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Internacionais
Financiamentos/ Tributos/
Preços e Pagamentos
Internacionais - Parte 1
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Conhecer as principais linhas de financiamento para a exportação de produtos brasileiros;
• Aprender sobre os tributos que o importador brasileiro recolhe aos cofres públicos no ato
de uma importação, assim como os benefícios fiscais a que as exportações brasileiras têm
direito;
• Conhecer os riscos relacionados à inadimplência das negociações internacionais e suas
respectivas formas de pagamento;
• Calcular preços de exportação e custos na importação.
Veja que uma venda para o exterior tem características distintas da venda no mercado
doméstico. Não raras vezes, o ciclo financeiro de uma operação de exportação pode
chegar a seis meses, e em alguns casos, ser superior a um ano.
Perceba que várias operações com desembolso financeiro podem ocorrer, dependendo do
tipo de negociação realizada entre exportador e importador, antes de se receber o valor
correspondente à exportação efetuada.
TOME NOTA
A negociação será retratada no documento enviado ao importador, Proforma Invoice, estuda-
da no módulo Sistemática de Importação e Exportação.
Ao obter um ACC, o exportador deve estar seguro de que o produto será embarcado
dentro do prazo previsto, caso contrário, terá que devolver ao banco o valor do ACC, com
correção monetária, diferenças cambiais, multa e outros encargos.
PROGRAMA DE FINANCIAMENTO
ÀS EXPORTAÇÕES (PROEX)
O PROEX é administrado pelo Banco do Brasil e abrange tanto a concessão de financia-
mento ao exportador (Supplier’s Credit) como ao importador (Buyer’s Credit).
PROEX Financiamento
O PROEX Financiamento é uma modalidade que financia até 85% do valor da exportação
tem prazos de pagamentos que podem variar de 360 dias a 10 anos.
PROEX Equalização
A modalidade PROEX Equalização tem o objetivo de proporcionar ao exportador brasi-
leiro condições de financiamento compatíveis com as praticadas no mercado financeiro
internacional.
Pagamentos internacionais
A seguir, você conhecerá os quatro principais mecanismos de pagamentos em negócios
internacionais, seus riscos para importador e exportador:
Exporta
[ 1 ] Negocia prods. + [ 5 ] [3] Remete
operação Pagamento
documentos
[6]
Cópia Banco negociador
Exportador documentos
export. no Brasil
Efetua
pagamento
[4]
1. Vamos seguir o fluxo? Para facilitar seu entendimento, vamos considerar que o expor-
tador seja uma empresa brasileira. A exportação é no valor de US$ 50, 000.00.
2. Importador e exportador negociam condições. Neste momento, ao se definir por
pagamento antecipado, o risco da operação recai sobre o importador, que deposi-
tará o valor da Invoice, sem garantia de recebimento da mercadoria. Também neste
momento será enviada a Proforma Invoice ao importador, para sua aprovação.
3. Importador efetua pagamento através de seu banco local.
4. Banco do importador remete divisas para o banco do exportador no Brasil.
5. Banco do exportador efetua pagamento ao seu cliente. Este pagamento requer uma
operação financeira denominada fechamento de câmbio. Como isso ocorre:
6. Exportador efetua embarque das mercadorias, consignando os documentos ao
importador, uma vez que o pagamento já foi recebido.
7. Exportador envia cópia dos documentos de exportação ao Banco negociador no
Brasil.
8. Importador, através de seu despachante aduaneiro local, faz o despacho aduaneiro
e desembaraça a mercadoria.
[3]
Entrega Banco negociador
Exportador docs.
exportação no Brasil
Efetua
pagamento
[9]
A Cobrança Documentária é regida pelas Uniform Rules for Collections (Regras Uniformes
para Cobranças) da Câmara de Comércio Internacional (em inglês). Esse conjunto de
regras é também conhecido como URC 522 ou Brochura 522.
[3]
Entrega Banco negociador
Exportador docs.
exportação no Brasil
Efetua
pagamento
[9]
ATENÇÃO
Embora seja uma cobrança, não significa que o banco obterá êxito em caso de inadimplência.
Neste caso, a ação de cobrança é limitada de acordo com as leis locais.
Banco confirmador
Alfândega
em 3° País
Libera [ 4 ] Confirma LC
[ 12 ]
produtos Solicita
emissão LC
[2]
Entrega docs. Banco e emissor
Importador exportação no País Importador
[ 11 ]
Efetua [9]
Exporta [ 6 ] Pagamento Envia docs.
produtos [ 11 ] exportação
Veja o fluxo:
1. Importador e exportador negociam a operação, em que é definida a modalidade
carta de crédito.
2. Importador solicita ao seu banco a emissão da carta de crédito, irrevogável, intrans-
ferível e, nesse caso, confirmada.
3. Banco emissor emite LC e envia para o Banco Avisador, no país do exportador.
4. Banco Confirmador confirma (através de aval) a LC.
5. Banco Avisador avisa chegada da LC ao exportador, que fará uma minuciosa análise
para saber se terá condições de cumprir com todas as exigências ali expressas, que
serão objeto da negociação de documentos.
6. Exportador, ciente de sua capacidade de cumprimento da carta de crédito, embarca
a mercadoria.
7. Exportador entrega documentos de exportação ao banco, agora denominado nego-
ciador. Neste momento, denominado negociação de documentos, o banco analisa
os documentos entregues pelo exportador.
8. Se tudo estiver de acordo com o exigido pelo importador, a LC é paga. Caso contrá-
rio, será detectada uma discrepância, ou seja, descumprimento da LC, que perderá
seu valor.
9. Banco Negociador envia documentos de exportação para Banco Emitente.
10. Banco emissor reembolsa Banco Negociador.
11. Banco Emitente envia documentos para importador.
12. Importador efetua pagamento ao Banco emitente.
13. Importador providencia despacho aduaneiro.
Mas antes de partir diretamente para o cálculo, você conhecerá os principais benefícios
fiscais na exportação:
Além disso, o exportador pode creditar-se do ICMS pago na aquisição dos insumos desti-
nados à industrialização ou mercadorias adquiridas para revenda, bem como da energia
elétrica (na proporção da exportação sobre as saídas ou prestações totais ou integralmen-
te quando consumida no processo de industrialização) e serviços de comunicação (na
proporção da exportação sobre as saídas ou prestações totais).
Com relação à COFINS não cumulativa, instituída pela Lei 10.833/2003, o artigo 6 da
mesma estipula a não incidência sobre as receitas decorrentes das exportações de merca-
dorias ou serviços, admitido, ainda, o crédito das referidas aquisições.
Como calcular o PVMI? Inicialmente, temos que definir o Incoterm, que definirá quais
obrigações e riscos contemplarão o preço. Para efeito didático e prático, vamos calcular
o preço Free on Board - FOB de exportação.
O Lucro desejado e a comissão do agente representam 35% do valor FOB. Devem ser
calculados utilizando uma regra de três simples:
R$ 75,78 / 2,10 = US$ 36,09 unitário ou US$ 36.090,00 para o embarque total.
Este artifício de estimar uma taxa de câmbio é uma forma de proteção contra
Hedge
possíveis variações cambiais durante a operação. No entanto não se trata Um exemplo é o caso de uma empresa
de uma regra rígida. Empresas podem adotar a taxa de câmbio do dia, no que tem de pagar uma fatura em
nosso exemplo R$2,20, e realizar uma operação financeira chamada hedge moeda estrangeira no prazo de 60
dias. Se comprar hoje, no mercado
ou outras formas como trava de câmbio.
de futuros, um montante dessa
moeda equivalente ao valor da
fatura, consegue isolar-se do risco
de ocorrerem alterações da taxa de
câmbio que tornem a transação mais
cara na sua moeda. A estratégia
de hedging pode ser concebida de
forma a limitar apenas parcialmente
o risco cambial ou, através da
utilização de opções, dando ao
investidor a hipótese de ganhar
se a flutuação for a seu favor.
Trava de câmbio
Trava de Câmbio e um mecanismo de
arbitragem financeira, com os créditos
futuros de exportação, decorrente do
fechamento de contrato de câmbio,
seja na fase anterior ou posterior
Custo de Importação ao embarque das mercadorias,
sem que haja o adiantamento dos
Reais equivalentes para a empresa.
Permite ao exportador travar a taxa
Como você já aprendeu, no comércio internacional, a exportação é desone- de câmbio relativa à sua exportação
rada de tributos. No entanto, é na importação que se recolhem tributos. O no momento que mais lhe convier.
primeiro tributo recolhido na importação, já conhecido por você, é o imposto
de importação. Ele é cobrado dos importadores na forma de barreira tarifária. Lembrou?
Vamos iniciar com a composição da base de cálculo pra recolhimento dos tributos.
Suponha a importação com o valor abaixo:
A partir do valor CIF, iremos calcular os tributos, somar as despesas aduaneiras e demais
taxas e outras despesas. Você poderá notar que mesmo não sendo produzida no Brasil,
a mercadoria recolherá todos os tributos do nosso país e mais alguns inerentes à impor-
tação. Dessa forma, do ponto de vista fiscal, será imposta aos produtos importados, no
mínimo, a mesma condição de competitividade imposta aos produtos nacionais.
Fórmulas:
II = VA . a
IPI = (VA + II). b
COFINS = (VA . X). c
PIS = (VA . X). d
X = {1+ e . [a + b . (1 + a)]} / [(1 – c – d) . (1 – e)]
BC ICMS = [(VA + II + IPI + D) / (1-e)]
ICMS = BC ICMS
D = somatório das despesas aduaneiras + valor do PIS + valor do COFINS
ATENÇÃO
PIS E COFINS compõem D apenas para efeito de cálculo da Base de cálculo do ICMS.
II custo
ICMS crédito
PIS crédito
COFINS crédito
Parabéns, você concluiu a primeira parte do último módulo do seu curso. A partir de agora
você já está apto a realizar importantes cálculos que lhe permitirão realizar operações de
exportação e importação com mais segurança.
Os fluxos de pagamentos internacionais, o tratamento tributário e cálculos de preço FOB
e custo CIF, assim como as linhas de financiamento disponíveis para os negócios interna-
cionais constituem importantes ferramentas para o seu aprendizado.
Referências
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2008.
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2000
MINERVINI, Nicola. O Exportador. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
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SARTORI, Eloi. Gestão de preços Estratégia e flexibilização de preços, fidelização de clientes e Aumento de renta-
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