
resultado no recozimento a 900 transversal 7 9 0 °C a oerca de 6 7 5 “C
baixa temperatura
Recozimento a alta Decomposição dos Ferro fundido mesclado ou 900 Aproximadamente 25 a 75 Resfriamento ao ar até
temperatura carbonetos massiços em branco a min. mais 25 min. por cerca de 535°C
perlita e grafita 955 centfmetro de secção
transversal. Resfriamento ao forno até
Decomposição dos cerca de 535°C
carbonetos massiços em
TABELA 167
Efeito do resfriamento ao ar. a partir de várias temperaturas, nas propriedades do farro fundido
Limite de Limite de
Condição resistência resistência Carbono
Dureza Dureza
à tração & tração combinado
Brinell Brinell
(%)
kgf/mm2 MPa Wgf/mm2 MPa
Corpos de prova de 30,5mm de diâmetro e 178mm de comprimento, mantidos durante uma hora
às temperaturas e em seguida resfriados em ar tranquilo até a temperatura ambiente.
Ferro fundido comum: C,-3,15%, Cc-0,54% , Si-2,59%, P-0,09%, S-0,13%, Mn-0,88%, Cr-0,01%
e Ni-0,10%.
Ferro fundido ligado: C.-3,33% , Cc-0,84% , Si-2,27% , P-0,076% , S-0,12% , Mn-0,72%,
Cr-0,44%, Ni-0,36% e M o-0,28% .
TEMPO, $
Fig. 219 — Curva CCC para ferro fundido cinzento, contendo 3,75% Ct, 2,90%Si ,
0,55% Mn, 0,40%P e 0,065% S. Linha sólida corresponde a tamanho
de grão fino; linha pontilhada, a tamanho de grão grosseira
a quente {austêmpera e martêmpera) pode ser apreciada na Tabela 168. 0 ferro fundido
cinzento submetido aos diversos tratamentos apresentava a seguinte composição: 2,84%
Ct, 1,40% Si, 0,67% Mn, 0,11% P, 0,059% S, 1,68% Ni, 0,16% Cr, 0,46% Moe0,15% Cu.
6.6. Endurecimento superficiõi — Finalmente, o ferro fundido cinzento pode ser su
metido ao processo de endurecimento superficial, por chama ou por indução.
O endurecimento superficial produz uma camada externa martensífica dura e de al
ta resistência ao desgaste e um núcleo, que no tratamento não atingiu a temperatura de
transformação, mais mole.
O processo se aplica tanto a ferros fundidos cinzentos comuns com ligados. Há com
posições, contudo, que se prestam melhor ao processo. Assim, o carbono combinado de
ve situar-se na faixa de 0,50% a 0,70%. Acima de 0,80% de carbono combinado, o endu
recimento superficial não é recomendado, pois o material pode fissurar(296).
Após o endurecimento superficial, deve-se proceder a um alívio de tensões, median
te um aquecimento entre 150°C e 205°C, em forno, em óleo quente ou passando-se
uma chama sobre a superfície endurecida(296).
Verificou-se que um aquecimento a 150°C durante 7 horas removeu de 25 a 40%
das tensões residuais, com redução da dureza superficial de apenas 2 a 5 pontos na escala
de dureza Rockwell A(296).
O limite de fadiga geralmente aumenta pelo endurecimento superficial, devido ao fa
to de serem introduzidas tensões de compressão na superfície do material, o que não se
consegue mediante um endurecimento total das peças.
$22 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
TEMPERATURA
Efeito de tratam ento térmico nas propriedades mecânicas de ferro fundido cinzento
Limite de % de % de
Resistância Um ite de
resistência aumento aumento
ao choque fadiga
Tratamento â tração Dureza da resist. do limite
i tração de fadiga
Brineli
kgf/m m 2 MPa kgfm J kgf/m m 2 MPa
Temperado de 8 7 0 °C , revenido a
5 6 5 °C , resfriado ao ar 4 6 ,6 456 311 2 ,2 2 1 ,6 1 2 ,6 126 32 1,5
Temperado a quente de 8 7 0 ° a
4 8 0 °C durante 16 h, resfriado ao ar 4 4 ,3 433 248 2,1 2 0 ,6 12,2 1 22 2 5 ,2 0
Temperado a quente de 8 7 0 ° a
ü
o
<
0£
3
<
ÜC
LU
CL
2
LU
t-
O ciclo das duas reações prossegue até a eliminação do carbono, o que ocorre até
profundidades de cerca de 5 mm.
FERROS FUNDIDOS MALEÁVEIS 527
Rara espessuras maicres, parte do carbono fica retido e torna-se antieconômico pros
seguir o ciclo até completa descarbonetação por difusão do carbono do centro em direção
à periferia, além de correr-se o risco de produzir uma camada de oxídação relativamente
espessa.
Simultaneamente com a oxidação, ocorre, pois, grafitização; o carbono, na forma de
grafita, tende a dissolver-se na austenita; contudo, essa operação é muito lenta. Ao mes
mo tempo, a tendência à grafitização é diminuída, desde que se mantenha o teor de silício
baixo — entre 0,45 e 0,75%.
Em resumo, nas peças de pequena espessura (até cerca de 5 mm) o maleável bran-
coé constituído só de ferrita e em peças de maior espessura (de 5 mm a 15 mm) a estrutu
ra apresenta ferrita nas camadas superficiais e grafita, em nódutos arredondados, sobre
uma matriz de ferrita (às vezes com certa quantidade de perlita) na parte central.
HORAS
Fig. 224 — Ciclo de maleabilização rápida
— ASTM A 147 — serviços gerais para boas usinabilidade e resistência ao choque; flanges, tubos,
peças de válvulas e acessórios diversos para equipamento ferroviário, equipamento naval e outros
serviços pesados até temperaturas de 345°C ;
— ASTM A 197 — acessórios de tubos e peças de válvulas para serviços de pressão;
— ASTM A 220 — aplicações gerais a temperaturas normais e elevadas;
— ASTM A 602 eSAE 5158 — peças de automóveis e compressores, como alojamentos de meca
nismos de direção, virabrequins, bielas, certas engrenagens, tampas de mancais, componentes de
transmissão automática, cubos de rodas etc.
Umite de
Umite de
resistência Dureza Alongamento,
Especificação Classe escoamento Microestrutura
à tração Brinefl %
FERRfTICO
ASTM A 147 32510 3 5 ,0 340 2 2 ,4 224 156 max 10 Ferrita e carbono em nódulos
6 A 338 35018 37,1 361 2 4 ,5 245 156 max 18 Ferrita e carbono em nódulos
AÇOS E FERROS
RARA VEfCUUOS M 3210 3 5 ,0 340 2 2 ,4 224 1 5 6 max 10 Ferrita
ASTM A 6 0 2 M 4504 4 5 ,5 445 3 1 ,5 305 1 6 3 /2 1 7 4 Ferita e carbono em nódulos
SAE 5158 M 5003 5 2 ,5 5 15 3 5 ,0 340 187/241 3 Idem
M 5503 5 2 ,5 5 15 3 8 ,5 375 187/241 3 Martensita revenida
M 7002 6 3 ,0 620 4 9 ,0 480 2 2 9 /2 6 9 2 Idem
M 8501 7 3 ,5 7 25 5 9 ,5 585 2 6 9 /3 0 2 1 Idem
FUNDIDOS MALEÁVEIS
TABELA 170
Propriedades dos ferros maleáveis de núcleo branco e preto, segundo as normas ABNT
TABELA 171
das as seguintes: conexões para tubulações hidráulicas; conexões para linhas de trans
missão elétrica; correntes; suportes de molas; caixas de direção; caixas de diferencial;
cubos de rodas; sapatas de freios; pedais de embreagem e freio; bielas; colares de tra
tores; caixas de engrenagem, etc.
A Fíg. 225 mostra o aspecto micrográfico de um ferro fundido maleável.
r ■ . TF
jr
TABELA 172
Propriedades mecânicas típicas de ferro fundido de grafita compactada em corpos de prova de 30m m
de diâmetro
Tipo
Propriedades
1 2 3
600
56
/ y , Ferro Nodular
J J 11/J J /U /Jj lL/LtJJUUJJWJJUJJ.1 500
E
E
%
42
400
Ferro Fundido de Grafita Compactada
300
S 26
14
100
3 ,8 4 ,0 4 ,2 4 ,4 4 ,6
C a r b o n o e q u iv a l e n t e
A elevação do teor de silício de 1,2 a 2,6% resulta num aumento do limite de re
sistência à tração, limite de escoamento e dureza, tanto na condição fundida como na
recozida.
O limite de fadiga apresenta uma relação com a resistência à tração em torno de
0,45.
Num ferro fundido de grafita compactada de matriz predominantemente perlítica,
a resistência à compressão é cerca de três vezes superior à resistência à tração.
O comportamento desse material a temperaturas de 500°C, sob o ponto de vista
de dilatação e formação de casca de oxido é mais ou menos idêntico ao dos ferros fun
didos cinzentos de composição semelhante. Contudo, a resistência à formação de cas
ca de oxido e à expansão a 600°C é superior à do ferro fundido cinzento.
O ferro fundido de grafita compactada tem substituído com vantagens o ferro no
dular em aplicações em que este último não pode ser empregado devido sua condutibi-
lidade térmica mais baixa e sua tendência de empenar(304).
XXXII
1 5 M g — 8 2 Ni
1 5 M g - 3 0 Si - 5 0 Ni
8 M g - 4 6 Si - 4 2 Fe
5 M g — 4 5 Si — 5 0 Fe
12 M g — 4 0 Si — 18 C u — 3 0 Fe
538 A Ç O S E F E R R O S F U N D ID O S
TABELA 173
Composição química dos ferros fundidos básicos para produção de ferro fundido nodular.
1 4 ,0 m áx. 1 ,7 /2 ,8 0 ,2 5 /0 ,5 0
0 ,1 0 m áx. 0 ,0 1 m áx. 1 ,0 /3 ,0 1 ,5 0 0 ,3 0 ,3 0 ,1 0
2 4 ,0 m áx. 1 ,6 /2 ,8 0 ,3 0 0 ,1 0 m áx. 0 ,0 1 m áx. 0 ,5 0 ,1 5 0 ,1 0 ,1 0 ,0 2
3 4 ,0 m áx. 2 ,5 m áx. 0 ,2 0 0 ,0 5 m áx. 0 ,0 1 m á x . 0 ,8 - - — -
Outro método, no qual é usado o magnésio sem liga, consiste em colocar este
metal no interior de uma panela contendo ferro líquido e a panela é girada de modo a
que o material líquido escorra sobre o magnésio.
Qualquer que seja a técnica usada, há uma reação violenta que ocasiona fervura:
o magnésio é vaporizado e o vapor atravessa o ferro líquido, diminuindo o seu teor de
enxofre e provocando a formação de grafita esferoidal. Geralmente adiciona-se imedia
tamente após o agente nodulizante, Fe-Si para produzir uma matriz de microestrutura
adequada.
0 magnésio atua como uma espécie de inibidor de curta duração, que retarda a
formação inicial de grafita. Então, o ferro fundido cinzento solidifica, inicialmente com
formação de cementita; logo a seguir, cessada a ação do magnésio, a cementita
decompõe-se, produzindo-se a grafita que se desenvolve por igual em todas as direções,
resultando assim uma forma sensivelmente esférica.
3.1. Alívio de tensões — Para reduzir ou eliminar as tensões residuais das peças
fundidas de grandes dimensões ou de secção transversal não uniforme. Normalmente,
a temperatura não pode ultrapassar 6 0 0 °C e o tempo é de cerca de 20 minutos por
centímetro de secção. Não há efeito sobre as propriedades mecânicas.
3.6. Têmpera superficial — Pode-se aplicar tanto o processo por chama como por
indução, para obter-se uma dureza superficial da ordem de 60 R.C. e uma superfície de
elevada resistência ao desgaste. A temperatura da superfície deve atingir 900°C duran
te alguns segundos, seguindo-se resfriamento imediato por jato de água.
Ciclos típicos de tdm pera e revertido para ferros nodulares e ferro fundido cinzento
Ferro fundido cinzento com máxima dureza Pré-aquecimento a 5 6 0 °C Óleo em agitação 2 0 0 °C , uma hora
Aquecimento a 8 7 0 °C, uma Resfriar até 1 2 0 °C Resfriar em ar tranquilo
hora por pol. de secção
Ferro fundido cinzento com ótimas Pré-aquecimento a 6 5 0 °C Óleo em agitação 4 0 0 °C, uma hora
resistência e tenacidade Aquecimento a 8 7 0 °C, uma Resfriar até 120 °C Resfriar em ar tranquilo
hora por pol. de secção
Para obter ferro nodular 120-90-02 9 0 0 °C, uma hora por pol. de Óleo em agitação 4 8 0 °C, 2 horas; resfriar
secção no forno ôté 3 4 5 °C; resfriar
no ar
Rara obter ferro nodular 100-70-03 9 0 0 °C , uma hora por pol. de Óleo em agitação 4 8 0 °C, 2 horas; resfriar
secção no forno até 3 4 5 °C; resfriar
ao ar
Alternativa para tipo 100-70-03 9 0 0 °C , uma hora por pol. de Ar até 4 2 5 ° C (b) 5 9 5 °C , 2 horas ^
secção
Preparo de ferro nodular para têmpera 9 0 0 °C , uma hora por pol. de Óleo em agitação 6 5 0 °C , 2 horas; resfriar
por chama secção no forno até 3 4 5 °C ; resfriar
ao ar
(a) A temperatura do óleo deve ser controlada numa faixa de 55 a 8 5 °C ; (b) dispositivos ou ventiladores especiais de ar comprimido
36
TABELA 175
542
Composições e Propriedades Mecânicas dos tipos comuns de Ferro Nodular
Limite
Especificação Resist. Alonga
Classe Natureza escoa
N" Dureza tração mento
c, Si Mn p S mento
Brinell kgf/m m 2 em 5 0 mm
kgf/m m 2
(MPa) (%)
(MPa)
ASTM A 3 95 Ferrftica; 4 2 ,0 2 8 ,0
6 0 -4 0 -1 8 3,0 min. 2 ,5 0 max. 0 ,0 8 max. 143-187 18
ASME SA 3 9 5 recozida (410) (270)
ASTM A 4 7 6 56,0 4 2 ,0
8 0 -6 0 -0 3 3,0 min. 3,0 max. - 0 ,0 8 max. 0 ,0 5 max. Fundida 201 min. 3
SAE A M S 5316 (550) (410)
6 0 -4 0 -1 8 Ferrítica; pode 4 2 ,0 2 8 ,0
ser recozida - (410) (270) 18
6 5 -4 5 -1 2 Principalmente 4 5 ,5 3 1 ,5
Composição química especificada ferrítica — (445) (305) 12
8 0 -5 5 -0 6 Ferrftica- 56,0 3 8 ,5
ASTM A 5 36 mediante acordo mútuo entre perlítica — (550) (375) 6
1 0 0 -7 0 -0 3 Principalmente 7 0 ,0 4 9 ,0
produtor e consumidor perlítica — (690) (480) 3
1 2 0 -9 0 -0 2 Martensftica
temperada em 8 4 ,0 6 3 ,0
óleo e revenida - (820) (620) 2
....
NOTA — Os números indicativos des classes conforme especificação ASTM referem-se aos valores de resistência à tração, limite de escoamento (em milhares
de libras por polegadas quadrada) e alongamento (em %}.
FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS OU NODULARES 543
TABELA 176
Especificação
Classe Usos gerais Aplicações típicas
N?
TABELA 177
TABELA 178
1000
800
600 *
400
200
Temperatura, °C
5
548
E
E
o>
DEFORMAÇÃO, mm / mm
A STM A 4 3 9 -7 7
— D-2 — buchas de hastes de válvulas; válvulas e corpos de bomba, em serviços de petróleo,
água salgada e ambiente cáustico; tubos de escapamento; carcaças de turbo-alimentadores;
componentes de compressores de ar;
— D-2B — carcaças de turbo-alimentadores; cilindros;
— D-2C — anéis de guia de eletrodos;
— D-3 — carcaças e bocais de turbo-alimentadores, diafragmas de hastes de válvulas; difuso
res de compressores de gás;
— D-3A — anéis de mancais para serviço a alta temperatura, exigindo resistência ao escoria-
mento;
— D-4 — tubos de escapamento de motores Diesel; juntas de tubos de escapamento;
— D-5 — carcaças de sistemas de guia; anéis de envólucros de turbinas de gás;
— D 5B — espelhos e componentes para estabilidade dimensional de sistemas óticos; estato-
res de compressores.
A STM A 571-71
— D-2M — componentes de compressores, expansores, bombas e outros sistemas de bombas
exigindo uma matriz austenftica estável a — 250 °C;
ASTM 5394 — tipo austenftico, componentes que exigem resistência a cerca de 650°C;
AMS 5395 — boa fundibrlidade e resistência à corrosão; as peças podem ser fabricadas por
soldagem.
Há ainda classes para navios, contendo 2,40 a 3,10 C, 1,80 a 3,20 Si, 0,80 a 2,50
Mn, 0,15 a 0,20 P, 18,00 a 23,00 Ni e 0 a 0,50 Cr, com dureza Brínell variando de 175
a 190, limite de resistência à tração de 35 a 38,5 kgf/mm2 {340 a 375 MPa) limite de
escoamento de 17,5 a 21,0 kgf/mm2 (175 a 210 MPa) e alongamento de 20 a 7%, sub
metidos a alivio de tensões a 6 5 0 °C (a se necessário, solução de carbonetos a 950°C),
utilizados para resistência a corrosão, ao calor e ao choque, em hélices e aplicações di
versas em navios. São classes não magnéticas.
Finalmente, a Tabela 181í3l6) mostra as propriedades a diversas temperaturas de
ferros dúcteis ao silício, de matriz tipicamente ferrítica, cuja resistência à oxidação é
boa até cerca de 870°C. Como a resistência mecânica a alta temperatura cai, introduz-
se cromo e vanádio que reduzem a velocidade de fluência e aumentam os valores de
tensão-ruptura. O molibdênio confere igualmente boas propriedades mecânicas a altas
temperaturas, com pequeno decréscimo da ductilidade e da resistência ao choque à tem
peratura ambiente.
(*) A ABNT, pela sua P-EB-594, em estágio experimental, especifica o ferro fundido esféroidal austenf
tico.
TABELA 180
Limite
Resistência Limite Composição química (%)
Alongamento
Especificação Dureza Tração Escoamento
Ciasse em 2"
N? Brinell kgf/mm2 kgf/mm2
<%) c, Si Mn P Ni Cr
(MPa) (MPa)
ASTM A 439-77 D-2 139 40,6 21,0 8 min. 1,50 0,70 18,0 1,75
202 (396) (210) max. 3,00 3,00 1,25 0,08 22,0 2,75
ASTM D-2M 121 45,4 21,0 30 min. 2,20 1,50 3,75 21,0
A 571-71 171 (444) (210) Recoz. max. 2,70 2,50 4,5 0 0,0 8 24,0 0,20
AMS 5394 _ 140 38,5 22,4 7 min. 2,40 2,00 0,8 0 18,0 1,70
180 (375) (224) tensões max. 3,00 3,20 1,60 0,25 22,0 2,40
aliviadas
AMS 5395 _ 125 35,0 17,5 20 min. 2,50 2,00 1,90 20,0
175 (340) (175) max. 3,00 3,00 2,50 0,15 24,0 0,5 0
Observações: Os tipos D-2 e 0-3 podem apresentar molibdênio entre 0,7 a 1,0% para aumentar as propriedades mecânicas acima de 425°C ; o tipo de
especificação AMS 5395 não pode possuir chumbo além de 0,003% e cobre além de 0,50% .
TABELA 181
D Ú C T E IS O U N O D U L A R E S
Propriedades de alguns ferros nodulares de aito silício
4 Si 45,0 (440) 57.3 (563) 19.5 22.7 (227) 24,9 (249) 45.0 6,8 (68) 8,5 (85) 59.0 5,1 (51) 6,2 (62) 87.5
4 Si-0,5 Mo 47.7 (467) 60.5 (595) 17.0 25.4 (254) 28,1 (271) 35,5 11.4 (114) 13.2 (132) 71.5 6,9 (69) 7.8 (78) 75.5
4 Si -1,0 Mo 48.2 (472) 61,9 (609) 14.5 27.7 (267) 30,7 (297) 24.4 11.3 (113) 13.2 (132) 53.0 7,7 (77) 9.0 (90) 59,0
4 S M ,5 Mo 49.2 Í482) 63,1 (621) 12.0 26.6 (256) 30,3 (293) 23.0 12,1 (121) 14.0 (140) 48.5 8,0 (80) 9.1 (91) 5 5 .5
4 Si-2,0 Mo ^8,5 (475) 64.5 (635) 10,0 28.5 (275) 32.5 (315) 21.5 12,2 (122) 14,7 (147) 42.5 8,6 (86) 9.9 (99) 51.5
4 Si-2,5 Mo 49.7 (487) 66.4 (654) 10.5 27.7 (267) 32.6 (316) 20.5 12.5 (125) 15.0 (150) 31.0 9.0 (90) 10,1 (101) 40.5
2,8 Si-1,0 Mo 35.7 (347) 54.5 (535) 15,0 23,1 (231) 27,5 (265) 20.0 12.3 (123) 14.4 (144) 45.0 7.1 (71) 9.2 (92) 51.5
4 Si-0,8 V 51.3 (503) 59,0 (580) 4.5 9,8 (98) 10.5 (105) 34.0 4,4 (44) 4,8 (48) 37.5
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558 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
c
C abos, a ço s p a ra .......................................................................................................... 250
C a ixa
564 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
c e m e n ta ç ã o e m .............................................. 127
re c o z im e n to e m .............................................. 93, 233
C a lib ra ge m de p e ça s s in te riz a d a s ..................... 459
Cator, a ço s re s is te n te s a o .................................... 401
C am ada c e m e n ta d a .................................................. 125, 284
C am ada c ia n e ta d a ................................................... 145
C a m p o m a g n é tic o .................................................... 420
C a n o s (ver t u b o s ) ..................................................... 237
C a p a cid a d e da a m o r te c im e n to ........................... 501
C a rb o n a to d e b á rio (na c e m e n ta ç ã o )............... 127
C a rb o n e ta ç ã o (ver c e m e n ta ç ã o )........................ 123
C a rb o n e to (s)
de f e r r o ............................................................... 24
e fe ito d o s e le m e n to s d e li g a ..................... 173
re s id u a is .............................................................. 339
C a r b o n itre ta ç á o ......................................................... 146
C a rb o n o
c o m b in a d o ......................................................... 471
e q u iv a le n te ......................................................... 477, 498
g ra fftic o (ou liv r e ) ............................................ 493
in flu ê n c ia na p o s iç flo d a s c u rv a s e m C . 53
in flu ê n c ia na s p ro p rie d a d e s m e c â n ic a s . 34
t o t a l...................................................................... 485
C a rb u riza n te
g á s ........................................................................ 131
m is tu r a ................................................................. 127
C a rm o m a a g ................................................................ 132
"C a s c a de la ra n ja " (d e fe ito )................................. 232
C asca d e ó x i d o ......................................................... 86
C e m e n ta ç ã o ................................................................. 123
a ah» te m p e ra tu ra .......................................... 125
a ço s p a ra ............................................................ 283, 285
g a so sa ................................................................ 130
liq u id a .................................................................. 132
reações fu n d a m e n ta is ................................... 126, 129
se le çã o d o a ç o ................................................ 283
s o b v á c u o .......................................................... 135
s ó lid a o u e m c a ix a ......................................... 127
m is tu ra s c a rb u riz a n te s ........................ 127
tra ta m e n to s té rm ic o s n a .............................. 135
C e m e n tita ..................................................................... 24, 27, 32
C ham a, tê m p e ra p o r ................................................ 107
C hapa(s)
a ç o s p a ra ............................................................ 223
c o m p o s iç õ e s t í p ic a s ..................................... 224
d e fe ito s ............................................................... 231
e s p e c ific a ç õ e s da ABNT........................ 228
f in a ( s ) .................................................................. 225
g a lv a n iz a d a (s )................................................... 234
g ro ssa (s )............................................................. 235
p ro p r ie d a d e s .................................................... 230
t i p o s ..................................................................... 223
tr a ta m e n to s ....................................................... 233
C h o q u e a ç o s re s is te n te s a o .............................. 307
C hu m b o , no s a ç o s d e u s in a g e m f á c i l............ 279
C ia n e ta ç ã o .................................................................. 145
C ic lo de h iste re s e d o f e r r o .................................. 425
d o Is o p e r m ....................................................... 437
d o F e rm a llo y .................................................... 434
d o P e rm in v a r................................................... . 437
C la s s ific a ç ã o
d o s a ç o s ........................................................... 159, 185
d o s a ç o s de u s in a g e m f á c i l ..................... 275
d o s a ç o s in o x id á v e is .................................... 371
d o s a ç o s p ara fe rra m e n ta s e m a triz e s . 299
d o s a ç o s para fu n d iç ã o .............................. 191
d o s fe rro s fu n d id o s fu n d id o s c in z e n to s 493
ÍNDICE ANALÍTICO 565
Coalescim ento......................................................................................................... 1 03
estrutura resultante d o ............................................................................... 1 04
Cobalto
na indústria elétrica...................................................................................... 430
nos aços para ferramentas e m atrizes................................................... 2 9 7
nos aços rápidos........................................................................................... 3 3 8
Cobre
nos aços estruturais....................................................................................... 208
nos aços resistentes à corrosão................................................................. 3 6 7
nos ferros fundidos......................................................................................... 4 8 8
Coeficiente de difusão (na cem entação)......................................................... 1 24
Compostos intermetálicos.................................................................................... 37
Compressão de pós m etálicos........................................................................... 4 5 8
Conpernick (lig a)..................................................................................................... 4 3 5
Constituintes
dos a ç o s .......................................................................................................... 1 70
dos ferros fundidos...................................................................................... 472, 4 7 4 , 4 75, 4 8 0 , 48
dos aços inoxidáveis...................................................................................... 371
resultante da transformação daaustenita............................................... 4 5
C oquilha....................................................................................................................... 4 8 6
Coquilha, secção................................................................................................... 486
"Corda de piano", (aç o )........................................................................................ 256
Correntes de Foucault........................................................................................... 4 2 6
Corrosão
aços resistentes à ......................................................................................... 3 5 9
fenômeno da.................................................................................... 359
ferros fundidos resistentes à ...................................................................... 5 0 8
intergranular............................................................ 368
localizada......................................................................................................... 3 6 7
sob te n s ã o ...................................................................................................... 367
Corte fácil, aços d e .................................................................................................. 371
Criogênico(s)
a ç o (s ).................................................................................................................. 449
C ro m o ........................................................................................................................... 57
efeito na resistência à corrosão................................................................ 3 6 4 , 3 72
efeito na resistência à o xid açâo .............................................................. 364, 405
efeito na resistência ao c a lo r.................................................................... 3 6 4 , 4 0 5
efeito nas propriedades m ecânicas......................................................... 178
nos aços estruturais..................................................................................... 208
nos aços para cem entação........................................................................ 286
nos aços para ferramentas e m atrizes................................................... 2 9 6
nos aços para fu n d iç ã o .............................................................................. 199
nos aços para ímãs perm anentes............................................................ 4 3 9
nos aços para m o las.................................................................................... 2 59
nos aços para nitretação............................................................................. 2 8 9
nos aços rápidos........................................................................................... 3 3 8
nos aços resistentes à corrosão.............................................................. 3 6 4 .
nos aços resistentes à oxidaçâo........................................................... 405
nos aços resistentes ao c a lo r................................................................... 4 0 5
nos ferros fundidos brancos...................................................................... 4 8 6
nos ferros fundidos cinzentos................................................................... 5 0 5
nos ferros fundidos nodulares................................................................... 5 4 9
Cunha (de coquilham ento)..................................................................................... 481
Curie (po nto).............................................................................................................. 22, 4 2 6
Curva (s)
de desmagnetização....................................................................................... 4 4 0
de dureza........................................................................................................... 66, 67, 68
de esfriam ento............................................................................. 49
de flu ê n c ia ............... 401
de m agnetizaçâo............................................................................................. 4 2 3
de resistência ao choque-temperatura de transição............................ 4 5 3
de revenido...................................................................................................... 10 0 , 102
para aços rápidos................................................................................... 3 4 4
de temperabilidade.......................................................................................... 69, 74, 75, 76
de transformação isotérmica........................................................................ 4 2 , 4 4 ,4 6
para aço AISI 1 3 2 1 ............................................................................... 56
para aço ASI 1 3 3 5 ................................................................................. 5 4
566 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
Delta
forma alotrópica............................................................................................ 21
Descarbonetaçâo (no tratamento térm ic o )..................................................... 86
Desgaste..................................................................................................................... 353
abrasivo............................................................................................................ 353
aços resistentes a o ....................................................................................... 353
m etálico............................................................................................................ 353
resistência a o .................................................................................................. 293
Desmagnetização
curva.................................................................................................................. 440
Desoxidantes
agentes................................................................................................... 164, 165
Diagrama(s)
a resfriamento contínuo.............................................................................. 48
de constituição (oude equilíbrio).............................................................. 21, 2 3 , 2 6 , 4 7 2 , 4 7 3
liga Fe-C.................................................................................................. 2 1 ,4 7 3
liga Fe-C -Si............................................................................................. 476, 479
liga Fe-Cr................................................................................................. 373
liga Fe-Cr-C............................................................................................. 374, 375, 376
liga Fe-Cr-Ni........................................................................................... 377, 378
G alvanizad a
chapa ................................................................................................................ 224
Gama
f e r r o ............................................................................................. 21
Gás de carbonetação........................ .......................................... ......................... 1 30
Gasogênio....................................*.................................................. ......................... 154
Gerador
endotérmíco..................................................................................................... 156
exotórmico........................................................................................................ 1 54
"Ghost-lines" {textura)........................................................................................... 1 62
Grafita
com pactada..................................................................................................... 535
em veios........................................................................................................... 4 8 0 ,4 8 1 J
n od ular............................................................................................................. 533, 538
Grafftico
aço...................................................................................................................... 290, 320
G rafitizaçâo.............................................................................................................. 478
G râo
austenftico........................................................................................................ 53, 6 0 , 61
tamanho d e ..................................................................................................... 58
Grossmann
método d e ...................................................................................................... 65
I
Ideal
diâmetro............................................................................................................ 6 4
fmâs permanentes
aços p a ra ......................................................................................................... 4 3 9
materiais p a ra ............................................................................... .......... ....: 4 3 7 ;
Importância dos aços-carbono........................................................................... 168 *
Impregnação metálica
de ferro e aço sinterízado.. 461
Impurezas nos a ç o s ..................... 161
Inclusões.............................V............ 161, 4 2 6
influência na curva 8 vs H 428
Inclusões nâo-m etálicas.... 1 61, 17 3 , 2 7 5
Indeformável
aço.................................. 322
Indução, têm pera por ............................................................................................ 109
Indução m ag nética.........;...................................................................................... 4 2 0
Indução residual............... .......................................................................................... 4 2 4
Inoculação.................................................................................................................. 5 3 7
570 AÇOS E FERROS FU N D ID O S
Jacto-percussão...................................................................................................... 270
Jominy
curva de tem perabilidade............................................................................ 69
dispositivo........................................................................................................ 68
m étod o .............................................................................................................. 67
Laminados............................................... 224
Ledeburita............................................... 472, 482
Liga(s)
endurecfveis por precipitação..... 439
eutética........................................... 24
eutetóide......................................... 24
ferro-cerbono............................ 21
ferro-carbono-silício. -.................... 476
ferro-cobalto.................................. 435
ferro-cromo..................................... 373
ferro-cromo-nfquel......................... 378
ferro-rífquel..................................... 433
ferro-silfcio...................................... 430
para indústria elétrica.................. 429
Limitações dos aços-carbono.............. 168
Linhas de Lüder (linhas de distensão) 232
Linhas de transformação..................... 25
efeito do aquecimento................. 35
efeito do esfriamento.................. 35
efeito dos elementos de liga...... 21, 25, 3 6
Liquidus
linha............................................... 23, 27
Lüder
linhas d e ........................................ 232
Lupa austenítica.................................... 372
Manganês......................................................................................................... 164
aços-manganês....................................................................................... 355
como desoxidante................................................................................... 164
como dessulfurante................................................................................ 164
nos aços-carbono................................................................................... 164
nos aços de usinagem fácil.................................................................. 275
nos aços estruturais............................................................................... 207
nos aços fundidos.................................................................................. 197
nos aços para ferramentas ematrizes................................................. 296
nos aços para molas............................................................................. 259
nos aços resistentes ao desgaste....................................................... 355
"Maraging", (aços)........................................................................................... 446
Martêmpera...................................................................................................... C-T T 9 )
diagrama esquemático de transformação.......................................... 119
Martensita......................................................................................................... 41, 45, 97
acicular..................................................................................................... 45
aspecto micrográfico............................................................................. 98
característicos......................................................................................... 97
dureza........................................................................................................ 97, 99, 175
revenida.................................................................................................... 64
Martensíticcn (aço)........................................................................................... 379
Materiais
com permeabilidade constante.... 435
diamagnéticos.................................... 421
ferromagnéticos................................. 421
magneticamente d u ro s ................... 429
magneticamente m oles................... 429, 430
para ímãs permanentes.................. 429, 437
paramagnéticos................................. 421
Matrizes, aços para.................................... 293
Meioís) de esfriamento............................. 83, 150
águ a...................................................... 84
a r............................................................ 84
banhos de s a l................................... 84
circulação d o ..................................... 84
chumbo fun did o ............................... 84, 86
gás......................................................... 86
movimento d o .................................... 85
ó le o (s ).................................................. 84
salm oura.............................................. 84
soluções............................................... 84
Metais e ligas para a indústria elétrica 429
Metanol-acetato de e tila .......................... 132
Metalurgia do p ó ........................................ 457
Método de G rosm ann.............................. 65
Método de Jominy........... ......................... 67
Misturas carburizantes.............................. 127
M o la s ............................................................. 257
aços p a ra ............................................ 257
helicoidais........................................... 258, 266
semi-elípticas..................................... 268
Moldagem de peças fundidas de aço.. 191
Molibdênio
nos aços e s tru tu ra is ........................................................................................ 209
nos a ço s " m a r a g in g " ..................................................................................... 447
nos a ço s para c e m e n ta ç ã o ........................................................................... 286
nos aços para fe rra m e n ta s e m a tr iz e s .................................................... 297
nos aços para fu n d iç ã o ................................................................................. 199
nos aços p ara n itre ta ç ã o ............................................................................... 289
nos a ço s r á p id o s .............................................................................................. 336
nos aços re s is te n te s à c o rr o s ã o ............................... 366
nos aços re s is te n te s à o x id a ç ã o ............................................................ 406
nos aços re s is te n te s ao c a l o r ..................................................................... 406
572 AÇOS E FERROS FUND IDO S
Rápido(s)
a ç o s .................................................................... 332
Recompressão de peças sinterizadas................ 459
Recozimento............................................................... 37
diagrama esquemático de transformação 90
em c a ix a ............................................................ 93
isotérmico ou c íc lic o ..................................... 90
para alívio de tensões.................................... 92, 93
subcrítico.......................................................... 93
total ou p le n o .................................................. 87
Refratários (aç o s )....................... ............................. 401
Regra da alavanca................................................... 27, 29
Remanência................................................................ 424
Resfriamento (ver também esfriamento)
curvas................................................................. 49
id e a l.................................................................... 65
m e io s .................................................................. 83, 150
severidade ......................................................... 69
subzero............................................................... 350
velocidade........................................................ 167
velocidade crítica............................................ 64
Resfriamento contínuo (transformação e m ).... 48
Resistência à corrosão........................................... 359
Resistência à fluência.............................................. 401, 406
Resistência à oxidação........................................... 401
Resistência ao calor................................................. 401
Resistência ao desg aste........................................ 293, 3 5 & 5 0 1 -
Resistividade, efeito do silício.............................. 430
Revenido........................... .......................................... 99, 113 .
curvas................................................................. 100, 102, 3 4 4
diagrama esquemático de transformação 96
efeito dos elementos de liga....................... 176
estruturas resultantes.................................... 9 9 , 101
fragilidade......................................................... 102
influência do intervalo de te m p o .............. 102
tem peratura............. , ....................................... 100
Revestim ento............................................................ 234
574 AÇOS E FERROS FUNDIDO S
s
S {curvas em) (ver curvas em C ou T T T ) ............. 42
"SAC"
ensaio...................................................................... 72
SAE {sistema de classificação dos a ç o s )..,........ 160
Sal fundido {banhos d e ) ............................................ 350
para cemerrtação................................................ 133
para cianetação............................... ................... 145
para nitretação..................................................... 139
Salmoura (como meio de resfriam ento)................ 84
Saturação (intensidade d e ) .............................. 420
Severidade do resfriam ento............................. 69
Sigma (fa s e )......................................................... 372
Silício
como desoxidante............................................... 164
nas ligas Fe-Si...................................................... 430
nos aços elétricos............................................... 432
nos aços estruturais........................................... 208
nos aços para ferramentas e m atrizes....... 296, 309
nos aços para m o las......................................... 259
nos aços resistentes à oxidaçfio.................... 405
nos aços resistentes ao c a lo r........................ 408
nos ferros fundidos............................................ 478, 488
SinterizaçSo.................................................................... 458
Sinterizada aço e ferro............................................... 457
forjado.................................................................... 461
Sistemas de classificação dos aços....................... 159
Soidabitidade dos aços para fundição................... 201
Sotidus (linha)................................................................ 23, 26, 27
Soluções aquosas (como meio de resfriamento) 84
SolubiUdade
do carbono no ferro a lfa .................................. 24, 25
do carbono no ferro gam a................................ 24
dos elementos de liga no ferro a lfa .............. 54
dos elementos de liga no ferro g a m a .......... 53
Solução só lid a............................................................... 24
Sorbita.............................................................................. 101
Sorbíticas (estruturas)................................................ 101
Steadita........................................................................... 482
Subzero (tratamento)................................................... 350
Sulfocarbonitretaçào gasosa..................................... 147
Sulfureto (ou sulfeto)
de ferro.............. , .................................................. 164
de m anganês....................................................... 164
Superaquecimento....................................................... 484
Super-rápido (a ç o ).................... ................................... 337
Superficial (têm pera)................................................... 105
Superfície (preservação)............................................. 151
SuscetiblNdade
à corrosão intergranular............. ...................... 366
à corrosão localizada......................................... 367
diam agnética..........................,............................ 421
m agnética.................................................. . ........ 421
T
Tam anho de g rã o .................................................................................. 83, 58, 60, 61, 295
a u s te n ític o ......................................................................... 53, 58, 16T ‘
e fe ito s o b re c a ra c te rís tic o s d o a ç o .......................... 59
e fe ito so b re a re a ç ã o de tra n s fo rm a ç ã o d a a u s te n ita 58
p a d rõ e s ASTM.................................................... 60, ert ^
" le m p e r p a s s " ...................................................................................... 232
Têmpera................................................................... 95
(fiag ra m a e s q u e m á tic o d e tr a n s fo rm a ç ã o .................. 95
e s tru tu ra re s u lta n te ,-............................................................... 98
ÍNDICE ANALÍTICO 575
interrompida............................................................................................. 120
por chama...................................................................... :....................... 107
por indução............................................................................................. 109
superficial................................................................................................. 105
lémperabilidade (ver também endurecibilidade)......................................... 63, 294
avaliação.................. ................................................................ .......... . 64
curva Jominy........................................................................................... 69
dispositivo Jominy de medida.............................................................. 68
faixa de.................................................................................................... 74
fatores que afetam a ............................................................................. 72
importância.............. ................................................................................ 74
medida............................................................................................................... 65
Temperado (aço)
microestrutura................................................................................................. 98
Temperatura(s)
avaliação........................................................................................................... 1 52
crítica(s) (ou de transform ação)............................................................... 25
de aquecimento.............................................................................................. 82
de sinterização......................... 458
de transição..................................................................................................... 449
influência na penetração superficial de carbono................................. 124
influência sobre a dureza e a resistência ao choque (no revenido) 100, 1 02
relação com as resistências à fluência e à ru p tu ra........................... 415
Tempo
influência na espessura da camada nitretada...................................... 138
influência na penetração superficial de carbono................................. 1 24
influência do revenido.......................................................... ..................... 102
Tenacidade medida................................................................................................. 294
Tenazes....................................................................................................................... 150
Tensões (na cementação)..................................................................................... 283
internas (ou residuais)................................................................................. 99
Textura bruta de fu s ã o ......................................................................................... 167
Textura "ghost tines".............................................................................................. 1 62
Tira(s)............................... .......................................................................................... 223
Titânio
nos aços inoxidáveis.................................................................................... 370
nos aços rápidos........................................................................................... 338
nos aços resistentes ao c a lo r........................................................... 406
Transição (temperatura) ................................................................................ 449
Transformação da austeníta................................................................................. 2 3 , 25, 29, 4 7 3
constituintes resultantes............................................................................. 29, 4 7 4 , 4 7 5
efefto da velocidade de resfriamento...................................................... 41
efeito do tamanho de g rã o ........................................................................ 58
Transformação isotérmica..................................................................................... 42
diagramas (ver também curvas T T T ou em C )................................... 41
Tratamento a vapor (do ferro sinterizado)...................................................... 460
Tratamentofs) isotérmico(s) dos a ç o s .............................................................. 1 15
austêmpera...................................................................................................... 1 15
m artêm pera..................................................................................................... 1 19
Tratamento(s) superficiais de ferro e aço sinterizado.................................. 4 6 0
Tratamento(s) térmico(s) dos aços.................................................................... 81
alívio de ten s õ e s ........................................................................................... 9 2
atmosferas utilizadas.......................................................................... ........ 8 6
coalescimento.................................. 103
fatores de influência..................................................................................... 8 2
"m araging"...................................................................................................... 4 4 7
normalização................................................................................................... 9 3
prática d o s .......... ........i ................................................................ ................ 149
recozim ento....................................................... ............................................ 8 7
em c a ix a .......... ............................................ ...: ........ ......................... . , 9 3
isotérmico ou cJdteo.,............. ................7....................9 0 .
pare alivio de tensões............. .......................................................... 9 2 , 9 3
totai ou plenos..................................................................................... . 8 7
recursos...................... 150
revenido........................................................................................................... 9 9
tê m p e ra ........................................................................................................... 9 9
576 AÇOS E FERROS FUNDIDOS
u
Ultra-resistente(s) (aços)....................................................................................... 443
Usinabilidade....................................................................... ......... ........................ 273, 296
avaliação........... ....................................................................... ...................... 273
Usinagem
do aço sinterizado ......................................................................................... 459
Usinagem fácH (aços)................................................... ......................................... 273
V
Vácuo, cementação sob........................................................................................ 135
Vanádio
nos aços para ferramentas e m atrizes....................... ................ 297, 336
nos aço? para fu n d iç ã o .............................................................................. 196
nos aços para m olas.................................................................................... 259
nos aços resistentes ao c a lo r................................................................... 406
Véios de grafita........................................................................................................ 480, 481, 483
Velocidade crítica de esfriamento (ou de têm pera)..................................... 50
Sfetocidade de aquecimento................................................................................. 82
Vêlocidade de resfriam ento................................................................................. 167
efeito da secção da p e ç a ........................................ .................................. 50
efeito do movimento do m e io ........................... ....................................... 85
efeito na estrutura dos ferros fundidos.................... t............................ 480
efeito sobre a transformação da a u s ta n ita ........................................... 41
no centro de uma esfera de 4 mm de diâm etro................................. 85
relativa de diversos m eio s......................................................................... 84
Vida (da ferram enta).............................................................................................. 273
2
Z ir c ô n io ............................................................................................................................ 209
Z ona c r it ic a ..................................................................................................................... 25
Zona de tra n s iç ã o (na c e m e n ta ç ã o )................... ............................................... 285