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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

APLICAÇÃO DE VEDAÇÕES VERTICAIS


INTERNAS EM DRYWALL BELO HORIZONTE –
ESTUDO DE CASO

José Paulino Pires Jr.

Belo Horizonte
2017
José Paulino Pires Jr.

APLICAÇÃO DE VEDAÇÕES VERTICAIS


INTERNAS EM DRYWALL BELO HORIZONTE –
ESTUDO DE CASO

Monografia de Graduação defendida perante a banca


examinadora, como parte dos requisitos necessários à
aprovação na disciplina Trabalho Integralizador
Multidisciplinar III (TIM III) do Curso de Graduação de
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Eduardo Chahud

Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2017
RESUMO

A indústria da construção civil no Brasil representa uma importante parcela da composição do


Produto Interno Bruto, mas, desde 2013 enfrenta dificuldades devido a realidade econômica
que o país enfrenta, que afeta diretamente as atividades do setor. Para mudar essa realidade,
são necessários esforços, não só no desenvolvimento de novas tecnologias, mas na aplicação
de soluções existentes no mercado que permitem a otimização de processos e possibilitam
para o projeto final a obtenção de melhores custo, prazos e desempenho para o usuário final.
Dentro dessa realidade, o drywall é um sistema flexível para substituição dos sistemas de
vedação verticais (SVVI) mais tradicionais, como a alvenaria em tijolos de cerâmica ou
blocos de concreto. Este sistema é composto pela aplicação modulada de placas de gesso
acartonado, fixados a estruturas de perfil de aço, que se adapta a necessidade do consumidor
na medida em que possui várias configurações de montagem para atender requisitos de
desempenho do projeto, como por exemplo, resistência à cargas e desempenho termo-
acústico. O objetivo deste trabalho é caracterizar o sistema construtivo de vedação vertical
interna em drywall, e apresentar um panorama do uso desse sistema na construção civil em
Belo Horizonte (BH), que representa 16% da composição do Produto Interno Bruto e 12% da
população de todo o Estado de Minas Gerais, daí sua importância econômica. Também
espera-se elucidar aspectos comparativos de desempenho de SVVI para que seja possível a
difusão do conhecimento acerca das vantagens que o drywall para construtoras e
consumidores finais em BH e do Brasil.

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Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...........................................................................................................................................VI

LISTA DE QUADROS......................................................................................................................................VIII

LISTA DE TABELAS..........................................................................................................................................IX

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................1

2 OBJETIVOS..................................................................................................................................................3
2.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................................................................................3
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................................................3
3 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................................................4
3.1 PANORAMA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL.........................................................................................4
3.2 PANORAMA DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM MINAS GERAIS.............................................................................9
3.3 SISTEMAS DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA.............................................................................................11
3.3.1 Definição.........................................................................................................................................11
3.3.2 Classificação...................................................................................................................................11
3.3.3 Requisitos de desempenho..............................................................................................................12
3.4 VEDAÇÕES INTERNAS EM GESSO ACARTONADO – O SISTEMA DRYWALL..................................................14
3.4.1 Definição.........................................................................................................................................14
3.4.2 Chapas de gesso.............................................................................................................................15
3.4.3 Guias e montantes...........................................................................................................................16
3.4.4 Elementos de fixação e acabamentos.............................................................................................18
3.4.5 Isolamento e reforços.....................................................................................................................19
3.4.6 Armazenamento dos materiais........................................................................................................20
3.5 ANÁLISE COMPARATIVA DE DESEMPENHO DE VEDAÇÕES EM DRYWALL X ALVENARIA...........................22
3.5.1 Tempo e custos de execução...........................................................................................................22
3.5.2 Comparativos de desempenho drywall x alvenaria........................................................................23
4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................................................26

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................................27
5.1 APLICAÇÃO DO DRYWALL EM BH............................................................................................................27
5.1.1 Pesquisa qualitativa sobre percepção do desempenho do drywall por usuários em BH...............27
5.1.2 Estudos de caso...............................................................................................................................33
6 CONCLUSÕES............................................................................................................................................43

REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................44

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: Consumo de chapas Drywall em m² por habitante/ano........................................2


FIGURA 02: Indice de nível de ativida afetivo-usual da Construção civil................................4
FIGURA 03: Empregados do setor de construção civil em situação de informalidade, por área
.....................................................................................................................................................5
FIGURA 04: PIB da construção – Evolução e perspectivas.......................................................6
FIGURA 05: Comparações entre prazos de licenciamento e construção no Brasil, Estados
Unidos e União Européia............................................................................................................7
FIGURA 06: Principais problemas (%) enfrentados pela indústria da construção civil em 2017
.....................................................................................................................................................8
FIGURA 07: Nível de atividade da indústria da construção de Minas gerais e do Brasil em
2017...........................................................................................................................................10
FIGURA 08: Evolução do ICEICON-MG...............................................................................11
FIGURA 09: Colocação da lã de vidro entre montantes..........................................................20
FIGURA 10: Tipos de reforços para sistema Drywall..............................................................20
FIGURA 11: Recomendações de armazenamento para os matérias do sistema drywall.........21
FIGURA 12: Tempo de produção de 1m² dos sistemas...........................................................23
FIGURA 13: Pergunta 1 do caso A..........................................................................................28
FIGURA 14: Pergunta 2 do caso A..........................................................................................28
FIGURA 15: Avaliação de desempenho do sistema drywall para o Caso A............................29
FIGURA 16: Porcentagem de respostas para a pergunta “Qual sistema você escolheria utilizar
em sua casa?” – Caso A............................................................................................................29
FIGURA 17: Pergunta 1 do caso B...........................................................................................30
FIGURA 18: Pergunta 2 do caso B...........................................................................................30
FIGURA 19: Perguntas 3 e 4 do caso B...................................................................................31
FIGURA 20: Avaliação da experiência na execução do drywall.............................................31
FIGURA 21: Itens escolhidos como sendo melhor trabalhar com drywall..............................32
FIGURA 22: Avaliação de desempenho do sistema drywall para o Caso B............................32
FIGURA 23: Porcentagem de respostas para a pergunta “Qual sistema você escolheria utilizar
em sua casa?” – Caso A............................................................................................................33
FIGURA 24 e 25: Instalações elétricas embutidas no drywall e conduítes utilizados para as
passagens de fios dentro das paredes........................................................................................34
FIGURA 26 e 27: Parede já executada e pronta para receber o acabamento/visualização de
fixação do ar condicionado na parede.......................................................................................34
FIGURA 28:Armazenamento incorreto das chapas, que deveriam estar sob pallets conforme
recomendações dos fabricantes e normas brasileiras................................................................35
...................................................................................................................................................35
FIGURA 29: Armazenamento incorreto dos perfis, que também deveriam estar sob pallets.. 35
FIGURA 30: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço...........................................36
FIGURA 31: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço...........................................37
FIGURA 32: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço...........................................37
FIGURA 33: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço com detalhe de flexibilidade
de layout com variação de altura do pé direito (inclinado).......................................................38
FIGURA 34: Execução das instalações elétricas......................................................................38
FIGURA 35: Detalhe de caixinhas elétricas embutidas na parede...........................................39
FIGURA 36: Início do chapeamento do sistema.....................................................................39
...................................................................................................................................................40

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FIGURA 37: Aplicação do isolamento acústico com lã-de-vidro, antecedendo o fechamento
total com as chapas de gesso.....................................................................................................40
FIGURA 38: Juntas tratadas e acabadas e parede pronta para receber o acabamento final.....40
FIGURA 39: Visão ampla da sala com as paredes com juntas tratadas e acabadas e prontas
para receber o acabamento final...............................................................................................41
FIGURA 40 e 41: Flexibilidade de aplicação – aumento da espessura e diferentes modulações
possíveis....................................................................................................................................41
FIGURA 42: Finalização da parede com selagem e pintura com acabamento final perfeito...42

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Variação percentual de PIB por setor e total em Minas Gerais..........................9
QUADRO 02: Parâmetros acústicos de verificação.................................................................12
QUADRO 03: Resumo de requisitos de transmitância térmica de SVVI................................13
QUADRO 04: Resumo de requisitos de capacidade térmicas de SVVI...................................13
QUADRO 05: Tipos de chapas de gesso comercializados.......................................................16
QUADRO 06: Tipos de perfis de aço comercializados............................................................17
QUADRO 07: Tipos de parafusos............................................................................................18
QUADRO 08: Tipos de massa e utilização no sistema Drywall..............................................19
QUADRO 09: Tipos de fitas para acabamento do drywall......................................................19
QUADRO 10: Comparação de desempenho drywall x alvenaria............................................23

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01: Participação (%) no valor adicionado bruto (a preços básicos) - segundo as
atividades....................................................................................................................................1
TABELA 02: Comparativo de custos totais de projeto com sistemas construtivos em Drywall
e alvenaria.................................................................................................................................22

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1 INTRODUÇÃO

Mudanças de ordem econômica e social afetam diretamente o desempenho da indústria de


construção civil, que representa uma parcela importante do Produto Interno Bruto brasileiro,
representando em 2015, 5,7% do total do Valor Adicionado Bruto (IBGE,2015). A evolução
desse valor pode ser visualizada na Tabela 01. Diante da necessidade de adaptação ao cenário
atual, é importante considerar alternativas que viabilizem os processos construtivos,
otimizando produtividade, redução de custos e prazos, e diminuindo geração de resíduos e os
desperdícios em obra.

TABELA 01: Participação (%) no valor adicionado bruto (a preços básicos) -


segundo as atividades
em (%)
Indústria Serviços
Agropecuári Atividades
Ano Tota Construçã Tota
a imobiliária
l o Civil l
s
2000 5,5 26,7 7,0 67,7 12,2
2001 5,6 26,6 6,3 67,8 11,4
2002 6,4 26,4 6,5 67,2 10,7
2003 7,2 27,0 4,6 65,8 9,9
2004 6,7 28,6 4,9 64,7 9,5
2005 5,5 28,5 4,6 66,0 9,3
2006 5,1 27,7 4,3 67,2 8,9
2007 5,2 27,1 4,6 67,7 8,8
2008 5,4 27,3 4,4 67,3 8,4
2009 5,2 25,6 5,4 69,2 8,7
2010 4,8 27,4 6,3 67,8 8,3
2011 5,1 27,2 6,3 67,7 8,4
2012 4,9 26,0 6,5 69,1 8,8
2013 5,3 24,9 6,4 69,9 9,2
2014 5,0 23,8 6,2 71,2 9,3
2015 5,0 22,5 5,7 72,5 9,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas,
Coordenação de Contas Nacionais.
Elaboração: Banco de Dados-CBIC.

A vedação vertical, ocupa posição estratégica entre os serviços de construção e respondem


diretamente no desempenho e custo global da edificação, tipo de estrutura e fundação
necessária, adequação das instalações prediais, qualidade do revestimento e das esquadrias
externas e internas (FRANCO, 1998). Para a escolha da opção construtiva mais adequada,
deve ser levado em consideração a função do tipo de obra e das necessidades da mesma. Por
exemplo, para a construção de obras residenciais, o desempenho acústico, principalmente

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entre unidades, é um importante fator a ser levado em consideração. Para construção de
indústrias, a resistência ao fogo e o desempenho estrutural de resistência a cargas, são fatores
mais importantes a analisar.

O drywall é um sistema eficaz de vedação interna que apresenta atualmente várias


configurações de montagem e soluções que visam atender os níveis de desempenho esperado
para o projeto. E, de fato, segundo a Associação Brasileira do Drywall, essa tecnologia
construtiva atende todas as normas de desempenho acústico, térmico, mecânico e de
comportamento ao fogo expresso na Norma Brasileira de desempenho de edificações ABNT
NBR 15575:2013, de caráter obrigatório e em vigor desde 12 de maior de 2013.

A aplicação do sistema drywall ainda encontra ainda alguma resistência no mercado


brasileiro, principalmente devido a percepção de inferioridade no quesito performance de
desempenho para o usuário final. Segundo a Abragesso (2014) o consumo de chapas dywall
em m² por habitante/ano no Brasil era 0,25, enquanto os Estados Unidos, era 10, 40 vezes
superior ao índice brasileiro (Figura 01) .

FIGURA 01: Consumo de chapas Drywall em m² por habitante/ano


Fonte: ABRAGESSO (2014)

É importante o estudo do panorama de aplicação do drywall como método de sistema de


vedação vertical, para guiar diretrizes do espaço que ainda existe para ser preenchido acerca
do conhecimento sobre esse tipo de sistema e as vantagens que ele pode apresentar para a
construtora e para o consumidor final.

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1 OBJETIVOS

1.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é ampliar o conhecimento relativos ao sistema drywall como
vedação vertical interna, e as vantagens e desvantagens quando em comparação a outros
métodos mais tradicionais no mercado de construção civil, principalmente a alvenaria em
blocos de concreto e cerâmico. Para isso, espera-se definir e apresentar os requisitos
normativos em vigor atualmente para sistemas de vedação, aprofundando-se particularmente
no sistema em drywall, para então analisar comparativamente os desempenhos entre os SVVI
existentes.

1.2 Objetivos específicos

Para os objetivos específicos, espera-se:

 apresentar um panorama da aplicação do drywall no Brasil e, mais especificamente, em


Belo Horizonte (BH);

 analisar a percepção do mercado de construção em BH relativo ao desempenho do sistema


drywall quando em comparação com a alvenaria;

 estudar o processo de gerenciamento envolvidos no armazenamento e execução do


sistema material, principalmente dos materiais componentes desse sistema,
particularmente em um estudo de caso de duas obras de uma construtora de Belo
Horizonte, que adotou o sistema e obteve bons resultados na aplicação.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Panorama da construção civil no Brasil

O mercado da construção civil no Brasil passou por forte período de expansão até 2012
influenciado por financiamentos com taxas de juros atrativas que impulsionaram o mercado
imobiliário e aos programas Minha Casa, Minha Vida e de Aceleração do Crescimento
(PAC), significativos para as obras de infraestrutura. Em 2013, coincidindo com o escândalo
político de corrupção denominado Operação Lava-jato, passou a apresentar queda de
rentabilidade desde 2013, quando passou de 11,2% para 2,3% em 2014. O setor de construção
civil foi um dos mais afetados no período de retração econômica, e outros setores também
foram atingidos, numa combinação de inflação alta, altos índices de desemprego, aumento de
juros e crise política (EXAME, 2017). Dados da Confederação Nacional da Indústria (gráfico
a seguir) mostram que o nível de atividade da indústria da construção encontra-se abaixo do
usual para o período desde maio de 2012. Esse movimento de desaquecimento se acentuou em
2015, atingindo a mínima do indicador em fevereiro de 2016.

FIGURA 02: Indice de nível de ativida afetivo-usual da Construção civil


Fonte: SEBRAE (2016)

Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC),
o panorama está muito difícil, principalmente devido a prosperidade do negócio da construção

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civil estar diretamente ligada à credibilidade do setor, e o cenário de insegurança e
insatisfação política ainda não favorece o reaquecimento do mercado.

A cadeia produtiva da indústria da construção civil reúne construtoras, fabricantes e


comerciantes de materiais, máquinas e equipamentos, serviços técnicos especializados,
serviços imobiliários e consultorias de projetos, engenharia e arquitetura, representando
parcela significativa do PIB Brasileiro e influenciando os resultados econômicos, além de ter
importante papel social, criando oportunidades de trabalho para pessoas com nível de
escolaridade mais baixos ou pouca qualificação profissionalizante (SEBRAE, 2016), apesar
de ainda possuir parcela significativa de empregados em situação de informalidade, conforme
figura 03 abaixo.

FIGURA 03: Empregados do setor de construção civil em situação de


informalidade, por área
Fonte: ABRAMAT-FGC(2006)

O Produto Interno Bruto do setor de Construção é o resultado final de todas as ações que
influenciam a indústria da construção brasileira, já mencionados, sendo uma variável bastante

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dependente da situação atual do país, principalmente relacionadas a taxas de juros, índices de
desemprego e situação política. Abaixo é possível visualizar a variação desse indicador e
também valores estimados da atividade no país sob perspectivas otimistas, realistas e
negativas para o período de 2016 a 2018.

FIGURA 04: PIB da construção – Evolução e perspectivas


Fonte: SEBRAE (2016)

Nesse cenário de incertezas, é importante considerar alternativas que viabilizem os processos


construtivos, otimizando produtividade, redução de custos e prazos, e diminuindo geração de
resíduos e os desperdícios em obra.

Uma tendência que se percebe hoje no setor é a construção enxuta, baseada no princípio just-
in-time, em que todo o fluxo de produção, transporte, compras, é definido de acordo com a
necessidade, de maneira a buscar uma otimização dos processos, cortando as atividades que
não agregam valor às obras, realização eficiente dos serviços, que podem ocorrer

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simultaneamente no processo produtivo, sendo que nesse sentido as novas tecnologias
existentes desempenham papel fundamental na aplicação desses conceitos.

Estudos sobre panorama da construção do civil vêm mostrando que ainda há muito espaço
para o aprimoramento dos processos. Quando comparamos, por exemplo, o prazo médio para
obras de edificação, no Brasil representava três vezes maior do que nas construções
americanas e duas vezes o despendido nas construções européias. O licenciamento de obras,
no Brasil, requeria duas vezes mais tempo do que nos Estados Unidos sendo, em média, 50%
maior do que aquele gasto na União Européia.

FIGURA 05: Comparações entre prazos de licenciamento e construção no


Brasil, Estados Unidos e União Européia
Fonte: ABDI (2009)

Para manter sua importância, no cenário econômico brasileiro, a indústria da Construção Civil
vêm passando por mudanças e introduzindo inovações tecnológicas, sendo que algumas
procuram consolidar-se com uma estratégia competitiva para as organizações. Atualmente no
Brasil também há uma tendência de tentar aprimorar processos de gestão, principalmente da
qualidade, com alguns programas importantes como o PBQP-H, Programa Brasileiro da
Qualidade e Produtividade do Habitat (ABDI, 2009), e aderência cada vez maior às normas
técnicas Brasileiras de desempenho.

A elevada carga tributária foi apontada como o principal problema enfrentado pelos
empresários da indústria da construção, no terceiro trimestre de 2017, assinalado por 32,3%
das empresas respondentes. O item retorna à primeira posição do ranking após seis trimestres.
Em seguida, destacado por 30,6% das empresas, encontra-se o item demanda interna
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insuficiente que, após se manter cinco trimestres consecutivos na primeira posição, caiu para
segunda posição do ranking. Dois itens que impactam a situação financeira das empresas,
falta de capital de giro e inadimplência dos clientes, se posicionaram em terceiro e quarto no
ranking, com 27,7% e 27,2% das assinalações, respectivamente.

FIGURA 06: Principais problemas (%) enfrentados pela indústria da construção


civil em 2017
Fonte: CBIC (2017)

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2.2 Panorama da construção civil em Minas Gerais

O PIB de Minas Gerais compõe 9% do valor nacional, e teve um desempenho de crescimento


estável (0,0%) e inferior ao do Brasil (1,0%) no primeiro trimestre de 2017,
comparativamente ao último trimestre de 2016. Nesse cenário, Belo Horizonte responde por
16% do PIB mineiro (PBH,2016).

Já o PIB industrial de Minas Gerais avançou 0,4% no primeiro trimestre de 2017 em relação
ao último trimestre de 2016, na série com ajuste sazonal. Apesar de positivo, o resultado da
indústria mineira foi pior do que o observado no Brasil em igual base de comparação
(crescimento de 0,9%). Dentre as atividades, destaca-se o desempenho positivo da extração
mineral (3,3%) e, no sentido contrário, o setor de construção civil recuou 2,7%, seguindo
fortemente impactado pela queda na renda, pelo elevado nível de endividamento das famílias
e pela baixa capacidade de investimento do setor público.

QUADRO 01: Variação percentual de PIB por setor e total em Minas Gerais

Fonte: FIEMG (2017)

O índice de atividade da Indústria da Construção de Minas Gerais cresceu 3,9 pontos em


agosto (45,5 pontos) contra julho (41,6 pontos). Apesar de apontar queda da atividade, ao
continuar abaixo da linha dos 50 pontos, o índice registra elevação frente a igual mês do ano
anterior há 16 meses e é o maior para os meses de agosto dos últimos cinco anos. O índice de
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nível de atividade efetivo em relação ao usual para o mês foi baixo em agosto 39,3 pontos,
sinalizando que a atividade da indústria da construção segue fraca (no Brasil esse mesmo
índice foi de 41,4 pontos).

O indicador de evolução do número de empregados cresceu 1,1 ponto em agosto (46,2


pontos), na comparação com julho (45,1 pontos). Ainda que aponte redução no emprego, o
índice acumulou elevação de 14,6 pontos em 2017 e, assim como o indicador de nível de
atividade, foi o maior para o mês de agosto dos últimos cinco anos. Dados do Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (CAGED) apontaram para a geração líquida de 2.773 vagas
em Minas Gerais, entre janeiro e maio de 2017. Os segmentos de obras de infraestrutura e
serviços especializados para a construção foram os principais responsáveis pelo resultado
positivo. No Brasil, o saldo de emprego foi negativo (-27.913 vagas) no mesmo período. Por
outro lado, houve redução da taxa básica de juros e o forte arrefecimento da inflação
contribuem para o aumento real da renda o que tende a favorecer uma retomada lenta e
gradual da atividade no médio prazo.

FIGURA 07: Nível de atividade da indústria da construção de Minas gerais e do


Brasil em 2017
Fonte: SINDUSCON-MG (2017)

Os indicadores de confiança do setor da construção seguem evidenciando cautela por parte


dos empresários, agravada pelos recentes fatos políticos O Índice de Confiança do
Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (ICEICON-MG) atingiu 51,3 pontos
em setembro, avançando expressivos 6,4 pontos em relação a agosto (44,9 pontos). Ao
ultrapassar a linha dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança, o ICEICON do
mês de setembro marca a recuperação do otimismo dos empresários do setor. Esse foi o
melhor resultado desde dezembro de 2013 (52,0 pontos) e ficou acima da sua média histórica,
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de 49,7 pontos. O aumento do ICEICON decorreu da melhora das percepções dos empresários
sobre o momento atual, assim como das expectativas em relação ao futuro da economia no
curto prazo (SINDUSCON,2017).

FIGURA 08: Evolução do ICEICON-MG


Fonte: SINDUSCON-MG (2017)

2.3 Sistemas de vedação vertical interna

2.3.1 Definição

Vedações verticais são estruturas que definem, limitam e compartimentam o edifício, um


subsistema de um todo complexo com funções distintas (FRANCO, 1997), se comportando
também como isolantes a agentes externos, por exemplo, oferecendo isolamento acústico e
térmico. Também atuam como suporte para os sistemas prediais, como os elétricos e
hidráulicos, que são instalações geralmente embutidas nas vedações.

2.3.2 Classificação

Os sistemas de vedação vertical interna (SVVI) é diretamente relacionado ao desepenho


global do edifício. Existem vários critérios de classificação de SVVI, as principais dizem
respeito a requisitos de capacidade de suporte, mobilidade e densidade superficial, variando
com graus de industrialização, níveis de custo e desempenho. Além do Drywall, outros
sistemas incluem alvenaria tradicional em tijolo maciço cerâmico, blocos cerâmicos vazados
ou de concreto, painéis de concreto modular, entre outros.

Quanto à capacidade de suporte( SABBATTINI et al, 1998):


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 Resistente: além de suas funções já citadas, possui função estrutural.
 Autoportante: empregada unicamente com as funções de compartimentação.

Quanto à mobilidade(ELDER e VANDENBERG, 1997):


 Fixa: necessita de acabamentos complementares como os de regularização, e no caso de
modificações posteriores à execução, seus elementos constituintes são difíceis ou
impossíveis de recuperar.
 Desmontável: possível de ser desmontada, sofrendo pouco ou nenhum dano, podendo
necessitar complementação de peças para o remonte.
 Móvel: não necessita desmonte dificultando danos, podendo mover-se de um local para o
outro.

Quanto à densidade superficial (NBR 14715:2010):


 Leves: cuja densidade superficial é inferior à 60 kg/m². Essas vedações não possuem
função estrutural, pois não suportam cargas além de seu peso próprio.
 Pesados: cuja densidade é superior à 60 kg/m². Nesse caso, a vedação pode ou não auxiliar
na função estrutural do edifício.

2.3.3 Requisitos de desempenho

A NBR 15575:2013 é a norma vigente que determina os índices de desempenho dos sistemas
construtivos e seus componentes ao longo de sua sobrevida.

2.3.3.1 Acústico

Requisitos e critérios para a verificação do isolamento acústico de SVVI entre o meio externo
e o interno entre unidades autônomas e entre dependências de uma unidade e áreas comuns,
segundo os requisitos citados abaixo de níveis de ruídos permitidos na habitação, e de acordo
com parâmetros acústicos de verificação (Quadro 02).

QUADRO 02: Parâmetros acústicos de verificação

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Fonte: NBR 15575:2013 – (ABNT, 2013)

2.3.3.2 Térmico

Os requisitos e critérios para os níveis mínimos de desempenho térmico em vedações


verticais, são apresentados na norma em função variáveis para cada zona bioclimática:

 Transmitância térmica: Os valores máximos admissíveis para a transmitância térmica (U)


das paredes externas estão apresentados no Quadro 03. Na figura 08 são apresentadas as
zonas bioclimáticas definidas pela norma brasileira.

QUADRO 03: Resumo de requisitos de transmitância térmica de SVVI

Fonte: NBR 15575:2013 – (ABNT, 2013)

 Capacidade térmica: Os valores mínimos admissíveis para a capacidade térmica (CT) das
paredes externas estão apresentados no Quadro 03.

QUADRO 04: Resumo de requisitos de capacidade térmicas de SVVI

Fonte: NBR 15575:2013 – (ABNT, 2013)

2.3.3.3 Estrutural

 Solicitações de cargas provenientes de peças suspensas

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São as solicitações originadas pela fixação de peças suspensas (armários, prateleiras,
lavatórios, hidrantes, quadros e outros). Não devem apresentar fissuras, deslocamentos
horizontais instantâneos ou deslocamentos horizontais residuais lascamentos ou rupturas.

 Impacto de corpo mole

O SVVI deve resistir aos impactos de corpo mole, apresentando resistência à energia de
impacto dos choques acidentais gerados pela própria utilização da edificação ou choque
provocados por tentativas intencionais ou não. Os impactos com maiores energias referem-se
ao estado limite último.

 Ações transmitidas por portas

O SVVI deve resistir às ações transmitidas por portas, também permitir o acoplamento de
portas e apresentar desempenho que satisfaça a duas condições: quando as portas forem
submetidas a dez operações de fechamento brusco, as paredes não devem apresentar falhas;
sob ação de impacto de corpo mole com energia de 240J, aplicado no centro geométrico da
folha de porta, não deve ocorrer arrancamento do marco, nem ruptura ou perda de estabilidade
da parede.

 Impactos de corpo duro

Resistir aos impactos de corpo duro, ou seja, o sistema a ação de impacto de corpo duro, não
deve: com um impacto de 2,5 J: não ocorrência de falhas que comprometam o estado limite de
serviço; com ummpacto de 10 J:apresentar ruptura ou traspassamento sob ação dos impactos
de corpo duro.

2.3.3.4 Incêndio
O SVVI deve dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem do
incêndio e não gerar fumaça excessiva capaz e impedir a fuga dos ocupantes em situações de
incêndio. Além disso, o sitema deve atender a ABNT NBR 14432 para controlar os riscos de
propagação do incêndio e preservar a estabilidade estrutural da edificação em situação de
incêndio.

14
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2.3.3.5 Impacto ambiental
O edifício e seus subsistemas, incluindo SVVI devem ser projetadas, construídas e conservada
de forma a não provocar muita aalteração do ambiente: reduzindo consumo de água, energia e
matérias-primas, além da necessidade de implementação de um sistema de gestão de resíduos
no canteiro de obras.

2.4 Vedações internas em gesso acartonado – o sistema drywall

2.4.1 Definição

O sistema Drywall consiste, em sua essência, de chapas de gesso parafusadas em perfis de aço
galvanizado, onde as juntas entras as chapas são tratadas com massa e fita de papel. O sistema
pode conter ainda complementos com materiais de isolamento acústico e térmico, como lãs de
vidro. Para compreender um processo construtivo de um sistema, são necessárias informações
também a respeito de seus materiais, componentes equipamentos e ferramentas empregados,
devendo sempre estar em conformidade com a ABNT: NBR 14715:2001.

2.4.1.1 Normas técnicas brasileira


São as seguintes as normas técnicas para os sistemas drywall já publicadas e em vigor no
Brasil, e usadas para o desenvolvimento das seções seguintes deste trabalho:

 ABNT NBR 15.758-1: 2009 04/09/09 Sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall - Projeto e procedimentos executivos para montagem. Parte 1: Requisitos para
sistemas usados como paredes.

 ABNT NBR 15.758-2: 2009 04/09/09 Sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall - Projeto e procedimentos executivos para montagem. Parte 2: Requisitos 1 para
sistemas usados como forros.

 ABNT NBR 15.758-3: 2009 04/09/09 Sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall - Projeto e procedimentos executivos para montagem. Parte 3: Requisitos para
sistemas usados como revestimentos.

 ABNT NBR 14.715-1: 2010 07/04/10 Chapas de gesso para drywall – Requisitos.

 ABNT NBR 14.715-2: 2010 09/04/10 Chapas de gesso para drywall - Métodos de ensaio.

15
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 ABNT NBR 15.217: 2009 11/03/09 Perfis de aço para sistemas construtivos em chapas de
gesso para drywall - Requisitos e métodos de ensaio.

2.4.2 Chapas de gesso

São chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma


mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, em que uma é virada sobre as
bordas longitudinais e colada sobre a outra. O gesso é o principal componente, advém da
calcinação da gipsita (Ca SO 4 .2 H 2 O), minério natural que após moído é submetido a altas
temperaturas e misturado a água até formar a pasta para a produção das placas.

As chapas de gesso atualmente disponíveis variam de acordo com o local a ser aplicado:
existem as do tipo standard (ST), resistentes à umidade (RU), também conhecidas por
“verdes” e as resistentes ao fogo (RF), ou “rosas”, conforme figura 08. Existem também as
placas cimentícias, indicadas para uso externo.

QUADRO 05: Tipos de chapas de gesso comercializados

Fonte: KNAUF(2017)

2.4.3 Guias e montantes

São perfis fabricados industrialmente mediante um processo de conformação contínua a frio,


por sequência de rolos a partir de chapas de aço revestidas com zinco pelo processo contínuo
16
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de zincagem por imersão a quente e devem obedecer as seguintes especificações, sendo os
responsáveis pela estruturação de montagem do sistema. Alguns tipos de aço comercializado
encontram-se no Quadro 06.

 Espessura mínima: 0,50 mm.


 Designação do revestimento zincado: Z 275g/m2, conforme NBR 7008:2003 (massa
mínima de revestimento de 275 g/m2 - ensaio triplo - total nas duas faces).
 Os perfis de aço para sistemas em Knauf drywall obedecem a norma ABNT – NBR 15217.
 Distância entre Montantes e Modulação. - Trabalhar com multiplos de 120. - As
modulações mais comuns são as de 40 e 60 cm.

QUADRO 06: Tipos de perfis de aço comercializados

17
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Fonte: KNAUF(2017)

18
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2.4.4 Elementos de fixação e acabamentos

2.4.4.1 Fixação
O comprimento dos parafusos que fixam as chapas de drywall nos perfis metálicos (chapa de
drywall/metal) é definido pela quantidade e espessura de chapas de drywall a serem fixadas: o
parafuso deve fixar todas as camadas e ultrapassar o perfil metálico em pelo menos 10 mm. O
comprimento dos parafusos que fixam os perfis metálicos entre si (metal/metal) deve
ultrapassar o último elemento metálico, no mínimo em três passos de rosca. É importante o
correto posicionamento da profundidade do parafuso, não devendo entrar ou ficar para fora da
chapa de drywall. Cada parafuso define um tipo de material a ser fixado e a espessura do
perfil. Alguns tipos de parafuso comercializados encontram-se no Quadro 07.

QUADRO 07: Tipos de parafusos

Fonte: KNAUF (2017)

2.4.4.2 Acabamentos
As massas para juntas são produtos específicos para o tratamento das juntas entre chapas de
drywall, tratamento de encontros entre as chapas e o suporte (alvenarias ou estruturas de
concreto), além do tratamento das cabeças dos parafusos. As massas devem ser utilizadas
juntamente com fitas de papel apropriadas para juntas.

19
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QUADRO 08: Tipos de massa e utilização no sistema Drywall

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL (2015)

QUADRO 09: Tipos de fitas para acabamento do drywall

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL (2015)

2.4.5 Isolamento e reforços

São materiais que podem ser adicionados ao sistema com a finalidade de agregar
desempenho temo-acústico e estrutural, respectivamente. Os isolamentos podem ser
constituídos de lã de vidro ou lã de rocha, a serem instalados nas paredes, conforme projeto
específico, e dispostos entre montantes preenchendo-as, e antes de receber as chapas de gesso.
Já os reforços são instalados quando as paredes requerem condições especiais de fixação de
cargas a fim de aumentar sua resistência.

20
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FIGURA 09: Colocação da lã de vidro entre montantes
Fonte: 15575:2013 – (ABNT, 2013)

FIGURA 10: Tipos de reforços para sistema Drywall


Fonte: NBR 15575:2013 – (ABNT, 2013)

2.4.6 Armazenamento dos materiais

Para o bom desempenho final do sistema, são necessários alguns cuidados com transporte e
armazenamento, principalmente para evitar que os materiais sejam danificados, inviabilizando
o uso ou prejudicando seu resultado final, causando desperdício e custos adicionais, conforme
recomendações abaixo retiradas do Manual de Instalação da Knauf (2017).

21
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FIGURA 11: Recomendações de armazenamento para os matérias do sistema
drywall
Fonte: KNAUF (2017)

22
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2.5 Análise comparativa de desempenho de vedações em drywall x
alvenaria

2.5.1 Tempo e custos de execução

Em seu estudo, Medeiros e Mello (2016) analisou os custos totais de projeto, em uma obra
residencial de São Paulo/SP, considerando os pesos próprios significativamente menores
(20%), influenciando, portanto, na fundação e estrutura.

Os resultados finais obtidos por este estudo são mostrados na Tabela 02. O Drywall representa
um custo maior na execução mas o custo total final da obra foi consideravelmente menor,
compensado com outros aspectos que diminuem o custo no sistema.

TABELA 02: Comparativo de custos totais de projeto com sistemas construtivos


em Drywall e alvenaria

ALVENARIA DRYWALL DIFERENÇAS


COMPARAÇÃO
U$D U$D U$D %
PROJETO $ 909.091,00 $ 905.782,00 $ -3.309,00 0,36
FUNDAÇÃO $ 1.311.987,00 $ 1.264.873,00 $ -47.114,00 3,59
ESTRUTURA $10.835.754,00 $10.644.938,00 $ -190.816,00 1,76
VEDAÇÃO
$ 1.025.073,00 $ 1.631.062,00 $ 605.989,00 - 59,12
INTERNA
ACABAMENTOS $ 1.736.953,00 $ 529.648,00 $ -1.207.305,00 69,51
PINTURA $ 2.006.053,00 $ 1.869.761,00 $ -136.292,00 6,79
EQUIPAMENTOS $ 3.534.545,00 $ 3.474.545,00 $ -60.000,00 1,70
ÁGUA $ 136.364,00 $ 126.485,00 $ -9.879,00 7,24
RESÍDUOS DE
$ 30.303,00 $ 20.805,00 $ -9.498,00 31,34
GESSO
OUTORS
$ 217.424,00 $ 139.152,00 $ -78.272,00 36,00
RESÍDUOS
OUTROS
$30.327.987,00 $30.327.987,00 $ - -
SERVIÇOS
CUSTO TOTAL
$52.071.534,00 $50.935.038,00 $ -1.136.496,00 2,18
DO PROJETO
Fonte: Medeiros e Mello (2016)

Em outro estudo, Oliveira (2013) comparou os tempos de produção de 1m² para vários
sistemas de vedação interna, e o Drywall mostra-se alternativa muito eficaz em redução de
tempo na execução.
23
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Comparativo entre tempo de execução por m² de
SVVI

Vedação com drywall0.07

Bloco de concreto revestido com pasta de gesso 30.15

Bloco de concreto revestido com argamassa industrializada 33.2

Bloco cerâmico revestido com pasta de gesso 30.1

Bloco cerâmico revestido com argamassa industrializada 33.15

Bloco cerâmico revestido com argamassa preparada em obra 40.21

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

FIGURA 12: Tempo de produção de 1m² dos sistemas


Fonte: Oliveira (2013)

2.5.2 Comparativos de desempenho drywall x alvenaria

É importante ressaltar a diversidade de configurações que o sistema apresenta, que podem ser
adotados de acordo com a necessidade do projeto. Por exemplo, diferentes combinações de
espessura de perfis de aço, quantidade de chapas utilizadas e espessura de chapas, uso de
isolantes temo-acústicos como lã-de-vidro e lã de rocha, reforços e tipos de fixações
designados a uma maior resistência de cargas, entre outros, variando portanto em custos, daí a
importância de uma análise detalhada para a adequabilidade do sistema para a obra e o fim a
que se destina.

Segundo a Associação Brasileira de drywall (2010), a tecnologia construtiva drywall cumpre


todos os requisitos de acústica, resistência mecânica e comportamento ao fogo expressos na
Norma de Desempenho de Edificações (ABNT NBR 15575). A seguir são listados alguns
aspectos comparando vedações em drywall e alvenaria, em um resumo de estudos dos autores
Comat (2012), Sabbatini (2003), Medeiros e Miranda (2012), Revista Espealize (2015), e
Oliveira (2013):

QUADRO 10: Comparação de desempenho drywall x alvenaria

Legenda:
  Alternativa em vantagem
  Desempenhos equivalentes
24
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  Alternativa em desvantagem

COMPARATIVO DE DESEMPENHO
DRYWALL ALVENARIA
Rápida execução do sistema Execucação com cronograma oneroso
Construção a seco (melhor limpeza e Maiores índices de quebra e desperdício,
organização da obra) execução e retrabalho mais difícil e em mais
Redução de resíduo etapas
Ganho de área útil (redução de Paredes mais espessas e com menos
aproximadamente 5%) possibilidades de configuração
Menor peso por m² (25kg/m²) , o que Aumento do peso próprio das vedações,
permite reduzir o peso da estrutura e impactando no projeto final de estruturas e
aliviar as fundações. fundações.
Atende a todos critérios de
Atende a todos critérios de desempenho
desempenho
A instalação elétrica, sistemas e hidráulicas
Facilidade na instalação elétrica e exige quebras dos blocos e fechamento dos
sistemas, e hidráulica, e também para mesmo com argamassa. Difculta a manutenção
reformas ou manuntenção. ou reformas com instalações embutidas na
alvenaria.

Capacidade de atendimento de
diferentes necessidades em termos de
Bom isolamento termo-acústico sem
desempenho acústico, quando
necessidade de isolamento.
realizado com chapa dupla e lã mineral,
porém podendo ter maior custo.

Os tempos de execução da alvenaria atendem


Atende a critérios de esistência ao fogo, todos os requisitos, com melhor duração dos
porém resiste a tempos menores. aspectos normativos de tempo de resistência ao
fogo.
Menor dependência da qualidade de
Mão de obra desqualificada constitui um
mão-de-obra por ser um sistema
problema na aplicação desse método.
industrializado.
Necessidade de quebras, gerando mais sujeira e
Desmontabilidade
resíduos
Exige camadas de regularização que, caso mal
Acabamento facilitado pronto para
executadas podem causar patologias como o
receber finalização de pintura
desprendimento do revestimento.
Incremento da velocidade de execução
da obra, com a eliminação de etapas de
Exige mais tempo na execução, atrasando os
trabalho e liberação para fase de
demais serviços.
acabamento em curto espaço de
tempo.

25
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Maior custo por m², porém, há
possibilidade de obtenção de ganhos
diversos pela redução dos prazos de
obra - custos globais da construção em Custo representa alterações significativas para o
até 15% em relação aos processos projeto global da obra.
construtivos tradicionais já registrados
por construtores brasileiros que
adotaram o sistema.
Garantia do serviço depende do
Garantia do serviço depende do fornecedor
fornecedor
Redução do volume de materiais Quantidade maior de materiais e disponibildiade
trasnportado horizontal e verticalmente de equipamentos
Flexibilidade de layout Não permite muitas variações.
Sensibilidade à umidade o que impede
a sua aplicação em fachadas e implica
em riscos potencias de problemas
patológicos quando utilizadas em locais
Maior resistência à umidade e movimentos
com possibilidade de ação de água.
térmicos.
Exige cuidados quanto ao tipo de chapa
a serem empregadas, detalhes
executivos, impermeabilização e
proteção superficial.

Resistência mecânica cargas pontuais


superiores a 35 kg devem ser revistas Resiste bem a carga e necessidade de reforços
com antecedência, para instalar não são usuais.
reforços no momento da execução;
Ainda encontra barreiras culturais de
Maior aceitação pelo usuário
aceitação no mercado
Fonte: elaboração do autor de acordo com os estudos de Comat (2012), Sabbatini (2003),
Medeiros e Miranda (2012), Revista Especialize (2015), e Oliveira (2013).

26
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3 MATERIAL E MÉTODOS

Como métodos e materiais adotados para a realização deste trabalho, primeiro, realizou-se
uma revisão bibliográfica sobre a situação atual do mercado de construção civil no Brasil e de
Minas Gerais, para depois definir uma das etapas mais importantes do processo construção
que são os sistemas de vedação verticais internas, suas características e requisitos.
Aprofundou-se o conhecimento em particular do sistema Drywall, com abordagens sobre os
materiais e componentes e suas características técnicas e de desempenho na construção.

Para as fontes de dados utilizou-se a busca principalmente em outros trabalhos e dissertações


sobre o assunto, periódicos e relatórios .As fontes secundárias foram catálogos de fabricantes
das chapas e dos componentes de fixação e equipamentos/ferramentas necessárias para
montagem, além de artigos nacionais e internacionais, sites de institutos de pesquisas e
associações de gesso e drywall.

Na segunda etapa procurou- se entender a situação da percepção do desempenho do drywall


em BH perante um outro método construtivo mais tradicional: a alvenaria. Formulou-se
questionário aplicado via internet com usuários (construtoras e consumidores finais) em BH
para avaliar o desempenho dos sistemas em vários aspectos como: resistência ao fogo,
facilidade de reformas e manutenção, conforto acústico e térmico e resistência a cargas.

Por fim, realizou-se os estudos de caso em duasobras em BH que utilizam o drywall como
sistema construtivo: uma na região central, em Barro Preto/BH e outra na região leste em
Horto Florestal/BH. Esses estudos permitiram ilustras os processos envolvidos desde o
recebimento e armazenagem, até a instalação em obras da região de estudo e seu resultado
final. Os dados obtidos foram analisados e tratados, e foram discutidos a seguir.

27
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Aplicação do drywall em BH

4.1.1 Pesquisa qualitativa sobre percepção do desempenho do drywall por usuários em


BH

A metodologia da pesquisa foi um questionário qualitativo para avaliação do drywall e seus


aspectos de desempenho final e de execução por construtoras e consumidores em BH. Foram
avaliadas x respostas, e caso o entrevistado já tivesse alguma experiência com o drywall seja
obras ou em reformas da residência, além da percepção de desempenho (acústico, térmico,
resistência ao fogo, entre outros) também eram avaliados aspectos construtivos da execução.

11,76% das pessoas entrevistadas não sabia o que era drywall, e por isso não prosseguiram no
questionário e não foram avaliadas, sendo assim todas as percentagens aqui apresentadas
dizem respeito a respostas de pessoas que conheciam esse sistema.

A estrutura do questionário permitiu dois casos possíveis: o primeiro, o entrevistado conhecia


o sistema mas nunca havia trabalho com ele, a que chamaremos de caso A; o segundo, o
entrevistado conhecia o sistema e já havia trabalhado com ele, o caso B. É interessante notar
que para respondentes do caso B, para a pergunta “Se você precisasse escolher entre construir
na sua casa: uma parede de drywall ou uma de alvenaria (tijolo, bloco concreto, etc), qual
você escolheria?” 85,7% responderam drywall, enquanto no caso A apenas 45,5%
responderam o mesmo.

4.1.1.1 Caso A: o respondente conhece o sistema drywall, mas nunca trabalhou com ele.
O caso A correspondeu a 49,32% dos casos. O questionário então pedia para avaliar aspectos
com base no conhecimento do sistema, em uma escala de Ruim a Ótimo, e qual sistema
escolheria para uma construção em sua residência.

28
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FIGURA 13: Pergunta 1 do caso A
Fonte: do autor.

FIGURA 14: Pergunta 2 do caso A


Fonte: do autor.

29
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Avaliação de desempenho do sistema drywall - CASO A
80% 73% 0.73

70%

60% 55% 0.55

50% 45%
45%

36%
40%
27% 27%
30%
0.18
18% 18% 18% 18%
20%
0.09 9% 9% 9%0.09 9% 0.09 9%
10%

0%
Desempenho Desempenho Fixação de cargas Resistência ao Facilidade de Impacto
Acústico térmico fogo reforma e Ambiental
manutenção

Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo


FIGURA 15: Avaliação de desempenho do sistema drywall para o Caso A
Fonte: do autor.

FIGURA 16: Porcentagem de respostas para a pergunta “Qual sistema você


escolheria utilizar em sua casa?” – Caso A
Fonte: do autor.

4.1.1.2 Caso b: o respondente conhece o sistema drywall e tem alguma experiência com ele
O caso B correspondeu a 52,17% dos casos. O questionário então pedia para avaliar aspectos
da execução com base na experiência possuida, em uma escala de Ruim a Ótimo; depois
pedia pra escolher 2 itens que julgava ser melhor trabalhar com drywall, e 2 que julgava

30
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
melhor trabalhar com alvenaria, e por fim, qual sistema escolheria para uma construção em
sua residência.

FIGURA 17: Pergunta 1 do caso B


Fonte: do autor.

FIGURA 18: Pergunta 2 do caso B


Fonte: do autor.

31
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FIGURA 19: Perguntas 3 e 4 do caso B
Fonte: do autor.

Avaliação da experiência na execução de drywall


58% 58%
60%
50%
50%
42% 42%
42% 42% 42%
40% 33% 33% 33% 33%

30% 25% 25%

17% 17% 17%


17% 17%
20%
8% 8%8% 8% 8%8% 8%
10%
0%0% 0%0% 0% 0% 0% 0% 0%
0%
Tempo de Tempo de Custo de Qualidade de Facilidade de Limpeza na Facilidade de
entrega dos execução execução mão de obra execução obra acabamento
materiais

Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo


FIGURA 20: Avaliação da experiência na execução do drywall
Fonte: do autor.
32
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
Os dois itens escolhidos como os melhores para se trabalhar com o drywall, em detrimento da
alvenaria, foram: tempo de execução (78.6%) e facilidade de execução. Já os dois itens
escolhidos como piores para trabalhar com o drywall, foram: custo de execução (42,9%) e
nenhum (42.9%).

FIGURA 21: Itens escolhidos como sendo melhor trabalhar com drywall
Fonte: do autor.

Avaliação de desempenho do sistema drywall - CASO


B
58% 58%
60%
50% 50%
50%
42% 42%

40%
33% 33%

30% 25% 25% 25% 25%

20% 17% 17% 17% 17% 17%

0.088% 0.08 8%8% 8%


10%
0% 0 0 0% 0 0%
0%
Desempenho Desempenho Fixação de cargas Resistência ao Facilidade de Impacto
Acústico térmico fogo reforma e Ambiental
manutenção

Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo


FIGURA 22: Avaliação de desempenho do sistema drywall para o Caso B
Fonte: do autor.

33
Curso de Graduação em Engenharia Civil da UFMG
É interessante notar a diferença na percepção dos usuários do caso A e do caso B, com relação
ao desempenho do sistema, sendo melhor avaliado no segundo caso. Por exemplo, para o caso
A, 18% avaliaram o desempenho acústico como péssimo, enquanto essa mesma avaliação
para o caso B recebeu apenas 8% das respostas. Desempenho térmico para o caso A teve 45%
das avaliações como “bom” e nenhuma avaliação “ótimo”, enquanto 75% das respostas do
caso B avaliaram entre “bom” e “ótimo”. Esse fato é uma evidência, que o desconhecimento
mais detalhado das características do drywall provoca uma pior avaliação do sistema,
prejudicando a tendência do ser sistema ser adotado, daí a importância de estudos que
discutam e estudem aspectos positivos do drywall na construção.

FIGURA 23: Porcentagem de respostas para a pergunta “Qual sistema você


escolheria utilizar em sua casa?” – Caso A

4.1.2 Estudos de caso

O primeiro estudo de caso era a execução de uma sala de aula de 214m², num prédio já
existente de 17 andares corridos, em Barro preto/Belo Horizonte. A obra era da construtora
Furlan Freire, e foi executada em 30 dias. Durante o acompanhamento da obra, verificou-se
boa qualidade de obra, executando os processos de acordo com as recomendações. Porém,
observou-se alguns momentos de descuido no armazenamento dos materiais, o que pode
acarretar perda ou danos as chapas e aos perfis de aço, inviabilizando o uso ou com perda do
desempenho e redução de vida útil do sistema.

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FIGURA 24 e 25: Instalações elétricas embutidas no drywall e conduítes
utilizados para as passagens de fios dentro das paredes

FIGURA 26 e 27: Parede já executada e pronta para receber o


acabamento/visualização de fixação do ar condicionado na parede

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FIGURA 28:Armazenamento incorreto das chapas, que deveriam estar sob
pallets conforme recomendações dos fabricantes e normas brasileiras.

FIGURA 29: Armazenamento incorreto dos perfis, que também deveriam estar
sob pallets.
36
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A segunda obra do estudo de caso, está localizada no Horto Florestal, região leste em BH, e
foi executada pela empresa especializada Astron Drywall. Estava sendo executado a
compartimentação de um auditório de 500m² da FAPEMIG – Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais. É interessante notar a flexibilidade do drywall no projeto, podendo
atender grandes alturas de pé-direito (chegando a 8m), e espessuras maiores de parede,
quando necessários.

A quantidade de chapas utilizadas chegou a 2500m², sendo executadas no período de


outubro/2016 a julho/2017. Para este caso era importante o isolamento acústico, onde pode-se
observar a aplicação de isolantes de lã de vidro preenchendo o vazio do sistema chapa+perfis
de aço. Foi possível verificar também, a facilidade de execução do acabamento final, sendo
que a parede após as juntas tratadas e acabadas, está pronto para receber pintura. A seguir,
podemos acompanhar o desenvolvimento da obra até a finalização da execução da vedação
interna em drywall.

FIGURA 30: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço

37
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FIGURA 31: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço

FIGURA 32: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço

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FIGURA 33: Modulação dos guias e montantes em perfis de aço com detalhe de
flexibilidade de layout com variação de altura do pé direito (inclinado)

FIGURA 34: Execução das instalações elétricas

39
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FIGURA 35: Detalhe de caixinhas elétricas embutidas na parede

FIGURA 36: Início do chapeamento do sistema

40
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FIGURA 37: Aplicação do isolamento acústico com lã-de-vidro, antecedendo o
fechamento total com as chapas de gesso

FIGURA 38: Juntas tratadas e acabadas e parede pronta para receber o


acabamento final

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FIGURA 39: Visão ampla da sala com as paredes com juntas tratadas e
acabadas e prontas para receber o acabamento final

FIGURA 40 e 41: Flexibilidade de aplicação – aumento da espessura e


diferentes modulações possíveis

42
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FIGURA 42: Finalização da parede com selagem e pintura com acabamento final
perfeito

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5 CONCLUSÕES

O objetivo geral e os específicos do trabalho foi atendido. Foi realizado as definições de


SVVI e do sistema drywall, assim como discutidos os requisitos e atendimento às normas de
desempenho vigentes. O panorama do uso do drywall em Minas Gerais foi estudado e
ilustrado perante o estudo de caso em BH, onde foi possível a visualização dos processos
envolvidos na instalação desse sistema construtivo. O questionário qualitativo foi concluído e
serviu como ferramenta de avaliação direta da percepção do sistema para os usuários em BH
atualmente.

O sistema drywall tem grande potencial de substituição do sistema tradicional em blocos


cerâmicos ou de concreto. As vantagens o tornam uma tecnologia moderna, eficaz e
competitiva, com redução de custos para o projeto global, atendendo todos os requisitos de
isolamento térmico e acústico e simplificando instalações e, no pós-obra, manutenções e
reformas. Esse sistema, com um gerenciamento produtivo eficaz, pode auxiliar o
reaquecimento da indústria da construção civil, que é parte fundamental da economia
brasileira, devido ao seu grande potencial de racionalização e industrialização dos processos
da construção.

Analisando o mercado em BH, pode-se concluir que, apesar dos potenciais de aplicação,
ainda há algumas dificuldades a serem trabalhadas: o custo de execução ainda é percebido
com desvantagem em relação ao alvenaria, diferentemente dos resultados da análise
bibliográfica de estudos referentes a esse tema. O tempo de entrega também foi apontado
como problema ao trabalhar com o sistema drywall. Já para o desempenho, a pior percepção
diz repeito aos desempenhos termo-acústico, resistência ao fogo e à cargas, sendo que aqui
também discutimos que o desempenho do drywall pode ser igual ou superior àqueles
alcançados com SVVI em alvenaria. Os estudo de caso em BH, por sua vez, mostraram-se
bastante ilustrativos de como é a aplicação desse sistema e os principais aspectos executivos
envolvidos até a entrega da obra para o consumidor final, e a necessidade de cuidados de
armazenamento e transporte para a garantia de qualidade do sistema.

Reafirma-se a importância de melhor divulgação das características do drywall e dos


benefícios que o sistema pode trazer para o projeto, e assim, diminuir a resistência cultural
que ainda existe para que seja possível aproveitar todo o potencial de viabilidade de aplicação
no cenário atual da construção civil.
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