Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Belo Horizonte
2017
José Paulino Pires Jr.
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2017
RESUMO
iii
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...........................................................................................................................................VI
LISTA DE QUADROS......................................................................................................................................VIII
LISTA DE TABELAS..........................................................................................................................................IX
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................1
2 OBJETIVOS..................................................................................................................................................3
2.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................................................................................3
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................................................3
3 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................................................4
3.1 PANORAMA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL.........................................................................................4
3.2 PANORAMA DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM MINAS GERAIS.............................................................................9
3.3 SISTEMAS DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA.............................................................................................11
3.3.1 Definição.........................................................................................................................................11
3.3.2 Classificação...................................................................................................................................11
3.3.3 Requisitos de desempenho..............................................................................................................12
3.4 VEDAÇÕES INTERNAS EM GESSO ACARTONADO – O SISTEMA DRYWALL..................................................14
3.4.1 Definição.........................................................................................................................................14
3.4.2 Chapas de gesso.............................................................................................................................15
3.4.3 Guias e montantes...........................................................................................................................16
3.4.4 Elementos de fixação e acabamentos.............................................................................................18
3.4.5 Isolamento e reforços.....................................................................................................................19
3.4.6 Armazenamento dos materiais........................................................................................................20
3.5 ANÁLISE COMPARATIVA DE DESEMPENHO DE VEDAÇÕES EM DRYWALL X ALVENARIA...........................22
3.5.1 Tempo e custos de execução...........................................................................................................22
3.5.2 Comparativos de desempenho drywall x alvenaria........................................................................23
4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................................................26
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................................27
5.1 APLICAÇÃO DO DRYWALL EM BH............................................................................................................27
5.1.1 Pesquisa qualitativa sobre percepção do desempenho do drywall por usuários em BH...............27
5.1.2 Estudos de caso...............................................................................................................................33
6 CONCLUSÕES............................................................................................................................................43
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................44
iv
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
LISTA DE FIGURAS
v
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 37: Aplicação do isolamento acústico com lã-de-vidro, antecedendo o fechamento
total com as chapas de gesso.....................................................................................................40
FIGURA 38: Juntas tratadas e acabadas e parede pronta para receber o acabamento final.....40
FIGURA 39: Visão ampla da sala com as paredes com juntas tratadas e acabadas e prontas
para receber o acabamento final...............................................................................................41
FIGURA 40 e 41: Flexibilidade de aplicação – aumento da espessura e diferentes modulações
possíveis....................................................................................................................................41
FIGURA 42: Finalização da parede com selagem e pintura com acabamento final perfeito...42
vi
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01: Variação percentual de PIB por setor e total em Minas Gerais..........................9
QUADRO 02: Parâmetros acústicos de verificação.................................................................12
QUADRO 03: Resumo de requisitos de transmitância térmica de SVVI................................13
QUADRO 04: Resumo de requisitos de capacidade térmicas de SVVI...................................13
QUADRO 05: Tipos de chapas de gesso comercializados.......................................................16
QUADRO 06: Tipos de perfis de aço comercializados............................................................17
QUADRO 07: Tipos de parafusos............................................................................................18
QUADRO 08: Tipos de massa e utilização no sistema Drywall..............................................19
QUADRO 09: Tipos de fitas para acabamento do drywall......................................................19
QUADRO 10: Comparação de desempenho drywall x alvenaria............................................23
vii
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
LISTA DE TABELAS
TABELA 01: Participação (%) no valor adicionado bruto (a preços básicos) - segundo as
atividades....................................................................................................................................1
TABELA 02: Comparativo de custos totais de projeto com sistemas construtivos em Drywall
e alvenaria.................................................................................................................................22
viii
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
1 INTRODUÇÃO
1
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
entre unidades, é um importante fator a ser levado em consideração. Para construção de
indústrias, a resistência ao fogo e o desempenho estrutural de resistência a cargas, são fatores
mais importantes a analisar.
2
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
1 OBJETIVOS
O objetivo geral desta pesquisa é ampliar o conhecimento relativos ao sistema drywall como
vedação vertical interna, e as vantagens e desvantagens quando em comparação a outros
métodos mais tradicionais no mercado de construção civil, principalmente a alvenaria em
blocos de concreto e cerâmico. Para isso, espera-se definir e apresentar os requisitos
normativos em vigor atualmente para sistemas de vedação, aprofundando-se particularmente
no sistema em drywall, para então analisar comparativamente os desempenhos entre os SVVI
existentes.
3
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
2 REVISÃO DA LITERATURA
O mercado da construção civil no Brasil passou por forte período de expansão até 2012
influenciado por financiamentos com taxas de juros atrativas que impulsionaram o mercado
imobiliário e aos programas Minha Casa, Minha Vida e de Aceleração do Crescimento
(PAC), significativos para as obras de infraestrutura. Em 2013, coincidindo com o escândalo
político de corrupção denominado Operação Lava-jato, passou a apresentar queda de
rentabilidade desde 2013, quando passou de 11,2% para 2,3% em 2014. O setor de construção
civil foi um dos mais afetados no período de retração econômica, e outros setores também
foram atingidos, numa combinação de inflação alta, altos índices de desemprego, aumento de
juros e crise política (EXAME, 2017). Dados da Confederação Nacional da Indústria (gráfico
a seguir) mostram que o nível de atividade da indústria da construção encontra-se abaixo do
usual para o período desde maio de 2012. Esse movimento de desaquecimento se acentuou em
2015, atingindo a mínima do indicador em fevereiro de 2016.
Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC),
o panorama está muito difícil, principalmente devido a prosperidade do negócio da construção
4
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
civil estar diretamente ligada à credibilidade do setor, e o cenário de insegurança e
insatisfação política ainda não favorece o reaquecimento do mercado.
O Produto Interno Bruto do setor de Construção é o resultado final de todas as ações que
influenciam a indústria da construção brasileira, já mencionados, sendo uma variável bastante
5
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
dependente da situação atual do país, principalmente relacionadas a taxas de juros, índices de
desemprego e situação política. Abaixo é possível visualizar a variação desse indicador e
também valores estimados da atividade no país sob perspectivas otimistas, realistas e
negativas para o período de 2016 a 2018.
Uma tendência que se percebe hoje no setor é a construção enxuta, baseada no princípio just-
in-time, em que todo o fluxo de produção, transporte, compras, é definido de acordo com a
necessidade, de maneira a buscar uma otimização dos processos, cortando as atividades que
não agregam valor às obras, realização eficiente dos serviços, que podem ocorrer
6
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
simultaneamente no processo produtivo, sendo que nesse sentido as novas tecnologias
existentes desempenham papel fundamental na aplicação desses conceitos.
Estudos sobre panorama da construção do civil vêm mostrando que ainda há muito espaço
para o aprimoramento dos processos. Quando comparamos, por exemplo, o prazo médio para
obras de edificação, no Brasil representava três vezes maior do que nas construções
americanas e duas vezes o despendido nas construções européias. O licenciamento de obras,
no Brasil, requeria duas vezes mais tempo do que nos Estados Unidos sendo, em média, 50%
maior do que aquele gasto na União Européia.
Para manter sua importância, no cenário econômico brasileiro, a indústria da Construção Civil
vêm passando por mudanças e introduzindo inovações tecnológicas, sendo que algumas
procuram consolidar-se com uma estratégia competitiva para as organizações. Atualmente no
Brasil também há uma tendência de tentar aprimorar processos de gestão, principalmente da
qualidade, com alguns programas importantes como o PBQP-H, Programa Brasileiro da
Qualidade e Produtividade do Habitat (ABDI, 2009), e aderência cada vez maior às normas
técnicas Brasileiras de desempenho.
A elevada carga tributária foi apontada como o principal problema enfrentado pelos
empresários da indústria da construção, no terceiro trimestre de 2017, assinalado por 32,3%
das empresas respondentes. O item retorna à primeira posição do ranking após seis trimestres.
Em seguida, destacado por 30,6% das empresas, encontra-se o item demanda interna
7
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
insuficiente que, após se manter cinco trimestres consecutivos na primeira posição, caiu para
segunda posição do ranking. Dois itens que impactam a situação financeira das empresas,
falta de capital de giro e inadimplência dos clientes, se posicionaram em terceiro e quarto no
ranking, com 27,7% e 27,2% das assinalações, respectivamente.
8
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
2.2 Panorama da construção civil em Minas Gerais
Já o PIB industrial de Minas Gerais avançou 0,4% no primeiro trimestre de 2017 em relação
ao último trimestre de 2016, na série com ajuste sazonal. Apesar de positivo, o resultado da
indústria mineira foi pior do que o observado no Brasil em igual base de comparação
(crescimento de 0,9%). Dentre as atividades, destaca-se o desempenho positivo da extração
mineral (3,3%) e, no sentido contrário, o setor de construção civil recuou 2,7%, seguindo
fortemente impactado pela queda na renda, pelo elevado nível de endividamento das famílias
e pela baixa capacidade de investimento do setor público.
QUADRO 01: Variação percentual de PIB por setor e total em Minas Gerais
2.3.1 Definição
2.3.2 Classificação
A NBR 15575:2013 é a norma vigente que determina os índices de desempenho dos sistemas
construtivos e seus componentes ao longo de sua sobrevida.
2.3.3.1 Acústico
Requisitos e critérios para a verificação do isolamento acústico de SVVI entre o meio externo
e o interno entre unidades autônomas e entre dependências de uma unidade e áreas comuns,
segundo os requisitos citados abaixo de níveis de ruídos permitidos na habitação, e de acordo
com parâmetros acústicos de verificação (Quadro 02).
12
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
Fonte: NBR 15575:2013 – (ABNT, 2013)
2.3.3.2 Térmico
Capacidade térmica: Os valores mínimos admissíveis para a capacidade térmica (CT) das
paredes externas estão apresentados no Quadro 03.
2.3.3.3 Estrutural
13
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
São as solicitações originadas pela fixação de peças suspensas (armários, prateleiras,
lavatórios, hidrantes, quadros e outros). Não devem apresentar fissuras, deslocamentos
horizontais instantâneos ou deslocamentos horizontais residuais lascamentos ou rupturas.
O SVVI deve resistir aos impactos de corpo mole, apresentando resistência à energia de
impacto dos choques acidentais gerados pela própria utilização da edificação ou choque
provocados por tentativas intencionais ou não. Os impactos com maiores energias referem-se
ao estado limite último.
O SVVI deve resistir às ações transmitidas por portas, também permitir o acoplamento de
portas e apresentar desempenho que satisfaça a duas condições: quando as portas forem
submetidas a dez operações de fechamento brusco, as paredes não devem apresentar falhas;
sob ação de impacto de corpo mole com energia de 240J, aplicado no centro geométrico da
folha de porta, não deve ocorrer arrancamento do marco, nem ruptura ou perda de estabilidade
da parede.
Resistir aos impactos de corpo duro, ou seja, o sistema a ação de impacto de corpo duro, não
deve: com um impacto de 2,5 J: não ocorrência de falhas que comprometam o estado limite de
serviço; com ummpacto de 10 J:apresentar ruptura ou traspassamento sob ação dos impactos
de corpo duro.
2.3.3.4 Incêndio
O SVVI deve dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem do
incêndio e não gerar fumaça excessiva capaz e impedir a fuga dos ocupantes em situações de
incêndio. Além disso, o sitema deve atender a ABNT NBR 14432 para controlar os riscos de
propagação do incêndio e preservar a estabilidade estrutural da edificação em situação de
incêndio.
14
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
2.3.3.5 Impacto ambiental
O edifício e seus subsistemas, incluindo SVVI devem ser projetadas, construídas e conservada
de forma a não provocar muita aalteração do ambiente: reduzindo consumo de água, energia e
matérias-primas, além da necessidade de implementação de um sistema de gestão de resíduos
no canteiro de obras.
2.4.1 Definição
O sistema Drywall consiste, em sua essência, de chapas de gesso parafusadas em perfis de aço
galvanizado, onde as juntas entras as chapas são tratadas com massa e fita de papel. O sistema
pode conter ainda complementos com materiais de isolamento acústico e térmico, como lãs de
vidro. Para compreender um processo construtivo de um sistema, são necessárias informações
também a respeito de seus materiais, componentes equipamentos e ferramentas empregados,
devendo sempre estar em conformidade com a ABNT: NBR 14715:2001.
ABNT NBR 15.758-1: 2009 04/09/09 Sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall - Projeto e procedimentos executivos para montagem. Parte 1: Requisitos para
sistemas usados como paredes.
ABNT NBR 15.758-2: 2009 04/09/09 Sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall - Projeto e procedimentos executivos para montagem. Parte 2: Requisitos 1 para
sistemas usados como forros.
ABNT NBR 15.758-3: 2009 04/09/09 Sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall - Projeto e procedimentos executivos para montagem. Parte 3: Requisitos para
sistemas usados como revestimentos.
ABNT NBR 14.715-1: 2010 07/04/10 Chapas de gesso para drywall – Requisitos.
ABNT NBR 14.715-2: 2010 09/04/10 Chapas de gesso para drywall - Métodos de ensaio.
15
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
ABNT NBR 15.217: 2009 11/03/09 Perfis de aço para sistemas construtivos em chapas de
gesso para drywall - Requisitos e métodos de ensaio.
As chapas de gesso atualmente disponíveis variam de acordo com o local a ser aplicado:
existem as do tipo standard (ST), resistentes à umidade (RU), também conhecidas por
“verdes” e as resistentes ao fogo (RF), ou “rosas”, conforme figura 08. Existem também as
placas cimentícias, indicadas para uso externo.
Fonte: KNAUF(2017)
17
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
Fonte: KNAUF(2017)
18
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
2.4.4 Elementos de fixação e acabamentos
2.4.4.1 Fixação
O comprimento dos parafusos que fixam as chapas de drywall nos perfis metálicos (chapa de
drywall/metal) é definido pela quantidade e espessura de chapas de drywall a serem fixadas: o
parafuso deve fixar todas as camadas e ultrapassar o perfil metálico em pelo menos 10 mm. O
comprimento dos parafusos que fixam os perfis metálicos entre si (metal/metal) deve
ultrapassar o último elemento metálico, no mínimo em três passos de rosca. É importante o
correto posicionamento da profundidade do parafuso, não devendo entrar ou ficar para fora da
chapa de drywall. Cada parafuso define um tipo de material a ser fixado e a espessura do
perfil. Alguns tipos de parafuso comercializados encontram-se no Quadro 07.
2.4.4.2 Acabamentos
As massas para juntas são produtos específicos para o tratamento das juntas entre chapas de
drywall, tratamento de encontros entre as chapas e o suporte (alvenarias ou estruturas de
concreto), além do tratamento das cabeças dos parafusos. As massas devem ser utilizadas
juntamente com fitas de papel apropriadas para juntas.
19
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
QUADRO 08: Tipos de massa e utilização no sistema Drywall
São materiais que podem ser adicionados ao sistema com a finalidade de agregar
desempenho temo-acústico e estrutural, respectivamente. Os isolamentos podem ser
constituídos de lã de vidro ou lã de rocha, a serem instalados nas paredes, conforme projeto
específico, e dispostos entre montantes preenchendo-as, e antes de receber as chapas de gesso.
Já os reforços são instalados quando as paredes requerem condições especiais de fixação de
cargas a fim de aumentar sua resistência.
20
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 09: Colocação da lã de vidro entre montantes
Fonte: 15575:2013 – (ABNT, 2013)
Para o bom desempenho final do sistema, são necessários alguns cuidados com transporte e
armazenamento, principalmente para evitar que os materiais sejam danificados, inviabilizando
o uso ou prejudicando seu resultado final, causando desperdício e custos adicionais, conforme
recomendações abaixo retiradas do Manual de Instalação da Knauf (2017).
21
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 11: Recomendações de armazenamento para os matérias do sistema
drywall
Fonte: KNAUF (2017)
22
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
2.5 Análise comparativa de desempenho de vedações em drywall x
alvenaria
Em seu estudo, Medeiros e Mello (2016) analisou os custos totais de projeto, em uma obra
residencial de São Paulo/SP, considerando os pesos próprios significativamente menores
(20%), influenciando, portanto, na fundação e estrutura.
Os resultados finais obtidos por este estudo são mostrados na Tabela 02. O Drywall representa
um custo maior na execução mas o custo total final da obra foi consideravelmente menor,
compensado com outros aspectos que diminuem o custo no sistema.
Em outro estudo, Oliveira (2013) comparou os tempos de produção de 1m² para vários
sistemas de vedação interna, e o Drywall mostra-se alternativa muito eficaz em redução de
tempo na execução.
23
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
Comparativo entre tempo de execução por m² de
SVVI
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
É importante ressaltar a diversidade de configurações que o sistema apresenta, que podem ser
adotados de acordo com a necessidade do projeto. Por exemplo, diferentes combinações de
espessura de perfis de aço, quantidade de chapas utilizadas e espessura de chapas, uso de
isolantes temo-acústicos como lã-de-vidro e lã de rocha, reforços e tipos de fixações
designados a uma maior resistência de cargas, entre outros, variando portanto em custos, daí a
importância de uma análise detalhada para a adequabilidade do sistema para a obra e o fim a
que se destina.
Legenda:
Alternativa em vantagem
Desempenhos equivalentes
24
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
Alternativa em desvantagem
COMPARATIVO DE DESEMPENHO
DRYWALL ALVENARIA
Rápida execução do sistema Execucação com cronograma oneroso
Construção a seco (melhor limpeza e Maiores índices de quebra e desperdício,
organização da obra) execução e retrabalho mais difícil e em mais
Redução de resíduo etapas
Ganho de área útil (redução de Paredes mais espessas e com menos
aproximadamente 5%) possibilidades de configuração
Menor peso por m² (25kg/m²) , o que Aumento do peso próprio das vedações,
permite reduzir o peso da estrutura e impactando no projeto final de estruturas e
aliviar as fundações. fundações.
Atende a todos critérios de
Atende a todos critérios de desempenho
desempenho
A instalação elétrica, sistemas e hidráulicas
Facilidade na instalação elétrica e exige quebras dos blocos e fechamento dos
sistemas, e hidráulica, e também para mesmo com argamassa. Difculta a manutenção
reformas ou manuntenção. ou reformas com instalações embutidas na
alvenaria.
Capacidade de atendimento de
diferentes necessidades em termos de
Bom isolamento termo-acústico sem
desempenho acústico, quando
necessidade de isolamento.
realizado com chapa dupla e lã mineral,
porém podendo ter maior custo.
25
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
Maior custo por m², porém, há
possibilidade de obtenção de ganhos
diversos pela redução dos prazos de
obra - custos globais da construção em Custo representa alterações significativas para o
até 15% em relação aos processos projeto global da obra.
construtivos tradicionais já registrados
por construtores brasileiros que
adotaram o sistema.
Garantia do serviço depende do
Garantia do serviço depende do fornecedor
fornecedor
Redução do volume de materiais Quantidade maior de materiais e disponibildiade
trasnportado horizontal e verticalmente de equipamentos
Flexibilidade de layout Não permite muitas variações.
Sensibilidade à umidade o que impede
a sua aplicação em fachadas e implica
em riscos potencias de problemas
patológicos quando utilizadas em locais
Maior resistência à umidade e movimentos
com possibilidade de ação de água.
térmicos.
Exige cuidados quanto ao tipo de chapa
a serem empregadas, detalhes
executivos, impermeabilização e
proteção superficial.
26
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
3 MATERIAL E MÉTODOS
Como métodos e materiais adotados para a realização deste trabalho, primeiro, realizou-se
uma revisão bibliográfica sobre a situação atual do mercado de construção civil no Brasil e de
Minas Gerais, para depois definir uma das etapas mais importantes do processo construção
que são os sistemas de vedação verticais internas, suas características e requisitos.
Aprofundou-se o conhecimento em particular do sistema Drywall, com abordagens sobre os
materiais e componentes e suas características técnicas e de desempenho na construção.
Por fim, realizou-se os estudos de caso em duasobras em BH que utilizam o drywall como
sistema construtivo: uma na região central, em Barro Preto/BH e outra na região leste em
Horto Florestal/BH. Esses estudos permitiram ilustras os processos envolvidos desde o
recebimento e armazenagem, até a instalação em obras da região de estudo e seu resultado
final. Os dados obtidos foram analisados e tratados, e foram discutidos a seguir.
27
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
11,76% das pessoas entrevistadas não sabia o que era drywall, e por isso não prosseguiram no
questionário e não foram avaliadas, sendo assim todas as percentagens aqui apresentadas
dizem respeito a respostas de pessoas que conheciam esse sistema.
4.1.1.1 Caso A: o respondente conhece o sistema drywall, mas nunca trabalhou com ele.
O caso A correspondeu a 49,32% dos casos. O questionário então pedia para avaliar aspectos
com base no conhecimento do sistema, em uma escala de Ruim a Ótimo, e qual sistema
escolheria para uma construção em sua residência.
28
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 13: Pergunta 1 do caso A
Fonte: do autor.
29
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
Avaliação de desempenho do sistema drywall - CASO A
80% 73% 0.73
70%
50% 45%
45%
36%
40%
27% 27%
30%
0.18
18% 18% 18% 18%
20%
0.09 9% 9% 9%0.09 9% 0.09 9%
10%
0%
Desempenho Desempenho Fixação de cargas Resistência ao Facilidade de Impacto
Acústico térmico fogo reforma e Ambiental
manutenção
4.1.1.2 Caso b: o respondente conhece o sistema drywall e tem alguma experiência com ele
O caso B correspondeu a 52,17% dos casos. O questionário então pedia para avaliar aspectos
da execução com base na experiência possuida, em uma escala de Ruim a Ótimo; depois
pedia pra escolher 2 itens que julgava ser melhor trabalhar com drywall, e 2 que julgava
30
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
melhor trabalhar com alvenaria, e por fim, qual sistema escolheria para uma construção em
sua residência.
31
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 19: Perguntas 3 e 4 do caso B
Fonte: do autor.
FIGURA 21: Itens escolhidos como sendo melhor trabalhar com drywall
Fonte: do autor.
40%
33% 33%
33
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
É interessante notar a diferença na percepção dos usuários do caso A e do caso B, com relação
ao desempenho do sistema, sendo melhor avaliado no segundo caso. Por exemplo, para o caso
A, 18% avaliaram o desempenho acústico como péssimo, enquanto essa mesma avaliação
para o caso B recebeu apenas 8% das respostas. Desempenho térmico para o caso A teve 45%
das avaliações como “bom” e nenhuma avaliação “ótimo”, enquanto 75% das respostas do
caso B avaliaram entre “bom” e “ótimo”. Esse fato é uma evidência, que o desconhecimento
mais detalhado das características do drywall provoca uma pior avaliação do sistema,
prejudicando a tendência do ser sistema ser adotado, daí a importância de estudos que
discutam e estudem aspectos positivos do drywall na construção.
O primeiro estudo de caso era a execução de uma sala de aula de 214m², num prédio já
existente de 17 andares corridos, em Barro preto/Belo Horizonte. A obra era da construtora
Furlan Freire, e foi executada em 30 dias. Durante o acompanhamento da obra, verificou-se
boa qualidade de obra, executando os processos de acordo com as recomendações. Porém,
observou-se alguns momentos de descuido no armazenamento dos materiais, o que pode
acarretar perda ou danos as chapas e aos perfis de aço, inviabilizando o uso ou com perda do
desempenho e redução de vida útil do sistema.
34
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 24 e 25: Instalações elétricas embutidas no drywall e conduítes
utilizados para as passagens de fios dentro das paredes
35
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 28:Armazenamento incorreto das chapas, que deveriam estar sob
pallets conforme recomendações dos fabricantes e normas brasileiras.
FIGURA 29: Armazenamento incorreto dos perfis, que também deveriam estar
sob pallets.
36
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
A segunda obra do estudo de caso, está localizada no Horto Florestal, região leste em BH, e
foi executada pela empresa especializada Astron Drywall. Estava sendo executado a
compartimentação de um auditório de 500m² da FAPEMIG – Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais. É interessante notar a flexibilidade do drywall no projeto, podendo
atender grandes alturas de pé-direito (chegando a 8m), e espessuras maiores de parede,
quando necessários.
37
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 31: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço
38
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 33: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço com detalhe de
flexibilidade de layout com variação de altura do pé direito (inclinado)
39
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 35: Detalhe de caixinhas elétricas embutidas na parede
40
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 37: Aplicação do isolamento acústico com lã-de-vidro, antecedendo o
fechamento total com as chapas de gesso
41
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 39: Visão ampla da sala com as paredes com juntas tratadas e
acabadas e prontas para receber o acabamento final
42
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
FIGURA 42: Finalização da parede com selagem e pintura com acabamento final
perfeito
43
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
5 CONCLUSÕES
Analisando o mercado em BH, pode-se concluir que, apesar dos potenciais de aplicação,
ainda há algumas dificuldades a serem trabalhadas: o custo de execução ainda é percebido
com desvantagem em relação ao alvenaria, diferentemente dos resultados da análise
bibliográfica de estudos referentes a esse tema. O tempo de entrega também foi apontado
como problema ao trabalhar com o sistema drywall. Já para o desempenho, a pior percepção
diz repeito aos desempenhos termo-acústico, resistência ao fogo e à cargas, sendo que aqui
também discutimos que o desempenho do drywall pode ser igual ou superior àqueles
alcançados com SVVI em alvenaria. Os estudo de caso em BH, por sua vez, mostraram-se
bastante ilustrativos de como é a aplicação desse sistema e os principais aspectos executivos
envolvidos até a entrega da obra para o consumidor final, e a necessidade de cuidados de
armazenamento e transporte para a garantia de qualidade do sistema.
45
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
MEDEIROS, J.S.; MELLO, M. B.. A comparative study between Drywall and masonry
partitions in concrete framework buildings. In: 5th International Conference On Zero Energy
Mass Customised Housing - Zemch 2016, 5., 2016, Kuala Lumpur, Malaysia. Conference
Paper. Kuala Lumpur, Malaysia: Zemth Network, 2016. p. 10 - 17. Disponível em: 75 . acesso
em: 17 nov. 2017.
MEDEIROS, M.; MIRANDA, L. Notas de aula da disciplina de Construção Civil II.
Curitiba: UFPR, 2012.
OLIVEIRA, D. R. H. Estudo comparativo de alternativas para vedações internas de
edificações. 2013. 91 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Departamento de
Construção Civil, Universidade Federal do Parana, Curitiba, 2013.
PBH (Minas Gerais). Plano estratégio BH 2030: BH no rumo certo. 2016. Disponível em:
<http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/files.do?
evento=download&urlArqPlc=20161116_plano_estrategico_bh_2030_5.pdf>. Acesso em: 10
out. 2017.
REVISTA ESPECIALIZE: Análise comparativa entre alvenaria em bloco de vedação e
Drywall. Goiânia: Ipog, dez. 2015. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2017.
REVISTA EXAME. Construção civil vive crise sem precedentes no Brasil. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-crise-e-a-crise-da-construcao/>. Acesso em: 10
out. 2017.
SABBATINI, F. H. Desenvolvimento de métodos, processos e sistemas construtivos -
formulação e aplicação de uma metodologia. São Paulo, 1989. Tese (Doutorado) - Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo.
SABBATINI, F.H. Notas de aula da disciplina de Tecnologia da Construção de Edifícios.
São Paulo: EPUSP-PCC, 2003.
SEBRAE. CONSTRUÇÃO CIVIL: CENÁRIOS PROSPECTIVOS. SÃo Paulo: Sebrae, 2016.
Disponível em:
<http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/06c6fd
6c070c9fc2128072f868de06cb/$File/7531.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017
SINDUSCON-MG (Brasil). ICEICON-MG: Índice de Confiança do Empresário da indústria
da construção de minas gerais. 9. ed. Minas Gerais: Fiemg, 2017. Disponível em:
<http://www7.fiemg.com.br/Cms_Data/Contents/central/Media/Documentos/Biblioteca/PDFs
/EPE/2017/ICEICON/ICEICON_Set_2017.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017.
SINDUSCON-MG (Brasil). Sondagem Da Indústrica De Construção De Minas Gerais. 9. ed.
Minas Gerais: Fiemg, 2017. Disponível em:
<http://www7.fiemg.com.br/Cms_Data/Contents/central/Media/Documentos/Biblioteca/PDFs
/EPE/2017/SondagemdaConstrucao/Sondagem-da-Constru-o_Ago_2017.pdf>. Acesso em: 10
ago. 2017.
46
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG