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O que faz o ciúme?

Aquele sentimento que acelera o coração, esgota o corpo, inquieta a alma. Desestabiliza,
desintegra, desequilibra. Ah, o ciúme.... Os pensamentos não param, correm, voam,
fogem, sem a intenção de voltar. Vão pra tão longe que acabam deixando de fazer
qualquer sentido. O ciúme faz isso. Ele leva embora todo o sentido, toda a razão, toda
lucidez. Propaga-se pela mente, toma conta de tudo. É possível saber quando o ciúme
passa dos limites? Alguém é capaz de distinguir um sentimento aparentemente comum
que existe quando se gosta de algo ou alguém, daquele que derruba, destrói, devasta?
Existe uma fronteira entre o ordinário e o extraordinário? Caso exista, essa fronteira é
limitada por uma linha tênue quase invisível. O ciúme faz isso. Ele cega, deixando a
possessividade controlar, coordenar, comandar. É imperceptível o momento que esse
sentimento domina porque ele vem fazendo seu trabalho em silêncio, gradativamente.
Desconfiança, aflição, angústia... Desencadeiam-se uma série de sentimentos
destrutivos que se espalham de uma forma capaz de tornar alguém irreconhecível. O
ciúme faz isso. Transforma, desestrutura, dissipa toda a harmonia. Ele tem o poder de
fazer alguém perder-se dentro de si mesmo. E esse poder somente existe por conta da
fraqueza. Da fraqueza humana. Da fraqueza humana que deixa um espaço gigante
dentro do coração pra coisas ruins. Esse espaço é preenchido por ilusões, descrenças e
suspeitas que aos poucos tomam conta de cada mísero pensamento. E assim, esse
sentimento obsessivo consome o corpo e a alma. Porque é isso que o ciúme faz.

Thalia Eluar do Nascimento - 4º semestre

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