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ESCOLA POLITÉCNICA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


HIDRÁULICA GERAL I

ELENCO DE EXEMPLOS, QUESTÕES E


EXERCÍCIOS
DE HIDRÁULICA MARÍTIMA

Prof. Titular Paolo Alfredini

São Paulo, 2019


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1 - Dada uma onda com um período T=10 s, que se propaga até a costa sobre um
fundo de declividade uniforme desde uma profundidade h1=200 m até uma
profundidade h2=3 m, calcular as celeridades c1 e c2 e os comprimentos de onda L1 e
L2, correspondentes às profundidades h1 e h2.

Solução

Utilizando a expressão geral do comprimento de onda (teoría linear), procedendo por


tentativas obtem-se L1 e L2:

Inicialmente calcule-se o comprimento da onda em águas profundas:

Lo = 1,56 . 102 = 156 m

Conclui-se que a onda começa a “sentir o fundo” em uma profundidade de 156/2 =


78 m. Desse modo, resulta que a profundidade h1 já é superior ao limiar de agua
profunda, portanto L1 = 156 m.

Para h2 = 3 m, pode-se supor que se esteja mais próximo de águas rasas (h/L< 1/20).
Assim, como primeira iteração calcule-se com a equação de Lagrange o comprimento
da onda em 3 m e depois substituamos no segundo membro da equação geral:

c = L/10 = (9,8 . 3)1/2 = 54,2 m

O resultado da primeira iteração é: 53,2 m, que é suficientemente próximo do primeiro


valor adotado para simplesmente tirar a média entre os dois e se obter 53,7 m. Note
que teoricamente trata-se de águas intermediárias, mas bem próximo do limiar de
águas rasas.

Se tivessemos adotado o outro valor notável da onda (Lo = 156 m) teríamos um pouco
mais de iterações, mas sempre convergiria para o mesmo resultado:

1.a Iteração: com L = 156 m no segundo membro resulta L = 18,8 m.


2.a Iteração: com L = (156 + 18,8)/2 = 87,4 m no segundo membro resulta L = 33,1
m.
3.a Iteração: com L = (87,4 + 33,1)/2 = 60,3 m no segundo membro resulta L = 47,3
m.
4.a Iteração: com L = (60,3 + 47,3)/2 = 53,8 m no segundo membro resulta L = 53,6
m.

Assim, L = 53,7 m, comprovando que a equação geral sempre converge. Esse cálculo
atualmente pode ser feito facilmente com o solver de calculadoras.

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As celeridades se obtem dividindo o comprimento da onda pelo período:

c1 = 156/10 = 15,6 m/s e c2 = 5,4 m/s

É importante aqui observar que, na prática, o algarismo significativo para L é o metro,


para a celeridade o dm/s e para o período o décimo de segundo. Para a altura da
onda H seria o dm.

2 - A onda de oscilação produzida por uma tormenta de vendaval de 110 km/h – Mar
Força 11 na Escala de Marinharia de Beaufort que vai até 12 – Furacão - mais alta
registrada oficialmente foi medida a bordo do navio USS Ramapo (AO-12), um
petroleiro de reabastecimento da Armada norte-americana, durante a noite de 6 de
fevereiro de 1933. Utilizando cálculos trigonométricos, o tenente Margraff pode
verificar que a onda tinha, até a sua crista, uma altura aproximada de 34 metros. O
navio em navegação tinha 146 m de comprimento em águas profundas no Sul do
Oceano Pacífico. Assumindo que as ondas investiram a embarcação, que navegava
a 10 nós (5,14 m/s), de popa para proa, demorando a crista da onda 6,3 s para se
deslocar entre estas duas posições extremas do costado do navio, pede-se:

• Qual era a celeridade da onda?


• Qual era o período da onda?

3 - Quais os três parâmetros independentes entre si das ondas que definem o clima
de agitação ondulatório. Qual deles não sofre modificação com a propagação da
onda?

4 - Fisicamente o que significa a região de águas profundas numa onda de oscilação?

Resposta

Na região de águas profundas, em profundidades superiores a meio comprimento da


onda, o movimento ondulatório não toca o fundo e as ondas uma vez formadas
mantêm sensivelmente as suas características, pois não há sensíveis perdas de
energia. A celeridade da onda é nesta região muito maior do que a velocidade orbital.

5 - A definição de águas profundas para as ondas de oscilação corresponde a uma


profundidade fixa ou variável? Justifique a sua resposta.

6 – Uma onda com período de 10 s, cujas frentes em águas profundas formam um


ângulo de 30° com a linha de costa, a qual é retilínea com batimetría formada por
isóbatas retas e paralelas à costa. Calcular o coeficiente de refração e o ângulo que
forma a linha de cristas com a costa quando a crista passa pela isóbata de 6,8 m.

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Resposta: 0,945.

7 – É dada uma onda de 1 m de altura e 15 s de período que inicia sua propagação


em 500 m de profundidade, até uma praia reta com declividade constante (batimetria
reta e paralela). Pede-se para obter a altura da onda e o ângulo de ataque das ondas
para profundidades de 200, 100, 90, 80, 70, 60, 50, 40, 30, 20, 16, 14, 12, 10, 8, 6 e
4 m para ângulos de aproximação em águas profundas de 0, 15° e 45°.

Resposta:

Profundidade 0=0º 0=15º 0=45º


 H  H  H
500 0 1.00 15.0 1.00 45.0 1.00

400 0 1.00 15.0 1.00 45.0 1.00

300 0 1.00 15.0 1.00 45.0 1.00


200 0 1.00 15.0 1.00 45.0 1.00

100 0 0.94 14.3 0.94 42.4 0.92

90 0 0.93 14.0 0.93 41.2 0.91

80 0 0.93 13.7 0.92 30.4 0.89

70 0 0.92 13.2 0.91 38.9 0.88

60 0 0.91 12.7 0.91 37.0 0.86

50 0 0.91 12.0 0.91 34.5 0.85


40 0 0.92 11.1 0.92 31.8 0.84

30 0 0.95 9.9 0.94 28.1 0.85

20 0 1.00 8.4 0.99 23.4 0.88

18 0 1.02 8.0 1.01 22.3 0.89

16 0 1.04 7.8 1.03 21.1 0.91


14 0 1.07 7.1 1.05 19.8 0.92

12 0 1.10 6.6 1.08 18.4 0.95

10 0 1.14 6.1 1.12 16.8 0.98

8 0 1.19 5.5 1.17 15.1 1.02

6 0 1.27 4.8 1.25 13.15 1.08

4 0 1.39 3.9 1.37 10.8 1.18

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8 – Sobre um quebra-mar incidem ondas de período de 8 s e alturas de 3 m,
formando um ângulo com o alinhamento do maciço de 60°. A profundidade ao pé do
cabeço é de 5 m. Pede-se para obter a altura da onda em um ponto P, cujas
coordenadas seguem os eixos representados no desenho, que em unidades de
comprimento da onda tem X = 3L e Y = 4L. Faça este cálculo mediante a aplicação
do gráfico de Wiegel, bem como empregando o método de Iribarren.

Resposta

Pelo método de Wiegel obtem-se um coeficiente de difração de 0,4 e, por


consequência uma altura de onda no ponto P de 1,2 m. Pelo método de Iribarren
resulta 1,9 m.

9 - Exemplifique situações de estudos em Hidráulica Marítima aonde se torna


importante proceder a cálculos de refração das ondas.

Resposta

O cálculo da refração da onda em áreas costeiras é fundamental na extrapolação de


bases de dados de agitação entre localidades de costa aberta (sem obstáculos)
próximas de climatologia semelhante. Estes dados, quando colhidos em áreas de
águas intermediárias e rasas, devem ser refratados para águas profundas, para
posteriormente serem refratados para a localidade de interesse, até as profundidades
de interesse.

10 - Uma onda de 7s de período apresenta em águas profundas sua frente formando


um ângulo de 60 com a linha de costa e uma altura de 2,0 m. Determine a
profundidade da arrebentação, a celeridade da onda na arrebentação, o ângulo de
arrebentação e a altura da onda na arrebentação. Aplique a Equação de Lagrange

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da Teoria Linear de Ondas, sabendo-se que a arrebentação ocorre em águas rasas.
Considere uma praia reta com declividade constante (batimetria reta e paralela).

• Resposta: hb = 2,0 m, c = 4,42 m/s, b = 20,5 , Hb = 1,62 m

11 - As deformações das ondas somente devidas à variação da profundidade são:

a) Empolamento, refração e arrebentação.


b) Empolamento, reflexão e arrebentação.
c) Reflexão, difração e arrebentação.
d) Refração, reflexão e difração.
e) Nenhuma das anteriores.

12 - Qual a deformação de onda que ocorre dependendo do quociente entre a altura


e a profundidade local?

a) Empolamento.
b) Refração.
c) Reflexão
d) Difração
e) Nenhuma das anteriores.

13 – Na Atividade Prática 3 foi empregada mais de uma Carta Náutica? Por que?

14 – Explicar o criterio de discretização entre isóbatas utilizado no cálculo da refração


na Atividade Prática 03.

15 – O ângulo de refração em uma isóbata é sempre menor do que o ângulo de


incidencia? Por que?

• Resposta: Não. Caso a onda em sua propagação passe sobre uma depressão, o
que equivale a aumento de profundidade, sua celeridade refratada será maior do
que a incidente e consequentemente, pela Lei de Snell-Descartes, o ângulo
refratado será maior do que o incidente.

16 – No que consiste o Leque de Dorrestein?

17 – Qual é o coeficiente que controla o espaçamento entre as ortogonais que se


propagam rumo à costa? Explique sua relação com a energia da onda por área
horizontal.

18 – De qual grandeza depende fundamentalmente o coeficiente de empolamento?

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• Resposta: Depende fundamentalmente da profundidade h. Os demais termos
dependem do período e de h, como o número de onda, mas o período é constante.
19 – A concentração ou desconcentração de energia ondulatório por área afetam a
altura de onda? Por que?

20 – É possível empregar os gráficos de Wiegel para saber se a onda atinge uma


embarcação localizada ao abrigo de um molhe frontalmente ou lateralmente?

• Resposta: Não, porque as isolinhas representadas nestes gráficos são de iguais


coeficientes de difração e não representam as cristas das ondas.

21 – Como é determinado o limite de agitação no Método de Iribarren?

22 – Fisicamente o que ocorre no limite de alimentação do Método de Iribarren?

• Resposta: É a linha a partir da qual a onda em sua propagação “sente” o obstáculo


e começa a diminuir sua altura.

23 – Fisicamente o que ocorre no limite de expansão do Método de Iribarren?

24 – Como é o comportamento do coeficiente de difração ao longo de uma crista de


onda a partir do limite de alimentação do Método de Iribarren?

25 – Uma onda medida em 6 m de profundidade tem altura de 2 m, período de 7 s e


ângulo incidente com a isóbata de 7°. Considerando as isóbatas retilíneas e paralelas
à costa com declividade de 1:40, pede-se:

• Os parâmetros de altura, período e rumo da onda em agua profunda.


• Os mesmos parâmetros na arrebentação, bem como a profundidade em que
ocorre.

26 – Um registro de ondas (ondograma) de 10 minutos contem 100 ondas,


distribuídas conforme a tabela abaixo. Pergunta-se:

• Trata-se de uma distribuição de Rayleigh?


• Qual o valor de Hs?
• Em outro registro obteve-se o ondograma da figura. Pede-se o número de ondas
e o valor da altura de onda significativa (considere a envoltória superior do
sombreado).

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H (m) Número de ondas
< 0,60 15
0,6 – 0,79 15
0,8 – 0,99 7
1,0 – 1,19 17
1,2 – 1,39 5
1,4 – 1,59 9
1,6 – 1,79 20
1,8 – 1,99 2
2,0 – 2,19 2
2,2 – 2,39 2
2,4 – 2,59 3
2,6 – 2,79 1
2,8 – 2,99 1
3,0 – 3,19 1
Total 100

27 - Num registro de um trem de ondas foram apuradas pelo critério do cruzamento


ascendente do zero as seguintes alturas de ondas (em m) na seqüência temporal:
0,54 – 2,05 – 4,52 – 2,58 – 3,20 – 1,87 – 1,90 – 1,00 – 2,05 – 2,37 – 1,03 – 1,95 –
1,97 – 1,62 – 4,08 – 4,89 – 2,43 – 2,83 – 2,94 – 2,23 – 2,98.
Pede-se:

• valor da altura de onda significativa.


• Pela Distribuição de Rayleigh, qual a altura que é superada em 1/10 do tempo?

• Resposta: 3,6 m e 3,86 m.

28 – Qual a probabilidade de excedência da altura de onda significativa?


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29 – Na prática, considera-se altura de onda máxima de um registro aquela que
corresponde a 1:1.000 de probabilidade de excedência. Com relação à altura
significativa, qual a altura de onda máxima?

Resposta: Hmáx = 1,86 Hs.

30 - Em que consiste o conceito de janela de maré?

• Resposta: Consiste em considerar navegação somente nos níveis de maré mais


altos, como entre a meia-maré e a preamar. As vantagens são dragagens mais
econômicas e menos frequentes, pois afasta-se menos da profundidade de
equilíbrio; as desvantagens são a redução do tempo permitido para a navegação
e o correspondente maior tempo de espera.

31 – Considerando-se uma janela de maré correspondente ao nivel médio do mar,


em quantas horas por dia ela é contemplada?

32 - O que são marés de sizígia e de quadratura? Por que as marés equinociais


produzem as maiores preamares e as maiores baixa-mares?

33 – Descreva o comportamento de um maregrama de um estuário próximo à costa


e outro que simultaneamente esteja ocorrendo no trecho flúvio-marítimo do mesmo
estuário.

34 – Considerando o maregrama apresentado a seguir, pede-se:

• Trata-se de localidade costeira ou flúvio-marítima? Justifique.


• Pode ocorrer macaréu? Justifique.

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35 - Qual a importância de uma região de pós-praia composta de um campo de dunas
na estabilidade de um perfil de praia? Analise esta questão comentando atuações de
remoção ou impermeabilização desta formação.

• Resposta: O campo de dunas funciona como um armazenador (pulmão) e


fornecedor de areias para o perfil da praia. Ao se remover este estoque de areia,
ou impermebilizá-lo (torná-lo fora do alcance do vento, por exemplo com
pavimentação) a tendência é de retração da linha de costa, pois no balanço
sedimentar esta areia estará ausente e as ondas e ventos atuantes continuarão
com a mesma energia para transporte de areias.

36 - Com base na figura descritiva de um perfil de praia a barlamar do transporte


litorâneo resultante de sedimentos longitudinal de uma embocadura aonde a
amplitude máxima da maré é de 2,0 m em torno do nível médio assinalado (baixa-
mar na profundidade de 1,0 m), pede-se para descrever, de forma justificada com
croquis: o impacto sobre a linha de costa de uma obra transversal que avance até a
profundidade de 1,0 m; o impacto sobre a linha de costa de dois molhes que avancem
até a profundidade de 5,0 m; o impacto sobre a linha de costa de um quebra-mar
implantado a 125 m da linha de costa; o impacto sobre a linha de costa de um quebra-
mar implantado na profundidade de 8 m; quais destas obras têm finalidade portuária
e quais têm finalidade de defesa dos litorais?

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37 - Justifique cada um dos itens do Decálogo de Per Bruun sob a ótica do Balanço
Sedimentar Litorâneo.

38 - Um porto estuarino apresenta uma profundidade de 5,0 m na barra em baixa-


mar de sizígia, sendo que o volume entre baixa-mar e preamar de sizígia situa-se
em 107 m3, permitindo a navegação de navios com calado de até 4,0 m. Pede-se:

• Qual a estimativa do transporte litorâneo na embocadura?


• Qual a consequência para a navegação do aterro de 25 % do estuário?
• Considerando o caso b, qual a consequência da construção de dois molhes guias-
correntes na embocadura?

• Resposta:

• Índice de Per Bruun para h = 5,0 m (DHN), está entre 3 e 6, interpola-se


linearmente entre 100 e 150, resultando 133. Então Mtot = 107/133 = 75.200
m3/ano.
• O prisma passa a 0,75 x 107 e mantendo Mtot, resulta IPB = 100, cuja profundidade
de equilíbrio é 3, 0 m (DHN). Para a embarcação de 4 m com folga sob a quilha
de 1 m, somente seria possível transitar em condições de janela de maré, se a
maré superasse amplitudes em sizígia de 2 m. Assim, por exemplo, da costa de
São Paulo para o sul seria impossível.
• Certamente a cota 3 m (Marinha) seria aumentada, aumentando as possibilidades
de se conseguir a travessia do navio tipo de 4 m de calado. Isso pelo aumento das
correntes de maré pelo confinamento e pelo bloqueio do transporte de sedimentos
litorâneo.

39 - O impacto das variações nas cotas e amplitudes de maré e nas alturas de ondas
são lentamente induzidas pelas mudanças climáticas em curso, sendo pouco
perceptíveis no cotidiano. Entretanto, os projetos portuários e costeiros têm que ser
realizados levando em conta a vida útil de no mínimo 50 a 100 anos.

Tendo em vista a variabilidade maregráfica e climática nas últimas décadas em


Santos, os dados apontam as seguintes tendências seculares de 1976 a 2075:
Elevação das preamares máximas do prisma de maré: 44,91 cm
Elevação das baixa-mares mínimas do prisma de maré: 75,44 cm
Aumento da altura de onda significativa na arrebentação: 40%

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Sabendo-se que em 1976 o Índice de Per Bruun da Barra do Canal de Acesso ao
Porto de Santos, na Baía de Santos, era de 180, avalie as consequências entre 1976
e 2075 das variabilidades assinaladas na cota de equilíbrio do canal e no volume de
dragagem para manter a cota de navegação em – 15,0 m (DHN), sabendo que a
amplitude de referência era de 1,5 m.

• Resposta: Com aumento da onda em 40 %, o transporte litorâneo pela fórmula de


Kamphuis aumenta 1,42 = 1,96 vezes, o que é o denominador do IPB. Observar
que a amplitude de maré do prisma acaba sendo reduzida de 75,44 – 44,91 =
30,53 cm, porque a baixa-mar eleva-se mais do que a preamar. Assim, a altura do
prisma se reduz de 1,5 m para 1,2 m, isto é o prisma fica 80% do que era. Como
o prisma vai no numerador e o transporte litorâneo no denominador, o IPB futuro
= 180 x 0,80/1,96 =73,5. Assim, a profundidade natural que superava 9,0 m seria
reduzida para 2,5 m aproximadamente, interpolando linearmente nas classes de
Per Bruun. A conclusão é a de que ficará ainda mais difícil, senão impossível
manter a profundidade de – 15,0 m somente por dragagem, reforçando ainda mais
a necessidade de implantação de molhes guias-correntes para estabilizar pelo
menos a profundidade de – 15,0 m.

40 - Um estudo de viabilidade para implantação de um porto estuarino está avaliando


a possibilidade de utilização de uma embocadura de maré com profundidade de
equilíbrio de 4,0 m no canal de acesso na baixa-mar média de sizígia. Pede-se:

• Sabendo-se que o transporte de sedimentos litorâneo anual é da ordem de


100.000 m³/ano, estime a variação de cota da maré na região admitindo que o
estuário tem uma área de aproximadamente 7,5 km².
• Caso o transporte litorâneo anual na região dobrasse, estime qual seria a nova
profundidade de equilíbrio do canal, e que tipo de obra de intervenção poderia ser
feita para recuperar a profundidade natural, explicando de que forma esta obra
contribui para tal fim, e indicando seus possíveis impactos ambientais na região
do estuário.

41 - Considere os seguintes parâmetros de projeto de um navio:


L = 200 m; Porte bruto = 50.000 tpb; Deslocamento total = 63.500 t; T = 12 m.
Considere uma velocidade de aproximação de 12 cm/s (cais protegido e aproximação
difícil), um valor de l = 0,375 L e um peso específico da água do mar de 1,03 tf/m3.
Calcule a energia de atracação sobre uma defensa rígida.

42 - O navio Oder Maru encontra-se atracado no Píer I do Terminal Marítimo de Ponta


da Madeira e suas características geométricas são:

12
172.278 tpb; 300 m de comprimento; 18,15 m de calado (carregado); boca de 48 m;
obras mortas transversais de 691 m2 e obras mortas longitudinais de 2190 m2.
Considere a massa específica do ar 0,1248 kgf s2/m4, da água 104,4 kgf s2/m4, θw =
45° com velocidade de 27 nós, θc = 0° (maré enchente) com velocidade de 2,12 nós,
θc = 90° (vórtice) com velocidade de 1,30 nós, θc = 180° (maré vazante) com
velocidade de 2,12 nós. Essas correntes ocorrem com profundidade de 22,0 m.

Calcule as forças de arrasto do vento (transversais de vante e ré e a longitudinal),


das correntes (transversais de proa e popa e longitudinal nas marés de enchente e
de vazante) e as forças de arrasto resultantes do vento e das correntes de maré.
Explicite os coeficientes de arrasto interpolados nos gráficos.

43 - O navio de projeto do Píer I do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, na Baía


de São Marcos, em São Luís (MA), em 1980 era o NM Docecanyon da Docenave,
cujas características geométricas eram:

280.000 tpb; 340 m de comprimento; pontal de 28,3 m; 21,5 m de calado (carregado);


boca de 55 m; obras mortas transversais de 1030 m2 e obras mortas longitudinais de
3230 m2. Considere a massa específica do ar 0,1248 kgf s2/m4, da água 104,4 kgf
s2/m4, θw = 45° com velocidade de 27 nós, θc = 0° (maré enchente) com velocidade
de 2,19 nós, θc = 90° (vórtice) com velocidade de 1,36 nós, θc = 180° (maré vazante)
com velocidade de 2,19 nós. Essas correntes ocorrem com profundidade de 26,0 m.

Calcule as forças de arrasto do vento (transversais de vante e ré e a longitudinal),


das correntes (transversais de proa e popa e longitudinal nas marés de enchente e
de vazante) e as forças de arrasto resultantes do vento e das correntes de maré.
Explicite os coeficientes de arrasto interpolados nos gráficos.

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