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Guerra Fria

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e


conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o
período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
Soviética (1991). Em resumo, foi um conflito de ordem política, militar, tecnológica,
econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência.

Uma parte dos historiadores defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo,
representado pelos Estados Unidos e o socialismo, defendido pela União Soviética
(URSS). Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com uma série
de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, até a
década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as
décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa
contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais envolveram Estados
capitalistas, como os Estados Unidos contra diversas potências locais mais
nacionalistas.

É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta ou seja bélica, "quente", entre as
duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida
armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo
central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de 1960
até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente
estadunidense Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".

Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via


tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas
superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica
em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos
e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos
lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados
opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para
mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais.

Neste contexto, os chamados países não alinhados, mantiveram-se fora do conflito não
alinhando-se aos blocos pró-URSS ou pró-EUA. E formariam um "terceiro bloco" de
países neutros: o Movimento Não Alinhado.

Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica


durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do
Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua
hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado à soviético, logo
poderia ser visto com simpatia pelos EUA e receber apoio.

A Guerra da Coreia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975) e a Guerra do


Afeganistão (1979-1989) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa
tensão na Crise dos mísseis em Cuba (1962) e, também na América do Sul, a Guerra das
Malvinas (1982). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos
locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarização entre
EUA e URSS.
Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes polos de poder mundial,
é que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar.
Principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre
1945 e 1991, apenas EUA e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou
seja, capacidade de dissuasão nuclear.

A Crise no Pós-Guerra

Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos
exércitos das duas grandes potências vencedoras, os EUA e a URSS. O desnível entre o
poder destas duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que
rapidamente se constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes
polos.

Os EUA defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação da


democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo como
resposta ao domínio burguês e solução dos problemas sociais.

Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada
um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob
influência cultural, ideológica e econômica estado-unidense, e a maior parte do Leste
Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob influência soviético. Assim, o mundo
dividido sob a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época,
estava também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.

Entretanto era notória deste o início da Guerra Fria a superioridade norte americana. Em
1945 os Estados Unidos tinham metade do PIB mundial, 2/3 das reservas mundiais de
ouro, 60% da capacidade industrial ativa do mundo, 67% da capacidade produtora de
petróleo, além da maior Marinha e da maior Força Aérea que existia. Seus exércitos
intactos ocupavam metade ocidental da Europa e o Japão, algumas das zonas mais ricas
e industrializadas do mundo antes da Guerra. Também ocupavam parte do sudeste
asiático, especificamente metade da península da Coreia e grande parte das ilhas do
Pacífico. O território continental americano nunca havia sido realmente ameaçado
durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que a batalha travada geograficamente mais
próxima do continente foi a de Pearl Harbor, no Havai.

Por sua vez a União Soviética ocupava a metade oriental da Europa e a metade norte da
Ásia, uma parte da Manchúria e da Coreia, regiões tradicionalmente agrícolas e pobres.
O próprio território soviético havia sido palco de batalhas durante a II Guerra Mundial,
contra divisões alemãs. O resultado é que em 1945 os Estados Unidos contabilizavam
cerca de 500 mil mortos na guerra, contra cerca de 20 milhões de soviéticos mortos
(civis e militares). Centenas de cidades soviéticas estavam destruídas em 1945. A maior
parte das industrias, da capacidade produtiva agrícola e da infra-estrutura de transportes,
energia e comunicações estava destruída ou seriamente comprometida.
Operação Impensável é o nome de um plano inicial de guerra feito pelo
governo britânico em 1945. Tal operação consistia na invasão da então União
Soviética por forças militares britânicas, poloneses exilados, americanos e
mesmo alemães recém rendidos. Bloqueio de Berlim (Junho/1948 -
Maio/1949)

Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas
sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada uma
chefiada por um dos vencedores: Estados Unidos, França, Reino Unido e União
Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e Socialista. Berlim, a capital da
Alemanha, também foi dividida, ainda que sob território de influência soviética. A
comunicação entre o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras zonas era feita
por pontes aéreas e terrestres.

Em 1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os Estados


Unidos, a França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre suas zonas de influência,
para fazer valer nestes territórios o Deutsche Mark (Marco alemão). Josef Stalin, então
líder da URSS, reprovou a ideia e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob
sua influência. Desse modo, em 23 de Junho de 1948, todas as rotas terrestres foram
fechadas pelas tropas soviéticas, numa violação dos acordos da Conferência de Ialta.

Para não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os
países ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte aérea, em que bombardeiros
estado-unidenses saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais de dois milhões de
berlinenses que viviam no ocidente da cidade. Stalin reconheceu a derrota dos seus
planos em 12 de Maio de 1949. Pouco depois, as zonas estado-unidense, francesa e
britânica se unificaram, originando a Bundesrepublik Deutschland (República
Federativa da Alemanha ou Alemanha Ocidental), cuja capital era Bonn. Da zona
soviética surgiu a Deutsche Demokratische Republik (República Democrática Alemã ou
Alemanha Oriental), com capital Berlim, a porção oriental.

Plano Marshall e COMECON

Mapa da Europa mostrando os países que receberam ajuda do Plano Marshall. As


colunas azuis mostram a quantidade total relativa de ajuda por país.

A fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados
Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes
países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário
de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano
econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de
uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da
crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população
descontente. Durante os primeiros anos da Guerra Fria, principalmente, os Estados
Unidos fizeram substanciais investimentos nos países aliados, com notável destaque
para o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental.
O Japão, entre 1947 e 1950, recebeu menos apoio americano. A situação só se
transformou com a explosão da Guerra da Coreia, que fez do Japão o principal aliado
das tropas das Nações Unidas. Após a declaração da guerra, os americanos realizaram
importantes investimentos na economia japonesa, que também foi impulsionada com a
demanda de guerra.

Em 1951 foi elaborado o Plano Colombo, uma organização realizada por países do
Sudeste Asiático, com intenções de reestruturação social. Os norte-americanos
realizaram alguns investimentos para estimular a economia do sub-continente, mas o
volume de capital investido foi muito menor ao destacado para o Plano Marshall, porém
bem menos ambicioso, para estimular o desenvolvimento de países do sul e sudeste da
Ásia.

Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar


também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência
Econômica Mútua). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-
satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não
abandonarem a esfera de influência de Moscou.

Corrida armamentista

Teste nuclear realizado em 18 de Abril de 1953 na Área de Testes de Nevada.

Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma


enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras
obtidas dos cientistas alemães e japoneses.

Novos tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as


chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas
gerações de armas não convencionais, como armas químicas, que praticamente não
foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas
químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás nos campos de
concentração. Algumas armas biológicas foram testadas, principalmente pelo Japão na
China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito pouco eficiente. O maior
destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que qualquer
outra arma já testada até então: bomba atómica. Só os Estados Unidos tinham essa
tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar
estratégica em relação aos soviéticos.

A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais
bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os EUA testavam a primeira
bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até
1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de
ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.

A União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem. Em


1953, nos EUA, o casal Julius e Ethel Rosenberg foi condenado a morte por transmitir à
União Soviética segredos sobre a bomba atómica norte americana.
Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse
a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional.
Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.

A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os EUA e a URSS tinham
armas suficiente para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade
tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas
superpotências, sobreviver a um ataque nuclear massivo do adversário, e a seguir,
utilizando apenas uma fração do que restasse do seu arsenal, pudesse destruir o mundo.
Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque nuclear, para a seguir retaliar o
inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo suficiente nos
líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos
como Destruição Mútua Assegurada ou "Equilíbrio do terror".

OTAN e Pacto de Varsóvia

Em 1949 os EUA e o Canadá, juntamente com a maioria da Europa capitalista, criaram


a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o
objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste
europeu.

Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia
(1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam
em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia
ocasionar uma guerra nunca vista antes.

Mapa dos países pertencentes ao Pacto de Varsóvia.

A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o
início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais
armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes
inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço nas telecomunicações e na
informática.

Com a vitória aparente dos estadunidenses, a política Macartista foi implantada e


divulgada no mundo por meio de longametragens e propagandas políticas. O
macartismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 50, culminou
na criação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos
Estados Unidos. Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró-comunismo estava
terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou
extradição. Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que
criticavam o governo americano foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista
Negra de Hollywood contendo os nomes de pessoas do meio artístico acusados de
atividades antiamericanas. A era do macartismo acabou por extirpar do meio artístico
americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda.

Guerra da Coreia (Junho/1950 - Julho/1953)


O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam
forças militares americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coreia. A
península da Coreia foi dividida, em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de
influência: uma ao norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela
República Popular da China, comunista; era a República Popular Democrática da
Coreia. A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas americanas e
permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida como
República da Coreia.

Forças das Nações Unidas em retirada da Coreia do Norte, após o armistício.

Em 1950, os líderes da Coreia do Norte, incentivada pela vitória do socialismo na China


um ano antes, recebeu apoio da URSS para tentar reunificar a Coreia sob o comando de
um governo socialista, invadiu e ocupou a capital sul-coreana Seul, desencadeando um
conflito armado. Os Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações
Unidas, a formação de uma força multinacional para defender a Coreia do Sul. Na
ocasião a URSS se recusou a participar da reunião do Conselho de Segurança das
Nações Unidas em que esta medida foi discutida, e os Estados Unidos conseguiram
legitimar a primeira grande batalha militar da Guerra Fria contra o bloco soviético.

As tropas anglo-americanas fizeram a resistência no sul, reconquistando a cidade e


partindo em uma investida contra o norte. A China, sentindo-se ameaçada pela
aproximação das forças ocidentais, enviou reforços à frente de batalha, fazendo da
Coreia um grande campo de batalha.

Após muitas batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de
paz é negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americano
Douglas MacArthur chegou a solicitar o uso de armas nucleares contra a Coreia do
Norte e a China, mas foi afastado do comando das forças americanas.

Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio,
em 1953, é que um armistício foi assinado em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953. O
acordo manteve a península da Coreia dividida em dois Estados soberanos, praticamente
como antes do início da guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa
divisão da Coreia em dois países se mantém até hoje. Em Junho de 2000, os governos
das duas Coreias anunciaram planos de reaproximação dos dois países. Isso significou o
início da desmilitarização da região, a diminuição do isolamento internacional da Coreia
do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de reencontrar parentes separados
há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da Coreia do Sul, Kim
Dae Jung, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2000.

A Operação Washtub, foi uma Operação Washtub

operação secreta da CIA organizada para plantar um falso esconderijo de armas


Soviético na Nicarágua para demonstrar que a Guatemala tinha laços com Moscou. A
operação fazia parte de um plano para derrubar o Presidente da Guatemala, Jacobo
Arbenz Guzmán em 1954.
Corrida Espacial

Yuri Gagarin, a primeira pessoa no espaço (1961).

Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia. Na
urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética
procuraram melhorar os seus arsenais militares. Como consequência, algumas
tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos sintéticos) foram frutos dessa corrida.

A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o


lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países
investiram pesadamente na tecnologia espacial.

Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de


artefatos nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a
URSS começou a investir em uma nova geração de armas que compensasse esta
debilidade estratégica. Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de
1957, quando os soviéticos lançaram Sputnik, o primeiro artefato humano a ir ao espaço
e orbitar o planeta. Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik II e,
dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.

Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I,


em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos
conseguiram lançar Vostok I, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser
humano a ir ao espaço e voltar são e salvo.

Astronauta Buzz Aldrin fotografado por Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar na
Lua) durante a missão Apollo 11, em 20 de Julho de 1969.

A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F.
Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os
soviéticos apressaram-se para vencer os estadounidenses na chegada ao satélite. As
missões Zond deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a
falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não-tripuladas, Zond 5 e Zond
6, em 1968. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada
Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.

O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11


conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se
os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.

A corrida espacial se tornou secundária com a distensão dos anos 1960-1970, mas volta
a ter relevância nos anos 1980, no que pode ser considerado o último capítulo daquela
disputa. O presidente dos EUA anuncia investimentos bilionários na construção de um
sistema espacial de defesa anti-mísseis balísticos. A oficialmente denominada Iniciativa
Estratégica de Defesa e conhecida como guerra nas estrelas, poderia defender o
território americano dos mísseis russos e acabar com a lógica da Destruição Mútua
Assegurada.

Neste contexto os EUA enviam ao espaço o primeiro veículo espacial reutilizáveis: o


ônibus espacial. A URSS levaria alguns anos para construir a sua versão do ônibus
espacial, (o Buran) mas foi a primeira a colocar no espaço uma nave espacial armada de
ogivas nucleares, a Polyus, que teria sido destruída pelos próprios líderes soviéticos em
1987, quando já estavam avançadas as negociações diplomáticas para por fim à Guerra
Fria.

Arpanet

Outro campo em que ocorreu grande desenvolvimento durante a Guerra Fria foi o das
comunicações. Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960,
O Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os
computadores, que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das
principais universidades americanas. A rede de comunicações criada pela agência Arpa
ficaria conhecida como Arpanet.

A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central
de informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em
uma rede, ou seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas
entre si. A infraestrutura da rede foi construída com fibra óptica para não sofrer
interferência dos pulsos eletromagnéticos produzidos pelas explosões nucleares.[2] O
sistema foi inaugurado com sucesso em 1969, na Universidade da Califórnia (UCLA),
com o envio de uma mensagem de caracteres para outro servidor.

Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins
militares e acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria
liberada para uso comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet.
Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee criaria o HTML (Linguagem de Marcação de
Hipertexto). Na década de 1990 a Internet passaria por um processo de expansão
gigantesco, tornando-se um grande meio de comunicação da atualidade.

A coexistência pacífica (1953 - 1962)

Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral


do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos soviéticos.
Condenou os crimes de seu antecessor e pregou a política da coexistência pacífica entre
os soviéticos e americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o
conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial).
Houve apenas tentativas de espionagem. Esta política também possibilitou uma
aproximação entre os líderes. Khrushchov reuniu-se diversas vezes com os presidentes
americanos: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no Reino Unido; em 1959 nos
Estados Unidos; e em 1960 na França; e com Kennedy se encontrou uma vez, em 1961,
em Viena, Áustria.

Os países não alinhados

Um grupo de países optou por não tomar parte na Guerra Fria. Em sua maioria, países
africanos, asiáticos e ex colônias européias de independência recente. Para garantir sua
neutralidade, os assim denominados países não alinhados, promoveram a criação do
Movimento Não Alinhado.

Crises da Guerra Fria (1956 - 1962)

Revolução húngara (1956)

Em 1956, os húngaros tentaram se sobressaltar contra Moscou, numa rebelião que durou
12 dias (23 de Outubro a 4 de Novembro). Buscavam a independência política da
Hungria, mas foram reprimidos violentamente pelos soviéticos e pela própria polícia de
estado húngara. O resultado, ao contrário, foi a instauração de um governo pró-soviético
ainda mais opressor e ditatorial.

Guerra de Suez (1956)

O rei do Egito, pró-europeu, foi derrubado por Gamal Abdel Nasser em 1953, que
procurou instalar uma política nacionalista e pan-arabista. Sua primeira manobra
política de efeito foi a guerra que declarou contra o recém-criado estado de Israel,
porque eles teriam humilhado os árabes na Guerra de Independência Israelita. Com os
clamores de outros países árabes para uma nova investida contra os judeus, Nasser
aliou-se à Jordânia e à Síria.

Tropas israelenses preparando-se para o combate na Península do Sinai.

Na mesma época, Nasser teria declarado a intenção de nacionalizar o Canal de Suez,


que era controlado majoritariamente por franceses e britânicos. Isso preocupou as duas
potências, que necessitavam do canal para seus interesses colonialistas na África e Ásia.
Assim, a França, o Reino Unido e Israel decidiram formar uma aliança, declararam
guerra ao Egito de Nasser e cuidaram da ocupação do Egito. Os europeus cuidaram de
bombardear e lançar paraquedistas em locais estratégicos, enquanto os israelitas
cuidaram da invasão terrestre, invadindo a península do Sinai em poucos dias depois.

A guerra no Egito perturbou a paz que vinha sendo mantida entre Washington D.C. e
Moscou. Dwight D. Eisenhower, então presidente americano, criticava a repressão em
Budapeste, na Hungria, e teve que provar que era contra a invasão a Israel. Os Estados
Unidos tentaram várias vezes fazer os europeus mudarem de ideia e retirar os ocupantes
do Egito, ao mesmo tempo que Khrushchev demandava respostas. Os Estados Unidos,
inclusive, tentaram, a 30 de Outubro de 1956, levar ao Conselho de Segurança das
Nações Unidas a petição de retirada das tropas do Egito, mas França e Reino Unido
vetaram a petição. A União Soviética seguia a mesma linha de raciocínio do Estados
Unidos, sendo assim favorável à desocupação das terras egípcias porque queria estreitar
laços com os árabes, e se aliou rapidamente à Síria e ao Egito.

A crescente pressão econômica estadunidense e a ameaça de Khrushchov de que


"modernas armas de destruição" seriam usadas em Londres e Paris fizeram os dois
países recuarem, e os aliados se retiraram do Sinai em 1957. Após a retirada, o Reino
Unido e a França foram forçadas a perceber que não eram mais líderes políticos do
mundo, enquanto o Egito manteve sua política nacionalista e, mais tarde, pró-soviética.

Crise dos Mísseis (1962)

Cuba, a maior das ilhas caribenhas, sofreu uma revolução em 1959, que retirou o
ditador pró-estadunidense Fulgêncio Batista do poder, e instaurou a ditadura de Fidel
Castro a partir de 1959. A instauração de um regime socialista preocupou a Casa Branca
que ainda em 1959 tentou depor o novo governo, apoiando membros ligados ao antigo
regime e iniciando um embargo econômico à ilha. Com o bloqueio do comércio de
petróleo e grãos, Cuba passa a adquirir esses produtos da URSS. O governo de Fidel
Castro, inicialmente composto por uma frente de grupos nacionalistas, populistas e de
esquerda, que variava de social-democratas aos de inspiração marxista-leninista,
rapidamente se tornaria polarizaria em torno dos líderes mais pró-URSS. Em 1961, a
CIA chegou a organizar o desembarque de grupos de oposição armados que deporiam
Fidel Castro na operação da Invasão da Baía dos Porcos, que foi um fracasso completo.
Diante desta situação o novo regime cubano se aproxima rapidamente da URSS, que
oferece proteção militar.

Em 1962, a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos nucleares em Cuba.


Segundo Kruschev, a medida era puramente defensiva, para evitar que os Estados
Unidos tentassem nova investida contra os cubanos. Por outro lado, no plano estratégico
global, isto representava uma resposta à instalação de mísseis Júpiter II pelos
estadunidenses na cidade de Esmirna, Turquia, que poderiam ser usadas para
bombardear todas as grandes cidades da União Soviética.

Local de lançamento de mísseis em Cuba, dia 1 de Novembro de 1962.

Rapidamente, o presidente Kennedy tomou medidas contrárias, como a ordenação de


quarentena à ilha de Cuba, posicionando navios militares no mar do Caribe e fechando
os contatos marítimos entre a União Soviética e Cuba. Vários pontos foram levantados a
respeito deste bloqueio naval: os soviéticos disseram que não entendiam porque
Kennedy havia tomado essa medida, já que vários mísseis estadunidenses estavam
instalados em territórios dos países da OTAN contra os soviéticos, em distâncias
equivalentes àquela entre Cuba e os EUA; Fidel Castro revelou que não havia nada de
ilegal em instalar mísseis soviéticos em seu território[carece  de fontes?]; e o primeiro-ministro
britânico Harold Macmillan disse não ter entendido por que não foi sequer ventilada a
hipótese de acordo diplomático[carece  de fontes?].

Em 23 e 24 de Outubro, Kruschev teria enviado uma carta a Kennedy[carece  de fontes?],


informando suas intenções pacíficas. Em 26 de Outubro disse que retiraria seus mísseis
de Cuba se Washington se comprometesse a não invadir Cuba[carece  de fontes?]. No dia
seguinte, pediu também a retirada dos balísticos Júpiter da Turquia. Mesmo assim, dois
aviões espiões estadunidenses U-2 foram abatidos em Cuba e na Sibéria em 27 de
Outubro, o ápice da crise. Neste mesmo dia, os navios mercantes soviéticos haviam
chegado ao Caribe e tentariam passar pelo bloqueio. Em 28 de Outubro, Kennedy foi
obrigado a ceder os pedidos, e concordou em retirar os mísseis da Turquia e não atacar
Cuba. Assim, Nikita Kruschev retirou os mísseis nucleares soviéticos da ilha.

Apesar de o acordo ter sido negativo para os dois lados, o grande derrotado foi o líder
soviético, que foi visto como um fraco que não soube manter sua posição frente aos
estadunidenses.

Sobre isso, disse o Secretário de Estado Dean Rusk:

"Nós estivemos cara a cara, mas eles piscaram"[carece  de fontes?].

Dois anos depois, Kruschev não aguentou a pressão e saiu do governo. Kennedy
também foi mal-visto pelos comandantes militares dos Estados Unidos. O general
Curtis LeMay disse a Kennedy que este episódio foi "a maior derrota da história
estadunidense" [carece  de fontes?], e pediu para que os Estados Unidos invadissem
imediatamente Cuba[carece  de fontes?].

América Latina

Durante a Guerra Fria, a propaganda e os os esforços anticomunistas dos EUA fizeram-


se sentir na região. De 1946 a 1984, os Estados Unidos mantiveram no Panamá a Escola
das Américas. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários
ditadores latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o ditador do
Panamá Manuel Noriega, e Leopoldo Galtieri, líder da Junta Militar da Argentina. A
partir de 1954, os serviços de inteligência norte-americanos participaram de golpes de
estado contra governos latino-americanos.[3][4] Após a Revolução cubana, o receio de
que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao
comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e
econômicos dos EUA foram removidos do poder.

Em 1961, o presidente Kennedy criou a Aliança para o Progresso, para abrandar as


tensões sociais e auxiliar no desenvolvimento econômico das nações latino-americanas.
Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto pretendia-
se afastar a possibilidade das nações da América Latina alinharem-se com o bloco
soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em
1969 pelo presidente Richard Nixon.

Golpes de Estado ocorridos na América Latina neste período:


 1954: Golpe de Estado na Guatemala - Jacobo Arbenz Guzmán presidente
reformista, eleito, foi deposto pelo 1º Golpe de Estado promovido pela CIA na
América Latina.[5]
 1964: Golpe de Estado no Brasil: João Goulart foi deposto por uma revolta
militar e exilou-se no Uruguai.
 1973: Golpe de Estado no Chile: em 11 de Setembro de 1973, uma rebelião
militar liderada por Augusto Pinochet e apoiada pelos EUA, depôs o presidente
Salvador Allende.

A Distensão (1962 - 1979)

Jimmy Carter e Leonid Brejnev assinando o SALT II, em 1979.

O período da distensão (Détente) seguiu-se à Crise dos Mísseis, por ela quase ter levado
as duas superpotências a um embate nuclear. Os EUA e a URSS decidiram, então,
realizar acordos para evitar uma catástrofe mundial. Nesta época, vários tratados foram
assinados entre os dois lados. A política Détente, foi principalmente seguida por
Brejnev, que mais tarde criaria um grande sistema diplomático e de distensão, sendo
este o sistema que salvaria a pele de Brejnev, que entrara em uma estagnação
econômica, apesar de alcançar um bem-estar para o povo soviético. Durante a direção
de Brejnev e sua inseparável doutrina, o povo que nascera depois da Guerra Fria nunca
havia presenciado um momento de tanta paz mundial.

 Tratado de Moscou (1963) - Os dois países regularam a pesquisa de novas


tecnologias nucleares e concordaram em não ocupar a Antártica.
 TPN (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) (1968) - Os países
signatários (EUA, URSS, China, França e Reino Unido) comprometiam-se a não
transmitir tecnologia nuclear a outros e a se desarmarem de arsenais nucleares.
 SALT I (Strategic Arms Limitation Talks - Acordo de Limitação de
Armamentos Estratégicos) (1972) - Previa o congelamento de arsenais nucleares
dos Estados Unidos e da União Soviética.
 SALT II (1979) - Prorrogação das negociações do SALT I. (ver: Conversações
sobre Limites para Armas Estratégicas)

Os dois países tinham seus motivos particulares para buscar acordos militares e
políticos. A URSS estava com problemas nos relacionamentos com a China, e viu este
país se desalinhar do socialismo monopolista de Moscou. Isso criou a prática da
diplomacia triangular, entre Washington, Moscou e Pequim. Também estavam com
dificuldades agrícolas e econômicas. E os Estados Unidos haviam entrado numa guerra
contra o Vietnã, e na década de 1970 entrariam em uma grave crise econômica.

A Distensão, apesar de garantir o não-confronto militar, acirrou a rivalidade política e


ideológica, culminando em algumas revoltas sociais e apoios a revoltas e revoluções na
Europa e no Terceiro Mundo.

Como exemplo, pode-se citar a Invasão do Afeganistão, a Intervenção Soviética em


Praga, e a própria guerra do Vietnã.
Guerra do Vietnã (1964 - 1975)

A Guerra do Vietnã foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e


socialistas no período da Guerra Fria. Opôs o Vietname do Norte e guerrilheiros pró-
comunistas do Vietname do Sul contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e
os Estados Unidos.

Após a Convenção de Genebra (1954), o Vietnã, recém-independente da França, seria


dividido em duas zonas de influência, como a Coreia, e estas zonas seriam
desmilitarizadas e mantidas cada uma sob um dos regimes (capitalismo e socialismo).
Foi estipulada uma data (1957) para a realização de um plebiscito, decidindo entre a
reunificação do país ou não e, se sim, qual regime seria adotado.

Infelizmente para o Vietname do Sul, o líder do Norte, Ho Chi Minh, era muito
benquisto entre a população, por ser defensor popular e herói de guerra. O governo do
Vietname do Sul decidiu proibir o plebiscito de ocorrer em seu território, pois queria
manter o alinhamento com os estadunidenses. Como o Vietname do Norte queria a
reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.

O Vietname do Norte contou com o apoio da Frente de Liberação Nacional, ou


vietcongs, um grupo de rebeldes no Vietname do Sul. E o Vietname do Sul contou, em
1965, com a valiosa ajuda dos Estados Unidos. Eles entraram na guerra para manter o
governo capitalista no Vietname, e temendo a ideia do "efeito dominó" (Teoria do
Dominó) no qual, ao verem um país que se libertou do capitalismo preferindo o
socialismo, outros países poderiam seguir o exemplo (como foi o caso de Cuba).

Até 1965, a guerra estava favorável ao Vietname do Norte, mas quando os Estados
Unidos se lançaram ao ataque contra o Vietname do Norte, tudo parecia indicar que
seria um grande massacre dos vietnamitas, e uma fácil vitória ocidental. Mas os
vietnamitas do norte viram nessa guerra uma extensão da guerra de independência que
haviam acabado de vencer contra a França, e lutaram incessantemente. Contando com o
conhecimento do território, os vietnamitas do norte conseguiram vencer os Estados
Unidos, o que é visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos Estados
Unidos. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de
Paz de Paris, onde os EUA reconheceram a unificação do Vietnã sob o regime
comunista de Ho Chi Minh.

A Distensão na Europa

A Europa, continente que mais sofreu com a divisão mundial, também sofreu os efeitos
da distensão política. Os países começaram a questionar as ideologias a que foram
impostos, e optaram cada vez mais pelo abrandamento, no lado ocidental, e pela revolta
popular seguida de forte repressão, no lado oriental.
 Em 1968, a Tchecoslováquia viu uma grande manifestação popular apoiar ideias
de abertura política em direção à social-democracia e a um "socialismo com uma
face humana". Este movimento ficou conhecido como Primavera de Praga, em
alusão à capital da Tchecoslováquia, Praga, local onde os movimentos populares
tomavam corpo. Temendo a liberdade política da Tchecoslováquia, Leonid
Brejnev, líder da URSS, ordenou a invasão de Praga e a repressão do movimento
popular.
 Em 1966, Charles de Gaulle, presidente da França, manteve os seus ideais de
nacionalismo francês e antiamericanismo e desalinhou-se com as práticas
estadunidenses, saindo da OTAN.
 Em 1969, o chanceler da Alemanha Ocidental anuncia a "Ostpolitik", uma
política de aproximação dos vizinhos, os alemães orientais. Em 1972 os Estados
passam a se reconhecerem mutuamente podendo, assim, voltar a integrar a
ONU.

O reconhecimento da China pelos Estados Unidos

Desde o início da década de 1950 a República Popular da China tinha problemas com a
União Soviética, por causa de hierarquia de poderes. Moscou queria que o socialismo
no mundo fosse unificado, sob a tutela do Kremlin, enquanto Pequim achava que a
República Popular da China não deveria se submeter aos soviéticos. Além disso, o
governo chines exigia que a URSS transferisse sua tecnologia nuclear para a China, o
que não era bem visto por Moscou. Este processo acabou levando a ruptura sino-
soviética.

Ao longo dos anos 1960 os Estados Unidos iniciaram uma aproximação com a URSS
que levaria ao que ficou conhecido como distensão política, enquanto recrudesceram
suas relações com a China comunista, aprofundando a disputa com este pais no Sudeste
Asiático, onde se aprofundava a Guerra do Vietnã. Neste período as disputas entre
URSS e China cresceram ainda mais. Esta tensão tornou-se um problema crescente para
os soviéticos, que perdiam um forte aliado no Leste Asiático e passaram a ver a China
como uma potencial ameaça. No fim dos anos 1960, a China passa a manter cerca de 1
milhão de soldados na fronteira com a URSS, o que força a URSS a manter outro
volume equivalente de tropas na região.

O auge da disputa entre China e URSS é considerado o ano de 1969, quando ocorre um
confronto armado na fronteira sino-soviética, na região do rio Ussuri (nordeste da
Manchúria) e os dois países quase entram em guerra.

Nos anos 1970 a situação se inverte e os EUA passam a se aproximar da China e isolar
novamente a URSS, iniciando inclusive um processo de ampliação das relações
ecônomicas com a China e de guerra comercial com a URSS.[6]

Estas mudanças ocorridas na década de 1970, pioraram ainda mais a situação da URSS,
pois Mao Tse-tung, secretario-geral da China socialista, ampliou o processo de
aproximação com os EUA. Além de isolar a URSS, a aproximação com os EUA trouxe
vantagens para a China, como o fim da Guerra do Vietnã, o reconhecimento
diplomático pelos americanos, a adesão da China à ONU e a substituição de Taiwan
(China nacionalista) pela China no Conselho de Segurança da ONU.
Desde a Revolução Chinesa de 1949, o mundo ocidental via o governo de Mao Tse-
Tung como ilegal, e continuaram reconhecendo como governo legítimo da China o
governo refugiado em Taiwan. Com a aproximação entre Pequim e Washington, os
Estados Unidos passaram a reconhecer o governo de Mao Tse-tung como o legítimo
regente chinês, ou seja, a República Popular da China como a China de fato. Assim,
outros países ocidentais tomaram a mesma decisão, e a China pôde entrar para ONU,
como participante e como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Em
1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris,
os EUA reconheceram a unificação do Vietnã e iniciaram uma nova fase de cooperação
com a China. A partir deste período, e principalmente nos anos 1980, a China passaria a
apoiar os EUA na disputa deste pais com a URSS.

A "Segunda" Guerra Fria (1979-1985)

A Guerra Fria em 1980.

Após o ano de 1979, seguiu-se uma nova fase nas relações amistosas entre os Estados
Unidos e a União Soviética, que ampliaram as relações entre as duas superpotências. O
período que vai de 1979 a 1985, 1987 ou 1988 (dependendo da classificação), ficou
conhecido como "II Guerra Fria", devido à retomada das hostilidades indiretas entre
EUA e URSS, após o período da "distensão". No plano estratégico ficou clara a
formação de uma grande coalizão global contra a União Soviética, que passou a incluir,
além dos Estados Unidos e seus aliados da OTAN e o Japão, também a China.[7]

Embora na época o apoio chinês à estratégia americana de cercamento da URSS tenha


sido considerado secundário, hoje muitos historiadores consideram que este papel pode
ter sido determinante para o desfecho da Guerra Fria.

Os principais episódios que marcaram este período foram:

 Em 1979 a União Soviética invade o Afeganistão, assassinando Hafizullah


Amin, e colocando em seu posto Brabak Karmal, que era a favor das políticas de
Moscou. A este evento seguiu-se uma grande resistência anti-soviética,
principalmente da parte dos mujahidin das montanhas afegãs. Eles eram
abastecidos por outros países, como China, Arábia Saudita, Paquistão e o
próprio Estados Unidos. Após dez anos de lutas, as tropas soviéticas tiveram que
abandonar o país, em 1988. Esta vitória dos mujahidin possibilitou, anos depois,
a formação do grupo Taleban, que aproveitou a desordem no país para instaurar
um governo autoritário fundamentalista no Afeganistão, nos anos 1990.

 Ainda em 1979 Margaret Thatcher foi eleita primeira-ministra do Reino Unido


pelo Partido Conservador, e deu à política externa do país uma face mais
agressiva contra o regime soviético.
 Por fim, ainda em 1979 o principal aliado americano no Golfo Pérsico, o Irã, que
passava por grande turbulência interna, passa por uma Revolução Islâmica
nacionalista e de caráter fortemente anti-americana, que levou os EUA a
iniciarem uma longa disputa com o novo regime no país.[8] Como resultado deste
processo, a partir de 1980, os Estados Unidos passaram a apoiar o Iraque na
guerra deste país contra o Irã, que ficou conhecida como "Guerra Irã-Iraque".
 Em 1981, Ronald Reagan foi eleito presidente dos Estados Unidos e, ao
contrário de seus antecessores, que pregavam a Distensão, Reagan defendia a
retomada da estrategia de cercamento da URSS, conforme defendido por Henry
Kissinger no fim dos anos 1970 e, de forma mais clara, por Zbigniew Brzezinski
e Donald Rumsfeld, nos anos 1980, o que implicava na retomada do confrontdo
com a União Soviética. Dentre os resultados desta politica, foi ampliado o
fornecimento de armamentos a Saddam Hussein, ditador iraquiano, que lutava
contra o Irã na Guerra Irã-Iraque e o apoio aos guerrilheiros mujahidin que
lutavam contra os soviéticos no Afeganistão.[9]
 Em 1983, forças militares americanas invadiram Granada, que havia sofrido um
golpe militar liderado pelo vice-primeiro-ministro Bernard Coard, que havia
depôsto o primeiro-ministro granadino, Maurice Bishop. O governo instituído
por Bernard Coard, tinha o apoio de Cuba, mas em 25 de Outubro, 7.300
combatentes americanos invadiram a ilha, derrotando as forças granadinas e
cubanas. Após a vitória dos EUA, o Governador Geral de Granada, Paul Scoon,
nomeou um novo governo e, em meados de Dezembro, as forças dos EUA
retiraram-se.
 Em 1983 o Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, anuncia a criação da
Iniciativa Estratégica de Defesa, que ficaria conhecida como "Programa Guerra
nas Estrelas", que tinha por objetivo criar um "escudo" contra os mísseis
balísticos soviéticos, dando grande vantagem aos Estados Unidos na corrida
armamentista e na corrida espacial.[10] A reação soviética foi ampliar ainda mais
os seus elevados gastos na área de defesa e no desenvolvimento do seu
dispendioso programa espacial.

A Era Gorbachev - o fim da Guerra Fria (1985-1991)

Mudanças políticas na Europa após 1989, incluindo a reunificação alemã.

Depois da gestão de Brejnev, a União Soviética teve duas rápidas governanças, Yuri
Andropov e Konstantin Chernenko, homens que durante o período de Brejnev eram
seus segundo homens, tendo um poder quase total sobre o país, sendo Andropov o chefe
da temida e poderosa polícia secreta KGB e Chernenko, por treze anos carregando o
segundo mais alto cargo dentro do país, que, na prática, governou o país durante a
decadência na saúde de Brejnev, no final da década de 1970, e que surpreendentemente
foi derrotado nas eleições por Andropov, que morreu pouco tempo depois de chegar ao
cargo político máximo.

Seguinte a Chernenko, o chamado último bolchevique, foi eleito Mikhail Gorbachev,


cuja plataforma política defendida era a necessidade de reformar a União Soviética, para
que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de
políticos tecnocratas - que vinham ganhando espaço desde o governo Khrushchov - se
firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática
com o mundo ocidental.
Perestroika e Glasnost

Gorbachev, embora defensor de Karl Marx, defendeu o liberalismo econômico na


URSS como a única saída viável para os graves problemas econômicos e sociais. A
União Soviética, desde o início dos anos 70, passava por grande fragilidade,
evidenciada na queda da produtividade dos trabalhadores e a queda da expectativa de
vida. A alta nos preços do petróleo no período 1973-1979 e a nova alta de 1979-1985,
deram uma sobrevida temporária a um sistema econômico que já estava falido. A crise
econômica mundial dos anos 1980, a escassez de moedas fortes e a queda no preço das
commodities exportadas pela URSS (petróleo e cereais), ajudaram a aprofundar a crise
do sistema econômico planificado da União Soviética.

Os gastos militares estavam tornando-se muito altos para uma economia como a
soviética, planificada, extremamente burocratizada e com cerca de metade do PIB dos
EUA. A economia de mercado dos EUA era muito mais competitiva e permitia o
repasse acelerado de tecnologias militares e aeroespaciais de ponta para o setor civil. Na
URSS tudo que seria produzido era previamente planejado nos Planos Quinquenais. A
burocracia dificultava qualquer transferência de tecnologia sensível para o setor
produtivo civil e toda a produção agrícola era milimetricamente planejada. Quando
ocorre o acidente nuclear de Chernobil 1986, toda a produção agrícola daquele ano foi
perdida, os gastos inesperados foram enormes e o Estado que havia planejado exportar
uma safra recorde de grãos, teve que importar comida. Rapidamente começava a faltar
até mesmo pão no país que havia sido o maior produtor mundial de trigo. Somando-se
aos custos do envolvimento de meio milhão de homens no Afeganistão durante os anos
1980, mais os gastos militares da nova corrida armamentista, conhecida como segunda
Guerra Fria, aquela enorme economia engessada colapsou.

Frente a estes problemas, Mikhail Gorbachev aplicou dois planos de reforma na URSS:
a perestroika e a glasnost.

 Perestroika: série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbachev, não seria


necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria
inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União
Soviética, o que implicou em diminuição de armamentos e a retirada das tropas
soviéticas do Afeganistão.
 Glasnost: a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do
governo para a população, retirando a forte censura que o governo comunista
impunha.

A nova situação de liberdade na União Soviética possibilitou um afrouxamento na


ditadura que Moscou impunha aos outros países. Pouco a pouco, o Pacto de Varsóvia
começou a enfraquecer, e cada vez mais o Ocidente e o Oriente caminhavam para vias
pacíficas. Em 1986, Ronald Reagan encontrou Gorbachev em Reykjavík, Islândia, para
discutir novas medidas de desarmamento dos mísseis estacionados na Europa.

O desalinhamento das repúblicas orientais


Alemães em pé em cima do Muro de Berlim, em 1989, ele começaria a ser destruído no
dia seguinte.

O ano de 1989 viu as primeiras eleições livres no mundo socialista, com vários
candidatos e com a mídia livre para discutir. Ainda que muitos partidos comunistas
tivessem tentado impedir as mudanças, a perestroika e a glasnost de Gorbachev tiveram
grande efeito positivo na sociedade. Assim, os regimes comunistas, país após país,
começaram a cair.

A Polônia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do


partido Solidariedade na Polônia), e a Tchecoslováquia, a Bulgária, a Romênia e a
Alemanha Oriental tiveram revoltas em massa, que pediam o fim do regime socialista.
O ponto culminante foi a queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro de 1989, que
pôs fim à Cortina de Ferro e, para alguns historiadores, à Guerra Fria em si.

Formação da CEI, o fim oficial da União Soviética.

Esta situação repentina levou alguns conservadores da União Soviética, liderados pelo
General Guenédi Ianaiev e Boris Pugo, a tentar um golpe de estado contra Gorbachev
em Agosto de 1991. O golpe, todavia, foi frustrado por Boris Iéltsin. Mesmo assim, a
liderança de Gorbachev estava em decadência e, em Setembro, os países bálticos
conseguiram a independência.

Em Dezembro, a Ucrânia também se tornou independente. Finalmente, no dia 31 de


Dezembro de 1991, Gorbachev anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, renunciando ao cargo que ocupava e ao seu sonho de ver um mundo
socialista.

Nova Guerra Fria

A Nova Guerra Fria é a designação de um novo contexo político internacional, de


tensão entre, adotado novamente as grandes potências militares que disputaram a Guerra
Fria - EUA e Rússia -, na primeira década do novo milénio, onde ambos os países
buscam redefinir suas respectivas regiões de influência e poder. A idéia de uma nova
Guerra Fria nasce a partir da constatação do surgimento de uma série de novas tensões
criadas entre EUA e Rússia nos anos 2000. Dentre os diversos atritos entre EUA e
Rússia nesta década, destaca-se principalmente o projeto estadunidense de construir um
"Escudo antimísseis", durante o governo Bush, que incluiria uma rede de radares e de
sistemas anti-mísseis (bases de mísseis anti-mísseis, satélites e armas laser) em países
da antiga área de influência soviética.[11]

Entretanto, outras disputas entre Rússia e EUA também se desenvolveram ao longo da


década de 2000, incluindo as tensões relacionadas aos projetos de ampliação da OTAN
para o leste da Europa, incluindo países da ex-URSS, como a Ucrânia, país alvo de
novas tensões desde a "Revolução Laranja" de 2004-2005, que implementou um
governo anti-russo no país. Destacaram-se ainda novas disputas envolvendo a região do
Ártico.[12] Também contribuíram para o aumento das tensões russo-americanas, o apoio
indireto dos EUA aos separatistas da Chechênia, o apoio da Rússia (na forma de
fornecimento de armas modernas) a governos considerados hostis aos interesses dos
Estados Unidos, como a Venezuela e o Irã,[13] e, principalmente, a resposta russa durante
a Guerra da Geórgia.[14][15]

Em 2008, a tensão entre Washington e Moscou, a antiga capital da URSS, se agravaram


depois dos EUA ter anunciado o início da construção do Escudo antimísseis no Leste
Europeu, na área próxima e de influência direta da Rússia. Em resposta ao fato, Moscou
condena a atitude dos EUA e anuncia a instalação de mísseis táticos Iskander na região
ocidental de Kaliningrado, o desenvolvimento de contramedidas eletrônicas dos
elementos do Escudo Antimísseis que Washington planeja instalar no Leste Europeu,
composto por um radar na República Tcheca e mísseis interceptadores na Polônia,[16] e o
desenvolvimento de uma nova geração de armas nucleares e mísseis balisticos moveis
por parte da Rússia.[17]

Em 2009, Moscou anuncia que irá rearmar suas forças militares e ampliar seu arsenal
nuclear em resposta ao fortalecimento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico
Norte), criada para combater o avanço do socialismo na era bipolar. O reingresso da
França e de outros países do Leste Europeu tem provocado tensões na região.[18][19]

Com a ascensão de Barack Obama a Presidência dos Estados Unidos, ocorre uma
redução das tensões entre EUA e Rússia, principalmente devido ao anúncio da
interrupção do plano de construção da infra-estrutura do "Escudo anti-mísseis" (radares
e sistemas anti-mísseis) em torno da Rússia.[20]

Em Agosto de 2008, a Ossétia do Sul (apoiada pela Rússia), e a Geórgia (apoiada pelos
EUA), entraram em conflito armado, tropas da Geórgia ocuparam militarmente a capital
da Ossétia do Sul, região separatista da república georgiana. Em resposta ao ocorrido,
tropas russas atacaram militarmente a Geórgia e reconheceu as regiões separatistas da
Ossétia do Sul e Abecásia, o que causou forte desgaste diplomático entre Washington e
Moscou.[21][22][23]
[24]

Cronologia

Ano Acontecimento
Cientistas estadunidenses testam com sucesso o primeiro dispositivo atômico do
1945 mundo. Em agosto de 1945 os EUA atacam as cidades de Hiroshima e Nagasaki
com armas nucleares.
1949 A URSS testa seu primeiro dispositivo nuclear. Criada a OTAN.
Grupos desarmamentistas começam a pressionar em favor do desarmamento
nuclear unilateral, em que um lado desiste de suas armas nucleares esperando que
1950 o outro faça o mesmo. Durante a Guerra da Coréia o general americano Douglas
MacArthur discute publicamente a possibilidade de usar armas nucleares para
definir o conflito.
O Reino Unido explode um dispositivo nuclear. Ano da primeira bomba
1952
termonuclear (hidrogênio), testada pelos Estados Unidos.
Morte de Stálin, assume em seu lugar Nikita Kruschev, o novo chefe da União
1953 Soviética. Fim da Guerra da Coréia. A URSS testa sua primeira bomba
termonuclear (hidrogênio).
A União Soviética lança o primeiro satélite artificial, o Sputnik, lançado com o
1957 foguete Sputinik-1, cuja versao militar foi o primeiro Míssil balístico
intercontinental, o R-7 Semyorka.
1960 A França explode um dispositivo nuclear.
A União Soviética lança o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, a bordo do
1961 foguete Vostok-1, da família R-7, uma versão civil do Míssil balístico
intercontinental Vostok-K (GRAU 8K72K).
1964 A China testa o seu primeiro dispositivo nuclear.
Renúncia de Kruschev, Leonid Brejnev se torna o novo Secretário-geral da União
1964
Soviética.
Os estadunidenses testam o MRV (veículos de reentradas múltiplas), permitindo
que os mísseis transportem até cinco ogivas nucleares separadas. Os soviéticos
fazem o mesmo. Estadunidenses e soviéticos discutem o controle da tecnologia
1969
nuclear, enquanto sua proliferação ameaça o equilíbrio nuclear conhecido como
MAD. Confronto armado na fronteira da URSS e China, marca o auge das tensoes
entre soviéticos e chineses.
A República Popular da China substituiu Taiwan (República da China) como
1971 representante da China na ONU e como um dos cinco membros permanentes do
seu Conselho de Segurança.
Um tratado sobre mísseis antibalísticos limitando o emprego de apenas dois
1972 sistemas em cada superpotência, em suas capitais, foi assinado como parte do
SALT I. Presidente Nixon, dos EUA visita a China comunista.
Estados Unidos reconhecem a China comunista como representante da China, ao
1973 invés de Taiwan, embora as Relações diplomaticas so sejam normalizadas em
1979.
Acordo EUA-URSS para impor um "teto" na quantidade de sistemas de ataque
1974 nuclear (bombardeiros, mísseis balísticos intercontinentais e submarinos nucleares)
em cada superpotência.
Criada a Constituição Soviética de 1977, de acordo com esta, Brejnev é eleito o
1977
presidente.
O acordo SALT II reduziu os limites de armas nucleares. Invasão soviética do
1979
Afeganistão dificultou a ratificação do tratado pelo senado norte-americano.
START (conversações sobre redução de armas estratégicas), que sucedeu o SALT,
1980
faz pouco progresso.
Morte de Brejnev, Iuri Andropov é o novo secretário-geral e presidente da União
1982
Soviética.
O presidente dos EUA, Ronald Reagan, anuncia sua decisão de custear um sistema
1983
defensivo aeroespacial anti mísseis balísticos chamado de "Guerra nas Estrelas".
Morte de Iuri Andropov, Konstantin Chernenko é o novo secretário-geral e
1984
presidente da União Soviética.
Morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbatchov é o novo secretário-geral e
1985
presidente, inicio do fim da Guerra e da URSS.
1987 Acordo EUA-URSS para abolir as forças nucleares intermediárias terrestres.
1988 A URSS inicia a retirada de suas tropas do Afeganistão. Fim da Guerra Irã-Iraque.
Iniciadas as tratativas para encerrar o confronto entre Angola e África do Sul na
África Austral, pondo fim à Guerra Civil Angolana.
Queda do muro de Berlim. Primeiro grande marco do fim da Guerra Fria e do
1989
conflito Capitalista X Socialista.
Com base no acordo START, as duas superpotências concordam em reduzir, até
1990
1998, os arsenais estratégicos para 6.000 ogivas nucleares em cada um dos países.
As superpotências concordam em eliminar todos os mísseis táticos terrestres
armados com ogivas nucleares táticas que haviam na Europa e na Península
Coreana. Com a dissolução da União Soviética, as armas nucleares estratégicas
1991 não ficaram apenas na Rússia, mas também na Bielorrússia, Ucrânia e
Cazaquistão, que concordam com sua transferência para a Rússia para a destruição
de todos. Marco definitivo do fim da Guerra Fria, com o desmantelamento da
URSS.

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